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progesterona DHEA testosterona A esteroidogênese tem o colesterol como matéria-prima. Os hormônios esteroides sexuais são sintetizados nas gônadas, nas suprarrenais e na placenta. A contribuição dos ovários e do córtex da suprarrenal na produção dos hormônios pode ser observada a seguir: ORIGEM DOS ESTROGÊNIOS CIRCULANTES NO SEXO FEMININO Os estrogênios circulantes nas mulheres em idade reprodutiva são constituídos de uma combinação de estradiol com estrona (menos potente). Embora uma pequena quantidade de estriol seja produzida por meio de conversão periférica em mulheres não grávidas, sua produção é limitada principalmente a placenta durante a gravidez. O estradiol é o principal estrogênio produzido pelos ovários durante a menacme (período reprodutivo). Sua produção deriva diretamente da sínteses pelos folículos em desenvolvimento e da conversão da estrona. A estrona é secretada diretamente pelos ovários e também pode ser oriunda da conversão da androstenediona nos tecidos periféricos. Os androgênios são convertidos a estrogênios em muitos tecidos, mas principalmente a partir da aromatase na pele e no tecido adiposo. ORIGEM DOS ANDROGÊNIOS CIRCULANTES NO SEXO FEMININO Quando os androgênios, os ovários produzem principalmente a androstenediona e testosterona, além de pequena quantidade de desidroepianrosterona (DHEA). Embora o córtex adrenal produza principalmente mineralocorticoides e glicocorticoides, ele também contribui com aprox. 50% da produção diária de androstenediona, 90% da produção de DHEA (e com 100% da prod. da forma sulfatada). Cerca de 25% da testosterona circulante é secretada pelos ovários, 25% pelas suprarrenais e os 50% restantes a partir da conversão periférica de androstenediona. ciclo menstrual Endocrinologia Reprodutiva Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Biossíntese dos hormônios esteroides colesterol pregnenolona 17-OH progesterona 17-OH pregnenolona androstenediona estradiolestrona 1 2 2 3 3 4 4 4 5 5 6 6 Enzimas responsáveis pela conversão: 1. P450scc; 2. 17 alfa hidroxilase; 3. 17,20 liase (P450c14); 4. 3 beta hidroxiestoroide desidrogenase; 5. 17beta hibroxiesteroide desidrogenase; 6. Aromatase Afinidade de ligação do receptor esteroide. Formulação: podem ser administrados de forma oral, transdérmica, vaginal ou intramuscular. Vias de administração: por via oral, os medicamentos passam pelo fígado e intestino, com estes órgãos são locais de metabolização de esteróides, as concentrações podem ser alteradas até chegar no órgão- alvo. Metabolismo: dieta, consumo de álcool, tabagismo, exercício e estresse podem alterar o metabolismo dos esteroides. Doença tiroidiana também altera a taxa de metabolismo. Afinidade pelas globulinas de ligação. A eficácia dos tratamentos com estrogênios e progesterona é alterada por um grande número de fatores, tais como: Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Potência dos hormônios esteroides 80% da testosterona circulante está ligada à SHBG** (beta-globulina) (INATIVO) 19% ligado à albumina (parcialmente responsável pela ação androg) 1% livre (Responsável pela ação androgênica) 38% do estradiol ligado à SHBG 60% ligado à albumina 2% livre Derivados da progesterona Derivados da testosterona Derivados da espironolactona Quase todo o etinilestradiol circula ligado à albumina (maior biodisponibilidade) Origem dos Progestogênios **Estrogênios e hormônios tiroidianos aumentam expressão de SHBG. Androgênios e Insulina diminuem. HIPOTÁLAMO Desempenha papel central na iniciação do ciclo menstrual, mas não atua de forma independente. Retroação entre a secreção ovariana e o eixo hipotálamo-hipófise = Ciclicidade endócrina. Anatomia Formado por corpos celulares reunidos em núcleos. Possui múltiplas conexões com diversas partes do cérebro, como sistema límbico, tálamo e ponte. Hipotálamo/Sistema Nervoso Central O hipotálamo é influenciado por essas conexões, devido a secreção de neurotransmissores (noradrenalina, serotonina, dopamina, ácido gama-aminobutpirico, etc) Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH) A estrutura funcional do hipotálamo é denominada gerador hipotalâmico, responsável pela síntese e liberação do GnRH de forma pulsátil (importante para não interromper a síntese e liberação de gonadotrofinas hipofisárias) O GnRH ou também chamado de hormônio de liberação do hormônio luteinizante (LHRH), é secretado pela porção do hipotálamo conhecida como núcleo arqueado ou infundibular. É captado e transportado pelo plexo capilar até a circulação porta-hipofisária. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Componentes funcionais da neuroendocrionologia Controla simultaneamente a secreção de gonadotrofinas (h. folículo estimulante - FSH e h. luteinizante - LH) pela hipofise anterior (adeno-hipófise). A secreção contínua pulsátil ocorre a cada 60-90 minutos no período anterior a ovulação (1ª fase ou fase folicular) e a cada 210-270 minutos após a ovulação (2ª fase ou fase lútea). Sistema Límbico (componente supra-hipotalâmico) Exerce influência sobre o perfeito funcionamento do hipotálamo. As emoções (estresse, depressão, ansiedade, fobias) podem influenciar a liberação pulsátil do GnRH hipotalâmico. Dopamina É considerada o fator de inibição da secreção de prolactina (PRL). Enquanto o hormônio tireotrófico (TRH) é considerado o maior estimulador da síntese de PRL. Serotonina e Melatonina Neurotransmissores que influenciam negativamente a secreção de gonadotrofinas. A melatonina é secretada na glândula pineal e, se produzida de forma elevada na infância, pode inibir o amadurecimento sexual. Sua secreção é regulada pela intensidade de luz atuando na retina e seu sítio principal é o hipotálamo, inibindo os pulsos de GnRH. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Endorfinas São peptídeos com ação semelhante à morfina e controlam a liberação hipofisária de gonadotrofinas, modulando o ciclo menstrual. Estudos sugerem que as beta-endorfinas inibem a liberação de FSH e LH pela hipófise. Ácido aracdônico Substância P De pain, em inglês, é um aminoácido encontrado no intestino, cérebro e nervos periféricos e tem ação neurotransmissora de impulsos dolorosos. Sua elevação no SNC está associada a hiperprolactinemia e à consequente diminuição das gonadotrofinas hipofisárias. HIPÓFISE Os hormônios produzidos pelo hipotálamo alcançam a hipófise anterior pela circulação porta-hipofisária. O ciclo menstrual pode ser definido como o conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo H- H-O e as consequentes modificações fisiológicas do organismo, visando à preparação para a ovulação e para uma futura gravidez. Durante cada ciclo menstrual, dois processos reprodutivos iniciais ocorrem: 1º Maturação folicular por estímulo hormonal e liberação de um óvulo a partir dos ovários. 2º Preparação do útero para receber o embrião, caso ocorra fertilização. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Conceitos fundamentais Ciclo menstrual normal Divisão do ciclo menstrual No início de cada ciclo menstrual, os níveis de hormônios esteroides gonadais são reduzidos e estão diminuídos desde o fim da fase lútea do ciclo anterior. Com o desaparecimento do corpo lúteo, os níveis de FSH começam a aumentar e um grupo de folículos em crescimento é recrutado. Cada um desses folículos secreta níveis cada vez maiores de estrogênio à medida que crescem durante a fase folicular. Por conseguinte, o aumento do estrogênio é o estímulo para a proliferação do endométrio uterino. Níveis crescentes de estrogênio produzem feedback negativo sobre a secreção hipofisária de FSH que começa a reduzir no meio da fase folicular. Além disso, os folículos em crescimento produzem inibina-B que suprime a secreção de FSH. Inversamente, no início o LH reduz em resposta aos níveis crescentes de estradiol, mas no final da fase folicular, o nível de LH aumenta consideravelmente. No final da fase folicular, antes da ovulação, há receptores de LH induzidos pelo FSH nas células granulosas e, com a estimulação do LH, modulam a secreção de progesterona.Após um grau suficiente de estimulação estrogênica, é deflagrado o pico de LH que é a causa da ovulação que ocorre após 24 a 36 horas. A ovulação anuncia a transição para a fase lútea-secretora. O nível de estrogênio diminui no início da fase lútea desde antes da ovulação até metade da fase lútea, quando começa aumentar novamente em virtude da secreção do corpo lúteo. Da mesma maneira, a inibina-A é produzida pelo corpo lúteo. CICLO OVARIANO Dividido em 3 fases: folicular, ovulatória e lútea. Folicular: do 1º dia da menstruação até o pico de LH, no meio do ciclo, um feedback hormonal promove o desenvolvimento ordenado de um único folículo dominante. Ovulatória: inclui o recomeço da meiose I após o pico de LH, pequeno aumento da produção de progesterona 12 a 24h antes da ovulação e rotura folicular propriamente dita. Lútea: período da ovulação até a menstruação. Ordem das variações hormonais: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.Os níveis de progesterona aumentam subitamente após a ovulação e podem ser usados como sinal presuntivo de que houve ovulação. 