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UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo [tutoria-prob.|3] TERMOS DESCONHECIDOS → Meteorismo: distensão promovida pelo acúmulo excessivo de gases nas alças intestinais. → Síndrome de Dumping: pode ser uma consequência da realização de operações bariátricas. Sintomas gastrointestinais precoces: esvaziamento gástrico rápido, exposição súbita do intestino delgado aos nutrientes. Sintomas vasomotores tardios: aumento dos níveis de insulina, seguidos por hipoglicemia reativa, causando a perda de peso no paciente submetido ao procedimento cirúrgico. OBJETIVOS → Descrever o funcionamento fisiológico dos processos de digestão, absorção e excreção. Trato gastrointestinal/nutrientes → Compreender o funcionamento dos sistemas endócrino e nervoso no processo digestivo. Esvaziamento, motilidade... → Explicar a participação do sistema digestório na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico (foco no gastrointestinal). → Conhecer sobre a cirurgia bariátrica: Critérios/requisitos Tipos → Entender as complicações clínicas pós operatórias da cirurgia bariátrica. → Entender a dieta enteral monomérica por sonda. FISIOLOGIA DIGESTIVA O processo digestivo acontece no trato gastrointestinal, que executa seis processos básicos: Ingestão: colocar os alimentos e líquidos na cavidade oral. Secreção: através das células das paredes do canal alimentar e dos órgãos digestórios acessórios. Mistura e propulsão: contração e relaxamento alternados do músculo liso das paredes do canal alimentar – misturar e mover (motilidade). Digestão: mecânica (cortar e triturar o alimento) e química (macromoléculas transformadas em monômeros). Absorção: absorção dos monômeros através das células epiteliais de revestimento do lúmen do canal alimentar. Defecação: eliminação de escórias metabólicas (fezes). UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo CAVIDADE ORAL → Digestão mecânica: mastigação – transforma o alimento no bolo alimentar. → Digestão química: saliva (secretada pelas glândulas salivares sublinguais, submandibulares e parótidas). A saliva (99,5% de água – 0,5% de outros componentes) contém: 1. Enzima amilase salivar, responsável por iniciar a degradação do amido na boca em maltose. 2. Íons: Cloreto: ativa a amilase salivar Bicarbonato e fosfato: tamponam os alimentos ácidos que entram na boca. 3. Muco: lubrifica o alimento para que ele possa ser movimentado, modelado e deglutido. 4. Imunoglobulina A (IgA): impede a ligação de microorganismos no bolo alimentar. 5. Lisozima: elimina as bactérias. 6. Enzima lipase lingual: secretada pelas glândulas linguais. É ativada pela acidez estomacal, e é responsável por clivar os triglicerídeos em ácidos graxos e diglicerídios (glicerol + 2 ácidos graxos) Os itens 4 e 5 não estão presentes em quantidade o suficiente para eliminar todas as bactérias da boca. SALIVAÇÃO Controlada pela divisão autônoma do sistema nervoso. A estimulação parassimpática promove a secreção contínua de uma quantidade moderada de saliva para manter as túnicas mucosas úmidas e lubrificadas, viabilizando os movimentos da língua e dos lábios durante a fala. A estimulação simpática durante o estresse resulta no ressecamento da boca. → Os alimentos também atuam como estímulo para a salivação. Sensação, sabor: Estímulo dos receptores nas papilas gustativas. Impulsos transmitidos para os núcleos salivatórios superior e inferior no tronco encefálico. Cheirar, ver, ouvir ou pensar em alimentos também estimulam a salivação. DEGLUTIÇÃO Viabiliza a transferência do alimento da boca para o estômago. Realizada através dos reflexos de deglutição: → Fase voluntária: o bolo alimentar é forçado para a parte posterior da cavidade oral e movimentado contra o palato pela língua. → Fase faríngea: passagem do bolo alimentar pela faringe até o esôfago. O bolo alimentar estimula os receptores da orofaringe, que