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Resumo Livro Scalércio

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ECONOMIA NORTE-AMERICANA NO SÉCULO XIX
Por muito tempo, diante dos espaços continentais americanos, a população foi insuficiente. Onde foi possível aproveitou-se o trabalho indígena, porém os contingentes nativos não se mostraram suficiente para as necessidades geradas pelos sistemas econômicos implantados pelos europeus, que demandavam muita força de trabalho. O sistema de imigração, que funcionou a todo vapor, baseou-se em duas modalidades: de um lado a imigração espontânea de trabalhadores, oriundos principalmente da Europa, e, de outro, a migração compulsória, o tráfico de escravos africanos cujo objetivo era atender a demanda da agricultura comercial de exportação. 
Os condicionamentos físicos, os recursos e potencialidades naturais de cada região foram os fatores determinantes para a formação do sistema econômico dessas regiões. Formaram-se, dessa forma, um Nordeste manufatureiro, um sul especializado na agricultura de exportação e os Middle States, baseados em uma estrutura de pequenas e médias fazendas de agricultores livres. Tais sistemas correspondem às áreas originais das Treze Colônias da Inglaterra que se projetariam para o resto do território, abarcando as novas regiões conquistadas e expandindo suas relações sociais de produção simultaneamente ao avanço da colonização. 
Diferentes entre si, os três sistemas eram complementares. 
A partir da região da Virgínia foi introduzido o trabalho escravos nas plantações, inicialmente de tabaco, índigo e arroz, e, mais tarde de algodão. Buscava-se, por meio do trabalho escravo, dinamizar a agricultura de exportação, tornando-a mais competitiva no mercado internacional. A agricultura comercial implantada no sul das Treze Colônias acabou, não só estabelecendo uma forma de organização social que acabou destoando do resto do país, como também foi um dos importantes motores do crescimento da economia do fim do século XVIII até meados da década de 1860. O sistema que proporcionou o crescimento inicial da economia norte-americana se fundamentou, marcadamente, em uma progressiva expansão territorial, acompanhada do avanço da colonização, na verdade uma das características da plantation escravista era a grande mobilidade, pois o esgotamento do solo levava a saída do fazendeiro e seus escravos a uma busca incessante a novas terras propiciadas às plantações.
A região conhecida como Nova Inglaterra limita-se ao norte com o Canadá, ao sul, com o estado de Nova Iorque, e a oeste, durante muito tempo, a expansão da colonização teve durante muito tempo como limite os montes Apalaches.
Os colonos ingleses introduziram a agricultura na Nova Inglaterra. O terreno, contudo, tornava tal atividade muito difícil, em função da terra – essa mesmo sendo fértil, é muito pedregosa. Dessa forma, o trabalho dos agricultores era dificultado. Logo, desde a chegada, os colonos buscavam atividades alternativas mais viáveis. Eles, grande maioria originários da Inglaterra, contavam com uma grande tradição de marinhagem e construção naval. Por sua vez, as árvores da região forneciam madeira, piche e alcatrão, matérias-primas necessárias para a fabricação dos barcos. Enquanto isso havia ali, relativamente perto, uma das regiões mais piscosas do mundo, o Canadá. Por essas razões, não tardou até que o litoral da Nova Inglaterra ficasse cheio de estaleiros. A pesca do arenque, salmão, bacalhau e cavalas se expandiram a toda velocidade. Mais tarde, o desenvolvimento da construção naval possibilitou a perigosa, demorada, porém extremamente lucrativa pesca da baleia, gerando dividendos para as empresas capitalistas norte-americanas e também para o cinema e literatura. A viabilização das condições para a construção e reparo de navios de todos os calados, implicava o estabelecimento de um variado elenco de atividades produtivas, muitas das quais especializadas – tais como carpintaria e marcenaria. Ao lado de tudo isso se estruturou empresas cujas tarefas eram o preparo, a conservação e o armazenamento do pescado. 
