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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 23 – “DOUTOR GOOGLE” Abertura: 27/04/2021 Devolutiva: 30/04/2021. Objetivos: 1. COMPREENDER O CICLO DE VIDA DOS PARASITOS DANDO ÊNFASE NA PARTE PULMONAR. 1. ASCARIS LUMBRICÓIDES conceitos, aspectos parasitológicos (morfologia), ciclo biológico, transmissão, relação parasito-hospedeiro, patogenia e imunidade. 2. STRONGYLOIDES STERCORALIS conceito, morfologia e biologia, ciclio direto e indireto, relação parasito-hospedeiro, infectividade ao parasitismo, patogenia e imunidade. 3. ANCILOSTOMÍDEO conceito, agentes etiológicos, morfologia, ciclo biológico, vias de transmissão ou infecção, relação parasito-hospedeiro, resistência ao parasitismo, patogenia e imunidade, 2. DELINEAR A FISIOPATOLOGIA DOS PARASITOS QUE AFETA O SISTEMA RESPIRATÓRIO, ENFATIZANDO A IMUNOSSUPRESSÃO. 3. EXPLICAR A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA BUSCA DO DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS. -Analisar a confiabilidade das informações principalmente na medicina; -Autodiagnóstico e a automedicação ASCARIS LUMBRICÓIDES: ASCARIS LUMBRICOIDES É O MAIOR NEMATÓIDE INTESTINAL (LOMBRIGA) QUE PARASITA O INTESTINO HUMANO E É UMA DAS INFECÇÕES HUMANAS HELMÍNTICAS MAIS COMUNS EM TODO O MUNDO. Ascaris suum é uma lombriga parasita intestinal de porcos e também pode causar infecção humana. A. lumbricoides e A. suum são geneticamente muito próximos. A transmissão da ascaridíase ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos de Ascaris. A maioria dos pacientes com infecção por A. lumbricoides ou A. suum é assintomática. Quando ocorrem, os sintomas ocorrem mais frequentemente durante o estágio intestinal do verme adulto (como manifestações intestinais, hepatobiliares ou pancreáticas), MAS TAMBÉM PODEM OCORRER DURANTE O ESTÁGIO DE MIGRAÇÃO LARVAL (COMO MANIFESTAÇÕES PULMONARES). CICLO DE VIDA: ✓ Os ovos de áscaris eliminados nas fezes são depositados no solo, onde embrionam e se tornam infectantes em duas a quatro semanas. ✓ Após a ingestão oral de ovos infectantes de Ascaris (por meio de alimentos ou água contaminados), os ovos eclodem no intestino delgado em quatro dias e liberam larvas que migram através da mucosa do ceco e cólon proximal. ✓ POSTERIORMENTE, ALGUMAS LARVAS PENETRAM NA PAREDE INTESTINAL E MIGRAM HEMATOGÊNICA ATRAVÉS DO SISTEMA PORTA PARA O FÍGADO, EM SEGUIDA, ATRAVÉS DAS VEIAS HEPÁTICAS PARA O CORAÇÃO E, EM SEGUIDA, PARA OS PULMÕES. ✓ Algumas larvas migram através dos vasos linfáticos da mucosa através do ducto torácico até os pulmões. ✓ As larvas amadurecem nos alvéolos ao longo de 10 a 14 dias, sobem pela árvore brônquica até a traqueia, são tossidas e engolidas. ✓ Ocasionalmente, as larvas migram para outros locais, como o cérebro ou os rins. ✓ Uma vez de volta ao intestino, as larvas amadurecem em vermes adultos (fêmeas de 20 a 35 cm; machos de 15 a 30 cm) no lúmen do intestino delgado. ✓ A maioria dos vermes é encontrada no jejuno, embora os vermes possam ser encontrados em qualquer parte do trato gastrointestinal e ocasionalmente migrar para outros locais ectópicos. ✓ Os vermes adultos começam a botar ovos cerca de 9 a 11 semanas após a infecção. ✓ Quando os vermes fêmeas e machos estão presentes no intestino, cada verme fêmea produz aproximadamente 200.000 ovos fertilizados por dia. ✓ No cenário de infecção apenas por VERMES FÊMEAS, são produzidos OVOS INFÉRTEIS que não evoluem para a fase infecciosa. No cenário de infecção apenas com vermes machos, nenhum ovo é formado. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ✓ Os vermes adultos não se multiplicam no hospedeiro humano; ✓ o número de vermes adultos em um indivíduo infectado depende do grau de exposição a ovos infecciosos ao longo do tempo. ✓ Os vermes adultos têm uma vida útil de 10 a 24 meses e são eliminados nas fezes. ✓ Em áreas altamente endêmicas, podem ser observadas cargas de vermes de várias centenas por indivíduo; há relatos de casos de mais de 2.000 vermes em crianças individuais. ✓ O número de ovos produzidos por verme fêmea tende a diminuir à medida que a carga do verme aumenta. Os ovos são eliminados nas fezes; eles são ovais, têm uma casca grossa e revestimento externo mamilado, e medem 45 a 70 mícrons por 35 a 50 mícrons. Ovos não fertilizados não são infecciosos; os ovos férteis embrionam e tornam-se infecciosos após 18 dias a várias semanas. Em condições ambientais favoráveis (solo úmido, quente e sombreado), os ovos podem sobreviver por até 10 anos. Os ovos são resistentes à purificação química da água, mas podem ser eliminados por filtração ou fervura. Vermes adultos (fêmeas de 20 a 35 cm; machos de 15 a 30 cm) (1) vivem no lúmen do intestino delgado. Uma fêmea pode produzir aproximadamente 200.000 ovos por dia, que são passados com as fezes (2) Ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são infecciosos. Os ovos férteis embrionam e tornam-se infecciosos após 18 dias a várias semanas (3) dependendo das condições ambientais (ótimo: solo úmido, quente e sombreado). Após a ingerir ovos infecciosos (4) a larva eclosão (5) invade a mucosa intestinal, e são transportados através do portal, em seguida, circulação sistêmica para os pulmões (6) As larvas amadurecem ainda mais nos pulmões (10 a 14 dias), penetram nas paredes alveolares, sobem a árvore brquial até a garganta, e são engolidas (7) Ao atingir o intestino delgado, eles se desenvolvem em vermes adultos (8) Entre dois e três meses são exigidos desde a ingestão dos ovos infecciosos até a oviposição pela fêmea adulta. Vermes adultos podem viver de um a dois anos. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. TRANSMISSÃO: A TRANSMISSÃO DA ASCARÍASE OCORRE PRINCIPALMENTE PELA INGESTÃO DE ÁGUA OU ALIMENTOS CONTAMINADOS COM OVOS INFECCIOSOS DE A. LUMBRICOIDES OU A. SUUM. Crianças brincando em solo contaminado podem adquirir o parasita de suas mãos e a falta de higiene facilita a disseminação da infecção. Raramente, a transmissão ocorre através da ingestão de poeira contaminada no ar. A transmissão materno- fetal via migração transplacentária de larvas foi descrita. A transmissão da infecção é aumentada por indivíduos infectados assintomática que podem continuar a eliminar os ovos por anos. A reinfecção que ocorre em áreas endêmicas é comum. A infecção prévia não confere imunidade protetora. Além disso, a coinfecção com outras doenças parasitárias é comum, dados fatores predisponentes semelhantes para transmissão. A transmissão de A. suum está associada à criação de suínos e ao uso de fezes de suínos como fertilizante. INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA: A maioria dos pacientes com infecção por A. lumbricoides ou A. suum é assintomática. Todos os pacientes com infecção por Ascaris requerem tratamento anti-helmíntico, mesmo aqueles com infecção assintomática. Em áreas endêmicas, os programas de tratamento em massa são eficazes. Fora das áreas endêmicas, a triagem ou administração de terapia presuntiva para tratamento empírico é apropriada para imigrantes adultos e refugiados de áreas onde a prevalência de helmintos transmitidos pelo solo é alta. INFECÇÃO SINTOMÁTICA: A maioria dos pacientes com infecção por A. lumbricoides ou A. suum é assintomática. No entanto, a carga global de doenças sintomáticas é relativamente alta devido à alta prevalênciada doença. Em geral, os sintomas clínicos ocorrem entre indivíduos com cargas relativamente altas de vermes. Quando os sintomas ocorrem, eles ocorrem mais frequentemente durante o estágio intestinal do verme adulto de fase tardia (como manifestações intestinais, hepatobiliares ou pancreáticas), mas também podem ocorrer durante o estágio de migração