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Universidade Federal do ABC Curso de Graduação em Engenharia de Gestão Disciplina: ESTG0004 Elaboração, análise e avaliação de projetos Prof. Sérgio Lourenço Data de entrega: 12 de Agosto de 2021 Fábrica de cerveja: Capex São Bernardo do Campo 2021 SUMÁRIO IDENTIFICAÇÃO 3 CONTEXTUALIZAÇÃO 3 2.1 MOTIVAÇÃO 3 2.2 OBJETIVO 3 2.3 MATRIZ ANSOFF 4 2.4 REGISTRO NO MAPA 6 CAPEX - EMBASAMENTO TÉCNICO CARACTERIZAÇÃO O PROCESSO DE FABRICAÇÃO EMPREGADO NA CERVEJARIA 8 3.1 DEFINIÇÃO DE CAPEX 8 3.2 MATÉRIAS - PRIMAS 9 3.3 PROCESSO PRODUTIVO 10 3.4 IMPACTOS AMBIENTAIS E RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CERVEJA 16 3.5 REDUÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 18 3.6 INVESTIMENTO INICIAL 19 DEFINIÇÃO E EXPLICAÇÃO SOBRE AS VARIÁVEIS QUE AFETAM O PROJETO 21 4.1 SAZONALIDADE 21 4.2 IMPORTAÇÃO DE MATÉRIA PRIMA 21 4.3 MATRIZ DE SOLUÇÕES 22 ANÁLISE DA VIABILIDADE FINANCEIRA DO PROJETO 26 5.1 CUSTOS 26 5.2 DESPESAS 27 5.3 PREÇO DE VENDA 27 5.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 28 5.5 FLUXO DE CAIXA 30 5.6 VALOR PRESENTE LÍQUIDO 32 5.7 PAYBACK 33 5.8 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 34 QUADRO RESUMO 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 1. IDENTIFICAÇÃO GRUPO 5 Daniele Ayumi Shimada 11201722549 Gustavo Zuppo Benassi 11201810824 Roger Gonçalves Silva Morais 21035912 Thais De Almeida Batista 11107516 2. CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 MOTIVAÇÃO Nos últimos anos a cerveja puro malte vem ganhando espaço nas prateleiras e no gosto do brasileiro. O aumento do consumo de cerveja no Brasil teve um crescimento de 5,3% no ano de 2020, mesmo com uma queda de 4,1% do PIB do país. No faturamento, o resultado foi ainda melhor, 9,9% de crescimento em comparação com o ano de 2020, um mercado de R$184,5 bilhões (ALVARENGA, 2021). Hoje existem 1383 cervejarias ativas no Brasil, conforme publicação do Anuário da Cerveja de 2020 realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o que significa um crescimento de 14,4% em relação ao ano anterior. Com base nessas informações, será analisada a viabilidade econômica de iniciar a produção de 10 mil litros de um novo tipo de cerveja em uma cervejaria já existente. Esse estudo tem como objetivo minimizar perdas, orientar os investimentos e auxiliar nas tomadas de decisões no início do investimento. 2.2 OBJETIVO O estudo da viabilidade econômica do projeto tem o objetivo de demonstrar aos investidores as probabilidades de lucro e a sustentação financeira e econômica do projeto ao longo do tempo. Obtendo as informações referentes aos gastos iniciais, os investimentos iniciais e o volume de vendas para manter o projeto em andamento. Considerando as crescentes oportunidades e expansão do setor de cervejas artesanais, é importante que seja avaliada a viabilidade econômico-financeira da empresa. Essa nova linha será diferenciada dos produtos já fabricados pela empresa, sendo uma cerveja tipo Lager Pilsen, puro malte. O produto foi escolhido baseado no crescente consumo deste tipo de cerveja, muito em conta por sua popularização e procura dos clientes pelas cervejas do tipo puro malte no Brasil (BOUÇAS, 2021). A cerveja puro malte tem uma formulação simples, os quatro ingredientes que vão na fabricação de uma cerveja são água, malte, lúpulo e levedura. Tal receita é estabelecida pela Lei de Pureza Alemã. Algumas cervejarias, com o intuito de baratear a produção, optam por utilizar outros ingredientes em sua formulação, os cereais não maltados, como arroz e milho, por exemplo. 2.3 MATRIZ ANSOFF Para auxiliar na identificação de oportunidades e criação de estratégias de comercialização, foi elaborada uma Matriz Ansoff aplicada ao comércio cervejeiro como demonstra a Figura 1. A Matriz Ansoff define quatro cenários de interação de produto e mercado, considerando os novos e existentes, e suas combinações. Estes cenários definem uma abordagem distinta que a empresa pode aderir para seu crescimento, sendo estas a de penetração de mercado, desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de mercado ou diversificação (BAZZETTI, 2021). Figura 1 - Matriz Ansoff aplicada à indústria cervejeira Apesar de ser um novo produto desenvolvido na empresa, cervejas tipo Lager Pilsen puro malte, já existem e estão consolidadas no mercado. Além disso, com uma cerveja tradicional, a inserção em outros mercados é improvável, com um dificultador que é o comércio cervejeiro possuir um público-alvo definido. Dessa forma, foi avaliado que o produto desenvolvido se enquadra no cenário de produto existente e mercado existente. Como neste contexto estão inseridas as principais indústrias cervejeiras do país, e um fator determinante para venda nesta esfera é o preço, seria muito difícil concorrer diretamente com estas empresas que produzem em larga escala, e alcançam os menores custos de fabricação. Dessa forma, o foco da cerveja desenvolvida é a comercialização local, para que seja uma cerveja característica de pequenas regiões próximas à unidade de fabricação. 2.4 REGISTRO NO MAPA De acordo com a lei 8.918/1994 que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, autoriza a criação da Comissão Internacional de Bebidas e dá outras providências. Segundo com esta lei, toda bebida comercializada no Brasil precisa de um registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Há, também, o decreto 6.871/2009 que regulamenta a lei citada. Este decreto estabelece critérios de qualidade, como por exemplo, valores mínimos e/ou máximos de certa matéria prima para que as bebidas sejam classificadas e padronizadas de forma adequada para serem apresentadas ao consumidor. Em complemento, há ainda a Instrução Normativa IN 65/2019 que classifica e denomina os tipos de cerveja, determina os ingredientes permitidos e proibidos, padroniza a rotulagem da cerveja, além de permitir a adição de produtos de origem animal como leite e mel, por exemplo. Com a receita definida, os equipamentos adquiridos e o manual de boas práticas feito é feito a regularização no mapa utilizando os documentos abaixo (SIPOV/SFA-SC, 2018): ● Dados gerais do estabelecimento: ○ Razão social e nome fantasia, se houver; ○ Endereço completo e