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Curso Coordenação Pedagógica

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2 
www.soeducador.com.br 
Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
SUMÁRIO 
A Escola como Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar ................ 3 
A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar ...................................................... 3 
Conceituando Coordenação Pedagógica .................................................................. 4 
O Papel do Coordenador Pedagógico na Organização da Escola ............................ 8 
Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico ...................................................... 11 
O Perfil do Coordenador Pedagógico diante das Necessidades da Escola ............. 11 
Desenvolvimento das Relações Interpessoais da Escola ........................................ 14 
A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da Escola .......... 16 
Projeto de Ação Pedagógica/Planejamento Educacional ........................................ 16 
Conceito de Projeto Político-Pedagógico ................................................................. 19 
O Papel da Coordenação Pedagógica na Elaboração do Projeto Político-Pedagógico 
 ................................................................................................................................ 21 
A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino ............................. 24 
Conceituando Qualidade do Ensino ......................................................................... 24 
O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada ........................................... 30 
A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coordenativa ......................... 33 
REFERÊNCIAS: ...................................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
www.soeducador.com.br 
Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
A Escola como 
Local de Trabalho na Perspectiva da Supervisão Escolar 
 
A Atuação do Pedagogo e a Supervisão Escolar 
 
Vamos conhecer as muitas atuações do pedagogo dentro da escola. Este 
profissional, que é antes de tudo, um professor, pode atuar de muitas formas na 
organização escolar. 
São muitas as atribuições do pedagogo dentro da escola. Esse profissional, 
que é primeiramente um professor, pode também atuar como supervisor educacional, 
orientador educacional e gestor educacional. Na educação atual, há diversas áreas 
de atuação do pedagogo que têm o mesmo objeto de atuação que é o processo de 
conhecimento. Essas áreas se articulam dentro do trabalho coletivo na organização 
escolar e do trabalho pedagógico. A unidade introdutória abordará sucintamente as 
várias formas de atuação do pedagogo numa perspectiva do trabalho coletivo na 
organização escolar. 
Administração Escolar – Representado pelo Diretor da escola que tem como 
incumbência envolver toda a comunidade escolar na gestão da escola. Nesse 
enfoque, o gestor conjuga o compromisso político que o fazer educativo exige com 
sua própria competência técnica e de todos os agentes educacionais para atender 
bem a comunidade e promover o ensino de qualidade. O diretor também é o 
profissional que se responsabiliza pelo cotidiano da escola, gerenciando-a em seus 
aspectos físicos e humanos. Além disso, o diretor deve buscar sempre o 
fortalecimento da relação escola-comunidade, buscando fortalecer essa parceria. 
Orientação Educacional – Representada pelo Orientador Educacional. 
Segundo Grispum (2003), caracteriza-se como um conjunto articulado e coerente de 
tarefas e ações que tendem a promover um ensino diversificado e de qualidade, 
dando atendimento aos diferentes usuários, por meio da promoção das relações 
interpessoais. Assim, possui um caráter mediador, sendo elo entre a família, aluno e 
escola, promovendo as relações interpessoais na escola. 
Finalizando este capítulo, pode-se concluir que é muito grande a 
responsabilidade do pedagogo, qualquer que seja a sua área de atuação. Por isso, 
 
 
 
4 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
esse profissional 
deve procurar superar o trabalho fragmentado dentro da escola e promover a 
qualidade do ensino. 
Supervisão Escolar/Coordenação Pedagógica – Representada pelo 
Supervisor Pedagógico ou Coordenador Pedagógico. Também denominada de 
coordenação pedagógica, a supervisão escolar é um processo técnico-pedagógico 
que visa alcançar a qualidade do ensino, por meio do domínio dos fundamentos da 
política educacional e do currículo. Para isso, o coordenador pedagógico deve 
conhecer e estimular a atuação profissional dos professores, subsidiando-os com 
apoio técnico e material, acompanhando de perto o desempenho do aluno, 
verificando a avaliação que acontece na escola. 
Para Saviani (1985), o pedagogo escolar é aquele que domina 
sistematicamente e intencionalmente as formas de organização do processo de 
formação cultural que se dá no interior das escolas. E como especialista deve ter o 
domínio das formas pelas quais o saber sistematizado é convertido em saber escolar, 
tornando-o, transmissível e assimilável na relação entre professor-aluno. E no interior 
das escolas, o pedagogo deve lembra-se do seu papel, o qual será providenciar uma 
organização tal que cada criança, cada educando, em especial e os indivíduos das 
camadas trabalhadoras, não vejam frustrados seus anseios de assimilar os 
conhecimentos metodológicos, e sim possibilitar um conhecimento, uma cultura que 
atribua uma nova qualidade às suas lutas no seio da sociedade. 
Vejamos o que Libâneo (2001) diz a respeito do pedagogo escolar: 
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no 
aprimoramento do seu desempenho na sala de aula. [...] na análise e compreensão 
das situações de ensino com base em conhecimentos teóricos, ou seja, na 
vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. 
 
