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ATENDIMENTO EMERGENCIA AULA 5

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Avaliação primária do paciente pediátrico (agravo clínico) 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Na abordagem de pacientes pediátricos com agravo clínico. 
 
Conduta 
1. Realizar impressão inicial: observação rápida (avaliação visual e auditiva do 
paciente pediátrico nos primeiros segundos de atendimento), considerando: 
• Consciência: alerta, irritável ou não responde; 
• Respiração: esforço respiratório, sons anormais (estridor, chiado, gemência) 
ou ausência de movimentos respiratórios; 
• Coloração anormal da pele: palidez, cianose ou aspecto de mármore. 
2. Se o paciente não responde: um membro da equipe deve comunicar 
imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de 
vida (SAV), enquanto o outro profissional continua avaliando o 
paciente. 
3. Se o paciente não responde e não respira ou apresenta gasping, checar 
pulso simultaneamente e: 
• Se pulso ausente: reportar-se ao Protocolo de PCR (BPed 7); 
• Se pulso presente, mas que permanece com frequência _ 60 batimentos por 
minuto (bpm) e com sinais 
de perfusão insuficiente, apesar da oxigenação e ventilação adequadas: 
reportar-se ao Protocolo de PCR (BPed 7); 
• Se pulso presente e > 60 bpm: reportar-se ao Protocolo de Parada 
Respiratória (BPed 6). 
4. Se o paciente não responde, mas respira: solicitar apoio do SAV e realizar a 
avaliação primária. 
5. Se o paciente responde: realizar a avaliação primária. 
Avaliação primária (A, B, C, D, E) 
1. Avaliar a permeabilidade da via aérea e, se indicado, corrigir situações de 
risco com as seguintes ações: 
• Permitir que o paciente adote uma posição confortável espontaneamente; 
• Realizar a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo ou de 
anteriorização da mandíbula; 
• Inspecionar a cavidade oral: aspirar secreções e retirar corpos estranhos; 
• Instalar cânula orofaríngea (somente em paciente inconsciente). 
2. Avaliar ventilação: 
• Frequência respiratória (taquipneia, bradipneia ou apneia): frequência menor 
do que 10 ou maior do que 60 incursões por minuto (ipm), em qualquer idade 
pediátrica, sugere problema potencialmente grave; 
• Sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz, retrações no tórax 
(intercostais e outras), balancim toracoabdominal (tórax retrai e abdome 
expande durante a inspiração), balanço da cabeça ao respirar, gemência; 
• Expansão e simetria torácica; 
• Oximetria de pulso: considerar a administração de oxigênio (O2) se saturação 
de O2 < 94%; 
• Considerar suporte ventilatório: máscara com reservatório ou ventilação 
assistida com dispositivo bolsavalva-máscara (BVM) (se orientado pela 
Regulação Médica); 
• Se for necessária ventilação assistida com BVM: ventilar com volume sufi 
ciente apenas para garantir a elevação visível do tórax, monitorizando oximetria 
de pulso (manter saturação de O2 entre 94 e 99%); cuidado para não 
hiperventilar (ver Protocolo BPed 30 – Técnica de ventilação com BVM). 
3. Avaliar estado circulatório: 
• Frequência cardíaca; 
• Pulsos periféricos ou centrais: amplitude e simetria; 
• Tempo de enchimento capilar; 
• Pele: coloração, umidade e temperatura; 
• Pressão arterial; 
• Na presença de sangramento ativo visível, realizar compressão direta; 
• Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica 
imediatamente (Protocolo BPed 12). 
ATENÇÃO: considerar os parâmetros vitais de acordo com a faixa etária (BPed 
1). 
4. Avaliar estado neurológico: 
• AVDI (alerta, verbal, dor e irresponsivo); 
• Escala de Coma de Glasgow (BPed 1); 
• Avaliação pupilar: tamanho, fotorreatividade e simetria. 
5. Exposição: 
• Manter o paciente confortável e aquecido; 
• Procurar por manchas e lesões em pele, deformidades, etc.; 
• Buscar evidências de trauma ou sinais de maus tratos; 
• Evitar hipotermia. 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• O objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir situações de risco 
imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que apresentar 
alterações significativas em qualquer etapa da avaliação. 
• Se o paciente for considerado crítico, o tempo de permanência na cena deve 
ser o mínimo possível. 
• Para manter a permeabilidade da via aérea: considerar o uso de manobras 
manuais e de dispositivos de abertura de via aérea, com atenção para a 
técnica adequada de inserção da cânula orofaríngea em pediatria (Protocolo 
BPed 32). 
• Para determinar a frequência respiratória no paciente pediátrico, deve-se 
contar por pelo menos 30 segundos e multiplicar por dois, para evitar 
imprecisões. 
• Lembrar que a ventilação do paciente pediátrico deve ser realizada com 
técnica e equipamento adequados à idade e peso (BPed 1). 
• Cuidado ao ventilar o paciente pediátrico: a ventilação muito agressiva ou 
com grandes volumes correntes pode causar hiperinsuflação e barotrauma, 
além de levar à distensão gástrica, resultando em regurgitação, aspiração e 
impedimento da ventilação adequada pela limitação da movimentação do 
diafragma. 
• Repetir avaliação primária durante o transporte. 
Avaliação secundária do paciente pediátrico (agravo clínico) 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Na abordagem de pacientes pediátricos com agravo clínico. 
 
Conduta 
 
1. Realizar entrevista SAMPLE (com o paciente, familiares ou terceiros): 
• Nome e idade; 
• Queixa principal; 
S: sinais e sintomas no início da enfermidade; 
A: história de alergias; 
M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso; horário da última dose; 
P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia; 
L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; 
E: eventos que levem à doença ou lesão atual. 
 
ATENÇÃO: Em pacientes inconscientes ou impossibilitados de responder, 
buscar informações com circundantes ou familiares. 
 
2. Realizar avaliação complementar: 
• Monitorizar oximetria de pulso; 
• Avaliar glicemia capilar: se < 60 mg/dL (ou < 50 mg/dL no neonato), informar 
imediatamente ao médico 
regulador. 
3. Realizar o exame físico da cabeça aos pés: 
• Objetivo: identificar condições não detectadas na avaliação primária. 
• Técnicas a serem utilizadas: inspeção seguida de palpação. 
 
Cabeça (crânio e face) 
• Inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos, pupilas 
(verificar diâmetro, reação à 
luz e simetria pupilar), nariz, boca; 
• Identificar abaulamento e tensão de fontanela anterior (fechamento entre 9 e 
18 meses); 
• Identificar presença de secreções, sangue e/ou líquido em cavidades naturais; 
• Identificar presença de corpos estranhos; 
• Identificar sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz, balanço 
da cabeça ao respirar; 
• Observar alterações na coloração e temperatura da pele e mucosas. 
 
Pescoço 
 
• Inspecionar região anterior e posterior: procurar por contusões, ferimentos, 
crepitações, deformidades; 
• Observar se há distensão das veias. 
 
Tórax 
 
• Identificar sinais de esforço respiratório: retrações no tórax (intercostais e 
outras), balancim toracoabdominal (tórax retrai e abdome expande durante a 
inspiração), gemência; 
• Observar lesões e cicatrizes na pele; 
• Realizar a palpação cuidadosa em busca de crepitações subcutâneas e/ou 
ósseas. 
 
Abdome 
 
• Observar distensão, contusões, abrasões, ferimentos, equimoses, cicatrizes; 
• Pesquisar à palpação: dor, rigidez, presença de massas palpáveis. 
Pelve 
 
• Observar formato da região, realizar palpação das cristas ilíacas em busca de 
dor, realizando os dois testes de pressão (laterolateral e anteroposterior) uma 
única vez; 
• Inspecionar a região genital na presença de história de trauma local e/ou de 
sangramentos evidentes na região; 
• Inspecionar, nos bebês e crianças, a região sob as fraldas/roupas, incluindo a 
região glútea, em busca de lesões sugestivas de maus tratos. 
 
Membros superiores e inferiores 
 
• Observar à inspeção: deformidades, desvios, coloração e ferimentos; 
• Pesquisar sensibilidade,crepitações, pulsos distais (descrever simetria e 
amplitude) e perfusão dos membros; 
• Avaliar a força motora (exceto no membro com suspeita de fratura), 
solicitando que o paciente (se possível para a idade): 
• Movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada vez; 
• Aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez; 
• Realizar a avaliação sempre comparando um membro com o outro. 
Dorso (se possível) 
• Inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas, cicatrizes, 
ferimentos; 
• Palpar caixa torácica posterior e a coluna vertebral em busca de dor. 
4. Realizar avaliações seriadas dos sinais vitais, reenchimento capilar e nível 
de consciência. 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória, principalmente 
nos pacientes críticos ou se a sua realização implicar em atraso de transporte. 
• O objetivo da avaliação secundária é detectar problemas que não foram 
identificados na avaliação primária e cuidar das condições que não ameaçam a 
vida. 
• Registrar detalhadamente os achados da avaliação secundária. 
• No paciente pediátrico, estar sempre atento à presença de lesões e sinais de 
maus tratos, mesmo quando a história não sugerir essa hipótese. Procurar por 
lesões em áreas não expostas; reportar-se aos Protocolos: Avaliação Primária 
e Secundária no Trauma (BPed 24 e BPed 25) e Maus Tratos. 
 
Ovace na criança 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ou sinais de 
sufocação. 
 