larval de fase inicial (como manifestações pulmonares). MANIFESTAÇÕES PULMONARES (FASE INCIAL): - A ASCARÍASE PULMONAR GERALMENTE OCORRE EM INDIVÍDUOS SEM EXPOSIÇÃO ANTERIOR AO ASCARIS E POSSÍVEL INGESTÃO DE OVO SEMANAS ANTES DO INÍCIO DOS SINTOMAS. O envolvimento pulmonar sintomático é raro entre indivíduos em áreas altamente endêmicas com exposição contínua, mesmo entre crianças pequenas que podem desenvolver infecções muito pesadas. Um estudo na Colômbia (onde as taxas de infecção intestinal por Ascaris variam de 25 a 90 por cento) observou apenas quatro casos de síndrome de Loeffler entre cerca de 13.000 pacientes. A INFLAMAÇÃO PULMONAR ENRIQUECIDA COM EOSINÓFILOS ASSOCIADA À INFECÇÃO PULMONAR POR ASCARIS EM INDIVÍDUOS PREVIAMENTE NÃO EXPOSTOS PODE SER ANÁLOGA À RESPOSTA INFLAMATÓRIA EOSINOFÍLICA QUE CARACTERIZA A RESPOSTA IMUNE DE INDIVÍDUOS SEM EXPOSIÇÃO PRÉVIA A LOA LOA OU ESQUISTOSSOMOSE (FEBRE DE KATAYAMA). Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ESTRONGILOIDÍASE: A estrongiloidíase é causada pela infecção pelo helmintos Strongyloides stercoralis. Este organismo é capaz de completar seu ciclo de vida inteiramente no hospedeiro humano. Portanto, a infecção crônica assintomática pode ser sustentada por décadas e as manifestações clínicas podem ocorrer muito após a infecção inicial. ALÉM DISSO, ENTRE OS PACIENTES COM INFECÇÃO SUBCLÍNICA QUE SUBSEQUENTEMENTE TORNAM-SE IMUNOSSUPRIMIDOS, A REPRODUÇÃO LARVAL PODE LEVAR À INFECÇÃO DISSEMINADA. TRANSMISSÃO: O modo mais comum de transmissão da estrongiloidíase é através do contato da pele com solo contaminado. o A falta de instalações sanitárias adequadas é um fator de risco importante. o Em áreas endêmicas, a infecção pode ser prevenida pelo uso de sapatos para evitar o contato dos pés descalços com o solo infectado. ✓ Os modos menos comuns de transmissão incluem a transmissão fecal-oral e a transmissão pessoa a pessoa (via contato com fômites contaminados por fezes). Receptores de transplante que recebem órgãos ou tecidos de doadores com risco epidemiológico de infecção assintomática por Strongyloides estão sob risco de estrongiloidíase derivada do doador. ➔ Além disso, os indivíduos imunossuprimidos correm o risco de desenvolver hiperinfecção / doença disseminada por Strongyloides ; isso pode ocorrer como consequência da autoinfecção acelerada, mesmo no contexto de uma história remota de infecção inicial. CICLO DE VIDA E AUTOINFECÇÃO: O ciclo de vida começa quando a pele humana entra em contato com larvas filariformes (o estágio larval infectante) de S. stercoralis, que são encontradas no solo ou outros materiais contaminados com fezes humanas. As larvas filariformes penetram na pele e migram através da corrente sanguínea e linfáticos para os pulmões, onde penetram nos sacos aéreos alveolares. ➔ As larvas então sobem na árvore traqueobrônquica e são engolidas. As larvas amadurecem em vermes adultos que se enterram na mucosa do duodeno e do jejuno. Os vermes adultos podem viver até cinco anos. ✓ Na aparente ausência de adultos do sexo masculino, as fêmeas adultas patogênicas produzem ovos, a partir dos quais larvas não infecciosas (larvas rabditiformes) se desenvolvem dentro do lúmen do trato gastrointestinal (GI). ✓ As larvas rabditiformes são geralmente eliminados nas fezes. ✓ A duração do ciclo desde a penetração dérmica de larvas filariformes até o aparecimento de larvas rabditiformes nas fezes é de aproximadamente três a quatro semanas. Além disso, pode ocorrer autoinfecção; nesta parte do ciclo de vida, as larvas rabditiformes tornam-se larvas filariformes infectantes dentro do trato GI humano ✓ As larvas filariformes podem então penetrar na mucosa intestinal (autoinfecção interna) ou na pele perianal (autoinfecção externa) para completar o ciclo de vida, migrando através da corrente sanguínea e linfáticos para os pulmões