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Força Espiritual ou Coragem

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Prévia do material em texto

Força Espiritual ou 
Coragem 
 
 
Título original: Spiritual Strength or Courage 
 
 
 
Extraído de The Christians Reasonable Service 
 
 
 
Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711) 
 
Traduzido e Editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Out/2016 
 
 
 
 
http://www.amazon.com/gp/product/B00A6EQVTE?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=B00A6EQVTE&linkCode=xm2&tag=thethreshold-20
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 à Brakel, Wilhelmus 
 Força espiritual ou coragem / Wilhelmus à Brakel, . – 
 Rio de Janeiro, 2016. 
 41p.;14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Fortaleza 2. Graça 3. Fé. 
 I. Título. 
 
 CDD 230 
3 
 
Sumário 
 
 
Introdução do Editor............................................ 
 
 4 
Introdução do Autor............................................. 
 
 6 
A Essência da Força Espiritual........................ 
 
11 
A Origem da Força Espiritual........................... 
 
13 
Os efeitos da Coragem Espiritual................... 
 
19 
Os Não Convertidos: Anulação de Força 
Espiritual e Coragem............................................ 
 
 
22 
O Santo Repreendido por Sua Força 
Deficiente................................................................... 
 
 
26 
Exortação para ser Corajoso............................. 
 
30 
Promessas de Deus Para Guerreiros 
Corajosos.................................................................... 
 
 
37 
Direções Finais para esta Guerra................... 
 
39 
 
 
 
 
 
4 
 
Introdução do Editor 
 
Consideramos apropriado fazer esta breve 
introdução ao conteúdo deste livro porque ele 
consiste na apresentação de um único capítulo 
dos muitos que compõem o extenso tratado 
escrito por Wilhelmus à Brakel na parte final do 
século XVII, quando ainda irrompiam grandes 
perseguições àqueles que haviam aderido à 
Reforma Protestante, por causa do seu afã de 
viverem e praticarem o genuíno evangelho de 
nosso Senhor Jesus Cristo à luz de tudo o que se 
encontra de fato contido nas Escrituras 
Sagradas, tanto do Velho quanto do Novo 
Testamento. 
Não poucos cristãos foram queimados em 
fogueiras, presos, expatriados, banidos pela 
sociedade de então, e sem a força e coragem das 
quais o autor trata neste capítulo de seu livro, 
seria impossível sustentar um bom testemunho 
cristão, 
Todavia, a par de considerar que permanece 
sendo verdadeiro tudo o que ele escreveu neste 
capítulo, não podemos esquecer que trata-se 
apenas de parte dos muitos assuntos relativos à 
fé sobre os quais ele discorreu na totalidade do 
seu tratado intitulado The Christians 
Reasonable Service, em relação ao qual temos 
nos entregado à tarefa de traduzir para a língua 
portuguesa capitulo por capítulo, e nos quais 
vislumbramos a grande sapiência e 
http://www.amazon.com/gp/product/B00A6EQVTE?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=B00A6EQVTE&linkCode=xm2&tag=thethreshold-20
http://www.amazon.com/gp/product/B00A6EQVTE?ie=UTF8&camp=1789&creativeASIN=B00A6EQVTE&linkCode=xm2&tag=thethreshold-20
5 
 
conhecimento bíblico e prático da vida cristã 
genuína do autor, e da grande ênfase que ele dá 
ao amor cristão, conforme este esteve em Jesus 
Cristo, o qual acolheu inclusive prostitutas, 
ladrões e assassinos que haviam se arrependido, 
bem como toda a sorte de pecadores. 
Ao cristão é recomendada a pacificação, a 
mansidão, amar inclusive seus inimigos e estar 
disposto a sofrer injúrias a ponto de tudo 
suportar por amor a Cristo e à Sua vontade, 
inclusive não resistindo aos perversos, senão 
manter-se numa atitude perdoadora e mansa 
mesmo quando lhe ferirem a face ou lhe 
obrigarem a caminhar uma milha. 
Entretanto, qualquer pessoa que ame a piedade 
e que a ela se aplique de fato há de repudiar e 
sentir aversão a toda forma de violência e 
corrupção, especialmente quando isto chega à 
intensidade e volume que temos encontrado em 
nosso próprio país presentemente. 
Isto deve ser combatido pelas armas espirituais 
da fé, da oração e de se firmar pessoalmente um 
bom testemunho na prática de tudo o que nos é 
ordenado na Palavra de Deus, fazendo-o na força 
e na coragem que o Espírito Santo nos supre 
mediante a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Introdução do Autor 
 
Não somente muito tempo decorre entre a 
promessa e a posse de tudo aquilo que a 
esperança seguramente antecipa, mas também 
deve ser esperada muita oposição dos inimigos. 
Portanto, a pessoa que exerce esperança precisa 
ser valente de maneira a tudo suportar e vencer 
todos os obstáculos. Nós, portanto, adicionamos 
à esperança, a força espiritual ou coragem. 
A força espiritual é uma firmeza inquebrantável 
de coração, dada por Deus a Seus filhos, por 
meio da qual, enquanto entretêm uma viva 
esperança de adquirir os benefícios prometidos, 
superam o medo de todo o perigo e oposição, 
sem ceder no seu engajamento na guerra 
espiritual, e corajosamente perseveram na 
obediência a Deus. 
O que se segue é um verdadeiro provérbio: 
Ardua pulchra quae, ou, coisas eminentes são 
difíceis de serem obtidas. Isso é verdade em 
ambos os assuntos naturais e espirituais. Essas 
coisas espirituais a serem adquiridas são mais 
eminentes. Aquele que não está familiarizado 
com elas, embora nunca se preocupe com elas, 
no entanto, não haverá qualquer risco e perigo 
para ele, mas, no caso daquele que está 
familiarizado, ele vai arriscar tudo por elas e vai 
fortalecer seu coração com esperança. Esta 
fortaleza, embora o mundo a classifique como 
teimosia e força de vontade, é, contudo, uma 
7 
 
virtude eminente. É um ornamento para o 
cristão que é agradável a Deus, terrível para o 
mundo, e pessoalmente benéfico. É uma virtude 
que Deus requer e para a qual os crentes são 
frequentemente exortados, ou seja, - Sê forte. 
A sede da força espiritual encontra-se na alma, 
no intelecto, na vontade e afeições do crente. 
Todos esses estão totalmente engajados em 
relação aos objetos em questão. Não é uma 
atividade física (embora isto também seja 
essencial na execução desta força), mas sim 
uma atividade da alma. Não é meramente uma 
atividade do intelecto, observando essa virtude 
em sua beleza, mas todas as faculdades estão 
ativas. Isto não é uma atividade que acontece 
ocasionalmente, mas muito mais do que isso, é 
uma propensão, uma disposição habitual e uma 
competência, que inicialmente é infundida por 
Deus, mas que é exercida pela influência do 
Espírito Santo, e que por muito exercício 
melhora e se torna mais forte. – Não temerá 
maus rumores; o seu coração está firme, 
confiando no Senhor. O seu coração está bem 
confirmado, ele não temerá, até que veja o seu 
desejo sobre os seus inimigos. (Sl 112: 7-8). O 
coração do não convertido não é o assunto desta 
força, porque está reprovado para toda boa obra 
espiritual (Tito 1:16). Eles não têm promessas, 
nem fé, nem esperança, nem a vida espiritual 
interna. Que força espiritual e coragem 
poderiam ter então? Somente os que são 
nascidos de novo do Espírito Santo 
8 
 