Conduta 
1. Avaliar a gravidade: 
• Obstrução leve: paciente capaz de responder se está engasgado. 
Consegue tossir, emitir alguns sons e respirar; 
• Obstrução grave: paciente apresenta início súbito de grave dificuldade 
respiratória; não consegue tossir ou emitir qualquer som (tosse silenciosa); 
pode apresentar o sinal de angústia (sinal universal de asfixia). 
2. Considerar abordagem específica: 
• OBSTRUÇÃO LEVE EM CRIANÇA RESPONSIVA 
• Não realizar manobras de desobstrução; 
• Acalmar o paciente; 
• Incentivar tosse vigorosa; 
• Observar atenta e constantemente; 
• Se evoluir para obstrução grave: ver item Obstrução grave. 
• OBSTRUÇÃO GRAVE EM CRIANÇA RESPONSIVA 
• Executar a manobra de Heimlich, conforme descrito a seguir: 
Abaixar-se, posicionando-se atrás do paciente com os braços à altura da 
crista ilíaca; Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la no abdome do 
paciente, na linha média, acima do umbigo, com o polegar voltado para o 
abdome; Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome 
em movimentos rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J); 
Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se 
irresponsivo. Após a expulsão do corpo estranho, realizar a avaliação primária 
e oferecer oxigênio por máscara, se necessário. 
 
Obs.: Lembrar-se de dosar a força aplicada no paciente pediátrico. 
• OBSTRUÇÃO GRAVE EM CRIANÇA IRRESPONSIVA 
• Se a criança tornar-se irresponsiva, o profissional deve interromper a 
manobra de Heimlich e iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar; 
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; 
• Iniciar manobras aplicando inicialmente 30 compressões torácicas com o 
objetivo de expelir o corpo estranho; 
• Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover o 
corpo estranho, se visível e facilmente alcançável (com os dedos ou pinça); 
• Caso nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa-
valva-máscara; se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a 
cabeça e insuflar novamente; 
• Se ainda assim o ar não passar ou o tórax não expandir, realizar 30 
compressões torácicas (um profissional) ou 15 compressões (dois 
profissionais) e inspecionar cavidade oral; 
• Na ausência de sucesso, repetir ciclos de compressões e ventilações; 
• Considerar o transporte imediato, mantendo as manobras básicas de 
reanimação; 
• Se o objeto for expelido e ocorrer a passagem do ar (tórax expandir), realizar 
a avaliação primária e oferecer oxigênio; 
• Na ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso. 
3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória (BPed 7). 
4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Lembrar sempre de inspecionar a cavidade oral antes de cada ventilação. 
• Não realizar a varredura digital às cegas para a localização e retirada de 
corpo estranho. 
Ovace no bebê 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ou sinais de 
sufocação em paciente < 1 ano de idade. 
 
Conduta 
1. Avaliar a gravidade: 
• Obstrução leve: paciente consegue tossir, emitir alguns sons e respirar; 
• Obstrução grave: paciente apresenta início súbito de grave dificuldade 
respiratória; não consegue tossir ou emitir qualquer som (choro ou tosse 
silenciosos). 
2. Considerar abordagem específica: 
• OBSTRUÇÃO LEVE EM BEBÊ RESPONSIVO 
• Não realizar manobras de desobstrução; 
• Acalmar o paciente; 
• Permitir tosse vigorosa; 
• Observar atenta e constantemente; 
• Se evoluir para obstrução grave: ver abaixo: 
• OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ RESPONSIVO 
• Executar as manobras de desobstrução, conforme descrito a seguir: 
O profissional deve sentar-se para realizar a manobra; Posicionar o bebê em 
decúbito ventral sobre o antebraço do profissional, que deve apoiar a região 
mentoniana do bebê com os dedos em fúrcula; Apoiar o antebraço que suporta 
o bebê sobre sua coxa, mantendo a cabeça em nível discretamente inferior ao 
tórax; Aplicar ciclos repetidos de cinco golpes no dorso (entre as escápulas 
e com o calcanhar da mão), seguidos de cinco compressões torácicas 
logo abaixo da linha intermamilar, até que o objeto seja expelido ou o 
bebê torne-se irresponsivo. 
Obs.: Lembrar-se de dosar a força aplicada no paciente pediátrico. 
• OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ IRRESPONSIVO 
• Se o bebê tornar-se irresponsivo, um dos profissionais da equipe deve entrar 
em contato com a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de 
vida; 
• Assim que o bebê tornar-se irresponsivo, o profissional que realiza as 
manobras deve parar de aplicar golpes no dorso e, imediatamente, iniciar 
manobras de ressuscitação cardiopulmonar; 
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; 
• Iniciar as manobras aplicando inicialmente 30 compressões torácicas sobre o 
esterno, logo abaixo da linha intermamilar, com o objetivo de expelir o corpo 
estranho; 
• Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover 
(com os dedos) o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável; 
• Caso nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa-
valva-máquina; se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a 
cabeça e insuflar novamente; 
• Se ainda assim o ar não passar ou o tórax não expandir, realizar 30 
compressões torácicas (um profissional) ou 15 compressões (dois 
profissionais) e inspecionar a cavidade oral; 
• Repetir ciclos de compressões e ventilações até que o objeto seja expelido; 
• Considerar o transporte imediato, sob orientação da Regulação Médica, 
mantendo as manobras básicas de reanimação, com ciclos de 30 compressões 
torácicas (com um profissional) ou 15 compressões (com dois profissionais) e 
duas ventilações após inspecionar a cavidade oral; 
• Se o objeto for expelido e ocorrer a passagem do ar (tórax expandir), realizar 
a avaliação primária e oferecer oxigênio; 
• Na ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso. 
3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória (BPed 7). 
4. Realizar contato com a Regulação Médicae passar os dados de forma 
sistematizada. 
5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observação 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Lembrar sempre de inspecionar a cavidade oral antes de cada ventilação. 
• Não realizar a varredura digital às cegas para a localização e retirada de 
corpo estranho. 
Parada respiratória no paciente pediátrico 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Paciente irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente, com 
pulso central palpável e com frequência maior do que 60 batimentos por minuto 
(bpm). 
 
Conduta 
 
1. Checar responsividade: 
• No bebê: estímulo plantar; 
• Na criança: tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta. 
2. Se paciente não responsivo: 
• Um dos profissionais da equipe deve comunicar imediatamente a Regulação 
Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), além de 
providenciar o desfribilador externo automático (DEA) e os equipamentos de 
emergência; 
• Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): 
• Permanecer com o paciente; 
• Checar respiração e pulso simultaneamente. 
ATENÇÃO: checar pulso central por, no máximo, 10 segundos: 
• No bebê: pulso braquial; 
• Na criança: pulso carotídeo ou femoral. 
3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. 
4. Se respiração ausente ou agônica (gasping) e pulso presente e com 
frequência maior do que 60 bpm: 
• Abrir via aérea e administrar insuflações com dispositivo bolsa-valva-máscara 
(a insuflação de boa qualidade deve ter duração de 1 segundo e promover 
visível elevação do tórax); 
• Administrar uma insuflação de boa qualidade a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 
insuflações/minuto) e verificar a presença de pulso a cada 2 minutos; 
• Lembrar da proteção cervical na presença de trauma; 
• Instalar rapidamente suprimento de oxigênio 100% em alto fluxo (10 a 15 
L/min) na bolsa-valva-máscara; 
• Considerar a instalação da cânula orofaríngea – Protocolo BPed 32; 
• Confirmar constantemente a efetiva insuflação (visível elevação do tórax). 
5. Instalar oxímetro de pulso. 
6. Manter constante atenção para a ocorrência de parada cardiorrespiratória. 
7. Se, a qualquer momento, ocorrer ausência de pulso, iniciar manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar (RCP), começando pelas compressões 
torácicas, conforme Protocolo BPed7, e instalar o DEA; 
8. Se, a qualquer momento, ocorrer pulso com frequência _ 60 bpm, com sinais 
de perfusão inadequada apesar da ventilação e oxigenação adequadas: iniciar 
manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas), rechecando o 
pulso a cada 2 minutos, conforme Protocolo BPed7, e instalar o DEA. 
9. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
10. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e ou 
transporte para a unidade de 
saúde. 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Manter a reanimação ventilatória ininterruptamente até a chegada do SAV ou 
até chegar ao hospital, ou se o paciente apresentar ventilação espontânea 
(respiração, tosse e/ou movimento). 
 
PCR e RCP no bebê e na criança 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Identificar parada cardiorrespiratória (PCR) quando o paciente pediátrico 
estiver irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente e sem 
pulso central palpável. 
 
Critérios de inclusão para a necessidade de ressuscitação cardiopulmonar 
(RCP) em pediatria: 
• Paciente que apresente PCR; 
• Paciente irresponsivo e com respiração agônica ou ausente, que apresente 
pulso central palpável mas com frequência _ 60 batimentos por minuto (bpm) e 
com sinais de perfusão insuficiente, apesar da oxigenação e ventilação 
adequadas. 
 
