Buscar

Princípios do Direito Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
INFRAÇÃO PENAL
Infração penal é o objeto de estudo do Direito Penal que trata das condutas contrárias 
ao ordenamento jurídico, que atacam o pacto social e a vida em comunidade, ou seja, são 
contrárias à sociedade. Portanto, o Direito Penal elege essas infrações penais para puni-las. 
Vale destacar que a infração penal possui uma subdivisão. No ordenamento jurídico brasi-
leiro, adota-se o chamado sistema dualista, também chamado de sistema binário ou dicotô-
mico. Em outras palavras, a infração penal irá se dividir em duas espécies: crime, também 
chamado de delito, e contravenção penal.
A diferença entre crimes e contravenções penais é estabelecida pelo Art. 1º da Lei de 
Introdução do Código Penal. Nesse caso, o dispositivo define que crimes são condutas às 
que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, cumulativamente ou alternativamente, 
com a pena de multa também. Já nas contravenções penais há pena de prisão simples ou de 
multa, ou somado um com outro. Logo, quando se estiver diante de uma infração penal que 
tenha como pena a reclusão ou detenção, se está diante do crime.
Porém, quem decide o que é crime e o que é contravenção penal é o legislador e o Con-
gresso Nacional. Isso porque, o que é considerado crime hoje, amanhã pode virar uma con-
travenção penal e vice-versa, basta uma lei alterando o preceito secundário e alterando a 
pena combinada àquela conduta. Por exemplo, antigamente, o porte ilegal de arma de fogo 
era uma contravenção penal. Na década de 1990, passou a ser um crime. 
NORMA PENAL
É importante frisar que dentro da norma penal existe o preceito primário e o preceito 
secundário. O preceito primário da norma penal é a descrição da conduta criminosa, enquanto 
o preceito secundário é a sanção penal.
5m
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Exemplo:
Código Penal
Art. 121. Matar alguém.
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
O delito mais simples do Código Penal brasileiro e um dos mais conhecidos que é o Art. 
121, que trata do homicídio. Nesse caso, o preceito primário do homicídio é matar alguém, 
ou seja, a descrição da conduta. Já a pena de reclusão é de 6 a 20 anos, isto é, o preceito 
secundário e a sanção penal imposta em relação àquela conduta.
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
Existem dois grande grupos de princípios, os princípios explícitos e os princípios implíci-
tos. Os princípios explícitos são aqueles que estão positivados no ordenamento jurídico, isto 
é, está expresso na lei ou na Constituição Federal. Já o princípio implícito se trata de uma 
construção da doutrina ou da jurisprudência, sendo pacífico, mas não se encontra escrito na 
lei ou na Constituição Federal. Um não é mais importante que o outro, logo, todos os princí-
pios guiarão o ordenamento jurídico e o operador do direito.
O princípio da dignidade da pessoa humana é conhecido como super princípio do Direito 
Penal, porque todos os demais princípios de Direito Penal obedecerão à dignidade da pessoa 
humana. Por exemplo, não são admitidas penas cruéis, de torturas físicas, pois elas vão de 
encontro ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Apesar princípio da dignidade da pessoa humana ser um super princípio, o princípio da 
legalidade é, provavelmente, o mais cobrado em prova. É importante frisar que o princípio 
da legalidade é um princípio explícito, uma vez que possui previsão constitucional, inclusive, 
previsão legal no Art. 5º, inc. XXXIX, da Constituição Federal, que possui o mesmo teor do 
Art. 1º do Código Penal.
10m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
Previsão constitucional e legal
CF, Art. 5º, XXXIX – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comina-
ção legal;”.
CP, Art. 1º “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
Obs.: trata-se de cláusula pétrea – Art. 60, § 4º, CF – “Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: (...) IV – os direitos e garantias individuais.”
Logo, não há crime sem uma lei anterior que o defina aquele, ou seja, não pode alguém 
vir a ser punido por uma conduta sem que a lei já prevista expressamente que aquela con-
duta era considerada crime. Quando se utiliza o termo crime em ambos os artigos, deve-se 
entender como infração penal. Portanto, não se pode ter uma contravenção penal sem lei 
anterior que a defina. Já sobre o termo pena, deve-se compreender como uma sanção penal. 
Isso porque a sanção penal é um gênero que tem duas espécies: a pena e as medidas de 
segurança que são aplicáveis aos inimputáveis que apresentem periculosidade.
Princípio da legalidade:
• Princípio da reserva legal ou estrita legalidade.
• Princípio da anterioridade.
É fundamental frisar que o princípio da legalidade também é um princípio gênero, porque 
a partir dele existem outras duas espécies de princípios. Sendo assim, o princípio da legali-
dade tem uma subdivisão, que é o princípio da reserva legal ou estrita legalidade e o princípio 
da anterioridade, que são distintos. É importante estar atento, pois se aparecer na questão 
que ambos são sinônimos, não se dirá que a questão está errada, até porque um é decorrên-
cia do outro, mas, tecnicamente, o entendimento majoritário da doutrina é de que o princípio 
da legalidade é um gênero que possui duas espécies. 
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2009) O princípio da legalidade, que é desdobrado 
nos princípios da reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segu-
rança, que não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas 
se refere aos crimes e contravenções penais.
15m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
COMENTÁRIO
O princípio da legalidade é desdobrado nos princípios da reserva legal e da anterioridade. 
Entretanto, quando se trata de sanção penal sem prévia cominação legal, existem duas 
espécies, pena e medida de segurança.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE
Somente lei ordinária ou lei complementar pode criar crimes ou agravar penas
Para o Princípio da Reserva Legal ou estrita legalidade somente é possível a criação de 
crimes ou o agravamento de penas por meio de lei. Não existe outro instrumento jurídico 
pelo qual se possa criar um crime, isto é, não há crime sem lei que o defina. Portanto, só 
pode haver a criação de um crime ou agravamento de penas por meio de Lei Ordinária ou 
Lei complementar.
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal
(CF, Art. 62, § 1º, I, b) seja para prejudicar ou beneficiar o réu. Entretanto, o STF tem 
admitido medidas provisórias que versem sobre direito penal favorável ao réu (RHC 117.566/
SP, julgado em 24/09/2013).
É fundamental ressaltar que medida provisória não é lei, porém, aprovadas pelo Con-
gresso Nacional, as medidas provisórias se transformam em lei. Mesmo após se transformar 
em lei, ela não poderá versar sobre Direito Penal. Nesse caso, o Supremo Tribunal Federal 
apresenta uma exceção. O STF afirmou que medida provisória não pode criar crimes e agra-
var penas, mas, se for uma medida provisória que venha beneficiar o réu, poderá. A razão 
disso é que o princípio da reserva legal é válido quando surgem novas normas que venham 
a prejudicar o réu. Já normas que venham a descriminalizar condutas ou beneficiar o réu não 
estão sujeitas ao princípio da reserva legalou da estrita legalidade. 
20m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Inadmissível que lei delegada verse sobre direito penal
Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacio-
nal, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e sobre 
direitos individuais (Art. 68, § 1º, e II, CF)
Nesse caso, não há hipótese de haver uma norma incriminadora ou o agravamento de 
uma pena por meio de uma lei delegada. Vale frisar que tratados internacionais, ainda que 
internalizados e ratificados no Brasil, não podem criar crimes e agravar penas. Nesse sen-
tido, existe uma polêmica a respeito dos tratados internacionais que versam sobre direitos 
humanos, pois esses têm um caráter de supralegalidade e, se eles forem aprovados interna-
lizados com o quórum das emendas constitucionais, eles têm, inclusive, status de Emenda 
Constitucional.