Conceituando Coordenação Pedagógica 
“Supervisor” é o que procura a “visão sobre”, no interesse da função 
coordenadora e articuladora de ações, é também quem estimula oportunidades de 
discussão coletiva, crítica e contextualizada do trabalho.RANGEL, 2001. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
Antes de 
começar os estudos sobre a coordenação pedagógica, é preciso discorrer 
brevemente acerca das várias fases que esta área pedagógica teve no contexto 
brasileiro. 
Inicialmente denominada de supervisão escolar ou educacional, a 
coordenação pedagógica sofreu uma enorme evolução ao longo dos anos, passando 
por fases distintas até chegar ao conceito e atribuição que possui atualmente. 
Para vários autores, dentre eles Nerici (1973), a supervisão escolar teve três 
formas distintas: fiscalizadora, construtiva e criativa. 
Fiscalizadora – Esta modalidade de Supervisão, considerada por muitos 
como inspeção escolar, seguia padrões rígidos e inflexíveis e não levavam em 
consideração as peculiaridades e especificidades das diversas regiões brasileiras e 
muito menos as diferenças individuais de cada aluno. Na visão de Alarcão (apud 
RANGEL, 2001) a supervisão educacional surgiu nos ano 1970, na qual a função de 
controle era a sua principal característica. 
Construtiva – A segunda fase, chamada de construtiva, surgiu da 
necessidade de melhorar significativamente a atuação dos professores. Para resolver 
os problemas detectados, os inspetores escolares passaram a promover cursos de 
aperfeiçoamento para os professores. 
Criativa – Atualmente a supervisão escolar encontra-se em sua fase criativa, 
a qual é separada da inspeção. Tem como o objetivo o aprimoramento de todo o 
processo ensino-aprendizagem e a busca, incessante, pela qualidade do ensino. 
A supervisão escolar criativa tem de ser democrática, inovadora e 
compartilhada. Por isso, estimula os professores a se aprimoraremprofissionalmente. Nessa visão, o aluno é beneficiado por meio de uma educação 
voltada para o desenvolvimento do educando em todos os seus aspectos. A 
supervisão escolar atual combate então aquilo que é considerado distorções: a 
evasão, repetência, o não aproveitamento do aluno. Nessa concepção são muitos os 
desafios a serem sanados. 
Segundo Lomonico (1987), vários são os autores que definem esse termo. A 
seguir serão colocados alguns conceitos importantes de supervisão educacional. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
De acordo 
com Andrade (1979, p.9), “a supervisão educacional é o processo pelo qual se orienta 
a escola como um todo, para a consecução de suas finalidades”. Pode ser 
conceituada, também, como um processo dinâmico de assistência 
técnicopedagógica que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem, 
orientando os profissionais da escola para uma melhor utilização de recursos 
humanos e materiais, tendo em vista a busca pela qualidade do ensino. 
Na visão de Przybylski (1985, p.16), a supervisão escolar é o processo que 
tem por objetivo prestar ajuda técnica, no planejamento, desenvolvimento e avaliação 
das atividades educacionais em nível de sistema ou unidade escolar, tendo em vista 
o resultado das ações pedagógicas, o melhor desempenho e aprimoramento 
permanente do pessoal envolvido na situação ensino-aprendizagem. 
A supervisão escolar passou, então, a ser entendida como orientação 
profissional e assistência, dadas por pessoas competentes em matéria de educação, 
no local e tempo necessários, visando ao aperfeiçoamento da situação total ensino – 
aprendizagem. Esse conceito de supervisão escolar pode ser aplicado a todos os 
níveis e fases do processo educacional. Ele tanto se aplica a técnicos em educação, 
supervisores e dirigentes, como a professores e coordenadores pedagógicos. 
Para Rangel (2004), a supervisão passa de educacional e escolar para 
pedagógica, caracterizando-se como um trabalho de assessoria ao professor, no que 
diz respeito ao planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e 
atualização do desenvolvimento de processo de ensino-aprendizagem. 
Na visão de Lima (apud RANGEL, 2004), a supervisão pedagógica deve ser 
inserida nos fundamentos e nos processos pedagógicos, auxiliando e promovendo a 
coordenação das atividades desses processos e a atualização coletiva dos 
professores. 
Para Spears (1978, apud PRZYBYLSKI, 1985, p.17), a supervisão visa facilitar 
a aprendizagem do aluno, proporcionando as condições adequadas ao aprendizado 
e ao ensino. O autor ainda complementa: 
Supervisão é um processo de efetuar o aprimoramento do ensino através do 
trabalho com pessoas que estão lidando com alunos [...] é um processo de 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
estimulação do 
crescimento e uma maneira de ajudar os professores a se ajudarem a si mesmos. 
Medina (2002) atribui à Supervisão Escolar a ideia de uma ação repensada, 
mais didática, menos burocrática e voltada para o fazer pedagógico, que é a base 
para a construção de uma nova escola, que responda aos anseios da sociedade e 
seja efetivamente de qualidade. 
É percebido que ao longo dos anos a supervisão educacional passou a adquirir 
várias denominações, como orientação pedagógica, supervisão pedagógica, 
supervisão educacional, supervisão de ensino e, finalmente, coordenação 
pedagógica. Isso ocorreu porque ela deixou de ser uma atividade meramente 
burocrática e passou a ter um contexto mais pedagógico. Por acreditar que a 
supervisão pedagógica não é uma função meramente burocrática e sim, 
fundamentalmente de cunho pedagógico, adotar-se-á neste estudo o termo 
coordenação pedagógica. 
Na visão de Libâneo (2004), coordenação pedagógica é uma tarefa que 
canaliza o esforço coletivo das pessoas para os objetivos estabelecidos. Atua junto 
à direção, buscando “a articulação e convergência do esforço de cada integrante de 
um grupo, visando a atingir os objetivos”, e ainda, “a coordenação pedagógica que 
tem como principal atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores, 
para se chegar a uma situação ideal de qualidade de ensino (considerando o ideal e 
o possível) ”. 
Dessa forma, o autor afirma que as funções da coordenação pedagógica 
podem ser sintetizadas da seguinte forma: planejar, coordenar, gerir e acompanhar 
todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e da sala de aula, 
visando atingir níveis satisfatórios na aprendizagem dos alunos. 
Agora que se conceituou a coordenação pedagógica, seguem suas atribuições 
específicas, segundo Libâneo. 
1. Coordenar e gerir a elaboração de diagnóstico, estudos e discussões 
para a elaboração do projeto pedagógico curricular e demais projetos da escola. 
2. Assegurar a unidade de ação pedagógica da escola, propondo 
orientações e ações de desenvolvimento do currículo e do ensino, visando à 
aprendizagem efetiva dos alunos. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
3. Assessorar pedagógica e didaticamente os professores, especialmente 
em relação a: 
• elaboração e desenvolvimento dos planos de ensino; 
• desenvolvimento de competências em métodos e procedimentos 
de 
ensino; 
• prática de gestão e manejo de situações próprias de sala de aula, 
buscando a motivação e solução de conflitos; 
• apoio na adoção de estratégias pedagógicas diferenciadas para 
soluções de dificuldades de aprendizagem dos alunos; 
• realização de projetos conjuntos entre os professores; 
• desenvolvimento de competências; 
• práticas de avaliação da aprendizagem. 
4. Cuidar dos aspectos organizacionais do ensino: supervisão das 
atividades pedagógicas e curriculares de rotina, coordenação de reuniões 
pedagógicas, elaboração do horário escolar, planejamento e coordenação do 
conselho de classe, organização de material didático e equipamentos. 
5. Assegurar, dentro da coordenação pedagógica, a articulação da gestão 
e organização da escola, por meio de: 
• exercício de liderança democrático-participativa; 
• criação do clima de trabalho cooperativo e solidário; 
• identificação de soluções técnicas e organizacionais para gestão 
das relações interpessoais e mediação de conflitos. 
6. Promover a formação continuada e desenvolvimento profissional dos 
professores. 
7. Apoiar os alunos com dificuldade de aprendizagem. 
8. Organizar formas de atendimento a alunos com necessidades 
educativas especiais. 
9. Criar condições necessárias para integrar os alunos na vida da escola 
por meio de atividades de socialização. 
10. Promover ações que assegurem o estreitamento escola-
famíliacomunidade. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
11. Formular e acompanhar, com a participação dos professores, 
procedimentos e recursos de avaliação da aprendizagem dos alunos. 
12. Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do projeto 
pedagógicocurricular e dos planos de ensino, a atuação do corpo docente por meio 
de práticas colaborativas. 
Dos conceitos abordados, pode-se concluir que a coordenação pedagógica 
tem como norte e objetivo a qualidade do ensino, por meio do assessoramento do 
professor. Posteriormente, iremos refletir com mais profundidade sobre o significado 
do termo qualidade de ensino e sua relação com a coordenação pedagógica. 
 
O Papel do Coordenador Pedagógico na Organização da Escola 
 
No capítulo anterior, destacou-se que a coordenação pedagógica tem um 
papel importante na busca da qualidade do ensino estendida a todos os alunos. 
Agora vamos estudar o papel do coordenador pedagógico diante das necessidades 
da escola. 
Na visão de Medina (1997) o supervisor é o profissional que faz a leitura da 
escola na sua totalidade. Ao que Alarcão (apud RANGEL,2001) complementa: “é 
peça vital, pois sabe interpretar a história passada da escola e planejar seu futuro”. 
Para responder aos anseios da escola o supervisor se aproxima do professor 
regente de classe para juntos realizarem um trabalho de parceria. A parceria ocorre 
na medida em que ambos, supervisor e professor, compreendem que são 
profissionais que trabalham em instâncias diferenciadas da escola, mas possuem o 
mesmo objetivo que é a aprendizagem do aluno. Segundo Medina (apud RANGEL e 
SILVA, 1997): 
Nesse processo, professor e supervisor têm seu objeto próprio de trabalho: o 
primeiro, o que o aluno produz; e o segundo, o que o professor produz. O professor 
conhece e domina os conteúdos lógico sistematizados do processo de ensinar e 
aprender; o supervisor possui um conhecimento abrangente a respeito das atividades 
de quem ensina e das formas de encaminhá-las, considerando as condições de 
existência dos que aprendem (alunos). Nesta relação, o professor não perde o 
controle sobre seu trabalho, uma vez que e condição essencial do ato de ensinar. No 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
diálogo do 
professor com o supervisor surgem as formas para encaminhar o acompanhamento 
da aprendizagem dos alunos. 
Sendo parceiro do professor e atuando não sobre ele, mas junto a ele, o 
supervisor escolar atua como facilitador do auto-aprimoramento do educador em sua 
ação docente (SPEARS, 1978, apud PRZYBYLSKI, 1985). 
Para Rangel (2001), o supervisor propicia aos professores assessoramento 
teórico-metodológico diante dos problemas educacionais cotidianos, criando 
momentos de reflexão teórico-prática. É responsável pelo serviço de assessoramento 
de todas as atividades que tenham influência no processo de ensino-aprendizagem, 
visando ao seu melhor planejamento, coordenação e execução dos mesmos, para 
que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do 
educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam efetivados os 
objetivos gerais de Educação e aqueles específicos da escola. 
Dessa forma, o supervisor escolar ou coordenador pedagógico atua como 
facilitador do auto-aprimoramento do educador em sua ação docente (SPEARS, 
1978, apud PRZYBYLSKI, 1985). 
Segundo Carneiro (2002), pode-se dizer que a função precípua do supervisor 
escolar é irradiar energia estimuladora para a manutenção de um clima participativo, 
auxiliando e promovendo a coordenação das atividades do processo pedagógico e 
sua atualização, pelo estudo e pelas práticas coletivas dos professores. 
De acordo com Libâneo (2004): 
O coordenador pedagógico responde pela viabilização, integração e 
articulação do trabalho pedagógico didático em ligação direta com os professores, 
em função da qualidade do ensino. [...] O papel do coordenador pedagógico é de 
monitoração sistemática da prática pedagógica dos professores, sobretudo mediante 
procedimentos de reflexão e investigação. 
Libâneo (2004, p. 219-221) cita 12 atribuições do coordenador pedagógico que 
examinaremos a seguir. 
• Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares 
da escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
• Supervisionar a elaboração de diagnósticos do projeto 
pedagógicocurricular da escola. 
• Propor para discussão, junto aos professores, o projeto 
pedagógicocurricular da escola. 
• Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, 
incluindo assistência didática direta aos professores sobre elaboração dos planos de 
ensino, de escolha de livros e formas de avaliação. 
• Acompanhar e supervisionar as atividades dos professores nas mais 
diversas atividades pedagógico-didáticas: desenvolvimento dos planos de ensino, 
gestão da classe, orientação de aprendizagem etc. 
• Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com os professores, 
diagnosticando problemas de ensino e aprendizagem. 
• Organizar as turmas de alunos, designar professores para as turmas, 
elaborar o horário. 
• Escolar, planejar e coordenar o Conselho de Classe. 
• Propor e coordenar atividade de formação continuada e de 
desenvolvimento profissional dos professores. 
• Elaborar e executar programas e atividades com pais e comunidade, 
especialmente de teor científico e cultural. 
• Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem. 
• Cuidar da avaliação processual do corpo docente. 
• Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do plano pedagógicocurricular 
e dos planos de ensino e outras formas de avaliação institucional. 
Nesse sentido, é importante que o coordenador pedagógico atue sempre 
procurando intergrar as diversas disciplinas, objetivando o desenvolvimento pleno do 
aluno, visando à interdisciplinaridade. 
Podemos concluir, então, que o coordenador pedagógico é o profissional que, 
na escola, possui o importante papel de desenvolver e articular ações pedagógicas 
que viabilizem a qualidade no desempenho do processo ensino-aprendizagem. 
 
