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SÍMBOLOS DE PODER: Manual Para Construção de Marcas MARCOS WELL Copyright © 2021 por Marcos Well. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores. Revisão Bruno Silva Projeto gráfico e diagramação Marcos Well Capa Rick Joilly Sumário AGRADECIMENTOS Antes de qualquer coisa, sou grato por estar vivo e por ter tido coragem de esquematizar e escrever esse material. Mas essa jornada não seria concluída se algumas pessoas, que me são como anjos da guarda, não tivessem me dado força para concluir esse trabalho. Quero agradecer a Elnatã, meu maior fã e parceiro, que está comigo em todas as horas e, nesse processo, foi a rocha na qual me apoiei e que, mesmo quando fraquejei, motivou-me a continuar. Quero agradecer ao mestre e professor Rick Joily pela capa espetacular e por tê-la me cedido com tanto esmero. Foi graças a ele que iniciei o processo de revisão e copidesque do livro, que só precisava de um empurrãozinho para ser concluído. Não poderia de citar a minha mãe e a importância que ela teve no meu processo de formação enquanto pessoa, por sempre me incitar a curiosidade e a minha sede por conhecimento. Sou grato aos meus amigos que mesmo longe estiveram perto e que vibram a cada uma das minhas conquistas. Agradeço-lhes do fundo do meu coração. Amo-os imensamente. Apesar de ter escrito o livro, acredito que não poderia tê-lo concluído se essas pessoas não estivessem e fizessem parte da minha vida. Por que eu escrevi este livro Quando eu pensei em escrever este livro, eu estava desenvolvendo um modelo de consultoria focado na transformação que um arquétipo pode fazer tanto na vida de uma pessoa, quanto na sua marca. Eu não pensei que essa necessidade de escrever seria latente e eu precisaria de qualquer forma compartilhar esse conhecimento com todas as pessoas que gostam de ler e que estão inseridas no mundo dos negócios. De qualquer forma, escrever sempre foi algo que amei fazer. Antes de ser consultor de marketing, eu sou escritor. Publiquei três livros; um deles, no qual usei a jornada arquetípica do herói para a criação da sua narrativa, alcançou 100k de leituras na Amazon, em menos de uma semana. Escrever sobre os arquétipos era inevitável. A minha história com eles começa bem cedo, ainda na minha infância. Desde pequeno, sempre gostei muito de leitura. Assim que aprendi a ler, comecei a devorar todos os livros que tinham na biblioteca da minha escola. Antes dos dez anos, eu já tinha lido praticamente todos os contos de fadas mais conhecidos que existem. E não sei se você sabe, mas todas essas histórias são povoadas por personagens que, na verdade, são arquétipos. Aos meus quatorze anos, eu descobri um livro de mitologia que me encantou. Eu lembro que ele tinha doze capítulos, e que cada um deles era sobre um deus grego olimpiano: Zeus, Hera, Ares, e assim por diante. Esse meu contato com os deuses gregos mudou a minha vida e a forma como eu entendia mitologia até então. Mas foi só na minha vida adulta, que eu passei a entender que cada um desses deuses, na verdade, representava arquétipos que coincidiam com personalidades humanas. E tudo aconteceu por meio do tarô. Eu estagiava como auxiliar administrativo em uma ONG que cuidava de crianças carentes. Um dia, no site da Amazon, indo para lá e para cá, descobri um livro que ensinava a jogar tarô, na promoção. Foi num ímpeto que cliquei no link e comprei o livro. Assim que o tive em mãos, comecei a estudar, e por quase cinco anos me dediquei a pesquisas sobre as cartas e toda a simbologia por trás delas. Até que me deparei com livros de astrologia. Foi nesses livros que eu descobri o conceito de arquétipos e a sua aplicabilidade na vida. Descobri e não parei mais, estudei as obras de Carl Jung, li muitos livros de estudiosos sobre estes arquétipos. E guiado, talvez pelo destino, resolvi me inscrever na faculdade de Publicidade e Propaganda. Como escritor, eu tive que me virar na Internet para aprender a vender meus livros, e foi assim que me interessei pela área. No curso de publicidade, conheci uma professora que me ensinou muito sobre semiótica. Como eu gostava bastante dessa área de símbolos, estendi os meus estudos para além da sala de aula, e foi quando me deparei com a aplicabilidade dos arquétipos no marketing. Essa mesma