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Produza uma análise a respeito da imagem anterior, considerando as ideias e discussões propostas nesta Unidade, como os conceitos da Teoria Antropológica do Didático, da praxeologia e do Campo Conceitual Aditivo, sinalizando as potencialidades e limitações dessa proposta didática. BARRETO, M. C.; MAIA, M. G. B. Articulação entre operações aritméticas e sistema decimal: uma avaliação do livro didático. In: II CONGRESSO INTERNACIONAL EM AVALIAÇÃO EDUCACIONAL. Fortaleza, Faced/Nave/UFC, 2005. Segundo Yves Chevallard (1998), sua Teoria Antropológica do Didático (TAD), considera que todo o saber está ligado a uma instituição, ou seja, o saber não existe no vácuo, isolado. Conforme este autor, instituição pode ser entendida como um dispositivo social o qual confere as pessoas que ocupam uma determinada posição, modos de fazer e de pensar próprios (CHEVALLARD,1992). Seguindo nessa compreensão e de acordo com o material apresentado nessa unidade 1, o livro didático (LD), pode ser considerado uma instituição, tanto para alunos quanto para os professores(as), que o utilizam. O livro didático (LD), muitas vezes pode ser o principal objeto dos docentes, mas não deve ser a única e nem tão pouco a última ferramenta a ser utilizada em sala de aula pelo(a) professor(a). O livro didático (LD) adotados por professores e empregados aos discentes da educação básica, são na maioria, aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), programa que analisa e distribui esses para as escolas públicas. Nesse sentido, os livros didáticos que as escolas adotam e compram devem estar presentes no Guia do Livro Didático do PNLD. Sendo assim, a Teoria Antropológica do Livro Didático foi amplamente utilizada diante do ensino e dos estudos da matemática e outras disciplinas. Na área da matemática, fazendo com que a didática apresentasse um dos pontos principais do desenvolvimento matemático, pensando ser uma aprendizagem mais completa aos estudantes. De acordo com Chevallard (1998, p. 92), sua teorização da TAD deve “[...] ser encarada como um desenvolvimento e uma articulação das noções cuja elaboração visa permitir pensar de maneira unificada um grande número de fenômenos didáticos, que surgem no final de múltiplas análises”. Dentro do campo da matemática há uma área denominada Educação Matemática. Essa área busca entre outras coisas problematizar o ensino da matemática vigente no Brasil bem com propor ideias que possam colaborar com a prática pedagógica do professor de matemática e, também para os docentes dos anos iniciais, conhecido também como professor polivalente. O exemplo acima, também podendo ser chamado de tarefa, na teoria de Chevallard, representa as operações aritméticas. Por outro lado, as técnicas são as formas de resolver as questões. As técnicas ou “jeitos de fazer”, possuem graus de escolhas e, também de indeterminação. Isso pode acontecer mesmo que, aparentemente, as definições matemáticas pareçam estar claras e precisas. Assim, outras técnicas, outros jeitos de fazer, podem ser utilizados para que a tarefa seja válida no processo de construção de conhecimento. Para Bittar, Freitas e Pais (2013, p. 26): Experiências mostram que o uso de material variado contribui para a aquisição dos conceitos, portanto, todos os materiais disponíveis podem ser usados pelo professor, começando desde tampas de garrafas e pedrinhas, passando pelo material dourado e chegando ao quadro valor de lugar construído com materiais cotidianos (sapateira) e ao ábaco. Logo, a tarefa adição exige técnicas ou jeitos de fazer. Perceba que sempre existe mais que uma maneira de se trabalhar com um tema na matemática, principalmente, nos anos iniciais, uma vez que o lúdico nesse nível pode ser ricamente explorado de forma pedagógica e assim contribuir com a construção do pensamento matemático. A adição é considerada a principal das operações básicas e as outras se operacionalizam por meio dela, estabelecendo um diálogo maior com a subtração, tanto é que existe uma teoria denominada campo conceitual aditivo, de Vergnaud (1990). Nesse sentido, as duas devem ser abordadas de forma coerente e conectada segundo os princípios escolares. Bitttar, Freitas e Pais (2013) esboçam que trabalhar com essas operações exige uma compreensão do valor posicional dos algarismos. Normalmente, nos livros didáticos, a adição é apresentada no primeiro momento sem reagrupamento e, em um segundo momento, a adição com reagrupamento. O trabalho com adição de números com duas ou mais ordens