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A Misericórdia e Nós

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A 
Misericórdia 
e Nós 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
JAN/2016 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 A misericórdia e nós./ Silvio Dutra Alves. – 
 Rio de Janeiro, 2016. 
 76p.; 14,8x21cm 
 
 1. Cristianismo. 2. Perdão. 3. Misericórdia. 
 I. Título. 
 
 CDD 207 
 
 
 
 
 
 CDD 
230.227 
 
3 
 
 
 
Sumário 
 
Devemos Ter a Mesma Misericórdia que 
Há em Deus 
 4 
Quando a Misericórdia é Eficaz 12 
Como se Alcança a Misericórdia de 
Deus 
 18 
“Eu te conheci no deserto em terra 
muito seca." (Oseias 13.5) 
20 
“A misericórdia de Deus." (Salmo 52.8) 22 
Como a Misericórdia Triunfa Sobre o 
Juízo 
 
Salvos Pela Misericórdia e Não Por 
Obras 
 31 
Se Compadece de Nossa Miséria 
Espiritual 
37 
Infinita Misericórdia 40 
Na Tristeza Pelo Pecado Lembremos da 
Misericórdia de Deus 
43 
O Que Tem a Ganhar o Que é 
Misericordioso 
52 
Misericórdia, Compaixão e Empatia 54 
 
 
 
 
 
4 
 
Devemos Ter a Mesma Misericórdia Que 
Há em Deus 
 
Em Rom 1.18 a 21 lemos: 
 
Rom 1:18 A ira de Deus se revela do céu contra 
toda impiedade e perversão dos homens que 
detêm a verdade pela injustiça; 
Rom 1:19 porquanto o que de Deus se pode 
conhecer é manifesto entre eles, porque Deus 
lhes manifestou. 
Rom 1:20 Porque os atributos invisíveis de Deus, 
assim o seu eterno poder, como também a sua 
própria divindade, claramente se reconhecem, 
desde o princípio do mundo, sendo percebidos 
por meio das coisas que foram criadas. Tais 
homens são, por isso, indesculpáveis; 
Rom 1:21 porquanto, tendo conhecimento de 
Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe 
deram graças; antes, se tornaram nulos em seus 
próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o 
coração insensato. 
Nesta porção das Escrituras, o Espírito Santo, 
falou pela boca do apóstolo Paulo, nos versículos 
20 e 21 qual é o motivo de Deus se irar contra 
os homens ímpios, a saber: eles não glorificam 
a Deus e nem são gratos a Ele, por tudo que 
 
5 
 
percebem dos Seus atributos invisíveis e do 
Seu eterno poder, desde o princípio do mundo, 
atributos e poder estes que podem ser 
observados através das coisas que Deus criou. 
Veja que o texto fala de atributos e de poder. 
E nisto destacamos especialmente o amor, a 
misericórdia, a paciência, a longanimidade, a 
graça, a onipotência, e todos os demais atributos 
correlatos a estes, que fazem com que Deus seja 
bom até mesmo para com pecadores como são 
todos os homens. 
Afinal, não há um único justo sequer no mundo, 
desde que o primeiro homem pecou e virou as 
costas para o Senhor. 
Deus seria totalmente justo caso 
julgasse e mantivesse a todos os homens 
do mundo, e de todas as épocas, debaixo das 
sucessivas manifestações do Seu desagrado e 
ira contra tal ingratidão e falta de glorificação do 
Senhor por causa da falta de um procedimento 
santo em suas vidas. 
Todavia, não somente é longânimo Ele próprio 
com todos os homens, como também ordena 
aos que se tornaram Seus filhos por meio da fé 
em Jesus Cristo, que O imitem especialmente 
nos seus atributos de amor e de misericórdia, 
amando o próximo como a si mesmos. 
 
6 
 
Como? Deus ordena que aqueles que Lhe são 
gratos e que o glorificam, amem os Seus 
inimigos? Sim. 
Ele ordena que se dê alimento e bebida para 
matar a fome e a sede de quem persegue os que 
andam retamente? 
Sim. Porventura não o registrou em Sua 
Palavra? 
O grande motivo para isto é que o Senhor não 
tem levado o pecado em conta nesta 
dispensação da graça, pois tem adiado tudo para 
o dia do grande Juízo. 
E por que Ele o faz? 
Porque sabe que, espiritualmente falando, todas 
as pessoas se encontram naturalmente cegas 
quanto à sua condição de mortas espirituais 
perante Ele, como também que elas 
desconhecem a extensão e profundidade do Seu 
amor, da Sua justiça, bondade e misericórdia, 
para com todos os homens, em razão desta 
condição enferma com a qual todos se 
encontram perante Ele. 
É por isso que se compadece, e nos chama a agir 
de igual forma, depois que o conhecemos. 
 
7 
 
Agora, veja que o argumento bíblico diz que ao 
agirem contra a revelação da misericórdia e da 
bondade de Deus, não se convertendo a Ele e 
deixando de Lhe dar a glória devia, tais pessoas 
se tornam ingratas e irreverentes, e serão 
indesculpáveis no dia do grande Juízo de Deus, 
porque deram as costas à mão perdoara que lhes 
fora estendida. 
Não serão indesculpáveis por causa de uma 
única manifestação de bondade para com elas 
em face de todo o mal que praticam. 
Serão indesculpáveis, porque, na verdade, Deus 
lhes tem dado um longo tempo para se 
arrependerem e se converterem em face de 
toda a bondade e longanimidade, que não 
apenas Ele, como todos os Seus filhos amados, 
têm demonstrado por elas por toda e uma 
longa vida na terra. 
São mais indesculpáveis ainda, porque o que se 
lhes pede para que tal quadro seja alterado, é 
que simplesmente reconheçam a sua condição 
de afastamento espiritual do seu criador, na 
qual se encontram, e que confiem em Jesus 
Cristo para ser o Senhor e Salvador de suas 
vidas, que lhes habilite a se reconciliarem com 
Deus e a agirem e viverem de modo que Lhe seja 
agradável. 
 
8 
 
Tudo o que fizeram de mau, e por um longo 
tempo, lhes seria perdoado instantaneamente, 
no momento mesmo em que se convertessem a 
Deus. 
Todavia, como não se arrependem, não se 
convertem, não são gratos a Deus e nem o 
glorificam, então, apesar dEle não desistir de 
continuar sendo bom para com eles, não poderá 
ter qualquer amor de intimidade e comunhão 
com os tais, e nada poderá fazer, por causa da 
sua incredulidade, senão deixá-los entregues a 
si mesmos, e isto fará com que 
aumentem ainda mais a sua cota de pecados 
contra os céus e contra Deus. 
Olhem para o ministério de Jesus aqui na terra, 
conforme o relato dos evangelhos. 
Por acaso não mostrou tal amor, bondade, 
misericórdia e poder de curar, até mesmo a 
ingratos e maus? (e afinal há alguém que seja 
perfeitamente bom? Alguém que cujo espírito 
não necessite ser curado?) 
Ele revelou em pessoa, que o caráter 
do evangelho é realmente o de misericórdia, 
perdão, amor e bondade, para com todos os 
pecadores. 
 
9 
 
Isto está sendo manifestado no mundo, desde 
então, até agora, e até o último instante da vida 
de cada pessoa que tem passado por aqui. 
Ora, em face de tudo isto, o que devemos pensar, 
quanto ao juízo eterno de fogo a que ficarão 
sujeitos todos os que resistirem bravamente à 
tão grande oferta de graça que Deus está 
fazendo em Cristo, para que sejamos perdoados 
e reconciliados com Ele? 
Haverá porventura qualquer injustiça ou 
maldade da parte de Deus nisto? 
Ninguém poderá ir para o céu sem ser 
transformado. 
Jesus derramou seu sangue na cruz para que 
fôssemos lavados e curados do pecado. 
Pagou um grande preço sendo visitado pela ira 
de Deus que castigou nEle, na cruz, a nossa 
culpa. 
Rejeitando o único remédio pelo qual 
poderíamos ser curados, seria de se esperar que 
saíssemos deste mundo ilesos, perfeitos e 
abençoados? 
Oh não! 
 
10 
 
Contra isto clama até a própria natureza, pois 
aprendemos dela, que o que não se renova se 
estraga, morre, acaba. 
Deus tem usado de misericórdia e sido 
longânimo para com todas as pessoas, e tanto 
isto é verdadeiro, que ordena àqueles que o têm 
conhecido que sejam também misericordiosos 
assim como Ele. 
É por isso que está escrito na Bíblia que o juízo é 
sem misericórdia sobre aquele que não usar de 
misericórdia. 
Porque assim como é Deus, deve ser o homem a 
quem Ele criou para ser à sua exata imagem e 
semelhança. 
Deus perdoa e esquece os pecados dos maiores 
transgressoresquando eles se arrependem, e os 
tem suportado com grande paciência e 
bondade, enquanto isto não acontece, na 
expectativa de que o façam. 
Por isso devemos sempre lembrar, nas 
perseguições que sofremos, das seguintes 
palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, em I Pe 
3.13: 
1Pe 3:14 Ora, quem é que vos há de maltratar, se 
fordes zelosos do que é bom? 
 
11 
 
1Pe 3:14 Mas, ainda que venhais a sofrer por 
causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos 
amedronteis, portanto, com as suas ameaças, 
nem fiqueis alarmados; 
1Pe 3:15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, 
em vosso coração, estando sempre preparados 
para responder a todo aquele que vos pedir 
razão da esperança que há em vós, 
1Pe 3:16 fazendo-o, todavia, com mansidão e 
temor, com boa consciência, de modo que, 
naquilo em que falam contra vós outros, fiquem 
envergonhados os que difamam o vosso bom 
procedimento em Cristo, 
1Pe 3:17 porque, se for da vontade de Deus, é 
melhor que sofrais por praticardes o que é bom 
do que praticando o mal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Quando a Misericórdia é Eficaz 
 
“E compadecei-vos de alguns que estão na 
dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; 
quanto a outros, sede também compassivos em 
temor, detestando até a roupa contaminada pela 
carne.” (Jd 1.22,23) 
O apóstolo recomenda o uso de misericórdia 
para com aqueles que se mostram resistentes ao 
evangelho, e que são governados pela 
carnalidade. 
Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que os que 
forem misericordiosos também alcançarão 
misericórdia, e que é um dever ser 
misericordioso assim como Deus é em sua 
natureza, o qual não tem prazer em afligir os 
filhos dos homens, Lam 3.33. 
Todavia, deve ser considerado que a 
misericórdia, como ela se encontra em Deus, 
que é segundo o que temos revelado na Bíblia, 
não é um mero sentimento de compaixão para 
com as nossas misérias, porque ela compreende 
todo um conjunto de ações voltadas 
especialmente para o nosso resgate das garras 
do mal, tanto externo quanto interno, de modo 
que possamos ser achados efetivamente 
naquela condição bem-aventurada que Jesus 
veio nos trazer. 
 