2. (CESPE/CEBRASPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Para fins de observân-
cia do princípio da legalidade penal, o presidente da República está autorizado consti-
tucionalmente a definir condutas criminosas por meio de medida provisória.
COMENTÁRIO
O presidente da República não pode definir condutas criminosas por meio de medida pro-
visória. Isso porque definir condutas criminosas seria a criação de crimes por meio de me-
dida provisória, situação que não é admitida.
3. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2019) O presidente da República, em 
caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar a 
pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente 
após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.
DIRETO DO CONCURSO
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
COMENTÁRIO
Mesmo que a medida provisória se torne lei, ela não pode criar crimes e agravar penas, 
em nenhuma hipótese.
4. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) O princípio da 
reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, excluindo-
-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras.
COMENTÁRIO
O principio da reserva legal se aplica de forma absoluta às normas incriminadoras, normas 
que criam crimes que, consequentemente, criam delitos e infrações penais. Já em relação 
às normas não incriminadoras, o princípio da reserva legal não tem aplicação. 
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE
Como decorrência deste princípio, não é permitida a analogia in malam partem no Direito 
Penal, tampouco o uso de costumes para criar infrações penais.
A analogia in malam partem é quando se deseja aplicar uma norma penal por analogia a 
um outro fato distinto do que está dizendo a norma penal. Para prejudicar, jamais será válida, 
porém, para beneficiar, é possível fazer isso. Por exemplo, é inviolável as comunicações tele-
fônicas, caso faça isso, o sujeito responderá pelo crime previsto na Lei n. 9.296/1996. Outra 
situação, se o indivíduo lê o diário escrito por outra pessoa, violando a intimidade dela. Nesse 
caso, ele não está cometendo um crime, pois não existe uma conduta na legislação penal 
definindo que é crime ler o diário alheio.
Além disso, não se pode aplicar uma outra norma penal no caso de quem leu o diário de 
uma pessoa, porque há uma analogia in malam partem, ou seja, uma analogia para preju-
dicar o réu. Entretanto, no Direito Penal, é possível que exista a analogia in bonam partem, 
isto é, que beneficia o réu. Por exemplo, se a esposa subtrair bens do seu marido não há 
crime. Isso porque o Art. 181 do Código Penal estabelece que não há crime contra o patri-
mônio quando não à violência e quando ele é praticado contra o cônjuge na constância da 
sociedade conjugal.
25m
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Contudo, o Art. 181 não cita sobre a companheira que subtrai bens do companheiro ou 
daqueles que vivem em união estável. Nessa situação, é possível aplicar o artigo e uma isen-
ção de pena escusa absolutória à esposa e também à companheira, porque haverá in bonam 
partem. Todavia, é preciso estar atento, pois existe uma polêmica no caso se o companheiro 
subtrai bens da companheira, já que poderia incidir a Lei Maria da Penha. 
Além disso, os costumes também não podem criar infrações penais. É entendido pela 
sociedade que ler o diário alheio é algo antiético e reprova a conduta, porém, não está defi-
nido na lei como crime. Em contrapartida, os costumes eles podem vir a beneficiar o réu.
5. (CESPE/DETRAN/DF/ANALISTA DE TRÂNSITO/ÁREA LEGISLAÇÃO/2009) O princípio 
da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criação de crimes e penas 
pelos costumes
COMENTÁRIO
O princípio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem e veda também a cria-
ção de crimes e penas pelos costumes.
6. (CESPE/TJES/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA APOIO ESPECIALIZADO/ESPECIALIDA-
DE: EXECUÇÃO PENAL/2011) Uma das funções do princípio da legalidade refere-se 
à proibição de se realizar incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no preceito 
primário do tipo penal incriminador, é obrigatória a existência de definição precisa da 
conduta proibida ou imposta, sendo vedada, com base em tal princípio, a criação de 
tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos.
30m
DIRETO DO CONCURSO
8 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
COMENTÁRIO
O preceito primário do tipo penal incriminado trata-se da descrição da conduta do crime e 
da infração penal. Nesse caso, o princípio da legalidade deve ser anterior e ser criado por 
lei, além de ser claro e específico. É proibida a criação de crimes com disposições vagas. 
Ainda nesse sentido, o princípio da taxatividade é uma decorrência do princípio da legalida-
de, o qual define que os tipos penais, o preceito primário e a descrição da conduta devem 
ser claros e específicos. Ou seja, o legislador, quando cria um crime, apresenta uma dispo-
sição abstrata, mas é o juiz que aplicará aquela conduta ao caso concreto. 
O princípio da taxatividade nem sempre é obedecido pelo legislador. Existem alguns tipos 
penais, chamados tipos penais abertos, que exigirão algum tipo de interpretação do apli-
cador do direito e, às vezes, apresentam algum tipo de problema. Por exemplo, o Art. 233 
do Código Penal, que trata sobre a prática de ato obsceno em local público, exposto ao 
público ou aberto ao público. Todavia, nesse caso, o legislador falhou quanto à taxatividade 
ao não especificar o que é ato obsceno.
GABARITO
 1. E
 2. E
 3. E
 4. C
 5. C
 6. C
35m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL II
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Previsão constitucional e legal
CF, Art. 5º, XXXIX – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia comina-
ção legal”;
CP, Art. 1º “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
A incriminação daconduta deve ser anterior à sua prática.
Antigamente, a realidade não era dessa forma. O rei absoluto, se não gostava de alguém, 
acusava a pessoa de cometer algo que era crime e a mandava para a guilhotina. Sendo 
assim, os dispositivos acima representam uma conquista em relação aos direitos humanos e 
garantias fundamentais, de que o crime deve estar previsto em lei, mas a mesma precisa ser 
anterior à prática da conduta pelo agente.
Supondo que o fato de cumprimentar outra pessoa sem utilizar previamente álcool em gel 
na mão ocorreu em 16 de Janeiro. O legislador cria, por meio de uma lei, que quem cumpri-
mentar sem passar álcool em gel na mão haverá um crime de pena de detenção de 15 dias. A 
Lei Incriminadora foi publicada e entrou em vigor em 17 de Janeiro. Logo, se o fato acontecer 
no dia 16 de Janeiro, não se caracteriza crime, portanto é um fato atípico. Porém, se o ato for 
praticado em 18 de Janeiro, será um fato típico, ou seja, é crime.
Em 16 de Janeiro, o fato é atípico, isto é, não é crime. Em 17 de Janeiro, a Lei Incrimi-
nadora é publicada, porém, ela tem uma vacatio legis, ou seja, a lei é publicada, mas os 
efeitos dela passam a valer somente depois de um determinado tempo. Por exemplo, a lei é 
publicada hoje, mas somente entrará em vigor daqui a um mês. Na hipótese apresentada, a 
lei produziria efeitos apenas em 17 de Fevereiro. Supondo que um dia após a publicação da 
lei, mas, antes da sua entrada em vigor, alguém cumprimenta a mão de outra pessoa sem a 
utilização de álcool em gel. Nesse caso, se há a prática da conduta prevista na lei durante o 
prazo da vacatio legis, não há crime, logo, será um fato atípico. 
5m
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
O princípio da anterioridade não leva em consideração a publicação da lei, e sim a vigên-
cia da lei. Ou seja, o princípio da anterioridade estará sendo respeitado e o agente somente 
será incriminado por aquela conduta após a entrada em vigor da referida lei.