Conduta 
 
1. Checar responsividade: 
• No bebê: estímulo plantar; 
• Na criança: tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta. 
2. Se paciente não responsivo: 
• Um dos profissionais da equipe deve comunicar imediatamente a Regulação 
Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), além de 
providenciar o desfribilador externo automático (DEA) e os equipamentos de 
emergência; 
• Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): 
• Permanecer com o paciente; 
• Checar respiração e pulso simultaneamente. 
ATENÇÃO: checar pulso central por, no máximo, 10 segundos: 
• No bebê: pulso braquial; 
• Na criança: pulso carotídeo ou femoral 
3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. 
4. Se respiração ausente ou agônica (gasping), considerar: 
• SE PULSO PRESENTE E MAIOR DO QUE 60 BPM (Protocolo BPed 6 – 
Parada respiratória) 
• Abrir via aérea; 
• Aplicar uma insuflação efetiva com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM) e 
oxigênio (O2) suplementar a 100% a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insufl 
ações/min); 
• Verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. 
• SE PULSO PRESENTE, MAS QUE PERMANECE COM FREQUÊNCIA 
MENOR OU IGUAL A 60 BPM E COM SINAIS DE PERFUSÃO INADEQUADA, 
APESAR DE VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO ADEQUADAS 
• Iniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas compressões 
torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos. 
• SE PULSO AUSENTE 
• Iniciar imediatamente as manobras de RCP, começando pelas compressões 
torácicas, enquanto é instalado o DEA: 
• Após 30 compressões torácicas (se um profissional realiza as manobras), 
abrir manualmente as vias aéreas e aplicar duas insuflações com dispositivo 
BVM com O2 suplementar a 100% (10 a 15 L/min). 
• A relação compressão e insuflação deve ser de: 
• 30:2 se houver apenas um profissional realizando a RCP, com frequência de 
100 a 120 compressões por minuto; 
• 15:2 se houver dois profissionais realizando a RCP (um para compressões e 
um para insuflações), com frequência de 100 a 120 compressões por minuto. 
• Assim que o DEA estiver disponível e sem interrupção dos ciclos de RCP, 
posicionar os eletrodos no tórax desnudo e seco do paciente. Se o DEA for 
equipado com atenuador de carga, utilizar da seguinte forma: 
• No bebê (< 1 ano): se disponível, usar DEA com sistema eletrodos-cabos 
pediátricos (que atenuam a carga de energia); 
• Na criança entre 1 e 8 anos ou < 25 kg de peso: se disponível, usar DEA com 
sistema eletrodoscabos pediátricos (que atenuam a carga de energia); 
• Na criança > 8 anos ou > 25 kg: usar DEA com sistema eletrodos-cabos 
adulto. 
IMPORTANTE: caso não disponha de sistema eletrodos-cabos pediátricos, 
podem ser utilizadas pás de adulto em qualquer idade pediátrica, devendo 
assegurar-se de que as pás não se toquem ou se superponham quando 
posicionadas no tórax do paciente; se necessário, pode ser colocada uma pá 
na parede anterior do tórax e a outra no dorso (na região interescapular). 
• Interromper as compressões torácicas para a análise do ritmo. 
• Seguir as orientações do DEA e aplicar choque se indicado pelo aparelho. 
• Reiniciar ciclos de RCP (sempre começando pelas compressões torácicas) 
imediatamente após: 
• A aplicação do choque ou 
• Na ausência de pulso após o aparelho não ter indicado choque. 
• Se, a qualquer momento após a análise do ritmo pelo DEA, o aparelho não 
indicar choque, deve-se checar o pulso e: 
• Se pulso não palpável: reiniciar imediatamente os ciclos de RCP (começando 
pelas compressões torácicas); 
• Se pulso palpável mas com frequência _ 60 bpm e sinais de perfusão 
inadequada (apesar de ventilação e oxigenação adequadas) e respiração 
ausente, reiniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas 
compressões torácicas); 
• Se pulso palpável (e com frequência > 60 bpm) e respiração ausente: seguir o 
Protocolo BPed 6 (Parada Respiratória); 
• Se pulso palpável e respiração presente ou paciente apresentando sinais de 
circulação (respiração espontânea, tosse e/ou movimento): interromper as 
manobras de RCP e instituir Cuidados Pós Ressuscitação (Protocolo BPed 8). 
5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentose ou 
transporte para a unidade de 
saúde. 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Compressões torácicas de boa qualidade compreendem: 
• Paciente pediátrico posicionado em decúbito dorsal horizontal, sobre 
superfície rígida e plana; 
• No bebê: comprimir o esterno com dois dedos posicionados imediatamente 
abaixo da linha intermamilar, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro 
anteroposterior do tórax ou cerca de 4 cm; 
• Na criança: realizar compressões com uma ou duas mãos posicionadas na 
metade inferior do esterno, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro 
anteroposterior do tórax ou cerca de 5 cm; 
• Permitir o completo retorno do tórax após cada compressão; não se apoiar 
sobre o tórax após cada compressão; 
• Minimizar ao máximo as interrupções nas compressões torácicas (limitar as 
interrupções a menos de 10 segundos); 
• Comprimir na frequência de 100 a 120 compressões/min; 
• Alternar os profissionais que aplicam as compressões a cada 2 minutos. 
• Insuflações de boa qualidade compreendem: 
• Insuflação com duração de 1 segundo, com volume sufi ciente apenas para 
promover a elevação do tórax; e 
• Visível elevação do tórax. 
• Utilizar o DEA assim que disponível, mantendo as manobras de reanimação 
até a efetiva instalação e disponibilidade do equipamento. 
• Manter os ciclos de RCP ininterruptamente até a chegada do apoio (SAV) ou 
até chegar à unidade de saúde, conforme orientação da Regulação Médica, ou 
se o paciente apresentar sinais de circulação (respiração espontânea, tosse 
e/ou movimento). 
• NÃO HÁ INDICADORES SEGUROS DE RESULTADOS PARA ORIENTAR 
QUANDO TERMINAR OS ESFORÇOS DE REANIMAÇÃO NO PACIENTE 
PEDIÁTRICO. 
 
Cuidados pós-ressuscitação em pediatria 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Paciente com retorno da circulação espontânea após manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar (RCP). 
 
Conduta 
1. Manter os eletrodos do desfribilador externo automático (DEA) instalados no 
tórax do paciente. 
2. Otimizar a ventilação e oxigenação com ênfase para: 
• Manter permeabilidade da via aérea: aspirar secreções e instalar cânula 
orofaríngea (Guedel) se necessário; 
• Se respiração espontânea, oferecer oxigênio (O2) por máscara não reinalante 
10 a 15 L/min, o sufi ciente para: 
• Manter saturação de O2 _ 94% e < 100% (entre 94 e 99%); 
• Se saturação de O2 < 90% após receber O2 100% por máscara não 
reinalante, considerar suporte ventilatório com dispositivo bolsa-valva-máscara 
com reservatório, sob orientação da Regulação Médica; 
• Se respiração ausente ou gasping e com pulso, considerar: 
• Se pulso presente e > 60 batimentos por minuto (bpm): aplicar uma insuflação 
efetiva com bolsavalva-máscara e O2 suplementar a 100% a cada 3 a 5 
segundos (12 a 20 insuflações/min) e verificar a presença de pulso a cada 2 
minutos. Seguir o Protocolo BPed 6 (Parada respiratória); 
• Se, a qualquer momento, pulso presente mas < 60 bpm com sinais de 
perfusão inadequada apesar de ventilação e oxigenação adequadas: reiniciar 
imediatamente as manobras de RCP (começando pelas compressões 
torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos. Seguir o Protocolo BPed 7 (PCR e 
RCP). 
3. Avaliar sinais vitais. 
4. Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica 
imediatamente (Protocolo BPed 12); 
5. Monitorar glicemia capilar: se hipoglicemia, comunicar imediatamente a 
Regulação Médica e reportar-se ao Protocolo BPed 18. 
6. Atentar para a recorrência de parada cardiorrespiratória e a necessidade de 
reiniciar RCP, seguindo as orientações do DEA. 
7. Preparar para o transporte, conforme orientação da Regulação Médica. 
8. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
9. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
 
Reanimação neonatal (recém-nascido que necessita de reanimação) 
 
Quando suspeitar ou criterios de inclusao: 
 
Para todo recem-nascido que, imediatamente apos a saida da cavidade 
uterina, receber pelo menos uma resposta NAO para as seguintes perguntas: 
• A gestacao foi a termo? 
• O RN esta respirando (considerar respiracao regular) ou chorando ao nascer? 
• O RN apresenta bom tonus muscular (tonus muscular em flexao e 
movimentos ativos)? 
Se pelo menos uma das respostas for “NÃO”: avaliar se o RN necessita de 
manobras de reanimacao, de acordo com a situacao encontrada. 
 
Conduta: 
1. Realizar clampeamento do cordao umbilical: 
• EM 30 A 60 SEGUNDOS, se o RN for pre-termo < 34 semanas e apresentar 
respiracao regular e movimentacao ativa e com tonus em flexao; 
• O RN pode ser colocado sobre o abdome materno durante esse periodo, sem 
tracionar o cordão umbilical; tomando o cuidado de envolver a regiao das 
fontanelas e o corpo em campo esteril para evitar hipotermia; se isso nao for 
possivel, apoia-lo na cama ou maca sobre campo esteril, entre as 
pernas da mae, cobrindo-o com o campo esteril. 
• IMEDIATAMENTE se o RN, de qualquer idade gestacional, nao iniciar a 
respiracao ou estiver hipotonico (nao apresentar tonus muscular em flexao e 
movimentos ativos). Nesses casos reportar-se rapidamente a Regulacao 
Medica. 
2. Realizar estabilizacao inicial apos o clampeamento do cordao (em ate 30 
segundos, obedecendo a sequencia abaixo: 
 
A. Prover calor: 
• Ainda envolvido em campo esteril, retirar o RN do abdome materno ou do 
espaco entre as pernas da mae e coloca-lo sobre superficie plana; 
• Atencao para envolver todo o corpo e a cabeca (em especial a regiao das 
fontanelas) do RN no campo esteril, exceto a face; 
• Conduta para o prematuro com idade gestacional menor que 34 semanas: 
• sem seca-lo, introduzir seu corpo, exceto a face, dentro de um saco plastico 
transparente (saco de polietileno de 30x50cm), cobrindo tambem o couro 
cabeludo com triangulo plastico (principalmente sobre as fontanelas); 
• por cima, colocar touca de la ou algodao; realizar todas as manobras de 
reanimacao com o RN envolvido em plastico. O saco plastico so sera retirado 
no hospital. 
 
B. Colocar o RN em decubito dorsal com leve extensao do pescoco, para 
manter a permeabilidade das vias aereas. 
ATENCAO: pode ser necessario colocar um coxim sob os ombros para facilitar 
o posicionamento adequado da cabeca, especialmente no RN pre-termo. 
 
