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Semiologia do Aparelho Reprodutor Masculino

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Rebeka Freitas 
 
 
ANAMNESE 
- O marco inicial da puberdade nos meninos é o crescimento 
testicular ⇾ informação importante na anamnese. 
- Os principais sintomas das afecções do sistema genital 
masculino são: dor, hematúria, alterações miccionais, retenção 
urinária, priapismo, hemospermia, corrimento uretral e 
também ejaculação precoce, impotência sexual e infertilidade. 
- É importante saber também quando aproximadamente se deu 
o surgimento dos caracteres sexuais secundários: pilificação, 
crescimento peniano, voz grossa 
- Pacientes adultos: perguntar sobre a existência de filhos, 
avaliar fertilidade, queixas relacionadas ao desempenho sexual, 
ereções matinais, potência sexual e libido. 
-Se o paciente não tem ereções matinais (ocorrem 
independente de estímulo para a relação sexual), isso indica que 
o problema não é uma impotência sexual orgânica, e sim 
relacionada a situações de estresse, ansiedade. 
- Em relação a ereção, é importante perguntar sobre 
ejaculação precoce, e sobre priapismo (ereção persistente, 
não controlada, dolorosa ⇾ muito visto em pacientes jovens 
com anemia falciforme por conta de alterações vasculares). 
- Deve-se questionar também sobre assimetria testicular 
(processos inflamatórios, neoplásicos), dor testicular 
(inflamação), lesões cutâneas (lesões fúngicas, virais) e 
descarga uretral de secreção (relacionado à gonorreia, por 
exemplo). 
- Perguntar sobre sintomas relacionados a hipogonadismo 
(redução de testosterona): astenia, intolerância ao exercício, 
perda de massa muscular, depósito de gordura abdominal, 
rarefação de pelos, redução da libido, perda da ereção matinal, 
redução da potência sexual. 
- Deve-se investigar se há Deficiência Androgênica do 
Envelhecimento Masculino (DAEM). 
- Importante: o termo andropausa não deve ser utilizado pois 
foi criado por analogia à menopausa, mas são situações 
diferentes em diversos aspectos. 
- O processo de envelhecimento masculino pode levar à 
redução da produção de testosterona, mais isso não é regra. 
 
 
- Muitos homens seguem com valores de testosterona dentro 
da normalidade (apesar de mais baixos que quando jovens) e 
são assintomáticos. 
- Quando a diminuição da concentração de androgênios se 
relaciona a sinais/ sintomas e não há outra causa para o 
distúrbio ⇾ DAEM. 
 - Questionário sobre sintomas urinários: força do jato urinário, 
esforço miccional, polaciúria, resíduo vesical. 
- Hiperplasia prostática ⇾ obstrução da uretra ⇾ sintomas 
urinários ⇾ diminuição da força do jato urinário, 
polaciúria/noctúria, resíduo vesical, gotejamento terminal. 
- A urina que resta na bexiga após a micção é como um líquido 
estagnado, o qual favorece a proliferação bacteriana ⇾ 
instalada a infecção urinária, surgem os sintomas de dor à 
micção, urina turva e com odor desagradável. 
EXAME FÍSICO 
- Exame físico do aparelho reprodutor masculino: exame do 
pênis, exame da bolsa escrotal/testículos e toque retal 
- No exame físico, deve-se: respeitar a privacidade do 
paciente, evitar a exposição do corpo desnecessária, manter 
a postura gentil e profissional; antes da inspeção, pedir a 
permissão do paciente e respeitar a sua decisão; posicionar 
paciente em pé ou decúbito dorsal; explicar o procedimento ao 
paciente; utilizar luvas; tranquilizar quanto a possibilidade de 
ereção. 
- Inspeção do pênis: observar se há lesão, inflamação, secreção 
ou úlceras na pele do pênis; comprimir a glande suavemente 
para avaliar a presença de secreções; localizar o meato 
urinário. 
- Termos médicos: 
• Balanite: inflamação da glande 
• Balanopostite: inflamação da glande e prepúcio 
• Cancro Sifilítico: úlcera vermelha-escura e indolor sobre base 
endurecida + adenomegalia inguinal indolor 
 
 
Aparelho Reprodutor Masculino 
Rebeka Freitas 
• Herpes Genital: pequenas vesículas, acompanhadas por 
úlceras rasas, dolorosas, não endurecidas com base vermelha 
 
 
 
 
 
• Condiloma Venéreo: verrugas, úmidas com odor fétido. 
 
 
 
 
 
- Na inspeção do prepúcio, é importante: 
• Retrair o prepúcio e observar inflamação, lesões. 
• Observar a presença de esmegma, fimose ou parafimose. 
- Fimose: redução do diâmetro prepucial por excesso de pele 
impossibilitando a exteriorização da glande e a retração do 
prepúcio 
 
- Parafimose: edema e inflamação impedem o prepúcio de 
recobrir a glande. 
 
 
 
- Na inspeção, observar topografia do meato uretral: 
• Normal 
• Epispádia: meato urinário na região dorsal (superior) da glande. 
 
 
 
 
 
• Hipospádia: meato urinário na face ventral (inferior) da glande. 
 