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
CF, Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a. privação ou restrição da liberdade;
b. perda de bens;
c. multa;
d. prestação social alternativa;
e. suspensão ou interdição de direitos.
É importante frisar que a pena deve ser individualizada. Isso significa que o juiz, ao apli-
car a pena, ele observa a pena em abstrato no crime de homicídio, com reclusão de 6 a 20 
anos, aplica o caso concreto. Nessa situação, ele analisará as circunstâncias judiciais, as 
circunstâncias em que o crime foi praticado, os antecedentes do réu, se ele é reincidente ou 
não, analisará as agravantes ou atenuantes até chegar em um quantitativo X. Supondo que, 
em um crime de homicídio simples, o juiz chega à conclusão e sentencia uma sentença con-
denatória transitada em julgado de pena de 10 anos de reclusão. Ou seja, o juiz individuali-
zou a pena para o caso concreto.
Outro aspecto da individualização da pena é o aspecto do Judiciário, porque, quando 
editar as normas para criar os crimes, o Congresso Nacional utiliza-se da individualização da 
pena para estabelecer os intervalos das penas. Por exemplo, o crime de homicídio tem pena 
de reclusão de 6 a 20 anos e o crime de furto tem pena de reclusão de 1 a 4 anos, porque o 
legislador compreendeu que é mais grave cometer um homicídio do que cometer um furto. 
Este princípio deve ser observado nos seguintes planos:
1. Plano legislativo: estabelecimento das penas em abstrato;
2. Plano judicial: aplicação da lei ao caso concreto;
3. Plano administrativo: execução da pena.
10m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Depois que o indivíduo é condenado, ele sofre uma sentença condenatória transitada 
em julgado e inicia o cumprimento à execução da pena, essa execução é individualizada 
também. Isso porque, se o sujeito estiver preso e trabalhar, ele terá remidos dias da sua 
pena, ele pode se beneficiar do indulto presidencial, pode se beneficiar da saída temporária.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TCE/PR/AUDITOR/2016) Do princípio da individualização da pena decorre a exi-
gência de que a dosimetria obedeça ao perfil do sentenciado, não havendo correlação 
do referido princípio com a atividade legislativa incriminadora, isto é, com a feitura de 
normas penais incriminadoras.
COMENTÁRIO
A dosimetria é o juiz aplicando a pena ao caso concreto. Sobre a questão, primeiramente, 
o examinador falou no plano judicial onde há a dosimetria aplicada ao caso concreto. En-
tretanto, depois, cita que não há correlação do princípio da individualização da pena com o 
Legislativo. Porém, na verdade, há relação do princípio da individualização da pena com o 
Legislativo, quando esse cria normas incriminadoras.
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU DA INTRANSCENDÊNCIA
CF, Art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos su-
cessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
O princípio da personalidade ou da intranscendência corresponde ao fato de que nenhuma 
pena passará da pessoa do condenado. Por exemplo, se o pai do sujeito é condenada a um 
crime, o indivíduo não poderá cumprir a pena no lugar dele. Lembrando que pena se refere 
à sanção penal e se dividir em penas e medidas de segurança. Contudo, a pena por si só 
também apresenta uma subdivisão, porque dentro da pena se consideram as penas privati-
vas de liberdade, as penas restritivas de direito e a pena de multa.
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
A principal polêmica é em relação à possibilidade de a pena de multa poder passar aos 
herdeiros do condenado. Supondo que o sujeito foi condenado há 10 anos de prisão e paga-
mento de R$ 100 mil de multa. Porém, ele faleceu e deixou uma herança aos seus herdeiros 
de R$ 100 mil. Todavia, essa herança não pode ser utilizada para pagamento dessa multa. O 
que pode passar da pessoa do condenado é a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens, que possui caráter extrapenal. 
2. (CESPE/PREFEITURA DE VITÓRIA/ES/AUDITOR FISCAL DO TESOURO MUNICI-
PAL/2007) O princípio da intranscendência ou responsabilidade pessoal figura na 
Constituição Federal, que dispõe que nenhuma pena passará da pessoa do condena-
do, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, 
nos termos da lei, estendidos aos sucessores e contra eles executados, até o limite do 
valor do patrimônio transferido.
COMENTÁRIO
Princípio da intranscendência ou responsabilidade pessoal é outro nome dado ao princípio 
da personalidade ou da intranscendência. O item faz referência ao Art. Art. 5º, inc. XLV, da 
Constituição Federal.
3. (CESPE/PC/TO/DELEGADO DE POLÍCIA/2008) Prevê a Constituição Federal que nenhu-
ma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e 
a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores 
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Referido dispo-
sitivo constitucional traduz o princípio da intranscendência.
COMENTÁRIO
Conforme o princípio da personalidade ou da intranscendência, nenhuma pena poderá 
passar da pessoa do condenado.
15m
DIRETO DO CONCURSO
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
4. (CESPE/DELEGADO PCSE/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos edeveres 
individuais e coletivos e às garantias constitucionais.
O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pes-
soa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não 
alcançarão parentes do autor do delito.
COMENTÁRIO
A questão está tratando do princípio da intranscendência da pena, e não da individualização.
5. (CESPE/TJ/MA/JUIZ/2013) A obrigação de pagar a quantia em dinheiro determinada na 
pena de multa é transmissível aos herdeiros do condenado.
COMENTÁRIO
A quantia determinada na pena de multa é pena, se aplica à pena o princípio da intranscen-
dência. Logo, a pena de multa não é transmissível aos herdeiros do condenado. 
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU LESIVIDADE
Não há que se falar em infração penal se a conduta não causar uma lesão ao bem jurí-
dico tutelado ou, ao menos, o perigo de lesão.
É possível haver crime, infração penal e a aplicação do Direito Penal apenas se um 
agente pratica uma conduta que gera uma efetiva lesão ou, ao menos, um perigo de lesão 
ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Por exemplo, o estudante aponta uma arma de 
água para o professor, diz que irá matá-lo e começa a atirar água contra o professor. Nesse 
caso, não foi gerado um tipo de lesão ao bem jurídico da vida dessa pessoa, portanto, não 
houve a prática de um crime. 
Nesse sentido, o princípio da ofensividade e da lesividade está muito próximo também da 
ideia do crime impossível previsto no Art. 17 do Código Penal. O dispositivo define que se o 
agente utiliza um meio absolutamente ineficaz para a prática do crime ou se houver absoluta 
impropriedade do objeto sobre o qual recai a conduta, se está diante de um crime impossível. 
Ou seja, um crime impossível nada mais é do que uma representação no Código Penal do 
princípio da ofensividade e da lesividade.
20m
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Entretanto, é preciso atento, pois, nos últimos tempos, o Direito Penal começou a crimi-
nalizar condutas que não necessariamente geram um tipo de perigo. Por exemplo, porte de 
arma de fogo de maneira ilegal andando na rua, no supermercado e em outros lugares. O 
sujeito não está gerando uma lesão ou um perigo concreto de lesão. Nesse momento, surge, 
no Direito Penal, alguns crimes que irão punir o perigo abstrato. Nessa situação, a conduta o 
fato de ele estar carregando a arma não está gerando risco de lesão a ninguém, mas o fato 
dele carregar essa arma pode vir a gerar algum risco.
ATENÇÃO
Espiritualização (desmaterialização ou liquefação) de bens jurídicos no Direito Penal
O Direito Penal passa a se antecipar e punir condutas perigosas que têm potencial de gerar 
uma lesão futura. Ex.: crimes ambientais, crimes de perigo abstrato.