Ademais, as embarcações, em particular as de maior calado, aprestavam-se para todos os tipos de transportes e comércio. Freqüentemente, os armadores podiam pôr seus navios a serviço das companhias de comércio, mesmo que essas empresas tivessem suas próprias embarcações. A navegação comercial e de transporte de mercadorias centrou-se na Nova Inglaterra, em especial no posto de Boston, e mais tarde no porto de Nova Iorque, nos Middle States. A atividade marítima norte-americana se consolidou em três eixos principais: as ligações com a Europa, tendo a Inglaterra como principal destino, comércio e transporte entre as várias colônias inglesas da América do Norte, e as relações com outras áreas coloniais, principalmente o eixo das Antilhas e do Caribe, por meio do famoso comércio triangular. Os navios de Boston e, mais tarde, de Nova Iorque, participavam de todos os tipos de comércio: transporte de pescado salgado e matérias-prima navais obtidas na América para a Inglaterra; frete de mercadorias européias para o Novo Mundo; transporte de colonos; venda de alimentos e gado produzidos e criados na América do Norte para o sustento das populações dedicadas ao plantio de cana-de-açúcar nas ilhas antilhanas; e, mais tarde, o frete de tabaco, arroz e algodão produzidos no Sul, bem como a intensa participação no comércio de escravos. Somados a todas essas atividades, ainda tinha a pirataria. 
De fato, as primeiras empresas de porte dos Estados Unidos se dedicaram, desde o século XVIII, às atividades de importação e exportação, denominadas general merchant. Além de dominarem o comércio exterior, possuíam navios e barcos, e controlavam a distribuição de mercadorias. 
Nesse período do desenvolvimento da economia, as principais atividades eram coordenadas por mercadores-empreendedores. Comercializavam produtos de pequenas empresas e eram responsáveis pelo sistema de distribuição. Forneciam ferramenta, suprimentos vindos de outras regiões da América ou importados, encarregavam-se do financiamento, atuavam como correspondentes e agentes para mercadorias de outros portos, e negociavam por meio de venda, consignação e comissão.
Entretanto, as atividades econômicas desenvolvidas na Nova Inglaterra não se resumiram ao comércio marítimo, à pesca, à marinhagem, ao frete e aos roubos. Desde o início da colonização, os colonos foram obrigados a produzirem boa parte daquilo que consumiriam: desde a construção de suas casas, passando pela fabricação de velas, até a confecção de tecidos rústicos. Esses colonos, como sua grande maioria eram originários da Inglaterra, chegaram à América com um leque de conhecimentos e aptidões técnicas, que, em seus países de origem, serviam como base de produção de riqueza e o desenvolvimento de uma economia de mercado. 
Ao menos até meados de 1840, a atividade artesanal era a predominante na Nova Inglaterra. Artigos como velas, calçados, chapéus e utensílios de metal eram produzidas e consertados nesse contexto. Mesmo assim, houve dois setores que conheceram notável modernização para os padrões da época: a fabricação de farinhas e a têxtil.
Para a fabricação em grande quantidade de todos os tipos de farinhas é necessário os moinhos. A região da Nova Inglaterra, por sua vez, apresentava condições necessárias à instalação desses moinhos, ou seja, cursos e corredeiras rápidas, provocados por leitos de rios elevados. Havia um arranjo envolvendo as várias fases de produção: o cultivo dos grãos, a atividade criatória ou a pesca, o transporte do produto até os moinhos, a moagem, o acondicionamento, a armazenagem e, em seguida, a distribuição. 
Além disso, a questão do uso da energia hidráulica dos cursos e corredeiras rápidas não se resumiu ao processo de fabricação de farinhas. Na verdade, durante um bom tempo esse foi o principal suporte do funcionamento das fábricas do setor têxtil, que também conheceram um notável desenvolvimento. 
Na Nova Inglaterra, a habilidade, de lidar com têxteis, acompanhou a chegada dos colonos britânicos. Desde a Idade Média, os ingleses já tinhamdestaque na criação de carneiro e exportação de lã bruta, até mesmo a primeira Revolução Industrial Inglesa teve como pilar o setor têxtil. Dessa forma, sendo possível criar carneiros nas terras pedregosas, os fazendeiros usaram suas habilidades e conhecimentos antigos para tecer panos rústicos e grosseiros de seu dia a dia. 
