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Modelos da Administração Pública

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ENSAIO SOBRE OS MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Andressa Vieira Silva 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este ensaio aborda os modelos de administração pública no mundo e, em sua 
conclusão, faz uma breve reflexão sobre o momento atual do Brasil. Como base foram 
usados os artigos “A nova gerência pública”, de Derry Ormond e Elke Löffler, “O 
impacto do modelo gerencial na Administração Pública: Um breve estudo sobre a 
experiência internacional recente”, de Fernando Luiz Abrucio, e “As reformas 
administrativas no Brasil: modelos, sucessos e fracassos”, de Olavo Brasil de Lima 
Junior. 
 
 
MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O modelo burocrático weberiano começou a demonstrar sinais de esgotamento a 
partir da grande crise econômica mundial, nos anos 70, quando se encontrava cada vez 
mais voltado para si mesmo sem ouvir as demandas da sociedade, havia insuficiências 
de recursos públicos, avanço da ideia das privatizações e o poder estatal encontrava-se 
enfraquecido (ABRUCIO, 1997). Nesse contexto, surge o modelo gerencial 
apresentando uma solução para os anseios do povo através do controle dos gastos 
públicos e da entrega de serviços públicos de melhor qualidade. Além disso, de acordo 
com Abrucio (1997), os reformadores da década de 80 propuseram o modelo gerencial 
com a promessa de aumentar a eficiência, tornar a atuação da administração pública 
mais flexível e cortar gastos. 
Entretanto, Abrucio (1997) ressalta que o modelo do gerencialismo também 
sofreu críticas como as feitas por Christopher Pollitt, que classificou o modelo como 
“neotaylorismo”, pois é baseado na produtividade alcançada pelo setor privado. Esse 
modelo também é criticado, muitas vezes, por ser considerado neoliberal já que as 
reformas administrativas que prezam pelos cortes orçamentários e pela redução do 
funcionalismo são geralmente implantadas por esse tipo de governo, como, por 
exemplo, o de Thatcher, na Grã-Bretanha, e de Reagan, nos Estados Unidos. 
Os padrões gerenciais na administração pública começaram a ser introduzidos de 
forma mais robusta em países anglo-saxões e, após, pela Europa continental e Canadá, 
por isso Abrucio (1997) explana sobreas visões inglesas que surgiram a respeito do 
gerencialismo. De acordo com o autor, as teorias são classificadas em “modelo 
gerencial puro”, “consumerism” e “public service orientation” e se diferem 
principalmente quanto ao seu objetivo principal e quanto a sua relação com a sociedade. 
Embora haja divergências entre eles, esses modelos não são rigidamente divididos, na 
verdade há uma agregação de características positivas de cada um deles. 
O Brasil já passou por diversas reformas administrativas transitando do modelo 
patrimonialista para o burocrático e, depois, para o gerencial. Entretanto, conforme 
Lima Junior (1998), o Brasil nunca teve uma burocracia do tipo weberiano, assim como, 
nunca teve exclusivamente o modelo gerencialista. O país sempre apresentou 
características da burocracia weberiana coexistindo com práticas patrimonialistas. 
Nesse sentido, Ormond e Löffler (1999) evidenciam que a administração pública 
deveria estar sempre buscando melhorar e adaptando esses modelos à realidade de cada 
país, pois não existe uma solução única para todo o setor público já que existe uma 
diversidade organizacional em cada Estado. Ainda de acordo com os autores, 
determinado modelo poderia servir para um setor e não para outro dentro da mesma 
instituição, por isso deve existir uma adaptação a cada cultura e estrutura. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Conforme os trabalhos abordados, as reformas administrativas são necessárias, 
pois os modelos vão se esgotando e é preciso adaptá-los de acordo com o momento pelo 
qual o país está passando. 
Atualmente, no Brasil, estamos vivenciando uma nova proposta de reforma 
administrativa onde o governo deseja cortar gastos, reduzir o número de servidores 
públicos e diminuir o tamanho do Estado através de privatizações. Essas medidas 
remetem a outras reformas que já aconteceram no Brasil e em outros países como na 
Grã-Bretanha, no governo de Thatcher. 
Entretanto, a reforma que gostaríamos de ver seria a da redução dos gastos 
públicos mediante a modernização da administração pública, do controle da corrupção 
através do aumento da transparência e do fim da impunidade tanto para empresários 
quanto para os agentes públicos corruptos, além de um sistema tributário em que os 
mais ricos contribuíssem mais do que o restante da população. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABRUCIO, F. L. O impacto do modelo gerencial na Administração Pública: Um breve 
estudo sobre a experiência internacional recente. Caderno ENAP, Brasília, n. 10, p. 1-
52, 1997. 
 
JUNIOR, O. B. DE L. As reformas administrativas no Brasil: modelos, sucessos e 
fracassos. Revista do Serviço Público, v. 49, n. 2, p. 5-31, 1998. 
 
ORMOND, D.; LÖFFLER, E. A nova gerência pública. Revista do Serviço Público, v. 
50, n. 2, p. 66-96, 1999.

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