professora que me ensinou sobre semiótica, foi quem me indicou o livro “O herói e o fora-da-lei", da Carol Pearson e da Margaret Mark. Depois que tive esse livro em mãos, não parei mais. Comecei a atender como consultor de marketing e logo comecei a aplicar, nas marcas dos meus clientes, o poder dos arquétipos. Este livro traz todo o conteúdo prático que eu uso no dia a dia para aplicar este conceito em estratégias de marketing e branding nos clientes que atendo. Nele, eu entrego o ouro do conteúdo e tudo o que você precisa saber. Faça bom proveito de tudo o que tem aqui, responda os questionamentos e exercícios que estão no fim de alguns capítulos. E assim que concluir a leitura, aplique, teste, acompanhe os resultados, até você ficar craque no assunto. Sou grato a você por ter adquirido esse material. Que ele inunde a tua vida de luz e prosperidade. Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der - Carl G. Jung Os signos e símbolos governam o mundo, não as palavras e as leis. - Confúcio Os arquétipos através do tempo Platão e o mito da caverna E se por trás do mundo do qual nós temos consciência e experienciamos por meio dos sentidos, existisse outro, onde tudo é perfeito e eterno? Platão, filósofo e matemático grego que viveu em Atenas por volta de 427 a.C. até 347 a.C., acreditava fielmente neste princípio e desenvolveu toda a sua filosofia baseada nele. Em seu ponto de vista, o mundo em que vivemos, no qual experimentamos sensações e emoções, é apenas uma representação de outro mundo, chamado mundo das ideias, onde tudo é perfeito e eterno. Para ele, se uma rosa existe neste mundo, é porque ela imita a rosa original que existe no mundo das ideias. Ou seja, tudo o que sentimos e vivenciamos no mundo dos sentidos, é apenas uma representação ou imitação do que existe e é, verdadeiramente, no mundo das ideias. Suas considerações podem ser resumidas em um dos muitos mitos dos quais ele se utilizava para passar os seus ensinamentos, o famoso mito da caverna. Em síntese, o mito da caverna de Platão se desenrola da seguinte forma: Um grupo de pessoas se encontrava dentro de uma caverna. Esse grupo de pessoas nunca havia saído daquele lugar. Lá dentro, eles viam refletidas nas paredes formas e sombras, que se projetavam nas paredes. As sombras eram de passantes que se deslocavam pela frente da caverna. Um dia, uma dessas pessoas decidiu sair da caverna, apesar do medo. Quando lá fora, se deslumbrou com o que viu. No entanto, ao voltar para os seus companheiros e contar a eles as maravilhas do mundo lá fora, ninguém acreditou. Essas pessoas permanecerem na caverna, vendo apenas as sombras do que se desenrola no mundo lá fora. Este mito tem várias interpretações. No entanto, levando em consideração o que Platão fala sobre o mundo sensível e o mundo das ideias, esse mito representa o que ele achava sobre o que víamos no mundo sensível, e que eram apenas cópias deformadas do que existia perfeito e imutável no mundo das ideias. Mais tarde, um psicólogo diferentão vai se apossar dessas ideias,e por meio de observações vai entender que, na verdade, Platão estava tocando em um assunto que ainda precisava ser muito mais aprofundado. Ao ler o primeiro capítulo deste livro, você deve estar se perguntando: “por que estamos falando em Platão, mito da caverna, mundo sensível, quando deveríamos estar falando sobre arquétipos?”. Tudo está conectado e eu posso provar. Um psicólogo diferentão Em 26 de julho de 1875, em Kesswil, na Suíça, nascia Carl Gustav Jung. Filho de um reverendo, Jung foi educado sob os desígnios da fé cristã, que viria a usar depois como base para muitos dos seus estudos. Jung foi o psicólogo que fundou a psicologia analítica, que aborda, através do coletivo, as implicações que isso traz para a vida particular de cada indivíduo. Famoso pelos conceitos que desenvolveu sobre arquétipos e inconsciente coletivo, apesar de não se limitar apenas a esses dois, Jung revolucionou a psicologia da época, quebrando tabus e trazendo assuntos até então não comentados dentro da área para o seu campo de estudo. https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk02EQ8GPFwyKKTAeMfGmKdotnJO7zw:1600107167393&q=Kesswil&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3SMo2LVLiBLHSjc3MS7TEspOt9AtS8wtyUoFUUXF-nlVSflHeIlZ279Ti4vLMnB2sjAAd98p7PAAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjxoMLan-nrAhXqGrkGHe-4CusQmxMoATAcegQIBxAD