C. Somente se tiver secrecao, aspirar delicadamente as vias aereas, com 
sonda no 8 ou 10, com pressão negativa maxima de 100 mmHg: 
• aspirar primeiro a boca e, a seguir, as narinas; 
• evitar introduzir a sonda de aspiracao de forma brusca ou na faringe posterior, 
para evitar resposta vagal e espasmo laringeo, com apneia e bradicardia. 
ATENCAO: no caso do RN nao ser a termo ou nao estar com respiracao 
regular ou apresentar hipotonia, se o liquido amniotico for meconial, e prudente, 
durante a realizacao dos passos iniciais, aspirar boca e narinas 
com sonda no 10. 
D. Secar o corpo e a cabeca, em especial a regiao das fontanelas, e desprezar 
os campos (ou compressas) umidos; exceto o RN < 34 semanas, que estara 
dentro do saco plastico. 
E. Colocar touca de la ou algodao. 
F. Envolver em outro campo esteril limpo e seco, mantendo abertura frontal 
suficiente para terminar a avaliacao. 
G. Se necessario, reposicionar a cabeca em leve extensao. 
3. Avaliacao simultanea da respiracao e a frequencia cardiaca (FC): 
Atencao: Os passos iniciais da estabilizacao atuam como um estimulo sensorial 
importante para o inicio da respiracao. 
• Se ha respiracao espontanea e regular ou choro e FC > 100 bpm (verificada 
inicialmente pela ausculta do precordio com estetoscopio, contando por 6 
segundos e multiplicando por 10), finalizar os cuidados de rotina e observar 
continuamente a atividade, tonus muscular e respiracao/choro (ver Protocolo 
 
Assistenciaao RN que nasce bem); 
 
• Se o RN apresentar apneia, respiracao irregular e/ou FC < 100 bpm: 
enquanto um profissional da equipe inicia ventilacao com pressao positiva 
(VPP), o outro instala o sensor do oximetro de pulso. Nesses RN, e preciso 
iniciar a VPP nos primeiros 60 segundos de vida (Golden minute) e companhar 
a FC e a saturacao de oxigenio (SatO2) pelo oximetro de pulso. Nesse caso, 
reportar-se a Regulacao Medica e relatar a situacao. 
• Tecnica de Ventilacao com pressao positiva (VPP): 
Realizar com bolsa-valva-mascara no ritmo de 40 a 60 insuflacoes por minuto 
(regra mnemonica: “aperta...solta...solta...aperta...solta... solta... aperta... 
solta...solta...”); 
• Tecnica para instalacao do sensor do oximetro: 
- Instalar o sensor neonatal no pulso radial direito do RN (localizacao pre-
ductal), cuidando para que o sensor que emite luz fique na posicao diretamente 
oposta ao que recebe a luz e envolvendo-os com uma faixa ou bandagem 
elastica; 
- Avaliar a SatO2 de acordo com o tempo de vida, conforme quadro a seguir: 
 
Valores de SatO2 pre-ductal desejaveis apos o nascimento: 
• ate 5 minutos de vida: 70 - 80% 
• 5 a 10 minutos de vida: 80 - 90% 
• > 10 minutos de vida: 85 - 95% 
• a leitura confiavel da SatO2 demora cerca de 1 a 2 minutos após o 
nascimento, desde que haja debito cardiaco suficiente, com perfusao 
periferica. 
 
4. Conduta no RN que apresenta apneia, respiracao irregular e/ou FC < 100 
bpm: 
• Iniciar VPP com balao e mascara facial em ar ambiente nos primeiros 60 
minutos de vida (Golden minute); se o RN for prematuro < 34 semanas, iniciar 
VPP com O2 30% se o blender estiver disponivel ou VPP com O2 a 100% se 
nao houver blender; 
• O outro profissional da equipe instala o sensor do oximetro de pulso enquanto 
entra em contato com a Regulacao Medica para relatar a situacao; deve 
controlar FC e a SatO2; 
• Se apos 30 segundos de VPP com ar ambiente o RN apresentar FC > 100 
bpm e respiracao espontanea e regular, suspender o procedimento e reportar-
se ao Protocolo BPed 10 (Assistencia ao RN que nasce bem); 
• Se apos 30 segundos de VPP com ar ambiente o RN nao melhorar, reavaliar 
e corrigir a tecnica da VPP (ajuste da mascara, permeabilidade de vias aereas, 
pressao inspiratoria) e ventilar por mais 30 segundos; 
• Se apos a correcao da tecnica da VPP em ar ambiente o RN nao melhorar 
(mantiver FC <100 bpm ou respiracao irregular ou a SatO2 e baixa), manter a 
VPP enquanto o outro profissional da equipe reporta-se a Regulacao Medica 
para receber orientacoes; nesse momento, aumentar em 20% a concentracao 
de O2 se blender disponivel ou para 100% se nao houver blender e, apos 30 
segundos, avaliar a FC, a SatO2 e o retorno da respiracao espontanea e 
regular. 
• Mais importante para o paciente recem-nascido e a aplicacao da VPP com 
balao e mascara com a tecnica correta do que o uso do oxigenio suplementar; 
• Se, apos 30 segundos de VPP com balao e mascara com a tecnica correta e 
O2 100%, a FC for < 60 bpm: alem da ventilacao, iniciar compressoes 
toracicas, preferencialmente com a tecnica dos polegares sobrepostos sobre o 
terco inferior do esterno (logo abaixo da linha intermamilar) e as maos 
envolvendo o torax do RN, sincronizando compressao e ventilacao, na 
proporcao de 3 (tres) compressoes para 1 (uma) ventilacao (3:1) com O2 
100%; comprimir na profundidade de 1/3 do diametro anteroposterior do torax, 
permitindo a reexpansao plena do torax apos cada compressao; 
ATENCAO: a tecnica com os polegares justapostos para realizacao das 
compressoes toracicas aumenta a chance de lesoes dos pulmoes e do figado; 
por isso, e mais segura a tecnica com os polegares sobrepostos, a qual 
tambem gera maior pico de pressao. 
• Se apos 60 segundos de insuflacoes com O2 100% e compressoes toracicas 
a FC for > 60 bpm: interromper a compressao toracica e manter insuflacoes (40 
a 60 ipm) ate que FC > 100 bpm e respiracao regular, controlando a SatO2; 
• Se apos 60 segundos de insuflacoes com O2 100% coordenadas com 
compressoes toracicas o RN mantiver FC < 60 bpm: verificar as tecnicas da 
ventilacao e compressao toracica e corrigir se necessario; 
• Se todas as tecnicas estiverem corretas e a FC permanecer < 60 bpm: manter 
as manobras de ressuscitacao com ritmo de 3:1 e seguir as orientacoes da 
Regulacao Medica. 
5. Realizar contato com a Regulacao Medica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
6. Aguardar orientacao da Regulacao Medica para procedimentos e/ou 
transporte do binomio Mae e RN para a unidade de saude. 
 
Escore de Apgar 
Avaliar no primeiro e no quinto minuto de vida. Se no quinto minuto for menor 
do que 7, avaliar a cada 5 minutos, ate o total de 20 minutos. 
 
SINAL 0 1 2 
Frequência cardíaca (bpm) ausente lenta (< 100) maior que 100 
 
Movimentos respiratórios ausentes lentos, irregulares bons, choro 
 
Tônus muscular flácido alguma flexão movimentação 
 ativa 
Irritabilidade reflexa sem resposta careta tosse reflexa, 
 (cateter nasal) espirros,,choro 
 
Cor azul ou pálido corpo róseo, completamente 
 extremidades róseo 
 azuis 
 
Observacoes: 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2 e PE3) 
• Atentar para o direito da crianca de ter um acompanhante (responsavel legal 
ou outro); 
• Temperatura ambiente ideal para o nascimento: 23 a 26°C, inclusive na 
ambulancia. Nesse caso, manter portas e janelas fechadas, sem corrente de ar 
e sem ventiladores ou ar condicionado ligados. 
• Considerar as definicoes: 
• RN a termo: idade gestacional entre 37 e 41 semanas; 
• RN pre-termo (prematuro): idade gestacional < 37 semanas; 
• RN pre-termo tardio: entre 34 e 36 semanas; 
• RN pos-termo: idade gestacional ≥ 42 semanas. 
• ATENCAO: em caso de suspeita de descolamento prematuro de placenta, 
placenta previa, rotura ou prolapso ou no verdadeiro de cordao, o 
clampeamento do cordao deve ser imediato. 
• A temperatura axilar dever ser mantida entre 36,5 e 37,5°C (normotermia) 
durante os procedimentos de reanimacao. 
• Lembrar: no RN, o procedimento mais importante para corrigir a bradicardia e 
a ventilacao adequada. 
• Tecnica correta de VPP: o ajuste correto da mascara neonatal a face do RN 
(a mascara e aplicada no sentido do queixo para o nariz e deve cobrir a ponta 
do queixo, boca e nariz; os dedos indicador e polegar, formam a letra “C”, 
exercendo leve pressao, e os demais dedos formam a letra “E”), com 
manutencao da permeabilidade das vias aereas (posicao da cabeca em leve 
extensao, aspiracao de secrecoes se necessario e manutencao da boca do RN 
aberta) e pressao adequada no balao; 
• O balao autoinflavel fornece concentracao de oxigenio de 21% (ar ambiente, 
quando nao esta conectado ao oxigenio e ao reservatorio) ou de 90-100% 
(conectado a fonte de oxigenio a 5L/minuto e ao reservatorio). Concentracoes 
intermediarias de oxigenio so podem ser administradas se houver o misturador 
de oxigenio e ar comprimido (blender) pronto para uso; 
• Cuidado com a pressao (inspiratoria) aplicada no balao durante a VPP: ela 
deve produzir visível movimento toracico leve e ausculta da entrada de ar, sem 
levar a superdistensao, sendo individualizada para que o RN alcance e 
mantenha FC >100bpm.• ATENCAO: a verificacao continua da tecnica de ventilacao, com enfase no 
ajuste adequado da mascara a face, na permeabilidade das vias aereas e no 
uso de pressao adequada (nao insuficiente nem excessiva) no balao e 
fundamental para o sucesso da reanimacao. O indicador mais importante de 
que a VPP esta sendo efetiva e o aumento da FC; depois, o estabelecimento 
da respiracao espontanea. 
• Lembrar: no RN, o procedimento mais importante para corrigir a bradicardia e 
a ventilacao adequada. 
• Atencao especial a extrema fragilidade do recem-nascido prematuro, o que 
indica a necessidade de delicadeza adicional na execucao das manobras. 
 
