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Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luiz Francisco de Assis Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Reitor Sidney Zaganin Latorre Diretor de Graduação Eduardo Mazzaferro Ehlers Gerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Roland Anton Zottele Coordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas à Educação Regina Helena Ribeiro Coordenador de Operação Educação a Distância Alcir Vilela Junior Professor Autor Fátima Guarda Sardeiro Revisor Técnico Fátima Guarda Sardeiro Técnico de Desenvolvimento Regina de Freitas Jardim Ferraz Coordenadoras Pedagógicas Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Educacional Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Alexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Cristina Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Elisangela Almeida de Souza Flaviana Neri Francisco Shoiti Tanaka João Francisco Correia de Souza Juliana Quitério Lopez Salvaia Kamila Harumi Sakurai Simões Karen Helena Bueno Lanfranchi Katya Martinez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mayra Bezerra de Sousa Volpato Mônica Maria Penalber de Menezes Mônica Rodrigues dos Santos Nathalia Barros de Souza Santos Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martins Navarro Coordenador Multimídia e Audiovisual Adriano Tanganeli Equipe de Design Visual Adriana Matsuda Camila Lazaresko Madrid Danilo Dos Santos Netto Estenio Azevedo Hugo Naoto Inácio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Thamires Lopes de Castro Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon William Mordoch Equipe de Design Multimídia Cláudia Antônia Guimarães Rett Cristiane Marinho de Souza Eliane Katsumi Gushiken Elina Naomi Sakurabu Emília Correa Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Michel Iuiti Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Wagner Ferri Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 01 A concorrência Objetivos Específicos • Entender como as variáveis de mercado e suas constantes mudanças alteram o planejamento de demanda de uma organização. Temas Introdução 1 Empresas: mudando o foco da administração 2 Novas tecnologias de comunicação e informação 3 Concorrência nos mercados fornecedores 4 Reorganização interna 5 Planejamento Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 Introdução Iniciaremos nossa disciplina de previsão de demanda e planejamento de vendas e operações com um breve histórico de como era o cenário, há uns 50 anos, e como está nosso contexto atual. Falaremos das razões que levaram e levam a mudanças constantes, tornando os ambientes instáveis, acirrando com isso a competição entre as empresas. Diante desse pequeno panorama, poderemos compreender os desafios que cercam as empresas, exigindo estratégias competitivas e administração eficaz e eficiente para manterem- se dinâmicas e atuantes no mercado. Em resumo, temos pelo menos duas variáveis que devem ser controladas: os custos para produzir e prestar serviços e o nível de serviço ao cliente. O problema é que essas duas variáveis atuam de forma contrária, ou seja, manter um nível elevado de serviços ao cliente com alta disponibilidade, diversidade e flexibilidade, incorre em altos custos com equipamentos, estoques, mão de obra, instalações, entre outros. Por esse motivo devem ser administrados. Por outro lado a empresa precisa, sim, manter um serviço de qualidade ao cliente que é a razão de ser da organização. O desafio é como manter esse nível de serviços adequado e ao mesmo tempo buscar menores custos. Veremos ao longo da disciplina que existem técnicas e métodos de previsão de demanda que podem ser utilizados na busca de um planejamento adequado a cada situação. Além dessas técnicas e métodos, há a necessidade de um trabalho conjunto dentro de uma cadeia de suprimento, que é um conjunto de empresas que atuam desde a extração ou plantio da matéria-prima, nas várias fases de industrialização e comercialização, até a disponibilização ao cliente final. Vamos iniciar entendendo como chegamos ao cenário atual, por algumas mudanças administrativas, comerciais e econômicas. 1 Empresas: mudando o foco da administração Há algumas décadas competíamos num ambiente menos instável. A preocupação era apenas fazer um produto correto. O foco estava nas empresas, ora na produção, ora na administração da empresa. Não havia uma preocupação com o mundo externo, o suficiente está na fabricação correta dos produtos e na administração correta das pessoas. Essa visão teve que ser reavaliada devido às mudanças mundiais do momento. Após duas grandes guerras (a primeira e a segunda guerra mundial), era necessário reconstruir os países, recuperando o que havia sido destruído e atender as necessidades das pessoas com produtos e serviços. Para isso foram implementadas, de comum acordo entre as nações, várias medidas econômicas, financeiras e comerciais. Dentre as medidas comerciais estava a criação de um organismo internacional que estimulasse o comércio entre as nações, porque se acreditava que países que mantêm um comércio estariam menos propensos a declarar guerra. E esse era o grande temor mundial: uma nova guerra. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 O organismo não chegou a vingar, mas foi assinado um acordo que tentou fomentar o comércio entre os países. Não era o ideal, mas já era um começo. E esse acordo perdurou em torno de 50 anos, até a criação em 1991 de uma instituição com poderes suficientes para fomentar, e também regulamentar o comércio mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC). Diante de todos esses esforços para expandir o comércio, as empresas precisavam rever seus métodos de administração, passando de uma visão extremamente interna, para um olhar no ambiente. Saber o que acontecia fora dos muros da empresa era essencial para que se tivesse certeza de que o produto ou o serviço prestado estava de acordo com o que o cliente queria. Isso porque estavam acontecendo mudanças no ambiente onde a empresa estava inserida, que não podiam ser menosprezadas. Desse modo, em conjunto com a observação das mudanças no ambiente, começavam as mudanças internas da empresa, buscando uma readequação, enxugamento interno de funções, um realinhamento, utilizando métodos e tecnologias novas de produção, para se manterem competitivas, ou seja, atender as expectativas dos clientes e serem eficientes e flexíveis a mudanças. Além do fomento ao comércio, havia outros fatores que estavam tornando o ambiente mais dinâmico: telefone e internet. 2 Novas tecnologias de comunicação e informação A criação do telefone e posteriormente da internet possibilitou que as empresas e as pessoas pudessem comprar produtos e ter acesso a serviços em qualquer lugar do mundo. Desse modo, a concorrência das empresas ocorre não só local, mas também globalmente. Isso torna o ambiente bem mais complexo e competitivo, uma vez que pode acontecer de ter empresas mais preparadas, melhor estruturadas e já atuando há mais tempo no segmento. Desse modo, para conseguir sobreviver, as empresas precisam se destacar. Com essa pressão para serem as melhores, vale a criação de novos produtos, novos serviços, aumento dos pontos de vendas, para atender as exigências do mercado consumidor que pode estar em qualquer lugar do planeta. Para fomentar ainda maisessa possibilidade de compra, também tivemos um crescimento das formas com que o comprador pode pagar pela compra. As empresas prestadoras de serviço, em conjunto com a criação das novas tecnologias, também aperfeiçoaram seus métodos a fim de proporcionar que a circulação do fluxo financeiro se dê de uma forma eficiente. Podendo comprar com um telefonema ou com um apertar de teclas do computador e as empresas tendo a garantia de receber pela venda efetuada, o comércio se tornou muito mais intenso e abrangente, fazendo com que a conquista e a preservação do cliente, com um serviço de qualidade, exija das empresas constantes lançamentos, disponibilidade de entregas imediatas, manutenção de pontos de venda para atendimento ao cliente, serviços de pós-venda e de entrega eficientes, aumento da capacidade produtiva, podendo resultar Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 num aumento de custos. Além dos custos logísticos de vendas, há também os custos logísticos do fornecimento e fabricação. 3 Concorrência nos mercados fornecedores Além de expandirem suas fronteiras nos processos de vendas para se tornarem competitivas, as empresas também vão em busca de custos menores com seus recursos produtivos. Para isso transferem sua produção onde há mão de obra mais barata, insumos em abundância e com menores custos. Essa postura, na maioria dos casos, gera necessidades maiores para a empresa, porém aumenta sua capacidade produtiva, sem que eleve seus custos de produção. Essa postura traz flexibilidade à empresa, sem comprometer seu caixa. Essa postura levou muitas empresas a transferirem suas unidades produtivas ou de serviços para outros locais. Sendo assim, a concorrência não se dá somente no âmbito comercial, ela também acontece no âmbito produtivo. Um exemplo disso são os bancos norte-americanos que transferiram seu departamento de Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) para países como a Índia, por exemplo. Nesse país há abundância de mão de obra que domina o idioma inglês, os salários são mais baratos, podendo minimizar os custos de produção dos bancos e ainda continuar mantendo serviço de atendimento aos clientes. As tecnologias favoreceram esse procedimento. Outro exemplo que podemos citar é a empresa Nike e a Apple, que apenas administra a marca e o departamento de inovação, deixando seu processo produtivo para países onde as leis trabalhistas não são tão rigorosas e onde o salário do trabalhador é bem menor comparado com o trabalhador norte-americano. Para tudo isso ser possível, a empresa precisa readequar-se internamente para não perder o foco de seus processos. 