Com o aumento constante da imigração européia e a ocupação de um número cada vez maior de pessoas em atividades não agrícolas, as importações, particularmente de tecidos ingleses, não foram, por várias razões, suficientes para atender a demanda norte-americana, justificando o aparecimento de uma produção têxtil voltada para a comercialização no mercado interno. 
Paralelo a esta processo, houve o alastramento de fazendas organizadas em pequenas e medas propriedades nos Middle States. Com terras mais propícias à agricultura e à criação de animais, surgiu nesses estados a oportunidade de desenvolver uma produção mais intensa de alimentos. Os fazendeiros livres, que não tinham escravos, logo enviaram enviavam os seus produtos para as cidades cada vez mais povoados da Nova Inglaterra, para as fazendas sulinas e mesmo para fora dos Estados Unidos, principalmente para a área antilhana. Com a Independência e o fim das restrições de acessa às terras localizadas além da linha dos montes Apalaches, as fazendas livres dos Middle State se projetaram sobre as regiões abertas a oeste. Notemos que o crescimento das demais regiões incentivou bastante o processo de produção de mercadorias na Nova Inglaterra. No caso específico da produção têxtil, o trabalho, assim como nos primórdios na Inglaterra, se organizou nos quadros do putting out: os fazendeiros, utilizando o tempo livre e instrumentos de trabalho de sua propriedade, fiavam e teciam, entregando sua produção a um mercador profissional, que se encarregava da comercialização. Este possuía capital ou acesso ao crédito necessário para comprar os produtos e revendê-los no mercado nacional ou no estrangeiro. Muitas vezes o comerciante se encarregava na tintura e do arremate dos tecidos, mas para isso era necessário contratar trabalhadores e possuir estabelecimentos adequados. O putting out system ou Verlag system, se espalhou pelas granjas da Nova Inglaterra, aproveitando também as habilidades manuais das crianças e das mulheres. 
Inicialmente, a produção têxtil necessitava da mão-de-obra existente nas fazendas e era comercializada pelos mercadores-empreendedores, que, às vezes, se encarregavam de fornecer a matéria-prima. Mais tarde, a manufatura moderna dependeu de bens produzidos pelos fazendeiros para fornecer alimentos baratos e abundantes às populações urbanas, formadas em grande parte por operários trabalhando em tempo integral; os fazendeiros por sua vez, sustentavam a demanda de produtos manufaturados. 
Na verdade, durante todo o primeiro quartel do século XIX, boa parte da produção manufatureira da Nova Inglaterra ocorreu em residências ou pequenas oficinas e lojas artesanais de pessoas que vendiam a maior parte de sua produção para os mercados locais. Ainda assim, as condições de desenvolvimento do mercado norte-americano permitiram o surgimento dos primeiros sistemas manufatureiros com estrutura mais sofisticadas. O sistema fabril norte-americano se iniciou de fato em 1790, com o cotonifício Almy, Brown & Slater em Pawtucket, Rhode Island. Sua força motriz era obtida por meio de energia hidráulica e tecnologia britânica. As fábricas deviam estar próximas dos leitos dos rios, cujas águas eram não só aproveitadas pelos moinhos como também utilizadas para os processos de lavagem e tintura. 
Ao menos até meados de 1840, a energia hidráulica foi a força motriz predominante nas fábricas. O impedimento para a adoção imediata da energia a vapor estava ligado à prospecção e extração insuficientes de carvão no país. À medida que as jazidas de carvão foram identificadas e o mesmo extraído e transportado de maneira eficaz, o uso de vapor se difundiu. A fábrica de têxteis se tornou uma unidade capaz de realizar, em um único lugar, a produção fio até a roupa. Para isso, teve que inicialmente contar com máquinas importadas e um bom número de operários para as diversas tarefas, sob uma divisão de trabalho racionalizada e bem supervisionada. 
O Boston Manufacturing Company foi fundado em 1813 na Nova Inglaterra. O sucesso dessa fábrica foi grande. Antes de 1820, os empresários na Nova Inglaterra se concentravam no comércio internacional. A partir de Lowell assistimos a transferência de capitais para o investimento em fábricas, e o aumento do interesse pelas atividades industriais provocou importante mudança no perfil econômico da região. A indústria, assim como a agricultura, buscaria áreas mais propícias e recursos disponíveis: terras, água abundante e mão-de-obra abundante. Nessa busca por novos recursos a manufatura têxtil se expandiria em direção aos Middle States, aproximando-se cada vez mais de Nova Iorque. 