O psicólogo, durante toda a sua vida, experimentou sonhos periódicos e visões com notáveis características mitológicas e religiosas, os quais despertaram o seu interesse por mitos, sonhos e a psicologia da religião. Grande parte das suas teorias foram embasadas em sonhos que ele mesmo vivenciara e que ele anotava e buscava entender de maneira profunda, interpretando os símbolos e seus significados. Apesar de terem se desentendido após anos de amizade sincera e profunda, Jung teve uma relação muito forte com Freud, com nuances de paternalismo, que o ajudou no seu desenvolvimento enquanto pesquisador. Ambos divergiram em suas análises, já que Freud considerava que a sexualidade reprimida era o motor da maioria das doenças psicossomáticas. Já Jung pensava que questões religiosas e mitológicas deveriam ser levadas em consideração. Foi a partir dessas divergências que Jung pensou no aparelho psíquico de uma maneira diferente da que era popular na época e elaborou seus conceitos de consciente, inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. Consciente, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo Antes de começarmos a falar sobre os conceitos desenvolvidos por Jung, precisamos entender o que é a psique. A palavra “psique” vem do grego psykhé, um termo utilizado para retratar a alma ou o espírito. Na psicologia, a psique refere-se a tudo o que é formado pelos fenômenos que ocorrem na mente humana. Os pensamentos, sentimentos e percepções são funções desenvolvidas pela psique. Segundo Jung, a estrutura da psique é tal qual um Iceberg. Na porção menor e que dá para ser vista no oceano, fica o consciente. Na porção intermediária entre consciente e inconsciente coletivo, fica o consciente https://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o_(espiritualidade) https://pt.wikipedia.org/wiki/Mito https://pt.wikipedia.org/wiki/Sonho https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_religi%C3%A3o pessoal. E na porção maior, que não pode ser vista a olhos nus, ou seja, aos olhos do consciente, fica o inconsciente coletivo. O consciente é a morada do ego, a parte da psique onde reside nossa consciência, o nosso sentido de identidade e existência. Para Jung, é o ego quem administra os nossos pensamentos, sentimentos, sentidos e intuição, e também regula o nosso acesso à memória. Em pratos limpos, o consciente é o que nós conseguimos enxergar, conhecer, ter consciência. O inconsciente pessoal surge da interação entre inconsciente coletivo e as nossas vivências. Ou seja, ele é uma assimilação do que está no fundo da nossa psique, com aquilo que experienciamos durante a nossa vida. O inconsciente coletivo é o lar dos arquétipos e uma das principais teorias de Carl Jung. Essa é a camada mais profunda da psique. Nele, residem materiais que foram herdados dos nossos ancestrais, símbolos primordiais que são comuns a todos os seres humanos. Na série “A Ordem”, produzida pela Netflix, uma ordem de lobisomens e bruxas ora luta entre si, ora luta para defender o mundo. Quando um lobisomem desmaia ou se encontra em um momento de quase morte, por alguns segundos, ele vai até o inconsciente coletivo. Neste lugar, estão memórias de antigos lobisomens que revelam segredos sobre a ordem e sobre como usar seus próprios poderes. “O inconsciente coletivo é tudo, menos um sistema pessoal encapsulado. É objetividade ampla como o mundo e aberta ao mundo”. - Carl G. Jung O conceito trazido pela série conversa com o que falei sobre o mundo das ideias de Platão, lembra? O mundo das ideias de Platão é o inconsciente coletivo, é nele onde residem as ideias, os símbolos primordiais que representam todas as coisas. Esses símbolos são imutáveis e eternos, e podem até ganhar novas roupagens, mas não deixam de ser os mesmos. Esses símbolos imutáveis e eternos se perpetuam por diversas culturas, com nomes diferentes, com roupagens diferentes, mas, em sua essência, são os mesmos. A eles, dá-se o nome de arquétipos. E é sobre isso que falaremos a seguir. Finalmente, os arquétipos! Fizemos um longo caminho para chegarmos até aqui. Fomos lá na Grécia antiga, nos preparamos, para só então definirmos com todas as letras o que são os arquétipos. E para isso, vamos deixar o