4 Reorganização interna A adequação interna também se faz necessária, para que a empresa não perca de vista seu principal fator: o cliente. E, para que consiga ter flexibilidade o suficiente para responder de modo rápido às mudanças ocasionadas pelo ambiente externo, deve reagir de forma rápida. Ocorre que a globalização, bem como as mudanças tecnológicas que acontecem no ambiente externo, onde estão localizadas todas as empresas, impactam também no ambiente Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 6 interno da empresa. Isso gera uma necessidade de monitorar essas mudanças, analisar e manter uma postura proativa, antecipando-se aos acontecimentos. Se não houver tais medidas, a empresa corre o risco de ser eliminada pelo concorrente e ter sua marca esquecida. Para exemplificar, podemos citar um dos inúmeros exemplos que é a empresa Remington, fabricante de máquinas de escrever manual. Um equipamento dessa marca estava nos mais diversos segmentos como bancos, escritórios, indústrias, lojas, entre outros, e, com o advento das máquinas elétricas e eletrônicas, foi desaparecendo, tendo sua derrocada final com a criação dos computadores de mesa. Num passado mais recente, temos como exemplo a rede de locadoras Blockbuster de fitas de vídeo e de DVD. Por muito tempo as pessoas que queriam assistir a um filme ou um documentário recorriam às locadoras para emprestar uma fita. A entrada das TVs a cabo e mais recentemente a possibilidade de compartilhar filmes com o Youtube e o Netflix, proporcionado pela banda larga, fez com que a rede de locadoras falisse completamente nos Estados Unidos. Para tentar evitar tais acontecimentos é necessário estar à frente dos fatos. Informação antecipada pode garantir que a empresa não seja tomada de surpresa e mantenha sua marca firme e forte no mercado. Além disso, a empresa precisa estar adequada operacionalmente falando. A logística pode contribuir muito nesse novo cenário. Ocorre que a eficiência operacional não é obtida somente com a geração de custos. Além do investimento em equipamentos, estruturas, pessoas, veículos, estoques e instalações, e outros ativos, é necessário buscar formas de utilizar corretamente esses recursos, avaliando sua real necessidade, buscando alternativas que, se utilizadas com o respectivo recurso, traga o melhor custo-benefício, com simulações, análises, estudos de viabilidade, entre outros. A leitura de quatro casos vai exemplificar como as empresas conseguiram reverter um quadro de situação financeira ruim, além da perda de clientes para a concorrência, para uma situação melhor, com algumas mudanças de postura, na sua cadeia de suprimentos. São atitudes diferentes e muito interessantes, que, embora tenham acontecido há uns quinze anos, ainda são recentes e podem ser aplicadas nas empresas. O material para essa leitura está disponível no ambiente virtual. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 7 5 Planejamento As adversidades trazidas pelas novas tecnologias são uma constante atualmente. Não é possível mais as empresas descuidarem de observar o futuro dos acontecimentos, analisarem tendências e cenários, quebrar paradigmas a fim de gerar novos conhecimentos e consequentemente saírem à frente com inovações. Aqui na nossa disciplina, o foco do planejamento é sobre as demandas e sob o ponto da cadeia de suprimentos. Uma das maneiras de conseguir isso é envolvendo uma equipe multifuncional, ou seja, equipes que têm funcionários de diversas funções, tais como compra, engenharia, manufatura, para atuar a reformulação das estratégias, com base em novas posturas operacionais. Essa solução foi adotada, por exemplo, na empresa Chrysler, como vimos na leitura da biblioteca virtual, que tinha como objetivo redesenhar a cadeia de suprimentos. A empresa optou por atuar junto aos seus fornecedores, diminuindo a quantidade e aproximando-se dos mesmos, passando de uma relação coercitiva, onde a Chrysler pode ter um domínio pelo seu poder de barganha, para uma relação de parceria, havendo, inclusive, a partilha pelas economias geradas na parceria. Outra empresa que também se utilizou de uma reestruturação nas equipes foi a Gillete. Essa empresa criou uma nova organização interna, agregando áreas como compras, logística, gerenciamento de matérias, com fins de reinventar sua cadeia de suprimentos. Já as empresas Siemens e Apple fizeram readequações também na sua estrutura interna, porém eliminando camadas da hierarquia (Siemens) e trazendo novas pessoas para a empresa (Apple). Porém, assim como as empresas anteriores, tiveram como foco a reestruturação da cadeia de suprimentos, para fazer frente à nova ordem da economia e conseguir se sobressair diante da concorrência. Considerações finais Bem, vimos até então que as mudanças vieram para ficar e as empresas precisam ter flexibilidade e dinamismo para reverter uma situação mudando sua estrutura interna, reavaliando sua atitude perante seus parceiros e fornecedores, otimizando, assim, a utilização de estoques e aumentando seu giro, minimizando prazos de fabricação, melhorando a pontualidade, reavaliando produtos para trabalharem com aqueles que trazemmaior lucratividade, entre outras posturas necessárias. O fato é que não há uma receita da melhor postura nem há a garantia de que a postura escolhida servirá de forma adequada por muito tempo. A definição da melhor escolha e quanto tempo ela durará dependerá de variáveis e fatores determinados pelo ambiente externo que a empresa atua, em conjunto com reestruturações internas que ela deverá fazer. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 8 Isso é definido pela previsão que dará suporte para análises e simulações com objetivo de fazer o melhor planejamento. Trata-se de um trabalho contínuo e permanente do qual a empresa não pode se descuidar. Na nossa próxima aula, analisaremos a demanda sob o ponto de vista comercial, e como isso impacta na cadeia de suprimentos, ou seja, como essas duas áreas devem operar de forma a equilibrar necessidades (demandas) e fornecimentos (suprimentos). Referências TAYLOR, David A.; FREIRE, Claudia. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 02 Demanda x Suprimento Objetivos Específicos • Entender a relação e ligação entre as áreas de vendas e suprimentos. Temas Introdução 1 Demandas Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Nesta aula vamos abordar sobre as demandas existentes numa cadeia de suprimentos. De um lado temos o departamento comercial, em que são efetuadas as vendas, e de outro temos o departamento operacional, responsável por atender o que foi vendido, ou seja, responsável por providenciar e mobilizar os recursos materiais, patrimoniais, humanos e financeiros, bem como a disponibilização de instalações, equipamentos, estoques, veículos e tudo o mais necessário para atender ao cliente ou consumidor. Essas demandas podem variar muito, porque dependem de uma série de fatores, que podem ser internos da empresa ou de um conjunto de empresas, ou externos, devido às mudanças ocorridas no segmento em que a empresa está inserida. Ou ainda em ambos: interna e externamente. É importante compreender essas mudanças de necessidade porque as empresas podem ser surpreendidas negativamente, ou podem perder uma oportunidade, caso descuidem do cenário onde atuam. Temos aqui um exemplo muito básico de demanda: talvez você esteja lendo esta aula para atender a uma necessidade de qualificação profissional, ou para atender a uma necessidade de obter uma certificado de graduação, ou mesmo para realizar um sonho seu ou de algum familiar. Para que você consiga ler, foi preciso atender algumas de suas demandas por equipamentos (um computador, notebook, tablet), demandas de instalação (local onde você possa ler), demandas de materiais (software, caderno e caneta para anotações), outras demandas de recursos, como se estiver à noite, é preciso iluminação, caso for de dia, não. Podendo haver outras, isso dependerá de uma série de fatores e circunstâncias. 1 Demandas Em uma cadeia de suprimentos temos uma sequência de ações, ou de departamentos, ou mesmo de empresas, e surgem demandas a serem atendidas, que precisam que os recursos sejam fornecidos, ou seja, que o suprimento seja feito. A leitura contribuirá para compreender como as demandas ocorrem e quais tipos existem. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 Nesta leitura, vamos saber como acontecem as demandas, de onde elas partem, quais partes envolvem e qual o papel de cada parte. E também o autor do atendimento a um pedido, que é o que gera uma série de ações que devem ser feitas para atendimento desse pedido. Pode parecer simples, mas veremos que há muitas questões complexas a serem pensadas. Para complementar seus estudos, leia o texto que está disponível no ambiente virtual. Um produto ou serviço pode trazer diferenças na sua composição. A classificação e a padronização por meio de códigos podem ser uma solução para atender as demandas. Por isso as empresas criam números de série. Imagine se, numa linha de produção, para compor uma máquina, fosse preciso parafusos de 50 mm, e no suprimento dessa linha chegassem parafusos de 60 mm. Com certeza iríamos ter problemas de linha de produção parada, máquina com problemas, pedidos não atendidos, multa por quebra de fornecimento, entre outros reflexos negativos. Na leitura vimos que o processo para atender uma demanda pode ter uma complexidade que deve ser entendida antes de fazermos as previsões, porque podem ter variabilidades e também um grau de incerteza que gera erros e pode causar custos desnecessários e até prejuízos. O autor nos remete a pergunta dos Qs: qual produto, qual local, quando (tempo) e quanto (quantidade). Vamos entender quais são essas variabilidades das demandas. Primeiro vamos iniciar com as questões de tempo e local. 1.1 Demanda Temporal (tempo) x Demanda Espacial (espaço) Determinar o local onde serão necessárias as quantidades demandadas faz toda a diferença numa cadeia de suprimentos. Essa determinação influirá no desenho da cadeia, ou seja, quais os armazéns necessários, bem como a localização e o tamanho deles; qual o tipo de transporte a ser utilizado, bem como a frequência deste; entre outros. A localização geográfica determinará as demandas, bem como as quantidades necessárias dentro da cadeia de suprimento (BALLOU, 2006). Segundo Taylor (2005) é preciso saber a demanda espacial para definir outros tipos de serviços tais como a necessidade de consolidação (agrupamento de produtos num só volume) ou a desconsolidação (desagrupar produtos), pois, em alguns casos, o espaço não comporta grandes volumes. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 De acordo com Ballou (2006) a demanda pode variar conforme o tempo (temporal). Essa dimensão tem uma importância muito maior nos dias atuais, uma vez que a pressão por estoques reduzidos é muito grande. Ter a quantidade correta no momento em que ela é necessária garante um nível de serviço adequado, tanto na produção, quanto na comercialização. Porém, se em demasia, gera custos que podem tornar a cadeia de suprimentos ineficiente. Segundo Ballou (2006) temos variações de demandas de acordo com o tempo devido a mudanças de taxas, decréscimo ou crescimento nas vendas, mudanças cambiais, desastres ambientais, entre tantos outros fatores. Veremos mais adiante que temos métodos que podem ser utilizados na busca de acompanhar essas variações e que auxiliam na previsão da demanda. Demanda Regular x Demanda Irregular Uma demanda regular está dentro de padrões que podem ser observados, dentro de determinado parâmetro observável por meio de uma estimativa de valores médios, conforme podemos observar na Figura 1 nas qual temos um consumo médio de 50 unidades, com variações em torno dessa quantidade. Essa demanda regular aleatória. Figura 1: Evolução horizontal de demanda Fonte: Dias, 2010, p. 26. Figura 2: Demanda Aleatória com tendência crescente Fonte: Dias, 2010, p. 26. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 Na Demanda sazonal, há influência um pouco maior de variações. Nesse tipo de demanda, além de atuarmos com um consumo médio, há uma variação percentual para mais ou para menos que deve ser considerada, conforme podemos ver na figura 3. Figura 3: Demanda Sazonal Fonte: Dias, 2010, p. 27. Quando a demandas não têm um padrão observável devido a volumes ou a tempos, chamamos de demanda incerta ou irregular. Segundo Ballou (2006) esse tipo de demanda é representado por produtos que estão entrando ou saindo de linha de produção, que tem um público restrito, entre outros. Tem umgrau de dificuldade maior para ser previsto apenas com técnicas mais comuns de previsão, constituindo-se num desafio para o gestor fazer um planejamento, porque, dependendo do caso, há necessidade de análises de contextos mais sofisticados e abrangentes. 1.2 Demanda Dependente x Demanda Independente Uma demanda independente é aquela que tem um componente aleatório muito grande, tornando, assim, essa demanda mais difícil de ser prevista, devido a quantidade de fatores que devem ser considerados. Já a demanda dependente, a medida que cresce sua dependência, temos uma facilidade maior para sua previsão. Vamos ver um exemplo: Numa concessionária de veículos, é difícil prever quantos veículos serão vendidos naquele mês, porém, após previsão de uma demanda, podemos acionar a montadora de veículos que irá trabalhar com esse número de vendas previsto. De forma básica, temos que, se a previsão for pela venda de mil veículos do modelo BETA (demanda independente), e se cada veículo necessita de quatro rodas, teremos a demanda de 4 mil rodas (demanda dependente). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 6 Considerações finais Nossa aula de hoje abordou sobre a demanda. Conhecer esse componente é fundamental para um planejamento porque determina as necessidades em uma cadeia de suprimentos, impactando em decisões de local, veículos, estoques, entre outros, bem como em decisões de localização, quantidades e tipos de produtos ou serviços. Sem dúvida que toda previsão tem um componente de incerteza. A busca pela minimização dessas incertezas garantirá uma cadeia de suprimentos eficiente, ou seja, com desempenho adequado e com custos minimizados. Para isso, vamos conhecer alguns métodos e técnicas de previsão na nossa próxima aula. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. TAYLOR, David A.; FREIRE, Claudia. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 03 Atendendo a Demanda Objetivos Específicos • Conhecer as ferramentas de análise que facilitam o atendimento de demanda. Temas Introdução 1 Previsões Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Na aula passada vimos os diferentes tipos de demanda, o que merece diferentes tipos de ferramentas para sua análise. Nesta aula veremos que existem métodos para prever essas demandas, e técnicas que consistem em cálculos matemáticos ou estatísticos utilizados para transformar registros históricos ou parâmetros numéricos em demandas previstas (BOWERSOX, 2006). A previsão deve seguir uma metodologia para sua utilização, pois elas orientam o planejamento, ou seja, baseiam-se em fatos anteriormente vistos, que uma empresa pode determinar o que fazer, como fazer, quando fazer, empregando recursos e esforços no sentido de atender adequadamente uma necessidade, sem que para isso precise incorrer em custos desnecessários. Um exemplo básico de previsão se dá quando vamos organizar uma festa em nossa casa. A quantidade de comida e bebida a ser providenciada dependerá do número de pessoas que iremos receber. Há casos em que se pensa em comprar uma quantidade a mais do que o número de pessoas convidadas, para não faltar. Essa atitude garante um excelente atendimento às pessoas. Porém, pessoas convidadas não quer dizer que virão. Podemos estimar uma quantidade de pessoas, ou seja, prever o número que viria à festa. O acerto dessa estimativa pode ser maior ou menor. O fato é que poderá sobrar muita comida e bebida, ou faltar comida e bebida. Será que há uma forma de saber antes? Não, há métodos e técnicas para aproximar-se de um número adequado, o que diminuiria esse grau de incerteza, mas esse risco sempre acompanhará as previsões, é o que chamamos de fatores aleatórios e que vamos ver mais adiante. 1 Previsões Previsões são projeções de valores e quantidades que serão consumidas, vendidas, expedidas, comercializadas, podendo ser representadas em valores monetários ou quantidades. Podem ser feitas por item, produtos, por cliente, por período, ou por grupo de itens (BOWERSOX, 2001). Um exemplo de previsão em logística é a previsão de entregas a partir de um depósito. O autor fala da previsão, seus componentes, bem como esclarece alguns pontos sobre a composição de uma previsão, até chegar ao método quantitativo. Para complementar seus estudos, faça a leitura do texto que está disponível no ambiente virtual. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 1.1 Previsão: componentes O ato de prever é cercado de variáveis. Embora a previsão consista num número, para se chegar a ele, consideramos uma série de fatores tais como: nível de vendas; fatores sazonais, tendência, fatores cíclicos, fatores promocionais e fatores aleatórios (BOWERSOX, 2001, p. 209). Sua apuração é feita por meio da seguinte fórmula, levando-se em conta determinado período de tempo (t): P = (NV x FS x T x FC x FP ) + FA Onde temos: P = previsão NV = nível das vendas FS = fator sazonal T = tendência FC = fator cíclico FP = fator promocional FA = fator aleatório Nem sempre todos esses componentes são utilizados, porém para tomar essa decisão é preciso conhecer cada um deles (BOWERSOX, 2001, p. 209). Nível de vendas: esse fator representa a quantidade estimada de vendas, que normalmente é obtida por uma média, indicada para produtos que não têm variações tais como sazonalidades, promoções, novos lançamentos etc. Veremos mais à frente algumas técnicas para calcular uma média (BOWERSOX, 2001, p. 209). Fatores Sazonais: são aqueles que provocam aumento ou diminuição do consumo de um produto ou de um serviço. Para observá-los, normalmente nos baseamos no período anual. Um exemplo básico é o consumo de sorvete. Esse alimento é consumido o ano todo, porém em alguns lugares o consumo se eleva quando a temperatura fica mais quente (BOWERSOX, 2001, p. 209). Tendência: é uma variação nas vendas, que pode ser crescente, decrescente ou neutra. Para considerar tais mudanças no padrão de consumo, devemos considerar os motivos que levam à mudança na taxa. Por exemplo: quando o mercado está aquecido para a venda de apartamentos de padrão econômico, com plantas com metragens menores, pode haver uma tendência para elevação da compra dos móveis sob medida (BOWERSOX, 2001, p. 209). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 • Fatores Cíclicos: Está voltado a ciclos de crescimento devido a mudanças econômicas, por exemplo. Para notar tais alterações nos padrões de consumo, também devemos considerar períodos superiores a 12 meses (BOWERSOX, 2001, p. 210). • Fatores Promocionais: como o nome já diz, está ligado a promoções e publicidade da empresa e suas alterações podem permanecer enquanto há a propaganda (BOWERSOX, 2001, p. 210). • Fatores Aleatórios: trata-se da parcela que é imprevisível, não havendo como encaixar nos outros fatores. Numa previsão, esse fator pode ser minimizado com a assertividade dos demais fatores (BOWERSOX, 2001, p. 210). 1.2 Previsão: abordagens De acordo com Bowersox (2001) temos a abordagem do todo para as partes, ou seja, fazemos a previsão considerando várias unidades e depois decompomos essa previsão em partes, considerando os registros históricos dessas unidades. A abordagem da parte para o todo considera demandas individualizadas de cada unidade em questão da empresa. Esse tipo de abordagem, de acordo com Bowersox (2001), considera as variações atreladas a mercadosmais específicos. 1.3 Previsão: métodos Vimos na leitura de Chopra e Meindl (2011) que, para fazer uma previsão, uma empresa precisa conhecer diversos fatores tais como demanda passada, ações tomadas pelos concorrentes, entre outros. Além dos fatores apresentados, Dias (2010) também reforça que o comportamento de consumo pode ser alterado por influências políticas, conjunturais, inovações técnicas e tecnológicas, modelos retirados da linha de produção e alteração da produção. Na leitura de alguns autores, temos alguns descrevendo como métodos e outros como técnicas. Qual a diferença? O método significa “o que fazer”, e as técnicas significam “como fazer”. Ambas estão relacionadas às previsões, porque temos alguns métodos, tais como qualitativos, causais e de projeção histórica. Dentro desses métodos podemos utilizar técnicas quantitativas, pesquisa de mercado, entre outras que veremos no decorrer de nossas aulas. Chopra e Meindl (2011) destacam que temos quatro métodos para prever demandas. Vamos nos ater a três deles, que também são ressaltados por Ballou (2006): qualitativos, séries temporais, causais. O quarto método é indicado para promoções e simulações de vendas com novos concorrentes no mesmo segmento, não sendo o escopo da nossa disciplina, neste momento. Vamos lembrá-las: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 • Qualitativo: baseado em opiniões e julgamentos (por exemplo, toma como base a opinião de um especialista para prever demandas futuras) • Séries Temporais: baseado em demandas históricas (por exemplo, registro de vendas passadas, para prever as vendas futuras) • Causal: baseado em causas que justificam o crescimento ou a baixa da demanda (por exemplo, taxa de juros, câmbio, etc.) Cabe ressaltar que uma empresa não precisa se decidir por um método ou outro. Ela pode utilizar mais de um método para fazer suas previsões. O importante é reduzir os fatores aleatórios, que, conforme vimos anteriormente, geram incertezas. O risco de não acertar na previsão é sinal de que poderá haver custos maiores do que o necessário e isso é ineficiência, logo muito perigoso para uma empresa, pois afeta sua lucratividade e pode impactar no nível de serviço prestado ao cliente. Uma previsão deve ser um ciclo na empresa, em que as comparações entre o que se previu e o que efetivamente aconteceu deve ser comparado constantemente, e ainda considerando os fatores externos à empresa ou à cadeia de abastecimento. Na figura 1 temos uma forma esquemática para demonstrar o dinamismo de uma previsão: Figura 1: Comportamento dinâmico do processo de previsão: Fonte: Dias, 2010, p. 25. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 6 Considerações finais Nesta aula conhecemos alguns aspectos da previsão. Um fator importante que cabe ressaltar é que existem fatores aleatórios que fazem parte quando prevemos algo que poderá acontecer. Tais fatores aumentam o risco de erro dentro daquilo que imaginamos. Qual a consequência disso? Temos pelo menos três aspectos a considerar pela não assertividade de uma previsão: aspecto financeiro – incorremos em maiores custos e podemos comprometer a lucratividade; aspecto operacional – ineficiência das operações; e aspecto comercial – o cliente pode sofrer com o erro caso faltem produtos ou algum serviço não seja realizado. • Vimos ainda que temos três métodos para as previsões: qualitativo (opiniões), causal (causas que justificam) e séries temporais (histórico de vendas). A utilização de determinado método não exclui a utilização de outro, muito pelo contrário, se o objetivo é minimizar os riscos, o ideal é utilizar mais de um método. Na nossa próxima aula vamos conhecer algumas técnicas de previsão, ou seja, vamos ver exemplos de como uma previsão poderá ser feita. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. CHOPRA, S; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 04 Técnicas de Previsão Objetivos Específicos • Conhecer as ferramentas para análise e previsão de demanda com objetivo de ser assertivo no processo de suprimentos e produção de bens ou prestação de serviços. Temas Introdução 1 Técnicas de previsão Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Na aula passada conhecemos os métodos de previsão (o que fazer), nesta aula vamos conhecer algumas técnicas de previsão que nos auxiliarão em como fazer tais previsões. Lembramos que não existe uma técnica melhor do que a outra e que poderá ser utilizada na empresa. O processo de previsão deve ser dinâmico por conta de fatores aleatórios que interferem na aproximação de um consumo real. Além disso, por conta das mudanças vivenciadas no ambiente onde as cadeias de suprimento competem, acreditar que uma técnica utilizada ficará por muito tempo sem a devida revisão, deixa a empresa numa situação perigosa porque ignora as transformações constantes que ocorrem. Sendo assim, os métodos e técnicas que apresentaremos devem ser motivo de questionamentos, revisões, análises e reflexões. Vamos iniciar nossa aula com as técnicas quantitativas, que, nesse caso, o autor chama de método de série temporal porque toma como base o histórico de vendas anteriores da empresa. Nesta leitura, veremos conceitos e exemplos práticos de aplicações, utilizando registros anteriores. Para complementar seus estudos, faça a leitura do texto, disponível no ambiente virtual. Ele tem início no tópico “Métodos de séries temporais” até a página 273. 1 Técnicas de previsão Antes de iniciar reforçando os pontos abordados na leitura da biblioteca virtual, salientamos que as técnicas de previsão que utilizam séries temporais, ou seja, se baseiam em consumos reais de acordo com períodos de tempo, são horizontais, ou seja acompanham uma tendência e são aleatórios. Essa aleatoriedade acompanha todas as técnicas de previsão. Trata-se do fator de risco que não temos como prever. Também destacamos que as séries temporais não se aplicam quando há demanda sazonal nem fatores cíclicos, conceitos vistos quando estudamos as demandas na aula 2. Iniciaremos com a técnica que o autor denomina de previsão ingênua. A crítica para esses métodos está no fator de que há exigência da manutenção de dados anteriores para sua aplicação. Antigamente isso poderia ser um problema, mas hoje em dia temos computadores e programas que são eficientes o bastante para dar conta dessa manutenção, podendo, inclusive, ir mais além. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 Ocorre que determinados softwares podem não só agrupar, classificar, reagrupar, consolidar, entre outras características, como também permitem a emissão de relatórios gerenciais e o estudo de tendências, utilizando-se métodos estatísticos. Esse assunto será visto nas próximas aulas, em outras técnicas. Vamos agora ver as técnicas que se utilizam de históricos de consumo anteriores. 