13 
 
Daí dizer o apóstolo que devemos nos empenhar 
em salvar os que estão na dúvida, como alguém 
que tira uma pessoa de um incêndio. Na 
verdade, os que não têm fé em Cristo já se 
encontram julgados e debaixo de uma 
condenação de fogo eterno, conforme Ele 
mesmo afirmou, João 3.18, e se nada for feito por 
eles, em lhes levar o evangelho com 
misericórdia, é bem provável que perecerão em 
tal estado. 
Duvidar da bondade, do amor e da salvação que 
está em Jesus Cristo, não lhe traz qualquer 
honra, ao contrário, é uma grande desonra e um 
impedimento para que a salvação seja 
concretizada. É por confiarmos inteiramente 
nele que somos salvos, e assim, o apóstolo nos 
instrui a conduzir estes que duvidam a uma 
condição de plena fé, porque é somente por esta 
que poderão ser salvos. 
Deus deve ser temido porque apesar de ser 
profundamente misericordioso, não pode agir 
contra o atributo da sua justiça e também contra 
a sua santidade, que determinam a condenação 
eterna de todo aquele que não for justificado por 
meio da fé em Cristo. 
A sua justiça teve que ser satisfeita primeiro 
com o ato misericordioso da morte de Jesus em 
nosso lugar, para que pudéssemos ter um 
fundamento firme para a nossa justificação. 
 
14 
 
É de crucial importância sabermos isto, porque 
a misericórdia nada poderá fazer em nosso favor 
se a exigência da justiça não for atendida. 
Devemos estar vestidos com a justiça de Cristo, 
que nos está sendo oferecida gratuitamente, 
mediante o nosso arrependimento e fé nele, e 
então a misericórdia achará um caminho para 
completar o seu trabalho em nos ajudar, 
fazendo com que todas as coisas contribuam 
para o nosso bem. 
Não há outro modo para se arrebatar alguém do 
fogo do inferno. Isto é feito somente por se dar 
pleno crédito à mensagem do evangelho. Não 
somos nós propriamente que arrebatamos 
alguém do fogo, mas o próprio Cristo, pelo seu 
poder, quando se tem fé na sua Palavra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Como se Alcança a Misericórdia de Deus 
 
Em Êxodo 33.19 e em Rom 9.15 está escrito que 
Deus concederá a nós a sua graça para 
alcançarmos a sua misericórdia para a salvação 
da nossa alma, conforme a sua própria 
determinação e soberania. 
 
Portanto, nunca foi, e jamais será dito, de 
alguém que foi ou que será salvo por Cristo, por 
causa de algum bem que tenha feito, ou por um 
simples desejo de não ser eternamente 
condenado pela justiça divina. 
A salvação é dada por Deus por pura graça e 
misericórdia a pecadores que se encontram 
perdidos. 
Mas qual é o critério da concessão desta graça e 
misericórdia? 
Que evidências nos foram dadas na Bíblia para 
sabermos que a temos obtido? 
Dentre as tantas apresentadas, a maior é a 
testificação do Espírito Santo com o nosso 
espírito de que estamos seguramente salvos em 
Jesus Cristo. 
Outra de grande importância, é a tristeza que 
temos quando pecamos, e a fé que em Jesus 
 
16 
 
depositamos para que sejamos perdoados e 
purificados. 
Podemos saber que estamos a caminho da 
obtenção da graça e da misericórdia divinas 
quando começamos a perceber que não 
podemos ser salvos pela nossa própria justiça, e 
que dependemos inteiramente do sacrifício de 
Jesus na cruz para sermos justificados. 
Quando percebemos que não há qualquer 
mérito em nós e nas nossas melhores obras, e 
que de fato, tudo em nós está manchado pelo 
pecado. 
Mas ainda assim, desejamos ser purificados e 
aperfeiçoados pelo Espírito Santo, para sermos 
confirmados na Palavra do Evangelho e em toda 
boa obra do Espírito operada em nós e por meio 
da nossa instrumentalidade. 
Sabemos que estamos a caminho da graça e da 
misericórdia quando nos arrependemos e 
amamos os mandamentos de Cristo, conforme 
se encontram registrados na Bíblia. 
Quando somos movidos a orar no Espírito, 
suplicando não apenas por nós, mas 
intercedendo por todos os homens, e 
especialmente pelos santos. 
 
17 
 
Quando amamos os irmãos com o próprio amor 
de Jesus Cristo, que nos move a isto. 
Enfim, podemos ver que em tudo isto se exclui 
qualquer merecimento nosso, pois de Deus 
temos tudo recebido. 
Com humildade, oferecendo-lhe a confissão e o 
louvor dos nossos lábios, certamente o 
encontraremos habitando em nosso interior, 
pelo Santo Espírito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
“Eu te conheci no deserto em terra muito 
seca." (Oseias 13.5) 
 
Sim, Senhor, tu realmente me conheceste no 
meu estado caído, e ainda assim, tu me 
escolheste para ti. Quando eu era repugnante e 
abominável, tu me recebeste como teu filho, e 
satisfizeste o meu desejo. Bendito seja o teu 
nome para sempre por esta livre, rica, 
abundante misericórdia. 
Desde então, minha experiência interior tem 
sido muitas vezes um deserto; mas tu tens ainda 
me recebido como o teu amado, e derramado 
rios de amor e graça em mim para me alegrar e 
me fazer frutífero. 
Sim, quando as minhas circunstâncias 
exteriores têm sido como as piores, e eu tenho 
vagado em uma terra seca, a tua doce presença 
tem me consolado. 
Os homens não me conheceram quando o 
desprezo me aguardava, mas tu conheceste a 
minha alma nas adversidades, para que 
nenhuma aflição ofuscasse o brilho do teu 
amor. 
Senhor mais gracioso, eu te engrandecerei por 
toda a tua fidelidade para comigo em 
circunstâncias tentadoras, e eu lamento que eu 
 
19 
 
tenha em qualquer momento esquecido de ti 
e deixado que meu coração se elevasse, quando, 
eu devia tudo à tua gentileza e ao teu amor. Tem 
misericórdia de teu servo quanto a isto! 
Minha alma, se Jesus assim te reconheceu na 
tua baixa condição, esteja certa de que é por 
causa dele que agora estás em tua prosperidade. 
Não se glorie por teus sucessos mundanos, de 
modo a ter vergonha da verdade ou da pobre 
igrejacom a qual tu foste associada. Siga Jesus 
no deserto; carregue a cruz com ele, quando o 
calor da perseguição se tornar ardente. 
Ele se apropriou de ti, ó minha alma, na tua 
miséria e vergonha - nunca seja assim traiçoeira 
como para se envergonhar dele. Ó porque se 
envergonhar ainda mais com o pensamento de 
ter vergonha do meu melhor Amado! Jesus, 
minha alma se apega a ti. 
"Eu vou voltar para ti em dias de luz, 
Assim como em noites de tribulações, 
Tu brilhas em meio a tudo o que é brilhante! 
Tu, o mais amado dos amados!" 
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, 
traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra. 
 
 
20 
 
“A misericórdia de Deus." (Salmo 52.8) 
 
Medite um pouco sobre esta misericórdia do 
Senhor. Ela é uma terna misericórdia. Com 
gentil toque amoroso, ela sara os quebrantados 
de coração, e lhes ata as suas feridas. 
O Senhor é tão gracioso na forma de ministrar a 
sua misericórdia! Ela é grande. Não há nada 
pequeno em Deus, a sua misericórdia é como 
ele - ela é infinita. Você não pode medi-la. Sua 
misericórdia é tão grande que perdoa grandes 
pecados de grandes pecadores, depois de 
grandes períodos de tempo, e, em seguida, dá 
grandes favores e privilégios, e nos levanta para 
grandes alegrias no grande céu do grande Deus. 
É misericórdia imerecida, como, aliás, toda a 
verdadeira misericórdia deve ser, porque 
misericórdia merecida é apenas um equívoco 
de justiça. 
Não havia direito por parte do pecador para tal 
tipo de consideração do Altíssimo; tendo o 
rebelde sido condenado ao fogo eterno, ele teria 
merecido justamente a condenação, e se é 
livrado da ira, apenas o amor soberano é a causa, 
porque nada havia no próprio pecador. Isto é a 
riqueza da misericórdia . 
 
21 
 
Algumas coisas são grandes, mas têm pouca 
eficácia em si mesmas, mas a misericórdia é um 
estímulo para seus espíritos caídos; um 
unguento de ouro para os seus ferimentos; uma 
bandagem celestial para seus ossos quebrados; 
uma carruagem real para os seus pés cansados; 
um seio de amor para o seu coração turbado. 
É uma misericórdia múltipla, variegada. Como 
Bunyan diz: "Todas as flores no jardim de Deus 
são duplicadas." Não há misericórdia solitária. 
Você pode pensar que você tem senão uma 
misericórdia, mas você as achará num amplo 
conjunto de misericórdias. É abundante 
misericórdia. Milhões a têm recebido, e ainda 
está muito longe de serem esgotadas; são 
renovadas, plenas, e livres para sempre. É 
misericórdia infalível. Nunca te deixará. Se a 
misericórdia é tua amiga, a misericórdia estará 
contigo na tentação para te guardar da queda; 
contigo em tribulações para evitar que 
naufragues; com a tua vida para ser a luz e a vida 
do teu semblante; e contigo na morte para ser a 
alegria da tua alma quando o conforto terreno 
estiver diminuindo rapidamente. 
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, 
traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra. 
 