localização geográfica; ● Documentos do estabelecimento: ○ Alvará de licença para localização emitida pelo órgão municipal ou DF (aceita-se protocolo); ○ Certificado de registro de estabelecimento, quando possuir registro anterior e desde que este ainda esteja válido; ○ Inscrição Estadual; ○ Contrato social ou Estatuto; ○ CNPJ; ○ Laudo de análise de potabilidade de água; ○ Manual de boas práticas de fabricação; ○ Memorial descritivo das instalações e equipamentos; ○ Projeto (planta) do estabelecimento; ● Documentos do responsável legal: ○ Carteira de identidade; ○ CPF; ○ Procuração ou documento que comprove vínculo do representante com a empresa, caso o representante não conste no contrato social; ● Documento do responsável técnico: ○ Carteira de identidade; ○ CPF; ○ Carteira de Carteira do conselho habilitação profissional / de classe; ○ Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), Anotação de Função Técnica (AFT) ou documento equivalente. Toda a documentação é enviada ao MAPA, pessoalmente ou através do site agricultura.gov.br. O Ministério enviará um inspetor que fará uma inspeção no local de fabricação, atestando todas as informações prestadas no momento da solicitação. A validade do registro é de 10 anos a partir de sua aprovação. Cada produto necessita de seu próprio cadastro e aprovação no MAPA. Não há custo para a realização do cadastro do produto, bem como da cervejaria junto ao Ministério. O pedido de renovação pode ser feito quando houver 120 para o final da atual vigência. Um formulário contendo toda a formulação da cerveja deverá ser apresentado ao MAPA, que garante a confidencialidade do processo. O rótulo da bebida deverá seguir critérios definidos pelo mesmo e pelo INMETRO, tais como: ● Nome empresarial e endereçodo produtor ou fabricante, do padronizador, do envasilhador ou engarrafador ou do importador; ● Número do registro da cerveja no MAPA; ● Denominação do produto em item distinto e destacado das demais informações do rótulo, com letras impressas em negrito, em cor única e em contraste com o fundo do rótulo. Os caracteres devem, ainda, respeitar tamanhos mínimos a depender da quantidade de líquido; ● Marca comercial; ● Lista de ingredientes em ordem decrescente de proporção. Além da advertência sobre a presença direta ou de derivados de ingredientes alergênicos (incluindo o glúten); ● A expressão “Indústria Brasileira”, por extenso ou abreviada; ● Conteúdo líquido expresso em unidade de medida de volume, em cor contrastante com o fundo onde estiver impresso ou com o líquido, caso a embalagem seja transparente. ● Graduação alcoólica, expressa em porcentagem de volume de álcool etílico, à temperatura de vinte graus Celsius; ● Identificação do lote ou da partida; ● Prazo de validade; ● Frase de advertência “Evite o Consumo Excessivo de Álcool”. 3. CAPEX - EMBASAMENTO TÉCNICO CARACTERIZAÇÃO O PROCESSO DE FABRICAÇÃO EMPREGADO NA CERVEJARIA 3.1 DEFINIÇÃO DE CAPEX A sigla CAPEX vem do inglês Capital Expenditure, Despesas de Capital ou Investimentos em Bens de Capital em português. Os Projetos Capex são aqueles que utilizam o capital com o objetivo de adquirir ou melhorar os ativos fixos da empresa. Estes são sempre projetos de investimentos e podem estar relacionados a aquisição de equipamentos e instalações que visam a melhoria de um produto, serviço ou da empresa em si. No caso deste estudo, o Projeto Capex tem como objetivo a aquisição de equipamentos para a fabricação de uma nova linha de produção que será responsável pela produção de uma nova marca da empresa. Para definir as diretrizes do projeto, é necessário um conhecimento básico a respeito da cerveja e de como ela é fabricada. O conhecimento das matérias-primas utilizadas no processo se faz necessário, assim como o processo de fabricação é importante para definição das estratégias de investimento, compra de equipamentos e do plano operacional. 3.2 MATÉRIAS - PRIMAS Os ingredientes e sua quantidade influenciam diretamente na qualidade de uma cerveja. As principais encontradas na composição de uma cerveja puro malte definidas pela Lei da Pureza Alemã são o lúpulo, malte, fermento e água, mas podem ser adicionados outros ingredientes para melhorar alguma característica no sabor, cor e aromas. 3.2.1 ÁGUA A água é o principal produto composto na cerveja, representando mais de 92% do volume total. Para cada litro de cerveja são utilizados em média 12 litros de água em todo o processo de fabricação. Além de sua grande representatividade em volume, ela desempenha um papel fundamental na qualidade do produto, pois graças a tecnologia é possível fazer o uso da água com teores de pureza e minerais ajustados à produção quando necessário, para diferenciar seu sabor. (ANDRADE; MEGA; NEVES, 2011). 3.2.2 MALTE O malte é uma fonte primária de carboidratos, proteínas e outras substâncias para a cerveja, que são obtidas através da germinação de cereais por malteação. O processo de ativação do metabolismo do cereal gera enzimas e converte amido em açúcares fermentáveis, o que faz o álcool para a bebida. Podem ser escolhidos diversos cereais para originar o malte, alguns mais conhecidos são aveia, trigo, milho e cevada, e seu fator econômico é considerado importante para escolha do grão a ser malteado (CARVALHO, 2007). A cevada é o grão mais utilizado para a produção do malte, devido sua produção de enzimas de forma equilibrada e alto teor de proteínas que ajudam na levedura. Além disso, a cevada possui substâncias nitrogenadas e que desenvolvem um papel fundamental na formação da espuma e na alta eficiência da casca no processo de filtração do mosto (HOSENEY, 1994). 3.2.3 LÚPULO O lúpulo é um pequeno broto floral e é o principal responsável pelo aroma e pelo sabor amargo da cerveja. São utilizadas apenas as flores femininas, que apresentam grande quantidade de resinas amargas e óleos essenciais, em que atribuem à cerveja o amargor e aroma (DELCOR, 2019). Conforme Hutkins (2006), são necessários entre 40 a 300 g para cada 100 L de cerveja e o teor de amargor contribuído pelo lúpulo é expresso em termos de Unidade Internacional de Amargor (IBU). Um IBU equivale aproximadamente 1 mg de ácidos iso-α, proveniente da resina do lúpulo, por litro de cerveja (DELCOR, 2019). 