(regenerados) são os corajosos que temos 
mencionado, e eles têm o que acabamos de 
mencionar – algo que os não convertidos não 
têm. Todos os justos são ousados como um leão 
(Pv 28: 1). Para aqueles que são chamados a 
serem santos o apóstolo diz, - portai-vos 
varonilmente, e fortalecei-vos. (1 Cor 16,13). 
Tanto objeto e objetivo são idênticos aqui. A 
força espiritual se relaciona ao bem que deve 
ser adquirido e ao mal que deve ser vencido. 
(nota do tradutor: o bem e o mal aqui referidos 
são aqueles que são definidos pela Palavra de 
Deus e não propriamente por aquilo que os 
homens considerem como tal.) 
Deus promete muitos benefícios segundo a sua 
própriavontade ao corpo e à alma, mas, no 
entanto, o faz nas bases dos meios e ordenanças 
comandados por Ele. 
A pessoa que é valente espiritualmente falando 
está familiarizada com estes benefícios divinos, 
os ama, crê nas promessas, e as antecipa na 
esperança. Com essa perspectiva ela inicia seu 
esforço, o busca e procura apreendê-lo. Neste 
trabalho muita resistência será encontrada: 
perda de honra, posses, e até mesmo a vida. 
Alguém encontrará vergonha, desprezo, 
zombaria, ódio, oposição em todas perspectivas, 
pobreza, doença, e todo tipo de adversidade. 
Tudo isto tem o potencial de gerar medo, e 
através do medo, pode ser ocasionado qualquer 
tipo de interrupção, seja ela total ou parcial do 
esforço. Mas a coragem espiritual não vai ceder, 
9 
 
antes, perseverará ainda mais veementemente. 
Ela não pode ser movida por nada; nem mesmo 
pelo amor à própria vida (Atos 20:24). 
Enquanto assim ocupada, a alma pode sofrer de 
deserção espiritual e luta. A fé pode ser 
assaltada, e também a esperança pode ficar 
abalada ou ser atirada de lá para cá, de modo que 
a turbação interior é muitas vezes esmagadora. 
A pessoa corajosa, no entanto, prossegue como 
se fosse cega, e não sucumbindo, mantém a 
coragem e batalha como um herói corajoso, 
defendendo-se e infligindo danos aos inimigos 
espirituais. No entanto, um mal adicional surge 
- um mal que tem um efeito mais abrangente do 
que o mal anterior: o velho Adão. Este lisonjeia, 
seduz, e faz com que a pessoa se extravie. Aqui 
ela tropeça, lá ela cai, e então recebe uma ferida 
dolorosa e depois novamente uma ferida mortal 
em sua alma. O que é bom é negligenciado, o 
mal é cometido, e isso é capaz de fazer um 
soldado espiritual descrer a respeito de seu 
estado, e levá-lo a se sentir sem esperança e 
tornar-se desanimado. No entanto, a força 
espiritual olha para o que é bom. Se o crente não 
pode permanecer em pé com sua carga, ele irá 
se rastejar com ela, e se ele sucumbe, ele vai se 
erguer novamente e renovar a batalha com nova 
coragem. Se ele não pode ver o seu caminho, ele 
acredita e confia no Senhor Jesus, encomenda o 
resultado a Ele, e está determinado a 
perseverar, independentemente de qual seja o 
custo. 
10 
 
Se o inimigo é muito forte e ele é vencido, ele 
vai, no entanto, fazer o seu melhor e não se 
renderá - aquele que é colocado para o pior na 
batalha também está lutando. Assim, tanto o 
bem e o mal são os objetos da atividade da força 
espiritual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
A Essência da Força Espiritual 
 
A essência integrante da força espiritual 
consiste em uma firmeza valente de coração. 
Esta, por sua vez consiste, antes de tudo, na 
existência de uma viva esperança. Os benefícios 
esperados são tão desejáveis que eles podem 
suportar tudo o que é desconfortável. 
A esperança na fidelidade e veracidade do Deus 
que faz as promessas torna a aquisição como 
uma firme e inquestionável verdade, que 
quanto mais forte o crente é, a este respeito, 
mais forte a sua coragem será. 
Em segundo lugar, isto consiste na vitória sobre 
o medo. A natureza recua diante do sofrimento 
e procura evitá-lo. A pessoa corajosa vence o 
medo, no entanto, porque vê que não há outra 
maneira de obter os benefícios desejados, 
enquanto ao mesmo tempo, percebe que tudo o 
que está em oposição não tem poder para vencê-
lo e impedi-lo de atingir seu objetivo, quando a 
ajuda Onipotente está do seu lado. Assim, o 
medo desaparece. - O Senhor é a minha luz e a 
minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a 
força da minha vida; de quem me recearei? (Sl 
27: 1); - Embora eu ande pelo vale da sombra da 
morte, não temerei mal algum (Sl 23: 4). 
Em terceiro lugar, isto consiste na perseverança 
no cumprimento do dever. Isto consiste em uma 
entrada corajosa no caminho que conduz à 
posse dos benefícios que se esperam, enquanto 
12 
 
se aguarda todos aqueles que podem ser 
encontrados. Assim, tal pessoa prossegue, em 
dependência de Deus e de Cristo, e confia em 
sua ajuda. 
Estas três questões constituem a firmeza 
valente de coração, ou a coragem espiritual. 
Observe esta disposição nas passagens 
seguintes: Quem nos separará do amor de 
Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a 
perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, 
ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti 
somos entregues à morte todo o dia; somos 
reputados como ovelhas para o matadouro. 
Mas em todas estas coisas somos mais do que 
vencedores, por aquele que nos amou. 
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a 
vida, nem os anjos, nem os principados, nem as 
potestades, nem o presente, nem o porvir, 
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma 
outra criatura nos poderá separar do amor de 
Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. 
(Rm 8:35, 37-39) - Portanto, meus amados 
irmãos, sede firmes e constantes, sempre 
abundantes na obra do Senhor, sabendo que o 
vosso trabalho não é vão no Senhor. (1Co 15:58). 
 