Em 1810, aproximadamente 2/3 das roupas usadas pelos habitantes do país não residentes em cidades eram produzidas manufaturas familiares. A fábrica de Lowell e outras unidades similares começaram a mudar tal situação com a introdução de máquinas, levando a superação do putting out. 
O setor metalúrgico e o de produção de armamentos despontariam, apesar da hegemonia da manufatura têxtil. No caso específico do setor metalúrgico as práticas artesanais ainda predominavam, e boa parte dos metais consumidos era importada. De fato, só o ferro era abundante no país. A produção de aço se ressentia da inexistência de grandes unidades siderúrgicas e da pequena produção de carvão. O trabalho com metais era desenvolvido basicamente em pequenas oficinas que atendiam a demanda local. 
United States Amy’s Armory sua estrutura, com um sistema de produção em processo contínuo e partes intercambiáveis. Posteriormente, tal idéia tornou possível a “linha de montagem fabril”, que, após ser introduzida nos EUA, seria copiada no mundo inteiro. Em Springfield, no início do século XIX, oficinas produziam peças intercambiáveis e estas eram enviadas para uma oficina central, onde o produto era finalmente montado. Em 1815, o coronel Roswell Lee implantou nas oficinas de Springfield técnicas modernas de contabilidade e um sistema de controle de qualidade. Evidentemente, ele estava preocupado em racionalizar os gastos com material e diminuir a perda de peças. Depois de 1815, a especialização e a divisão do trabalho cresceriam de maneira acentuada no interior da empresa – das 36 tarefas iniciais, passou para 86em 1820 e cem em 1825. Sua estrutura de funcionamento se tornou o protótipo da fábrica moderna, inaugurando o que seria conhecido como the american system or manufacturing. 
Até 1840, o aspecto econômico mais importante foi a constituição de uma economia de mercado nacional, graças ao processo de transporte das mercadorias e dos mecanismos de comercialização e distribuição. 
A manufatura se beneficiou do aumento da população e do fato de a mesma ter se espalhado pelo continente.
Percebeu-se que nos Estados Unidos o desenvolvimento da economia e o crescimento urbano foram simultâneos. 
Inicialmente, o esforço no sentido de organizar a rede de transporte no país, priorizou as vias navegáveis, marítimas e fluviais, seguindo a lógica do que ocorria na Europa. O desenvolvimento da indústria naval na Nova Inglaterra dinamizou o setor desde a Independência. Nas décadas de 1830 e 1840, linhas de navegação fizeram o transporte de pessoas e mercadorias não só margeando o litoral, como indo até várias partes do mundo, e após a anexação da Califórnia, em finas da década de 1840, o oceano Pacífico se abriu de vez para a economia norte-americana. Até a chegada das ferrovias, as ligações entre a costa Leste dos Estados Unidos e a Califórnia eram feitas quase que exclusivamente pelas Companhias de navegação. 
À medida que a colonização européia marchava para o interior, estabelecia-se a ligação entre a produção aí realizada e os centros consumidores da costa do Atlântico,fundamentalmente por meio do aproveitamento dos leitos dos rios. 
Ao sul foi de grande importância o acesso ao vale do Mississipi que, além de proporcionar terras férteis, também serviu durante muito tempo como principal via de acesso dos colonos às novas terras situadas a oeste, na direção ao futuro estado do Texas, pertencente, na época, ao México; ou pelas vias interiores ligando estados do Meio Oeste ao porto de Nova Orleans. 
Com a criação e depois aperfeiçoamento dos navios a vapor reduziu-se os custos, aumentando a velocidade de transporte de mercadorias e pessoas, nos dois sentidos. Essa melhoria tanto serviu como estímulo a agricultura comercial, quanto aumento da renda dos agricultores – os fazendeiros do Oeste passaram a poder embarcar suas colheitas para o Nordeste ou para Nova Orleans a baixo custo. 