Insuficiência respiratória aguda 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
Paciente com dificuldade respiratória ou alteração de ritmo e/ou frequência 
ventilatória, de início súbito ou como evolução de um desconforto respiratório, e 
de gravidade variável. 
 
Sinais e sintomas de gravidade: 
• Alteração do nível de consciência (agitação, confusão, sonolência, 
inconsciência); 
• Cianose; 
• Uso de musculatura acessória: batimento de asa de nariz, retrações 
subcostais e/ou de fúrcula esternal; 
• Dificuldade na fala (frases curtas e monossilábicas); 
• Alteração na frequência cardíaca (bradicardia ou taquicardia - > 140 
batimentos por minuto); e 
• Saturação de oxigênio (SatO2) < 90%. 
 
Conduta 
1. Realizar a impressão inicial: nível de consciência, respiração e coloração da 
pele (Protocolo BPed2); 
2. Realizar a avaliação primária (Protocolo BPed2) com ênfase para: 
• Manter a permeabilidade da via aérea; aspirar secreções se necessário; 
• Considerar a possibilidade de obstrução de vias aéreas por corpo estranho 
(Protocolo BPed4 e BPed5); 
• Manter o paciente em decúbito elevado, em graus variáveis, de acordo com a 
intensidade do desconforto respiratório, permitindo que assuma uma posição 
de conforto; 
• Avaliar parâmetros da ventilação: 
• Frequência respiratória: lembrar que frequência menor do que 10 ou maior do 
que 60 incursões por minuto, em qualquer idade pediátrica, sugere problema 
potencialmente grave; 
• Sinais de esforço respiratório: batimento de asa nariz; retração subcostal, 
subesternal, intercostal, supraclavicular e supraesternal; respiração em 
balancim; meneios da cabeça; gemência; 
• Expansão e simetria torácica; 
• Avaliar oximetria de pulso e administrar oxigênio suplementar por máscara 
não reinalante 10 a 15 L/min. se SatO2 < 94%; 
• Avaliar o nível de consciência: se Escala de Glasgow _ 8, informar à 
Regulação Médica. 
3. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3) com ênfase para: 
• Monitorar o padrão respiratório (frequência, amplitude e assimetria) e ruídos 
respiratórios; 
• Monitorar oximetria, frequência cardíaca, pressão arterial; 
• Realizar entrevista Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado 
médico, Líquidos e alimentos, 
Eventos relacionados com o trauma ou doença (SAMPLE) . 
4. Estar atento à possibilidade de parada respiratória (Protocolo BPed6) ou 
parada cardiorrespiratória (Protocolo BPed7). 
5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
7. Registrar achados e procedimentos na fi cha/boletim de ocorrência. 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Para determinar a frequência respiratória no paciente pediátrico, deve-se 
contar por 30 segundos e multiplicar por dois, para evitar imprecisões. 
• Tentar evitar, por meio de medidas apropriadas, que um desconforto 
respiratório evolua para insuficiência respiratória aguda. 
• Definições: 
• Desconforto respiratório: caracterizado por frequência respiratória anormal e 
esforço, que podem variar em intensidade. Os sinais clínicos são: taquipneia, 
esforço respiratório elevado (batimento de asa de nariz, retrações), esforço 
respiratório inadequado (bradipneia), sons anormais nas vias aéreas 
(estridor, gemido), taquicardia, pele pálida e fria, alterações do nível de 
consciência. 
• Insuficiência respiratória: estado de oxigenação e/ou ventilação inadequada, 
podendo ser o estágio final do desconforto respiratório. Sinais clínicos: 
taquipneia nítida (precoce); bradipneia/apneia (tardias); esforço respiratório 
elevado, reduzido ou ausente; taquicardia (precoce), bradicardia (tardia); 
cianose; estupor/coma (tardio). 
• Se o paciente for considerado crítico, o tempo de permanência na cena deve 
ser o mínimo possível. 
 
Rebaixamento do nível de consciência 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Paciente pediátrico não reativo/irresponsivo aos estímulos externos (verbais, 
táteis e/ou dolorosos). 
 
Conduta 
 
1. Realizar a impressão inicial (BPed2), com ênfase para responsividade e 
padrão respiratório. 
2. Se o paciente não responde, informar imediatamente a Regulação Médica e 
solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV) e avaliar a expansibilidade 
torácica. 
3. Se o paciente não responde e não respira ou apresenta gasping, checar 
pulso central. 
• Se pulso presente, considerar a possibilidade de obstrução de via aérea 
(Protocolo BPed4 ou BPed5) ou reportar-se ao Protocolo de Parada 
Respiratória (BPed6); 
• Se pulso ausente ou < 60bpm, reportar-se ao Protocolo de Parada 
Cardiorrespiratória (PCR) e ressuscitação cardiopulmonar (RCP) (BPed7). 
4. Se o paciente não responde e respira, proceder a Avaliação Primária (A, B, 
C, D, E). 
5. Realizar a avaliação primária (Protocolo BPed2), com ênfase para: 
• Manter a permeabilidade das vias áreas, realizando aspiração se necessário; 
• Avaliar o padrão respiratório; 
• Avaliar oximetria e instalar oxigênio sob máscara não reinalante, se saturação 
de oxigênio (SatO2) < 94%; 
• Manter ventilação adequada; considerar suporte ventilatório se necessário; 
• Avaliar glicemia capilar precocemente e tratar hipoglicemia, se presente; 
• Avaliar tempo de enchimento capilar e coloração da pele; 
• Avaliar sinais vitais (Protocolo BPed1); 
• Instalar acesso vascular intravenoso (IV) ou intraósseo (IO) e repor volume, 
se indicado; 
• Avaliar pela Escala de Coma de Glasgow (Protocolo BPed1); 
• Avaliar pupilas. 
6. Realizar a avaliação secundária (Protocolo BPed3), com ênfase para: 
• Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado médico, Líquidos e 
alimentos, Eventos relacionados com o trauma ou doença (SAMPLE), 
complementando com dados de história que possam indicar intoxicação, 
trauma, crise convulsiva e maus tratos; 
• Realizar exame físico detalhado, com atenção para a presença de 
abaulamento de fontanela e/ou de sinais meníngeos, além de lesões petequiais 
ou púrpuras em pele; 
• Sempre buscar por possíveis lesões sugestivas de maus tratos; 
• Monitorar oximetria, frequência e ritmo cardíacos, sinais vitais, glicemia 
capilar. 
7. Reconhecer e tratar causas reversíveis, conforme protocolos específicos. 
8. Realizar contato com a Regulação Médica para definição do 
encaminhamento e/ou unidade de saúde de 
destino. 
9. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Conceitualmente a inconsciência é o estado de desconhecimento de si 
próprio e do ambiente, caracterizado pela ausência de alerta/responsividade 
após estímulos externos. 
• Principais causas de alteração do estado mental no paciente pediátrico: lesão 
cerebral difusa decorrente de trauma, alterações metabólicas (hipóxia, 
hipoglicemia, distúrbio hidroeletrolítico e/ou do equilíbrio ácido-base), infecções 
(meningite, meningoencefalite, infecção sistêmica), crise convulsiva, 
intoxicações, perfusão cerebral deficiente. 
• A presença de ferimentos em lábios e/ou língua ou de liberação de 
esfíncteres podem sugerir estado pósconvulsivo. 
• Considerar a possibilidade de intoxicaçãona presença de alterações 
pupilares simétricas. 
• Obter informações com acompanhantes ou outras testemunhas. 
 
Crise convulsiva 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
• Súbita perda da consciência, acompanhada de contrações musculares 
involuntárias, cianose, sialorreia, lábios e dentes cerrados; 
• Eventual liberação esfincteriana caracterizada por incontinência fecal e 
urinária; 
• Na fase pós-convulsiva: sonolência, confusão mental, agitação, fl acidez 
muscular e cefaleia, sinais de liberação esfincteriana, informação de pessoa 
que presenciou o evento. 
Conduta 
1. Realizar impressão inicial e avaliação primária (Protocolo BPed 2), com 
ênfase para: 
• Avaliar responsividade; 
• Aspirar secreções, se necessário; 
• Manter permeabilidade de vias aéreas; 
• Avaliar oximetria de pulso e oferecer oxigênio (O2) suplementar sob máscara 
não reinalante, se saturação de O2 < 94%. 
2. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed 3, com ênfase para: 
• Monitorizar oximetria de pulso e sinais vitais; 
• Avaliar glicemia capilar: comunicar a Regulação Médica se glicemia < 60 
mg/dL; 
• Realizar entrevista SAMPLE e sinais vitais; 
• Proteger o paciente para evitar traumas adicionais, principalmente na cabeça; 
• Prevenir hipotermia. 
3. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. Solicitar apoio do suporte avançado de vida, se persistirem as 
crises convulsivas. 
4. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• A crise convulsiva ou epiléptica pode ser uma manifestação de um processo 
patológico sistêmico reversível ou de uma disfunção inerente ao sistema 
nervoso central. 
• O estado de mal epiléptico é a ocorrência de crises epilépticas prolongadas 
(acima de 5 minutos) ou repetitivas, persistindo por 30 minutos ou mais, que 
não permitem a recuperação da consciência entre os eventos. 
• Anotar sempre a frequência, a duração e as características da crise, quando 
presenciadas, ou obter informações junto aos circundantes e/ou testemunhas 
quando a crise não for presenciada pela equipe. 
• Cuidado com medidas intempestivas para evitar a mordedura da língua e 
lesões dentárias, com consequente hemorragia potencialmente perigosa. 
 