 
 
22 
 
 
Como a Misericórdia Triunfa Sobre o 
Juízo 
 
“Porque o juízo é sem misericórdia para com 
aquele que não usou de misericórdia. A 
misericórdia triunfa sobre o juízo.” (Tiago 2.13) 
 
Tiago disse no versículo anterior: “Falai de tal 
maneira e de tal maneira procedei como 
aqueles que hão de ser julgados pela lei da 
liberdade”. 
Ele lembra ao cristão que ele deveria proceder 
como quem não está debaixo do rigor da aliança 
das obras; porque se você se permitir qualquer 
pecado ou fazer qualquer coisa contra qualquer 
parte da lei régia, você nada pode esperar além 
de juízo sem misericórdia. Ser cruel em não 
prover os seus irmãos e não ter misericórdia 
para com eles é um pecado que vai colocá-lo 
nesta condição, não somente por ser isto uma 
transgressão da lei, mas um pecado especial, 
que parece requerer tal julgamento. 
“Porque o juízo será sem misericórdia para com 
aquele que não usou de misericórdia” – Nesta 
expressão Tiago se reporta ao efeito do pacto de 
obras, que é o julgamento, sem qualquer 
mistura de misericórdia, a lei do pacto feito com 
Adão e sua descendência, nada faz para 
 
23 
 
diminuir a transgressão, como também implica 
a retaliação de Deus: homens duros acharão 
justamente uma dura recompensa. 
(A aliança feita por Deus com Adão para que em 
tudo fosse obedecido, e que a menor 
transgressão de Sua vontade seria punida com a 
morte (física, espiritual e eterna) permanece em 
pleno vigor. Daí decorre que todos morrem à 
semelhança de Adão, porque todos são 
pecadores. A força do argumento do apóstolo 
Tiago neste texto de Tg 2.13, para os cristãos, é 
que, apesar de não estarem debaixo do juízo aqui 
referido no verso 13, deveriam ser cuidadosos 
no exercício da misericórdia, uma vez que há tal 
juízo terrível repousando sobre aqueles que 
estão debaixo da lei e não da graça, revelando o 
quanto desagrada à justiça de Deus não sermos 
misericordiosos. Com esta advertência, Tiago 
tencionava despertar para a verdade aqueles 
que havia repreendido anteriormente por 
estarem fazendo acepção de pessoas na reunião 
pública da igreja, por desprezarem os pobres e 
honrando os ricos, e que não demonstravam a 
evidência de uma fé viva, por negligenciarem as 
necessidades de seus irmãos na fé. Então a 
misericórdia é um dever, mesmo para os que 
estão debaixo da nova aliança com Cristo – nota 
do tradutor.) 
“A misericórdia triunfa sobre o juízo” - A palavra 
é κατακαυχᾶται (glória, levantar a cabeça), como 
 
24 
 
um homem fará quando algo é feito com glória 
e sucesso. Esta última parte do texto, tem sido 
interpretada por alguns como sendo a 
misericórdia de Deus, outros a entendem como 
se referindo à misericórdia do homem. Aqueles 
que se referem a Deus, pretendem expô-lo desta 
forma: Eles merecem um juízo severo, e se não 
for assim com todos, é apenas porque a 
misericórdia de Deus triunfou sobre a Sua 
justiça. Os que se referem à misericórdia do 
homem o expõem deste modo: no conflito e 
competição entre os atributos relativos aos 
pecadores, a misericórdia adquire a vitória e a 
superioridade, e assim se alegra, como quando 
os homens repartem os despojos. 
O apóstolo fala aqui da misericórdia que o 
homem mostrou ao homem: porque no texto 
parece haver uma tese e uma antítese, uma 
posição e uma oposição. Na posição, o apóstolo 
afirmou que o impiedoso não deve encontrar 
qualquer misericórdia; na oposição, que a 
misericórdia achou o juízo vencido; isto é, 
aquele que se compadece não está em perigo de 
condenação, pois Deus não vai condenar 
aqueles que imitam a sua própria bondade, e, 
portanto, ele pode se regozijar quanto a seus 
temores, como quem tem escapado. Agora, o 
ortodoxo, que vai por este caminho de aplicar 
isto à misericórdia do homem, não faça dessa 
aplicação uma causa da nossa aceitação por 
Deus, mas uma evidência; a misericórdia 
 
25 
 
mostrada aos homens, sendo um seguro penhor 
daquela misericórdia que ele deve obter com 
Deus. Confesso que tudo isso é racional; mas 
olhe para a frase do texto, e você vai encontrar 
alguns inconvenientes no presente parecer, 
pois será uma fala de um som e uma construção 
mais ásperos afirmar que a nossa misericórdia 
deve triunfar sobre o juízo de Deus; porque, 
então, o homem parece ter algum tipo de glória 
diante de Deus, que é o contrário do que Davi 
afirmou, e que nega que qualquer obra nossa 
possa ser justificável à Sua visão – Sl 143.2, “Não 
entres em juízo com o teu servo, porque à tua 
vista não há justo nenhum vivente.”, ou ser 
capaz de segurar a cabeça ou o pescoço contra o 
Seu juízo, contrariando a Cristo, que proíbe esta 
alegria contra o julgamento divino, embora 
estejamos conscientes de nós mesmos quanto à 
realização do nosso dever, Lucas 17.10, e 
contrariamente a Paulo que diz não haver 
qualquer glória nossa diante de Deus, Rom 4.2. 
Todo o triunfo que temos contra a justiça de 
Deus é a vitória da sua misericórdia, por isso eu 
creio que esses dois sentidospodem ser bem 
ajustados e modificados cada pelo outro, assim: 
É a misericórdia de Deus que se regozija sobre a 
sua justiça, e é a misericórdia no homem que 
nos possibilita regozijarmo-nos na misericórdia 
de Deus, e, portanto, a sabedoria do apóstolo 
Tiago deve ser observada na elaboração do texto 
de modo que pode ser indiferentemente 
compatível com ambos os sentidos. Sim, sobre 
 
26 
 
uma consideração mais precisa e íntima das 
palavras, eu acho que a oposição no texto do 
apóstolo não pode repousar tanto entre falta de 
misericórdia e misericórdia, quanto entre o 
juízo sem misericórdia e o juízo vencido por 
misericórdia. 
O homem misericordioso se gloria como aquele 
que se compadece recebeu, pela misericórdia 
de Deus, regozijar-se com a justiça de Deus em 
seu nome; ele pode se regozijar sobre Satanás, 
sobre o pecado, a morte, o inferno, e sobre sua 
própria consciência. No tribunal do céu a 
misericórdia de Deus se alegra, no tribunal da 
consciência, a misericórdia do homem. 
A condição dos homens sob o pacto das obras 
(diferente do pacto da graça em Jesus) é muito 
miserável. Eles se encontram com a justiça, sem 
qualquer misericórdia. 
A palavra de Deus não fala de qualquer consolo 
para eles. Ou dever exato, ou miséria extrema, 
eram os termos desse pacto das obras. “Cumpra 
e viverás” e “Não cumpra e morrerás”, é a única 
voz que você deve ouvir enquanto você estiver 
debaixo daquele mandamento dado a Adão e à 
sua descendência. Deus perguntou a Adão: Que 
fizeste? Não tens te arrependido? Adão havia 
morrido espiritualmente em razão da 
desobediência e necessitava do 
arrependimento que é para a vida, para si 
 
27 
 
mesmo, e isto se aplica, individualmente, a cada 
pessoa da sua descendência. Por isso, se lê em 
Ezequiel 18, “A alma que pecar essa morrerá”. A 
mínima violação é fatal. Ao homem caído o 
dever daquela aliança é impossível, a sua pena é 
intolerável. Pecados de omissão não podem ser 
expiados por deveres subsequentes. Pagamento 
de novos débitos não quitarão os antigos. Você 
teria esperança na misericórdia de Deus? Um 
atributo não é exercido para prejudicar um 
outro. Naquele pacto Deus tencionou glorificar 
a justiça, e você está compromissado com uma 
lei justa, e tanto a lei e a justiça devem ser 
satisfeitas. Como a palavra não fala de qualquer 
conforto, assim não há qualquer providência. 
Todas as dispensações de Deus são judiciais: Ez 
7.5 “Assim diz o SENHOR Deus: Mal após mal, 
eis que vêm”. Suas cruzes são completamente 
maldições. Não há nada que lhes sucedeu que 
estejam sob o pacto da graça, mas há algo bom 
nisto; algo para convidar a esperança, ou para 
aliviar a tristeza: “Na ira Deus se lembra da 
misericórdia” - Hab 3.2. A vara não é 
transformada numa serpente, e, portanto, 
consola, Sl 23.5. Considerando que, todos estas 
consolações são salgadas com uma maldição, e 
em seus desconfortos não há nada, senão um 
rosto e uma aparência de ira. Mas o pior da 
aliança das obras é daqui em diante. Quando ele 
tratou com seu povo, tudo em misericórdia, ele 
lidará com todos eles em julgamento: Apo 14.10, 
“também esse beberá do vinho da cólera de 
 
28 
 
Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua 
ira,”, ou seja, somente o ingrediente da ira. No 
entanto, é dito no Sl 75.8, “Porque na mão do 
SENHOR há um cálice cujo vinho espuma, cheio 
de mistura; dele dá a beber; sorvem-no, até às 
escórias, todos os ímpios da terra.”, cheio, 
misturado com todos os tipos de pragas, mas 
sem mistura, sem a menor gota de misericórdia. 
Oh! como suportarão aqueles tormentos que 
estão sem misericórdia e sem fim? Apo 20.7, 
“Eles serão lançados no lago que arde com fogo 
e enxofre, onde serão atormentados para todo o 
sempre”, nada há mais doloroso para o sentido 
do fogo, e tudo isso para todo o sempre. Há uma 
eternidade que é sem medida e sem fim, que é o 
inferno do inferno, que depois que mil anos 
tiverem passado, o verme não morre, e o fogo 
não se apaga. 
Bem, então, o inferno deve despertar aqueles 
que estão sob o pacto de obras para virem sob a 
bandeira da graça. Aqueles que estão 
condenados naquela coorte têm liberdade de 
apelar (recorrer) a outra (a do evangelho), e 
quando você estiver morto e perdido debaixo da 
primeira lei, você pode estar vivo para Deus, Gál 
2.19. Deixe que o inferno, o vingador do sangue – 
o Goel do Velho Testamento - faça você fugir 
para a cidade de refúgio, que é Cristo. Mas você 
vai dizer, que agora não está sob o pacto das 
obras? O pacto das obras não foi feito apenas 
 
29 
 
com Adão, mas com toda a sua descendência. A 
condição daquela aliança feita por Deus com 
Adão e com a sua descendência era de 
obediência perfeita ou então a morte. E cada 
homem natural, enquanto naturais, enquanto 
apenas um filho de Adão, está obrigado ao teor 
da mesma. A forma desta lei corre 
universalmente, e por isso foi reafirmada no 
pacto da Lei, através de Moisés, pois se diz: 
“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão 
debaixo de maldição; porque está escrito: 
Maldito todo aquele que não permanece em 
todas as coisas escritas no Livro da lei, para 
praticá-las.” (Gál 3.10). É maldito todo aquele que 
quebrar um mandamento, sem exceção, senão 
aquele que estiver debaixo da graça de Jesus. Se 
a lei das obras tivesse sido revogada e colocada 
de lado hoje, desde a queda de Adão, Cristo não 
ter-se-ia feito maldição como nosso substituto e 
penhor, pois ele carregaria a nossa dívida com 
ele, ao submeter-se ao dever e à pena do nosso 
compromisso, por isso se diz que ele nasceu sob 
a lei, para remir os que estavam sob a lei, e assim 
também em Gál 3.13 “Cristo se fez maldição por 
nós”, isto é, no nosso lugar. 
 E, novamente, a lei do pacto de obras com Adão 
e com a sua descendência não é revogada, 
porque é uma regra imutável, segundo a qual 
Deus procede: “Nem um til da lei passará” - Mat 
5.18, até que tudo seja cumprido, tanto pela 
criatura, ou sobre a criatura. É o pacto de obras 
que condena todos os filhos de Adão. O rigor do 
 
30 
 
que trouxe Cristo do céu para cumpri-lo para os 
crentes. Ou devemos ter Cristo para cumpri-lo 
por nós, ou pela nossa violação do mesmo, 
devemos morrer para sempre. E, portanto, o 
apóstolo Tiago diz que no dia do juízo Deus 
procederá com todos os homens de acordo com 
as duas alianças. Alguns são julgados pela lei da 
liberdade, e alguns pelo juízo sem misericórdia, 
os dois pactos têm dois cabeças principais para 
os aliançados, para eles e seus herdeiros - Adão 
e Cristo, portanto, enquanto tu és herdeiro de 
Adão, tu tens o compromisso de Adão sobre ti. O 
pacto das obras foi feito com Adão e sua 
descendência, que eram todos homens 
naturais. O pacto da graça com Cristo e sua 
descendência, que são os crentes, (que são 
julgados segundo a lei da liberdade que Ele 
conquistou para os que nele creem. Liberdade 
da condenação eterna, e de tudo o que se referia 
ao pacto das obras, cuja lei permanece sobre 
todos os descendentes de Adão que não estão 
em Cristo. Nos capítulos 4 e 5 de Romanos, o 
apóstolo Paulo faz referência a ambos os pactos 
e este compromisso com Adão e Cristo, quer 
para a morte no primeiro, quer para a vida, no 
segundo – nota do tradutor). 
 