O desenvolvimento do sistema de canais, portanto, coadunou-se com o avanço da navegação a vapor. A questão da viabilização de um sistema de canais só ganhou destaque quando, em 1817, o legislativo de Nova Iorque aprovou a criação de um canal que se dirigiria para o Oeste, ao ligar a cidade de Albany, no leito do rio Hudson, a Buffalo, às margens do lago Erie. Esse canal ficou pronto em 1825, e foi um sucesso comercial: o pedágio cobrado remunerou o custo da construção em nove anos.
O canal de Erie fortaleceu Nova Iorque como porto de comércio mais importante do país, pois assegurou tráfego permanente de mercadorias de boa parte do Meio Oeste que desembocavam nos Grande Lagos e seguiam para lá. Ao mesmo tempo, produtos de outras regiões dos Estados Unidos e da Europa procuravam o porto nova-iorquino para serem distribuídos para as várias regiões do país atingidas direta ou indiretamente por esse canal. Não podendo esquecer que com o funcionamento do canal, os custos de transportes despencaram. 
A impressionante performance no canal Erie estimulou imediatamente outras partes do país a dar início à construção de seus próprios canais. Dessa forma, a “febre dos canais” acabou interligando lagos e rios de boa parte do território do Meio Oeste, dos estados do Sul e da costa do Atlântico. 
O desenvolvimento da navegação a vapor propiciado pelo sistema de canais permitiu a viabilização da agricultura comercial e a aceleração do crescimento da economia de mercado, graças a dinamização e ao barateamento de um sistema de transporte fluvial que ligou as vastas regiões do país entre si. 
A melhoria da rede de transporte correu paralelamente à organização de um sistema financeiro capaz não só de regar a produção interna de bens, como também assegurar a construção de centros de armazenamento das mercadorias. Em outras palavras, a conjunção desses fatores possibilitou o estímulo necessário ao aumento da eficiência da rede de distribuição de mercadorias no país. Além disso, os Estados Unidos se tornaram alvo preferencial dos investimentos internacionais provenientes da city londrina. Os capitais de investimentos britânicos unidos a poupança interna norte-americana proporcionaram linhas de crédito necessárias à organização de instalações portuárias, do sistema de transportes e de armazenamento de mercadorias.
Em meados de 1840 e 1850, o desenvolvimento da economia de mercado, mesmo tendo sofrido alguns sobressaltos, corria a passo acelerado: os Estados Unidos tinham como principal parceiro comercial a Inglaterra, a economia norte-americana se tornou a responsável pela produção da maior parte de suprimentos necessários ao funcionamento da Revolução Industrial inglesa, tendo o algodão como principal produto de exportação. Enquanto, a própria mercado americano era o maior comprador de produtos ingleses.
O algodão também serviu para o desenvolvimento do parque manufatureiro na Nova Inglaterra. Os capitais da região que desde o século XVIII estavam comprometidos com o comércio internacionais transferiram-se para a produção têxtil. Ao mesmo tempo, o sistema de transporte avançava, ligando os pontos mais importantes das áreas já colonizadas e garantindo o ir e vir das mercadorias. Os fazendeiros do sul dependiam dos navios, do financiamento, do seguro e outros serviços relevantes dos seus “ianques” do Nordeste. A agricultura comercial, por sua vez, crescia rapidamente, impulsionada pelo aprimoramento dos sistemas de distribuição e comunicação. 
Diferentes entre si, os três sistemas eram complementares. 
Nesse período, o país estava em plena “revolução de mercado”, responsável por uma enorme ampliação da divisão do trabalho, e conseqüentemente, da especialização das atividades econômicas. Para o produtor norte-americano interessado na participação dos lucros do mercado internacional e interno, os mistérios do funcionamento da moeda, do câmbio e do crédito se tornavam cada vez mais decisivos. 
Buscavam um auxílio mais efetivo do governo aos negócios, com uma tarifa protecionista que se limita a entrada de mercadorias estrangeiras e um sistema bancário e monetário mais organizado. Em meados da década de 1850, esses líderes queriam uma política do governo elaborada de acordo com as necessidades mais agudas apontadas pelos homens de negócio.
as fábricas nortistas, à diferença das britânicas cuja produção era voltada para o mercado externo, dependiam do consumo interno. Durante décadas convivendo com a concorrência de produtos estrangeiros, favorecidos pelas tarifas aduaneiras relativamente brandas, essa situação se agravou a partir da década de 1840, com a progressiva melhora no sistema de transporte mundial causada pelo início da construção de ferrovias e o aperfeiçoamento da navegação transoceânica a vapor, intensificando o fluxo de produtos britânicos. A saída mais viável para combater essa concorrência era elevar as tarifas aduaneiras.