3.2.4 LEVEDURA (FERMENTO) O fermento é o ingrediente usado para o processo de fermentação microbiológica dos açúcares no mosto cervejeiro, que dessa forma produz o álcool. Os fermentos cervejeiros utilizados mais comuns para a produção de cervejas são as leveduras Saccharomyces cerevisiae e Saccharomyces uvarum. Para que a fermentação tenha sucesso, dentro de especificações técnicas, é muito importante que se misture ao mosto uma quantidade de leveduras capaz de consumir os açúcares fermentados (MORADO, 2009). Carvalho (2007) diz também que os fermentos cervejeiros de alta fermentação trabalham em uma faixa de temperatura de 15 °C a 22 °C, com períodos de tempo entre 3 a 5 dias. Os fermentos de baixa fermentação, por sua vez, trabalham em uma faixa de temperatura de 7 °C a 15 °C e fermentando por volta de 10 dias (DELCOR, 2019). 3.3 PROCESSO PRODUTIVO Cervejas são produzidas utilizando grãos de cereais brutos e maltados, que iniciaram, artificialmente, seu processo de germinação em ambientes controlados, para que produzam enzimas (TOZETTO, 2017). Um processo simples de fabricação de cerveja segue alguns passos (DELCOR, 2019): ● Incubação - processo de germinação através de água quente. Usualmente é feito fora da fabricante da cerveja, já que o cereal maltado hoje é facilmente encontrado. ● Moagem dos grãos maltados; ● Brassagem - mistura do produto com água; ● Fervura da mistura proveniente da brassagem e adição de lúpulo; ● Classificação e resfriamento da solução; ● Fermentação com uso de leveduras; ● Envasamento; 3.3.1 OBTENÇÃO DO MALTE: O malte é obtido germinando a semente de maneira forçada. O grão é imerso em água e depois mantido em condições ideais de temperatura e umidade, de forma que comece a germinar. Quando o ponto ideal de maturação é alcançado, o grão é seco e o processo interrompido. Esse procedimento é importante para que os carboidratos presentes na semente sejam facilmente desprendidos na solução. A quantidade destes carboidratos é de grande importância na etapa de fermentação (SANTOS, 2019). 3.3.2 MOAGEM E BRASSAGEM: O malte é moído para que se forme o "mosto", uma massa pastosa. Então é iniciado o processo de brassagem. Nesta etapa, a água é adicionada ao mosto, gradativamente, até que se forme uma pasta uniforme. O processo tem como objetivo obter uma massa com alta concentração dos materiais dissolvidos do malte (CARVALHO, 2007). 3.3.3 FERVURA: A massa é transferida para uma panela de cocção. Neste caso, o tamanho da panela está diretamente ligado ao volume a ser produzido. Em escalas menores, até uma panela caseira é aplicável. Porém para uma escala industrial, equipamentos apropriados são utilizados. Nesta etapa a mistura recebe o lúpulo e é fervida, normalmente por 2 horas (o tempo de fervura varia para cada tipo de cerveja produzida). Algumas mudanças podem ser observadas nesta etapa do processo, como incorporação do aroma do lúpulo à mistura, amargor, além da mudança na cor do líquido (TOZETTO, 2017). 3.3.4 CLARIFICAÇÃO, RESFRIAMENTO E AERAÇÃO: Como o próprio nome diz, a mistura é resfriada com a ajuda de trocadores de calor. Alguns sólidos se formam durante o resfriamento, como lipídios e proteínas. A filtragem desses resíduos é necessária, já que esses sólidos não são necessários na fabricação da cerveja, além de clarear a cerveja (SANTOS, 2019). 3.3.5 FERMENTAÇÃO: A fermentação pode ser feita em diferentes tipos de recipientes. Podendo ser totalmenteherméticos, abertos, ou com pequenas aberturas que permitam entrada de ar. Cada recipiente produz um tipo de cerveja diferente, com sabores e aromas diferentes. A fermentação é feita adicionando levedura à mistura após o processo de resfriamento. O principal objetivo da adição das leveduras será a transformação dos açúcares da mistura em gás carbônico e etanol. O tempo de fermentação e a temperatura definirão se a cerveja será de alta (Ale) ou baixa fermentação (Lager), por exemplo (CARVALHO, 2007). 3.3.6 ENVASE E PASTEURIZAÇÃO: A cerveja produzida será engarrafada e pasteurizada. Os recipientes são aquecidos a uma temperatura de aproximadamente 65ºC durante 10 minutos e depois passarão por um período de descanso de até 2 dias para finalizar o processo (CARVALHO, 2007). 3.3.7 FLUXO DE PRODUÇÃO A figura e tabela abaixo representam respectivamente, o fluxograma de produção da cerveja escolhida, e a receita para o preparo da cerveja escolhida, de maneira a respeitar os tempos e procedimentos necessários que atendem a especificação do produto: Figura 2 - Fluxo de Produção Tabela 1 - Receita produção dimensionada PROCESSO DE FABRICAÇÃO BRASSAGEM DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO AQUECER 247,5L DE ÁGUA 67ºC ADICIONAR O MALTE MOÍDO TEMPERATURA ESTABILIZADA EM 67ºC MOSTURA DESCRIÇÃO TEMPERATURA TEMPO SACARIFICAÇÃO 67ºC 90 min. MASH OUT 76ºC 10min. FILTRAGEM DESCRIÇÃO TEMPERATURA ADICIONAR 225L DE ÁGUA 67ºC ATÉ CLARIFICAR TRANSFERIR PARA A PANELA DE FERVURA FERVURA DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO QUANTIDADE ADICIONAR O LÚPULO MAGNUM NO INÍCIO DA FERVURA 0,75kg ADICIONAR O LÚPULO PERLE 60 MINUTOS APÓS INÍCIO DA FERVURA 0,5kg RESFRIAMENTO E DECANTAÇÃO AERAÇÃO - CO2 FERMENTAÇÃO DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO ADICIONAR A LEVEDURA W-34/70 1,15 FERMENTAÇÃO 7 DIAS 10ºC MATURAÇÃO TEMPO TEMPERATURA OBSERVAÇÃO 10 DIAS 2ºC - Fonte: Adaptado de Home Brewers A receita acima é dimensionada para a produção de 300L, capacidade dos tanques de fervura e fermentação. Finalizado todo o processo de fabricação, a cerveja será envasada e pasteurizada. O produto obtido deverá seguir características técnicas de teor alcoólico, amargor e cor, conforme tabela a seguir: Tabela 2: Características CARACTERÍSTICAS TEOR ALCOÓLICO 4.9% AMARGOR - IBU 25 IBU COR - EBC 7 EBC 3.3.8 DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA O gráfico homem-máquina é a representação gráfica de uma atividade de um ou mais operadores no processo, com um ou mais equipamentos. No momento em que uma atividade estiver sendo executada, o gráfico indica as ações praticadas pelo operador e pela máquina separadamente com a indicação do tempo gasto na execução. Através do gráfico homem-máquina é possível eliminar a ociosidade tanto do operador, quanto do equipamento, com o objetivo