 
 
 
 
 
13 
 
A Origem da Força Espiritual 
 
A origem desta força é Deus. - Esforçai-vos, e 
ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que 
esperais no Senhor. (Sl 31:24); - Dá força ao 
cansado, e multiplica as forças ao que não tem 
nenhum vigor. (Is 40:29). 
Isto requer uma análise mais aprofundada para 
verificar como Deus é operativo a este respeito, 
e como Ele faz com que o homem seja ativo por 
vários meios - sendo estes meios causas 
secundárias. 
Primeiro, Deus concede uma visão clara da 
glória do fim a ser alcançado, ou seja, dos 
benefícios a serem adquiridos. Ele apresenta a 
aquisição deles como sendo um fato certo e 
imutável. Quanto mais claramente o intelecto 
percebe o fim em vista e quanto mais 
poderosamente o coração é seguro de sua 
certeza, haverá uma maior força espiritual e 
será mais fervorosa a sua manifestação. Observe 
isto no Senhor Jesus, - que em troca da alegria 
que lhe estava proposta, suportou a cruz, 
desprezando a ignominia (Hb 12: 2). Observe isso 
também em Moisés, que estimou o opróbrio de 
Cristo por maiores riquezas do que os tesouros 
do Egito; porque tinha em vista recompensa (Hb 
11,26). 
Em segundo lugar, Deus assegura a alma quanto 
à Sua ajuda e apoio, e imprime no coração a Sua 
promessa em relação a isso. 
14 
 
- Não temas, porque eu sou contigo; não te 
assombres, porque eu sou teu Deus; eu te 
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra 
da minha justiça. (Is 41:10). Um crente recebe 
essas promessas, pela fé e se fortalece por meio 
delas. Como alguém que em uma tempestade se 
encontra muito fraco para permanecer de pé se 
agarra a um poste ou uma árvore e permanece 
de pé devido à sua imobilidade, a pessoa 
corajosa da mesma forma se apropria da força 
do Senhor, e, portanto, permanece forte e 
inabalável. - Ou que se apodere da minha força, 
e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo. (Is 
27: 5). Isto é o que Davi fez. - Mas Davi se 
fortaleceu no Senhor seu Deus (1 Sam 30: 6). 
Em terceiro lugar, o Senhor mostra as 
limitações, a insignificância e a impotência de 
tudo o que se opõe. Ele mostra que ter a honra 
do homem, seu amor, os bens deste mundo, e 
tudo o que parece belo e glorioso nele, são na 
realidade nada, e que ele pode perder tudo isso 
e, no entanto, estar alegre (Hab 3: 17-18). O 
Senhor mostra que Ele é a sua porção todo-
suficiente (Lam 3:24), e que tudo o que é belo 
neste mundo quando comparado a esta porção é 
como refugo (Fp 3: 8). Ele mostra que todo o 
ódio, mal, e perseguição dos homens não é nada 
mais do que um saco de ar, uma vez que eles não 
podem se mover nem agitar além da Sua 
vontade, e que pobreza, adversidade, etc., são 
apenas uma leve tribulação que vai passar muito 
facilmente (2 Cor 4:17). Assim as almas são 
15 
 
fortificadas, a tal ponto que até mesmo sentirão 
prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas 
necessidades, nas perseguições, nas angústias 
por amor de Cristo,porque quando são fracos, é 
que são fortes, e portanto, se gloriarão nas suas 
tribulações, a fim de que o poder de Cristo 
repouse sobre eles (2 Cor 12: 9-10). 
Em quarto lugar, o Senhor mostra-lhes a 
bondade e a justiça das coisas que eles têm que 
suportar - mostrando-lhes que Ele ordenou a 
fazê-lo e que nada do que sucede é a causa, 
senão Ele próprio. Isto os torna corajosos na 
batalha. Eles consideram que é a sua honra, que, 
por causa de Jesus, possam lutar contra os 
inimigos e que eles sejam feridos nesta batalha. 
Isto possibilitou que os apóstolos - de maneira 
surpreendente – falassem com liberdade diante 
do grande Sinédrio (Atos 4:13), e tendo sido 
açoitados, partiram se regozijando por terem 
sido considerados dignos de sofrer afrontas por 
esse Nome (Atos 5:41). 
Em quinto lugar, o Senhor mostra-lhes a 
impiedade e injustiça dos que os oprimem. 
Assim como eles reconhecem que o Senhor é 
justo Juiz, assim também observam que Ele 
odeia seus perseguidores, a sua causa e seus 
objetivos malignos. Ele próprio deverá, 
portanto, esforçar-se contra eles e recompensá-
los de acordo com suas iniquidades. Isto 
engendra a coragem, e ao mesmo tempo 
triunfam exultando sobre eles, dizendo - O 
Senhor está comigo; não temerei o que me 
16 
 
possa fazer o homem. O Senhor está comigo 
entre aqueles que me ajudam; por isso verei 
cumprido o meu desejo sobre os que me 
odeiam. 
É melhor confiar no Senhor do que confiar no 
homem. É melhor confiar no Senhor do que 
confiar nos príncipes. Todas as nações me 
cercaram, mas no nome do Senhor as 
despedaçarei. (Sl 118: 6, 10). Isto encorajou Davi 
na batalha contra Golias, em que ele tinha 
desafiado o Senhor (1 Sam 17:45). 
Em sexto lugar, o Senhor mostra-lhes a ajuda 
que Ele já lhes oferecia, tanto para o corpo 
quanto para a alma. 
É como se Ele dissesse: - Quando você 
considerava tudo perdido; quando já havia 
pronunciado a sentença de morte sobre si 
mesmo; quando as coisas injustas tinham 
vantagem sobre você, sua fé sucumbiu, a sua 
esperança quase chegou ao fim, sua vida 
espiritual estava em um estado de estupor, e 
quando você de fato pensou – Isto está feito e isto 
nunca dará certo comigo de novo - não tenho eu 
então, frequentemente livrado você? Essa 
experiência traz muita força. - Disse mais Davi: O 
Senhor me livrou das garras do leão, e das do 
urso; ele me livrará da mão deste filisteu. (1 Sam 
17:37); O qual nos livrou de tão grande morte, e 
livra; em quem esperamos que também nos 
livrará ainda. (2 Cor 1:10). 
17 
 
Em sétimo lugar, o Senhor conforta a alma 
engajada em uma guerra por assegurar-lhe a 
Sua graça no seu interior. É como se Ele dissesse 
para ela, - A minha graça é suficiente para ti. Se 
eu sou o teu Deus, se eu te perdoar de todos os 
seus pecados, te amar, preservá-lo por meu 
poder, e finalmente lhe glorificar eternamente, 
então não está tudo bem? Portanto, eu faço isso 
e devo fazê-lo. Eu não te deixarei e nem te 
desampararei. 
Sê, portanto, corajoso e eu estarei contigo. O mal 
que tu temes não pode ou não será capaz de 
trazer sobre ti o que tu temes. Ou então, vou dar-
te resistência suficiente para suportar isso e vou 
fazer com que isso se transforme para o seu 
bem. 
- Quando passares pelas águas estarei contigo, e 
quando pelos rios, eles não te submergirão; 
quando passares pelo fogo, não te queimarás, 
nem a chama arderá em ti. (Is 43: 2) - Eu serei 
contigo. Tenha, portanto, bom ânimo e lute 
valentemente. Quando a alma é consolada de tal 
forma, é como se ela recebesse asas para voar 
como uma águia, para correr e não se cansar; e 
caminhar e não desfalecer. 
Em oitavo lugar, o desespero às vezes também 
gera força - o que é muito surpreendente. Se, 
devido ao medo, você não faz nada, senão 
encolher; se você está numa baixa condição e 
tem desanimadamente sucumbido à cruz; se em 
todas as coisas você vai junto com o mundo; se 
durante as perseguições tem se escondido, foi 
18 
 