Hiperglicemia 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
• Glicemia capilar > 200 mg/dL associada a um ou mais dos seguintes sinais 
clínicos: fadiga, náuseas, vômitos, hálito cetônico, polidipsia, poliúria, sinais 
clínicos de desidratação, taquicardia, taquipneia, dor abdominal (frequente) e 
alteração do nível de consciência. 
• Paciente sabidamente diabético com glicemia > 600 mg/dL, com história de 
uso irregular de medicação e/ou transgressão de dieta com sintomas menos 
exuberantes, com predomínio de poliúria e polidipsia, podendo apresentar 
alteração variável do nível de consciência (confusão a coma). 
 
Conduta 
 
1. Realizar impressão inicial (Protocolo BPed2): nível de consciência, padrão 
respiratório e coloração da pele. 
2. Realizar avaliação primária (Protocolo BPed2), com ênfase para: 
• Avaliar responsividade; 
• Avaliar o padrão respiratório (taquipneia); 
• Avaliar circulação (sinais clínicos de choque); 
• Avaliar sinais vitais; 
• Avaliar consciência (progressiva redução do nível de consciência). 
3. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3), com ênfase para: 
• Realizar entrevista Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado 
médico, Líquidos e alimentos, 
Eventos relacionados com o trauma ou doença (SAMPLE); 
• Mensurar glicemia capilar; 
• Monitorar oximetria de pulso e sinais vitais; 
• Detectar sinais clínicos de desidratação. 
4. Oferecer oxigênio (O2) suplementar por máscara não reinalante com fl uxo 
de 10 a 15 L/min se saturação 
de O2 < 94%. 
5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de 
saúde. 
7. Registrar achados e procedimentos na fi cha/boletim de ocorrência. 
 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2 e PE3). 
• Sinais de desidratação no paciente pediátrico: mucosas secas, olhos 
encovados, fontanela deprimida, diminuição do turgor da pele (turgor pastoso), 
extremidades frias e pulsos finos. 
 
Hipoglicemia 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
• Em pacientes pediátricos com idade _ 1 mês (bebês e crianças) com glicemia 
capilar < 60 mg/dL. Reconhecer, para essa faixa etária, sinais e sintomas de 
hipoglicemia como: sudorese, ansiedade,taquicardia, fraqueza, cefaleia, 
confusão mental, fadiga, alteração de comportamento e sinais de 
hipoglicemia grave, como crises convulsivas e coma. 
• Em pacientes no período neonatal (< 1 mês) e sintomáticos com glicemia 
capilar < 50 mg/dL. Reconhecer sintomas e sinais de hipoglicemia: letargia, 
apatia, hipotonia, irritabilidade ou tremores, reflexo de Moro exagerado, choro 
estridente, convulsões e mioclonia, cianose, apneia e irregularidade 
respiratória, taquipneia, hipotermia, instabilidade vasomotora, sucção débil, 
recusa alimentar, coma. 
 
Conduta 
 
1. Realizar impressão inicial e e avaliação primária (Protocolo BPed 2), com 
ênfase para: 
• Avaliar responsividade: se paciente não responsivo, comunicar imediatamente 
ao médico regulador; 
• Assegurar permeabilidade de vias aéreas; 
• Avaliar respiração e pulso; 
• Avaliar nível de consciência. 
2. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed 3), com ênfase para: 
• Realizar entrevista SAMPLE; 
• Avaliar oximetria de pulso; 
• Avaliar glicemia capilar: se hipoglicemia, comunicar imediatamente ao Médico 
Regulador. 
ATENÇÃO: sempre que o paciente estiver inconsciente, avaliar glicemia capilar 
o mais rápido possível. 
3. Oferecer oxigênio (O2) por máscara não reinalante 10 a 15 L/min se 
saturação de O2 < 94%. 
4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
 
Anafilaxia 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Anafilaxia é altamente provável quando preencher qualquer um dos três 
critérios a seguir. 
• 1º critério 
Doença de início agudo (minutos a horas), com envolvimento de pele e/ou 
mucosas (urticária, prurido ou rubor, inchaço de lábios, língua ou úvula) e pelo 
menos mais uma das condições a seguir: 
• Acometimento respiratório (dispneia, broncoespasmo, estridor, hipoxemia); ou 
• Redução da pressão arterial (PA) ou sintomas relacionados à disfunção de 
órgãos-alvo (síncope, hipotonia, incontinência). 
• O primeiro critério está presente em 80% dos casos. 
• 2º critério 
Dois ou mais dos seguintes fatores, que ocorrem agudamente (minutos a 
horas) após exposição a um provável alérgeno: 
• Envolvimento de pele e/ou mucosas; 
• Comprometimento respiratório; 
• Redução da PA ou sintomas associados à disfunção de órgãos-alvo (síncope, 
hipotonia, incontinência); 
• Sintomas gastrointestinais persistentes (dor abdominal, diarreia, vômitos). 
• 3º critério 
Redução da PA com início agudo (minutos a horas) após exposição a alérgeno 
conhecido para o paciente: 
• Bebê e criança: pressão sistólica baixa (idade específica – ver Protocolo de 
Parâmetros Pediátricos BPed1) ou queda maior que 30% na pressão sistólica 
basal; 
• Adolescente: pressão sistólica < 90 mmHg ou queda maior que 30% da 
pressão basal do paciente. 
 
Conduta 
1. Observar impressão inicial e realizar avaliação primária (Protocolo BPed2), 
com ênfase para: 
• Reconhecer precocemente o quadro, identificando um dos três critérios de 
inclusão; 
• Suspender, se possível, a exposição ao provável agente desencadeante; 
• Avaliarrapidamente o paciente: vias aéreas, respiração, circulação, estado 
mental, pele/mucosas. 
2. Se anafilaxia for fortemente suspeitada, realizar, SIMULTÂNEA E 
IMEDIATAMENTE, os dois passos a seguir: 
• Posicionar o paciente: colocá-lo em decúbito dorsal e elevar os membros 
inferiores; 
• Se o paciente apresentar dispneia ou vômitos, colocar em posição de conforto 
(com leve inclinação da cabeceira), mantendo os membros inferiores elevados; 
• Não permitir que o paciente sente ou se levante bruscamente, nem colocá-lo 
em posição vertical, pelo risco de morte súbita; 
• Entrar em contato com a Regulação Médica, passando os dados de forma 
sistematizada, para obtenção de apoio e/ou orientações. 
3. Prosseguir na avaliação primária, com ênfase para: 
• Garantir a permeabilidade das vias aéreas; 
• Monitorar oximetria de pulso e oferecer oxigênio suplementar a 100%, 10 a 15 
L/min., por máscara não reinalante, se saturação de oxigênio (SatO2) < 94%; 
• Avaliar sinais vitais; 
• Detectar sinais de choque; 
• Ocorrência de parada respiratória e/ou parada cardiorrespiratória (PCR). 
4. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3) com ênfase para: 
• Entrevista Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado médico, 
Líquidos e alimentos, Eventos relacionados com o trauma ou doença 
(SAMPLE) , procurando identificar o agente alergênico e história 
pregressa de alergias; 
• Exame físico detalhado, assim que a condição clínica do paciente permitir; 
• Monitorar: frequência cardíaca, pressão arterial, oximetria de pulso, condição 
respiratória. 
• Atenção para a ocorrência de PCR: se ocorrer PCR, seguir o Protocolo 
BPed7. 
5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a Unidade de Saúde. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Sinais de choque no paciente pediátrico (Protocolo BPed12): taquicardia 
(sinal precoce); taquipneia; pele fria, pálida, úmida, rendilhada; tempo de 
reenchimento capilar > 2 segundos; pulsos periféricos fracos; diminuição do 
nível de consciência; hipotensão arterial. 
 
Febre 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
• Evidência de elevação da temperatura corporal em resposta a uma variedade 
de estímulos. 
• Paciente pediátrico apresentando temperatura axilar > 37,8 °C, temperatura 
retal _ 38,3 °C, ou temperatura oral > 38 °C. 
• Sinais clínicos de febre: extremidades frias, tremores e/ou calafrios, alteração 
do humor e/ou do nível de consciência, ocorrência de desidratação. 
 
Conduta 
 
1. Realizar a impressão inicial (Protocolo BPed2): nível de consciência, padrão 
respiratório e coloração da pele. 
2. Realizar avaliação primária (Protocolo BPed2), com ênfase para: 
• Avaliar responsividade, respiração, pulso; 
• Assegurar permeabilidade de vias aéreas; 
• Instituir medidas físicas para redução da temperatura corpórea: remover 
excesso de roupas, exposição corpórea; 
• Manter o paciente em posição confortável. 
3. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3), com ênfase para: 
• realizar entrevista Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado 
médico, Líquidos e alimentos, Eventos relacionados com o trauma ou doença 
(SAMPLE); 
• verificar temperatura corpórea (axilar, oral ou retal); 
• monitorar pressão arterial, frequência cardíaca, oximetria de pulso e glicemia 
capilar. 
4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
6. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2 e PE3). 
• Utilização de medidas físicas para redução da temperatura corpórea: 
a. exposição corpórea; 
b. considerar a utilização de compressas mornas ou frias, nunca geladas; 
c. não utilizar compressas com álcool devido ao risco de absorção 
transcutânea. 
 
Vômitos 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
• Evidência de eliminação de conteúdo digestivo pela boca em decorrência de 
condições patológicas agudas ou crônicas. 
• Evidência de comprometimento de outros sistemas (neurológico, 
gastrointestinal, respiratório,endocrinológico, genitourinário) e/ou outros fatores 
desencadeantes (intoxicações, rádio e quimioterapia). 
 