Em 1828, congressistas conseguiram aprovar uma lei muito rigorosa, pela qual elevaram os direitos aduaneiros sobre os têxteis em 33,3%. A nova lei aumentava a alíquota sobre o ferro e taxava a importação de lã crua e cânhamo. A reação foi intensa, principalmente nos Estados sulinos. Na Carolina do Sul houve uma reação mais radical, chegando até a convocação a milícia estadual. Com a eleição de um novo presidente da República, este conseguiu que eliminassem alguns aspectos mais polêmicos da lei tarifária, embora as alíquotas fossem mantidas, e advertiu que não toleraria cidadãos americanos pegando nas armas contra a União. A milícia estadual foi desmobilizada e os radicais depuseram as armas. 
A aprovação de novas aduanas poderia levar à constituição de um monopólio sobre o mercado, que passaria a ser gerido pelos proprietários manufatureiros, sobretudo nortistas. Escudados por essa proteção e excluída a concorrência dos artigos estrangeiros, os preços necessariamente se elevariam e, o consumidor ficaria sujeito a esta situação.
De fato, o problema devia exasperar as lideranças sulistas bem como os fazendeiros do Meio Oeste, já que os nortistas controlavam a produção fabril, o transporte, a distribuição e os sistemas de financiamento, ficando com a fatia maior do lucro da comercialização do algodão. Isso porque eles pensavam que eles produziam e corriam riscos. Enquanto o Norte transportava os produtos para a Europa e traziam escravos africanos que o sul necessitava. Em resumo, o Norte teria mais lucros. A tarifa protecionista apenas aumentou esse sentimento entre os sulistas, já que sua adoção correspondia ao pagamento de mais tributos ao Norte. 
No Meio Oeste, por sua vez, o ressentimento dos fazendeiros livres com o Norte era sinônimo de mal-estar em relação aos bancos. Nas décadas de 1840 e 1850, os trilhos das estradas de ferro começaram a ligar efetivamente as áreas do Meio Oeste à costa do Atlântico. Até então, parte considerável dos excedentes da produção escoava pelo sistema de rios e canais em direção ao Sul. Com o advento das ferrovias e o crescimento acelerado da população das cidades nortistas, que provocou demanda de consumo superior à sulina, os laços entre o Meio Oeste e o Norte se tornaram mais fortes. As cidades do litoral passaram a contar com abastecimento maisregular de alimentos produzidos no Oeste e os fazendeiros tiveram acesso às manufaturas urbanas ou os artigos de fora do país, desembarcados principalmente no porta de Nova Iorque. Assim, o aumento das ligações entre os fazendeiros no Meio Oeste e a economia nortista ocorria apesar dos fazendeiros do Meio Oeste terem problemas com os bancos e o sistema de crédito do Norte. Afinal, havia divergências significativas também entre o Sul e o Meio Oeste.
Em primeiro lugar, os fazendeiros, de maneira geral, condenavam a escravidão. Talvez temendo a concorrência dos escravos. Em segundo lugar, as lideranças políticas do Sul começaram a protestar contra a política de dividir as novas terras do Oeste em pequenos e médios lotes a preços muito baratos, que agradava os fazendeiros livres. Consideradas as condições da plantation sulistas, sua grande mobilidade e extensão de terras necessárias ao cultivo do algodão, os grandes plantadores viram no aumento dos fazendeiros livres uma ameaça à expansão de deus latifúndios. 
Sem grande propriedade e seus escravos, o “modo de vida sulista” não podia projetar-se sobre as novas áreas do país. Além de que a adesão de novos estados e a escravidão restrita àqueles que já tinham, eles perderiam peso político. Em meados de 1850, o distanciamento entre os fazendeiros do Oeste e as lideranças políticas do Sul aumentou de maneira considerável.