e depois para o intestino. ✓ A transformação de larvas rabditiformes em larvas filariformes dentro do trato GI pode ser acelerada por constipação, divertículos, outras condições que reduzem a motilidade intestinal e uso de esteróides ou outros agentes imunossupressores. ✓ Por meio da autoinfecção, a carga de vermes adultos em humanos infectados pode aumentar substancialmente na ausência de exposição epidemiológica contínua. EM GERAL, A AUTOINFECÇÃO É LIMITADA POR UMA RESPOSTA IMUNE INTACTA; ENTRETANTO, UM BAIXO NÍVEL DE AUTOINFECÇÃO PODE PERMITIR QUE O ORGANISMO PERSISTA POR DÉCADAS E FAZER COM QUE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS OCORRAM MUITO DEPOIS DA INFECÇÃO INICIAL. O início tardio de infecção sintomática foi observado entre ex- prisioneiros de guerra da Segunda Guerra Mundial que trabalharam na ferrovia Birmânia-Tailândia e apresentaram manifestações clínicas mais de 40 anos após a exposição inicial. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Em pacientes com imunidade mediada por células diminuída, a hiperinfecção com doença disseminada pode se desenvolver como consequência da autoinfecção ANCILOSTOMÍDEOS: ANCILOSTOMÍASE É UMA INFECÇÃO PROVOCADA POR ANCYLOSTOMA DUODENALE OU NECATOR AMERICANUS. OS SINTOMAS INCLUEM EXANTEMA NO LOCAL DE ENTRADA DA LARVA E, ALGUMAS VEZES, DOR ABDOMINAL OU OUTROS SINTOMAS GASTROINTESTINAIS DURANTE A INFECÇÃO INICIAL. MAIS TARDE, PODE-SE DESENVOLVER DEFICIÊNCIA DE FERRO POR CAUSA DE PERDA CRÔNICA DE SANGUE. A ANCILOSTOMÍASE É UMA DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO EM REGIÕES ENDÊMICAS. O DIAGNÓSTICO É FEITO PELA DETECÇÃO DE OVOS NAS FEZES. CICLO DE VIDA: O ciclo de vida do ancilóstomo no hospedeiro definitivo é muito semelhante ao ciclo de vida do ancilóstomo para a espécie humana. ➔ Os ovos são eliminados nas fezes do hospedeiro definitivo (cão ou gato adulto). ➔ Em condições favoráveis (umidade, calor, sombra), larvas rabditiformes eclodem em 1 a 2 dias. ➔ Após 5 a 10 dias (e duas mudas), tornam-se larvas filariformes (terceiro estágio), que são infecciosas e podem sobreviver de 3 a 4 semanas em condições ambientais favoráveis. AO ENTRAR EM CONTATO COM O HOSPEDEIRO ANIMAL NÃO HUMANO, AS LARVAS FILARIFORMES PENETRAM NA PELE E SÃO TRANSPORTADAS PELOS VASOS SANGUÍNEOS ATÉ OS PULMÕES, ONDE PENETRAM NOS ALVÉOLOS PULMONARES, SOBEM PELA ÁRVORE BRÔNQUICA ATÉ A FARINGE E SÃO ENGOLIDAS. As larvas chegam ao intestino delgado, onde residem e amadurecem até se tornarem adultos, que se fixam na parede intestinal. Algumas larvas ficam presas nos tecidos e servem como fonte de infecção para cachorros ou gatinhos por via transmamária (e possivelmente transplacentária). Os humanos podem ser infectados quando as larvas filariformes do solo penetram parcialmente na pele. As larvas da maioria das espécies não podem amadurecer no hospedeiro humano, uma vez que os humanos são hospedeiros intermediários acidentais. As larvas migram dentro da epiderme e carecem da colagenase necessária para romper a membrana basal. As larvas produzem uma reação inflamatória ao longo do trato cutâneo de sua migração, que pode durar semanas. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º PeríodoFaculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Algumas larvas podem acessar tecidos mais profundos. Raramente ocorre envolvimento pulmonar, seja por invasão direta ou secundário a uma reação imunológica sistêmica DOENÇA PULMONAR: A DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA DE LARVAS PARA OS PULMÕES É UMA COMPLICAÇÃO RARA DA INFECÇÃO. A manifestação mais frequente é a tosse seca que começa cerca de uma semana após a penetração cutânea. A tosse geralmente dura de uma a duas semanas, mas raramente pode persistir por até nove meses. O diagnóstico presuntivo de envolvimento pulmonar na larva migrans cutânea é feito quando os sintomas