de otimizar o tempo entre o trabalho dos mesmos. Segundo Barnes (1977), o estudo do gráfico homem-máquina possibilita uma otimização entre o tempo de interação homem e máquina, já que o gráfico indica a relação intermitente entre homem e equipamento. Durante a preparação do equipamento, o mesmo fica ocioso e o operador executando a preparação. Durante o processo de produção, as posições se invertem, o operador aguarda o fim da etapa enquanto a máquina está em operação. Com base nos conceitos acima mencionados, foi realizada uma análise dos tempos em todas as etapas de fabricação, visando eliminar o tempo de ociosidade durante a produção da cerveja. Com esses dados é possível observar de maneira mais clara a relação entre homem e máquina durante o processo produtivo. Tabela 3: Gráfico Homem x Máquina OPERADOR TEMPO (min) MÁQUINA TEMPO (min) Encher a tina de fervura 10 Painel de Controle/Tina de Brassagem 10 Ajustar a temperatura para pré-aquecimento da água 0,5 Painel de Controle/Tina de Brassagem 0,5 Aquecimento da água 60 Tina de Brassagem/Aquecimento da água 60 Ir até o estoque e selecionar os ingredientes da batelada 3 ** ** Fazer a pesagem dos ingredientes 4 Balança 4 Transportar até o moedor 1 Carrinho de carga 1 Moer o malte 25 Moedor 25 Transportar o malte até a panela de brassagem 2 Carrinho de carga 2 Adicionar o malte 5 Tina de Brassagem 5 Fazer a sacarificação 60 Tina de Brassagem 60 Fazer o mash-out 10 Tina de Brassagem 10 Adicionar água para filtragem/clarificação 10 Panela de Fervura 10 Adicionar o Lúpulo Magnun 1 Panela de Fervura 1 Ferver a mistura 60 Panela de Fervura 60 Adicionar o lúpulo Perle 1 Panela de Fervura 1 Ferver a mistura 15 Panela de Fervura 15 Preparar para resfriamento 2 Painel de Controle/Trocador de Calor 2 Resfriar a mistura 35 Trocador de Calor 35 Adicionar CO2 20 Aerador 20 Preparar para fermentação 10 Bomba de Circulação/Tanque de Fermentação 10 Adicionar a levedura 2 Tanque de Fermentação 2 Fermentar a mistura 10080 Tanque de Fermentação 10080 Preparar para Maturação/Retirar Levedura 2 Tanque de Fermentação 2 Maturar 14400 Tanque de Fermentação 14400 Filtrar a cerveja 25 Filtro 25 Corrigir a carbonatação 20 Aerador 20 Preparar para envase 5 Envasadora/Arrolhador 5 Envasar 120 Envasadora/Arrolhador 120 Preparar para pasteurização 15 Pasteurizador 15 Pasteurização 2900 Pasteurizador 2900 Rotular e embalar 120 ** ** Com base nos apontamentos acima, foi possível estabelecer o tempo total de produção, conforme tabela abaixo: Tabela 4: Tempo de Produção ETAPA TEMPO TEMPO GASTO EM OPERAÇÕES DIRETAS 336,5min (5h36) FERMENTAÇÃO 168h (7 DIAS) MATURAÇÃO 240h (10 DIAS) TEMPO TOTAL POR CICLO DE PRODUÇÃO 18 DIAS 3.4 IMPACTOS AMBIENTAIS E RESÍDUOS GERADOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CERVEJA Devido ao processo de fabricação da cerveja ser dividido em diversas etapas, o processo produtivo tem alta vazão de efluentes. Além disso, possui valores significativos de carga orgânica e sólidos em suspensão (de 100 a 800 mg/L de sólidos suspensos) (DELCOR, 2019). Por conta disto, tem-se pontos necessários de atenção envolvendo o impacto ambiental, além da geração de resíduos sólidos de etapas de filtração antes e depois da fermentação, odores da Estação de Tratamento de Esgoto, geração de efluentes dos sistemas de refrigeração, etc. (CETESB, 2005) 3.4.1 RESÍDUOS SÓLIDOS Os principais resíduos são gerados pelos grãos do malte, em que se encontram cascas e polpas suspensas ou dissolvidas no mosto, gerados pela etapa de filtragem, envase e tratamento de água e efluentes. Segundo o Guia Técnico Ambiental de Cervejas e Refrigerantes de 2005 da CETESB, os resíduos são: o bagaço de malte; o trub grosso, resíduo composto de proteínas e gordura vegetal; trub fino, composto e gordura vegetal gerado na segunda filtragem do mosto; leveduras que são reproduzidas durante o processo de fermentação, sendo uma parte descartada como resíduo sólido; terra diatomácea que é usada na clarificação; e lodo, gerado em alta quantidade na estação de tratamento de efluentes. Como pontos a evitar ou diminuir o impacto, são válidas e necessárias algumas ações (UNEP, 1996): - a venda dos bagaços do malte para produção de ração animal ou para a indústria de panificação; - a secagem e descarte em aterro das leveduras, a terra e o lodo. 3.4.2 EFLUENTES LÍQUIDOS A produção da cerveja utiliza um alto volume de água em seu processo, e por isso a indústria é considerada grande geradora de efluentes, que utiliza em média 12 litros de água por litro de cerveja produzida. Essa perda ocorre da lavagem, de garrafas e da limpeza dos equipamentos, e também geram efluentes dos esgotos sanitários e das águas usadas no refeitório. Os fatores envolvidos na composição, desde o tipo de cerveja, levedura utilizada e qualidade do processo definem a taxa de geração de rejeitos, o que é muito variável. As características mais genéricas composta no efluente cervejeiro são (ARRUDA, 2015): - Sólidos em Suspensão: 100 – 800 mg/L; - Nitrogênio Total: menor que 24,3 mg/L; - pH: entre 6,5 – 8,0; - Relação DBO:N:P: em tratamento aeróbio deve ser de 100:5:1. O processo de tratamento mais utilizado para este processo é feito pordecantadores e por um sistema biológico, que pode ser tratado na fábrica ou em um serviço terceirizado com empresas especializadas. Caso seja feito no próprio local, sua água pode ser reutilizada para lavagem e higienização de alguns equipamentos, sendo necessário um tratamento avançado de alto custo. 3.4.3 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Foram listadas pela European Commission (2002), as emissões causadas por uma cervejaria, mas que não são consideradas significativas para poluição do ar atmosférico (UNEP, 1996). As principais emissões listadas são: - Emissão de gases de combustão, causadas pelas caldeiras de produção de vapor compostas por (CO, CO2, NOx, SOx, hidrocarbonetos, etc) e material particulado. A composição desses gases varia em função do combustível usado e também da tecnologia usada no sistema; - Emissão de CO2, gerado em maior quantidade no processo de fermentação no qual o gás pode ser reaproveitado, desde que com processos adequados, para a carbonatação da bebida; - Odor causado durante a fervura do mosto, em que parte da água evaporada emite diversos compostos orgânicos. 