enviam impulsos para o centro de deglutição (bulbo e parte inferior da ponte do tronco encefálico). Os impulsos de retorno movimentam o palato mole e a úvula para UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo fecharem a nasofaringe, além de promover o fechamento da laringe através do movimento da epiglote (evitam a entrada do alimento no trato respiratório). O esfíncter esofágico superior relaxa e o bolo alimentar se move para o esôfago. ESÔFAGO Onde ocorre a fase esofágica da deglutição. → O alimento é empurrado através do peristaltismo (progressão de contrações e relaxamentos coordenados das camadas circular e longitudinal da muscular externa – controlado pelo bulbo). Acima do bolo alimentar, a circular interna se contrai, comprimindo a parede esofágica e empurrando o bolo alimentar em direção ao estômago. Abaixo do bolo alimentar, a longitudinal externa se contrai, encurtando a camada para receber o deslocamento do bolo. O esfíncter esofágico inferior relaxa e o bolo alimentar se move para o estômago. ESTÔMAGO Antes da chegada do bolo alimentar, a fase cefálica induz o início da atividade através de um reflexo vagal. Após a chegada do bolo no estômago, inicia-se a fase gástrica, onde os estímulos no lúmen iniciam uma série de reflexos curtos, que levam à motilidade e secreção (iniciadas por hormônios, neurotransmissores e moléculas parácrinas) através da estimulação de células endócrinas e neurônios entéricos pela presença de peptídeos ou aminoácidos. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo Reflexos longos: integrados ao SNC – alguns se originam fora do trato GI, mas outros se originam no SNE. Reflexos curtos: originados no SNE e executados por neurônios localizados inteiramente na parede do trato GI. ARMAZENAMENTO E DIGESTÃO Quando o alimento chega ao estômago, o mesmo relaxa e expande através do relaxamento receptivo para acomodar o volume do bolo alimentar. A parte superior do estômago (fundo gástrico) é responsável por reter o alimento até que ele esteja disponível para ser digerido. As ondas peristálticas são responsáveis por promover a mistura do conteúdo gástrico com o suco gástrico (enzimas digestórias e HCl) na região inferior do estômago, resultando no quimo. Cada onda contrátil (motilidade) ejeta uma pequena quantidade de quimo no duodeno através do piloro. Controle neural – estimulado pela distensão do estômago. ESVAZIAMENTO GÁSTRICO Quando ingerimos mais do que necessitamos, o estômago administra a velocidade que o quimo passa para o intestino delgado para que o mesmo possa digeri-lo e absorvê-lo. Caso não houvesse essa regulação, o intestino delgado não seria capaz de absorver a carga do quimo que chega, e essa quantidade passaria para o intestino grosso sem ser absorvido, resultando em diarreia. Esse é o mecanismo do esvaziamento, que leva à Síndrome de Dumping. SECREÇÕES GÁSTRICAS → As glândulas gástricas secretam o conteúdo nas criptas gástricas. Secreção de gastrina → células G Promove a liberação de HCl – estimula as células parietais. Reflexos curtos – neurotransmissores: peptídeo liberador de gastrina. Estimulado pela presença de aminoácidos e peptídeos. Reflexos longos – neurônios parassimpáticos do nervo vago Secreção ácida → células parietais Secretam o HCl no lúmen do estômago na forma de íons H+ e Cl- O H+ do citosol da célula parietal é bombeado para o lúmen, ao passo que o K+ entra na célula por uma H+- K+-ATPase através de um sistema de bombas de prótons. O Cl- segue o gradiente e move-se para o lúmen através dos canais de cloreto abertos. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo A enzima anidrase carbônica catalisaa formação de ácido carbônico (H2CO3) a partir de H2O e CO2. Ao dissociar-se, esse ácido fornece H+ para as bombas de prótons e íons bicarbonato (HCO3-). Ao acumularem-se no citosol, os íons bicarbonato saem da célula em uma troca por Cl- via antiportadores Cl- - HCO3-. O HCO3- se difunde nos capilares próximos, elevando o pH do sangue (maré alcalina). Funções do HCl Estimula a liberação e ativação de pepsina (digestão de proteínas) – reflexo curto. Estimula a liberação de somatostatina (inibe a secreção de gastrina, ácido gástrico e pepsina) – células D. Desnaturação de proteínas – desenovelamento das estruturas terciárias para viabilizar a ação da pepsina. Destruição de bactérias e microrganismos ingeridos. Inativação da amilase salivar – fim da digestão de carboidratos (iniciada na cavidade oral). Secreção enzimática → células principais Pepsina: digestão proteica – secretada na forma de pepsinogênio (inativa), que é clivado à pepsina pela ação do H+. Lipase gástrica: pequena digestão de triglicerídeos (menos de 1/3 é digerido no estômago). Secreção parácrina → mucosa gástrica Histamina: secretada pelas células semelhantes às enterocromafins (células ECL) em resposta à estimulação por gastrina ou acetilcolina. Atua nas células parietais, estimulando a secreção ácida (receptores de H2 nas células). Fator intrínseco: proteína secretada pelas células parietais. Forma um complexo com a vitamina B12 para viabilizar a absorção no intestino. Somatostatina (SS): secretado pelas células D. Sinal de retroalimentação negativa primário da secreção na fase gástrica – reduz a secreção ácida diretamente (inibe a secreção de pepsinogênio), e indiretamente por diminuir a secreção de histamina e gastrina. Também conhecido como inibidor do hormônio do crescimento. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo DEFESA Células mucosas – protegem a mucosa contra a acidez estomacal. Secretam muco (barreira física) e bicarbonato (barreira tamponante química). A secreção aumenta quando o estômago é irritado O excesso de secreção ácida resulta em úlceras peptídicas. INTESTINO DELGADO O quimo entra no intestino delgado através do esvaziamento viabilizado pelo óstio pilórico do estômago, iniciando a fase intestinal da digestão. → Nesse ponto do trato gastrointestinal, o quimo sofreu pouca digestão química, logo a passagem para o intestino deve ser controlada pelo óstio pilórico para evitar a sobrecarga. A motilidade no intestino delgado é controlada pelo plexo mioentérico (Auerbach) e promove a mistura do quimo com as enzimas digestivas (secreção hepática, pancreática e intestinal), que expõem os nutrientes para serem absorvidos pelo epitélio mucoso (jejuno- íleo) de superfície em borda de escova (microvilosidades). Estímulo da motilidade: inervação parassimpática e hormônios gastrina e CCK (colecistocinina). Inibição da motilidade: inervação simpática. Esse tipo de peristaltismo é denominado complexo mioelétrico migratório (CMM) – iniciado na parte inferior do estômago, e empurra o quimo para a frente ao longo de um trecho curto do intestino delgado antes de cessar. O CMM desce lentamente pelo intestino delgado, alcançando o final do íleo em 90- 120 min. Com o fim de um, outro CMM começa no estômago. Ao todo, o quimo permanece no intestino delgado entre 3 a 5 horas. SECREÇÕES INTESTINAIS Enzimas digestórias → produzidas pelo epitélio intestinal e pelo pâncreas exócrino. Vias de controle: sinais neurais, hormonais e parácrinos. Estímulo: neurônios parassimpáticos do nervo vago. Bile → produzida no fígado e secretada pela vesícula biliar no duodeno. Solução não-enzimática que facilita a digestão de gorduras. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo Bicarbonato → produzido no pâncreas e liberado na porção do duodeno. Neutraliza o quimo proveniente do estômago. Liberado em resposta a estímulos neurais e à secretina. Muco → secretado pelas células caliciformes intestinais. Proteção do epitélio. Lubrificação do conteúdo intestinal. Solução isotônica de NaCl → células das criptas do intestino e do cólon. Mistura-se com o muco para auxiliar na lubrificação do conteúdo intestinal. O cloreto do líquido extracelular entra nas células via transportadores. DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS O quimo entra no intestino delgado com os macronutrientes parcialmente digeridos com a ação da amilase salivar. As moléculas de amido não digeridas nesse processo serão digeridas no intestino através da ação da amilase pancreática (suco pancreático). Sacarase: sacarose → glicose + frutose Lactase: lactose → glicose + galactose Maltase: maltose → glicose + glicose DIGESTÃO DE PROTEÍNAS → Iniciada no estômago (fragmentação em peptídeos). Enzimas do suco pancreático continuam a clivar as proteínas em peptídeos. Tripsina, quimotripsina, dipeptidase, carboxipeptidase e elastase. Cada enzima cliva as proteínas em posições de aminoácidos diferentes entre si. DIGESTÃO DE LIPÍDIOS No estômago há a ação da lipase lingual (secretada na cavidade oral) e lipase gástrica. Intestino → lipase pancreática (suco pancreático) Os triglicerídeos são emulsificados pela bile (contendo os sais biliares) antes de serem clivados. Triglicerídeos → ácidos graxos e monoglicerídeos (micelas). DIGESTÃO DE ÁCIDOS NUCLEICOS Através de nucleases contidas no suco pancreático. Ribonuclease → RNA Desoxirribonuclease → DNA ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Nutrientes → capilares situados nas vilosidades do intestino delgado → distribuição nos tecidos do corpo por meio do sistema circulatório. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo Exceção: gorduras → transportadas pelo sistema linfático. O sangue venoso proveniente do TGI vai para o sistema porta-hepático, que pode captar os nutrientes diretamente ou enviá- los para o fígado. Os hepatócitos possuem enzimas que metabolizam fármacos e xenobióticos, evitando que os mesmos cheguem à circulação sistêmica. ABSORÇÃO DE ELETRÓLITOS Íons provenientes das secreções gastrointestinais, alimentos e líquidos ingeridos. São recuperados para não serem eliminados pelas fezes. Sódio – os íons são transportados ativamente para fora das células absortivas por bombas de sódio- potássio basolaterais (NA+-K+ ATPases) depois que se moverem para as células absortivas por difusão e transporte ativo secundário. Bicarbonato, cloreto, iodeto e nitrato – seguem passivamente o Na+ ou são transportados ativamente. Ferro, potássio, magnésio e fosfato – absorvidos via transporte ativo. ABSORÇÃO DE VITAMINAS Lipossolúveis: são incluídas nas micelas e absorvidas por difusão simples. A,D,E e K. Hidrossolúveis: difusão simples. B e C. Obs: B12 – combina-se ao fator intrínseco e é absorvida no íleo por transporte ativo. ABSORÇÃO DE ÁGUA Via osmose do lúmen do intestino por meio das células absortivas e em seguida para o sangue. Depende da absorção de eletrólitos e nutrientes para manter um equilíbrio osmótico com o sangue. Os eletrólitos, monossacarídeos e aminoácidos absorvidos estabelecem um gradiente de concentração que promove a absorção da água por osmose. REGULAÇÃO DA FASE INTESTINAL 1. Quimo ao entrar no intestino SNE – reduz a motilidade gástrica e a secreção → retarda o esvaziamento gástrico junto ao CCK e o peptídeo inibidor gástrico (GIP). 2. Secretina Liberada pela presença de quimo ácido no duodeno. Inibe a produção ácida e diminui a motilidade gástrica. Estimula a produção de bicarbonato pancreático para neutralizar o quimo ácido. 3. CCK (colecistocinina) Secretada quando uma refeição contém gorduras. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo Diminui a motilidade gástrica e a secreção de ácido. Obs: como a digestão de gordura ocorre mais lentamente que a digestão de proteínas ou carboidratos, é fundamental que o estômago permita que apenas pequenas quantidades de gordura entrem no intestino em um determinado momento. 4. Hormônios incretinas (regulam o metabolismo da glicose) GIP e o peptídeo similar ao glucagon 1 (GLP-1) Atuam por antecipação Promovem a liberação de insulina pelo pâncreas endócrino As células se preparam para receber a glicose que será absorvida Retardam a entrada de quimo no intestino → diminuição da motilidade e secreção ácida. 