Perfil e Identidade do Coordenador Pedagógico 
 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
O Perfil do 
Coordenador Pedagógico diante das Necessidades da Escola 
 
O coordenador pedagógico é um criador de cultura de aprendizagem. Ele liberta a 
energia das pessoas, buscando a criatividade na solução dos problemas. 
Przybylski, 1985. 
 
Segundo o Módulo de Coordenador Pedagógico da Agência de Certificação 
Nacional, para exercer suas funções, o coordenador pedagógico deve possuir 
algumas competências genéricas. 
 
Competência 1: Compreender e expressar-se em Língua Portuguesa e 
decodificar diferentes linguagens (conjunturas, símbolos, proposições). 
Competência 2: Compreender fenômenos naturais de processos 
históricogeográficos, da produção tecnológica e manifestações artísticas por meio de 
bases teóricas do processo de ensino-aprendizagem. 
Competência 3: Enfrentar situações-problema. 
Competência 4: Coordenar diferentes pontos de vista, refutando ou 
defendendo uma hipótese. 
Competência 5: Intervir de forma participativa na escola, respeitando os 
valores da comunidade e considerando a diversidade sociocultural. 
Ao que Girardi (1982) complementa, indicando algumas qualidades que o 
coordenador pedagógico deve agregar para exercer seu papel com competência 
e atingir a consecução dos objetivos estabelecidos. 
Lucidez quanto à Educação: deve ter ideias claras quanto à educação e 
identificar o que a escola quer alcançar em seu processo educativo. e 
Segurança: deve ter solidez no seu posicionamento e atuação no 
planejamento, no assessoramento e na execução dos projetos educativos, com 
segurança, uma vez que conhece a problemática educacional. 
Consciência do papel das suas funções: deve ter muito claro seu espaço 
de atuação e exercícios de suas funções. Dessa forma, obtém o respeito de outros 
profissionais, inclusive dos professores. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
Criticidade: deve possuir capacidade de julgar e de emitir juízo crítico a partir 
de pressupostos racionais, provocando em sua equipe a capacidade de constante 
reflexão. 
Racionalidade: deve ser o profissional que utiliza a razão, tendo o cuidado de 
não pulverizar o planejamento de tal forma que perca o sentido de globalidade e 
disperse o trabalho coletivo, e de não esquecer sua estratégia posição de mediador 
entre professores, alunos, direção e coordenador. 
Diligência: deve trabalhar de forma estimulante e cooperativa, havendo 
constante reavaliação e replanejamento das atividades quando necessário. 
Liderança: deve exercer a função de líder, na medida em que é capaz de 
comandar, orientar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos educacionais, 
agindo nãode forma autoritária, mas como um profissional seguro das orientações, 
sugestões e concepções defendidas. O espírito de liderança por competência, supõe 
uma aceitação de todos aqueles com quem compartilha suas ações. 
A seguir, as qualidades, na visão de Libâneo (2004, p.216), para exercer a 
função de coordenador. 
Autoridade – exercício de poder delegado para coordenar as medidas 
tomadas coletivamente, implicando determinadas qualidades e conhecimento de 
suas funções. 
Responsabilidade – exigência inerente a autoridade. No caso de tomadas de 
decisões resolvidas coletivamente, a responsabilidade final é a do coordenador. 
Decisão – capacidade de selecionar a medida mais adequada conforme 
situações concretas. Tendo como base um plano de trabalho, objetivos e tarefas 
estabelecidas por meio da participação da equipe da escola, o coordenador irá tomar 
as medidas necessárias. 
Disciplina – habilidade de compatibilizar a conduta individual com as normas 
e os interesses coletivos. 
Iniciativa – capacidade crítica e criadora de encontrar soluções aos 
problemas, enfrentando imprevistos que possam ocorrer. 
Ao que Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), complementa. 
• Respeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso 
do processo de ensino aprendizagem. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
• Toma 
iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo. 
• Desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para 
problemas novos e velhos voltados à aprendizagem. 
• Envolve a vida da escola e o processo educativo de um sentido 
profundamente humano, de tal forma que favoreça um ambiente propício para o 
diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de conhecimentos e 
formação de competências no aluno. 
De acordo com documento editado pela Secretaria de Educação e Cultura da 
Prefeitura de Salvador (2008), o coordenador pedagógico deve ser uma pessoa:2 
Criativa, estudiosa, organizada, leitora e ouvinte, aberta aos conhecimentos, 
às inovações, [...] também deverá estar atenta aos aspectos das relações 
interpessoais inerentes a convivência humana no cotidiano do universo escolar. 
 
 
 
 
Finalizando, Vasconcellos (2006) salienta que a coordenação pedagógica 
deve ser assumida por um profissional altamente qualificado. 
 
Desenvolvimento das Relações Interpessoais da Escola 
 
Uma importante função do coordenador pedagógico é a de propiciar um clima 
favorável ao trabalho da escola, fazendo com que se instaure o trabalho cooperativo, 
mediando as relações que acontecem na escola. Para isso, precisa ter liderança e 
consolidar sua identidade, conquistando o respeito dos professores. 
Você já conheceu um coordenador pedagógico que é constantemente 
chamado de “mil e uma utilidades”? 
E o coordenador pedagógico “faz-tudo” ou “apaga-fogo”? 
É muito comum na escola alguns coordenadores, a maioria deles muito bem 
intencionados, receberem diversos apelidos que descaracterizam sua verdadeira 
função. Nesse capítulo vamos investigar como esse processo ocorre. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
Vasconcellos (2006), ao definir o papel da coordenação pedagógica aponta 
suas disfunções: o coordenador pedagógico não é tapa-buraco, não é fiscal do 
professor; não é dedo-duro, não é bedel, enfatizando categoricamente que essas não 
devem ser atribuições do coordenador pedagógico. 
Dessa forma, a coordenação pedagógica é a articuladora do projeto 
políticopedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios para que a 
escola alcance a excelência, de forma que cumpra sua tarefa de propiciar que todos 
os alunos aprendam e se desenvolvam. (Os assuntos: projeto político-pedagógico e 
qualidade da escola serão estudados com maior aprofundamento nas próximas 
unidades). 
A coordenação pedagógica será exercida por um educador que irá transitar 
entre os diversos membros do grupo (professores, direção, pais, demais funcionários, 
alunos e comunidade), sistematizando e integrando o trabalho. Esse profissional 
lutará contra aquilo que torna a escola um local desumanizador: evasão, 
autoritarismo, repetência, discriminação etc. 
Diz Alarcão (2001) sobre a coordenação pedagógica: 
Processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais 
informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu 
desenvolvimento humano e profissional. 
Libâneo (2005) enfatiza que o coordenador pedagógico valoriza o sistema de 
relações interpessoais, buscando um clima amistoso de trabalho, fortalecendo as 
relações baseadas no diálogo e no consenso. 
A mesma visão possui Vasconcellos (2006), que enfatiza a atuação da 
coordenação pedagógica acontece no campo da mediação, no qual se estabelece a 
interação com o professor. Para tal, afirma que o coordenador pedagógico deve 
exercer algumas funções. 
• Acolher o professor em suas necessidades. 
• Criticar os acontecimentos, ajudando o professor a entender as 
contradições existentes. 
• Ter a transformação como uma das metas a atingir. 
• Procurar caminhos alternativos, buscando fornecer materiais e 
provocar o avanço.24 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
• Acompanhar o processo de aprendizagem em todas as suas 
dimensões. 
Ao que Fonseca (2001) completa: 
• Ser instrumento de transformação da realidade – resgatar a 
potência da coletividade, gerar esperança. 
• Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum. 
• Gerar solidariedade, parceria. 
• Ajudar a construir a unidade (não uniformidade); superando o 
caráter fragmentário das práticas em educação, a mera justaposição e 
possibilitando a continuidade da linha de trabalho na instituição. 
• Aumentar o grau de realização e, portanto, de satisfação de 
trabalho. 
• Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos, contradições e 
pressões. 
 