6. (CESPE/TCE/PR/AUDITOR/2016) Ao se referir ao princípio da lesividade ou ofensividade, 
a doutrina majoritária aponta que somente haverá infração penal se houver efetiva le-
são ao bem jurídico tutelado.
COMENTÁRIO
Haverá infração penal se tiver a efetiva lesão a bem jurídico tutelado ou se tiver o perigo 
de lesão. Nesse caso, é importante frisar que se punem os crimes tentados, pois mesmo 
que ele não tenha se consumado e não houve a lesão ao bem jurídico, ao praticar atos 
executórios, o agente gerou um perigo de lesão ao bem jurídico. 
7. (CESPE/TJ/BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) O princípio da ofensividade, se-
gundo o qual não há crime sem lesão efetiva ou concreta ao bem jurídico tutelado, não 
permite que o ordenamento jurídico preveja crimes de perigo abstrato.
COMENTÁRIO
O princípio da ofensividade vai prever crimes de efetiva lesão ou perigo concreto de lesão. 
Apesar disso, não impede que haja no ordenamento jurídico a previsão de crimes de peri-
go abstrato.
25m
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE
Ninguém será punido por ofender somente bens jurídicos próprios.
O princípio da alteridade é uma decorrência do princípio da lesividade e da ofensividade, 
sendo que algumas provas, às vezes, até tratam eles como sinônimos. Quanto a isso, é 
essencial compreender que para que haja a incidência do Direito Penal, é preciso da lesão, 
da efetiva lesão ou perigo de lesão a bem jurídico tutelado pela norma penal. Nesse sentido, 
o princípio da autoridade define que a lesão e o perigo de lesão deve se dar em relação a um 
bem jurídico alheio, ou seja, que pertence a outra pessoa. 
Se a pessoa pratica condutas contra seus próprios bens jurídicos, o Direito Penal não 
pode o sujeito. Por exemplo, não existe crime de autolesão. Se um sujeito tenta praticar sui-
cídio, não será crime, porque ele está lesionando a própria integridade física. Se o indivíduo 
joga o próprio carro da ribanceira, destruindo-o por completo, também não haverá crime, 
porque ele está lesionando o próprio bem jurídico.
8. (CESPE/TJ/DFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2019) Aplicado 
no direito penal brasileiro, o princípio da alteridade:
a. determina que o juiz analise as especificidades do fato e do autor do fato durante o 
processo dosimétrico.
b. assevera que a pena não passará da pessoa do condenado.
c. afasta a tipicidade material de fatos criminosos, ao definir que não haverá crime sem 
ofensa significativa ao bem tutelado.
d. reconhece que o direito penal deve abarcar o máximo de bens possíveis para pro-
mover a paz.
e. assinala que, para haver crime, a conduta humana deve colocar em risco ou lesar 
bens de terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito 
do próprio autor.
COMENTÁRIO
a) O item trata sobre o princípio da individualização da pena.
b) Esse é o conceito do princípio da pessoalidade ou da intranscendência.
c) Corresponde ao princípio da insignificância.
d) O direito penal deve abarcar o mínimo de bens possíveis para promover a paz, além 
disso, o item discorre sobre o princípio da intervenção mínima. 
30m
DIRETO DO CONCURSO
8 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal II
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
GABARITO
 1. E
 2. C
 3. C
 4. E
 5. E
 6. E
 7. E
 8. E
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL III
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
O Direito Penal é a ultima ratio na proteção dos direitos, ele só deve atuar quando a crimi-
nalização de uma conduta for indispensável para proteger bens e interesses. O Direito Penal 
subdivide-se em outros dois princípios:
• Princípio da subsidiariedade;
• Princípio da fragmentariedade.
Ultima ratio significa a última opção, o último recurso a ser utilizado pelo Estado. O Estado 
deve evitar utilizar o Direito Penal, pois o Direito Penal é muito gravoso às pessoas. Portanto, 
o ordenamento jurídico busca outros meios para coibir condutas indevidas. Somente quando 
não há outra opção é que deve ser utilizado o Direito Penal e em relação àqueles bens jurídi-
cos mais valiosos para a vida em sociedade. O princípio da intervenção mínima se subdivide 
em outros dois princípios, o princípio da subsidiariedade e o princípio da fragmentariedade.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADESó será objeto do Direito Penal os ilícitos que mais prejudicam a vida em sociedade. Os 
demais ilícitos não devem ser abarcados pelo Direito Penal.
Em outras palavras, o Direito Penal é o último recurso a ser lançado pelo Estado.
O princípio da subsidiariedade é uma decorrência do princípio da intervenção mínima. 
Os demais ilícitos não devem ser abarcados pelo Direito Penal. Existem ilícitos que são pra-
ticados e se utiliza o Direito Penal como último recurso, ou seja, o Estado não deve utilizar o 
Direito Penal para criminalizar condutas de qualquer maneira.
Por exemplo, um desacerto comercial. Um sujeito contratou outro para fazer algum tipo 
de obra na sua residência. A pessoa contratada, após receber R$ 1 mil, fez a construção, 
mas a obra fica mal feita. Nesse caso, não é possível dizer que ela praticou um crime, mas, 
possivelmente, praticou ilícito, que no início será resolvido na esfera cível.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
Nem todos os ilícitos configuram ilícitos penais. Serão considerados ilícitos penais os 
que forem previstos em lei e que atentem contra valores fundamentais dos indivíduos e da 
sociedade.
Existe o mundo dos ilícitos e, dentro dele, existem os ilícitos que são civis, tributários, 
financeiros, administrativos, entre outros. E além desses ilícitos, uma parcela deles serão 
ilícitos penais. Ou seja, o ilícito penal é apenas um fragmento dos ilícitos. Em algumas situ-
ações, entretanto, haverá um ilícito administrativo que, simultaneamente, será um ilícito 
penal, por exemplo. Logo, a pessoa poderá ser punida na esfera administrativa e também na 
esfera penal. 
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) No que se 
refere aos princípios do Direito Penal e às causas de exclusão da ilicitude, julgue o 
próximo item.
Em consequência da fragmentariedade do Direito Penal, ainda que haja outras formas 
de sanção ou outros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, 
a criminalização, pelo Direito Penal, de condutas que invistam contra esse bem será 
adequada e recomendável.
COMENTÁRIO
Se já existem outros meios de controle social e outras sanções de outros ramos do Direito, 
não há motivo para haver a criminalização do Direito Penal. Ou seja, não é adequado e não 
é recomendável, em consequência da fragmentariedade do Direito Penal.
2. (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO – DIREITO/2013) No tocante aos princípios cons-
titucionais orientadores do estudo da Teoria do Crime, assinale a afirmativa incorreta.
a. O princípio da intervenção mínima abrange os princípios da subsidiariedade e da 
fragmentariedade.
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
b. O princípio da dignidade humana atua como uma espécie de "superprincípio", devendo 
toda norma jurídica nele se escorar.
c. O princípio da adequação social serve de base de interpretação da norma, além de 
orientar o legislador para eventual revogação do tipo penal.
d. O princípio da insignificância autoriza o afastamento da tipicidade material.
e. O princípio da alteridade permite a punição do agente por conduta sem condições de 
atingir direito de terceiros.