3.5 REDUÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL Buscando se diferenciar no mercado e se destacar frente à concorrência, tendo responsabilidade ambiental e produtiva, faz-se necessário observar e trabalhar com logística reversa e melhorias na produção a fim de evitar e/ou minimizar os impactos ambientais causados pelo processo produtivo que ainda pode ser negativo para o meio ambiente. A Logística Reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de vista do consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado. (LACERDA, 2002, apud CAMPOS E BRASIL, 2007). Ela utiliza de métodos ecológicos de uso de materiais, entre estes métodos, pode-se citar a premissa dos 3Rs (reduzir, reciclar e reutilizar). Isso significa que a partir do processo reverso, isto é, no momento em que o consumidor/cliente termina de desfrutar do serviço (pós-venda ou pós-consumo), este redireciona os resíduos do consumo (garrafas de cerveja) para o fornecedor. O fornecedor, por sua vez, tem a responsabilidade de destinar corretamente aquele resíduo, que pode ser reutilizado ou reciclado. Automaticamente, isso acarreta na redução da fabricação de novos itens, devido a reutilização e reciclagem. (SOUZA E FONSECA, 2009). Pensando na logística reversa como uma das propostas a fim de reduzir o impacto ambiental, pode ser interessante a coleta de garrafas de vidro ou latinhas no mesmo ponto de venda das cervejas, como forma de descarte correto para que seja reaproveitado as embalagens, dessa forma reduzindo impactos e até mesmo custo para diminuir a produção de novas embalagens de vidro por exemplo, e como forma de incentivo pode ser oferecido desconto aos revendedores que apoiarem a coleta. Os custos para tal logística envolvem os engradados para transporte e armazenamento, e o traslado de recolhimento, que poderia ser realizado no mesmo dia da entrega de produtos para reabastecimento, otimizando o processo tal qual grandes cervejarias já fazem em sua logística. 3.6 INVESTIMENTO INICIAL Os investimentos iniciais serão destinados para a compra dos equipamentos necessários para o início da fabricação da cerveja e instalação dos mesmos, conforme tabela 5. Há também o investimento em capital de giro que foi calculado com base no Prazo Médio de Estocagem de 30 dias, Prazo Médio de Recebimento de 15 dias e Prazo Médio de Pagamento de 15 dias. Para o primeiro mês, a empresa levaria 45 dias para começar a receber o pagamento de seus clientes, e por conta disso, foi estipulado um capital de giro de R$124.308,35, valor correspondente aos gastos descritos no quarto tópico até o início da comercialização da cerveja, e foi considerado uma margem de segurança de 7% sobre este valor inicial. Os custos dos equipamentos foram levantados junto a empresa Calmo Tanques. Empresa de caldeiraria sediada na cidade de São Paulo e fabricante de tanques e vasos de pressão em aço. Neste caso, todos os equipamentos serão fabricados em aço inox 304, com acabamento sanitário, específico para aplicação na indústria alimentícia. Tabela 5 - Equipamentos necessários para fabricação mensal de 10m³ de cerveja. LISTA DE EQUIPAMENTOS EQUIPAMENTO CAPACIDADE QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL PAINEL DE CONTROLE - 1 R$ 14.000,00 R$ 14.000,00 MOINHO 3kg/min 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 BALANÇA DIGITAL 300kg 1 R$ 785,00 R$ 785,00 COZINHA BIBLOCO 300L 1 R$ 55.000,00 R$ 55.000,00 AERADOR - 1 R$ 1.150,00 R$ 1.150,00 CHAMINÉ - 1 R$ 975,00 R$ 975,00 FILTRO - 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 TROCADOR DE CALOR - 1 R$ 5.500,00 R$ 5.500,00 ENVASADORA - 1 R$ 7.500,00 R$ 7.500,00 ARROLHADOR - 1 R$ 1.350,00 R$ 1.350,00 BOMBA CIP - 1 R$ 2.350,00 R$ 2.350,00 CARBONATADOR - 1 R$ 750,00 R$ 750,00 CILINDRO DE CO2 - 1 R$ 350,00 R$ 350,00 TANQUE DE FERMENTAÇÃO 300L 16 R$ 5.500,00 R$ 88.000,00 TANQUE DE FERMENTAÇÃO 300L 16 R$ 5.500,00 R$ 88.000,00 TANQUE DE AQUECIMENTO 1 CUSTOS DE INSTALAÇÃO - 1 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 TOTAL R$ 279.210,00 Alguns itens serão aproveitados da unidade fabril existente, como sistema hidráulico para fonte de água, pasteurizador e tanques de aquecimento de água. Tabela 6 - Investimento inicial Investimento inicial Equipamentos R$ 279.210,00 Capital de giro R$ 124.308,35 Margem de segurança 7% R$ 8.701,58 Total R$ 412.219,93 4. DEFINIÇÃO E EXPLICAÇÃO SOBRE AS VARIÁVEIS QUE AFETAM O PROJETO 4.1 SAZONALIDADE A sazonalidade é um importante fator de consumo de cerveja, que em estações e climas quentes tem seu nível de consumo elevado. Dados do Sindicerv (2007) mostram que o período de comercialização do produto representa 40% entre os meses de dezembro a março do total de vendas no ano. Já os dados da FEMSA Cerveja Brasil (2007) apontam que nos meses de inverno, apenas 20% do volume total de produção do ano é comercializado. Essas variáveis podem impactar em preço e disponibilidade dos produtos necessários para fabricação da cerveja pela lei da oferta e da procura, e também por variações de parâmetros de malte e lúpulo por eventos climáticos. 4.2 IMPORTAÇÃO DE MATÉRIA PRIMA Dados do IICA mostram que o Brasil produz apenas 60% da demanda nacional de cevada, o que implica na necessidade de importação do produto para a produção do malte (IICA, 2021). O Brasil é um grande consumidor de malte, mas a produção interna de cevada não é suficiente para suprir toda demanda nacional. O país é responsável por atender apenas 40% do total necessário para a indústria nacional, o que gera um foco de oportunidade ao importador. Analisando o consumo de cerveja no mercado brasileiro, vê-se que esse vem em uma constante de crescimento quando o país passa a ocupar o 3º lugar de maior consumidor mundial da bebida (MORI; MINELLA, 2012). A importação atualmente se concentra em atender a demanda de malte voltado para a fabricação de cervejas das indústrias de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. É importante saber que o Paraná também é um hub de importação de cevada, porém não se limita à transformação em malte. Atende, portanto, a demanda de outros produtos (MORI; MINELLA, 2012). 