Pelo que foi exposto, verifica-se que os autores possuem posições 
convergentes ao enfatizarem que o coordenador pedagógico tem como foco o 
trabalho docente, ajudando cada profissional no seu aprimoramento pessoal, ao 
mesmo tempo em que auxilia os professores a se constituírem enquanto grupo. 
 
Mas o que vem a ser grupo? 
 
Gayotto e Domingues (1996) citando Sartre dizem que o simples agrupamento 
de pessoas é anterior ao grupo. Dessa forma: 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
Escola 
Projeto de Ação Pedagógica/Planejamento Educacional 
Na busca da autonomia da escola e no alcance da qualidade do ensino, é 
importante que a escola realize o planejamento educacional. 
 
O que vem a ser planejamento educacional? Como o planejamento 
educacional pode ser instrumento da autonomia da escola e qualidade do ensino? 
 
De acordo com Turra (1988), muitos autores apresentam posições diferentes 
em relação ao planejamento, mas há dois aspectos que são unânimes: a previsão 
metódica de uma ação a ser desencadeada e a racionalização dos meios para atingir 
Há relações de serialidade, aglomerados de pessoas anônimas que não 
interatuam entre si e não têm objetivos comuns, mas obj etivos em comum. A 
passagem da série ao grupo implica na consciência dos interesses comuns e no 
reconhecimento da interdependência. (SARTRE, apud GAYOTTO; RODRIGUES, 
1995 , p. 22). 
Portanto, o grupo constitui - se em um sistema de ações, que surge das 
necessid ades de seus membros, visando objetivos e estabelecendo tarefas para 
alcançá - los. 
 
 
A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da 
 
 
 
 
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os fins. Assim, o 
planejamento requer que se pense no futuro, favorecendo a passagem gradativa de 
uma situaçãoexistente para uma situação desejada. 
Segundo Romão e Padilha (1997, p. 80): 
Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobre como 
realizar e organizar o trabalho escolar, o que significa encarar de frente os problemas 
dessa instituição e do sistema educacional como um todo, compreendendo as 
relações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes, avaliando e 
ampliando a participação de diferentes atores em sua administração [...]. 
Para Libâneo (2005), o planejamento escolar consiste na previsão da ação a 
ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a serem 
atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem adotados, tempo 
de execução e formas de avaliação. Dentro dessa perspectiva, tem um caráter 
processual, sendo uma atividade de constante de reflexão e ação. 
Para o autor, o planejamento atende a algumas funções que veremos a seguir. 
• Diagnóstico e análise da realidade. 
• Definição de objetivos e metas, compatibilizando políticas e diretrizes do 
sistema escolar com as expectativas da equipe escolar. 
• Determinação de atividades e tarefas a serem desenvolvidas em função 
das prioridades, condições e recursos disponíveis. 
Segundo Coaracy (1972), o planejamento educacional é um processo 
contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e “quais as maneiras adequadas para 
chegar lá”, considerando-se a situação presente e as possibilidades futuras, para que 
o desenvolvimento da educação atenda as necessidades da sociedade e também do 
indivíduo. Em seguida, a autora descreve alguns objetivos. 
• Relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o 
desenvolvimento do país em geral e de cada comunidade em particular. 
• Estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos 
fatores que influenciam diretamente sobre a eficiência do sistema educacional 
(estrutura, administração, financiamento, pessoal, procedimentos e instrumentos). 
• Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos 
meios para atingi-los. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
• Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema. 
• Diagnóstico e análise da realidade. 
Agora, deve-se compreender o que significa planejamento curricular e sua 
relação com o projeto político-pedagógico da escola. 
A escola de qualidade deve realizar o seu planejamento, de forma global e 
sistemática, de todas as suas ações visando atender aos objetivos estabelecidos, 
tendo como foco a aprendizagem do aluno. Esse nível de planejamento denominado 
de planejamento curricular acontece na escola, na qual são estabelecidas as 
linhasmestras que norteiam todo o trabalho. Assim, o planejamento curricular é 
definido como: 
Uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema 
de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, 
de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem (SARUBBI, 
1971, p. 34). 
Libâneo (2004) explica que o projeto pedagógico curricular consolida-se num 
documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser 
trabalhado na escola, expressando dessa forma, a cultura da escola (aqui entendida 
como crenças e valores, significados, modos de pensar e agir), conhecendo, 
orientando e intervindo na realidade. 
O autor explica a expressão projeto pedagógico curricular: pedagógico em 
uma concepção na qual a pedagogia é considerada como a reflexão sistemática 
sobre as práticas educativas. A expressão curricular, por sua vez, marca o referencial 
concreto do projeto político-pedagógico da escola, uma vez que o currículo é definido 
como a projeção e desdobramento desse projeto. 
O planejamento curricular é uma tarefa contínua que acontece na escola para 
se alcançar a autonomia da escola e a qualidade. Desse planejamento surge, em 
níveis mais específicos, o planejamento de ensino, como uma atividade 
sistematizada e metódica concebida pelo professor junto a seus alunos, para 
obtenção de objetivos definidos. 
Agora que já conhecemos o planejamento educacional e os tipos de 
planejamento que acontecem na escola, vamos estudar com maior profundidade o 
projeto político-pedagógico e seus pressupostos. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
 
A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da 
Escola 
 
Conceito de Projeto Político-Pedagógico 
Na busca da autonomia pela escola há o Projeto Político-Pedagógico da 
escola que expressa objetivos e ações a serem alcançados. 
Ao estudarmos o projeto de escola, verificamos que existem diferentes 
nomenclaturas para defini-lo: projeto pedagógico, proposta pedagógica, projeto 
político-pedagógico. Em nossos estudos, iremos considerar o termo Projeto Político 
Pedagógico como o mais adequado, considerando esses termos como 
indissociáveis. 
O projeto é pedagógico quando possibilita a efetivação da intencionalidade da 
escola, ou seja, ser a formadora do cidadão participativo, compromissado, crítico e 
criativo, definindo ações educativas. É político, no sentido do compromisso com a 
formação do cidadão para um tipo de sociedade, sendo assim, o político indissociável 
do pedagógico. Essa interligação é tratada por Saviani, quando menciona: “dimensão 
política se cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especifica 
pedagógica” (apud VEIGA, 1996, p. 13). 
 
Mas o que vem a ser Projeto Político-Pedagógico? 
 