COMENTÁRIO
b) O princípio da dignidade humana está acima de todos, os demais princípios são uma 
decorrência da dignidade humana.
c) A adequação social irá auxiliar na interpretação da norma. Por exemplo, o conceito de 
ato obsceno variou muito desde a sua criação, porque condutas que eram consideradas 
obscenas passaram por uma adequação social. Antigamente, era obsceno as mulheres 
irem de maiô para a praia, hoje, não é mais obsceno. Além disso, o princípio da adequação 
social irá orientar o legislador para informar que a conduta hoje não é mais socialmente 
reprovável e, assim, o legislador revoga esse crime. 
d) O princípio da insignificância apresenta o afastamento da atipicidade material.
e) Para que haja punição do agente, é necessária uma conduta que atinja direitos de 
terceiros.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA OU PRINCÍPIO DA 
CULPABILIDADE
• A responsabilização penal depende de dolo ou culpa;
• Não se admite no Direito Penal a responsabilidade objetiva.
Supondo que o indivíduo está dirigindo o carro na velocidade correta exigida naquela 
via, ou seja, 60 km/h. De repente, corre uma criança na frente do carro e não dá o mínimo 
tempo para ele parar o carro, e acaba atropelando e matando a criança. No geral, a conduta 
foi o sujeito dirigindo, o que gerou o resultado morte da criança por atropelamento. Há nexo 
de causalidade, inclusive há um fato típico previsto no Código de Trânsito Brasileiro, que é o 
homicídio culposo na direção de veículo automotor.
10m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Nesse caso, o indivíduo não responderá pelo crime de homicídio na direção de veículo 
automotor. A razão é porque a conduta do sujeito não teve dolo e tampouco culpa. Ele não 
agiu por imprudência, negligência ou imperícia; na verdade, foi um resultado que acabou 
sendo produzido pela própria vítima. Dessa forma, no Direito Penal não existe a responsabi-
lização objetiva, ou seja, a responsabilização por um fato ou um resultado sem ou indepen-
dentemente do dolo.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Conduta tipificada em lei, mas que não afronta o sentimento de justiça da coletividade, 
seja pelos costumes, seja pela cultura, ou outro fator.
Natureza jurídica: causa supralegal de exclusão da tipicidade (material).
Essa situação corresponde a uma conduta que a lei define, hoje, como crime, mas ela 
não afronta mais o sentimento de justiça e a coletividade. Portanto, determinada conduta 
que era considerada criminosa, passa por uma adequação social e deixa de ser considerada 
crime. É em razão disso que haverá a natureza jurídica do princípio da adequação social 
como uma causa de exclusão da tipicidade.
Quando se analisa o conceito de crime, ele deve ser um fato típico e ilícito. Enquanto, 
para alguns doutrinadores, para que haja um crime, ele também deve ser culpável. Dentro 
do fato típico há a conduta, o resultado, que são os elementos do fato típico, o nexo causal 
e a tipicidade. 
É importante ressaltar que a tipicidade se trata da previsão de que uma conduta é consi-
derada crime. Isto é, na conduta praticada há um fato típico que se aplica, ou seja, existe um 
artigo de lei, no Código Penal, na legislação especial que se aplica perfeitamente àquela con-
duta. Vale ainda enfatizar que a tipicidade pode se dividir em tipicidade formal e tipicidade 
material. A tipicidade formal é a mera análise da adequação da norma do preceito primário 
da norma à conduta.
15m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Todavia, antigamente, analisava-se somente a tipicidade formal. Em contrapartida, há 
alguns anos vem se considerando também a tipicidade material, que é a análise se aquela 
conduta, apesar de ser sempre perfeitamente adequada ao tipo penal, gerou uma efetiva 
lesão ou um efetivo perigo de lesão ao bem jurídico pela norma penal.
Por exemplo, quando os pais colocam brincos nas filhas, é gerada uma lesão corporal. 
Se analisar essa conduta de acordo com o Art. 129 do Código Penal, a conduta de furar a 
orelha da criança se adequa perfeitamente ao dispositivo. Porém, os pais não são responsa-
bilizados por lesão corporal ao furarem as orelhas das filhas, pois esta conduta é socialmente 
adequada. A situação é a mesma para o tatuador,que não é incriminado pela lesão corporal 
quando ele está tatuando uma pessoa, primeiro, porque teve o consentimento, e segundo, 
porque a conduta de tatuar, apesar de gerar uma lesão corporal é socialmente adequada. 
Outra situação válida é quando os judeus não respondem por lesão corporal ao realizarem 
a circuncisão nos filhos, pois, de acordo com a cultura judaica, é uma conduta socialmente 
adequada. Logo, a tipicidade formal excluirá a tipicidade material, uma vez que não houve 
um efetivo dano, uma efetiva lesão à integridade corporal dessas pessoas, já que isso é 
socialmente adequado.
Outro aspecto da adequação social é um aviso ao legislador, ou seja, ele não pode incri-
minar condutas que sejam socialmente adequadas. Por exemplo, o legislador não pode, de 
repente, dizer que beijo na boca em público é crime, porque é socialmente adequado. Por-
tanto, o legislador está limitado pelo princípio da adequação social. Outro caso é em relação 
ao adultério, que até 2005 era considerado crime no Brasil. Em virtude do princípio da equa-
ção social, o legislador achou por bem revogar esse delito. Nesse caso, no Direito Penal, o 
adultério deixou de ser um ilícito, mas continua sendo um ilícito civil.
ATENÇÃO
Súmula n. 502, STJ: “Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação 
ao crime previsto no Art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas”.
Hoje, tudo está muito digitalizado e disponibilizado na internet, porém, antigamente, era 
muito comum ir a supermercados e feiras onde pessoas vendiam CDs e DVDs piratas. 
Obviamente, havia uma violação de direito autoral de acordo com o Art. 94 do Código Pe-
20m
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
nal. Entretanto, ninguém era preso e julgado por isso, pois a conduta é socialmente aceita 
segundo os advogados. Por outro lado, o STJ definiu que, apesar de muitas pessoas ad-
quirirem CDs e DVDs piratas, continua sendo uma conduta que afronta o senso de justiça. 
Portanto, o princípio da adequação social não tornou atípica a conduta de vender CDs e 
DVDs piratas e continua sendo violação de direito autoral. Esse princípio também é dirigido 
ao legislador, pois condutas socialmente adequadas não podem ser tipificadas como crime.
3. (PF/PERITO CRIMINAL/2018) A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adqui-
riu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto ex-
punha os produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira, 
Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o conduziram 
coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente. 
O princípio da adequação social se aplica à conduta de Pedro, de modo que se revoga 
o tipo penal incriminador em razão de se tratar de comportamento socialmente aceito. 
COMENTÁRIO
O item faz referência à Súmula n. 502 do STJ, porém, nesse caso, não se revoga o tipo pe-
nal incriminador da violação de direito autoral em razão da conduta de vender CDs e DVDs 
piratas, continua sendo crime e não é um comportamento socialmente aceito.
4. (CESPE/TJ-ES/JUIZ SUBSTITUTO/2011) O princípio da adequação social, dirigido ao 
julgador, e não ao legislador, objetiva restringir a abrangência do tipo penal, limitando 
sua interpretação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e 
aceitas pela sociedade.
COMENTÁRIO
O princípio da adequação social é dirigido tanto ao julgador, quanto ao legislador.
25m
DIRETO DO CONCURSO
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU IGUALDADE
O Direito Penal se aplica a todos, independentemente de nacionalidade, classe social, 
etnia, sexo, idade ou condição.