8. A progesterona, o estrogênio e a inibina-A, atuam em nível antral para suprimir a secreção de gonadotrofina e crescimento de novos folículos. Esses hormônios permanecem elevados durante toda a vida útil do corpo lúteo e depois diminuem com o seu desaparecimento, tornando possível o estágio para o próximo ciclo. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas CICLO UTERINO Dividido em 3 fases: proliferativa, secretora e menstrual. Fase Proliferativa O primeiro dia de sangramento vaginal é denominado como primeiro dia do ciclo menstrual e essa fase é caracterizada por crescimento mitótico progressivo da decídua funcional para o preparo do endométrio para a implantação do embrião na resposta a níveis circulantes crescentes de estrogênio. Nessa fase, as glândulas se tonam mais longas e tortuosas, além do estroma se tornar uma camada compactada e densa que raramente são observadas estruturas vasculares. Fase Secretora No ciclo menstrual típico de 28 dias, a ovulação ocorre no 14º dia. Em 48 a 72 horas após a ovulação, o início da secreção de progesterona produz uma modificação do aspecto histológico do endométrio para a fase secretória. Nessa fase, as glândulas endometriais formam vacúolos com acúmulo de glicogênio. No 6º ao 7º dia pós-ovulatório, a atividade secretora das glândulas costuma ser máxima e o endométrio exibe preparo ideal para implantação do embrião. No 7º dia após a ovulação, há um aumento progressivo do edema e as artérias espirais tornam-se mais proeminentes e alongam-se e espiralam-se durante o resto da fase. Por volta de 2 dias antes da menstruação, grande número de neutrófilos migram do sistema vascular. Essa infiltração neutrofílica anuncia o colapso do estroma endometrial e o início do fluxo menstrual. Menstruação A causa do desprendimento da decídua funcional é a destruição do corpo lúteo e a queda da produção de estrogênio e progesterona. Com a falta de esteroides sexuais, há um profundo espasmo vascular da artéria espiral que acaba por provocar a isquemia endometrial. Concomitantemente a este evento, há ruptura dos lisossomos e a liberação de enzimas proteolíticas que promovem a destruição adicional do tecido endometrial, provocando, dessa maneira, o fluxo menstrual. Durante estas fases ocorrem alterações do endométrio uterino. Os dois terços superficiais do endométrio são a zona proliferativa, sendo finalmente eliminada a cada ciclo se não houver gravidez. Esta porção cíclica do endométrio é chamada de decídua funcional. Enquanto o outro terço é a região mais profunda do endométrio e denominada de decídua basal. Esta última não possui proliferação mensal significativa, mas é a fonte de regeneração endometrial pós-menstrual. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas DDESENVOLVIMENTO FOLICULAR OVARIANO Interrupção e Reinício da Meiose do Ovócito As ovogônias formam apenas uma célula filha, chamada ovócito, a partir de cada célula precursora, sendo o excesso de material genético desprezado em três corpos polares. Quando as ovogônias começam a entrar em prófase I da meiose, são chamadas de ovócitos primários. Este processo começa com cerca de 8 semanas de gestação. Apenas as ovogônias que entram em meiose é que sobrevivem à onda de atrésia que varre o ovário antes do nascimento. Os ovócitos interrompidos na prófase em diplóteno permanecem assim até o momento da ovulação, quando se reinicia o processo de meiose. O mecanismo desta estase mitótica é mediado por um inibidor da maturação de ovócito (IMO) produzido pelas células granulosas. O IMO tem acesso ao ovócito através de junções comunicantes que unem o ovócito ao cumulus. Com o pico de LH no meio do ciclo ovariano, as junções comunicantes se rompem e a meiose I é reiniciada. Desenvolvimento Folicular O desenvolvimento do folículo ovariano ocorre desde a menarca até a menopausa. Durante essa fase