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DADOS SOBRE JOVENS DO TUBARÃO-RAPOSA, ALOPIAS VULPINUS (BONNATERRE, 1788) (CHONDRICHTHYES: ALOPIIDAE), COM COMENTÁRIOS SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA ALOPIIDAE NO BRASIL

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UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA 
MEDICINA VETERINÁRIA 
ISABELLA LUNA 
DADOS SOBRE JOVENS DO TUBARÃO-RAPOSA, ALOPIAS VULPINUS (BONNATERRE, 1788) (CHONDRICHTHYES: ALOPIIDAE), COM COMENTÁRIOS SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA ALOPIIDAE NO BRASIL
 
VASSOURAS 2017 
 
Isabella Luna 
DADOS SOBRE JOVENS DO TUBARÃO-RAPOSA, ALOPIAS VULPINUS (BONNATERRE, 1788) (CHONDRICHTHYES: ALOPIIDAE), COM COMENTÁRIOS SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA ALOPIIDAE NO BRASIL
Pesquisa sobre Dados sobre jovens do tubarão-raposa, 
Alopias vulpinus (Bonnaterre, 1788) (Chondrichthyes:Alopiidae), 
com comentários sobre a distribuição da família Alopiidae no Brasil 
para a disciplina de Tecnologia de Pescado e Derivados a do 
curso de graduação de Medicina Veterinária da 
Universidade Severino Sombra sob a 
orientação do Prof. Claudius Couto Cabral
 
