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Mandado de Segurança contra Tramitação de Projeto de Lei

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___________________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, MINISTRO LUIZ FUX
XXXXXXXX, brasileiro, casado, DEPUTADO FEDERAL
pelo partido xxx, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº xxxxxxxxx
com endereço profissional no Palácio do Congresso Nacional,
Praça dos Três Poderes, Brasília/DF, CEP 70.160-900,
Telefone (xx) xxxx-xxxx, local onde receberá intimações, vêm,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de
seu advogado e com fulcro na Lei n° 12.016/2009, impetrar: 
MANDADO DE SEGURANÇA 
COM PEDIDO DE LIMINAR, contra ato coator praticado pelo
PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL, Sua Excelência,
senador xxxxxx, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, autoridade que deve
ser citada no Palácio do Congresso Nacional, Praça dos Três
Poderes, Brasília/DF, CEP 70160-900, requerendo-se, nos
termos do art. 7º, II, da Lei n° 12.016/2009, uma vez que a
Autoridade Coatora está vinculada ao Senado Federal, se dê
ciência do feito ao seu órgão de representação judicial, qual
seja, a Procuradoria Parlamentar, que poderá ser notificada no
mesmo endereço da autoridade coatora. 
I. Das circunstâncias fáticas
O presente Mandado de Segurança concerne a fatos ocorridos no Congresso
Nacional, local onde o PL XXXX, de iniciativa privativa do Presidente da República, o qual
teve seu andamento legislativo iniciado no Senado Federal. 
O Deputado Federal XXXX entende que a tramitação do referido PL deveria
ter começado na Câmara dos Deputados, em razão de dispositivo constitucional referente ao
devido processo legislativo. Tendo suas tentativas frustradas de suspender o andamento do
PL XXX com base em disposições regimentais.
Nesse diapasão, procedimento legislativo padece de inconstitucionalidade
capaz de justificar a interrupção do processamento do PL XXXX, posto que não foi
observado o devido procedimento legislativo. Como a seguir será demonstrado, foi violado o
regramento do artigo 64, caput, da Constituição Federal. 
II. CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E LEGITIMIDADE DOS
PARLAMENTARES PARA REALIZAREM A IMPETRAÇÃO
Primeiramente, demonstra-se oportuno salientar que os parlamentares,
Deputados e Senadores, possuem legitimidade ativa para impetrar Mandado de Segurança
contra a tramitação de Projeto de Lei que viole normas de devido processo legislativo
estabelecidas no texto constitucional ou que sejam tendentes a abolir cláusulas pétreas. 
Trata-se de modalidade excepcional de controle preventivo da
constitucionalidade das leis, que se exerce quando o próprio processamento da Projeto de Lei
já viola a Constituição. Paulo Gonet e Gilmar Ferreira Mendes esclarecem o ponto: 
“Ainda sob a Constituição de 1967/69, o Supremo Tribunal Federal,
no MS 20.257, entendeu admissível a impetração de mandado de
segurança contra ato da mesa da Câmara ou do Senado Federal,
asseverando-se que quando ‘a vedação constitucional se dirige ao
próprio processamento da lei ou da emenda (...), a
inconstitucionalidade (...) já existe antes de o projeto ou de a
proposta se transformarem em lei ou em emenda constitucional,
porque o próprio processamento já desrespeita, frontalmente, a
Constituição’. Atualmente, a jurisprudência do Tribunal está
pacificada no sentido de que ‘o parlamentar tem legitimidade ativa
para impetrar mandado de segurança com finalidade de coibir atos
praticados no processo de aprovação de leis e emendas
constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo
constitucional’.”1
Ademais, registra-se que a jurisprudência do STF é uníssona em afirmar a
possibilidade do emprego do Mandado de Segurança na hipótese do caso em tela. Confiram-
se os seguintes precedentes:
“1. Mandado de Segurança impetrado por Senadores, para que seja
impedida a votação, em 2º turno, no Senado Federal, de proposta de
Emenda Constitucional nº 7, que ‘visa a introduzir na Carta Magna o
instituto da reeleição para os cargos de Presidente da República,
Governadores de Estado e Prefeitos Municipais’. 2. Alegação de que
a tramitação do Projeto estaria viciada, desde a votação, em 1º e 2º
turnos, na Casa de Origem (Câmara dos Deputados - P.E.C. nº 1, de
1995), já que dois Deputados teriam admitido o recebimento de
1MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito
constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007, p.516-7
vantagens indevidas, em troca do voto favorável; e três outros teriam
sido cooptados, pela mesma forma.3. Invocação do direito ao ‘devido
processo legiferante’ e do princípio constitucional da moralidade.”2
 “O Supremo Tribunal Federal admite a legitimidade do parlamentar
- e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança
com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação
de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições
constitucionais que disciplinam o processo legislativo.” 3
“O parlamentar tem legitimidade ativa para impetrar mandado de
segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de
aprovação de leis e emendas constitucionais que não se
compatibilizam com o processo legislativo constitucional.”4
Diante o exposto, restou demonstrada a legitimidade ativa do impetrante do
presente mandado de segurança, ante a subsunção entre a circunstância fática e as hipóteses
de impetração do remédio constitucional. Nessa toada, segue-se para a análise da autoridade
coatora.