4.3 MATRIZ DE SOLUÇÕES Para auxiliar na tomada de decisão de qual unidade fabril seria utilizada, foi realizado o uso da Matriz de Soluções. Visto que haviam três unidades fabris disponíveis, sendo estas em Três Lagoas - MS, Bauru - SP, Uberlândia - MG, foi possível identificar qual a unidade mais propícia para instalação. Os critérios analisados foram a população da região em que estão localizadas as cidades, o clima, a quantidade e qualidade das estradas na região e a proporção de adultos que consomem bebidas alcoólicas pelo menos uma vez ao mês de acordo com o estado. Os mapas abaixo ilustram as rodovias do entorno das três cidades analisadas, e a qualidade apresentada por cadauma, sendo azul ótimo e vermelho péssimo, segundo o Anuário CNT do Transporte de 2020. A facilidade de acesso e boa qualidade do pavimento impactam diretamente no preço de frete tanto de fornecedores, quanto de clientes, pois interferem no consumo de combustível e no tempo das viagens. Além disso, uma via não pavimentada ou com asfalto precário gera maior necessidade de manutenção de caminhões, e tende a causar mais acidentes. (REIS, et al., 2016) Figura 3 - Mapas da qualidade das estradas no entorno das unidades fabris Fonte: Anuário CNT do Transporte de 2020. Outro fator que interfere no consumo de cervejas é a temperatura da região, como já foi citado anteriormente. A figura abaixo mostra as temperaturas registradas nas três cidades citadas ao longo do ano. Figura 4 - Temperatura ao longo do ano nas cidades de Bauru, Uberlândia e Três Lagoas, respectivamente Fonte: CLIMATE-DATA.ORG Na tabela abaixo, foi comparado a quantidade total de pessoas residentes nas regiões metropolitanas onde estão localizadas as cidades comparadas (IBGE, 2020), e a proporção de pessoas de 18 anos ou mais, que costumam consumir bebidas alcoólicas uma vez ou mais por mês, nos estados das respectivas cidades (PNS, 2019). Tabela 7 - População por região e proporção de consumidores de bebida alcoólica por unidade federativa. Região de Bauru - SP Mesoregião Leste - MS Triângulo mineiro População 1.574.007 443.476 1.685.742 Proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que costumam consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por mês no estado 34,30% 35,50% 34,20% De acordo com os critérios retratados, foi elaborada a Matriz de Soluções abaixo, atribuindo pesos de 7 para população, quantidade e qualidade das estradas, 10 para percentual de consumidores e 9 para clima. E com a atribuição das notas para cada critério avaliativo, foi possível concluir que a unidade de instalação mais viável é a localizada em Bauru-SP. Tabela 8 - Matriz de Soluções para escolha da unidade fabril Matriz de Soluções P Região de Bauru - SP Mesoregião Leste - MS Triângulo Mineiro -MG N N x P N N x P N N x P População 7 9 63 4 28 10 70 Percentual de consumidores 10 8 80 9 90 8 80 Clima 9 9 81 10 90 8 72 Quantidade de estradas 7 10 70 3 21 10 70 Qualidade de estradas 7 9 63 6 42 6 42 Total N x P 357 271 334 5. ANÁLISE DA VIABILIDADE FINANCEIRA DO PROJETO Neste tópico será realizado a análise da viabilidade financeira da produção do novo tipo de cerveja para a empresa, considerando a capacidade de produção de, no máximo, 10 mil litros por mês. O objetivo desta análise é fazer uma previsão de investimentos, capital de giro, fluxo de caixa, entre outros. Será feita a engenharia econômica deste novo projeto, e para isso, foi realizado o levantamento dos custos e despesas descritos a seguir. 5.1 CUSTOS 5.1.1 CUSTO DE MÃO DE OBRA Para encontrar o custo da mão de obra, foi considerado o número de 3 funcionários que recebem um salário de R$1.500,00, e foi necessário também incluir os valores de encargos que levaram ao valor total de R$2293,33 por colaborador (MENESES; CERQUEIRA, 2009). Os 3 funcionários foram considerados para operar com preparação, outro para envase e rotulagem, e o terceiro para movimentações gerais. 5.1.2 CUSTO DE MATÉRIA PRIMA E INSUMOS Para a elaboração deste estudo foi utilizado uma cerveja do tipo Lager Pilsen de baixa fermentação. Os custos dos insumos foram baseados na receita da mesma. O custo dos insumos é de R$0,93 para a produção de uma unidade de 600ml, a garrafa e do rótulo totalizam R$0,45/unidade. Os gastos de energia elétrica e gás foram estimados em R$0,24 e R$0,13, respectivamente. Para os custos mencionados foi considerado uma perda de 5% ao longo da produção que pode ocorrer por problemas no envase, quebra de garrafas, entre outros. O volume de água utilizado no processo engloba todo o consumo ao longo da produção. Seja o volume consumido diretamente, ou na limpeza, por exemplo. O metro cúbico de água tratada atendendo todos os parâmetros técnicos foi calculado em R$9.00/m³. Tabela 9 - Custo unitário de produção, para 1 garrafa de 600ml da cerveja considerada neste projeto: INSUMOS GARRAFA+RÓTULO ELETRICIDADE GÁS MÃO DE OBRA TOTAL R$ 0,93 R$ 0,45 R$ 0,24 R$ 0,13 R$ 0,43 R$ 2,18 Tabela 10 - Ingredientes para fabricação RECEITA PILSEN VOLUME 1000 LITROS INGREDIENTES QUANTIDADE ÁGUA (L) 8000 MALTE PILSEN (kg) 225 FERMENTO W34/70 (kg) 1,15 LÚPULO MAGNUM (kg) 0,75 LÚPULO PERLE (kg) 0,5 Fonte: Adaptado - Home Brewers - disponível em https://www.homebrewers.com.br/kit-pilsen-30l 5.2 DESPESAS De acordo com o processo produtivo descrito, foi estimado como despesa o valor de R$1750,00 de rateio de aluguel para a unidade fabril de Bauru, e gastos com água e luz das dependências comuns estimados em R$150,00 e R$800,00 respectivamente; e marketing para divulgação do produto com um valor de R$5.000,00 ao mês. Para a fabricação e comercialização da cerveja tipo malte, também integra as despesas os impostos incidentes que nesse caso são o IPI, com alíquota de 6% (Decreto nº 8.950, de 29 de dezembro de 2016), PIS 2,32% e COFINS 10,68% (Decreto nº 8.442 art.17, de 29 de abril de 2015) e o ICMS 20% (Lei n° 16.005, de 24 de novembro de 2015). 