Vassouras
2017
DADOS SOBRE JOVENS DO TUBARÃO-RAPOSA, ALOPIAS VULPINUS (BONNATERRE, 1788) (CHONDRICHTHYES: ALOPIIDAE), COM COMENTÁRIOS SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA ALOPIIDAE NO BRASIL
RESUMO
O artigo trata sobre os dados de jovens da espécie tubarão-raposa, da família Alopiidae que é conhecida por tubarões de nadadeira caudal extremamente longa, com seu lobo superior de comprimento similar ao resto de seu corpo, tendo apenas um gênero conhecido – Alopias –, e três espécies citadas – A. pelagicus, A. superciliosus e A. vulpinus –, informando desde a morfologia diferenciada de A. superciliosus e A. vulpinus, até suas cores e distribuição geográfica, focando principalmente na analise de 13 indivíduos jovens de Alopias vulpinus na faixa costeira de São Paulo. 
Sobre A. pelagicus é nos dada a informação de que, apesar de sua distribuição oceânica, é raramente recorrente possuindo o diferencial morfológico de olhos pequenos e cor branca em seu ventre sem alcançar a base da nadadeira peitoral. O A. superciliosus (tubarão-raposa-olhudo), também de costumes oceânicos, tem grande globo ocular e comparência de um sulco em formato de “V” na parte dorsal da cabeça. A. vulpinus (tubarão-raposa-de-olho-pequeno) é uma espécie oceânico-costeira de áreas tropicais, subtropicais e temperadas com a morfologia de olhos pequenos e cor branca no ventre alcançando a base da nadadeira peitoral. No Pacifico oriental, apesar de não claramente relatada é citada uma quarta espécie com base em estudos genéticos.
No Brasil temos os relatos das espécies A. superciliosus e A. vulpinus, onde há mais dados do primeiro limitados a análises de pescarias oceânicas, carecendo de dados do segundo relativo geralmente à menção da espécie em listagens faunísticas ou acidental captura em avaliação de pescarias e estudos de comunidades. 
METODOLOGIA
O presente estudo conta com os dados de 13 indivíduos jovens de A. vulpinus tomados na região costeira do Estado de São Paulo, com rede-de-espera, em julho de 1999, 12 destes do município de Praia Grande e o um restante de Peruíbe.
Dos 12 recolhidos em Praia Grande, 11 vieram a ser apanhados entre os dias 10 e 16 de julho, com um capturado no dia 27 do mesmo mês devido a frota artesanal costeira segundo a técnica de caçeio, na qual a rede se mantém flutuando à deriva, de malha 10-11 cm entre nós com profundidade variando entre 5 e 12 metros. O indivíduo de Peruíbe foi apreendido no dia 11 de julho também por rede-de-espera em 30 metros de profundidade, vindo a ser uma fêmea de 191 cm de comprimento e 14,3 kg, não havendo outros dados sobre seu arresto.
Dos tubarões de Praia Grande as cabeças e vísceras de 3 apreendidos no dia 15 sucederam a ser estudadas, enquanto que uma fêmea pega no mesmo dia em questão e dois machos do dia 10 de julho transcorreu a tirada de fotos usadas para ajudar na descrição morfológica. De duas das cabeças extraiu-se as arcadas dentárias, enquanto a última foi estudada, dos outros espécimes logrou-se apenas os dados de captura. A fêmea de Peruíbe foi analisada ainda fresca, posteriormente sendo taxidermizada para exposição, os relatórios morfológicos e morfométricos fundamentaram-se neste indivíduo.
DISCUSSÃO
Quanto à morfologia geral o focinho tem seu fim em ponta não aguda, um tanto cônico e, como temos citado acima, sem o padrão sulco em forma de “V” dos A. supercilious, possuindo esta região mais robusta pela saliência da musculatura longitudinal.
Na coloração o corpo possui dorso cinza em tons de azul de ventre branco chegando até a base das nadadeiras peitorais – o que é crucial como diferenciador das demais espécies – a mudança entre a cor do dorso e ventre sendo bem acentuadas, onde a coloração do dorso vai da região pré-pélvica até um pouco do ventre. A área periférica subsequente aos olhos de nuances metálicos níveos ao dorso prosseguindo até a altura das fendas branquiais.
Na região dorsal da cabeça, entre olhos, há presença de espaço circular despigmentado associado ao domínio fotorreceptor do cérebro – usual de tubarões oceânicos, já que é encarregado de guiar sua navegação – (diz-se também que a área triangular ligeiramente a frente separada por faixa transversal de tecido pigmentado assinalando o focinho tem possivelmente a mesma função). É singular de animais jovens a primeira nadadeira dorsal em coloração cinza azulada de nuances metálicos alvos na superfície central.
Características quanto a cor em relação a idade que se podem destacar são, por exemplo, as nadadeiras pares e primeira dorsal com ápice branco que vão sumindo conforme o animal envelhece na sequencia de primeiro a dorsal seguido das peitorais onde até ao menos 219cm todas as manchas se encontram presentes, oposto ao encontrado na fêmea de 191cm que possuía a primeira dorsal sem mancha branca no ápice. Esta ocorrência foi associada a diferenças populacionais.
O comprimento dos animais do estudo variou de 170-190 cm sugerindo indivíduos jovens. Todos os estômagos dos 4 estudados continham vestígio de material digerido, o fígado da fêmea de Peruíbe pesando 635g (4,4% de seu peso total) e seu estomago vazio pesando 165g.
A espécie A. vulpinus raramente aparece entre Santa Catarina e o Rio grande do Sul, sendo notório seu padrão de distribuição de jovens pelas áreas costeiras. Os jovens desta espécie costumam formar cardumes, o que justificaria a captura de 10 tubarões de Praia Grande num intervalo de 6 dias (5 em apenas um dia) em região onde tais eventos eram quase desconhecidos, classificando estes animais próprios de um mesmo cardume.
Futuramente é previsto a captura e notificação de indivíduos da espécie na região costeira do Sudeste/Sul do Brasil especialmente no inverno, no cenário atual não é tão frequente visto talvez que não é reportado aos pesquisadores.
Apesar de até a pouco a existência dos A. superciliosus na costa Brasileira ser apenas suposição foi apresentado registo em 1977, conferindo ao Brasil o titulo de maior abundancia deste, sendo mais profusamente ordenado nas áreas oceânicas que o A. vulpinus. Dos Alopiidae capturados nas regiões Sudeste e Sul do Brasil 90% são da espécie A. superciliosus, embora em alguns estudos ter sido cortado quase toda costa brasileira no mapa de disposição mundial da espécie, esse fato possivelmente veio a ser considerado certo no passado pelas poucas ocorrências de realização de amostragens sistemáticas rente aos desembarques. As carcaças de A. superciliosus e A. vulpinus são de fácil diferenciação.

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