Conduta 
1. Realizar a impressão inicial (Protocolo BPed2): nível de consciência, padrão 
respiratório e coloração da pele. 
2. Realizar avaliação primária (Protocolo BPed2) com ênfase para: 
• Avaliar responsividade, respiração, pulso; 
• Assegurar permeabilidade de vias aéreas; 
• Instituir medidas posturais para proteção de vias aéreas. 
3. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3) com ênfase para: 
• Realizar entrevista Sinais vitais, Alergias, Medicamentos em uso, Passado 
médico, Líquidos e alimentos, Eventos relacionados com o trauma ou doença 
(SAMPLE) e identificar possíveis causas; 
• Monitorar pressão arterial, frequência cardíaca, oximetria de pulso e glicemia 
capilar; 
• Caracterizar aparência do vômito (resíduo alimentar, bilioso, borra de café, 
fecaloide, presença de sangue), incidência e duração do quadro; 
• Detecção de sinais de desidratação. 
4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou para 
definição da unidade de saúde de destino. 
6. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. 
 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2 e PE3). 
• Sinais de desidratação no paciente pediátrico: mucosas secas, olhos 
encovados, fontanela deprimida, diminuição do turgor da pele (turgor pastoso), 
extremidades frias e pulsos finos. 
 
Epistaxe 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
 
Sangramento nasal ativo, espontâneo ou associado às seguintes situações: 
• História de trauma de face; 
• Introdução de corpo estranho em cavidade nasal; 
• Uso de medicações anticoagulantes ou história de alterações sanguíneas. 
 
Conduta 
1. Realizar impressão inicial e avaliação primária (Protocolo BPed2), com 
ênfase para: 
• Garantir permeabilidade das vias aéreas; 
• Manter cabeceira elevada; 
• Controlar sangramento por meio de compressão digital por 5 a 10 min; 
• Aplicar compressa gelada no dorso nasal, se disponível. 
2. Realizar avaliação secundária (Protocolo BPed3) com ênfase para: 
• Entrevista Sinais vitais, alergias, medicamentos em uso, passado médico, 
líquidos e alimentos, ambiente (SAMPLE). 
3. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
4. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
5. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Se o paciente for considerado crítico, o tempo de permanência na cena deve 
ser o mínimo possível. 
• Não retardar o transporte na impossibilidade de obtenção de gelo. 
• No caso de sangramento incoercível, com instabilidade hemodinâmica, 
considerar Protocolo de Choque (Protocolo BPed12). 
 
Avaliação primária do paciente pediátrico com suspeita de trauma 
ou em situação ignorada 
 
Critérios de inclusão 
 
Na abordagem de pacientes com suspeita de trauma ou em situação ignorada 
(onde não é possível excluir a possibilidade de trauma). 
 
Conduta 
1. Garantir a segurança do local (Protocolo PE1). 
2. Realizar impressão inicial: observação rápida (avaliação visual e auditiva do 
paciente nos primeiros segundos de atendimento), considerando: 
• Consciência: alerta, irritável ou não responde; 
• Respiração: esforço respiratório, sons anormais (estridor, chiado, gemência) 
ou ausência de movimentos respiratórios; 
• Coloraçãoanormal da pele: palidez, cianose ou aspecto de mármore. 
3. Ao avaliar a responsividade, executar simultaneamente a estabilização 
manual da coluna cervical. 
4. Se o paciente não responde: 
• 1º profissional: comunicar imediatamente a Regulação Médica e solicitar 
apoio do suporte avançado de 
vida (SAV); 
• 2º profissional: avaliar o paciente. 
5. Se o paciente não responde e não respira ou apresenta gasping, checar 
pulso simultaneamente e: 
• SE PULSO AUSENTE: reportar-se ao Protocolo de PCR (BPed 7); 
• SE PULSO PRESENTE, MAS QUE PERMANECE COM FREQUÊNCIA _ 60 
BATIMENTOS POR MINUTO (BPM) e com sinais de perfusão insuficiente, 
apesar da oxigenação e ventilação adequadas: reportar-se ao Protocolo de 
PCR (BPed 7); 
• SE PULSO PRESENTE E > 60 BPM: reportar-se ao Protocolo de Parada 
Respiratória (BPed 6). 
6. Se o paciente não responde, mas respira: 
• Solicitar apoio do SAV e em seguida prosseguir com a avaliação primária. 
7. Se o paciente responde, realizar a avaliação primária. 
Avaliação primária (A, B, C, D, E) 
1. Avaliar a permeabilidade da via aérea e, se indicado, corrigir situações de 
risco com as seguintes ações: 
• Manter a permeabilidade das vias aéreas; 
• Inspecionar a cavidade oral e, se necessário, aspirar secreções e retirar 
corpos estranhos (Protocolo BPed 31); 
• Considerar as manobras manuais de abertura de vias aéreas para o trauma 
(Protocolo BPed 29); 
• Considerar a utilização de cânula orofaríngea (Guedel) nos pacientes 
inconscientes, conforme Protocolo BPed 32; 
• Assim que possível, colocar o colar cervical e um coxim (2 a 3 cm de 
espessura), na região dorsal, das escápulas até o quadril, para manter a 
posição neutra da cabeça (Protocolo BPed 36 – Imobilização em 
prancha rígida). 
2. Ventilação: avaliar a presença de boa respiração e oxigenação 
• Ofertar oxigênio suplementar por máscara, independentemente da oximetria 
de pulso; 
• Observar se há distensão das veias do pescoço; 
• Frequência respiratória (taquipneia, bradipneia ou apneia): frequência < 10 ou 
> 60 incursões por minuto, em qualquer idade pediátrica, sugere problema 
potencialmente grave; 
• Expor o tórax e avaliar: ventilação, simetria na expansão torácica, presença 
de sinais de esforço respiratório; 
• Avaliar a presença de lesões abertas e/ou fechadas no tórax; 
• Avaliar constantemente a oximetria de pulso; 
• Considerar suporte ventilatório: ventilação assistida com dispositivo bolsa-
valva-máscara (BVM), se orientado pela Regulação Médica, conforme BPed 30 
(ventilar com volume sufi ciente apenas para garantir a elevação visível do 
tórax, monitorizando oximetria de pulso (no trauma, manter saturação de 
oxigênio entre 95 e 99%); cuidado para não hiperventilar. 
• Na presença de lesões abertas no tórax, realizar curativo de três pontas. 
3. Circulação: 
• Controlar sangramentos externos com compressão direta da lesão e/ou 
torniquete (conforme indicado no Protocolo BP 8 ou BP 9); 
• Considerar os parâmetros vitais de acordo com a faixa etária (BPed 1); 
• Avaliar frequência cardíaca; 
• Avaliar o reenchimento capilar (normal até 2 segundos); 
• Avaliar características da pele (temperatura, umidade e coloração); 
• Avaliar pulsos periféricos: amplitude e simetria; 
• Verificar pressão arterial; 
• Observar distensão abdominal, que pode indicar a presença de sangramento 
intra-abdominal importante, além de poder ser causada por distensão gástrica 
(por deglutição de ar, choro ou ventilação com dispositivo BVM); 
• Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica 
imediatamente (Protocolo BPed 12). 
4. Avaliar o estado neurológico: 
• AVDI (alerta, verbal, dor e irresponsivo); 
• Escala de Coma de Glasgow (BPed 1); 
• Exame pupilar: tamanho, fotorreatividade e simetria. 
5. Expor com prevenção da hipotermia: 
• Cortar as vestes do paciente sem movimentação excessiva; 
• Proteger o paciente da hipotermia com auxílio de cobertor ou manta 
aluminizada; 
• Utilizar outras medidas para prevenir a hipotermia (ex: desligar o ar 
condicionado da ambulância); 
• Procurar por manchas e lesões em pele, deformidades, etc.; 
• Buscar evidências de sinais de maus tratos. 
 
Observações 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar possíveis lesões 
associadas. 
• Para determinar a frequência respiratória no paciente pediátrico, deve-se 
contar por pelo menos 30 segundos e multiplicar por dois, para evitar 
imprecisões. 
• Sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz, retrações no tórax 
(intercostais e outras), balancim toracoabdominal (tórax retrai e abdome 
expande durante a inspiração), balanço da cabeça ao respirar, gemência. 
• Lembrar que a ventilação do paciente pediátrico deve ser realizada com 
técnica e equipamento adequados à idade e peso (BPed 1). 
• Cuidado ao ventilar o paciente pediátrico; a ventilação muito agressiva ou 
com grandes volumes correntes pode causar hiperinsufl ação e barotrauma, 
além de levar à distensão gástrica, resultando em regurgitação, aspiração e 
impedimento da ventilação adequada pela limitação da movimentação do 
diafragma. 
• Atenção para a técnica adequada de inserção da cânula orofaríngea em 
pediatria (Protocolo BPed 32). 
• Considerar e registrar na Ficha de Atendimento a suspeita de sinais de maus 
tratos, quando: 
• Os pais demoram muito para chamar ajuda após o trauma; 
• Existe comportamento esquivo dos pais ou desinteresse dos mesmos quanto 
ao estado da criança; 
• As histórias da mãe, do pai e da criança e/ou de outras pessoas são 
incongruentes; 
• Houver discrepância entre a história e a intensidade das lesões; 
• Houver lesões em crânio, face (inclusive orais e periorais), genitais ou 
perianais; 
• Na presença de cicatrizes antigas múltiplas ou lesões hemorrágicas em pele 
em diferentes estágios de evolução; 
• Houver suspeita de fraturas de ossos longos em crianças menores de 3 anos 
de idade; 
• Na presença de lesões bizarras, como queimaduras de cigarro, mordidas, 
marcas de cordas ou cintos, especialmente em áreas habitualmente não 
expostas; 
• Sempre informar a suspeita de maus tratos ao profi ssional da unidade de 
destino. 
 