Na visão de Veiga (1996), o projeto busca uma direção, constituindo-se em 
uma ação intencional que tem um compromisso definido coletivamente. 
O projeto político-pedagógico é o plano de ação que visa a estruturar métodos, 
técnicas e procedimentos didáticos e pedagógicos com objetivos comuns na 
formação de indivíduos (OLIVEIRA, 2002 p. 26). O projeto, construído coletivamente, 
considerando as peculiaridades e a cultura do contexto na qual a escola está inserida, 
definirá o processo de ensino aprendizagem, possibilitando que a escola crie sua 
identidade e busque a qualidade centrada no aluno. 
Para Vasconcellos (2004), o projeto político-pedagógico é definido como: 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
É o plano 
global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de 
um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na 
caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É 
um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É 
um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste 
processo de transformação. 
Souza (1999, p. 29-30) conceitua o projeto pedagógico como: 
O projeto pedagógico é bem mais que o plano diretor da comunidade de 
aprendizagem com sua história, seu currículo, seus métodos, seus atores internos e 
externos. Ele, na qualidade de instituinte desse plano, vai além, estabelecendo 
vínculos e tradições, prevendo estratégias para a obtenção de recursos e 
desenvolvimento de capital intelectual da organização, criando condições para que 
essa organização institucionalize-se, incorporando e implementando valores. 
Vejamos como Gadotti diz sobre o projeto político-pedagógico : 
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. 
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar 
um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa 
que cada projeto contém de estado melhor que o presente. 
Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas 
rupturas. As promessas tornam-se visíveis os campos de ação possível, 
comprometendo esses atores e autores. (GADOTTI 1990, apud VEIGA,1996, p.12). 
Portanto, verifica-se que o projeto político-pedagógico é um processo de 
permanente reflexão dos problemas da escola e propicia a vivencia democrática 
necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar e o 
exercício da autonomia. 
Souza (1999) afirma que o projeto político-pedagógico possui variadas 
dimensões: filosófica, política, cultural, social e técnicas. 
Filosófica – estabelece uma forma de entendimento e transformação da 
realidade, explicitando-se por meio da análise crítica da realidade e mantendo, 
constantemente, a relação da teoria com a prática (práxis). 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
Política – 
possibilita uma permanente construção, avaliação e formulação em busca da 
excelência dos resultados. Nessa dimensão são expressos o exercício democrático 
e a cidadania. 
Cultural – salienta a diversidade de valores, das normas e das crenças, 
refletida nos diferentes comportamentos dentro das organizações, significando que 
elas são formadas por distintas culturas. (HANDY, apud SOUZA, 1999). É fonte de 
referência e de identidade dos atores envolvidos nos processos da comunidade de 
aprendizagem. 
Técnica – Desenvolve-se por meio de instrumentos que, longe de serem 
considerados receitas preestabelecidas, possibilita o pensar das ações da escola, 
buscando a direção da prática pedagógica para que responda às demandas e às 
necessidades da sociedade. 
Agora que entendemos o conceito de projeto político-pedagógico e 
conhecemos as suas dimensões, vamos ver, no capítulo seguinte, como ele é 
construído e qual é o papel da coordenação pedagógica nesse processo. 
 
A Atuação do Coordenador Pedagógico na Busca da Autonomia da 
Escola 
 
O Papel da Coordenação Pedagógica na Elaboração do Projeto 
PolíticoPedagógico 
Anteriormente vimos que o projeto político-pedagógico é a concretização das 
políticas públicas na escola, tendo como missão ser resposta às aspirações da 
sociedade. Não deve ser algo imposto, mas sim construído coletivamente, de forma 
participativa, pois expressa a identidade e os anseios de uma comunidade escolar. 
A construção do projeto político-pedagógico acontece na escola por meio das 
discussões e reuniões que envolvem toda a comunidade escolar, ou seja, entre a 
direção da escola, coordenação, corpo docente e discente, funcionários e membros 
da comunidade, visando à qualidade do ensino. Assim, vamos estudar neste capítulo 
a função da coordenação pedagógica na elaboração do projeto. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
Na visão de 
Vasconcellos (2006), a coordenação pedagógica atuará como a articuladora do 
projeto político-pedagógico da instituição no campo pedagógico, organizando a 
reflexão, a participação e os meios de concretização do mesmo, de tal forma que a 
escola possa cumprir sua tarefa de propiciar que todos os alunos aprendam e se 
desenvolvam, como seres humanos plenos, partindo do pressuposto de que todos 
têm direitos e são capazes de aprender. 
Nesse processo, o coordenador pedagógico terá como incumbência fazer com 
que toda a comunidade escolar conheça e reflita sobre as metodologias e recursos 
possíveis, procurando sensibilizá-los para a importância desse momento. 
Segundo o autor, a construção do projeto político-pedagógico requer dos 
participantes, principalmente da coordenação, três níveis de competências 
envolvidos na formação humana: conceitual, procedimental e atitudinal. 
Atitudinal: é a dimensão mais difícil de ser trabalhada, pois envolve valores, 
interesses, sentimentos. Na escola, o coordenador precisa ter o cuidado de não 
adotar uma postura “moralista” frente aos professores e sim procurar ter uma atitude 
de acolhimento e de entendimento, apresentando um novo caminho, outra 
possibilidade. 
Nessa dimensão há algumas categorias de análise importantes que deverão 
ser consideradas. 
Criticidade que se contrapõe a ingenuidade de não perceber a existência do 
problema, sendo preciso uma atitude investigativa e de compromisso de 
transformação. A crítica envolve o resgate de aspectos positivos, cabendo também a 
autocrítica por parte do coordenador. 
• Totalidade que envolve a percepção das múltiplas relações e 
complexidade das várias partes envolvidas. 
• Historicidade que busca a investigação histórica do processo, de como 
se chegou a uma determinada situação. A história do profissional e da instituição 
ajuda a entender a realidade. 
• Sensibilidade e confiança que envolve a capacidade do coordenador de 
perceber o outro, reconhecer lacunas e potenciais. A confiança se estabelece em 
atitudes concretas do cotidiano. 
 
 
 
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Procedimental: diz respeito ao domínio por parte da coordenação 
pedagógica, ao saber-fazer, ou seja, a concretização das ações pedagógicas da 
escola. 
Essa dimensão envolve algumas características: 
• Categorias de intervenção. 
– Práxis: envolve a transformação das ideias em ações concretas e a 
transformação da consciência, para que aconteça na escola a dinâmica constante de 
ação-reflexão, aproximando a teoria da prática. 
– Método: a coordenação pedagógica precisa ter seu projeto de trabalho 
estruturado vinculado ao projeto político-pedagógico. 
– Continuidade/Ruptura: a coordenação pedagógica ajuda o grupo a 
entender quais são os seus problemas, procurando superá-los. 
– Diálogo problematizador: a coordenação é 
 instrumento de 
interlocução do professor, pois ao falar o professor organiza suas ideias, chegando a 
uma conclusão. O coordenador, por sua vez, tendo uma visão geral do trabalho, dá 
direcionamento ao trabalho do professor. 
– Significação: a coordenação desenvolve o importante papel de 
resgatar o valor e o sentido do ensino como espaço de transformação. 
 - Categorias de sustentação: 
– Ética: envolve a responsabilidade pelos próprios atos. 
– Visão de processo: diz respeito a compreensão dos passos possíveis 
de serem realizados, baseando-se na concepção metodológica intervenção na 
realidade. 
– Avaliação: envolve a visão crítica e o questionamento do próprio 
trabalho, sendo fator de revitalização pessoal e institucional. 
– Participação: cabe ao coordenador pedagógico procurar a construção 
do projeto político-pedagógico de forma mais participativa possível, levando em 
consideração a posição dos outros, porém, tendo uma postura marcada pelo respeito 
e determinação. 
Conceitual: refere-se à clareza que deve se ter sobre o conceito de projeto 
político-pedagógico, cabendo à coordenação a tarefa de buscar, conhecer, discernir. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
Há duas 
características importantes nesse processo: 
• Construção, desconstrução: ocorre com o diálogo entre as teorias já 
existentes (enraizadas) e as teorias inovadoras. 
• Saberes disciplinares: ocorre com a reflexão conjunta do coordenador 
e os professores sobre a prática destes, que acontece na interação e articulação 
verdadeira entre eles. 
Concluindo este capítulo, vemos que a construção do projeto 
políticopedagógico exige do coordenador pedagógico que seja um articulador, 
organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo. 
 
A Coordenação Pedagógica na Busca da Qualidade do Ensino 
 
Conceituando Qualidade do Ensino 
Vimos, no decorrer dos estudos, que o Projeto Político-Pedagógico construído 
coletivamente, articulado de forma participativa e visando à aquisição de 
competência pelo aluno passa a ser suporte fundamental da escola da qualidade. O 
coordenador pedagógico atua como “maestro”, afinando sua orquestra, buscando a 
concretização desse instrumento. 
 
Neste capítulo veremos o que é a qualidade da educaçãoque muitos falam e 
poucos precisam seu significado. 
 
O que é a qualidade do ensino? Como definir a escola de qualidade? 
 