Tradução e adaptação elaboradas pelo Pr Silvio 
Dutra, de citações extraídas do comentário de 
autoria de Thomas Manton, sobre o segundo 
capítulo da epístola de Tiago. 
 
 
31 
 
Salvos Pela Misericórdia e Não Por Obras 
 
“Não por obras de justiça praticadas por nós, 
mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou 
mediante o lavar regenerador e renovador do 
Espírito Santo, que ele derramou sobre nós 
ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso 
Salvador” (Tito 3.5,6) 
 
1. O CAMINHO DO PERDÃO 
 
Quando uma pessoa se encontra sob convicção 
de pecado, experimenta o sentimento de que 
todos os dias Deus está irado para com ela. Tal 
pessoa se afunda em umacondição de 
melancolia, “laços de morte cercam-na, e 
angústias do inferno se apoderaram dela”. 
Quando Deus visita esta pessoa, em sua 
misericórdia, Ele o faz pelo meio de revelar ao 
coração o Senhor Jesus Cristo. Deus manifesta a 
sua “benignidade.... e o seu amor para com 
todos” (Tito 3.4). O Espírito Santo faz 
resplandecer a face de Jesus Cristo, mostrando 
ao perdido como o Senhor Jesus teve compaixão 
dele, veio a este mundo por causa dele, 
obedeceu e morreu no lugar dele; mostrando 
também que o pior dos pecadores pode recebê-
Lo como seu Salvador. O pecador contempla o 
Cordeiro de Deus e seu coração enche-se de paz, 
ao crer nEle. Ora, isto é o que significam as 
 
32 
 
palavras “segundo a sua misericórdia, ele nos 
salvou”. 
1.1 - Algumas almas estão procurando a salvação 
por meio de “obras de justiça”. Você sofre no 
cumprimento de deveres religiosos; lê a Bíblia e 
ora, alimenta os famintos, veste os despidos, 
para fazer compensação por pecados cometidos 
e colocar sobre Deus a obrigação de salvá-lo. 
Destas palavras, torna-se evidente que você não 
compreende o caminho que conduz ao céu. Este 
caminho está fechado para você, visto que, “não 
por obras de justiça praticadas por nós, mas 
segundo sua misericórdia, ele nos salvou” (Tito 
3.5); e que, “se a justiça é mediante a lei, segue-
se que morreu Cristo em vão” (Gl 2.21). 
1.2 - Como podemos ser salvos? É por meio da 
“manifestação da benignidade e do amor de 
Deus, nosso Salvador”. Você acha que tem de 
fazer alguma coisa, para mudar a atitude de 
Deus, enquanto Cristo, nosso grande Sumo 
Sacerdote, por meio da oferta de Si mesmo, fez 
tudo o que era necessário, para abrir o caminho 
da reconciliação com Deus, que é “bom e 
compassivo” (Sl 86.5). Aprenda a não olhar para 
dentro de si, e sim a olhar para fora, a fim de 
obter paz. Você está examinando 
detalhadamente a sua vida de trevas e o seu 
coração que está em trevas ainda mais densas. 
Você está debilitando os seus olhos, para 
encontrar algum raio de luz em seu coração. Isto 
 
33 
 
é inútil. Alguém já tentou ver o nascer do sol 
olhando para uma caverna? Olhe para fora, 
contemple a benignidade e o amor de Deus, 
nosso Salvador. É a descoberta da pessoa, 
ofícios, beleza, obra consumada e 
espontaneidade de Deus, nosso Salvador, que 
enche o coração de paz, e os lábios, de louvor. 
“Os meus terrores desapareceram ante o seu 
doce nome, meus de culpa baniram- se, com 
ousadia eu vim b temores eber livremente na 
fonte que outorga vida. Jeová-Tsidkenu é tudo 
para mim.” 
2. O CAMINHO DA SANTIDADE 
“Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e 
renovador do Espírito Santo.” 
2.1 - É um “lavar”. A obra do Espírito Santo em 
um coração perdoado é designada por lavar, 
porque é um ato de tornar limpo. O coração 
natural é corrupto e vil; nada que flui de nossa 
natureza pode limpá-lo — nenhuma boa 
resolução, nenhum juramento, nenhum 
esforço pode mudar o coração natural (Jer 13.23). 
Somente o Espírito Santo pode fazer isso. 
2.2 - É o “lavar regenerador”, ou seja, o novo 
nascimento. Não é uma lavagem exterior do 
corpo, e sim uma mudança interior, na alma. 
Não é o batismo com água, e sim com o “Espírito 
 
34 
 
Santo”. Oh! quantas vezes já lavei meu corpo, 
deixando-o limpo! Mas, eu já experimentei o 
lavar regenerador”? Há algum tempo fui lavado 
nas águas do batismo; mas também fui batizado 
com o Espírito Santo? 
2.3 - É um lavar constante. A água que Cristo 
outorga será, na alma, “uma fonte a jorrar para 
a vida eterna” (Jo 4.14). Muitos lugares, quando 
são bem lavados, permanecem limpos por 
algum tempo. No entanto, isso não acontece 
com o coração do homem, que é um terrível 
poço de iniquidade. O “rio da água da vida” tem 
que ser derramado neste coração e jorrar 
perpetuamente através dele. Temos de ser 
regados a cada momento. Oh! feliz a alma que 
possui em seu íntimo a Fonte das águas vivas. 
Não conhecemos nosso coração enganoso, se 
não sentimos nossa necessidade da inesgotável 
fonte do Espírito Santo, a fim de purificar- nos de 
toda imundícia. 
2.4- É uma renovação do Espírito Santo. Quando 
uma casa se torna rachada e prestes a cair, 
nenhum reparo melhorará sua condição. Ela 
precisa ser destruída e construída novamente. O 
coração de um pecador é como esse tipo de casa. 
A lepra do pecado está arraigada nas suas 
paredes. Tal coração tem que ser destruído e 
construído novamente. Isto é a renovação do 
Espírito Santo. Quando temos um inverno longo 
e severo, as árvores permanecem secas e sem 
 
35 
 
folhas, parecem mortas e não podem dar frutos; 
e, se o inverno continuar por muito tempo, elas 
poderão morrer. Mas quando o verão sopra 
outra vez sobre as árvores, a seiva ascende aos 
galhos em um fluxo vigoroso e abundante — “A 
figueira começa a dar seus figos, e as vides em 
flor exalam o seu aroma” (Ct 2.13). A face da terra 
é renovada (Sl 104.30). O coração do pecador é 
como uma árvore morta. Estar sem Cristo é o 
inverno da alma. Todavia, quando Cristo é 
revelado, e a alma chega ao amor de Deus, e o 
Espírito Santo é enviado ao coração, a pessoa se 
torna uma nova criatura e canta: “Sou como a 
oliveira verdejante, na Casa de Deus” (Sl 52.8). 
Por último, o Espírito é derramado sobre nós 
abundantemente. Os cristãos frequentemente 
se lamentam de que há poucas gotas do Espírito 
caindo em nossos dias. Infelizmente, existem 
muitas razões para esta queixa, mas pelo menos 
em um aspecto ela não é verdadeira. Onde quer 
que exista um simples crente, ali o Espírito 
Santo foi derramado abundantemente. Quando 
contemplo todo o mundo permanecendo na 
impiedade e vejo milhares de armadilhas 
colocadas diante de minha alma, em todos os 
caminhos; quando ouço o rugir do leão que anda 
em derredor, procurando a quem possa 
devorar; e, antes de tudo, quando vejo a lei dos 
meus membros lutando contra a lei da minha 
mente, sou tentado a clamar: “Algum dia 
perecerei às mãos de Saul”. Ainda que eu tivesse 
legiões de anjos ao meu lado, eles não poderiam 
 
36 
 
me sustentar. Nenhuma criatura pode guardar-
me de cair. Mas Jesus disse: “A minha graça te 
basta”. Ele derrama o Espírito Santo 
abundantemente. Que gotejar contínuo de 
chuva, que jorrar constante da fonte de água, 
que abundante fluir do rio de Deus é necessário 
para suster minha alma desamparada! Deus seja 
louvado por seu Santificador que habita em nós. 
“Ora, àquele que é poderoso para me guardar de 
tropeços e me apresentar com exultação, 
imaculado diante da sua glória, ao único Deus, 
nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor 
nosso, glória, majestade, império e soberania, 
antes de todas as eras, e agora, e por todos os 
séculos. Amém!”(Jd 24-25) 
 
Por Robert Murray M'Cheyne, em domínio 
público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio 
Dutra 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Se Compadece de Nossa Miséria 
Espiritual 
 
Rom 7:14 Porque bem sabemos que a lei é 
espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à 
escravidão do pecado. 
Rom 7:15 Porque nem mesmo compreendo o 
meu próprio modo de agir, pois não faço o que 
prefiro, e sim o que detesto. 
Rom 7:16 Ora, se faço o que não quero, consinto 
com a lei, que é boa. 
Rom 7:17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, 
mas o pecado que habita em mim. 
Rom 7:18 Porque eu sei que em mim, isto é, na 
minha carne, não habita bem nenhum, pois o 
querer o bem está em mim; não, porém, o 
efetuá-lo. 
Rom 7:19 Porque não faço o bem que prefiro, 
mas o mal que não quero, esse faço. 
Nestas palavras do apóstolo Paulo está descrita 
de modo sucinto e verdadeiro qual é a condição 
de todo o gênero humano. 
O quadro apresentado diante de nós é de total 
impotência para praticar somente aquilo que é 
 