1.1 Método do último período A técnica qualitativa chamada método do último período, ou previsão ingênua, conforme Ritzman e Krajewski (2004) trata-se de um modelo simples, em que a demanda do período anterior é utilizada para a previsão do próximo período. É muito útil quando não há variações consistentes no consumo e também não exige a manutenção de históricos de vendasmuito grandes. 1.2 Método da média móvel Essa técnica é muito similar a anterior, só que utiliza período mais longos de consumo para se ter uma base para novas previsões. A demanda prevista é obtida considerando a somatória de consumos anteriores, divididos pela mesma quantidade de períodos, conforme segue (DIAS, 2010): Onde temos: • CM = Consumo Médio; • C = Consumo dos períodos anteriores; • n = número de períodos. Os últimos são para cálculo do consumo médio variável. O ideal é tomar como base os últimos doze períodos, como por exemplo: Conforme Dias (2010) há vantagens e desvantagens nessa técnica. Como vantagem temos a simplicidade e a manutenção dos dados, que pode ser feita manualmente. Já como desvantagem temos que a média móvel pode ser afetada e gerar valores enganosos, por valores extremos que possam ocorrer eventualmente. Por isso, essa técnica deve ser utilizada somente quando temos valores bem próximos à demanda real. No caso de alguma sazonalidade ou algum ciclo, não se recomenda sua utilização. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 Vamos ver um exemplo de como isso pode ocorrer e tornar inválida nossa previsão. Determinada empresa apresenta as seguintes vendas nos respectivos períodos: Ano Total de vendas em R$ Janeiro 100.000,00 Fevereiro 200.000,00 Março 400.000,00 Abril 800.000,00 Maio 3.200.000,00 Junho 900.000,00 Julho 1.200.000,00 Agosto 1.600.000,00 Setembro 2.500.000,00 Outubro 2.700.000,00 Novembro 3.200.000,00 Dezembro 9.000.000,00 Total 25.800.000,00 Podemos notar algumas fatores que causariam uma previsão incorreta: • É bem clara a percepção de que há uma tendência para vender mais em maio e dezembro. • Caso fizéssemos a média desse período para obter o valor para janeiro de 2013, obteríamos um valor bem abaixo das últimas vendas: R$ 2.150.000,00. • Esse problema foi causado pela influência de valores bem menores no início do ano, o que empurrou a média para baixo. 1.3 Método da média móvel ponderada Para tentarmos minimizar esse tipo de incidência, podemos atribuir um peso maior a determinados períodos que parecem mais próximos à demanda real. Essa técnica é chamada de média móvel ponderada, ou seja, determinamos qual período receberá uma ponderação maior, o que influenciará na média de consumo para a previsão do próximo período. Normalmente se atribui pesos maiores a consumos mais recentes, conforme exemplo a seguir: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 Tabela 1: Pesos e consumo para média móvel ponderada Período Peso ou fator Consumo real Previsão 1 5% ou 0,05 220 11 2 10% ou 0,10 312 31,2 3 15% ou 0,15 800 120 4 25% ou 0,25 450 112,5 5 50% ou 0,50 700 350 Total 100% ou 1 624,7 ou 625 Fonte: Dias, 2010, p. 31. A determinação dos pesos ou fatores deve ser 100% e ser distribuída entre um período de tempo, conforme o grau de importância que se queira dar a determinado período. Tomando os dados da tabela 1, temos que: CM = (220 x 0,05)+ (312 x 0,10) + (800 x 0,15) + (450 x 0,25) + (700 x 0,50) = 624,7, aprox. 625 Considerações finais Destacamos que até o momento vimos três técnicas quantitativas para efetuarmos a previsão do próximo período. São todas utilizadas quando não há incidência de influências sazonais e cíclicas, as quais inviabilizam a utilização, porque tornam a previsão obtida muito fora do consumo efetivo, tanto para menos, quanto para mais, dependendo de como se aplica. Na nossa próxima aula veremos técnicas qualitativas, aquelas baseadas em opiniões e julgamentos. Sua utilização pode ser tanto para curto prazo, quanto para médio e longo prazos. São utilizadas ainda para previsões de cenários e para utilização no planejamento estratégico da empresa. Referências DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 05 Técnicas de Previsão - Parte II Objetivos Específicos • Conhecer as técnicas para controle de demanda. Temas Introdução 1 Técnicas quantitativas 2 Técnicas causais Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Nossa aula abordará as técnicas quantitativas de previsão de demanda. Tais técnicas também são chamadas de subjetivas porque levam em conta a opinião daqueles que têm mais conhecimento, ou experiência sobre determinado produto ou serviço, ou ainda atuam por muito tempo e já conhecem o segmento e seu público. Uma opinião conhecedora sobre determinado mercado, em que se quer fazer projeções, estabelecer algumas previsões, pode ser de grande valia, pois evita que se cometam deslizes, tais como quantidades maiores, ou quantidades menores, o que é particularmente ruim nos dois casos. Mas, por outro lado, isso pode ter um viés negativo, uma vez que, ao evitar que sejamos atrevidos nas previsões, evitamos, também, que sejamos ousados. Por cautela, deixamos de fazer algo que é diferente, e nunca saberemos se poderia dar certo, porque simplesmente ficamos com a segurança ao invés do risco. Contudo, esse não é o foco da nossa aula e deixaremos esse assunto para outro momento. A leitura das páginas indicadas nos auxiliará na compreensão de alguns conceitos sobre técnicas qualitativas e também sobre uma técnica causal, por meio de regressão linear. Antes de entrar nos conceitos, você verá um caso de previsão compartilhada entre varejista e fabricante. Ocorre que tanto em um quanto em outro, é preciso ter estoques. O problema é que ambos precisam estar preparados para atender ao consumidor. Isso significa que, se tiverem ineficiência operacional causada por estoques altos devido a previsões incorretas, será prejudicial aos dois (varejista e fornecedor). Então, por que não compartilhar conhecimentos para gerar eficiência? O material recomendado para a leitura está disponível no ambiente virtual. 1 Técnicas quantitativas As técnicas qualitativas de previsão são utilizadas quando não se tem dados históricos para servir de base para análises. Nesse caso são utilizados a experiência e o conhecimento obtidos por vendedores que desenvolvem uma expertise na região em que atuam, ou com a venda de algum produto ou na prestação de algum serviço (BOWERSOX, 2001). São comumente mais caras e demoram mais tempo para se chegar a resultados. Isso se deve ao fato de que normalmente são utilizados vendedores ou executivos que têm salários Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 maiores dentro da organização. A demora é pelo fato de que, em alguns casos, não há consenso imediato entre os participantes, e que, por conta disso, as idas e vindas em busca de alinhar opiniões acabam tomando um tempo maior que o previsto. 1.1 Brainstorming Uma das técnicas de previsão e que também é utilizada para outros fins é o brainstorming (que significa tempestade de ideias). Nessa técnica são reunidas várias pessoas de diversos departamentos e hierarquias na empresa. Há uma pessoa que conduz as ideias lançadas por cada participante, anotando numa lousa, por exemplo, ou num local visível a todos. As ideias ou as palavras são ditas sem pensar muito, porque a intenção é fazer surgir algo que não foi pensado antes. A vantagem dessa técnica é que pode surgir algo inovador, e de repente destacar a empresa da concorrência. Como desvantagem podemos dizer que algumas pessoas por ocuparem cargos de responsabilidade menor podem se sentir constrangidas em contribuir com suas ideias por se sentirem inferiores diante de seus chefes. Nesse caso, não adiantaria o brainstorming. Essa técnicaé voltada para o longo prazo. São utilizadas para avaliar contextos nos quais há a incidência de fatores como entrada de novos concorrentes, mudanças tecnológicas, lançamento de novas leis, regulamentação ambiental, mudança de políticas econômicas, entre outras questões que poderiam influenciar nas vendas. Nesse tipo de análise de previsão, as técnicas temporais e causais não dão conta, pela análise de um cenário que está distante do momento atual da empresa, em que muitos fatores podem comprometer os objetivos de acertar na previsão, ou pelo menos aproximar-se muito. São importantes, uma vez que, quanto mais à frente se lança da concorrência, maiores são as chances de que tenha alguma empresa ou cadeia de suprimentos que consiga alcançá- lo para imitá-lo. Por isso é estratégico para ter alguma vantagem dos competidores. São ideais para selecionar algum canal de distribuição, dimensionar capacidades de produção ou selecionar recursos (WANKE, 2006). As análises feitas por essa técnica são adequadas para fins de planejamento estratégico, feita usualmente pela direção da empresa, na maioria das vezes com objetivos comerciais. Como nossa disciplina é a previsão na cadeia de abastecimento, não vamos nos aprofundar no assunto. 2 Técnicas causais Conforme o nome já diz, esse tipo de previsão procura causas no ambiente para justificar a previsão. São utilizadas em dados e registros da empresa, relativos a consumos efetivos e há a busca de fatores externos, tais como mudanças no gosto do consumidor, mudanças tecnológicas, propaganda, entre outros, para obter-se uma aproximação da demanda prevista. A Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 base para utilização é tentar prever a demanda de um produto ou serviço, que seria a demanda dependente e analisar demandas independentes que possam influenciar nessa previsão. 