hipócrita, e negou a verdade; se em cada aspecto 
tem seguido os seus desejos e parece ter sido 
vencido por eles, eis que, em seguida, a vida que 
ainda está escondida dentro de você começa a se 
manifestar e você receberá a força na sua 
fraqueza. - Apagaram a força do fogo, escaparam 
do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na 
batalha se esforçaram, puseram em fuga os 
exércitos dos estranhos. (Heb 11:34). Assim 
como o fogo irrompe ainda mais 
veementemente devido a ser comprimido por 
frio circundante ou qualquer outra coisa, por 
isso ocorre o mesmo com o crente. A 
consciência é despertada, a fé torna-se ativa, e o 
medo desaparece, pois ele não tem nada a 
perder – isto não pode ser pior. Ele vai, assim, vir 
para a frente novamente e manifestar quem ele 
é. Ele vai se tornar mais forte do que jamais foi 
antes. As pessoas fracas dirão, - Sou forte (Joel 
3:10). Isto nós observamos ocasionalmente 
naqueles que negaram a verdade, ou seja, que 
eles se retrataram e suportaram o fogo com 
muito mais coragem do que alguém que tivesse 
permanecido firme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Os Efeitos da Coragem Espiritual 
 
O efeito de coragem espiritual é uma corajosa 
prevalência na batalha e perseverança em 
obediência para com Deus. 
Essa competência ou propensão que jamais se 
traduz em obras é inútil. Deus deu a seus filhos 
graça para esse propósito, não para que ela 
permanecesse dormente e escondida dentro 
deles, mas para que eles trabalhassem com ela. 
Particularmente, este valor corajoso não pode 
permanecer escondido, se a oportunidade está 
lá e sempre há oportunidades. Os inimigos estão 
sempre envolvidos na batalha contra a graça na 
vida do crente com a finalidade de erradicá-la, 
ou para impedir que ela seja exercida. Os 
crentes estão sempre cercados por injunções do 
Senhor para fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa. Há, portanto, sempre oportunidade para o 
exercício de coragem espiritual. 
Em primeiro lugar, o crente persevera na 
batalha. Um cristão deve estar continuamente 
na armadura, pois ele está na igreja militante. Os 
inimigos, o diabo, o mundo, e a carne estão 
continuamente ativos e continuamente 
assaltam a sua vida. Ele deve, portanto, ser 
continuamente ativo em resistir-lhes. O 
comando é: - Esforçai-vos por entrar pela porta 
estreita (Lucas 13:24); - ...exortar-vos a batalhar 
pela fé que uma vez foi dada aos santos. (Jude 3); 
20 
 
- Combate o bom combate da fé, toma posse da 
vida eterna (1 Tm 6:12). 
(1) Em uma batalha algo desejável está em jogo, 
que neste caso é a vida espiritual aqui e a 
felicidade futura. Os inimigos se levantam 
contra isso, desejam roubar isso do crente, e 
impedi-lo de se manifestar nesta vida. 
(2) O crente conhece o inimigo - ele sabe quem 
ele é e o qual é o seu objetivo. Os crentes estão 
de fato familiarizados com o diabo, o mundo, e 
sua própria carne, e os inimigos estão, por sua 
vez familiarizados com eles. 
(3) Há inimizade no coração. Assim, não há aqui 
somente uma contradição total de naturezas, 
que não podem deixar de buscar expulsar a 
outra, mas estão também no caminho da outra 
e mutuamente roubam a sua alegria. Portanto, 
elas não podem tolerar a presença da outra. 
(4) Há sutileza na tentativa de ganhar a 
vantagem. Os inimigos são espertos em tirar 
proveito de cada oportunidade e, assim, um 
cristão, mesmo que ele seja tão inofensivo como 
uma pomba, também é tão sábio como uma 
serpente. 
(5) Há o uso da violência. Os inimigos têm 
grande poder que eles exercem ao máximo sem 
levar em conta corpo ou alma. O crente em si 
mesmo, tem senão pouca força, mas com a 
ajuda onipotente de Deus, ele resiste a eles em 
tudo e não lhes dá vantagem em nada. 
(6) Há o resultado final da batalha. Durante a 
batalha primeiro um e depois o outro têm a 
21 
 
vantagem, mas os crentes serão finalmente 
mais do que vencedores. 
Uma vez que o cristão tem tais inimigos, ele 
precisa de força e coragem – ambos osquais ele 
usa. Devendo vencer o medo, ele os ataca com 
armas espirituais e luta corajosamente na 
batalha e os esmaga sob seus pés. 
Em segundo lugar, uma pessoa corajosa não 
está satisfeita em apenas repelir e expulsar seus 
inimigos; em vez disso, ao mesmo tempo, ela 
também persevera com coragem a fim de 
obedecer a Deus. Ele eleva o seu coração nos 
caminhos do Senhor como Josafá fez (2 Crônicas 
17: 6). Secretamente, como um assunto entre 
Deus e si mesmo, ele faz o que o Senhor quer que 
ele faça, e externamente manifesta ser um 
cristão por seus atos. Ele faz o que precisa ser 
feito e diz o que precisa ser dito. Ele não é 
perturbado pelos latidos dos cães e permite que 
eles saibam disso. Ele corajosamente avança e 
provoca-os a ceder, dizendo com Davi - Apartai-
vos de mim, malfeitores, pois guardarei os 
mandamentos do meu Deus. (Sl 119: 115). Essa é a 
natureza da coragem espiritual. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Os Não Convertidos: Anulação de Força 
Espiritual e Coragem 
 