38 
 
bom, e a facilidade e capacidade para praticar o 
que é mau. 
Como esta condição é natural e nos acompanha 
desde o nascimento até o dia da nossa morte, 
sem se tratar de algo dependentede escolha 
pessoal através do exercício de nossa vontade, 
Deus se compadece de nós e preparou uma via 
de escape da condenação e maldição que paira 
sobre nossas cabeças em decorrência deste fato. 
De modo que a permanência na condenação não 
é ditada por causa de nossa impotência para o 
bem e facilidade para a prática do mal, mas pela 
rejeição da oferta graciosa de libertação e 
remissão que Ele preparou para nós no 
sacrifício de Jesus Cristo. 
A natureza pecaminosa que herdamos do 
primeiro homem criado por Deus somente pode 
ser subjugada pelo poder de nosso Senhor Jesus 
Cristo, e através do trabalho do Espírito Santo. 
Ainda que não a vejamos inteiramente 
subjugada enquanto estivermos neste mundo, 
podemos constatar, enquanto em Cristo, que ela 
é cada vez mais enfraquecida, enquanto a nova 
natureza recebida pela graça se torna 
proporcionalmente mais forte. 
Todavia temos a promessa do perdão, da 
longanimidade e da misericórdia de Deus para 
 
39 
 
os nossos pecados presentes, por causa da nossa 
união com Jesus Cristo, e da perfeição em 
santidade quando formos recebidos por Ele na 
glória. 
De modo que podemos dizer juntamente com o 
apóstolo Paulo: 
“Rom 7:24 Desventurado homem que sou! 
Quem me livrará do corpo desta morte? 
Rom 7:25a Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso 
Senhor.” 
Se dependemos inteiramente de nosso Senhor 
para ter a vitória, então o exercício da nossa 
vontade para a prática do bem e para a rejeição 
do mal deve consistir basicamente em recorrer 
ao auxílio da Sua graça divina para tal propósito. 
É somente pela lei do Espírito da vida em Cristo 
Jesus, pela operação da Sua graça e virtude, que 
podemos obter a vitória sobre a lei do pecado e 
da morte. 
 
 
 
 
 
40 
 
Infinita Misericórdia 
 
“Não é Efraim meu precioso filho, filho das 
minhas delícias? Pois tantas vezes quantas falo 
contra ele, tantas vezes ternamente me lembro 
dele; comove-se por ele o meu coração, deveras 
me compadecerei dele, diz o SENHOR.” 
(Jeremias 31.20) 
 
Samaria, capital do Reino do Norte ou Israel, 
ficava situada em Efraim, de modo que Israel e 
Efraim eram palavras usadas como sinônimas. 
Por ocasião da escrita deste texto de Jeremias, o 
Reino do Norte havia sido levado em cativeiro 
pelos assírios, há mais de um século, enquanto 
Jeremias desenvolvia o seu ministério profético 
no Reino do Sul, ou Judá. 
Este texto do trigésimo primeiro capítulo de 
Jeremias foi proferido no contexto da Nova 
Aliança que é nele prometida. 
A compaixão do filho extraviado, julgado pelo 
pecado, e a lembrança terna dele por Deus, é 
apontada como uma das causas do 
estabelecimento de uma Nova Aliança, com as 
promessas dos versos 31 a 35, de perdão e 
esquecimento dos pecados cometidos 
anteriormente, por aqueles que fossem 
 
41 
 
chamados por Deus para serem confirmados 
para sempre na Sua presença. 
Somos como o Efraim de Deus, sendo agora 
restaurado e reconciliado, porque havíamos 
provocado o Senhor frequentemente com os 
nossos pecados e apostasias, mas Ele se 
compadeceu do nosso pecado e lamentou o 
estado em que nos encontrávamos. 
Ele nos atraiu para Si porque sentiu o nosso 
coração aspirando por conhecê-Lo e amá-Lo, e 
pronto para o arrependimento. 
Oh, que grande misericórdia está sendo 
oferecida a nós, porque nossos pecados eram 
muitos e monstruosos, mas o Senhor se dispôs a 
perdoá-los todos, porque lançaria o terrível juízo 
devido a todos os nossos pecados sobre o Seu 
próprio Filho Unigênito, que não tinha qualquer 
pecado, fazendo com que morresse em nosso 
lugar na cruz. 
Assim, por mais vergonhosa que possa ter sido a 
nossa conduta, por mais corrompido que tenha 
sido o nosso coração, há esperança para nós, 
porque esta infinita misericórdia perdoadora e 
reconciliadora é o caráter mesmo do evangelho 
de Jesus Cristo. 
 
 
 
“Miq 7:18 Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que 
perdoas a iniquidade e te esqueces da 
transgressão do restante da tua herança? O 
SENHOR não retém a sua ira para sempre, 
porque tem prazer na misericórdia. 
Miq 7:19 Tornará a ter compaixão de nós; pisará 
aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os 
nossos pecados nas profundezas do mar. 
Miq 7:20 Mostrarás a Jacó a fidelidade e a 
Abraão, a misericórdia, as quais juraste a nossos 
pais, desde os dias antigos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
Na Tristeza Pelo Pecado Lembremos da 
Misericórdia de Deus 
 
Ao lembrar da misericórdia do Senhor, 
colocando-se na posição de esperar na Sua 
bondade, o profeta Jeremias estava colocando 
em prática o conselho de Deus dado através do 
profeta Joel, quanto ao procedimento que os 
judeus deveriam ter na hora da aflição. 
Deus disse pela boca do profeta Joel o que é que 
o seu povo deveria fazer quando visse que estava 
chegando sobre eles as assolações e aflições que 
estavam determinadas por causa dos seus 
pecados, em Joel 2.15 a 17: 
“15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um 
jejum, convocai uma assembleia solene; 
16 congregai o povo, santificai a congregação, 
ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as 
crianças de peito; saia o noivo da sua recâmara, 
e a noiva do seu tálamo. 
17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, 
entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu 
povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança 
ao opróbrio, para que as nações façam escárnio 
dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o 
seu Deus?” 
 
44 
 
Não somente eles seriam ajudados e 
beneficiados com este ato de humilhação e de 
busca de Deus no meio da aflição, como 
ajudariam as gerações seguintes a receberem o 
cumprimento da promessa do derramamento 
do Espírito Santo, conforme está profetizado 
neste mesmo capítulo de Joel, nos versos 28 e 29: 
“28 Acontecerá depois que derramarei o meu 
Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e 
vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos 
terão sonhos, os vossos mancebos terão visões; 
29 e também sobre os servos e sobre as servas 
naqueles dias derramarei o meu Espírito.” 
É importante frisar, que o Espírito Santo, mais 
uma vez, pela boca do profeta, convoca o povo a 
se humilhar diante de Deus e para Lhe clamar 
por misericórdia, ainda que as condições 
descritas se refiram apenas a juízos, ao peso da 
Sua potente mão disciplinadora sobre o Seu 
povo, e não a promessas de bênçãos. 
O povo é convocado a se converter ao Senhor de 
todo o coração, com jejuns e com choro e pranto 
(Joel 2.12), não propriamente pelos justos juízos, 
mas pelos seus próprios pecados. Muitos 
choram pelas dores que sofrem, pelos bens que 
perdem, mas não pelos seus pecados que deram 
ocasião a tais sofrimentos. 
 
45 
 
Por isso o Senhor convoca a Seu povo a rasgar o 
coração e não as vestes, porque o 
arrependimento sincero se dá no coração e não 
no exterior, e faz com que se conte com o favor 
de Deus, porque “é misericordioso e 
compassivo, tardio em irar-se e grande em 
benignidade, e se arrepende do mal”, como 
afirmado em Joel 2.13. 
Ele é soberano para usar ou não de misericórdia, 
mas é nosso dever, quando debaixo da Sua 
potente mão, nos humilharmos diante dEle e 
nos arrependermos, na expectativa de que nos 
perdoe e abençoe, segundo a grandeza das Suas 
misericórdias. 
Não deve haver apenas arrependimento 
individual, mas de toda a congregação dos 
crentes, porque Deus nos tem feito boas 
promessas relativas à nossa restauração por 
meio da fé em Jesus. 
Ora, se Deus estava disposto a manifestar a Sua 
misericórdia aos judeus quando eles estavam 
sendo afligidos no cativeiro de Babilônia, de 
quanto maior misericórdia não serão alvos dela 
os Seus servos na Igreja que são afligidos por 
causa da Sua fidelidade? 
Satanás se levanta para tentar impedir o avanço 
da obra do Espírito na Igreja, por trazer aflições 
aos crentes, mas estando bem instruídos pela 
 
46 
 
Palavra, eles sabem que devem ser pacientes 
nestas aflições e buscarem a Deus clamandoa 
Ele não somente por livramento, mas para que 
faça avançar a Sua obra enquanto eles se 
encontram debaixo de tais aflições. 
Então, quando alguém é batizado no Espírito 
Santo em nossos dias, isto é um dos sinais de que 
a misericórdia de Deus nos está sendo 
concedida. 
É preciso crer portanto na bondade do Senhor e 
na Sua misericórdia para conosco, apesar de 
sermos falhos e pecadores, para que possamos 
ser batizados pelo Espírito Santo. 
Ele nos batizará não porque sejamos perfeitos, 
mas porque Ele é misericordioso. 
Por isso este batismo é chamado de dom do 
Espírito, ou seja, o próprio espírito é o dom, e 
isto significa que Ele nos é dado como um 
presente de Deus, de modo que nada temos que 
pagar por ele. 
O profeta Joel havia profetizado antes de 
Jeremias, e foi nos dias deste profeta que se 
cumpriram as ameaças que haviam sido 
proferidas por Deus através de Joel e de outros 
profetas. 
 