III. AUTORIDADE COATORA E ATO COATOR
A autoridade coatora é o Presidente do Senado Federal, a quem incumbe
conduzir as votações, submetendo as matérias ao Plenário e o dever de zelo ao cumprimento
do regramento constitucional. Confira-se o art. 48, VI, VIII e XI, do Regimento Interno do
Senado Federal:
“Art. 48. Ao Presidente compete: 
VI – designar a Ordem do Dia das sessões deliberativas e retirar
matéria da pauta para cumprimento de despacho, correção de erro ou
omissão no avulso eletrônico e para sanar falhas da instrução;
VIII – fazer observar na sessão a Constituição, as leis e este
Regimento;
XI – impugnar as proposições que lhe pareçam contrárias à
Constituição, às leis, ou a este Regimento, ressalvado ao autor
recurso para o Plenário, que decidirá após audiência da Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania; ”.
O ato coator consiste na manutenção do processamento da PL n. XXX, criado
pelo Presidente da República, tendo como casa iniciadora o Senado Federal, ocorreu a
violação do artigo 64, caput, da Constituição Federal.
IV. VIOLAÇÃO DO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO FIXADO NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
2STF, MS 22864 MC-QO/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, J. 04.06.1997, DJ 16.11.2001. 
3STF, MS 24667 AgR/DF, Rel. Min. Carlos Velloso, J. 04.12.2003, DJ 23.04.2004. 
4STF, MS 24642/DF, Rel. Min. Carlos Velloso, J. 18.02.2004, DJ 18.06.2004. 
IV. 1. Violação do artigo 64, Caput, da Constituição Federal
O presente Mandado de Segurança concerne a fatos ocorridos no Congresso
Nacional, local onde o PL XXXX, de iniciativa privativa do Presidente da República, o qual
teve seu andamento legislativo iniciado no Senado Federal. 
Diante da circunstância ocorrida e a não exitosa correção da
inconstitucionalidade pela via regimental, o Deputado Federal XXXX, por intermédio de seu
procurador, vem perante vossa excelência, demonstrar que o procedimento legislativo do PL
XXXX padece inconstitucionalidade, posto que não foi observado o regramento do artigo
64, caput, da Constituição Federal.
A produção da lei exige a observância de pressupostos e requisitos
procedimentais, cuja observância é imprescindível para a lei ser constitucional. Dessa
maneira, verifica-se que a própria Constituição regula o modo como a lei e outros atos
normativos primários – previstosno art. 595 – devem ser criados, estabelecendo quem tem
competência para produzi-los e os requisitos procedimentais que devem ser observados para a
sua produção.
Quando há o desrespeito às formalidades procedimentais, chama-se de
inconstitucionalidade formal, pois deriva de defeito na formação do ato normativo, o qual
pode estar na violação de regra de competência ou na desconsideração de requisito
procedimental.6 
Nessa toada, é possível constatar, no caso em tela, que trata-se de hipótese
típica violação do “devido processo legislativo”. A violação ao “devido processo legislativo”
é uma das hipóteses em que o Supremo Tribunal Federal tem realizado controle preventivo de
constitucionalidade. Deputados e senadores podem impetrar mandado de segurança
requerendo a interrupção do processamento de Projeto de Lei ou de Proposta de Emenda à
Constituição. 