5. Mistura de ácidos, enzimas e alimentos digeridos no quimo Formam uma solução hiperosmótica. Os osmorreceptores são estimulados pela alta osmolaridade, inibindo o esvaziamento gástrico. INTESTINO GROSSO No final do íleo, resta apenas 1,5L de quimo não absorvido. O cólon absorve a maior parte desse volume, restando apenas 0,1L de água para ser excretado nas fezes. O quimo passa para o intestino grosso através do óstio ileal (válvula ileocecal). Reflexo gastroileal → quando há intensificação do peristaltismo. Promove o relaxamento da papila ileal em ondas peristálticas e quando o quimo deixa o estômago. Também é estimulado pelo hormônio gastrina (relaxamento da válvula ileocecal). MOTILIDADE O quimo entra no cólon e continua a ser misturado. As saculações do cólon se enchem e se contraem para enviar o conteúdo para a próxima saculação. Movimento para frente → movimento de massa (contração colônica única) – leva o conteúdo do cólon para o reto. Peristaltismo – reflexo gastrocólico. DIGESTÃO E ABSORÇÃO A digestão ocorre através das bactérias que habitam o lúmen. Secreção de muco Sem ação enzimática As bactérias fermentam quaisquer carboidratos restantes, liberam hidrogênio, CO2 e metano (contribuem para os flatos no colo – flatulência). Proteínas restantes → aminoácidos → substâncias mais simples (indol e escatol [eliminados nas fezes – odor característico] sulfeto de hidrogênio e ácidos graxos [absorvidos e transportados para serem metabolizados no fígado]). Bilirrubina → pigmentos mais simples (estercobilina – coloração marrom das fezes). Viabilização da absorção de vitaminas (B e K) como produtos bacterianos. FORMAÇÃO E EXCREÇÃO DAS FEZES Formação: se dá após a absorção da água (consistência sólida). Composição: água, sais inorgânicos, células epiteliais da túnica mucosa do canal alimentar, bactérias, produtos da decomposição bacteriana, materiais digeridos e não absorvidos e partes não absorvidas de alimentos. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo Reflexo de defecação: iniciado pela distensão da parede retal. → Os receptores enviam impulsos nervoso sensitivos para a medula espinal sacral. Impulsos motores da medula viajam ao longo dos nervos parassimpáticos de volta para o cólon descendente, sigmoide, reto e ânus. A contração dos músculos longitudinais retais encurta o reto, aumentando a pressão no interior. Resulta na defecação. O controle do esfíncter externo do ânus é voluntário. REGULAÇÃO DAS FASES DA DIGESTÃO FASE CEFÁLICA Estímulos: olfato, a visão, o pensamento ou o gosto inicial da comida. Local: centros neurais no córtex cerebral, hipotálamo e tronco encefálico. Ação: o tronco encefálico ativa os nervos facial e glossofaríngeo que estimulam as glândulas salivares a secretar saliva. Ativa também o nervo vago, que estimula as glândulas gástricas a secretarem o suco gástrico. Objetivo: preparar a boca e o estômago para o alimento que está prestes a ser ingerido. FASE GÁSTRICA REGULAÇÃO NEURAL Estímulos: distensão e aumento do pH do estômago com a chegada do bolo alimentar. Local: quimiorreceptores (monitoram o pH) e receptores de estiramento → os impulsos se propagam para o plexo submucoso, onde ativam neurônios parassimpáticos e entéricos. Ação: ciclo de feedback negativo neural, ondas de peristaltismo e estímulo do fluxo de suco gástrico. Objetivo: misturar o bolo alimentar com o suco gástrico, diminuir o pH do quimo para viabilizar a digestão enzimática e diminuir a distensão das paredes do estômago para enviar o alimento para o intestino delgado. REGULAÇÃO HORMONAL Estímulos: distensão do estômago, proteínas parcialmente digeridas, pH elevado em decorrência da presença do quimo no estômago, cafeína no quimo gástrico e acetilcolina liberada pelos neurônios parassimpáticos. Local: células parietais. Ação: secreção de gastrina. Objetivo: estímulo da secreção de suco gástrico, contração do esfíncter esofágico para impedir o refluxo, aumento da motilidade do estômago, relaxamento do esfíncter pilórico (esvaziamento gástrico). Inibição da secreção de gastrina: pH<2,0 Estímulo da secreção de gastrina: aumento do pH. Mecanismo de feedback negativo. FASE INTESTINAL REGULAÇÃO NEURAL Estímulos: distensão do duodeno pela presença de quimo. Local: receptores de estiramento da parede duodenal → enviam impulsos nervosos para o bulbo, inibindo estímulo parassimpático e estimulam os nervos simpáticos que inervam o estômago. Ação: reflexo enterogástrico. Objetivo: diminuir a motilidade gástrica para não sobrecarregar o intestino (diminuição do esvaziamento), aumento na contração do esfíncter pilórico. REGULAÇÃO HORMONAL Estímulos: presença de aminoácidos de proteínas parcialmente digeridas e ácidos graxos de triglicerídeos parcialmente UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo digeridos no quimo (CCK) / Presença do pH ácido do quimo no duodeno (secretina). Ação: secreção de CCK e secretina. Objetivo: estimulação da secreção de suco pancreático e bile, contração do esfíncter pilórico, sensação de saciedade (ativação do hipotálamo), crescimento normal e manutenção do pâncreas (CCK)/ Estímulo do fluxo do suco pancreático para tamponar a acidez com o bicarbonato. Inibe a secreção de suco gástrico, promove o crescimento normal e manutenção do pâncreas (secretina). CIRURGIA BARIÁTRICA Objetivo: tratamento da obesidade mórbida ou grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. REQUESITOS Independentes de comorbidades: IMC>40 kg/m² Presença de comorbidades: IMC entre 35 e 40 kg/m² Presença de comorbidades consideradas graves por médico especialista: IMC entre 30 e 35 kg/m². Idade: entre 18 e 65 anos Acima de 65 anos – avaliação individual Abaixo de 16 anos – consentimento da família/responsável legal e acompanhamento durante a recuperação. TIPOS DE PROCEDIMENTOS Restritivos: diminuem a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de receber. Restringem a quantidade e induzem a sensação de saciedade precoce. Disabsortivas: alteram principalmente a absorção dos nutrientes a nível de intestino delgado – cirurgias de by-pass ou desvio intestinal. Reduzem o tempo do alimento no transito intestinal, reduzindo a capacidade de absorção e levando ao emagrecimento. Também podem realizar uma intervenção na parte gástrica. Mistas: restrição da capacidade de receber o alimento pelo estômago (diminuição no volume) e desvio curto do intestino com disabsorção. Cirurgia de by- pass gástrico ou cirurgia de fobi-capella. TÉCNICAS CIRÚRGICAS BYPASS GÁSTRICO Tipo mais comum de intervenção cirúrgica. Procedimento misto. → Consiste no grampeamento do estômago (redução do volume) e desvio do intestino. Aumento da saciedade e diminuição da fome. GASTRECTOMIA VERTICAL Procedimento restritivo. → O estômago é transformado em um tubo (diminuiçãoda capacidade) de capacidade de 80-100 ml. DUODENAL SWITCH Associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo → Consiste na retirada de 60% do estômago com a manutenção da anatomia básica e fisiologia do esvaziamento. → O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL Procedimento restritivo. → Um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago, possibilitando o controle do esvaziamento. CIRURGIA LAPAROSCÓPICA Cirurgia feita através de pequenos orifícios com o uso de longas pinças cirúrgicas e televisão ou monitor cirúrgico. Aplicada em todas as técnicas. COMPLICAÇÕES CLÍNICAS PÓS- OPERATÓRIAS Distúrbios nutricionais: desnutrição proteica, deficiências de ferro e zinco e deficiências vitamínicas (tiamina, niacina, cobalamina, ácido fólico, vit. D, A e E). Causados pela ingestão nutricional deficiente e má absorção decorrente da técnica cirúrgica. UC 5 | P2 | Problema 3 | por Laís Raposo
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