A possibilidade dos fazendeiros livres desfrutarem dos artigos das cidades dependia da quantidade de produtos que essas fazendas podiam pôr no mercado em troca de moeda para a aquisição. Essa busca por aumento da produção levou a busca por obtenção de crédito para o financiamento da produção. 
Enquanto isso havia o problema de como deveria ocorrer a ocupação da Fronteira. Os capitalistas do Norte desejavam o apoio dos novos estados à suas pretensões acerca da elevação da tarifa, percebiam que a expansão das fazendas familiares para o Oeste, seria favorável aos seus interesses já que se mostravam capazes de produzir alimentos baratos para as áreas urbanas do Atlântico e não deixariam de consumir produtos manufaturados. Por outro lado era provável que essa proteção pudesse se estender aos produtos agrícolas, carnes e couros. Assim, quando a Guerra Civil estourou a maior parte dos territórios do Meio Oeste e do Oeste perfilou ao lado da União sustentando o Presidente Lincoln. 
O fortalecimento da manufatura nortista ocorreu simultaneamente ao acentuado crescimento populacional dessa região em relação às demais e concretizou significativo desenvolvimento urbano. Muitos dos imigrantes que chegavam ao país eram muito pobres, desprovidos dos recursos necessários para seguir para o Oeste. A opção mais viável, para eles, era conseguir emprego nas cidades, seja nas fábricas, no comércio. 
A aproximação das economias nortista e o Meio Oeste e o Oeste se sedimentou, portanto, no fato de os crescentes contingentes populacionais do Norte se tornarem os principais consumidores dos produtos dos fazendeiros do Meio Oeste e da Fronteira, mostrando-se mais importantes que os escravos sulinos. Ao mesmo tempo, que políticos e magnatas nortistas, pressionados pela necessidade de obter grande quantidade de alimentos a bom preço, acabaram apoiando propostas de acesso facilitado às terras da Fronteira.
Com isso, a aliança entre a economia urbana nortista e os agricultores livres do Meio Oeste e da Fronteira foi a grande novidade da política norte-americana de 1850. As ferrovias cada vez mais eficientes e cobrindo distâncias mais vastas, encarregavam-se de fazer chegar todos os tipos de gêneros nas lojas e mesas dos trabalhadores a baixos preços, ensejando que o patronato nortista se mostrasse parcimonioso nos salários pagos aos empregados. Nessas circunstâncias, o protecionista era o tipo de intervenção adequado: garantia de mercados para os produtos dos fazendeiros livres, mais empregados para o operariado e barreiras aos artigos estrangeiros, principalmente ingleses – com seus preços extremamente baixos. 
Entretanto, essa exclusão do o sistema baseado na agricultura de exportação e no trabalho escravo não significava que ele estava enfraquecido ou decadente. Na verdade, o latifúndio continuava em franca expansão, buscando a oeste reservas de terras adequadas ao algodão ou ao tabaco. 
O Banco dos Estados Unidos, mais conhecido como “Primeiro Banco dos Estados Unidos”, foi autorizado a funcionar pelo prazo de vinte anos com capital de dez milhões de dólares, dos quais o governo subscreveu 20%. Ao longo da sua existência teve 8 filiais e serviu como instituição para depósito dos fundos do governo, meio de promover quando necessário transferências para outras partes do país, e fonte de empréstimo governamentais e privados.Os empréstimo era obtidos seja pelo poder público, seja por banco, que eram conversíveis em ouro ou prata e circulavam ao par com esses metais a partir de sua emissão. 
O Banco dos Estados Unidos acabou implantou controle substancial sobre os demais bancos estaduais, que nessa época, em 1805, eram pouco numerosos. Como o Banco recusava as notas daqueles que não as convertessem em espécie à vista, o mercado, tendia a fazer o mesmo. Desse modo, os depositantes davam preferência aos bancos cujas notas fossem aceitas. 
