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Segunda mais freqüente neuropatia nos membros superiores. Pode ter vários locais de compressão do nervo ulnar, o mais comum é na região do cotovelo (no túnel cubital). a) Túnel cubital: O túnel cubital tem uma membrana ou face de Osborne’s que é uma membrana ou teto do túnel cubital, que pode fazer essa compressão. b) Epicondilo medial: O nervo ulnar passa atrás do epicôndilo medial e pode sofrer compressão deste. c) Arcadas de Struthers: são membranas aponeuroticas que também podem comprimir nervo ulnar. d) Septo intermuscular: Essa arcada vai perfurar o septo intermuscular que é outro possível local de compressão. e) Fáscia do grupo muscular flexora- pronadora do antebraço: Os músculos pronadores e flexores também podem levar compressão do nervo ulnar. Apresentação clinica 1. Paciente que realizam muitos movimentos de flexão do antebraço são mais suscetíveis à compressão do nervo ulnar. Ex: telefonistas e trabalhadores com máquinas vibratórias. 2. Pacientes que praticam esportes que demando arremesso com flexão forçada. Ex: beisebol e golfe. 3. Pacientes que apresentam doenças sistêmicas como diabetes mellitus, hipotireoidismo e hanseníase. Sinais e sintomas O nervo ulnar vai inervar a eminência hipotênar, logo essa musculatura pode hipoatrofiar. A musculatura do hipotênar inclui: 1. Abdutor do dedo mínimo (5ºdigito). 2. Oponente do dedo mínimo 3. Flexor do dedo mínimo Inerva também lumbricais do 3º e 4º dígitos que são responsáveis pela extensão da falange proximal e distal. Inerva adutor do polegar, então terá paresia para adução do polegar. Neurolocomoção Inerva musculatura interossea que faz abdução e adução dos dedos. Quanto a inervação sensitiva inerva metade do 4º digito e 5º digito e parte ulnar da mão. Caso tenha compressão do nervo ulnar vai ter paresia, hipoestesia e dor nessa região, geralmente com piora noturna. Em casos mais avançados, fraqueza e atrofia da musculatura intríseca da mão é evidente. Garra ulnar (Sinal de Durchenne) por fraqueza do terceiro e quarto lumbricais (extensão da IFP e IFD do 2º ao 5º dedos) e fraqueza do terceiro interósseo palmar responsável pela adução do quinto dedo leva ao sinal de Wartenburg (paciente com quinto dedo ligeiramente abduzido quando em repouso por déficit na adução). Sinal de Froment: Pede-se para o paciente segurar um pedaço de papel entre o polegar e o indicador. Quando a função motora do nervo ulnar está íntegra, o paciente é capaz de manter a preensão usando o músculo adutor do polegar. Se o nervo ulnar está acometido, a preensão passa a ser compensada pelo músculo flexor longo do polegar que tem inervação do nervo mediano. Testes provocativos 1) Teste de Tinel percussão ao longo da trajetória do nervo tem uma sensibilidade de 70%; Se gerar parestesia, dor, teste é positivo 2) Flexão isolada do cotovelo apresenta sensibilidade em torno de 75%; No cotovelo tem compressão, se flexionar aumenta mais ainda e aumenta os sintomas caso seja positivo. 3) Compressão por 60 segundos sobre o túnel cubital apresenta sensibilidade de 89%; 4) Associação de métodos flexão do cotovelo e compressão passa a ter 98% de sensibilidade diagnóstica. Classificação clínica de McGowan Grau I: neuropatia sensitiva (hipoestesia) isolada; Grau II: neuropatia sensitiva e motora (paresia) sem atrofia muscular; Grau III: neuropatia sensitiva e motora com atrofia muscular. Exames complementares Embora o diagnóstico possa ser clínico, os exames auxiliam para avaliar se houve algum acometimento. Radiografia de cotovelo: Excluir deformidade, osteófitos que causem compressão e instabilidade decorrente de trauma prévio. Ultrassonografia: Exame dinâmico; pode evidenciar compressão e subluxação do nervo ulnar com a flexão do antebraço. Pode avaliar se houve alguma lesão, para saber se precisa de cirurgia. Eletroneuromiografia (ENMG): importante para confirmar o diagnóstico clinico e localizar o ponto de compressão. Tratamento Maioria dos pacientes fazem tratamento conservador, pois maioria dos casos são leves. Tratamento Conservador Indicação: Casos leves a moderados devido ao potencial de regeneração espontânea desde que os sintomas sejam leves ou intermitentes e os fatores provocativos possam ser eliminados; Consiste em: 1) Readequação de atividades cotidianas que exijam hiperflexão do antebraço; 2) Fisioterapia e uso de tala ou anteparo que limite a flexão do cotovelo em até 45 graus (principalmente durante o sono). Tratamento Cirúrgico Indicação: Sintomas constantes e atrofia muscular geralmente necessitam intervenção cirúrgica. Déficit motor no território do nervo ulnar ou quando houve falha no tratamento conservador. Referências: 1. Compressão do nervo ulnar na região do cotovelo – síndrome do túnel cubital: revisão da literatura. Roger Neves Mathias e colaboradores. Arq Bras Neurocir 2015.
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