47 
 
Então era hora de se colocar em prática o que 
Deus havia dito que eles deveriam fazer mesmo 
sendo levados para o cativeiro, e estando 
debaixo de grande aflição, a saber; buscarem a 
Sua face e se humilharem perante Ele. Eles 
deveriam trazer à memória o que lhes pudesse 
dar esperança, sabendo que as misericórdias do 
Senhor não têm fim. 
Ele havia por isso, alertado o povo quanto ao 
modo de agir debaixo das aflições por causa das 
suas visitações de juízo contra os pecados deles. 
Quando Ele se mostra entristecido conosco e 
quando não sentimos Sua presença em nossas 
reuniões tanto quanto antes, não devemos ficar 
imóveis esperando que as coisas melhorem por 
si mesmas, ou continuarmos endurecidos em 
nossos pecados, mas devemos buscar a face do 
Senhor e nos humilharmos perante Ele, 
conforme nos tem recomendado em Sua 
Palavra que façamos. 
Ele nos manda fazer isto porque é 
misericordioso e usará de misericórdia para 
conosco, apesar de termos entristecido o Seu 
Espírito. 
Por isso, lemos também, o mesmo tipo de 
orientação, como por exemplo, no profeta 
Isaías, que havia profetizado isto, muitos anos 
antes de Judá ser levado para o cativeiro em 
Babilônia: 
 
48 
 
 
“15 Porque assim diz o Alto e o Excelso, que 
habita na eternidade e cujo nome é santo: Num 
alto e santo lugar habito, e também com o 
contrito e humilde de espírito, para vivificar o 
espírito dos humildes, e para vivificar o coração 
dos contritos. 
16 Pois eu não contenderei para sempre, nem 
continuamente ficarei irado; porque de mim 
procede o espírito, bem como o fôlego da vida 
que eu criei. 
17 Por causa da iniquidade da sua avareza me 
indignei e o feri; escondi-me, e indignei-me; 
mas, rebelando-se, ele seguiu o caminho do seu 
coração. 
18 Tenho visto os seus caminhos, mas eu o 
sararei; também o guiarei, e tornarei a dar-lhe 
consolação, a saber aos que dele choram.” (Is 
57.15-18) 
Aqueles que não levam em consideração os seus 
pecados, não serão ajudados por Deus, porque 
Ele tem prometido habitar somente com os que 
são contritos e humildes de espírito, e vivificará 
os seus espíritos e corações, habitando neles. 
 
49 
 
Ele sarará, guiará e consolará os pecadores, mas 
somente aqueles que choram por causa do 
pecado. 
Isto foi confirmado por Jesus em seu ministério 
terreno quando disse que bem-aventurados são 
os que choram. 
Deus dará a Sua paz a estes, e os sarará, mas para 
os que permanecem na impiedade, e na prática 
deliberada da injustiça, não dará nenhuma paz, 
porque são como o mar agitado, que não pode se 
aquietar e cujas águas lançam de si lama e lodo. 
É preciso conhecer portanto qual seja o 
verdadeiro caráter de Deus para que possamos 
ter um relacionamento correto com Ele, 
baseado numa completa confiança. Não 
podemos confiar em quem não conhecemos. 
Não adianta dizermos que Deus é de inteira 
confiança caso não conheçamos o Seu caráter. 
Por isso somos exortados a crescer na graça e no 
conhecimento de Jesus, para que possamos ter 
este relacionamento de forma correta com Ele, 
baseado numa inteira confiança e num andar 
em justiça. 
Posso dizer que confio nEle, mas se não 
conhecê-lO como Ele é, especialmente na 
aplicação da Sua justiça e misericórdia, não 
saberei como agir, e sequer entenderei as coisas 
que me vierem da parte dEle, especialmente as 
 
50 
 
aflições por causa do pecado ou por necessidade 
de ser disciplinado. Acabarei resistindo à 
correção que me vem da Sua parte, e não 
aprenderei a lição que deveria ter aprendido. 
Mas quando conhecemos a verdade relativa ao 
modo de se comportar debaixo das aflições, 
vendo que é a própria mão do Senhor que se 
encontra na maioria delas, ou então permitindo 
que elas nos alcancem, então posso ter um 
comportamento adequado esperando nEle com 
confiança, de que seja ajudado e mudado, 
sabendo que é sempre este o Seu desejo, por ser 
Deus misericordioso, e ter demonstrado o 
maior grau desta misericórdia dando Seu Filho 
unigênito para morrer na cruz, em nosso favor, 
sendo nós pecadores. 
Não temos dado um justo valor, não temos feito 
uma avaliação correta deste ato supremo de 
amor e misericórdia de Jesus morrendo no 
nosso lugar. 
E não somente isto, dispondo-se a perdoar todas 
as nossas ofensas, para estarmos completa e 
perfeitamente reconciliados com Deus que é 
santo, justo e perfeito. 
Se é um fato verdadeiro que Deus detesta o 
pecado, também é outro fato verdadeiro e não 
menor que o primeiro, que Ele também perdoa 
o pecado, porque é misericordioso. 
 
51 
 
De modo que faz que haja muito mais graça e 
misericórdia para cobrir os muitos pecados 
daqueles que se arrependem, se humilham e 
que buscam a Sua face. 
É para este propósito de nos aproximar mais e 
mais de Deus que as aflições estão cooperando, 
porque elas nos desmamam deste mundo e de 
nosso apego à carne, elevando-nos à presença 
do Senhor, para acharmos descanso e paz para 
as nossas almas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
O Que Tem a Ganhar o Que É 
Misericordioso 
O perverso sente prazer com a miséria de seus 
semelhantes, mas o que é justo se compadece e 
presta auxílio. 
Então o atributo divino da misericórdia que é 
inerente à pessoa de Deus será visto apenas nas 
pessoas de boa vontade. 
Como estes que são misericordiosos se ajustam 
ao caráter reto, santo, perfeito e misericordioso 
de Deus, também acharão misericórdia da Sua 
parte, não somente para as suas fraquezas, 
como também para as suas demais 
necessidades que pesem sobre suas almas. 
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque 
alcançarão misericórdia.” (Mateus 5.7) 
Agora, quanto aos que não são misericordiosos, 
pesa um juízo de condenação eterna, porque 
com isto comprovam que não foram feitos 
semelhantes a Cristo, por meio da fé nele, 
porque ele é muito misericordioso, a ponto de 
ter se oferecido como sacrifício por nós na cruz, 
para poder nos livrar de nossas misérias. 
 
53 
 
“Porque o juízo é sem misericórdia para com 
aquele que não usou de misericórdia. A 
misericórdia triunfa sobre o juízo.” (Tiago 2.13) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
Misericórdia, Compaixão e Empatia 
 
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque 
eles alcançarão misericórdia.” (Mateus 5.7) 
“Sede misericordiosos, como também vosso Pai 
é misericordioso.” (Lucas 6.36) 
“Porque o juízo será sem misericórdia para 
aquele que não usou de misericórdia; a 
misericórdia triunfa sobre o juízo.” (Tiago 2.13) 
Estes três versículos devem ser sempre 
lembrados quando pensarmos no assunto 
relativo à misericórdia. 
Aqui se fala de uma bênção, de um dever e de 
um juízo que estão atrelados ao exercício da 
misericórdia. 
Se somos misericordiosos somos bem-
aventurados, mas se não exercemos 
misericórdia, estamos debaixo de um juízo 
divino. 
E qual é o principal motivo disto? 
Primeiro porque sendo pecadores, todos 
necessitamos da misericórdia de Deus, 
misericórdia esta que ele revelou em alto grau 
ao nos daro próprio Filho unigênito como 
 
55 
 
sacrifício para morrer em nosso lugar na cruz, 
de modo que pudéssemos ser livrados de nossa 
condição de miséria extrema. 
Segundo, porque não seria de se esperar 
daqueles para os quais Deus tem exibido tão 
grande misericórdia, que eles não tenham o 
mesmo sentir e proceder em relação àqueles 
que tanto quanto eles são necessitados de 
misericórdia. Por isso é interposto um juízo 
divino sobre aqueles que não usam de 
misericórdia para com o seu próximo. 
Terceiro, porque tendo sido criados à imagem e 
semelhança de Deus devemos ser santos assim 
como ele é santo, justos como ele é justo, 
misericordiosos, assim como ele é 
misericordioso. Isso significa que não devemos 
ser, pensar e agir conforme o padrão do mundo 
mas de acordo com o elevadíssimo padrão de 
Deus. 
Para tanto necessitamos da graça, e esta só pode 
ser encontrada na nossa comunhão com nosso 
Senhor Jesus Cristo. 
Quando permanecemos em Cristo e ele em nós, 
por guardarmos os seus mandamentos, então 
somos capacitados a sermos misericordiosos, e 
isto se traduzirá sobretudo em ações e orações 
que tenham em vista conduzir aos que estão em 
trevas espirituais para a luz de Jesus. 
 
56 
 
Com isto se cumpre o dizer do apóstolo Tiago: 
“Meus irmãos, se alguém dentre vós se desviar 
da verdade e alguém o converter, sabei que 
aquele que fizer converter um pecador do erro 
do seu caminho salvará da morte uma alma, e 
cobrirá uma multidão de pecados.” (Tiago 
5.19,20) 
Esta é a melhor e maior exibição da 
misericórdia. 
Devemos nos compadecer de todos aqueles que 
se encontram escravizados pelo pecado e por 
Satanás. Mas devemos dar um passo além do 
sentimento de compaixão, e exercer 
misericórdia de modo prático, assim como o 
samaritano da parábola. 
O motivo da misericórdia é o amor, e o amor 
sempre permanece na casa, mas sempre que 
necessário, se expressará com o seu visitante – a 
misericórdia – que entra em cena quando há 
alguma necessidade premente para ser 
atendida e que a pessoa por si só não conseguiria 
sanar. 
Neste auxílio mútuo se cumpre o grande 
propósito divino na nossa criação, de que 
vivamos como um só corpo, unidos pelos laços 
do amor de Cristo. 
 
57 
 
E como a nossa presente condição é a de ainda 
termos os resquícios do pecado operando na 
nossa antiga natureza terrena, então é de se 
esperar que a misericórdia sempre esteja em 
cena, para que em vez de condenação dos que 
estão caídos, usemos de compaixão para com 
eles, esforçando-nos para livrá-los da referida 
condição. 
Deus usará de misericórdia para com os que 
agem desta forma, e certamente moverá os 
corações de outros quando eles próprios 
estiverem também necessitados de que usem 
de misericórdia para com eles. 
1 – eleos (grego) - misericórdia 
Mateus 9.13 Ide, pois, e aprendei o que significa: 
Misericórdia (eleos) quero, e não sacrifícios. 
Porque eu não vim chamar justos, mas 
pecadores. 
 Mateus 12.7 Mas, se vós soubésseis o que 
significa: Misericórdia (eleos) quero, e não 
sacrifícios, não condenaríeis os inocentes. 
Mateus 23.23 Ai de vós, escribas e fariseus, 
hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do 
endro e do cominho, e tendes omitido o que há 
de mais importante na lei, a saber, a justiça, a 
misericórdia (eleos) e a fé; estas coisas, porém, 
devíeis fazer, sem omitir aquelas. 
 
58 
 
 
Lucas 1.50 E a sua misericórdia (eleos) vai de 
geração em geração sobre os que o temem. 
Lucas 1.54 Auxiliou a Israel, seu servo, 
lembrando-se de misericórdia (eleos). 
Lucas 1.58 Ouviram seus vizinhos e parentes que 
o Senhor lhe multiplicara a sua misericórdia 
(eleos), e se alegravam com ela. 
 Lucas 1.72 para usar de misericórdia (eleos) com 
nossos pais, e lembrar-se do seu santo pacto 
Lucas 1.78 graças à entranhável misericórdia 
(eleos) do nosso Deus, pela qual nos há de visitar 
a aurora lá do alto, 
Lucas 10.37 Respondeu o doutor da lei: Aquele 
que usou de misericórdia (eleos) para com ele. 
Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo. 
Romanos 9.23 para que também desse a 
conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de 
misericórdia (eleos), que de antemão preparou 
para a glória, 
Romanos 11.31 assim também estes agora foram 
desobedientes, para também alcançarem 
misericórdia (eleos) pela misericórdia a vós 
demonstrada. 
 
