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Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 1 SISTEMA REPRODUTOR: MASCULINO: O aparelho reprodutor masculino é composto por testículos, ductos genitais, glândulas acessórias e pênis. TESTÍCULOS: Função: produção de testosterona e produção dos espermatozoides. É envolvido pea túnica albugínea, cápsula de tecido conjuntivo denso que forma os lobos testiculares. Desenvolvem-se retroperitonialmente, no desenvolvimento fetal deslocam-se para a bolsa escrotal (com isso levam uma parte do peritônio chamada TÚNICA VAGINAL) e ficam suspensos pelo cordão espermático. O escroto mantém a temperatura dos testículos menor que a dor corpo. Capilares fenestrados. TÚBULOS SEMINÍFEROS Dentro de cada lóbulo dos testículos há de 1 – 4 túbulos seminíferos. Produzem os espermatozoides. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 2 Formados por um epitélio germinativo formado pelas células de Sertoli e as células de linhagem espermatogênica. Envolvidos por células mioides, que são achatadas e contráteis. Sobre esses túbulos tem tecido conjuntivo frouxo e no interstício há as células de Leydig/intersticiais – responsáveis pela produção da testosterona. Corte de testículo evidenciando túbulos seminíferos e tecido conjuntivo frouxo entre os túbulos (setas) contendo vasos, nervos e células intersticiais (de Leydig) (cabeça das setas). Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 3 Células de Sertoli: São piramidais e envolvem parcialmente as células de linhagem espermatogênica. As bases das células de Sertoli aderem à lamina basal do túbulo. São conectadas por junções gap o que permite a comunicação iônica e química entre elas. Funções: Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 4 1. Suporte, proteção e suprimento nutricional dos espermatozoides em desenvolviemento. 2. Fagocitose – fagocita o excesso de citoplasma das espermátides. 3. Secreção de uma proteina ligante de andrógeno, para concentrar testosterona nos túbulos seminiferos para o processo de espermatogênese. 4. Produz hormônio Antimulleriano – glicoproteina que age no desenvolvimento embrionário, induzindo a formação dos ductos de Wolff. 5. Barreira Hematotesticular – barreira entre o sangue e o interior dos túbulos. Tecido intersticial: Local importante para produção de andrógenos. Formado por tecido conjuntivo e células Leydig (produtora de testosterona). CAMINHO DO ESPERMATOZÓIDE: DUCTO GENITAIS EXTRATESTICULARES São: ducto epididimário, ducto deferente e a uretra. Responsáveis por levar o espermatozoide do testículo para o meato do pênis. DUCTO DO EPIDÍDIMO As células de Sertoli formam uma barreira oclusiva para isolar os espermatozoides do corpo, impedindo que ocorra uma resposta imune anti- espermatozoides. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 5 Forma o corpo e a cauda do epidídimo. Epitélio colunar pseudoestratificado, composto de células basais arredondadas e de células colunares com esteriocílios. O epitélio participa da absorção e digestão dos corpos residuais das espermátides. DUCTO DEFERENTE Sai do epidídimo e termina na uretra prostática. Possui lúmen estreito e uma espessa camada de músculo liso (contração para expulsão do sêmen). Epitélio colunar pseudoestratificado com esteriocílios. Antes de entrar na próstata o ducto se dilata e forma uma região chamada de ampola. Confluência do ducto deferente com a vesícula seminal forma o ducto ejaculatório. DUCTO EJACULATÓRIO Parte do ducto que entra na próstata. Mucosa semelhante à do deferente, mas sem o músculo liso. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 6 Epidídimo – epitélio pseudoestratificado cilíndrico esteriociliado GLÂNDULAS ACESSÓRIAS VESÍCULAS SEMINAIS Mucosa pregueada com epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar rico em grânulos de secreção. Lâmina própria com fibras elásticas envolvida com uma fina camada de músculo liso. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 7 Não são reservatórios para os espermatozoides. Produzem uma secreção com frutose, citrato, prostaglandinas e várias proteínas. Importante para os espermatozoides. PRÓSTATA Conjunto de 30 – 50 glândulas túbulo-alveolares ramificadas. Ductos desembocam na uretra. As glândulas são formadas por epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar. Tumor prostático maligno é a segunda forma mais comum de câncer nos homens. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS Estão na porção membranosa da uretra, onde lançam sua secreção. Glândulas túbulo-alveolares com epitélio cúbico simples secretor de muco. O muco secretado é claro e age como lubrificante. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 8 PÊNIS Componentes: uretra e três corpos cilíndricos de tecido erétil. Dois corpos cilíndricos são dorsais e são chamados de corpos cavernosos do pênis. E o terceiro é chamado de corpo esponjoso, envolve a uretra e é ventral. A maior parte da uretra peniana é revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, e na glande se transforma em estratificado pavimentoso. Glândulas de Littré – são encontradas ao longo da uretra peniana e secretam muco. Os corpos cavernosos são envolvidos pela túnica albugínea. FEMININO: Consiste em dois ovários, duas tubas uterinas, o útero, a vagina e a genitália externa. Função: produzir gametas femininos (ovócitos), e manter o ovócito fertilizado durante seu desenvolvimento. Produz também hormônios sexuais. Partes importantes do ciclo reprodutivo feminino: Menarca: quando ocorre a primeira menstruação. Menopausa: período variável no qual os ciclos ficam irregulares até cessarem. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 9 OVÁRIOS Superfície coberta por um epitélio pavimentoso ou cúbico simples = epitélio germinativo. Abaixo desse epitélio há a túnica albugínea (tecido conjuntivo denso) que dá um aspecto esbranquiçado do ovário. Depois da túnica tem a região cortical, onde há os folículos ovarianos que estão no Estroma da região cortical, rico em fibroblasto. A região medular é a parte mais interna, contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 10 Atresia: o processo degenerativo que ocasiona perda de muitos ovócitos primários. Processo grandemente acentuado logo após o nascimento, durante a puberdade e a gravidez. FOLÍCULOS OVARIANOS É um ovócito envolvido por uma camada de células foliculares. Os folículos primordiais são formados na vida embrionária. Estão no estroma do córtex. O crescimento folicular é estimulado pelo FSH secretado pela hipófise. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 11 Folículos “em repouso”, formados durante a vida fetal e que nunca sofreram nenhuma transformação. São formados por um ovócito primário envolvido por uma única camada de células foliculares achatadas. Menores e mais perto da túnica albugínea. As células foliculares aumentam de volume e se dividem por mitose, formando uma camada única de células cuboides – neste momento, o folículo é chamado de folículo primário. As células foliculares continuam proliferando e originam um epitélio estratificado também chamado de camada granulosa. O folículo é então chamado folículo secundário. Uma espessa camada amorfa, chamada zona pelúcida, composta de várias glicoproteínas, é secretada e envolve todo o ovócito. Folículos Terciários: folículos crescem, principalmentepelo aumento das células da granulosa, e vão ocupando as áreas mais profundas da região cortical. O líquido folicular começa a se acumular entre as células da granulosa. Os pequenos espaços que contêm esse fluido se unem e as células da granulosa se reorganizam, formando uma grande cavidade, o antro folicular. Um pequeno grupo de células da granulosa que envolvem o ovócito, formam a corona radiata. Durante cada ciclo menstrual um folículo antral cresce muito mais que os outros e se torna o folículo dominante. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 12 O folículo que atinge o máximo desenvolvimento é chamado de maduro, pré ovulatório ou de Graff. ATRESIA FOLICULAR A maioria dos folículos ovarianos sofre atresia, processo pelo qual as células foliculares e os ovócitos morrem e são eliminados por células fagocíticas. Folículos em qualquer fase de desenvolvimento podem sofrer atresia. Parada das mitoses nas células granulosas. OVULAÇÃO Ruptura da parede do folículo maduro liberando o ovócito que será captado pela tuba uterina. Acontece por volta do 14º dia. O estímulo da ovulação é feito pela secreção de LH. CORPO LÚTEO Após a ovulação, as células da granulosa e as células da teca interna do folículo que ovulou se reorganizam e formam uma glândula endócrina temporária chamada corpo lúteo, na camada cortical do ovário. Células da granulosa - aumentam de tamanho, compõem 80% do parênquima do corpo lúteo, passam a ser chamada de células granulosa-luteínicas que secretam esteroides. Células da teca - são menores e coram mais. Enchem de lipídio para produzir progesterona, manter o endométrio alto para que ocorra nidação. Se não houver gestação o corpo lúteo não evolui. Corpo albicans – corpo lúteo que degenerou e formou uma cicatriz. TUBA UTERINA São tubos musculares de grande mobilidade. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 13 A parede da tuba uterina é composta de 3 camadas: Mucosa – epitélio colunar simples e lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. Camada muscular de músculo liso Serosa formada por uma lâmina visceral de peritônio. O epitélio contém dois tipos de células, um ciliado e outro secretor. A fertilização geralmente acontece na ampola. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 14 ÚTERO A parede é formada por três camadas: 1. Externamente há serosa (mesotélio + tecido conjuntivo) e em outras partes adventícia (sem mesotélio). 2. Miométrio – músculo liso. 3. Endométrio - mucosa uterina. MIOMÉTRIO Camada mais espessa. “Pacotes” de músculo liso que se distribuem em quatro camadas não muito bem definidas. Durante a gravidez sofre hiperplasia e hipertrofia. ENDOMÉTRIO Epitélio colunar simples com células ciliadas e secretoras + lâmina própria rica em fibroblasto. As fibras do tecido conjuntivo são principalmente de colágeno tipo III. Pode ser subdividido em duas camadas: Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 15 o Camada basal: mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela porção das glândulas uterinas. o Camada funcional: formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial. Sofre mudança nos ciclos menstruais. CICLO MENSTRUAL CÉRVIX UTERINA Porção cilíndrica mais baixa do útero. Mucosa – epitélio colunar simples secretor de muco. A porção externa tem epitélio pavimentoso estratificado. As secreções das glândulas mucosas cervicais têm papel importante na fertilização. A dilatação da cérvix que precede o parto se deve a intensa colagenólise, que promove o amolecimento da sua parede. VAGINA - A parede da vagina não tem glândulas e tem 3 camadas: Mucosa – epitélio pavimentoso estratificado, lâmina própria é de tecido conjuntivo frouxo muito rico em fibras elásticas, com muitos linfócitos e neutrófilos. Muscular – fibras musculares lisas. Adventícia – rica em espessas fibras elásticas, une a vagina aos órgãos vizinhos. O muco do lúmen da vagina se origina das glândulas no da cérvix uterina. Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 16 A grande elasticidade da vagina se deve ao grande número de fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede. GENITÁLIA EXTERNA = VULVA A vulva é formada pelo clitóris, pequenos lábios, grandes lábios e vestíbulo. A uretra e os ductos das glândulas vestibulares se abrem no vestíbulo. As glândulas vestibulares maiores/Bartholin estão a cada lado do vestíbulo. As glândulas vestibulares menores estão em volta da uretra e clitóris. Todas as glândulas vestibulares secretam muco. O clitóris é homologo ao pênis, recoberto por um epitélio pavimentoso estratificado. Os lábios menores são dobras da mucosa vaginal, epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, há glândulas sebáceas e sudoríparas. Os lábios maiores são dobras de pele com grande quantidade de tecido adiposo e músculo liso, superfície externa recoberta por pelos, com glândulas sebáceas e sudoríparas. A genitália externa tem muitas terminações nervosas. O câncer do colo do útero (câncer cervical) pode ser derivado do epitélio de revestimento (aproximadamen te 85% dos casos) ou do epitélio glandular (mais de 10% dos casos). Antigamente era uma das causas mais frequentes de morte em mulheres adultas. Atualmente, embora sua incidência seja alta, a taxa de mortalidade relacionada com este tumor é relativamente baixa (8por 100 mil). Esta baixa taxa se deve ao diagnóstico do carcinoma em suas fases precoces, resultado de exames periódicos do colo do útero e por análise citológica de esfregaços do epitélio cervical (teste de Papanicolaou). Sabrina Cioato Gomez ATM 2024/2 HISTOLOGIA – SISTEMA REPRODUTOR 17 Citologia esfoliativa A citologia esfoliativa é o estudo das características de células que normalmente descamam de várias superfícies do corpo. O exame citológico de células coletadas da vagina fornece informações de muita importância clínica. Na mucosa vaginal de uma mulher adulta, são facilmente identificados cinco tipos de células: células da porção interna da camada basal (células basais), células da porção externa da camada basal (células parabasais), células da camada intermediária, células pré-queratinizadas e células queratinizadas. Com base nas proporções dos tipos de células que aparecem em um esfregaço, podem ser obtidas valiosas informações sobre o estado hormonal da paciente (níveis de estrógeno e progesterona). Antigamente este exame era muito importante para se determinar a normalidade ou anormalidade do ciclo menstrual, assim como a duração aproximada das suas fases. Atualmente estes parâmetros são obtidos com mais facilidade e precisão por meio da dosagem de hormônios no plasma. A sua grande importância atual é a possibilidade de observar células cancerosas no esfregaço vaginal, possibilitando a descoberta precoce de câncer. Referências: JUNQUEIRA LC & CARNEIRO J. Histologia básica, texto e atlas. Rio de Janeiro. 12ª edição, 2013.
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