Para conceituarmos a qualidade do ensino iremos mencionar os estudos de 
Oliveira (2002), a qual analisou, em sua dissertação de mestrado, os fatores que 
fazem uma escola ser de qualidade. 
Conforme a autora, a educação, entendida como prática transformadora e 
democrática que busca a excelência, visa a procedimentos didáticos e metodológicos 
centrados nos interesses, necessidades características dos membros de seu 
processo, tendo o aluno como agente do processo. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
Assim, a 
qualidade do ensino formaliza-se por meio do projeto políticopedagógico. Nesse 
processo existem alguns fatores que devem ser destacados. 
1. Equipe docente: atores envolvidos diretamente na execução do projeto 
político-pedagógico que, em constante processo de aprendizagem, implementam e 
acompanham o processo de ensino-aprendizagem, criando novos conhecimentos, 
desenvolvendo novas habilidades e incorporando novos valores. 
Segundo Brzezinski (1996 apud 2002), o docente precisa de competência 
política (relações do indivíduo consigo mesmo, com o grupo e com a comunidade), 
competência técnica (procedimentos, técnicas e metodológicas) e competência 
científica (conteúdos transmitidos e produzidos). 
2. Relação professor-aluno: relação (interação) permeada de respeito 
mútuo. Assim essa relação diz respeito àquela que: “o aluno estabelece com o 
professor, com outros alunos e com o conhecimento, É que vai compondo e 
ampliando seu repertório de significados” (CENPEC, 1994). 
Para Cunha (1993), a relação professor-aluno é uma influência do trato do 
conteúdo e ensino, sendo fundamental a maneira como o professor relaciona-se com 
a sua área de conhecimento, assim como a própria percepção de ciência e a 
produção do conhecimento. Outra característica importante nessa relação é a 
metodologia utilizada pelo professor, pois na visão da autora: “Parece consequência 
natural que o professor que tem uma boa relação com os alunos preocupe-se com 
os métodos de aprendizagem e procure formas dialógicas de interação” (CUNHA, 
1993, p.147). 
3. Objetivos: ponto de partida para se refletir sobre que formação se 
pretende que os alunos possuam, que a escola deseja proporcionar e tem condições 
de atingir. São, dessa forma, referências que orientam a atuação educativa e 
apresentam diferentes categorias, que serão explicadas a seguir. 
• Capacidade cognitiva: influencia fortemente a postura do indivíduo em 
relação às metas que pretende atingir em diversas situações de vida, vinculando-se 
ao uso de formas de representação e de comunicação, envolvendo a resolução de 
problemas. 
 
 
 
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• Representação física: envolve o autoconhecimento, o uso do corpo na 
expressão das emoções, nos jogos. 
• Afetiva: refere-se a motivações, autoestima, sensibilidade, atitudes no 
convívio social, sendo vinculada à valorização do resultado dos trabalhos produzidos 
e das atividades realizadas. Possibilita ao aluno compreender melhor a si mesmo e 
aos outros. Relaciona-se estreitamente com a relação interpessoal, que será descrita 
a seguir. 
• Relação interpessoal: envolve compreender, conviver e trabalhar com 
os outros, descobrindo as diferenças entre as pessoas. Permite ao aluno e professor 
desenvolver a empatia, colocar-se no lugar do outro. 
• Capacidade ética: possibilita ao aluno reger as próprias ações e 
tomadas de decisão por meio de um sistema de princípios, segundo o qual se 
analisam os valores envolvidos nesses processos. O desenvolvimento dessa 
capacidade permite compreender razões e consequências, permitindo a superação 
da rigidez moral no julgamento e na atuação pessoal, nas relações interpessoais e 
na compreensão das relações sociais. 
• Capacidade estética: desenvolve a produção da arte, apreciando 
diferentes produções artísticas confeccionadas em diferentes culturas e momentos 
históricos. 
• Inserção social: refere-se à possibilidade de o aluno perceber-se como 
parte integrante de uma comunidade, de uma classe, de um ou vários grupos sociais 
e de comprometer-se pessoalmente com questões relevantes para a vida coletiva. 
Dentro dessa perspectiva a escola de qualidade, sensibilizada em fazer com 
que alunos desenvolvam capacidades, ajusta sua maneira de ensinar, seleciona os 
conteúdos de modo a auxiliá-los a se adequarem às várias vivências a que são 
expostos em seu universo cultural; considera as capacidades que os alunos possuem 
e as potencializa, preocupando-se com aqueles que encontram dificuldades no 
desenvolvimento de suas capacidades básicas. 
De acordo com os PCNs: “[...] é importante salientar que a escola tem como 
função potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades, de modo a tornar 
o ensino mais humano, mais ético” (PCN, 1998). 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
4. 
Currículo: para Sacristán (1998), o currículo pode ser definido como a concretização 
das funções da escola e a forma particular de enfocá-las num momento histórico e 
social determinado, para um nível ou modalidade de educação. Dessa forma, o 
currículo pode ser definido como a concretização dos fins sociais e culturais que se 
atribui à educação escolarizada. 
Na visão de Rodrigues (1992), o currículo é a atividade principal da escola, o 
instrumento mediante o qual a escola prepara o aluno para o exercício da cidadania. 
Assim, a escola deve criar condições capazes de incorporar o desenvolvimento de 
ações que levem o indivíduo a conhecer a sua realidade e, ao mesmo, reconhecerse 
como sujeito capaz de transformá-la. 
Souza (1999b) diz que no currículo devem estar presentes concepções que 
formam a sua essência. 
Complexidade: refere-se à variedade de pessoas com que o currículo 
trabalha (professores, pais, funcionários, alunos); aos múltiplos objetos do processo 
(disciplinas, valores, culturas, práticas sociais); aos diversos processos e métodos 
pedagógicos; aos instrumentos e recursos tecnológicos. 
Multirreferencialidade: significa que o currículo deve ser construído com 
base em um referencial múltiplo a partir de leis nacionais, estaduais e orientações do 
projeto político-pedagógico da própria escola, com toda carga cultural e expectativas. 
Subjetividade: embora definido coletivamente e dirigido a uma coletividade, o 
currículo é capaz de ter um significado único para cada sujeito individualmente 
considerado. 
Conteúdo: na escola de qualidade, o modo de conceber os conteúdos assume 
o papel principal, pois são por meio destes que os objetivos são operacionalizados. 
Assim é importante que haja uma reflexão sobre a seleção dos conteúdos, não se 
restringindo apenas aos fatos e conceitos, mas também procedimentos, valores, 
normas e atitudes. 
Conforme os PCNs (1998), os conteúdos são instrumentos para que os alunos 
desenvolvam as capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens 
culturais, sociais e econômicos. 
 
 
 
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Avaliação: 
entendida como um conjunto de atuações que orienta a intervenção pedagógica, 
acontece de forma contínua e sistemática. A avaliação de uma escola de qualidade 
ultrapassa o caráter classificatório que leva a excluir e supera o ato de medir 
quantitativamente os resultados (sobre esse tópico veremos no capítulo 11 um 
aprofundamento maior sobre o tema). 
Orientações didáticas: segundo os PCNs (1998), na escola de qualidade 
devem ser incluídas orientações que são subsídios à reflexão sobre como ensinar. 
Entendendo que o ensino não pode estar limitado a um único padrão, existem, nas 
orientações didáticas, alguns tópicosque são considerados importantes e que serão 
discutidos a seguir. 
• Autonomia: concebida ao mesmo tempo como uma capacidade a ser 
desenvolvida pelo aluno e, também, como um princípio didático geral e orientador 
das práticas pedagógicas. É uma opção metodológica que considera o educando na 
construção de seus próprios conhecimentos, valorizando suas próprias experiências, 
seus conhecimentos prévios, a interação que acontece entre o professor e o aluno, 
além daquela que ocorre entre os alunos. Também se refere à capacidade de 
posicionar-se, desenvolver projetos pessoais e coletivos, ter discernimento, 
estabelecer critérios e eleger princípios éticos, envolvendo aspectos intelectuais, 
morais, afetivos e políticos. 
• Diversidade: considerada como elemento essencial de uma escola de 
qualidade. O professor deve considerar a diversidade de cada aluno, analisando suas 
possibilidades de aprendizagem e avaliando a eficácia das medidas adotadas. 
Essa escola tem como valor máximo o respeito às diferenças uma vez que são 
consideradas um fator de enriquecimento. Esse princípio está comprometido com a 
equidade, na qual todos têm direito de aprender. 
• Interação e cooperação: são princípios e objetivos de uma escola de 
qualidade. Dessa forma, são fundamentais as situações em que os alunos possam 
aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, receber críticas, 
posicionar-se, coordenar ações para ter êxito em tarefas conjuntas etc. Nessa escola 
é essencial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los como forma de 
convívio escolar e social. 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
• Disponibilidade para a aprendizagem: é necessário o envolvimento do 
aluno na aprendizagem, o empenho em estabelecer relações entre o que já sabe e o 
que está aprendendo, em usar os instrumentos adequados que conhece e dispõe 
para alcançar a maior compreensão possível. Essa aprendizagem exige uma ousadia 
para se colocar problemas, buscar soluções e experimentar novos caminhos, de 
maneira totalmente diferente da aprendizagem mecânica, na qual o aluno limita seu 
esforço apenas em memorizar ou estabelecer relações diretas e superficiais. 
• Organização do tempo: permite ao professor criar situações em que o 
aluno, progressivamente, controla a realização de suas atividades. Por meio de erros 
e acertos, o aluno toma consciência de suas possibilidades, construindo mecanismos 
de auto-regulação que possibilitam decidir como organizar seu tempo. Por essa 
razão, são importantes as atividades em que o professor é apenas o orientador do 
trabalho, cabendo aos alunos o planejamento e a execução. 
• Organização do espaço: deve estar em consonância com a construção 
da autonomia. 
• Assim é preciso considerar que as carteiras sejam móveis, que os 
alunos tenham acesso aos materiais de uso diário, que as paredes sejam utilizadas 
para exposição de trabalhos, tendo a possibilidade inclusive de os alunos assumirem 
a responsabilidade pela decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é 
tratado dessa maneira, passa a ser objeto de aprendizagem e respeito. 
• Seleção de material: há na escola de qualidade, diversidade de 
materiais, a fim de que os conteúdos possam ser tratados da maneira mais ampla 
possível. Para o livro didático é dada uma especial atenção no que concerne à sua 
qualidade, à coerência e a eventuais restrições que apresentem em relação aos 
objetivos educacionais propostos. Embora seja importante e exerça grande 
influência, esse não é o único material a ser trabalhado, utilizando-se, também, 
jornais, revistas, folhetos, propagandas, enfim materiais que possibilitem ao aluno 
estabelecer vínculos entre o que se passa na escola e no mundo. Importantíssima 
também é a necessidade do uso do computador pelos alunos e pela escola como um 
todo, sendo a tecnologia um instrumento de aprendizagem escolar para que os 
alunos possam estar atualizados em relação às demandas sociais presentes e 
futuras. 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
Para saber 
mais sobre os PCNs e qualidade, sugerimos a leitura do fascículo: 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros 
curriculares nacionais. Brasília: MEC/ SEF, 1998. 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf 
 