respiratórios se desenvolvem na presença de lesões cutâneas típicas. Geralmente, não é necessária uma avaliação diagnóstica adicional. A radiografia de tórax pode demonstrar infiltrados migratórios transitórios. A eosinofilia no sangue é comum, e o lavado broncoalveolar também pode demonstrar eosinófilos. O diagnóstico definitivo consiste na recuperação das larvas das secreções respiratórias ou do fluido do lavado broncoalveolar, embora esses procedimentos raramente sejam necessários. O EXAME DE FEZES E OS TESTES SOROLÓGICOS NÃO AJUDAM. FISIOPATOLOGIA: Ambas as espécies de ancilostomídeos têm ciclos de vida semelhantes. (1) Ovos eliminados nas fezes eclodem em 1 a 2 dias (se depositados em local aquecido e úmido em solo livre) e liberam larvas RABDITIFORMES, que evoluem e se tornam larvas filariformes em 5 a 10 dias. (2) As larvas podem sobreviver 3 a 4 semanas se as condições ambientais forem favoráveis. (3) Larvas filariformes penetram a pele humana quando as pessoas andam descalças em solo ou entram em contato direto com solo infectado. (4) AS LARVAS ALCANÇAM OS PULMÕES POR MEIO DE VASOS SANGUÍNEOS, PENETRAM NOS ALVÉOLOS PULMONARES, ASCENDEM À ÁRVORE RESPIRATÓRIA PARA A EPIGLOTE E SÃO DEGLUTIDOS. (5) A larva se desenvolve nos adultos, prende-se à parede do intestino delgado e alimenta-se de sangue. (6) Os vermes adultos podem viver ≥ 2 anos. A perda crônica de sangue causa anemia com deficiência de ferro. O desenvolvimento de anemia depende da carga parasitária e da quantidade absorvida de ferro na dieta. Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum são ancilostomídeos que têm os gatos e cachorros como principais hospedeiros. Não podem completar seu ciclo de vida nos seres humanos. Se as larvas penetram a pele humana, normalmente elas vagam pela pele, causando larva migrans cutânea em vez de migrar para o intestino. Raramente, larvas de A. caninum migram para o intestino, no qual podem provocar enterocolite eosinofílica. No entanto, não provocam perda significativa de sangue e anemia; em razão de não amadurecerem até a idade adulta, não colocam ovos (tornando difícil o diagnóstico). A infecção pode ser assintomática ou causar dor abdominal aguda e eosinofilia. Os ovos são eliminados nas fezes (1) e, em condições favoráveis (umidade, calor, sombra), as larvas eclodem em um a dois dias. As larvas Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. rabditiformes liberadas crescem nas fezes e / ou no solo (2) e após 5 a 10 dias (e duas mudas) tornam-se larvas filariformes (terceiro estágio) que são infectantes. (3) Essas larvas infectantes podem sobreviver de três a quatro semanas em condições ambientais favoráveis. Em contato com o hospedeiro humano, as larvas penetram na pele e são transportadas através dos vasos sanguíneos para o coração e depois para os pulmões. Eles penetram nos alvéolos pulmonares, sobem pela árvore brônquica até a faringe e são engolidos. (4) As larvas chegam ao intestino delgado, onde residem e amadurecem até se tornarem adultas. Os vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado, onde se fixam à parede intestinal, resultando em perda de sangue pelo hospedeiro. (5) A maioria dos vermes adultos é eliminada em um a dois anos, mas a longevidade pode chegar a vários anos. Algumas larvas de Ancylostoma duodenale , após a penetração na pele do hospedeiro, podem ficar dormentes (no intestino ou músculo). Além disso, a infecção por A. duodenale provavelmente também pode ocorrer por via oral e transmamária. Necator americanus , no entanto, requer uma fase de migração transpulmonar. A larva migrans cutânea (também conhecida como erupção rastejante) é uma infecção zoonótica por espécies de ancilostomídeos que não utilizam o homem como hospedeiro definitivo, sendo as mais comuns Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum . Os hospedeiros