Entretanto, esse princípio impõe tratamento distinto para quem se encontra em posições 
diferentes. Ex.: réu primário e réu reincidente / Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006).
O princípio da isonomia no Direito Penal é o mesmo estudado em Direito Constitucional, 
ou seja, pessoas iguais devem ser tratadas de maneira igual, e pessoas diferentes e em con-
dições diferentes devem ser tratadas pela lei de maneira diferente.
Por exemplo, o crime praticado pelo réu primário é analisado de uma maneira, não será 
imposto a ele uma agravante. Já o reincidente, pelo fato de ser reincidente, isto é, já ter pra-
ticado o crime pelo qual ele sofreu sentença condenatória transitada em julgado e veio a 
praticar um novo delito, sofrerá uma agravante penal. Sendo assim, ainda que eles tenham 
praticado a mesma conduta nas mesmas condições, são duas pessoas que se encontram 
em situações distintas, um réu primário e o outro reincidente.
Outra situação, uma mulher que agride o seu marido comete crime, mas não se imporá a 
ela todas as medidas restritivas e gravosas que há na Lei Maria da Penha quando, por exem-
plo, um homem agride uma mulher ou quando a mulher agride outra mulher numa situação 
de violência doméstica e familiar.
PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM
Proibição de dupla punição pelo mesmo fato
O agente não pode ser processado, julgado e condenado mais de uma vez pela mesma 
conduta. Tampouco pode o mesmo fato ser considerado em dois momentos distintos da dosi-
metria da pena.
É importante frisar que “ne” é o mesmo que “non” e “proibido”. Logo, nesse caso, é o prin-
cípio da proibição do bis in idem. Lembrando que bis in idem é quando alguém é punido duas 
vezes pelo mesmo fato, sendo que o Direito Penal não admite que uma mesma pessoa seja 
punida duas vezes pela mesma conduta que ela praticou.
8 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
O princípio da proibição do bis in idem define que a pessoa sequer pode ser processada, 
julgada e condenada duas vezes pelo mesmo fato. Por exemplo, um indivíduo roubou outra 
pessoa e foi processado por esse ato, isto é, foi instaurada uma ação penal contra o sujeito. 
Contudo, pela ausência de provas, o juiz absolveu o agente do fato e a sentença transitou 
em julgado, não cabendo mais recurso. Um mês depois da sentença transitada em julgado, 
o Ministério Público descobre novas provas de que o indivíduo realmente praticou aquele 
roubo. Logo, o Ministério Público oferece uma nova denúncia e informa ao juiz que deseja 
processar o agente do fato, pois agora possui provas cabais, há imagem dele roubando a 
vítima. Nessa situação, o sujeito não poderá ser processado novamente pelo mesmo fato 
que já foi absolvido. 
Outro aspecto da proibição do bis in idem é que a mesma condição não pode ser valorada 
duas vezes na sentença. Por exemplo, supondo que o sujeito é reincidente, lembrando que a 
reincidência é um agravante penal. Porém, antes de analisar a agravante penal, quando está 
aplicando a pena na primeira fase da dosimetria da pena do Art. 159 do Código Penal, o juiz 
deve analisar os antecedentes. Nessa situação, o juiz não pode considerar reincidência os 
maus antecedentes, porque caso contrário, ele estaria valorando a mesma figura do crime 
praticado no passado duas vezes na dosimetria da pena. Portanto, poderá utilizar a reinci-
dência apenas na agravante. E ainda, inquéritos policiais em curso e ações penais em curso 
contra o sujeito também não podem configurar maus antecedentes.
Este princípio pode ser analisado sob 3 aspectos:
• Processual – ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato;
• Material – ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo fato;
• Execucional – ninguém pode sofrer execução penal duas vezes por condenações rela-
cionadas ao mesmo fato.
Não caracteriza bis in idem
A condenação de roubocircunstanciado pelo concurso de agentes (Art. 157, § 2º, II) 
cumulada com a condenação pelo crime de corrupção de menores (Art. 244-B, ECA), na 
situação em que um maior de idade pratica o crime patrimonial em conluio com um menor de 
idade. São condutas autônomas e independentes, que atingem bens jurídicos distintos (patri-
mônio e formação moral do menor). (STJ, HC 362.726/SP, Dje 06/09/2016)
30m
9 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Quando alguém praticar um roubo em concurso de pessoas, isto é, por exemplo, duas 
pessoas praticando roubo juntas, irá sofrer um aumento de pena prevista no Art. 157, § 2º, II. 
A pena do roubo é de quatro a 10 anos de reclusão, devendo ser aumentada de um terço até 
a metade em virtude do roubo ter sido praticado em concurso de pessoas. Supondo que João 
tenha praticado um crime de roubo junto com o José, que é menor de idade. Mesmo sendo 
menor de idade, João responderá pelo roubo majorado pelo concurso de pessoas. Já José 
irá responder por um ato infracional análogo ao crime de roubo em concurso de pessoas, 
previsto no Estatuto da Criança Adolescente (ECA). 
Além disso, nesse caso, por José ser menor de idade, João também praticou o crime 
previsto no Art. 244-B do ECA. Nesse caso, não se configura bis in idem ele responder tanto 
pela majorante pela causa de aumento de pena do crime de roubo, em virtude do concurso 
pessoas, como pela corrupção de menores.
5. (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2017) É vedada a imposição 
de multa por infração administrativa ambiental cominada com multa a título de sanção 
penal pelo mesmo fato motivador, por violação ao princípio do non bis in idem.
COMENTÁRIO
A questão afirma que não é possível ter uma multa administrativa ambiental e simulta-
neamente uma multa penal pelo mesmo fato motivador. Por exemplo, para alguém que 
devastou uma área de preservação ambiental, incidirá uma multa administrativa ambiental 
e trata-se também de um crime previsto na Lei n. 9.605/1998. Portanto, o agente irá res-
ponder também pelo crime ambiental, no qual é combinada a ele uma pena de multa em 
virtude desse crime. Nesse caso, não se configura bis in idem. É importante frisar que o 
bis in idem é quando a punição pelo fato se dá no mesmo ramo do Direito. Quando há dois 
ramos do Direito atuando e impondo sanções à pessoa, não há bis in idem. 
35m
40m
DIRETO DO CONCURSO
10 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal III
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
GABARITO
 1. E
 2. E
 3. E
 4. E
 5. E
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL IV
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Também conhecido por “criminalidade de bagatela” ou “infração bagatelar própria”, foi 
incorporado ao Direito Penal por Claus Roxin, na década de 1960, sob o fundamento de polí-
tica criminal.
De acordo com este princípio, o Estado não deve se valer do Direito Penal quando a con-
duta não é capaz de lesar o bem jurídico tutelado pela norma penal, ou, pelo menos, coloca-
-lo em perigo.
A natureza jurídica do princípio da adequação social é de uma causa excludente da 
tipicidade material. Nesse sentido, é fundamental compreender que a natureza jurídica do 
princípio da insignificância é a mesma natureza jurídica do princípio da adequação social. 
Contudo, nesse caso, o fundamento é outro. No princípio da adequação social, a exclusão da 
tipicidade material é porque a conduta passou a ser socialmente adequada. Já no princípio 
da insignificância, a exclusão da tipicidade material decorre do fato de a conduta ser insigni-
ficante. Ou seja, ela não tem o poder de atingir o bem jurídico, de gerar uma efetiva lesão ou 
um efetivo perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal.
• Tipicidade formal vs. Tipicidade material;
• Natureza Jurídica: causa supralegal de exclusão da tipicidade.