5.3 PREÇO DE VENDA Para a formação do preço de venda, foi utilizado o cálculo do Mark-Up que é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço. A finalidade é cobrir os custos despesas e a parcela desejada de lucro (XIMENES; PEREIRA, 2019). Neste caso, foi realizado um levantamento das despesas diretas e indiretas, e o cálculo percentual que estas despesas representam sobre o gasto total da produção. Além disso, foi estipulado a margem de lucro de 10% para que a empresa consiga ser competitiva no mercado. Tabela 11 - Percentual de despesas na produção Porcentagem em relação ao gasto total de fabricação Despesas fixas 9,00% IPI 6,00% PIS 2,32% COFINS 10,68% ICMS 25% Crédito ICMS -5% Margem de lucro 10,00% Para os valores obtidos, foi calculado o Mark-Up Multiplicador pela equação descrita abaixo (XIMENES; PEREIRA, 2019): 𝑀𝑎𝑟𝑘 − 𝑈𝑝 = 1 / 1 − (𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑖𝑠) E assim, foi obtido o Mark-Up de 3,13, que multiplicado pelo custo unitário de R$2,18, resulta no preço de venda de R$6,83 arredondado para R$6,90 nas análises financeiras. 5.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Considerando o regime de competência, foi elaborada a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) de 1 ano de vendas, de acordo com a Tabela 12. Tabela 12 - Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Unidades Vendidas 15.833 15.833 15.833 11.875 11.875 11.875 Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Receita operacional bruta R$ 109.250,00 R$ 109.250,00 R$ 109.250,00 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 (-) Impostos R$ 42.954,19 R$ 42.954,19 R$ 44.233,14 R$ 32.215,64 R$ 32.215,64 R$ 32.215,64 IPI (6%) R$ 6.555,00 R$ 6.555,00 R$ 6.555,00 R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 PIS (2,32%) R$ 2.534,60 R$ 2.534,60 R$ 2.534,60 R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 COFINS (10,68%) R$ 11.667,90 R$ 11.667,90 R$ 11.667,90 R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 ICMS (20%) R$ 27.312,50 R$ 27.312,50 R$ 27.312,50 R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 Crédito de ICMS (MP) -R$ 5.115,81 -R$ 5.115,81 -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 (=) Receita operacional líquida R$ 66.295,81 R$ 66.295,81 R$ 65.016,86 R$ 49.721,86 R$ 49.721,86 R$ 49.721,86 (-) Custos R$ 34.581,14 R$ 34.581,14 R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 Mão de obra direta R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 Matéria prima R$ 27.701,15 R$ 27.701,15 R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 (=) Lucro bruto R$ 31.714,67 R$ 31.714,67 R$ 37.361,00 R$ 22.066,00 R$ 22.066,00 R$ 22.066,00 (-) Despesas operacionais R$ 7.700,00 R$ 7.700,00 R$ 7.700,00 R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 Aluguel R$ 1.750,00 R$ 1.750,00R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 Água R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 Luz R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 Marketing R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 (=) Lucro operacional (EBITDA) R$ 24.014,67 R$ 24.014,67 R$ 29.661,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 (-) Depreciação R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 (=) Lucro antes do IRPF e CSLL R$ 21.687,92 R$ 21.687,92 R$ 27.334,25 R$ 13.289,25 R$ 13.289,25 R$ 13.289,25 IRPF (15%) R$ 3.253,19 R$ 3.253,19 R$ 4.100,14 R$ 1.993,39 R$ 1.993,39 R$ 1.993,39 CSLL (9%) R$ 1.951,91 R$ 1.951,91 R$ 2.460,08 R$ 1.196,03 R$ 1.196,03 R$ 1.196,03 (=) Lucro líquido do exercício R$ 16.482,82 R$ 16.482,82 R$ 20.774,03 R$ 10.099,83 R$ 10.099,83 R$ 10.099,83 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Unidades Vendidas 11.875 11.875 11.875 11.875 11.875 15.833 Mês Jul Ago Set Out Nov Dez Receita operacional bruta R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 109.250,00 (-) Impostos R$ 32.215,64 R$ 32.215,64 R$ 32.215,64 R$ 32.215,64 R$ 30.936,69 R$ 42.954,19 IPI (6%) R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 R$ 4.916,25 R$ 6.555,00 PIS (2,32%) R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 R$ 1.900,95 R$ 2.534,60 COFINS R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 R$ 8.750,93 R$ 11.667,90 (10,68%) ICMS (20%) R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 R$ 20.484,38 R$ 27.312,50 Crédito de ICMS (MP) -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 -R$ 3.836,86 -R$ 5.115,81 -R$ 5.115,81 (=) Receita operacional líquida R$ 49.721,86 R$ 49.721,86 R$ 49.721,86 R$ 49.721,86 R$ 51.000,81 R$ 66.295,81 (-) Custos R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 R$ 27.655,85 R$ 34.581,14 R$ 34.581,14 Mão de obra direta R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 R$ 6.879,99 Matéria prima R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 R$ 20.775,86 R$ 27.701,15 R$ 27.701,15 (=) Lucro bruto R$ 22.066,00 R$ 22.066,00 R$ 22.066,00 R$ 22.066,00 R$ 16.419,67 R$ 31.714,67 (-) Despesas operacionais R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 R$ 6.450,00 R$ 7.700,00 Aluguel R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 Água R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 Luz R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 Marketing R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 R$ 3.750,00 R$ 5.000,00 (=) Lucro operacional (EBITDA) R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 9.969,67 R$ 24.014,67 (-) Depreciação R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 R$ 2.326,75 (=) Lucro antes do IRPF e CSLL R$ 13.289,25 R$ 13.289,25 R$ 13.289,25 R$ 13.289,25 R$ 7.642,92 R$ 21.687,92 IRPF (15%) R$ 1.993,39 R$ 1.993,39 R$ 1.993,39 R$ 1.993,39 R$ 1.146,44 R$ 3.253,19 CSLL (9%) R$ 1.196,03 R$ 1.196,03 R$ 1.196,03 R$ 1.196,03 R$ 687,86 R$ 1.951,91 (=) Lucro líquido do exercício R$ 10.099,83 R$ 10.099,83 R$ 10.099,83 R$ 10.099,83 R$ 5.808,62 R$ 16.482,82 5.5 FLUXO DE CAIXA Considerando o regime de caixa, foi elaborado o Fluxo de Caixa demonstrado na Tabela 13. Para a análise de receitas e custos de matéria prima foi levado em conta o prazo médio de armazenagem de 30 dias, prazo médio de pagamento de 15 dias e prazo médio de recebimento de 15 dias. Tabela 13 - Fluxo de caixa Fluxo de caixa Período 0 Produção Jan Fev Mar Abr Mai Entradas Vendas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 54.625,00 R$ 109.250,00 R$ 109.250,00 R$ 95.593,75 R$ 81.937,50 Saídas Investimentos -R$ 279.210,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 Despesas R$ 0,00 -R$ 2.700,00 -R$ 7.700,00 -R$ 7.700,00 -R$ 7.700,00 -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 Custos da produção R$ 0,00 -R$ 17.290,57 -R$ 34.581,14 -R$ 31.118,50 -R$ 27.655,85 -R$ 27.655,85 -R$ 27.655,85 Impostos sobre mercadoria vendida R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ 42.954,19 -R$ 42.954,19 -R$ 44.233,14 -R$ 32.215,64 -R$ 32.215,64 Total de entradas R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 54.625,00 R$ 109.250,00 R$ 109.250,00 R$ 95.593,75 R$ 81.937,50 Total de saídas -R$ 279.210,00 -R$ 19.990,57 -R$ 85.235,33 -R$ 81.772,69 -R$ 79.589,00 -R$ 66.321,50 -R$ 66.321,50 Resultado do período -R$ 279.210,00 -R$ 19.990,57 -R$ 30.610,33 R$ 27.477,31 R$ 29.661,00 R$ 29.272,25 R$ 15.616,00 Saldo do período anterior R$ 0,00 -R$ 279.210,00 -R$ 299.200,57 -R$ 329.810,90 -R$ 302.333,59 -R$ 272.672,59 -R$ 243.400,34 Saldo acumulado -R$ 279.210,00 -R$ 299.200,57 -R$ 329.810,90 -R$ 302.333,59 -R$ 272.672,59 -R$ 243.400,34 -R$ 227.784,33 Fluxo de caixa Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Entradas R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 95.593,75 Saídas Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 Despesas -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 -R$ 6.450,00 -R$ 7.700,00 Custos da produção -R$ 27.655,85 -R$ 27.655,85 -R$ 27.655,85 -R$ 27.655,85 -R$ 31.118,50 -R$ 34.581,14 -R$ 17.290,57 Impostos sobre mercadoria vendida -R$ 32.215,64 -R$ 32.215,64 -R$ 32.215,64 -R$ 32.215,64 -R$ 32.215,64 -R$ 30.936,69 -R$ 42.954,19 Total de entradas R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 81.937,50 R$ 95.593,75 Total de saídas -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 66.321,50 66.321,50 66.321,50 66.321,50 69.784,14 71.967,83 67.944,76 Resultado do período R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 15.616,00 R$ 12.153,36 R$ 9.969,67 R$ 27.648,99 Saldo do período anterior -R$ 227.784,33 -R$ 212.168,33 -R$ 196.552,33 -R$ 180.936,33 -R$ 165.320,32 -R$ 153.166,96 -R$ 143.197,30 Saldo acumulado -R$ 212.168,33 -R$ 196.552,33 -R$ 180.936,33 -R$ 165.320,32 -R$ 153.166,96 -R$ 143.197,30 -R$ 115.548,31 5.6 VALOR PRESENTE LÍQUIDO O Valor Presente Líquido (VPL) é a diferença entre o valor presente das entradas de caixa previstas para o período que está sendo analisado e o valor presente dos montantes que a empresa gasta no mesmo período. Ele consiste no cálculo do valor atual que as futuras entradas e saídas de caixa valeriam no presente. A viabilidade econômica de um projeto se dá quando o VPL dos fluxos de caixa previstos e esperados é maior que o valor presente dos custos de investimentos. Ou seja, trazendo todos os valores para o presente, através da adaptação dos mesmos por meio de uma taxa de juros definida, o valor esperado é superior aos investimentos. Tabela 14 - VPL Durante 10 anos Fluxo de caixa 0 -R$ 279.210,00 1 R$ 146.729,92 2 R$ 146.729,92 3 R$ 146.729,92 4 R$ 146.729,92 5 R$ 146.729,92 6 R$ 146.729,92 7 R$ 146.729,92 8 R$ 146.729,92 9 R$ 146.729,92 10 R$ 146.729,92 VPL R$ 896.226,84 5.7 PAYBACK Payback é o período de tempo necessário para recuperar o capital investido. Segundo Giacomin (2008), existem dois tipos mais utilizados de payback, o simples e o descontado. O payback simples fundamenta-se na identificação do número de períodos em que retorna o investimento, pelo somatório dos resultados obtidos nos períodos de fluxo de caixa até a liquidação de seu valor. Já o payback descontado calcula o período de tempo necessário para a recuperação do capital investido, com a aplicação de uma TMA como desconto para atualização do fluxo de caixa obtido. 5.7.1 PAYBACK SIMPLES Tabela 15 - Payback Simples Durante 10 anos (PAYBACK Simples) Fluxo de caixa Saldo dev 0 -278.300,00 -278.300,00 1 R$ 146.729,92 -131.570,08 2 R$ 146.729,92 15.159,85 3 R$ 146.729,92 161.889,77 4 R$ 146.729,92 308.619,70 5 R$ 146.729,92 455.349,62 6 R$ 146.729,92 602.079,55 7 R$ 146.729,92 748.809,47 8 R$ 146.729,92 895.539,40 9 R$ 146.729,92 1.042.269,32 10 R$ 146.729,92 1.188.999,24 Payback Simples (anos) 1,90 5.7.2 PAYBACK DESCONTADO Considerando a TMA como a taxa SELIC (4,25% ao ano), é possível perceber que entre durante o segundo ano de funcionamento o dinheiro é retornado. Tabela 16 - Payback Descontado Durante10 anos (PAYBACK Descontado) Fluxo de caixa Fluxo descontado Saldo dev 0 278.300,00 -278.300,00 -278.300,00 1 R$ 146.729,92 R$ 140.748,13 -137.551,87 2 R$ 146.729,92 R$ 135.010,20 9.178,05 3 R$ 146.729,92 R$ 129.506,18 155.907,98 4 R$ 146.729,92 R$ 124.226,55 302.637,90 5 R$ 146.729,92 R$ 119.162,16 449.367,83 6 R$ 146.729,92 R$ 114.304,23 596.097,75 7 R$ 146.729,92 R$ 109.644,35 742.827,68 8 R$ 146.729,92 R$ 105.174,43 889.557,60 9 R$ 146.729,92 R$ 100.886,75 1.036.287,52 10 R$ 146.729,92 R$ 96.773,86 1.183.017,45 Payback Descontado (anos) 2,02 5.8 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) A TIR indica a taxa de desconto necessária a ser utilizada para que o VPL se iguale a zero. A taxa interna de retorno obtida é comparada a uma taxa mínima de atratividade (TMA) desejada e determinada como retorno pelo investidor. O método determina que se a TIR for maior que a TMA, o projeto deve ser aceito quando a TIR for menor que a TMA, o projeto deve ser rejeitado. Tabela 17 - TIR ( 5 anos) TIR 44,30% TMA 4,25% Com base nos resultados acima, o projeto mostrou-se viável. 6. QUADRO RESUMO Tabela 18: QUADRO RESUMO TÓPICOS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS PONTOS MATÉRIAS PRIMAS Água Malte Lúpulo Levedura Principais elementos para a fabricação de uma cerveja PROCESSO PRODUTIVO Obtenção do Malte Moagem e Brassage, Fervura Resfriamento e Clarificação Fermentação Processo de produção fabril em larga escala de cervejas IMPACTOS AMBIENTAIS Resíduos Sólidos Efluentes líquidos Impactos causados pelo processo produtivo SAZONALIDADE E CONSUMO Fatores de influência no consumo Épocas mais favoráveis para produção de maior volume e aumento das vendas ANÁLISE DA VIABILIDADE FINANCEIRA DO PROJETO Investimento inicial Custos Despesas Demonstração de resultados Fluxo de caixa VPL, PAYBACK e TIR Retorno financeiro, custos e lucros MATRIZ Ansoff e soluções Ferramentas de tomada de decisão LOGÍSTICA DE ENTREGA Fornecedor, pós-venda e pós-consumo Implementação de logística reversa como forma de redução de impactos 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, Darlan. 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