definitivos normais para essas espécies são cães e gatos. O ciclo no hospedeiro definitivo é muito semelhante ao ciclo da espécie humana. Os ovos são eliminados nas fezes (1) em condições favoráveis (umidade, calor, sombra), as larvas eclodem em um a dois dias. As larvas rabditiformes liberadas crescem nas fezes e / ou no solo (2) e após 5 a 10 dias (e duas mudas) tornam-se larvas filariformes (terceiro estágio) que são infectantes. (3) Essas larvas infectantes podem sobreviver de três a quatro semanas em condições ambientais favoráveis. Em contato com o animal hospedeiro. (4) as larvas penetram na pele e são transportadas pelos vasos sanguíneos até o coração e, em seguida, para os pulmões. Eles penetram nos alvéolos pulmonares, sobem pela árvore brônquica até a faringe e são engolidos. As larvas chegam ao intestino delgado, onde residem e amadurecem até se tornarem adultas. Os vermes adultos vivem no lúmen do intestino delgado, onde se fixam na parede intestinal. Algumas larvas ficam presas nos tecidos e servem como fonte de infecção para os filhotes por via transmamária (e possivelmente transplacentária). (5) Os humanos também podem ser infectados quando as larvas filariformes penetram na pele. (6) Com a maioria das espécies, as larvas não podem amadurecer mais no hospedeiro humano e migrar sem rumo dentro da epiderme, às vezes até vários centímetros por dia. Algumas larvas podem persistir em tecidos mais profundos após terminar sua migração de pele. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. EXPLICAR A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA BUSCA DO DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS. -Analisar a confiabilidade das informações principalmente na medicina; -Autodiagnóstico e a automedicação As entrevistas realizadas tinham como pressuposto analisar as estratégias de controle de qualidade das informações de saúde veiculadas na internet. Foram entrevistados 20 especialistas de diferentes entidades, dentre elas: FioCruz, Associação Paulista de Saúde Pública, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, Biblio teca Virtual de Saúde, Associação Médica Brasileira, Cen tro Cochrane do Brasil, Universidade Federal de São Paulo e Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). O número de entrevistas realizadas mostrou-se suficiente para a compreensão dos “significados, sistemas simbólicos e de classificação, códigos, práticas, valores, atitudes, ideias e sentimentos”. As perguntas dessa fase visavam coletar informações sobre os seguintes aspectos • Importância da certificação de sites de saúde no Brasil. • Importância estratégica (atribuindo uma nota de 0 a 10) das seguintes instituições fazerem a certificação (Ministério da Saúde; Secretarias Estaduais de Saúde; Universidades; Associações Médicas e Associações de Pacientes). • Possibilidades alternativas de ações voltadaspara garantir a qualidade das informações sobre saúde na internet. • Possíveis ações estratégicas para qualificar as informações de saúde que são veiculadas na web. A discussão aqui apresentada aponta para uma questão de saúde que não apenas merece a atenção da academia, dado o insuficiente acúmulo de conhecimento científico existente sobre a problemática, como também, e principalmente, a premência de pensarmos socialmente qual deve ser o papel do Estado e das instituições especializadas no sentido de garantir o acesso a informações que sejam seguras para os cidadãos. Não se trata de discutir a censura a determinados sites ou conteúdos, mas sim de garantir que aqueles que são disponibilizados sejam verossímeis e insuspeitos, trazendo segurança ao paciente e ao cidadão usuário. Trata-se, enfim, de uma questão de saúde pública, merecedora de atenção, envolvendo governos e sociedade civil organizada em um debate sobre os efeitos e riscos do uso das informações de saúde