Tendo assim apresentado a natureza de força 
espiritual e coragem, este será um espelho 
satisfatório para mostrar ao não convertido que 
não a possui, e para convencê-lo santamente 
quanto à sua deficiência a este respeito. 
Em primeiro lugar, os não convertidos não têm, 
nem participam, nem desejam os benefícios 
espirituais e eternos do pacto da graça. 
Eles estão, sem promessas, sem esperança, e 
não se exercitam relativamente à aquisição de 
um deles. Eles, portanto, igualmente não têm 
inimigos que tentam roubar-lhes estes. A este 
respeito não há nada além de paz com o diabo, o 
mundo, e a carne. Se eles têm problemas, estes 
estão relacionados tanto à aquisição ou 
preservação das coisas terrenas. Se isso 
pertence a uma abstenção do pecado, haverá 
uma batalha entre a consciência e a vontade. Se 
eles estão preocupados sobre sua salvação, isto 
se refere ao pronunciamento da sentença de 
condenação de Deus em seu coração se não se 
arrependerem, e às vezes isto já é o começo da 
condenação em si mesma. Seja o que for, não há 
nenhum processo de valentia para receber a 
força do Senhor Jesus. 
Em segundo lugar, quando eles estão ou estarão 
envolvidos em alguma religião externa, tudo o 
que fazem é, senão de uma fraca e morna 
23 
 
natureza. É somente um calmante da 
consciência ou para adquirir algo de natureza 
externa. Se eles podem atingir este objetivo sem 
a prática externa da religião, mesmo a questão 
mais insignificante, será capaz de mantê-los 
longe da prática da religião. Mesmo tudo o que 
eles fazem a este respeito é, quando 
considerado em si mesmo, um peso e cansaço 
para eles, e seu processo não tem mais do que o 
ritmo de uma tartaruga. 
Em terceiro lugar, há aqueles que têm algo mais 
leve e também alguma inclinação para se 
arrepender, viver piedosamente, e confessar a 
verdade do evangelho. Algo remoto ocorre, que 
poderia lhes trazer algum dano e vergonha; ou é 
o tempo de perseguição e há a perspectiva de 
prisão, a participação, da forca, da espada ou de 
serem enviados para as galés. O medo, então, 
vem sobre eles e lhes impede de prosseguir 
mais longe, o que faz com que dissimulem, 
dizendo: - Chega, chega disso! Onde há 
evidência de coragem aqui que vença o medo 
por amor a Deus e para benefícios espirituais? 
Em quarto lugar, alguns temem a condenação e 
deseja estar no céu após a sua morte. Eles 
também percebem o que o caminho para o céu 
é, mas não vêm como eles podem percorrer este 
caminho, e, assim, se entregam ao desespero e 
desânimo. 
Isto suspende toda a sua atividade, e eles não 
têm nada para deixar, senão um coração ansioso 
e aterrorizado. Ou eles vão conduzir este 
24 
 
desânimo afastado por cederem aos seus 
desejos pecaminosos, e, portanto, a consciência 
é anestesiada. Ou então eles podem cometer 
suicídio, e, assim, saltar para o próprio inferno 
que eles temiam. 
Em quinto lugar, há aqueles cuja disposição se 
assemelha à coragem espiritual em algum grau. 
Nada está mais longe da verdade, porém. Eles se 
juntam ao piedoso, têm prazer na sua 
companhia, e de serem amados e estimados por 
eles. Eles falam de uma forma altiva, 
repreendem os outros, envolvem-se em 
disputas, perseveram, e nem temem danos ou 
vergonha. Eles não estão, no entanto, motivados 
pelo amor a benefícios espirituais, por uma 
segurança de esperança na dependência e 
recepção da força de Cristo, nem pela 
obediência para com Deus. 
É nada mais do que uma paixão tola que não 
teme o perigo, seja devido a não estar 
familiarizado com o perigo espiritual real ou 
devido a imaginar que ele nem existe, nem virá 
a experimentá-lo. Isto pode ser a busca da sua 
própria glória, como se estivesse dizendo: - Veja 
o meu zelo para com o Senhor!, como fizera Jeú. 
Ou eles têm uma disposição de bronze, sendo 
este o princípio que os motiva. Eles estão 
envolvidos sem ter o próprio objetivo em vista, 
sem estarem unidos a Cristo e sem estarem 
ativos em Sua força, e sem a prudência cristã 
que regula esta valentia. Isto não é, portanto, 
25 
 
coragem espiritual, senão uma insensatez 
pecaminosa, e desfaçatez. 
Todos os que temos descoberto a respeito de 
quem você é, ficamos sabendo que você não tem 
nem vida espiritual, fé, esperança, nem valentia 
espiritual. Como você será salvo se, em primeiro 
lugar, os violentos tomam o céu pela força. (E, 
desde os dias de João o Batista até agora, se faz 
violência ao reino dos céus, e pela força se 
apoderam dele. Mt 11:12), se ninguém será 
coroado, exceto os que têm travado uma luta 
legítima, e se só aqueles que correm obtêm o 
prêmio (1 Cor 9:24)? A que virá os que são 
preguiçosos, temerosos, tolos e imprudentes? 
Em segundo lugar, imprima em seu coração o 
que Deus diz a respeito de como você está, - E o 
servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; ali 
haverá choro e ranger de dentes (Mt 25:30). O 
que está escrito no Apocalipse virá sobre você: -
Então, porque és morno, e nem frio, nem 
quente, vou vomitar-te da minha boca (Ap 3:16); 
-Mas os tímidos ... a sua parte será no lago que 
arde com fogo e enxofre (Ap 21: 8). 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
O Santo Repreendido por Sua Força 
Deficiente 
 
Agora vou me dirigir a vocês, os santo. Eu 
preferiria consolá-los; no entanto, não posso 
suportar o pecado e eu devo, portanto, dirigir 
uma palavra de repreensão para vocês para que 
possam agir bem. Você tem observado a 
natureza da valentia espiritual e esta já terá 
mostrado a sua deficiência a este respeito. 
Vamos apresenta-la um pouco mais longe para 
você, para que possa abominar sua nudez e 
pecaminosidade, e para que se levante de suas 
deficiências. 
Em primeiro lugar, muitos passam, senão pouco 
tempo refletindo sobre os benefícios que, por 
assim dizer, têm sido colocados em exposição 
para a finalidade de obtê-los por meio de 
bravamente lutar por eles. Devemos viver na 
reflexão sobre a glória eterna até que isto supere 
tudo o que é desejável, delicioso, alegre e 
adorável; de modo que não excitemos nossos 
desejos para adquiri-los como nossa única 
salvação. Quão delicioso deveria ser para nós, 
nesta vida, andar com Deus no amor, temor e 
obediência, e, portanto, de ver as coisas 
invisíveis com um coração que é elevado acima 
de tudo que é visível! Somos muito negligentes 
a este respeito no entanto, e, assim, o desejo de 
alcançar isto torna-se mais fraco e o desejo 
natural para o que é visível torna-se maior. O 
27 
 
resultado será, então, que o objetivo em vista 
não será fortemente motivado para a atividade. 
Uma vez que o coração incide sobre vários 
assuntos, estará menos preocupado em uma 
coisa em que deveria concentrar-se, e nós, 
então não seremos capazes de encontrar 
satisfação com o que é espiritual, a menos que 
isso seja complementado com coisas temporais. 
Esta é a fonte de toda inquietação e fraqueza na 
atividade. 
Em segundo lugar, vamos então nem estar 
cientes dos inimigos, nem que o diabo vemsobre nós como um leão que ruge, buscando a 
quem possa tragar. Nós não estaremos cientes 
de que o mundo irá alternadamente procurar 
roubar o coração e mantê-lo para si mesmo, 
quer através de carinho ou por meio de 
desagrado e, assim, nos trará em armadilhas 
que não podem ser desembaraçadas. Nós não 
estaremos cientes de que nossa natureza 
corrupta está continuamente empenhada em 
nós impedindo-nos de fazer o que é bom 
segundo a vontade de Deus, bem como nos 
seduzindo ao pecado. Isso vai nos tornar mais 
descuidados, tanto quanto para preservar o que 
possuímos e na aquisição daquela natureza 
regenerada que deveríamos nos deleitar em tê-
la. Não tememos onde devemos temer, e, assim, 
as mãos vão pender e os joelhos ficarão fracos. 
Em terceiro lugar, quando cada vez mais 
perdermos de vista o nosso objetivo e se nos 
concentrarmos nas coisas terrenas em vez 
28 
 