59 
 
 
Romanos 15.9 e para que os gentios glorifiquem 
a Deus pela sua misericórdia (eleos), como está 
escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, 
e cantarei ao teu nome. 
Gálatas 6.16 E a todos quantos andarem 
conforme esta norma, paz e misericórdia (eleos) 
sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. 
Efésios 2.4,5 Mas Deus, sendo rico em 
misericórdia (eleos), pelo seu muito amor com 
que nos amou, estando nós ainda mortos em 
nossos delitos, nos vivificou juntamente com 
Cristo (pela graça sois salvos), 
1 Timóteo 1.2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na 
fé: graça, misericórdia (eleos) e paz da parte de 
Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. 
2 Timóteo 1.2 a Timóteo, amado filho: Graça, 
misericórdia (eleos) e paz da parte de Deus Pai e 
de Cristo Jesus nosso Senhor. 
2 Timóteo 1.16 O Senhor conceda misericórdia 
(eleos) à casa de Onesíforo, porque muitas vezes 
ele me recreou, e não se envergonhou das 
minhas cadeias; 
2 Timóteo 1.18 O Senhor lhe conceda que 
naquele dia ache misericórdia (eleos) diante do 
 
60 
 
Senhor. E quantos serviços prestou em Éfeso 
melhor o sabes tu. 
Tito 3.5 não em virtude de obras de justiça que 
nós houvéssemos feito, mas segundo a sua 
misericórdia (eleos), nos salvou mediante o 
lavar da regeneração e renovação pelo Espírito 
Santo, 
Hebreus 4.16 Cheguemo-nos, pois, 
confiadamente ao trono da graça, para que 
recebamos misericórdia (eleos) e achemos 
graça, a fim de sermos socorridos no momento 
oportuno. 
Tiago 2.13 Porque o juízo será sem misericórdia 
para aquele que não usou de misericórdia 
(eleos); a misericórdia (eleos) triunfa sobre o 
juízo. 
Tiago 3.17 Mas a sabedoria que vem do alto é, 
primeiramente, pura, depois pacífica, 
moderada, tratável, cheia de misericórdia 
(eleos) e de bons frutos, sem parcialidade, e sem 
hipocrisia. 
I Pedro 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso 
Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande 
misericórdia (eleos), nos regenerou para uma 
viva esperança, pela ressurreição de Jesus 
Cristo dentre os mortos, 
 
61 
 
 
2 João 1.3 Graça, misericórdia (eleos), paz, da 
parte de Deus Pai e da parte de Jesus Cristo, o 
Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. 
Judas 1.2 Misericórdia (eleos), paz e amor vos 
sejam multiplicados. 
Judas 1.21 conservai-vos no amor de Deus, 
esperando a misericórdia (eleos) de nosso 
Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. 
2 – racham (hebraico) – compaixão, 
misericórdia 
Gênesis 43.14 e Deus Todo-Poderoso vos dê 
misericórdia (racham) diante do homem, para 
que ele deixe vir convosco vosso outro irmão, e 
Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado 
ficarei. 
Gênesis 43.30 E José apressou-se, porque se lhe 
comoveram as entranhas (racham) por causa de 
seu irmão, e procurou onde chorar; e, entrando 
na sua câmara, chorou ali. 
Deuteronômio 13.17 Não se te pegará às mãos 
nada do anátema; para que o Senhor se aparte do 
ardor da sua ira, e te faça misericórdia (racham), 
e tenha piedade de ti, e te multiplique; como 
jurou a teus pais, 
 
62 
 
2 Samuel 24.14 Respondeu Davi a Gade: Estou 
em grande angústia; porém caiamos nas mãos 
do Senhor, porque muitas são as suas 
misericórdias (racham); mas nas mãos dos 
homens não caia eu. 
I Reis 3.26 Mas a mulher cujo filho er suas 
entranhas se lhe enterneceram (racham) por 
seu filho), e disse: Ah, meu senhor! dai-lhe o 
menino vivo, e de modo nenhum o mateis. A 
outra, porém, disse: Não será meu, nem teu; 
dividi-o. 
I Reis 8.50 perdoa ao teu povo que houver 
pecado contra ti, perdoa todas as transgressões 
que houverem cometidocontra ti, e dá-lhes 
alcançar misericórdia (racham) da parte dos 
que os levarem cativos, para que se 
compadeçam deles; 
2 Crônicas 30.9 Pois, se voltardes para o Senhor, 
vossos irmãos e vossos filhos acharão 
misericórdia diante dos que os levaram cativos, 
e tornarão para esta terra; porque o Senhor 
vosso Deus é clemente e compassivo (racham), 
e não desviará de vós o seu rosto, se voltardes 
para ele. 
Neemias 9.19 todavia tu, pela multidão das tuas 
misericórdias (racham), não os abandonaste no 
deserto. A coluna de nuvem não se apartou 
deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a 
 
63 
 
coluna de fogo de noite, para lhes alumiar o 
caminho por onde haviam de ir. 
Neemias 9.27 Pelo que os entregaste nas mãos 
dos seus adversários, que os afligiram; mas no 
templo da sua angústia, quando eles clamaram 
a ti, tu os ouviste do céu; e segundo a multidão 
das tuas misericórdias (racham) lhes deste 
libertadores que os libertaram das mãos de seus 
adversários. 
Neemias 9.28 Mas, tendo alcançado repouso, 
tornavam a fazer o mal diante de ti; portanto tu 
os deixavas nas mãos dos seus inimigos, de 
modo que estes dominassem sobre eles; todavia 
quando eles voltavam e clamavam a ti, tu os 
ouvias do céu, e segundo a tua misericórdia 
(racham) os livraste muitas vezes; 
Salmo 25.6 Lembra-te, Senhor, da tua 
compaixão (racham) e da tua benignidade, 
porque elas são eternas. 
Salmo 40.11 Não detenhas para comigo, Senhor 
a tua compaixão (racham); a tua benignidade e a 
tua fidelidade sempre me guardem. 
Salmo 51.1 Compadece-te de mim, ó Deus, 
segundo a tua benignidade; apaga as minhas 
transgressões, segundo a multidão das tuas 
misericórdias (racham). 
 
64 
 
 
Salmo 69.16 Ouve-me, Senhor, pois grande é a 
tua benignidade; volta-te para mim segundo a 
tua muitíssima compaixão (racham). 
Salmo 77.9 Esqueceu-se Deus de ser 
compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas 
ternas misericórdias (racham)? 
Salmo 79.8 Não te lembres contra nós das 
iniquidades de nossos pais; venha depressa ao 
nosso encontro a tua compaixão (racham), pois 
estamos muito abatidos. 
Salmo 103.4 quem redime a tua vida da cova, 
quem te coroa de benignidade e de misericórdia 
(racham), 
Salmo 106.46 Por isso fez com que obtivessem 
compaixão (racham) da parte daqueles que os 
levaram cativos. 
Salmo 119.77 Venham sobre mim as tuas ternas 
misericórdias (racham), para que eu viva, pois a 
tua lei é o meu deleite. 
Salmo 119.156 Muitas são, Senhor, as tuas 
misericórdias (racham); vivifica-me segundo os 
teus juízos. 
 
 
65 
 
Salmo 145.9 O Senhor é bom para todos, e as 
suas misericórdias (racham) estão sobre todas 
as suas obras. 
Isaías 47.9 O Senhor é bom para todos, e as suas 
misericórdias (racham) estão sobre todas as 
suas obras. 
Salmo 54.7 Por um breve momento te deixei, 
mas com grande compaixão (racham) te 
recolherei; 
Salmo 63.7 Celebrarei as benignidades do 
Senhor, e os louvores do Senhor, consoante 
tudo o que o Senhor nos tem concedido, e a 
grande bondade para com a casa de Israel, 
bondade que ele lhes tem concedido segundo as 
suas misericórdias (racham), e segundo a 
multidão das suas benignidades. 
Salmo 63.15 Atenta lá dos céus e vê, lá da tua 
santa e gloriosa habitação; onde estão o teu zelo 
e as tuas obras poderosas? A ternura do teu 
coração e as tuas misericórdias (racham) para 
comigo estancaram. 
Jeremias 16.5 Pois assim diz o Senhor: Não 
entres na casa que está de luto, nem vás a 
lamentá-los, nem te compadeças deles; porque 
deste povo, diz o Senhor, retirei a minha paz, 
benignidade e misericórdia (racham). 
 
66 
 
 
Jeremias 42.12 E vos concederei misericórdia, 
para que ele tenha misericórdia (racham) de 
vós, e vos faça habitar na vossa terra. 
Lam. Jeremias 3.22 A benignidade do Senhor 
jamais acaba, as suas misericórdias (racham) 
não têm fim; 
Daniel 9.9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a 
misericórdia (racham) e o perdão; pois nos 
rebelamos contra ele, 
Daniel 9.18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, 
e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa 
desolação, e para a cidade que é chamada pelo 
teu nome; pois não lançamos as nossas súplicas 
perante a tua face fiados em nossas justiças, mas 
em tuas muitas misericórdias (racham). 
Oseias 2.19 E desposar-te-ei comigo para 
sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça, 
e em juízo, e em amorável benignidade, e em 
misericórdias (racham); 
Amós 1.11 Assim diz o Senhor: Por três 
transgressões de Edom, sim, por quatro, não 
retirarei o castigo; porque perseguiu a seu 
irmão à espada, e baniu toda a compaixão 
(racham); e a sua ira despedaçou eternamente, 
e conservou a sua indignação para sempre. 
 
67 
 
 
Zacarias 1.16 Portanto, o Senhor diz assim: 
Voltei-me, agora, para Jerusalém com 
misericórdia (racham); nela será edificada a 
minha casa, diz o Senhor dos exércitos, e o 
cordel será estendido sobre Jerusalém. 
Zacarias 7.9 Assim falou o Senhor dos exércitos: 
Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e 
compaixão (racham) cada um para com o seu 
irmão; 
Êxodo 33.19 Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei 
passar toda a minha bondade diante de ti, e te 
proclamarei o meu nome Jeová; e terei 
misericórdia (racham) de quem eu tiver 
misericórdia (racham), e me compadecerei de 
quem me compadecer. 
Deuteronômio 13.17 Não se te pegará às mãos 
nada do anátema; para que o Senhor se aparte do 
ardor da sua ira, e te faça misericórdia (racham), 
e tenha piedade (racham) de ti, e te multiplique; 
como jurou a teus pais, 
Deuteronômio 30.3 o Senhor teu Deus te fará 
voltar do teu cativeiro, e se compadecerá 
(racham) de ti, e tornará a ajuntar-te dentre 
todos os povos entre os quais te houver 
espalhado o senhor teu Deus. 
 