disponibilizadas na internet. A pesquisa mostrou que há uma influência positiva das interações estabelecidas na comunidade de saúde online sobre os fatores relacionados às cinco dimensões da adesão ao TRATAMENTO CRÔNICO, sugeridas pela OMS – primeiro objetivo específico da pesquisa. Identificou-se ainda a possibilidade de inclusão de uma sexta dimensão, própria do ambiente virtual, que seria a conectividade. Esta dimensão poderia contribuir com os fatores que aumentam a adesão por proporcionar o reconhecimento e a aceitação da enfermidade, além do suporte social. Em relação aos elementos buscados por portadores de doença crônica em uma comunidade de saúde online – segundo objetivo específico – a análise da comunidade possibilitou enquadrar os resultados em três principais categorias: I. ACESSO A INFORMAÇÕES; II. COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DE CONVÍVIO E GESTÃO DA DOENÇA; E III. SUPORTE SOCIAL. Tais informações são de grande relevância para orientar ações dos sistemas de saúde com vistas a aumentar a adesão dos pacientes. As demandas dos pacientes são atendidas pela comunidade online e ultrapassam as expectativas iniciais, quando, por exemplo, a orientação dada por um participante vai além da pergunta feita pelo interlocutor da mensagem ou quando mensagens informativas e/ou motivacionais são postadas espontaneamente. Observou-se que os pacientes que se engajam em iniciativas online, como a comunidade em questão, adotam uma postura proativa de autogestão da condição crônica. Tal comportamento é, muitas vezes, impulsionado pelas lacunas deixadas pelo sistema de saúde nos cuidados e orientações de tais pacientes. Quanto às oportunidades de atuação do sistema de saúde com intuito de aumentar a adesão de doentes crônicos – terceiro objetivo específico –, é possível a criação de serviços públicos que auxiliem os pacientes a atenderem as três principais demandas identificadas neste estudo (acesso a informação, compartilhamento de experiências pessoais de convívio e gestão da doença, e suporte social), corroborando para a adesão ao tratamento. Apesar de suas possíveis fragilidades, o estudo contribui para a construção do conhecimento tanto sobre a adesão ao tratamento de pacientes crônicos, em especial os diabéticos, quanto sobre a relação entre a adesão, as comunidades online em saúde e participação social em saúde no Brasil, país em desenvolvimento, cujas causas de adesão ou não ao Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. tratamento médico e o impacto das redes sociais ainda são pouco estudados e compreendidos. Para os gestores públicos, este estudo permite um maior entendimento das lacunas deixadas pelo sistema de saúde, as quais constituem oportunidades de ação do poder público, lançando mão da cibercultura como aliada no aumento de adesão dos doentes crônicos ao tratamento prescrito pelo médico. É possível, também, confrontar os achados deste estudo com investigações que explorem a relação médico-paciente, principalmente pela perspectiva dos profissionais de saúde, no tocante ao fenômeno das comunidades de saúde online e sobre as possibilidades de criação de serviços que aumentem a adesão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. LEDER. K. Et. Al. ESTRONGILOIDÍASE. Revisão de literatura. 2021; 2. LEDER. K. Et Al. ASCARÍASE. Revisão de literatura. 2021; 3. WELLER. F. P. Et Al. LARVA MIGRANS CUTÂNEA RELACIONADA À ANCILOSTOMÍASE. 2021; 4. FROSSAR. C. V. Et Al. O IMPACTO DA INTERNET NA INTERAÇÃO ENTRE OS PACIENTES: NOVOS CENÁRIOS EM SAÚDE. 2016; 5. MORETTI. A. F. Et. Al. ACESSO A INFORMAÇÃO DE SAÚDE NA INTERNET: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA. 2012; 6. FERNANDES. S. L. REDES SOCIAIS E PRÁTICAS EM SAÚDE: INFLUÊNCIA DE UMA COMUNIDADE ONLINE DE DIABETES NA ADESÃO AO TRATAMENTO. 2018.
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