Lembrando que dentro do fato típico há a conduta, o resultado, o nexo causal e a tipici-
dade, sendo que esta se divide em tipicidade formal e tipicidade material. Por exemplo, uma 
pessoa que não está passando fome ou em estado de necessidade, entra em um supermer-
cado e decide praticar um furto, subtraindo um pacote de arroz que custa R$ 15. Dois dias 
depois descobre-se realmente que ela praticou o furto do pacote de arroz. Essa conduta teve 
tipicidade formal e se adequou ao tipo penal previsto no Art. 145 do Código Penal, que trata 
do crime de furto.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Sobre a tipicidade material, é importante lembrar que ela se refere à efetiva lesão ao bem 
jurídico tutelado pela norma penal ou, ao menos, perigo de lesão. Nesse caso, o furto do pro-
duto no valor de R$ 15 não afetou o faturamento de milhões de reais por mês que o super-
mercado possui. Logo, o fato não gera uma efetiva lesão ao patrimônio desse supermercado. 
Portanto, nessas hipóteses, criou-se na jurisprudência e, hoje, é amplamente aceito o princí-
pio da insignificância. É preciso recordar que se não há tipicidade material, não há tipicidade, 
se não há tipicidade, não existe fato típico, logo, não há crime. 
DIRETO DO CONCURSO
1. (DELEGADO/PC-MG/2018) O princípio da insignificância funciona como causa de ex-
clusão da culpabilidade, sendo requisitos de sua aplicação para o STF a ofensividade 
da conduta, a ausência de periculosidade social da ação e a inexpressividade da le-
são jurídica.
COMENTÁRIO
O princípio da insignificância funciona como uma causa de exclusão da tipicidade, e não 
da culpabilidade.
Critérios doutrinários
• Valor do bem;
• Condição econômica da vítima;
• Consequências do crime e modus operandi.
Quanto aos critérios doutrinários que podem ser aplicados no princípio da insignificância, 
o primeiro é o valor do bem. É preciso analisar o valor do bem, pois, se ele for muito elevado, 
não se pode aplicar o princípio da insignificância. Tanto o STJ, quanto a jurisprudência, com-
preendem como valor insignificante o valor que não ultrapasse 10% do salário mínimo.
O segundo critério que deve ser avaliado é a condição econômica da vítima. Por exem-
plo, se o sujeito subtrair um pacote de arroz do seu vizinho, cujo único alimento do dia era 
aquele pacote de arroz. Logo, é possível perceber que a aplicação do princípio da insignifi-
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
cância não é meramente uma análise do valor do que foi subtraído, mas também das conse-
quências geradas pela conduta. Subtrair um pacote de arroz de quem já está passando fome, 
obviamente, irá gerar uma efetiva lesão ao bem jurídico patrimonial daquela pessoa.
Requisitos objetivos adotados pela Jurisprudência
Min. Celso de Mello (HC 84.412-0/SP – 29/06/2004 – STF).
• Mínima ofensividade da conduta;
• Nenhuma periculosidade social da ação;
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e
• Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Apesar de serem denominados como objetivos,os critérios não são objetivos. Isso porque 
alguns deles não são possíveis de serem explicados. A questão foi que o STF não especifi-
cou adequadamente o que era cada um dos requisitos objetivos. 
É importante entender detalhadamente esses requisitos, porque, por exemplo, se a ques-
tão colocar que pode ser adotado o princípio da insignificância se houver pequena periculo-
sidade social está errado, pois o estabelecido foi que deve haver nenhuma periculosidade 
social da ação. Portanto, não se aplica o princípio da insignificância a delitos que envolvam 
violência ou grave ameaça.
Supondo que um sujeito praticou um roubo ordenando que a pessoa entregasse a sua 
caneta que custa R$ 3. Nesse caso, não se pode aplicar o princípio da insignificância, porque 
houve grave ameaça. Não é possível a aplicação também ao crime de extorsão, todavia, 
pode-se aplicar o princípio da insignificância ao crime de furto, estelionato e de apropria-
ção indébita.
Retomando o exemplo do pacote de arroz furtado do supermercado. Se, nessa hipótese, 
fosse um juiz, um delegado ou um policial federal. O valor foi inexpressivo para o mercado, 
porém, é socialmente reprovável a conduta de um servidor público que pratica esse tipo de 
ação. Sendo assim, não seria possível aplicar o princípio da insignificância a um agente papi-
10m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
loscopista da Polícia Federal que subtrai pacotes de arroz no supermercado, por exemplo. A 
razão disso é que não seria reduzido o grau de reprovabilidade do comportamento, na ver-
dade, seria um alto grau de reprovabilidade do comportamento.
A divergência está no requisito de inexpressividade da lesão jurídica provocada e mínima 
ofensividade da conduta. A jurisprudência e a doutrina não conseguiram explicar a diferença 
de ambos. Logo, entende-se que os dois dizem respeito ao baixo valor da coisa que foi do 
objeto material da conduta.
2. (CESPE/2014/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme o STF, 
para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja afastada a 
recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensi-
vidade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressivi-
dade da lesão, e nenhuma periculosidade social.
COMENTÁRIO
O item refere-se aos requisitos supostamente objetivos produzidos pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
É possível a aplicação do princípio da insignificância a reincidentes? 
• 1ª Corrente: NÃO admite;
• 2ª Corrente: ADMITE. A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reco-
nheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto (Infor-
mativo n. 793 do STF, HC 123108, julgado em 03/08/2015 e STF – HC 155.920/MG 
– 27/04/2018)
15m
DIRETO DO CONCURSO
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
A pessoa que é reincidente em praticar um novo crime, tem uma reprovabilidade maior 
do seu comportamento. A maioria dos julgados não admite a aplicação do princípio da insig-
nificância ao reincidente. Entretanto, a reincidência por si só não pode afastar por completo 
a aplicação do princípio da insignificância. Ou seja, é possível a aplicação do princípio da 
insignificância a um agente reincidente.
O delegado de polícia pode aplicar o princípio da insignificância diante de uma 
situação flagrancial?
• 1ª Corrente: NÃO;
• 2ª Corrente: SIM.
O sujeito que subtraiu o pacote de arroz do mercado é conduzido ao delegado de polícia, 
o delegado de polícia pode decidir não lavrar o auto de prisão em flagrante, pois entende 
que, nesse caso, há o princípio da insignificância. Todavia, outra parcela da doutrina defende 
que o delegado não pode aplicar o princípio da insignificância em uma situação flagrancial.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Furto
Aplica-se a insignificância. Entretanto, é importante observar:
• Não se leva em consideração somente o valor da res furtiva. Deve ser analisado o 
caso concreto;
• STJ tem negado a aplicação do princípio da insignificância quando o valor do bem sub-
traído é superior a 10% do salário mínimo vigente à época dos fatos. Se for abaixo desse 
valor, analisa-se o caso concreto (STJ, AgRg no Resp 1.558.547/MG, 19/11/2015);
• Furto com ingresso na residência da vítima – não aplicação em razão da violação da 
intimidade (STF, HC 106.045, 19/06/2012).
Lembrando que não é a toda subtração de um bem inferior a 10% do salário mínimo que 
pode se aplicar o princípio da insignificância. 
É aplicável o princípio da insignificância ao furto praticado por agente reincidente? 
E se for praticado durante o repouso noturno?