Avaliação secundária do paciente pediátrico com suspeita de trauma ou 
em situação ignorada 
 
Critérios de inclusão 
 
Na abordagem de pacientes com suspeita de trauma ou em situação ignorada 
após a realização da avaliação primária e estabilização do paciente (Protocolo 
BPed 24). 
 
Conduta 
1. Realizar entrevista SAMPLE (com o paciente, familiares ou terceiros) 
• Nome e idade; 
• Queixa principal; 
• Entrevista SAMPLE: 
S: sinais e sintomas; 
A: história de alergias; 
M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso; horário da última dose; 
P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia; 
L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; 
E: eventos que levem à doença ou lesão atual; riscos no local. 
Obs.: Em pacientes inconscientes ou impossibilitados de responder, buscar 
informações com circundantes ou familiares. 
2. Realizar a avaliação complementar 
• Monitorizar oximetria de pulso; 
• Glicemia capilar: se < 60 mg/dL (ou < 50 mg/dL no neonato), informar 
imediatamente ao médico regulador. 
3. Realizar o exame físico da cabeça aos pés, frente e dorso 
• Objetivo específico: localizar ferimentos, sangramentos, afundamentos, 
desvios, hematomas, alterações na cor da pele ou mucosas, assimetrias, 
instabilidades, alterações de motricidade e sensibilidade; 
• Técnicas a serem utilizadas: inspeção seguida de palpação. 
Cabeça (crânio e face) 
• Inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos, pupilas 
(verificar diâmetro, reação à luz e simetria pupilar), nariz, boca; 
• Identificar presença de secreções, sangue e/ou líquidos em cavidades 
naturais; 
• Identificar presença de corpos estranhos; 
• Identificar contusões, ferimentos abertos, deformidades ósseas, crepitações; 
• Observaralterações na coloração e temperatura da pele. 
Pescoço 
• Avaliar região anterior e posterior: procurar por contusões, ferimentos, 
crepitações, deformidades; 
• Observar em especial se há distensão das veias; 
• Palpar com muito cuidado a coluna cervical. 
Tórax 
• Inspeção: identificar sinais de esforço respiratório (batimento de asa de nariz; 
retração costal; balancim toracoabdominal, gemência), movimentos 
assimétricos, contusões, abrasões, ferimentos abertos e fechados; 
afundamentos, “sinal do cinto de segurança”, cicatrizes; 
• Realizar a palpação cuidadosa em busca de crepitações subcutâneas e/ou 
ósseas. 
Abdome 
• Inspeção: observar contusões, lesões abertas e evisceração, abrasões, 
equimoses, distensão abdominal, “sinal do cinto de segurança”; 
• Palpação: pesquisar dor à palpação e rigidez. 
Pelve 
• Inspeção: observar formato da região, sangramentos, contusões, abrasões, 
equimoses, lacerações, fraturas expostas; 
• Realizar palpação das cristas ilíacas na busca de dor e/ou instabilidade, 
realizando compressão laterolateral e anteroposterior – palpar uma única vez; 
• Inspecionar a região genital na presença de história de trauma local e/ou de 
sangramentos evidentes na região; 
• Inspecionar, nos bebês e crianças, a região sob as fraldas/roupas, incluindo a 
região glútea, em busca de lesões sugestivas de maus tratos. 
Membros 
• Inspeção: observar deformidades, desvios, ferimentos, equimoses, 
hematomas, hemorragias, lesões cicatriciais, coloração, fraturas expostas; 
• Palpar pulsos distais bilateralmente, descrevendo simetria e amplitude; 
• Avaliar perfusão dos membros (reenchimento capilar); 
• Avaliar a força motora (exceto no membro com suspeita de fratura), 
solicitando que o paciente (se possível para a idade): 
• Movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada vez; 
• Aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez; 
• Realizar a avaliação sempre comparando um membro com o outro. 
Dorso: 
• Inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas, ferimentos; 
• Palpar caixa torácica posterior e a coluna durante o posicionamento na 
prancha longa em busca de dor. 
4. Realizar avaliações seriadas dos sinais vitais, reenchimento capilar e nível 
de consciência. 
Observações 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Considerar a cinemática do trauma na busca das lesões. 
• A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória, principalmente 
nos pacientes críticos ou se sua realização implicar em atraso de transporte. 
• Retomar a avaliação primária a qualquer momento se houver deterioração do 
quadro clínico do paciente. 
• No paciente pediátrico, estar sempre atento à presença de lesões e sinais de 
maus tratos, mesmo quando a história não sugerir essa hipótese. Procurar por 
lesões em áreas não expostas. 
• Considerar e registrar na Ficha de Atendimento a suspeita de sinais de maus 
tratos, quando: 
• Os pais demoram muito para chamar ajuda após o trauma; 
• Existe comportamento esquivo dos pais ou desinteresse dos mesmos quanto 
ao estado da criança; 
• As histórias da mãe, do pai e da criança e/ou de outras pessoas são 
incongruentes; 
• Houver discrepância entre a história e a intensidade das lesões; 
• Houver lesões em crânio, face (inclusive orais e periorais), genitais ou 
perianais; 
• Na presença de cicatrizes antigas múltiplas ou lesões hemorrágicas de pele 
em diferentes estágios de evolução; 
• Houver suspeita de fraturas de ossos longos em crianças menores de 3 anos 
de idade; 
• Na presença de lesões bizarras, como queimaduras de cigarro, mordidas, 
marcas de cordas ou cintos, especialmente em áreas habitualmente não 
expostas; 
• Sempre informar a suspeita de maus tratos ao profi ssional da unidade de 
destino. 
 
Afogamento 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: 
Quando houver tosse, dificuldade respiratória ou parada respiratória decorrente 
de imersão/submersão em líquido. 
 
Conduta: 
1. Realizar impressão inicial e avaliação primária (BPed 24), com ênfase em: 
• Permeabilidade da via aérea: aspirar em caso de presença de espuma ou 
líquido em grande quantidade em cavidade nasal e oral; 
• Avaliar padrão respiratório: taquipneia ou bradipneia, desconforto respiratório 
(dispneia, retrações no tórax), respiração superficial, apneia; 
• Avaliar oximetria e administrar O2 100% por máscara facial ou, se necessário, 
ventilação assistida com bolsa-valva-máscara (BVM), em caso de SatO2 < 94% 
ou na presença de desconforto respiratório; 
• Avaliar a presença de sinais de choque; 
• Avaliar nível de consciência. 
2. Realizar avaliação secundária (BPed 25), com ênfase em: 
• Monitorar oximetria de pulso; 
• Exame físico detalhado, em busca de lesões traumáticas; 
• História SAMPLE. 
3. Tranquilizar o paciente consciente. 
4. Se o paciente estiver em parada respiratória, atender conforme protocolo 
específico de parada respiratória em suporte básico de vida (SBV) (BPed 6). 
5. Se o paciente estiver em parada cardiorrespiratória (PCR), atender conforme 
protocolo de parada cardiorrespiratória em SBV (BPed 7), lembrando que, na 
vítima de submersão, as manobras devem seguir o padrão A-B-C, com 
prioridade para a abordagem da via aérea (permeabilidade e ventilação). 
6. Realizar a mobilização cuidadosa e considerar a necessidade de 
imobilização adequada da coluna cervical, do tronco e dos membros, em 
prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 
7. Na ausência de trauma associado ou diante da demora do transporte, 
providenciar repouso em posição de recuperação, pelo risco de vômitos, se 
indicado. 
8. Controlar hipotermia: retirada das roupas molhadas, uso de mantas térmicas 
e/ou outros dispositivos para aquecimento passivo. 
9. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma 
sistematizada. 
10. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a unidade de saúde. 
 
Observações: 
 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• Atentar para o direito da criança de ter um acompanhante (responsável legal 
ou outro). 
• Considerar a cinemática do trauma e sempre buscar possíveis lesões 
associadas. 
• Atenção para a possibilidade de lesão de coluna cervical. 
• ATENÇÃO: todos os pacientes pediátricos vítimas de submersão, mesmo que 
assintomáticos, devem ser transportados para o hospital, devido à 
possibilidade de aparecimento tardio de sintomas respiratórios. 
• Os pacientes em PCR devem ser transportados para o hospital, pois deverão 
receber esforços de ressuscitação por período mais prolongado. 
 
Queimaduras térmicas (calor) 
 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: 
 
Na presença de lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de 
origem térmica resultante da exposição ou do contato com chamas, líquidos ou 
superfícies quentes. 
 
Conduta: 
1. 1. Afastar o paciente do agente causador ou o agente do paciente. 
2. 2. Realizar impressão inicial e avaliação primária (Protocolo BPed 24), 
tratando as condições que ameacem a vida. 
3. 3. No politraumatizado grave, tratar primeiro o trauma e os efeitos sistêmicos 
da queimadura, e depois a queimadura. 
4. 4. Manter a permeabilidade da via aérea com especial atenção para o 
aspecto geral da face do paciente: observar presença de sinais que sugiram 
possível queimadura de vias aéreas (queimaduras em cílios, sobrancelhas, 
pelos do nariz) e condições respiratórias; nesses casos, entrar em contato 
imediatamente com a Regulação Médica. 
5. 5. Monitorizar a oximetria de pulso. 
6. 6. Administrar oxigênio em alto fluxo. 
7. 7. Estimar a porcentagem de superfície corpórea queimada (SCQ) utilizando 
a regra dos nove: 
 
Queimadura térmica (calor): regra dos nove para estimativa da SCQ 
 
ÁREA CORPORAL % NO ADULTO % NA CRIANÇA 
 Adulto criança 
 
Cabeça e pescoço

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