68 
 
 
1 Reis 8.50 perdoa ao teu povo que houver 
pecado contra ti, perdoa todas as transgressões 
que houverem cometido contra ti, e dá-lhes 
alcançar misericórdia da parte dos que os 
levarem cativos, para que se compadeçam 
(racham) deles; 
2 Reis 13.23 O Senhor, porém, teve misericórdia 
deles, e se compadeceu (racham) deles, e se 
tornou para eles, por amor do seu pacto com 
Abraão, Isaque e Jacó; e não os quis destruir nem 
lançá-los da sua presença 
Salmo 102.13 Tu te levantarás e terás piedade 
(racham)de Sião; pois é o tempo de te 
compadeceres dela, sim, o tempo determinado 
já chegou. 
Salmo 103.13 Como um pai se compadece de 
seus filhos, assim o Senhor se compadece 
(racham) daqueles que o temem. 
Salmo 116.5 Compassivo é o Senhor, e justo; sim, 
misericordioso (racham) é o nosso Deus. 
Provérbios 28.13 O que encobre as suas 
transgressões nunca prosperará; mas o que as 
confessa e deixa, alcançará misericórdia 
(racham). 
 
69 
 
 
Isaías 14.1 Pois o Senhor se compadecerá 
(racham) de Jacó, e ainda escolherá a Israel e os 
porá na sua própria terra; e ajuntar-se-ão com 
eles os estrangeiros, e se apegarão à casa de 
Jacó. 
Isaías 27.11 Quando os seus ramos se secam, são 
quebrados; vêm as mulheres e lhes ateiam fogo; 
porque este povo não é povo de entendimento; 
por isso aquele que o fez não se compadecerá 
(racham) dele, e aquele que o formou não lhe 
mostrará nenhum favor. 
Isaías 30.18 Por isso o Senhor esperará, para ter 
misericórdia de vós; e por isso se levantará, para 
se compadecer (racham) de vós; porque o 
Senhor é um Deus de equidade; bem-
aventurados todos os que por ele esperam. 
Isaías 49.10 Nunca terão fome nem sede; não os 
afligirá nem a calma nem o sol; porque o que se 
compadece (racham) deles os guiará, e os 
conduzirá mansamente aos mananciais das 
águas. 
Isaías 49.13 Cantai, ó céus, e exulta, ó terra, e vós, 
montes, estalai de júbilo, porque o Senhor 
consolou o seu povo, e se compadeceu (racham) 
dos seus aflitos. 
 
70 
 
 
Isaías 49.15 pode uma mulher esquecer-se de 
seu filho de peito, de maneira que não se 
compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda 
que esta se esquecesse, eu, todavia, não me 
esquecereide ti. 
Isaías 54.8 num ímpeto de indignação escondi 
de ti por um momento o meu rosto; mas com 
benignidade eterna me compadecerei (racham) 
de ti, diz o Senhor, o teu Redentor. 
Isaías 54.10 Pois as montanhas se retirarão, e os 
outeiros serão removidos; porém a minha 
benignidade não se apartará de ti, nem será 
removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, 
que se compadece (racham) de ti. 
Isaías 55.7 Deixe o ímpio o seu caminho, e o 
homem maligno os seus pensamentos; volte-se 
ao Senhor, que se compadecerá (racham) dele; e 
para o nosso Deus, porque é generoso em 
perdoar. 
Isaías 60.10 E estrangeiros edificarão os teus 
muros, e os seus reis te servirão; porque na 
minha ira te feri, mas na minha benignidade tive 
misericórdia (racham) de ti. 
 
 
71 
 
Jeremias 6.23 Arco e lança trarão; são cruéis, e 
não usam de misericórdia (racham); a sua voz 
ruge como o mar, e em cavalos vêm montados, 
dispostos como homens para a batalha, contra 
ti, ó filha de Sião. 
Jeremias 12.15 E depois de os haver eu 
arrancado, tornarei, e me compadecerei 
(racham) deles, e os farei voltar cada um à sua 
herança, e cada um à sua terra. 
Jeremias 13.14 E atirá-los-ei uns contra os outros, 
mesmo os pais juntamente com os filhos, diz o 
Senhor; não terei pena nem pouparei, nem terei 
deles compaixão (racham) para não os destruir. 
Jeremias 21.7 E depois disso, diz o Senhor, 
entregarei Zedequias, rei de Judá, e seus servos, 
e o povo, e os que desta cidade restarem da 
peste, e da espada, e da fome, sim entregá-los-ei 
na mão de Nabucodonozor, rei de Babilônia, e na 
mão de seus inimigos, e na mão dos que 
procuram tirar-lhes a vida; e ele os passará ao fio 
da espada; não os poupará, nem se 
compadecerá, nem terá misericórdia (racham). 
Jeremias 31.20 Não é Efraim meu filho querido? 
filhinho em quem me deleito? Pois quantas 
vezes falo contra ele, tantas vezes me lembro 
dele solicitamente; por isso se comovem por ele 
as minhas entranhas; deveras me compadecerei 
(racham) dele, diz o Senhor. 
 
72 
 
 
Jeremias 33.26 também rejeitarei a 
descendência de Jacó, e de Davi, meu servo, de 
modo que não tome da sua descendência os que 
dominem sobre a descendência de Abraão, 
Isaque, e Jacó; pois eu os farei voltar do seu 
cativeiro, e apiedar-me-ei (racham) deles. 
Jeremias 42.12 E vos concederei misericórdia 
(racham), para que ele tenha misericórdia 
(racham) de vós, e vos faça habitar na vossa 
terra. 
Lam. Jeremias 3.32 Embora entristeça a alguém, 
contudo terá compaixão (racham) segundo a 
grandeza da sua misericórdia. 
Ezequiel 39.25 Portanto assim diz o Senhor Deus: 
Agora tornarei a trazer Jacó, e me compadecerei 
(racham) de toda a casa de Israel; terei zelo pelo 
meu santo nome. 
Oseias 1.6 E tornou ela a conceber, e deu à luz 
uma filha. E o Senhor disse a Oseias: Põe-lhe o 
nome de Lo-Ruama; porque não tornarei mais a 
compadecer-me (racham) da casa de Israel, 
nem a perdoar-lhe de maneira alguma. 
Oseias 1.7 Mas da casa se Judá me compadecerei 
(racham), e os salvarei pelo Senhor seu Deus, 
pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, 
 
73 
 
nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos 
cavaleiros. 
Oseias 2.4 Até de seus filhos não me 
compadecerei (racham); porquanto são filhos 
de prostituições. 
Oseias 2.23 E semeá-lo-ei para mim na terra, e 
compadecer-me-ei (racham) de Lo-Ruama; e a e 
Lo-Ami direi: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és o 
meu Deus. 
Oseias 14.3 Não nos salvará a Assíria, não iremos 
montados em cavalos; e à obra das nossas mãos 
já não diremos: Tu és o nosso Deus; porque em 
ti o órfão acha a misericórdia (racham). 
Miqueias 7.19 Tornará a apiedar-se (racham) de 
nós; pisará aos pés as nossas iniquidades. Tu 
lançarás todos os nossos pecados nas 
profundezas do mar. 
 Habacuque 3.2 Eu ouvi, Senhor, a tua fama, e 
temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos 
anos; faze que ela seja conhecida no meio dos 
anos; na ira lembra-te da misericórdia (racham). 
Zacarias 1.12 Então o anjo do Senhor respondeu, 
e disse: O Senhor dos exércitos, até quando não 
terás compaixão (racham) de Jerusalém, e das 
cidades de Judá, contra as quais estiveste 
indignado estes setenta anos? 
 
74 
 
 
Zacarias 10.6 Fortalecerei a casa de Judá, e 
salvarei a casa de José; fá-los-ei voltar, porque 
me compadeço (racham) deles; e serão como se 
eu não os tivera rejeitado; porque eu sou o 
Senhor seu Deus, e os ouvirei. 
3 – splagchnizomai (grego) – compaixão 
Mateus 9.36 Vendo ele as multidões, 
compadeceu-se (splagchnizomai) delas, porque 
andavam desgarradas e errantes, como ovelhas 
que não têm pastor. 
Mateus 14.14 E ele, ao desembarcar, viu uma 
grande multidão; e, compadecendo-se 
(splagchnizomai) dela, curou os seus enfermos. 
Mateus 15.32 Jesus chamou os seus discípulos, e 
disse: Tenho compaixão (splagchnizomai) da 
multidão, porque já faz três dias que eles estão 
comigo, e não têm o que comer; e não quero 
despedi-los em jejum, para que não desfaleçam 
no caminho. 
Mateus 18.27 O senhor daquele servo, pois, 
movido de compaixão (splagchnizomai), soltou-
o, e perdoou-lhe a dívida. 
Mateus 20.34 E Jesus, movido de compaixão 
(splagchnizomai), tocou-lhes os olhos, e 
 
75 
 
imediatamente recuperaram a vista, e o 
seguiram. 
Marcos 1.41 Jesus, pois, compadecido 
(splagchnizomai) dele, estendendo a mão, 
tocou-o e disse-lhe: Quero; sê limpo. 
Marcos 6.34 E Jesus, ao desembarcar, viu uma 
grande multidão e compadeceu-se 
(splagchnizomai) deles, porque eram como 
ovelhas que não têm pastor; e começou a 
ensinar-lhes muitas coisas. 
Marcos 8.2 Tenho compaixão (splagchnizomai) 
da multidão, porque já faz três dias que eles 
estão comigo, e não têm o que comer. 
Marcos 9.22 e muitas vezes o tem lançado no 
fogo, e na água, para o destruir; mas se podes 
fazer alguma coisa, tem compaixão 
(splagchnizomai) de nós e ajuda-nos. 
Lucas 7.13 Logo que o Senhor a viu, encheu-se de 
compaixão (splagchnizomai) por ela, e disse-lhe: 
Não chores. 
Lucas 10.33 Mas um samaritano, que ia de 
viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-
se de compaixão (splagchnizomai); 
Lucas 15.20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. 
Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-
 
76 
 
se de compaixão (splagchnizomai) e, correndo, 
lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 
4 – Oikitimon ( grego) - misericordioso 
Lucas 6.36 Sede misericordiosos (Oikitimon), 
como também vosso Pai é misericordioso 
(Oikitimon). 
Tiago 5.11 Eis que chamamos bem-aventurados 
os que suportaram aflições. Ouvistes da 
paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe 
deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia 
(Oikitimon) e compaixão.

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