• Participação dos pais: a escola de qualidade tem os pais dos alunos 
como coparticipantes no processo de educação de seus filhos. Essa relação foi 
estudada por Paro (2000) e será analisada adiante. 
 Na visão do autor, para ser de qualidade, a escola precisa da adesão de sua 
comunidade (dos alunos, pais e responsáveis) aos propósitos educativos a que ela 
deve visar, resultando em ações efetivas que contribuem para o êxito dos estudantes. 
 Uma dessas ações seria a escola despertar, em seus alunos, o desejo de 
aprender, tendo presente a continuidade entre a educação familiar e escolar, 
identificando formas de buscar a adesão da família para a sua tarefa de desenvolver 
nos educandos atitudes positivas em relação ao aprender e ao ensinar. 
 
A Educação Continuada faz-se necessária pela própria natureza do 
saber e do fazer humanos como práticas que se transformam constantemente. 
A realidade muda e o saber que construímos sobre ela precisa ser revisto e 
ampliado sempre. Dessa forma, um programa de educação continuada se faz 
necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para 
analisarmos as mudanças que ocorrem em nossa prática, bem como 
atribuirmos direções esperadas a essas mudanças. 
CHIRSTOV apud GUIMARÃES, 2006, p. 9. Przybylski, 1985. 
 
O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada 
 
 
 
 
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Coordenação Pedagógica e 
 Supervisão Escolar 
Vimos, em 
unidades anteriores, que o coordenador pedagógico tem papel imprescindível na 
escola. Ele atua na escola em diversas instâncias, sempre tendo como foco a 
apropriação do saber historicamente acumulado pelo aluno. Assim, o professor, 
responsável direto pela formação do aluno, deve estar sempre se atualizando, 
estudando, buscando cada vez mais o aprimoramento de sua prática. 
 
Você concorda com essa ideia? Por quê? Reflita um pouco sobre a relação 
coordenação pedagógica e formação dos professores. 
 
Os autores denominam de forma diversa o programa de aperfeiçoamento 
docente: Formação Continuada, Educação Continuada, Treinamento em Serviço. 
Porém são unânimes ao afirmar que a formação continuada é uma das atribuições 
mais importantes do coordenador pedagógico. 
Em nossos estudos, vamos utilizar o termo Formação Continuada por 
acreditarmos que este se aproxima mais de um programa de construção da 
autonomia intelectual do corpo docente. 
De acordo com Christov (2006), a Educação Continuada é atribuição essencial 
do coordenador pedagógico, devendo ser composta de várias ações: cursos, 
seminários, simpósios, mas também, trabalho pedagógico coletivo, reuniões 
planejadas e sistematizadas, orientações técnicas e estudos individuais. 
Placco (2001, p. 26-27), refere-se à Formação Continuada como: Um processo 
complexo e multideterminado, que ganha materialidade em múltiplos 
espaços/atividades, não se restringindo a cursos e/ou treinamentos, e que favorece 
a apropriação de conhecimentos, estimula a busca de outros saberes e introduz uma 
fecunda inquietação contínua com o já conhecido... 
Geglio (2006, p. 113) define a Formação Continuada dos professores como: 
Considero essa modalidade de formação aquela que ocorre no próprio local de 
trabalho desse profissional, ou seja, na escola. [...] Refiro-me a ela como um meio 
contínuo e consequente para a Formação Continuada desses professores. Um 
contexto natural e legítimo para o desenvolvimento dessaprática. Uma ação que 
 
 
 
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 Supervisão Escolar 
acontece no 
coletivo, e no coletivo dos pares, juntamente com a figura do coordenador 
pedagógico. 
A Formação Continuada dessa forma acontece como etapa de preparação do 
profissional da educação. Devemos então nos atentar para a palavra continuada, 
que significa que esse processo de aperfeiçoamento nunca terá fim, devendo ser 
constantemente alimentado e estimulado. 
Perrenoud (2000) entende a formação continuada enquanto a última das dez 
competências profissionais a serem cultivadas com prioridade pelo professor. Última, 
não por ter menos importância que as demais, mas, ao contrário, por ser essa 
competência a responsável pela manutenção e pelo desenvolvimento de todas as 
outras adquiridas ao longo da vida, seja profissional, seja pessoal. 
Assim, a Formação Continuada na escola deve se constituir em um espaço de 
produção de novos conhecimentos, de troca de diferentes saberes e de repensar e 
transformar o trabalho dos professores. 
Para Libâneo (2004, p. 227), a Formação Continuada deve fazer parte das 
próprias condições de trabalho do professor e responder às transformações que 
passa a escola: 
A Formação Continuada é o prolongamento da formação inicial visando ao 
aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e ao 
desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício 
profissional. 
Na visão de Mello (2004), a formação continuada vem ao encontro da 
necessidade legítima do profissional estar aprendendo sempre e deve apresentar 
algumas características. 
• A formação continuada deve ser dirigida ao corpo docente no coletivo, 
não aos professores isoladamente e terá como eixo a demanda concreta dos 
professores que participam da formação. 
• Acontece no horário de trabalho e é parte da atuação docente. 
• Valoriza o papel da equipe responsável pelo planejamento das 
atividades de formação, evitando ações elaboradas externamente. 
• É instrumento básico de desenvolvimento profissional. 
 