Quando a norma procedimental violada encontra-se no regimento interno da
casa legislativa, o STF tem deixado de intervir, entendendo que a sua interpretação é questão
interna corporis ao Parlamento. Porém, quando a norma insere-se na própria Constituição
Federal, o STF garante a sua proteção. 
5Art. 59 da CF: “O processo legislativo compreende a elaboração de: I – emendas à Constituição; II – leis
complementares; III – leis ordinárias; IV – leis delegadas; V – medidas provisórias; VI – decretos legislativos;
VII – resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis”. 
6MITIDIERO, Daniel; SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Direito
Constitucional. 7ª.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.p.406.
No presente MS, se suscita exclusivamente a violação da norma
procedimental – positivada no artigo 64, caput, da Constituição Federal – uma vez que o
procedimento legislativo, no caso em apreço, iniciou na casa diversa da prevista
constitucionalmente.
Por conseguinte, passa-se a requerer o que segue.
V. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA E MEDIDA CAUTELAR
Presentes os requisitos legais do fumus boni iuris e do periculum in mora,
requer-se o deferimento de liminar para que seja imediatamente suspensa a tramitação do PL
nº XXXX, de modo a preservar o direito dos Impetrantes a não ter que atuar na discussão e
votação de proposição conduzida de maneira contrária ao texto constitucional. A suspensão
durará até que ocorra o julgamento final do presente Mandado de Segurança.
O perigo na demora da prestação jurisdicional decorre do fato de que do PL nº
XXXX, como iniciou em casa diversa da prevista constitucionalmente, manchará toda e
qualquer votação e deliberação que seja realizada, uma vez que presente o vício gravíssimo
em sua condução. 
A presença do fumus boni iuris é evidente, uma vez que é notória, ante o
quadro fático exposto, o descumprimento do regramento previsto no artigo 64, caput, da
Constituição Federal.
 Pelo exposto, requer-se a concessão de liminar para que seja suspenso o
processo de votação e deliberação do PL nº XXXX, atualmente em tramitação no Senado
Federal, até que se julgue o mérito do presente mandado de segurança. 
VI. PEDIDOS
Diante do exposto, considerada a manifesta gravidade e excepcionalidade da
situação descrita nos presentes autos, o Impetrante requer, com fulcro no art. 7º, III, da Lei n°
12.016/2009, que seja deferida liminar inaudita altera pars, para que seja imediatamente
SUSPENSA até o julgamento final de mérito deste mandado de segurança a tramitação do PL
nº XXXX,, preservando-se o direito líquido e certo dos Impetrantes em não ter que participar
de deliberação sobre proposição conduzida de forma evidentemente inconstitucional.
No mérito, requer-se a procedência da ação e concessão em definitivo da
segurança para que do PL nº XXXX, seja arquivada, preservando-se o direito líquido e certo
dos Impetrantes em não ter que atuar na discussão e votação de proposição conduzida de
forma evidentemente inconstitucional. 
Requer-se, ainda, que acate as provas que demonstram o direito líquido e certo
do impetrante que acompanham a presente petição inicial, confirmando a prova pré-
constituída como exigência no mandado de segurança (cópia do ato impugnado); determine a
notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo legal de dez dias,
entregando-lhe a segunda via da petição inicial acompanhada dos documentos reproduzidos
por cópia (art. 7.º , I, da Lei n. 12.016/2009); intime pessoalmente o representante judicial da
pessoa jurídica à qual está vinculada a autoridade coatora, nos termos do art. 7.º , II, da Lei n.
12.016/2009; determine a oitiva do membro do Ministério Público para oferecer parecer (art.
12, caput, da Lei n. 12.016/2009); fixe multa, nos termos do § 2.º do art. 77 do Código de
Processo Civil. 
Requer-se, por fim, a juntada da guia de recolhimento de custas em anexo, as
procurações dos Impetrantes e os demais documentos que instruem esta inicial. O procurador
do Impetrante declara a autenticidade das cópias dos documentos que instruem esta inicial.
Dá-se à causa o valor de alçada.
 Termos em que,
 pede e espera o deferimento. 
Brasília, 16 de março de 2021. 
OAB/XX de nº XXX.

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