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
É possível a aplicação do princípio da insignificância ao furto praticado por agente reinci-
dente. Quanto ao furto praticado durante o repouso noturno, está previsto no Art. 155, § 2º, 
do Código Penal, que impõe um aumento de pena de um terço. Portanto, nessa situação, 
também é aplicável o princípio da insignificância. Dessa forma, o fato do furto ter sido pra-
ticado durante o repouso noturno, em regra, afasta o princípio da insignificância, mas não 
elimina a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância. 
A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal 
da conduta, à luz dos elementos do caso concreto. Precedentes (HCs 123.108, 123.533 
e 123.734).
O reconhecimento da majorante em razão do cometimento do furto em período noturno 
não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz 
dos elementos do caso concreto. Precedentes (RHC 153.694 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
Segunda Turma, DJe 27.8.2018; HC 136.896)
(HC 181389 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 14/04/2020)
Furto Qualificado
Em regra, não será aplicado o princípio da insignificância. Entretanto, é possível sua apli-
cação a depender do caso concreto. (Info. 793 do STF, HC 123108, julgado em 03/08/2015 
e STF – HC 155.920/MG – 27/04/2018)
Em regra, não se pode aplicar o princípio da insignificância ao furto qualificado, porém, 
também não se pode afastar a aplicação do princípio da insignificância nesses casos.
Não se aplica o princípio da insignificância aos seguintes crimes
• Roubo, extorsão e demais crimes cometidos com violência ou grave ameaça;
• Crimes previstos na Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006) – STJ, HC 240.258/SP, 
06/08/2013;
• Crimes contra a fé pública (ex.: moeda falsa e falsidade documental) – STJ, AgRG no 
AREsp 558.790 e STF, HC 117638;
• Crime de contrabando (Art. 334-A, CP) – STJ, AgRG no Resp 1472745/PR, 01/09/2015;
• Estelionato contra o INSS e o FGTS – STF, HC 111918 e HC 110845;
• Crimes relacionados à violência doméstica (Lei Maria da Penha, n. 11.340/2006);
20m
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Súmula n. 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contra-
venções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
• Crimes contra a Administração Pública.
Súmula n. 599 – STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
Administração Pública. (Aprovada em 20/11/2017)
Exceção: crime de descaminho (Art. 334, CP).
Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes previstos na Lei de Drogas, até 
porque, se a quantidade for muito pequena, aplica-se o Art. 28 da Lei n. 11.343/2006, o qual 
trata sobre o portepara uso pessoal de drogas. E ainda que se esteja comercializando uma 
pequena quantidade de drogas, é tráfico de drogas e não se aplica o princípio da insignificân-
cia ao delito de tráfico de drogas.
Outro caso é o da moeda falsa, que conforme o Art. 289 do Código Penal é um crime de 
competência da Justiça Federal e, portanto, de atribuição da Polícia Federal para investigar. 
Se alguém falsifica, mesmo que seja uma cédula de R$ 2, essa conduta não é insignificante, 
porque não se analisa o valor, e sim o bem jurídico da fé pública estatal.
Os crimes de contrabando são crimes relacionados às principais funções da Polícia 
Federal: descaminho e contrabando. Lembrando que a Polícia Federal é a polícia judiciária 
da União. Portanto, ao contrabando não se aplica o princípio da insignificância. Supondo que 
alguém importe um maço de cigarros, é considerado contrabando. Todavia, existe uma exce-
ção no crime de contrabando que se aplica ao princípio da insignificância, que é a importação 
de pequena quantidade de remédio para uso pessoal. 
Se a prova afirmar simplesmente, ou “de acordo com o STJ”, que não se aplica o princí-
pio da insignificância a crimes contra a Administração Pública, estará correto. Entretanto, se 
a banca especificar que “de acordo com o STF”, não se aplica princípio da insignificância a 
crimes contra a Administração Pública, estará errado. Isso porque para o STF deve ser feita 
25m
8 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
uma análise caso a caso para aplicar ou não o princípio da insignificância. Já o STJ veda, de 
maneira completa, a aplicação do princípio da insignificância a crimes contra a Administra-
ção Pública.
No crime de descaminho, que é um crime contra a Administração Pública, previsto no Art. 
334 do Código Penal, é possível a aplicação do princípio da insignificância até o valor de R$ 
20 mil. Ou seja, valores menores de R$ 20 mil são considerados insignificantes para o crime 
de descaminho, de acordo com o STJ e o STF. A razão disso é que a Fazenda Nacional, que 
executa o descaminho, a importação, exportação de mercadoria sem o devido pagamento 
de impostos de importação, somente promoverá a execução fiscal quando alguém estiver 
devendo mais de R$ 20 mil a ela. 
3. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2018) É possível a aplicação do princípio da in-
significância nos crimes contra a Administração Pública, desde que o prejuízo seja em 
valor inferior a um salário mínimo.
COMENTÁRIO
Não é possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a Administra-
ção Pública.
Aplica-se o princípio da insignificância aos seguintes crimes
• Crimes contra a ordem tributária (Lei n. 8.137/1990) e descaminho (Art. 334, CP) – 
valor pacífico no STJ e STF: Até R$ 20.000,00;
• Apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenciária – STJ, 
AgRg no Resp 1348074/SP, 19/08/2014;
• Crimes ambientais – A doutrina é contrária, mas a jurisprudência admite a aplica-
ção deste princípio, após uma rigorosa análise. STJ, AgRg no AREsp 654.321/SC, 
09/06/2015 e STF HC 112563/SC, 21/08/2012.
É possível a aplicação do princípio da insignificância na apropriação indébita previdenciá-
ria prevista no Art. 168-A e na sonegação de contribuição previdenciária citada no Art. 337-A, 
ambos do Código Penal. Além disso, é possível aplicar aos crimes ambientais. Por exemplo, 
o sujeito pescou, no período que não é permitido pescar, um camarão.
30m
DIRETO DO CONCURSO
9 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Princípios do Direito Penal IV
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
4. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO – CONSULTOR 
LEGISLATIVO – ÁREA III) O agente que ilude o pagamento de tributo aduaneiro devido 
pela entrada ou pelo consumo de mercadoria pode incidir no crime de descaminho. Na 
hipótese de o tributo devido ser inferior ao mínimo exigido para a propositura de uma 
execução fiscal, o STF entende que a conduta é penalmente irrelevante, aplicando-se 
a ela o princípio da insignificância.
A questão da posse e do porte de armas de fogo e munições
• Não se aplica o princípio da insignificância a posse ou porte de arma de fogo, seja de 
calibre permitido ou restrito e ainda que não acompanhado de munição – Pacífico no 
STJ e STF;
• No que concerne a posse ou porte de munições, desacompanhadas de arma de fogo, 
tanto o STF quanto o STJ têm entendido que, a depender do caso concreto e da quan-
tidade de munições, é possível aplicar o princípio da insignificância.
A favor da aplicação: STJ, REsp 1.735.871/AM, 12/06/2018; AgRg no HC 439.593/MG, 
01/02/2019 e STF, RHC 143449, 26/09/2017.
Contra a aplicação: STF, HC 131.771/RJ, 19/10/2016.
É possível a aplicação do princípio da insignificância aos atos infracionais?
O ato infracional é a conduta praticada pelo menor de idade, ou seja, quando uma pessoa 
menor de idade pratica uma conduta definida como crime, ela pratica um ato infracional. 
Nesse caso, também é possível aplicar o princípio da insignificância.
GABARITO
 1. E
 2. C
 3. E
 4. C
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
DIRETO DO CONCURSO

Continue navegando