disso, o medo vai agarrar o nossa coração. Nós 
temeremos onde não devemos temer. A 
perspectiva de injúria, a vergonha, a 
maledicência de muitos pelo dito enganoso de 
todo o mal, a pobreza, a perseguição, morte, e 
tudo aquilo que é contrário à natureza, têm 
grande poder em nós para produzir medo, 
apesar de todas as exortações em contrário. - E 
não temais os que matam o corpo (Mt 10:28); 
Não temais pequeno rebanho (Lucas 12:32); -Por 
Que sois temerosos (Mt 8,26); - Não esteja 
ansioso por cousa alguma (Fp 4: 6). Apesar de 
tais verdades, nós tememos e trememos para o 
presente, e principalmente para o futuro. Este 
medo rouba-nos a coragem, nos impede em 
nosso dever, e chama-nos para longe por causa 
daquilo que não está vindo e nem ocorrerá. 
Sempre que a pessoa espiritualmente corajosa 
vence o medo, nós que deveríamos ser 
corajosos, seremos vencidos pelo medo. Nós 
nos permitimos ser abusados pelo inimigo, e os 
heróis perecem na batalha. Onde está aquela 
firmeza de ouro que deveríamos ter? 
Em quarto lugar, ficamos fracos em toda 
atividade espiritual; isto é, em oração, 
combatendo contra os inimigos (especialmente 
as corrupções que nos assediam), no exercício 
da virtude – tudo aquilo que nossas 
circunstâncias exigem continuamente. Nós 
devemos nos envolver em alguma atividade, 
para que a vida espiritual seja existente. Tudo é 
realizado de uma forma letárgica, no entanto, 
29 
 
isto é uma tarefa tão pesada. Ela procede de 
modo intermitente, e o zelo inicial e fervor têm 
crescido muito frio. Nós não perseveramos na 
obediência a Deus. Uma cruz temporal nos fará 
imediatamente desencorajados, e se as 
situações não ocorrem de acordo com os nossos 
desejos, nós imediatamente ficamos fracos na 
fé em relação ao nosso estado espiritual. Nós 
duvidamos do amor de Deus, de Sua audição das 
nossas orações, e da Sua providência. Tudo vem 
a um estado de desordem e procedemos como 
se meio dormindo ou como se quase em colapso 
-Se és fraco no dia da angústia, a tua força é 
pequena (Prov 24:10). 
Embora Deus não trará sobre Seus filhos esses 
julgamentos que virão sobre os não convertidos, 
devido à sua inutilidade, mornidão, e medo, no 
entanto, tais pecados precisam ser impedidos -
porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre 
os filhos da desobediência (Ef 5: 6). Além disso, a 
falta de coragem rende-lhes nada, senão 
inquietação e ansiedade espiritual. Isto os 
embaraça cada vez mais em todo tipo de pecado, 
e os inimigos tornam-se mais poderosos, 
segurando-os cativos por um longo período de 
tempo. Um não vai vencer isto por ceder a uma 
falta de zelo e seriedade - não sejais vagarosos no 
cuidado; sejam fervorosos no espírito (Rm 12:11); 
- Sê pois zeloso, e arrepende-te (Ap 3:19). 
 
 
 
30 
 
Exortação para ser Corajoso 
 
Portanto, todos os que temeis o Senhor, que se 
encontram sob o jugo de seus inimigos (a carne, 
o diabo e o mundanismo), que têm pouca força 
para oferecer resistência, e que, além disso, 
usam essa pouca força de forma ineficaz, deem 
ouvidos e permitam que seus corações tenham 
disposição para lhes mover para se envolverem 
na batalha e serem corajosos na mesma. 
Em primeiro lugar, ouçam a voz do Senhor e 
atendam ao Seu convite para elevarem seus 
corações. Como Lázaro ressurgiu dos mortos ao 
ouvirem a voz de Cristo, possam, também vocês 
serem vivificados de sua indolência morna para 
uma nobre coragem. Esta é a Palavra de Deus 
para você: - Sejam fortes e tenham bom ânimo, 
não temam, nem tenham medo deles (Deut 31: 
6); - Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos 
varonilmente, e fortalecei-vos.(1 Cor 16,13); - 
Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não 
temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, 
com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará. 
(Is 35: 4); - Portanto, tornai a levantar as mãos 
cansadas, e os joelhos desconjuntados (Heb 
12:12). 
Em segundo lugar, você não deve ser corajoso 
na batalha? Não há outro caminho para o céu, 
exceto por meio de luta corajosa. Esta é a 
maneira ordenada por Deus: - E eu vou colocar 
inimizade (Gn 3:15). Você escolheu este 
31 
 
caminho quando entrou no reino de Cristo e se 
colocou sob Sua bandeira. Ou, por outro lado: 
você deve querer cortar a si mesmo do pacto, 
como um vilão que deserda desta bandeira, e 
abandona Deus, o céu, e todo o resto; ou você 
deve corajosamente se engajar na batalha para 
que deste modo possa vencer o diabo e seus 
companheiros, o mundo e tudo que nele há, 
bem como o pecado e todos os seus desejos. A 
coroa de glória deveria ter tanto valor para você; 
assim como a muito preciosa vida espiritual e 
comunhão com Deus contigo, e tal prazer você 
deveria encontrar na vontade de Deus, que 
estaria disposto a lutar valentemente todos os 
dias da sua vida. Não deixe que isso pese sobre o 
seu coração, pensando: Devo eu estar armado e 
me envolver na guerra toda a minha vida? Deve 
haver um tal esforço da minha força toda a vida? 
Isso é realmente uma maneira desagradável e 
não há nenhuma maneira pela qual eu vou 
perseverar. Sim, o céu deve ser precioso para 
você; ou então você deve renunciar a ele. Seja 
conhecido, no entanto, que a batalha com 
coragem não é uma tarefa pesada, como você se 
permite acreditar. Porque lutar sempre e 
sucumbir, ou sempre se empenhar fazendo com 
que o resultado da batalha esteja em dúvida, é 
realmente uma tarefa pesada. Isto é uma tarefa 
jubilosa, no entanto, vencer lutando, 
conquistando uma cidade após a outra, e 
humilhar o inimigo batalha após a batalha. Tal 
será o caso, se você, apenas conduzir-se 
32 
 