 
 
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• O 
professor auto gerencia sua própria formação continuada, desenvolvendo projetos 
pessoais de estudo e trabalho. 
Partindo desse pressuposto, podemos perceber que o coordenador 
pedagógico ao trabalhar a formação dos professores deve criar na escola uma cultura 
de permanente transformação, atuando como incentivador da aprendizagem 
permanente, da troca de experiências e do crescimento profissional dos professores. 
(Módulo Coordenador Pedagógico, Agência de Certificação Ocupacional, Secretaria 
de Educação, governo da Bahia, p. 5). 
De acordo com Placco (2005), o coordenador pedagógico deve ajudar os 
professores a refletir sobre a própria atuação em sala de aula. Concordando com 
essa autora, Libâneo afirma que coordenador pedagógico possibilitaria aos 
professores não somente a reflexão sobre a prática docente, buscando o 
entendimento das dificuldades encontradas, como a resolução dos conflitos no 
coletivo da escola. 
Outra atribuição do coordenador pedagógico é de propiciar momentos de 
estudos para e com os educadores com os quais trabalha. Assim, este profissional: 
Deve incumbir-se de orientar e auxiliar esta formação, a fim de que os 
professores desenvolvam e aperfeiçoem suas habilidades, renovando 
conhecimentos, repensando a práxis educativa, buscando novas metodologias de 
trabalho e aliando teoria e prática, uma vez que não existe a possibilidade de 
dicotomia entre uma e outra. 
• A Formação Continuada para ocorrer de forma efetiva precisa priorizar a 
cooperação, o trabalho coletivo e a reflexão crítica dos docentes sobre as suas 
próprias práticas. Partindo desse pressuposto, podemos inferir que ao atuar no 
aprimoramento do corpo docente o coordenador pedagógico enfoca também uma 
questão crucial que é a valorização do professor. A formação continuada só 
efetivamente se concretizará se forem desenvolvidas a auto-estima e motivação do 
professor. 
• Para concluir, podemos perceber que o coordenador pedagógico, ao trabalhar 
a escola como lócus de formação continuada e atuar no desenvolvimento profissional 
 
 
 
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do professor, 
acaba por consequência, aprimorando e desenvolvendo sua própria prática. 
• A Formação Continuada é elemento crucial da coordenação pedagógica, 
sendo uma atribuição muito importante, pois age diretamente sobre e na prática do 
professor. 
• Assim, escreva a sua trajetória de formação, inicial e continuada. Quais foram 
as ações que você, caro aluno, realizou nesse sentido. O que você pretende fazer 
futuramente para continuar sua formação? 
 
A Avaliação como Elemento Indispensável da Ação Coordenativa 
 
Nesta unidade vamos estudar a avaliação da escola como aliada da 
coordenação pedagógica na busca da qualidade. Para isso, vamos rever os 
conhecimentos abordando alguns conceitos sobre a avaliação. 
Para Oliveira (2002), a avaliação permeia todo o projeto pedagógico, 
possibilitando não só a identificação dos problemas, mas também das possíveis 
soluções, possibilitando os ajustes para uma escola de qualidade. 
A avaliação vista como acompanhamento da aprendizagem é contínua, é uma 
espécie de mapeamento que vai identificando as conquistas e os problemas dos 
alunos em seu desenvolvimento. Desta forma, tem caráter investigativo e processual. 
Ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com a função 
básica da escola, que é promover o conhecimento e, para o professor, transformase 
num recurso preciosos de diagnóstico (CENPEC, 1994). 
Segundo os PCN (1998), a avaliação, entendida como um conjunto de 
atuações que orienta a intervenção pedagógica, acontece contínua e 
sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento do aluno. 
Dessa forma, é um subsidio do professor, fornecendo-lhe meios para uma reflexão 
de sua prática, para a criação de novas metodologias e retomadas de aspectos que 
deveriam ser repensados no processo de aprendizagem individual ou de grupo. Para 
o aluno, a avaliação é o instrumento de consciência de suas conquistas e 
dificuldades. No que diz respeito à escola, a avaliação tem a função de localizar os 
 
 
 
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aspectos 
educacionais que demandam maior apoio, possibilitando a definição de prioridades. 
Assim, a avaliação é um meio de ajustes constantes, num mecanismo de 
regulação do processo de ensino-aprendizagem, contribuindo efetivamente para que 
o ato educativo tenha êxito. 
A escola que tem o compromisso com o desenvolvimento do potencial do 
aluno, que se expressa pela qualidade das relações que estabelece e pela 
profundidade dos saberes construídos, tem na avaliação, uma referência à análise 
de seus objetivos, que lhe permite redimensionar investimentos, de modo que os 
alunos aprendam cada vez mais. Dentro dessa concepção, é considerado tanto o 
processo que o aluno desenvolve como o produto alcançado, de forma que não se 
aplica apenas ao aluno, mas também, às condições oferecidas para que a 
aprendizagem ocorra. 
Dentro dessa concepção, na escola de qualidade a avaliação não é tarefa 
somente dos professores, também o aluno realiza a auto avaliação: 
A auto avaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno desenvolve 
estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos diferentes 
procedimentos para se avaliar. Além desse aprendizado ser, em si, importante, 
porque é central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o papel de 
contribuir com a objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só poderá ser 
construída com a coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do aluno quantodo professor (PCN, 1998). 
Na visão de Villas Boas (2005), a avaliação acontece para que se verifique o 
que o aluno já aprendeu, a fim de que se providenciem os meios necessários para a 
continuidade dos estudos. Assim, a avaliação é uma grande aliada do professor, pois 
avalia-se para a promoção da aprendizagem do aluno, sendo ambas avaliação e 
aprendizagem indissociáveis. Além disso, a avaliação ocorre também para investigar 
o desenvolvimento do trabalho de toda a escola e o da sala de aula, sendo criada 
dessa forma a cultura avaliativa, baseada na parceria, respeito mútuo, seriedade e 
rigor. 
Importante também é a definição que um dos maiores estudiosos brasileiros, 
Luckesi (2003) faz sobre a avaliação. Para o autor, a avaliação é um ato de 
 
 
 
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qualificação da 
realidade, a partir de dados relevantes, para uma tomada de decisão sobre o que 
está ocorrendo na perspectiva de proceder a intervenção e melhorar os resultados. 
Para Libâneo (2004), é preciso distinguir a avaliação do aproveitamento 
escolar do aluno (avaliação da aprendizagem) e a avaliação institucional. Na primeira 
os professores avaliam a aprendizagem do aluno e também são avaliados por ele, 
com bases no processo ensino-aprendizagem. A segunda tem como objetivo realizar 
um diagnóstico mais amplo do sistema educacional como um todo e também da 
escola, em âmbito local. Dessa forma: 
A avaliação da escola é um processo pelo qual os especialistas (diretor, 
coordenador pedagógico) e os professores discutem e avaliam sua escola em função 
do aprimoramento pedagógico-curricular e da qualidade do ensino (Libâneo, 2004, 
p. 254). 
Sobre a avaliação realizada na escola, este autor aponta alguns aspectos que 
tem que ser considerados. 
• Diagnóstico sobre a escola: dados estatísticos sobre a escola, 
reprovação, evasão, situação socioeconômica da comunidade. 
• Clima organizacional da escola: tipo de direção, envolvimento da 
equipe, relações interpessoais na escola, etc. 
• Acompanhamento do rendimento dos alunos: análise sistemática dos 
resultados em cada turma. 
• Avaliação da execução do projeto político-pedagógico: avaliação da 
escola no seu conjunto, dos objetivos propostos e ações para serem concretizados. 
• Avaliação de desempenho dos professores: por meio da observação 
sistemática de suas aulas, do diálogo e da reflexão conjunta entre os professores, 
direção e coordenação da escola. 
 
Mas qual é o papel da coordenação pedagógica na avaliação? 
 
Lomonico (1987, p.30) ajuda-nos a entender o papel do coordenador 
pedagógico na avaliação da escola, apontando os indicadores que viabilizam esse 
processo. 
 
 
 
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• Elaboração de instrumentos de avaliação do desempenho dos 
professores. 
• Registro e avaliação das condições materiais e humanas da escola que 
interferem no processo ensino-aprendizagem e proposição de medidas para sanar 
deficiências. 
• Levantamento com os professores dos fatores que contribuíram 
negativamente ou positivamente no rendimento escolar. 
• Análise dos instrumentos de avaliação elaborados pelos professores, 
bimestralmente. 
• Estudo com a equipe docente dos problemas relativos à frequência dos 
alunos. 
• Registros e gráficos estatísticos bimestrais do rendimento escolar dos 
alunos de cada classe e série e por matéria de currículo. 
• Relatórios da avaliação quantitativa e qualitativa das metas propostas 
no programa curricular. 
 Verificamos que a avaliação da escola é uma função primordial da 
coordenação pedagógica na busca da qualidade do ensino. Assim, é especialíssima 
a função do coordenador pedagogo nesse processo. Batista e Seiffert (2006) afirmam 
que avaliar e coordenar são verbos-atos da complexa tarefa de educar. Dessa forma: 
Verificamos que, na avaliação que acontece na escola, o aluno tem papel 
fundamental nesse processo, sendo sujeito de sua aprendizagem. Assim, 
construa um exemplo de auto avaliação realizado pelo aluno. Vamos lá! É 
mais simples do que parece. Para facilitar, este instrumento já está iniciado 
e você deverá continuá-lo. 
 
 Ficha de auto avaliação do aluno em relação à aprendizagem 
Perguntas Sempre Às vezes Nunca Por quê? 
 
 
 
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REFERENCIAS: 
 
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<http://erevista.unioeste.br/index.php/ 
educereeteducare/article/download/1656/1343. 
Acesso em 04/11/2008.

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