 
 
 
 
- Na palpação do pênis, deve-se observar sensibilidade e 
consistência, endurecimento na superfície ventral (estenose 
uretral ou carcinoma) e hipersensibilidade (inflamação). 
- Exame físico da bolsa escrotal: 
• Inspeção (em ortostase): simetria, presença e tamanho dos 
testículos, lesão, edema, rubor, vascularização, cicatrizes. 
• Palpação: bolsa escrotal, testículos e epidídimo ⇾ observar 
presença de tumor, varicocele, nódulos, sensibilidade/dor. 
- Nódulo indolor no testículo pode ser indicativo de câncer. 
- Termos referentes à bolsa escrotal: 
• Criptorquidia: ausência de um ou dos dois testículos na bolsa 
escrotal (avaliado no nascimento). 
• Hidrocele: acúmulo excessivo de líquido na túnica do testículo. 
• Orquialgia: dor nos testículos 
• Orquiocele: hérnia escrotal. 
• Orquite: infamação do testículo 
• Varicocele: dilatação anormal do plexo venoso escrotal 
(varizes) ⇾ pode causar infertilidade. 
Rebeka Freitas 
- Flacidez, atrofia, perda dos movimentos de contração e 
apagamento das pregas horizontais do escroto são constantes 
na criptorquia e no hipogonadismo. 
 
- Diante de aumento do volume da bolsa escrotal, deve-se 
realizar a técnica de transiluminação ⇾ se a bolsa se ilumina 
com brilho avermelhado = hidrocele; se não ilumina = tumor ou 
hérnia 
- Se a massa for redutível e/ou houver presença de ruídos 
intestinais, provavelmente trata-se de hérnia. 
- Toque retal prostático (decúbito dorsal ou lateral): permite 
avaliar o tamanho, a consistência, a superfície, os contornos, 
o sulco mediano, a mobilidade da próstata, o peso da próstata, 
a presença de nodulações, de dor/desconforto, de prostatite 
e permite a coleta de secreção prostática. 
- A próstata normal é palpável na parede anterior do reto com 
a base voltada para cima e o vértice para baixo; seus lobos 
laterais são separados por um sulco mediano. 
- Em condições normais, a próstata tem o tamanho de uma 
noz grande, é regular, simétrica, depressível, apresenta 
superfície lisa, consistência elástica, contornos precisos e é 
discretamente móvel. 
 
 
 
 
 
HIPOGONADISMO 
- Síndrome clínica que resulta da incapacidade de produzir 
concentrações fisiológicas de testosterona, quantidade 
suficiente de espermatozoides ou ambas 
- Quadro Clínico em início pré-puberal: 
• Volume testicular reduzido/ escroto hipopigmentado/ sem 
rugas 
• Micropênis 
• Criptorquidismo 
• Anosmia (Kallmann) 
• Proporções eunucoides 
• Reduzida pilificação corporal 
• Voz aguda 
• Diminuição da libido e disfunção erétil 
• Reduzida massa óssea e muscular 
- Quadro cínico em início pós-puberal: 
• Diminuição da libido e disfunção erétil; 
• Diminuição das ereções espontâneas; 
• Diminuição de volume testicular; 
• Fogachos; 
• Reduzida massa óssea e muscular; 
• Diminuição da pilificação axilar e pubiana; 
• Redução da frequência de barbear-se; 
• Diminuição da energia e motivação. 
- Etiologia do hipogonadismo: 
• Primário/ Hipergonadotrófico: problema no testículo. 
• Secundário/ Hipogonadotrófico: central (hipófise/hipotálamo). 
DISFUNÇÃO ERÉTIL 
- Incapacidade de ter ou manter ereção suficiente para uma 
relação sexual satisfatória. 
- Etiologia: orgânica, psicogênica, mista. 
- Etiologias orgânicas: arterial; neurogênica; endócrina; tecidual; 
medicamentosa. 
 
 
 
 
 
 
Rebeka Freitas 
- Etiologia psicogênica:estresse emocional; coerção sexual; 
problemas de relacionamento (conflitos conjugais e 
separações); problemas com emprego e financeiros; 
depressão e insatisfação com a vida. 
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) 
- Aumento do volume prostático. 
- A HPB pode estar associada a sintomas significativos do trato 
urinário inferior (LUTS) ⇾ polaciúria, nictúria, dificuldade de 
esvaziamento, gotejamento terminal, jato urinário mais fino e 
mais fraco, urgência urinaria. 
- Um resíduo urinário elevado é sinônimo de urina estagnada, 
condição que favorece a proliferação bacteriana ⇾ disúria, 
ardor à micção, urina turva e malcheirosa. 
- A HPB causa impacto na qualidade de vida, atividades diárias 
e padrão de sono do indivíduo. 
- O manejo depende da gravidade e impacto dos sintomas; 
deve-se observar a progressão. 
- Alguns medicamentos impedem o crescimento do volume 
prostático; há também a possiblidade de cirurgia, mas essa 
pode causar impotência; ressecção transuretral também é 
possível. 
CÂNCER DE PRÓSTATA 
- 2ª causa de câncer mais comum em homens. 
- Fatores de risco: idade; etnia; predisposição genética. 
- Os sintomas ocorrem no estágio avançado (LUTS), por isso, é 
preciso fazer rastreamento (acima de 50 se não houver 
histórico familiar; se houver histórico, o rastreamento deve 
ser feito antes). 
- Dosagem de PSA (antígeno prostático específico) é uma 
forma de realizar rastreamento ⇾ aumento de PSA = 
investigar. 
- O PSA é um marcador na avaliação do câncer da próstata, 
sendo empregado em seleção, estadiamento, seguimento e 
prognóstico; no entanto, sua análise deve ser criteriosa e 
associada a outros exames para ser valorizada. 
- Exames de imagem: 
• USG transretal + Biópsia ⇾ lesão suspeita. 
 
 
 
 
 
** USG (transabdominal e transretal) é um exame excelente 
para hiperplasia de próstata ⇾ duas fases: 1ª) USG com a 
bexiga do paciente cheia; 2ª) USG pós-micção para investigar 
presença de resíduo miccional. 
• TC ou RNM ⇾ estadiamento do CA de próstata. 
• Cintilografia óssea ⇾ suspeita de metástases ósseas.

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