exige, muitas vezes, a retomada do valor posicional sobre as unidades, dezenas, centenas e assim por diante. Dentro da TAD existe um conceito denominado objetos ostensivos, que é o caso, por exemplo, do material dourado e do ábaco de pinos. De acordo com Bosch e Chevallard (1999, p.10): Nós falaremos de objeto ostensivo [...] para nos referirmos a todo objeto tendo uma natureza sensível, uma certa materialidade, e que, por isso, adquire para o ser humano uma realidade perceptível. Esse é o caso de um objeto material qualquer e, notadamente, e de objetos materiais particulares que são os sons [...], os grafismos [...] e os gestos. O trabalho com os materiais manipuláveis não pode ser apresentado descontextualizado da temática estudada. A praxiologia busca explicar as atitudes lógicas do ser humano, em que os indivíduos possam atingir seus propósitos por intermédio do ensino e aprendizagem. As quatro operações básicas foram estudadas por Vergnaud (1990) a partir do desenvolvimento cognitivo ao desenvolver a Teoria dos Campos Conceituais. Gérard Vergnaud, enquanto discípulo de Jean Piaget, trabalha especialmente sobre os conteúdos e o contexto escolar e sua proposta consiste em analisar a formação e o funcionamento dos conhecimentos. Vergnaud retoma, da teoria de Piaget, o conceito de esquema como “[...] uma organização invariante da atividade para uma classe de situações dadas” (VERGNAUD, 2009, p. 21). Ainda de acordo com o autor, a teoria dos campos conceituais “[...] é uma teoria cognitivista que visa a fornecer um quadro coerente e alguns princípios de base para o estudo do desenvolvimento e da aprendizagem de competências complexas, notadamente das que relevam das ciências e das técnicas” (VERGNAUD, 1990, p. 133). Seguindo por meio dessa prerrogativa é possível compreender que o conhecimento se constitui e se desenvolve com o tempo por meio de interações entre o sujeito e suas experiências. O conhecimento então se desenvolve a partir do universo no qual o sujeito interage e o desencadeamento de novas situações cognitivas parte de suportes formados anteriormente em outros momentos. Assim, [...] o estudo do funcionamento cognitivo não pode, portanto, descartar questões relativas ao desenvolvimento cognitivo. A teoria cognitiva proposta por Vergnaud contempla esse problema, buscando compor, em um mesmo foco de análise, desenvolvimento e funcionamento cognitivo. (FRANCHI, 2010, p. 1992). Vergnaud retoma os princípios de Piaget, porém adota como referência o conteúdo do conhecimento e é por meio de situações e problemas para se resolver que um conceito adquire sentido para o aprendiz. Moreira (2002, p.1), escreve que Vergnaud reconhece a importância da teoria de Piaget. Sendo assim, existe o problema didático da sistematização, a matemática por exemplo, é um dos campos científicos mais antigos da humanidade, e o ser humano, enquanto ser histórico e social, sempre busca até hoje, no século XXI, ferramentas para sobrevivência própria e de seus entes. Existem dois grupos epistemológicos para entender como a matemática agia em períodos anteriores: os Empiristas e os Racionalistas. Mas no que se refere aos livros didáticos (LD), conforme Bittar (2007, p,03) “(...) uma análise de LD descortina ao pesquisador diversas paisagens que podem ir desde o estudoda cultura escolar em uma dada época à identificação de possíveis razões de dificuldades de aprendizagem e á elaboração de sequencias didáticas.” Dessa forma, na matemática ou nas outras áreas do conhecimento, deve-se utilizar do LD, desde que seja respeitado as condições específicas de cada instituição e de seus educandos, suas necessidades. Pois o aluno já chega na escola com conhecimentos prévios de conhecimentos, o qual deverá ser observado e respeitado. Muitas das vezes, ensinar, requer do professor, sair da sala de aula, fazer brincadeiras interativas, incluindo a matemática envolvida com as outras áreas do conhecimento, estimular o aluno a questionar, pensar, sair da zona de conforto. Dar um passeio com a turma em volta da escola, fazendo com que eles observem os números das casas, os preços nos mercadinhos, as placas das ruas, tudo isso, com o auxílio do professor(a), fará com que os alunos, aprendam a matemática de forma lúdica e prazerosa, pondo em prática, nas atividades propostas pelo professor(a), mas junto com a interação dos alunos, de forma a fazê-los, raciocinar e pensar em possibilidades e maneiras diferentes de resolver problemas e isso segue para a vida.
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