próprio Jung falar: “Os arquétipos são, por definição, fatores e temas que ordenam elementos psíquicos, formando determinadas imagens (a ser designadas como arquetípicas), mas de uma maneira que só podem ser reconhecidos pelos efeitos que produzem. Eles existem preconscientemente e, supostamente, formam os dominantes estruturais da psique em geral." “Formas ou imagens de natureza coletiva, que ocorrem em praticamente toda a Terra como componentes de mitos e, ao mesmo tempo, como produtos individuais de origem inconsciente”. - Carl. G. Jung Os arquétipos são padrões de comportamento encontrados na nossa psique e que não tem uma forma ou unidades, eles são reconhecidos através das emoções que despertam. Na sociedade em que vivemos, há vários arquétipos presentes, como: o arquétipo do amor verdadeiro, o arquétipo do casamento, o arquétipo do herói etc. Este último, o arquétipo do herói, está presente em uma infinidade de livros e filmes. Os roteiros hollywoodianos se renderam à jornada arquetípica chamada de jornada do herói, que foi observada e estudada por Joseph Campbell no seu livro “O herói de mil faces”. Por falar em Campbell, que tal dar uma olhadela em como ele define os arquétipos? “Jung tomou emprestado o conceito de arquétipos das fontes clássicas, incluindo Cícero, Plínio e Santo Agostinho. Adolf Bastian lhes deu o nome de „ideias elementares‟. Em sânscrito, eram chamados de „formas conhecidas subjetivamente‟. Na Austrália, eram denominados „os eternos do sonho‟”. As histórias infantis, os chamados contos de fadas, estão povoadas por arquétipos. A Madrasta Má, O Velho Sábio, O Inocente, A Amante: são apenas alguns exemplos. Na mitologia, os arquétipos ganham outra roupagem, e se vestem até de deuses para representar personalidades diversas, ou de momentos específicos para narrar a jornada do homem no mundo. Mitos como os de Hércules, Jasão e Teseu são representações do arquétipo do herói. Os doze trabalhos de Hércules são um exemplo simbólico dos estágios do homem e seu processo de evolução espiritual. Além das histórias infantis, dos filmes e das representações em nossa própria vida, os arquétipos também são poderosas ferramentas para construção de marcas. Todos os dias, somosbombardeados por representações suas e, a depender do momento em que nos encontramos, nos identificamos e acabamos cedendo à sedução de marcas, que sabem usar muito bem os arquétipos para fins de consumo e criação de relacionamento. Os arquétipos no marketing Agora que já sabemos o que são arquétipos, vamos entender como se dá a sua aplicabilidade no marketing. Os arquétipos no marketing têm a função de criar uma conexão profunda com o potencial consumidor de uma marca. São ferramentas indispensáveis para serem usadas na humanização de marcas. Além disso, associados a gatilhos emocionais, podem estruturar estratégias matadoras de marketing. Toda marca tem uma essência, um porquê e um ponto de partida que justifica a sua existência. O arquétipo de marca vai fazer parte deste tripé e, a partir dele, guiar a marca de forma estratégica. O arquétipo presente em uma marca perpassa por todo o processo de gestão, desde o posicionamento até a identidade visual. O tema foi amplamente estudado pelas autoras Carol S. Pearson e Margaret Mark no livro “O Herói e o Fora-da-lei". Grande parte do material deste manual tem como referência esse livro. Mas antes de começarmos a falar sobre o processo de construção de uma marca arquetípica, algumas questões precisam ser consideradas. Economia da atenção Com o advento da Internet e a popularização das redes sociais, não precisamos sair de casa para sermos bombardeados por publicidade. Basta ligarmos o visor do celular e, em um clique, somos apresentados a um mundo de possibilidades. Os algoritmos do Facebook, do Instagram e afins, são verdadeiras armadilhas. Quando entramos em qualquer uma dessas grandes comunidades virtuais, acabamos em uma trilha sem fim, vendo de tudo que nós gostamos um pouco. Inteligentes e persuasivos, eles nos Fim da degustação Adquira o livro pela Amazon Brasil clicando AQUI! https://www.amazon.com.br/S%C3%ADmbolos-Poder-Manual-cria%C3%A7%C3%A3o-marcas-ebook/dp/B09CDVTCFH/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=marcos+well&qid=1628790225&sr=8-1
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