corajosamente, de modo compatível com a sua 
força – se peleja como uma criança, um jovem 
ou um homem. Você está com tanto medo da 
batalha, porque você não procedeu com 
coragem; em vez disso, devido à sua frouxidão, 
descuido e falta de seriedade, deu ao inimigo a 
oportunidade de obter vantagem sobre você. 
Isso torna sus inimigos mais corajosos e você se 
torna mais fraco. Portanto, levante-se nos 
caminhos do Senhor e corajosamente engaje-
se. - Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 
Em terceiro lugar, reflitamos sobre se o seu 
estado espiritual é adequado para lhe despertar 
para ser corajoso. O Senhor te escolheu para a 
salvação, atraiu-o para fora do poder de seus 
inimigos, e lhe chamou como chamou Abraão 
de Ur dos caldeus, e Israel para fora do Egito. Ele 
o colocou entre Seus filhos no reino de Seu 
Filho. Você tem nascido de Deus, e é, portanto, 
filho de Deus, filho do Rei (Sl 45: 9, 13), e rei (Ap 
5:10). Você tem um espírito livre e principesco 
(Sl 51:12) e o coração de um leão (Pv 28: 1). O 
Senhor te fez para ser tão formoso quanto – Seu 
santo cavalo na batalha (Zc 10: 5). E ele diz em 
relação a você no versículo 5: - E eles serão como 
valentes que trilham os seus inimigos na lama 
das ruas na batalha (Zc 10: 5). Estes são os que 
prosseguem na lama para que a terra trema a 
cada passo, - porque o Senhor está com eles, e os 
faz prevalecer sobre os que estão em cavalos 
para que os inimigos sejam confundidos (Zc10.5); ou seja, um soldado a pé de infantaria deve 
33 
 
prevalecer sobre o cavaleiro em seu cavalo. 
Você, então, permitirá ser vencido pelo diabo, 
por um cidadão desprezível do mundo, ou por 
uma corrupção vil em si mesmo? Um rei é nobre 
demais para permitir ser capturado por um 
soldado insignificante. Você deve, portanto, 
também ser corajoso de uma maneira 
compatível com o seu estado de espírito e não 
ceder ao inimigo desprezível. Não se esqueça da 
sua nobreza, para que não traga vergonha para 
seus ancestrais. 
Em quarto lugar, preste atenção tanto na 
natureza quanto na força dos inimigos, e isso vai 
fazer-lhe mais valente. Eles são tão maus que 
não toleram a menor manifestação do que é 
bom e santo, nem o mínimo de movimento de 
vida espiritual. Quanto mais espaço você der a 
eles, mais eles exigem de você e tanto mais eles 
ganham força. Eles não vão desistir e nem se 
cansar até que tenham arrastado a alma e o 
corpo ao inferno. Eles se opõem diretamente ao 
majestoso e santo Deus, bem como ao seu 
amado Senhor Jesus Cristo. Você pode 
testemunhar e suportar isto em boa 
consciência? 
Além disso, eles são desprezíveis, vis, 
repugnantes, e abomináveis. Quem pode pensar 
sobre eles sem ficar indignado? E se você se 
permite ser dominado por eles? Eles já foram 
vencidos pelo Senhor Jesus, pois Ele tem ferido 
a cabeça do diabo (Gn 3:15; Hb 2.14), venceu o 
mundo (João 16:33), e lhes removeu do seu 
34 
 
domínio (Rom 6: 2, 14). Eles, portanto, não 
podem nem prejudicá-lo nem são capazes de 
puxar um fio de cabelo da sua cabeça. Seria 
também um grande ato de covardia temer as 
ações de um inimigo que está quase morto. 
Portanto, não permita ser vencido por um tal 
inimigo desprezível e impotente; ao invés, 
batalhe valentemente e lhe espezinhe como 
sujeira sob seus pés. Proceda como o escudeiro 
de Jônatas, que o seguia, e chegando por detrás 
dele, matou os inimigos. Sigam o Senhor Jesus 
da mesma forma, pois Ele vai adiante de vocês e 
mata os inimigos antes que vocês o façam. Vocês 
podem, em seguida, empurrá-los para ele. 
Portanto, sejam corajosos na batalha e a vitória 
sobre tais inimigos será certa. 
Em quinto lugar, tome conhecimento de que os 
olhos de todos estão em cima de você, e dê 
atenção à forma como você se conduz nesta 
batalha. 
Você entrou na arena em conjunto com o 
inimigo, e os espectadores estão de pé para 
testemunhar a batalha. 
Por um lado está o seu rei, juntamente com os 
santos anjos e os crentes. O seu coração é um 
com você, e eles estão desejosos de que você saia 
vencedor. A causa de Cristo e dos santos é sua e 
sua causa é a deles. Eles se alegrarão e se 
gloriarão se você for vitorioso. Do outro lado 
estão os demônios e o mundo. Eles rangem os 
dentes e adorariam causar dano à causa de 
Cristo por vencerem você. Você será, portanto, 
35 
 
fraco na batalha? Você poderia permitir-se ser 
vencido na presença de todos? Você fará com 
que essa indignidade venha sobre Cristo, que é 
uma testemunha desta batalha, que convidou a 
todos para observarem a sua coragem, e inspirá-
lo a ser corajoso? Poderão os anjos (se isso fosse 
possível), bem como os piedosos serem 
cobertos com vergonha e ficarem entristecidos 
por causa de você? 
Você poderia permitir que o inimigo triunfasse 
como vencedor? Como você se atreve a vir para 
o seu Rei e levantar o seu rosto para Ele? Não, 
não - isso não deveria ser. Você deve ser corajoso 
como um herói para que Cristo se orgulhe de 
você como o Senhor se gloriava da constância de 
Jó (Jó 1 e 2). 
Em sexto lugar, reconheça o que a sua própria 
força é, e olhe para os seus ajudantes e irmãos 
de armas. É verdade que você não tem força por 
natureza, e que, tendo nascido de novo, você 
tem, senão pouca força (Ap 3: 8). Tendo recebido 
a força de Cristo, no entanto, isto é seu e, assim, 
você pode fazer todas as coisas em Cristo que lhe 
fortalece (Fp 4:13). Por isso, faça uso dela; corra 
com Ele através de uma tropa, e com Ele salte 
por cima do muro, a fim de tomar posse de seus 
inimigos em sua força (Sl 18:29) - Deus é o que 
me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho. 
Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte 
que os meus braços quebraram um arco de 
cobre.(v. 32, 34). Portanto, jubila-te: - O Senhor 
está comigo entre aqueles que me ajudam; por 
36 
 
isso verei cumprido o meu desejo sobre os que 
me odeiam. (Sl 118: 7). 
Em sétimo lugar, reflita sobre aqueles que se 
envolveram na batalha antes de você e 
considere como o resultado tem sido abençoado 
para eles. 
Eles estão agora coroados como vencedores, 
como é para ser observado no registro dos 
heróis da fé, Hb 11. - Tenham, meus irmãos, os 
profetas, que falaram em nome do Senhor, para 
um exemplo de aflição e de paciência. ... 
Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o 
Senhor lhe deu (Tiago 5: 10-11). Considere Paulo: 
- Combati o bom combate, acabei a carreira, 
guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me 
está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me 
dará naquele dia; e não somente a mim, mas 
também a todos os que amarem a sua vinda. (2 
Tim 4: 7-8). Considere outros crentes que vivem 
com você, como cada um deles batalha de 
acordo com a sua força. Isto tudo isso não 
despertaria a sua coragem? Aquele que, 
portanto, pode contemplar tal Rei, pode estar 
em um exército tão magnífico, e está rodeado 
por tantos heróis valentes que estão decididos a 
dar a própria vida para o Senhor Jesus e para a 
batalha até a morte – deveria ele não lutar com 
coragem? 
 