2.1 Regressão Linear Esse tipo de técnica faz uma “relação entre a demanda e outras variáveis que causam ou explicam seu nível” (BALLOU, 2006, p. 246). Para determinar as variáveis é feita uma análise estatística utilizando-se softwares apropriados para essa finalidade e que garantem uma eficiente previsão da demanda. De acordo com Ballou (2006) a premissa básica é a de que a demanda prevista tem sua variação de acordo com outras variáveis relacionadas a ela. Um exemplo disso podemos ver no estoque de uma organização. Para apurarmos o estoque mínimo, consideramos o tempo de reposição, que é o tempo que se leva desde a detecção do término do produto, o pedido e a entrega pelo fornecedor, e o consumo. Assim, se temos um... Tempo de reposição (TR) = 7 dias Consumo = 100 por dia O estoque mínimo seria de 700 unidades (7 x 100) Agora, nem sempre podemos confiar na entrega no prazo acordado pelo fornecedor, pois há fatores de insegurança como atraso do transportador, fornecedor, aumento do consumo, entre outros. Por esses e outros motivos, opera-se com um estoque de segurança, cuja determinação de quantidade está diretamente ligada às variáveis de insegurança. O assunto sobre gestão de estoques será visto no terceiro semestre, por isso não cabe um aprofundamento neste momento. Considerações finais Tivemos com algumas técnicas qualitativas de previsão, tais como o método Delphi, estimativas da equipe de venda, opiniões de executivos, pesquisa de mercado (na leitura do texto da biblioteca virtual), brainstorming e análise de cenários. Temos muitas outras técnicas, nossa intenção não é esgotar o assunto, mas, sim, colocá-los a par de algumas técnicas, suas vantagens e desvantagens e a base para sua utilização. Destacamos também que são técnicas que têm um custo maior, devido às pessoas envolvidas e que podem demorar mais tempo devido a incompatibilidades de opinião. Essa característica do tempo inviabiliza sua utilização na logística. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 Vimos também a técnica causal, ou seja, aquela que busca variáveis independentes para justificar a demanda de uma variável dependente. Todas as técnicas que vimos nas aulas 4 e 5 têm o seu fator aleatório, ou seja, o grau de incerteza que deve ser minimizado pela empresa, uma vez que não se pode prevê-lo. A margem de erro atribuída por esse fator será o tema da nossa próxima aula. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. WANKE, Peter. Previsão de vendas: processos organizacionais e métodos quantitativos e qualitativos. São Paulo: Atlas, 2006. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 06 Fatores de Incerteza da Demanda Objetivos Específicos • Compreender a questão do erro dentro da cadeia de suprimentos. Temas Introdução 1 Erros de previsão Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Podem existir inúmeras formas de reduzir o erro em uma cadeia de suprimentos. Essa redução pode ser feita pelo controle de qualidade quando se quer eliminar as possibilidades de enviar produtos incorretamente ao cliente. Também podemos utilizar o treinamento quando se quer proporcionar um serviço correto ao cliente, sem erros. As pessoas treinadas têm menor chance de errar. Numa indústria, por exemplo, podem existir equipes multifuncionais que analisam e repensam as formas de produzir uma peça, como forma de eliminar falhas de fabricação. Há ainda o teste de controle de qualidade aplicado na matéria-prima que será processada na indústria e será um produto acabado ou semiacabado, garantindo que não haja falhas e erros na fabricação. Numa peça de teatro, o ensaio das cenas ou de músicas, o repasse das falas, o teste de figurinos podem garantir que a peça apresentada será encenada com a redução de incertezas que normalmente existem, só não é possível eliminar a expectativa de uma estreia. A euforia e a emoção humana podem surpreender o ator ou atriz. Enfim, em cada caso temos algo diferente a ser pensado e a ser feito. Não temos a pretensão de abordar alguma técnica que elimine completamente o erro, mesmo porque isso não existe, e errar pode ser positivo pois leva a um novo aprendizado. Discutiremos alguns aspectos que podem minimizar o erro na gestão da cadeia de suprimentos que é o nosso foco. Na leitura que será feita, vamos compreender alguns aspectos que facilitam o gerenciamento dos erros na cadeia de suprimentos. Para isso, vamos iniciar a leitura no tópico “Agregação da demanda” Para complementar seus estudos, faça a leitura recomendada que está disponível no ambiente virtual. 1 Erros de previsão De acordo com Bowersox e Closs (2001), acertar na previsão de uma demanda depende da diferença entre os valores previsionados e os valores reais que efetivamente aconteceram. Esse acerto não é fácil, por conta do fator aleatório que cerca toda previsão. Além da escolha do método adequado com a respectiva aplicação de técnicas de previsão, são necessárias constantes avaliações, por conta da discrepância que surge entre o que foi estimado e o que aconteceu. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 Vamos, primeiro, conhecer uma forma de redução de erros, tratada em três etapas. Vamos discutir o que foi abordado na leitura do texto da biblioteca virtual, em que a agregação de uma demanda pode conduzir a previsões mais assertivas. Tanto um quanto outro autor nos trazem formas deredução de erros, uma vez que o componente aleatório não pode ser eliminado de uma previsão. Segundo Bowersox e Closs, há etapas para reduzir erros de previsão. • avaliação de erros; • nível de consolidação; • ponto de realimentação no processo. 1.1 Avaliação de erros Ela pode ser feita de forma relativa ou absoluta. Bowersox e Closs (2001) apresentam três modelos na tabela 1, para sua verificação: Tabela 1: Demanda e previsão mensais de computadores (1) Mês (2) Consumo (3) Previsão (4) Erro (5) Erro absoluto (6) Quadrado do erro Janeiro 100 110 -10 10 100 Fevereiro 110 90 20 20 400 Março 90 90 0 0 0 Abril 130 120 10 10 100 Maio 70 90 -20 20 400 Junho 110 120 -10 10 100 Julho 120 120 0 0 0 Agosto 90 110 -20 20 400 Setembro 120 70 50 50 2500 Outubro 90 130 -40 40 1600 Novembro 80 90 -10 10 100 Dezembro 90 100 -10 10 100 Soma 1200 1240 -40 200 5800 Média 100 103,3 -3,3 16,7 483,3 Porcentagem (erro/média) 3,3% 16,7% 22% Fonte: Bowersox e Closs, 2001, p. 219. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 • Como foram calculadas as colunas: Coluna 4: erro relativo entre a demanda e a previsão, considerado se positivo ou negativo. Coluna 5: erro absoluto entre a demanda e a previsão, desconsiderado se positivo ou negativo. Coluna 6: quadrado do erro, ou seja, a coluna 4 elevada ao quadrado. • Como foram achados os valores: 16,7 = desvio médio absoluto 483,3 = quadrado do erro médio 3,3% = erro médio/demanda média 16,7% = valor absoluto do erro médio de previsão/demanda média 22% = raiz quadrada da soma do quadrado dos erros/demanda média 1.2 Nível de consolidação (agregação) De acordo com Bowersox e Closs (2001) e também conforme vimos com Taylor (2005), quanto maior o nível de agregação, menor a possibilidade de erros. Agregar ou consolidar é agrupar, conforme critérios previamente estabelecidos. A análise de Pareto, sugerida por Taylor, que também é chamada de classificação ABC, pode ser aplicada para os mais diversos fins. Aqui no nosso caso, vamos abordar com foco logístico, ou seja, se agruparmos os produtos, conforme critérios estabelecidos previamente, poderemos fazer previsões mais assertivas para esse grupo de produtos. Vamos ver um exemplo de como calcular e classificar os produtos por meio da metodologia ABC na tabela 2. Essa classificação se refere à agregação da demanda conforme o impacto financeiro desse item no estoque da empresa. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 Tabela 2: Estoque do Hospital Aguiar (1) itens (2) Valor unitário (R$) (3) Consumo médio anual (unidades) (4) Consumo médio anual (em R$) (5) Frequência (6) Frequência Acumulada (6) Classes 1 0,22 4.450.000 979.000,00 43,81% 43,81% A 2 1,57 540.000 847.800,00 37,94% 81,74% 3 39 5.000 195.000,00 8,73% 90,47% B4 404 350 141.400,00 6,33% 96,80% 5 3,5 15.000 52.500,00 2,35% 99,15% 6 31 380 11.780,00 0,53% 99,67% C 7 99 28 2.772,00 0,12% 99,80% 8 5,98 320 1.913,60 0,09% 99,88% 9 4,1 320 1.312,00 0,06% 99,94% 10 650 2 1.300,00 0,06% 100,00% Total 2.234.777,60 100% Fonte: Dias, 2010, p. 72-73. 1.2.1 Aplicação e montagem da metodologia ABC (análise de Pareto) Conforme Taylor (2006), a aplicação é sobre os itens em estoque. Precisamos agrupá- los para exercer maior controle na previsão de sua demanda, uma vez que apenas dois itens consomem 80% do valor utilizado para estoque. Para fazermos a tabela: • precisamos da relação dos itens (1), com seu consumo médio anual e seu custo unitário atual (2); • multiplica-se o valor unitário pelo seu consumo e teremos os valores financeiros do consumo total por item (3); • calcula-se o impacto percentual de cada item sobre o valor total em estoques da seguinte forma: 979000 / 2543930,60 x 100 = 43,81% (item 1) 847800/2543930,60 x 100 = 37,94% (item 2) e assim sucessivamente para todos os itens (5) O valor acumulado do percentual se obtém da seguinte forma: • repete-se o valor da primeira linha; • na linha de baixo, soma-se o percentual anterior mais o atual (43,81 + 37,94 = 81,74) e assim sucessivamente (6). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 6 Note-se que, na tabela apresentada, os itens já estão organizados conforme seu valor de consumo do maior para o menor. Esse cuidado deve ser tomado na empresa para classificação do item, caso contrário, não seria possível agrupá-los ou agregá-los. 1.3 Pontos de realinhamento no processo Nessa etapa as pessoas que formularam os métodos e que apuraram as margens de erros devem reavaliar os processos, buscar fontes de discrepância, analisar cenários, enfim, este é o momento de confrontar os percentuais de erros e buscar alternativas para sua minimização. Normalmente, é preciso envolver mais departamentos ou mais empresas, caso a avaliação seja dentro da cadeia de suprimentos, para que os gargalos sejam identificados, ou seja, quais os pontos problemáticos que deram origem às margens de erro. Talvez uma consulta aos envolvidos diretamente não na previsão, mas no dia a dia das operações logísticas, possa contribuir com ideias que conduzam ao refinamento da margem de erros. Esse processo é constante, uma vez que se deve buscar a minimização de erros de demanda para gerar eficiência operacional. Considerações finais Nesta aula vimos um conceito importante sobre a previsão: o erro. Trata-se da diferença entre a demanda prevista e o consumo efetivo. Vimos que as margens de erros ou em termos absolutos ou em termos relativos devem ser analisadas. Buscar agregar os produtos pode ser uma alternativa de fazer análises consolidadas que melhorem as margens de erros e, por fim, buscar motivos e alternativas para minimização do erro. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. TAYLOR, David A.; FREIRE, Claudia. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 07 Projetando a Cadeia e Maximizando Desempenho Objetivos Específicos • Entender a cadeia de suprimentos como ferramenta de maximização de resultados. Temas Introdução 1 Estratégias corporativas 2 Estratégias logísticas Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Nesta aula vamos abordar a projeção de uma cadeia de suprimentos para maximizar o desempenho. Temos aí dois conceitos importantes e complexos que merecem ser explorados pelo gestor de logística. O primeiro deles é projetar uma cadeia de suprimentos. De que forma isso pode ser feito? Projetar uma cadeia significa adequá-la às mudanças atuais, realçando seus pontos fortes e melhorando seus pontos fracos de forma a conseguir torná-la competitiva. Este é um processo que deve proceder de um planejamento estratégico elaborado pela empresa. Veremos que existem etapas anteriores ao planejamento das cadeias de suprimentos. No outro conceito – maximizar desempenho – as empresas precisam ser lucrativas, operar com os menores custos e ser importantes para seus clientes, caso contrário o seu produto ou seu serviço será preterido pelo do concorrente. A leitura complementar a seguir auxiliará na compreensão de alguns pontos importantes sobre as cadeias de suprimentos tais como estratégias, flexibilidade, custos e eficiência. Os textos recomendados para a leitura estão disponíveis no ambiente virtual. 1 Estratégias corporativas Toda empresa precisa saber onde está, ou seja, o que faz melhor (missão) e aonde quer chegar (visão). Isso porque toda empresa precisa ter objetivos a curto, médio e longoprazos. Para alcançar suas metas estabelecidas, precisa de meios que a ajudem a conseguir. Esses meios são as estratégias, ou seja, de que forma, qual o caminho a seguir, quais decisões tomar, como proceder, para alcançar seus objetivos. É por isso que as estratégias são importantes. Podemos comparar uma empresa a um organismo vivo. Cada sistema do nosso corpo deve estar em sintonia com os demais. Deve haver um encadeamento harmônico. Não podemos ter excessos alimentícios, porque senão nossas veias podem ficar comprometidas, fazendo com que o coração se esforce mais para bombear o sangue para o resto do corpo. Esse equilíbrio deve acontecer também numa empresa. Imagine se, para atender o cliente, a empresa resolva manter grandes quantidades e diversidade de estoque. Com certeza, isso proporcionaria um alto nível de serviço ao cliente, Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 do ponto de vista comercial. Porém, para manter grandes quantidades de estoque, a empresa tem custos. Se no melhor dos cenários a empresa consegue vender todo esse estoque a curto prazo, seria o ideal, mas e se não vender? Os custos serão maiores ainda. Por isso é importante atender a necessidade do cliente, porém sem se descuidar dos custos. Isso é um equilíbrio necessário para sobrevivência da empresa. São dois conceitos destacados por Taylor (2005): flexibilidade e eficiência. Dessa forma, quando a empresa vai elaborar suas estratégias gerais, a longo prazo, as demais estratégias departamentais devem seguir o ritmo e também estipular suas estratégias dentro dos planos gerais da empresa. Não pode ser um planejamento compartimentado. Além disso, atualmente, as empresas não competem mais entre si, mas sim entre cadeias de suprimentos, conforme apontado por Taylor (2005). Como já vimos, uma cadeia é um conjunto de empresas fornecedoras e clientes, em busca de atender de forma eficiente ao consumidor final. A concorrência pode ser pelo fornecedor ou pelo cliente. De acordo com Ballou (2006), uma boa estratégia precisa envolver pelo menos quatro componentes: clientes, fornecedores, concorrentes e a empresa propriamente dita. Todos eles fazem parte do universo no qual as empresas competem, conforme podemos ver na Figura 1 e que por esse motivo devem fazer parte das estratégias utilizadas pela empresa. Figura 1: Cadeia de Suprimentos Fonte: elaborado pela autora. A estratégia corporativa tem sua concretização após a estratégia funcional das áreas de marketing, finanças, produção e logística (BALLOU, 2006). O foco da nossa disciplina está na estratégia logística. 2 Estratégias logísticas Conforme Ballou (2006) e Bowersox (2001) a estratégia logística deve ter como base a redução dos custos com consequente redução financeira, mantendo o melhor nível de serviço ao cliente. Temos três processos no macroprocesso logístico: suprimentos, operacional e distribuição. Nesses três processos temos duas atividades que são as responsáveis por grande parte dos custos logísticos que são a armazenagem e o transporte. Escolhas da instalação adequada, bem como o tipo de modal correto e qual o nível de estoque que flutuará nas instalações, são algumas das decisões que garantem eficiência sem que para isso se elevem os custos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 Todos esses tópicos, transporte, armazenagem, instalações, estoques, entre outros tópicos importantes, serão vistos com maior profundidade em disciplinas específicas durante o curso, tais como gestão de transporte, gestão de estoques, sistemas de distribuição (combina instalações e transporte), porque o seu estudo garante à empresa optar pela estratégia mais adequada, por isso o estudo das particularidades é tão importante. Estudaremos também as questões financeiras da cadeia de suprimentos, dentro da disciplina de custos logísticos que tratará de aspectos importantes entre custos variáveis, custos fixos, custos diretos e indiretos, sistemas de custeio, entre outros tópicos que também fazem parte das estratégias logísticas. Também dentro das estratégias logísticas temos decisões de longo, médio e curto prazo, conforme podemos ver na tabela 1. Tabela 1: Exemplos de decisões estratégicas, táticas e operacionais (longo, médio e curto prazo) Área de decisão Estratégica (longo prazo) Tática (médio prazo) Operacional (curto prazo) Instalações Quantidade, área e localização de armazéns Estoque Localização e normas de controle Níveis de estoque de segurança Quantidade e momento de reposição Transporte Seleção do modal Leasing de equipamento periódico Roteamento, despacho Armazenagem Seleção do material de deslocamento, layout da instalação Escolha de espaços sazonais e utilização de espaços privados Separação de pedidos e reposição de estoques Compras Desenvolvimento de fornecedores Seleção de fornecedores, compras antecipadas Liberação de pedidos, apressar compras Fonte: Ballou, 2006, p. 53. Ressaltamos que as decisões logísticas também não devem ser feitas de forma isolada, é preciso fazer o planejamento da cadeia de suprimentos tendo como base que a decisão por adotar um número menor de instalações, tais como armazéns para acondicionamento de estoques, demandará a utilização mais intensa de transportes e isso se torna maior conforme a área geográfica em que a empresa atua. Quando vamos planejar uma cadeia de suprimentos visando sua maximização, destacamos que o planejamento estratégico adequado deve garantir que se tenha eficiência operacional, adequado trabalhando com custos minimizados e alto nível de serviços, que garante a lucratividade da empresa. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 5 Considerações finais Nesta aula vimos que as empresas precisam ter estratégias corporativas visando a cadeia de suprimentos em que estão inseridas. A estratégia logística deve estar alinhada com a estratégia da empresa. Vimos também que projetar uma cadeia de suprimentos é escolher a estratégia adequada com decisões de longo, médio e curto prazos. O planejamento estratégico adequado deve visar custos reduzidos e alto nível de serviço. Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2010. TAYLOR, David A.; FREIRE, Claudia. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 08 Estoques e a Previsão da Demanda Objetivos Específicos • Compreender as diferentes necessidades de previsão de estoque numa cadeia de suprimentos. Temas Introdução 1 Cadeia de suprimentos e os estoques 2 Reagir à demanda ou planejar por previsões de venda Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Os estoques, tema desta nossa aula, se constituem num dos fatores que merecem atenção na cadeia de suprimentos. Isso porque sua incidência se dá nas mais diversas etapas de uma cadeia de suprimentos. Do ponto de vista comercial, o estoque é necessário para atender ao cliente e do ponto de vista da produção o estoque é necessário para que não se interrompa uma linha de produção causando rupturas que geram custos desnecessários para a empresa. Podemos, então, concluir que manter estoques traz um nível de serviços adequado tanto para o cliente externo, que é aquele que compra os produtos e serviços da empresa, como para o cliente interno, aquele que necessita do estoquepara continuar com seu trabalho. Então com estoques altos garantimos alto nível de serviços? Pode ser que sim, mas temos aspectos negativos com isso. Ocorre que estoques em excesso geram custos à empresa e podem esconder ineficiências operacionais como fornecedor que entrega em atraso, por exemplo, aí nesse caso não adianta ficar com o custo para garantir um fornecedor inadequado, é preciso resolver o problema com o fornecedor. A questão dos estoques para as empresas é um assunto bastante complexo, o foco da nossa aula não é tratar sobre o gerenciamento dos estoques e, sim, relacionar esse importante componente sob o foco da previsão da demanda, ou seja, como uma previsão assertiva pode contribuir com as estratégias da empresa de manter um nível de serviço adequado e os custos minimizados. Porém, antes, precisamos compreender alguns conceitos sobre os estoques. A leitura a seguir auxiliará nessa compreensão. Também são apresentados casos de empresas virtuais (.com) que aprenderam a importância do gerenciamento correto dos estoques. Os textos recomendados estão disponíveis no ambiente virtual. 1 Cadeia de suprimentos e os estoques Toda empresa mantém estoques para executar sua atividade no dia a dia, seja ela de fabricação ou venda de produtos, ou da prestação de serviços. O estoque garante que as atividades aconteçam. Até na nossa casa é assim. Imagine abrir uma torneira e não sair a água para você tomar banho, beber, fazer comida, lavar louça ou roupa, entre outras atividades Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 3 que a água é imprescindível. A água é vital, assim como os alimentos. Por isso, para que não falte, sua distribuição é contínua, não para, e é feita por meio de dutos que são os canos que levam a água até a nossa torneira. Por isso, garantir o fornecimento da água é primordial. Nesse suprimento temos um problema muito grande para se preocupar: o fornecimento. As águas vêm das chuvas que ocorrem, quando ela não vem, temos um problema sério com esse fornecedor porque não podemos trocá-lo. Por isso é importante manter estoques, para equalizar os problemas entre o consumo e a demanda. Em dias mais quentes, quando o consumo é maior, aumentam-se os estoques; quando há falta de chuvas, há a redução do consumo por meio da racionalização. Nesse caso, há como prever uma demanda maior, pois esse item é sazonal. O que não podemos prever é a oferta deste item, por conta do fornecimento que não é previsível. Existem determinados momentos da cadeia de suprimentos em que há maior ou menor facilidade de prever a demanda por estoques 2 Reagir à demanda ou planejar por previsões de venda O que determina em qual ponto devemos praticar a política de reagir à demanda ou planejar é a visibilidade da demanda, entendida como o ponto de “desacoplamento da demanda” (WANKE, 2008, p. 4). Trata-se do ponto em que o consumo efetivo adentra numa sequência de operações, em direção ao fornecedor inicial. Figura 1: Ponto de desacoplamento da demanda Fonte: Wanke, 2008, p. 4. Na parte de baixo da figura, o consumo real só é visível na parte final, ou seja, no consumidor, dessa forma todos os participantes da cadeia devem trabalhar com a previsão de vendas. Além da visibilidade da demanda também deve ser observado o tempo de resposta (WANKE, 2008). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 4 O tempo de resposta é a capacidade de disponibilização do estoque onde ele é necessário. Ou seja, quanto menor o tempo de resposta e maior a visibilidade da demanda, menor a necessidade de manter estoques. Por outro lado, tempos de resposta mais longos e falta de visibilidade da demanda levam à necessidade de previsões de vendas (WANKE, 2008). Considerações finais Uma cadeia de suprimentos, conforme vimos anteriormente, é um conjunto de empresas fornecedoras e clientes, com a missão de atender ao consumidor final, conforme o produto ou o serviço desejado. O cliente não é só de responsabilidade do varejista, ele é cliente de todas as empresas que estão por trás para atendê-lo, antes e após a venda. Isso porque a relação comercial não se encerra com a venda, ela pode se estender depois dela. Um exemplo disso é quando uma indústria (fabricante) de máquinas de lavar roupa vende seus produtos para um hipermercado (varejista). O consumidor compra do varejista a máquina de lavar. Caso esse equipamento dê algum problema ou defeito, a indústria é responsável por manter assistência técnica do produto para manutenção ou troca de peças, para instalação caso for o caso. Caso isso não ocorra, pode desestimular novas compras. Então, não é somente o varejista que é responsável pelas vendas. Por isso, caso o varejo que tem contato com o cliente faça uma previsão superestimada, ele pode ter problemas com um estoque que não foi vendido, tais como custos de armazenar, custos de oportunidade, conforme vimos na leitura do texto. Na nossa próxima aula abordaremos o planejamento agregado numa cadeia de suprimentos. Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. WANKE, P. Gestão de Estoques na cadeia de suprimentos: decisões e modelos quantitativos. São Paulo: Atlas, 2008. Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações Aula 09 Planejamento Agregado na Cadeia de Suprimentos Objetivos Específicos • Compreender a relação entre estoques, compras, pedidos em atraso e produção. Temas Introdução 1 Planejamento agregado e cadeia de suprimentos Considerações finais Referências Professora Fátima Guarda Sardeiro Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Previsão de Demanda e Planejamento de Vendas e Operações 2 Introdução Nesta aula você irá aprender a fazer um planejamento agregado utilizando recursos (ofertas) para atender pedidos (demandas), compreendendo alguns aspectos estratégicos tais como capacidades da empresa, decisões estratégicas, restrições da produção, decisões logísticas, termos de espera, entre outros itens que afetam o dia a dia das empresas. Não há um planejamento melhor que outro. Um planejamento não pode ser confundido com uma “receita de bolo” que pode ser utilizada por diversas empresas. O que deu certo para uma cadeia de suprimentos pode não ser adequado para outra. Por isso, um aspecto fundamental é conhecer os objetivos da empresa, conforme falamos nas nossas primeiras aulas, avaliar seus recursos e capacidades, considerar aspectos externos, como concorrentes e fornecedores, tudo deve ser feito dentro do segmento onde a empresa atua. Um planejamento é um aspecto complexo porque consiste em pensar antecipadamente no que se deseja, implementar ou colocar em prática e monitorar, que é verificar se o que foi planejado está realmente acontecendo. Basicamente, essas três fases devem ser consideradas para ajustar o que for necessário entre o planejado e o real que leve a empresa ao caminho adequado para maximizar seus recursos. De acordo com o texto, para fazer um planejamento agregado a empresa precisa da colaboração das empresas fornecedoras, que o autor chama de “empresas a montante” e das empresas clientes, chamadas pelo autor de “empresas a jusante”. Fornecedores são parceiros importantes, pois sem eles não se poderia planejar para ter uma oferta de produtos, e clientes são importantes devido ao contato com o consumidor do produto, logo no planejamento da demanda. Para melhor compreensão desta aula, leia o texto disponível no ambiente virtual. 1 Planejamento agregado e cadeia de suprimentos Foi-se o tempo que as empresas tinham apenas uma visão interna delas próprias, ou seja, bastava fazer um produto corretamente que ele venderia muito. Quanto maior o estoque, maiores serão as oportunidades
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