de desenvolvimento, é permitido o recrutamento mensal de um grupo de folículos e, por fim, liberar um único folículo maduro durante a ovulação mensal. Folículos Primordiais O FSH assume o controle da diferenciação e do crescimento folicular, além de permitir que um grupo de folículos continue a diferenciação. O crescimento do ovócito e a expansão da única camada de células granulosas foliculares em múltiplas camadas de células cúbicas. Folículo Pré-Antral O ovócito em crescimento secreta uma substância rica em glicoproteínas (zona pelúcida) que o separa das células granulosas.Há uma proliferação das células tecais no estroma que fazem limite com as células granulosas. Os dois tipos celulares têm ação sinérgica, produzindo estrogênios que são secretados para a circulação sistêmica. Teoria das Duas Células – Duas Gonadotrofinas “Há uma subdivisão e compartimentalização da atividade de síntese de hormônios esteroides no folículo em desenvolvimento”. O LH estimula as células tecais a produzir androgênios (androestenediona), que são transferidos para as células granulosas para aromatização, estimulado pelo FSH com formação de estrogênios. Esses estrogênios produzidos localmente criam um microambiente no folículo favorável ao crescimento contínuo e à nutrição. Tanto o FSH, quanto os estrogênios locais servem para estimular a produção de mais estrogênio, a síntese e a expressão de receptores do FSH, além da proliferação e diferenciação de células granulosas. Em baixas concentrações de androgênios, servem para estimular a atividade da aromatase através de receptores nas células granulosas. Com maiores níveis de androgênios, há uma intensa atividade de 5 α-redutase, que converte os androgênios em formas que não podem ser aromatizadas. Esse microambiente androgênico inibe a expressão de receptores do FSH nas células granulosas, assim inibindo a atividade da aromatase e colocando o folículo em atrésia. O folículo dominante pode ser considerado como aquele que possui um microambiente ricamente estrogênico e mais receptores para FSH. À medida que cresce e se desenvolve, o folículo continua a produzir estrogênio, o que resulta em redução adicional do FSH circulante e criação de um ambiente mais adverso para folículos concorrentes que sofrem atrésia. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas Folículo Pré-Ovulatório É caracterizado por um antro cheio de líquido, composto de plasma com secreções das células granulosas. O ovócito permanece ligado ao folículo por um pedículo de granulosa, denominado cumulus oophorus. A inibina-B secretada na fase folicular é estimulada pelo FSH. A inibina-A é ativa na fase lútea. Ambas inibem a síntese e liberação de FSH. Ovulação O pico de LH causa aumento das concentrações de prostaglandinas e de enzimas proteolíticas que enfraquecem a parede do folículo. A ovulação representa uma extensão lenta do ovócito através de uma abertura no folículo e posterior extrusão do ovócito através desta abertura. Fase Lútea Após a ovulação, o revestimento folicular remanescente é transformado em corpo lúteo. As células da membrana granulosaque permanecem no folículo começam a acumular lipídeos e o característico pigmento luteínico amarelo. Essas células secretam progesterona que sustenta o endométrio da fase lútea. Nessa fase, o estrogênio e a inibina-A são produzidos em grande quantidade. A manutenção do corpo lúteo depende da produção contínua de LH. Os esteroides do corpo lúteo fornecem um feedback negativo e causam a redução de LH e FSH, então o corpo lúteo regredirá após 12 a 16 dias e formará o corpo albicans. Além disso, os esteroides diminuem os estímulos para o recrutamento folicular e a produção local da progesterona inibe o desenvolvimento e o recrutamento de folículos adicionais. Na ausência de gravidez, o corpo lúteo regride, consequentemente, a secreção dos esteroides diminui e resulta na desinibição central sobre a secreção das gonadotrofinas e possibilita que os níveis de FSH e LH se elevem novamente para um novo ciclo. Caso haja gravidez, o hormônio placentário denominado Gonadotrofina Coriônica (hCG) mimetizará o LH e estimulará o corpo lúteo a secretar progesterona e, dessa forma, mantendo o útero favorável à implantação e ao desenvolvimento do embrião. Raquel Jepsen - Medicina PUC Minas
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