 
 
37 
 
Promessas de Deus Para Guerreiros 
Corajosos 
 
Em oitavo lugar, leve a sério as promessas que 
Deus tem prometido aos guerreiros corajosos. 
Deus irá sustentar você enquanto estiver 
envolvido em uma batalha. – Tenha bom ânimo, 
e Ele fortalecerá o teu coração (Sl 27:14). 
(1) O Senhor, então, faz com que os crentes 
tenham uma visão mais clara dos benefícios 
prometidos em sua preciosidade, e a ter uma 
esperança mais viva em relação a eles. 
(2) Ele lhes mostra as limitações e fraquezas da 
oposição, para que assim os crentes possam 
olhar para além deles e já se considerarem 
vencedores. 
(3) Ele lhes mostra a ajuda que Ele já havia dado 
a eles anteriormente. 
(4) Ele os conforta e encoraja. 
(5) Ele remove o medo da oposição. 
(6) Ele infunde força e os cinge com força, de 
modo que mesmo um crente fraco diz: - Eu sou 
um poderoso. O Senhor promete a coroa de 
glória. Considere as promessas encontradas em 
Apocalipse 2 e 3 – Àquele que vencer darei a 
comer da árvore da vida ... não receberá o dano 
da segunda morte ... darei a comer do maná 
escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca ... 
darei poder sobre as nações ... eu lhe darei a 
estrela da manhã ... o mesmo será vestido de 
vestes brancas; e de maneira nenhuma riscarei 
38 
 
o seu nome do livro da vida, mas confessarei o 
seu nome diante de meu Pai, e diante dos seus 
anjos ... eu o farei coluna no templo do meu Deus 
... e escreverei sobre ele o nome do meu Deus ... 
eu lhe concederei que se assente comigo no 
meu trono (Ap 2: 7, 11, 17, 26, 28; 3: 5, 12, 21). 
Aquele que deseja todas estas coisas gloriosas 
deve e vai obtê-las combatendo corajosamente. 
Portanto, engaje-se com coragem! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Direções Finais para esta Guerra 
 
Esforce-se para se conduzir bem, e se engaje 
nesta tarefa corretamente. – E também se um 
atleta lutar nos jogos públicos, não será coroado 
se não lutar legitimamente. (2 Tm 2: 5). 
Em primeiro lugar, arme-se, portanto, da 
cabeça aos pés. Paulo nos ensina o que essas 
armas são. - Portanto tomai toda a armadura de 
Deus, para que possais resistir no dia mau e, 
havendo feito tudo, permanecer firmes. Estai, 
pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos 
com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e 
calçando os pés com a preparação do evangelho 
da paz, tomando, sobretudo, o escudoda fé, com 
o qual podereis apagar todos os dardos 
inflamados do Maligno. Tomai também o 
capacete da salvação, e a espada do Espírito, que 
é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica 
orando em todo tempo no Espírito e, para o 
mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e 
súplica, por todos os santos, (Ef 6: 13-18). 
Em segundo lugar, nesta guerra não baixe a 
guarda contra: 
(1) O descuido. Não imagine que você já tenha 
vencido quando você tem uma boa intenção. 
Tais intenções perdem facilmente seu vigor. 
Não imagine que o inimigo já desapareceu, pois 
ele se encontra à sua espera. 
Portanto, - Sejam sóbrios e vigilantes (1 Pedro 5: 
8). 
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(2) O desânimo. Quando os inimigos são fortes 
demais para você, e a guerra muito pesada, e 
Deus está distante, não perca a coragem, por 
que seria como jogar fora suas armas e ceder ao 
inimigo (de quem nenhuma graça é para se 
esperar de qualquer forma) suas mãos 
indefesas. Portanto, na confiança depositada 
sobre a força e infalíveis promessas de Deus, -
Seja forte e tenha coragem (Josué 1: 6). 
(3) Orgulhar-se e ostentar a sua própria força. 
Lembre-se de Pedro, que disse: - eu nunca me 
escandalizarei (Mt 26:35); - Nunca vou te negar 
(Mt 26:35). Em seguida, a derrota é iminente. 
Portanto, - Não te ensoberbeças, mas teme (Rm 
11:20). 
Em terceiro lugar, nesta guerra: 
(1) Tenha cuidado, e não vá além dos limites de 
sua vocação. Não se envolva em coisas que estão 
além de seu alcance e além de sua competência. 
Não aja apressadamente e com paixão 
impulsiva. Não imagine que tem sabedoria 
suficiente, por si mesmo, mas sempre, em 
primeiro lugar, procure o conselho do Senhor, 
ainda que em insignificantes assuntos e quanto 
ao que a circunstância possa ser. Uma 
empregada foi forte o suficiente para lançar 
Pedro para baixo. Em casos especiais procure o 
conselho dos santos. – Aquele que dá ouvidos ao 
conselho é sábio (Pv 12:15); - Vede, então, que 
andeis prudentemente, não como néscios, mas 
como sábios (Ef 5:15). 
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 (2) Fuja daquelas oportunidades das quais lhe é 
permitido fugir, e especialmente daquelas em 
que você tem sido frequentemente aprisionado. 
Já faz um bom progresso aquele que, a fim de 
evitar o pecado, evita as oportunidades para 
pecar, e não se engaja em um esforço específico 
a menos que seja chamado a fazê-lo. 
(3) Oponha-se especialmente ao pecado que 
você está mais inclinado a cometer, para o qual 
a sua natureza é mais inclinada, e que está 
relacionado ao seu chamado. Proteja-se 
cuidadosamente das manifestações iniciais, 
porque, então, é mais fácil resistir a ele. Pegue as 
raposinhas, e retire a mosca morta que pode 
estragar o unguento. 
(4) Sempre busque refúgio em Cristo, pois Ele é 
um sol e escudo (Sl 84:11). Assim que você 
permite que o seu coração vagueie longe dEle, a 
seta do inimigo será imediatamente lançada em 
você. Imite Davi a este respeito: -Livra-me, ó 
Senhor, de meus inimigos; fujo para ti, para 
esconder-me (Sl 143: 9). 
(5) Esteja continuamente empenhado na 
oração, porque toda a sua força deve vir do 
Senhor - e Deus, quando Ele quer fazer alguma 
coisa, quer ser interrogado. – Vigiai e orai, para 
que não entreis em tentação (Mt 26:41).

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