A oposição ao papel desempenhado e aos poderes que, na prática, acabaram sendo desenvolvidos pelo primeiro Banco foi grande. Na realidade, se houvesse menos controle, os bancos espalhados pelas várias regiões do país poderiam emitir mais cédulas, de acordo com o seu próprio “bom senso” e capacidade de gerenciar as emissões. Uma quantidade maior de cédulas significava mais recursos para financiar os negócios. Nem todos os administradores de bancos, todavia, são sensatos, equilibrados e sérios. Entretanto, ao emitir muito mais títulos que seu montante de reservas em metal precioso, causaria enormes problemas: bastava que um número expressivo de portadores desses papéis resolvesse resgatá-lo, ao mesmo tempo em que a instituição não tivesse reservas suficientes para honrar os compromissos. A ruína de um banco geralmente repercute sobre os demais e causa danos à confiança dos investidores no mercado. “Corridas aos bancos” e pânicos financeiros foram cenários nem um pouco raros nos Estados Unidos e na Europa ao longo do século XIX. 
O controle do Banco Dos Estados Unidos procurava neutralizar a possibilidade de emissão desenfreada de cédulas, proporcionando alguma segurança para o mercado. Com isso, todavia, diminuía a quantidade de crédito oferecido, sua obtenção se tornava mais difícil e o dinheiro, mais caro. Em 1810, após inúmeras manobras do Congresso, a licença do funcionamento do Banco não foi renovada. Em face da interrupção da disciplina imposta pelo Banco, houve rápida multiplicação dos bancos estaduais, o mesmo ocorreu com a emissão de cédulas.
O aumento do número de bancos no Meio Oeste correspondia ao próprio crescimento de sua economia agrícola e à necessidade que os fazendeiros tinham de obter créditos. 
As notas emitidas pelos bancos eram usadas como dinheiro nas transações corriqueiras. Com elas eram possível fazer compras ou efetuar o pagamento de dívidas. As notas emitidas por bancos do leste conhecidos por sua solidez e estabilidade, eram transacionadas ao par com o ouro e prata. Já aqueles emitidos por bancos menos robustos como os de Nova Iorque, estavam sujeitos ao desconto de 10% nas transações. O desconto era uma forma de diminuir os riscos de quem recebia essas notas, ainda que não impedisse que vários comerciantes e sociedades anônimas as emitissem. Assim, o número de cédulas que circulavam na economia e a desordem que se instalou em decorrência disso acabaram provocando inflação. 
Junte-se a esse contexto a confusão provocada pela Guerra de 1812 nas finanças públicas. As guerras são sempre empreendimentos dispendiosos. A desordem no mercado e o necessário saneamento das finanças públicas abaladas pela guerra provocaram a fundação, em 1816, de um segundo Banco dos Estados Unidos, dotados das mesmas funções do anterior.O período posterior à guerra de 1812 se caracterizou por enorme prosperidade econômica, na qual o novo Banco teve ativa participação. Em 1819, contudo, o banco insistiu em uma política de contração dos empréstimos e execução dos devedores – provavelmente como mecanismo de preservação contra maus empréstimos que haviam sido negociados por seus gerentes. A retração de créditos empreendida provocou falência de fazendeiros e negociantes. Simultaneamente, os preços caíram e a prosperidade desapareceu. Embora o Banco não tenha sido o único responsável pelo que alguns chamaram de “Pânico Financeiro de 1819”, ele pouco contribuiu para atenuá-la. Conclusão: após um breve período de recuperação, ele foi extinto em 1833.
Com o fim do segundo Banco dos Estados Unidos, a União passou a depositar seus fundos em bancos estaduais selecionados. 
Em função de uma combinação de alterações no quadro da economia internacional com o caos do sistema financeiro norte-americano, além de ter ocorrido no Oeste exagerada extensão dos créditos, os fundos do governo depositados nos “bancos consentidos” deram margem a emissões exageradas. Quando os bancos ingleses, diante de seus próprios problemas e assustados com a especulação resolveram exigir o pagamento em ouro dos empréstimos concedidos no curto prazo as empresas norte-americanas, o pânico se desencadeou – que ficou conhecido como “Pânico de 1837”. Para piorar, houve uma colheita de trigo fracassada e a queda dos preços internacionais de algodão.
Como medida fiscal permanente, lideranças do governo propuseram a criação de uma tesouraria independente para a União. Os depósitos do governo seriam efetuados não mais em bancos autorizados, e sim em prédios da União, espalhados por várias cidades. O governo buscava, dessa forma, frear a especulação dos bancos autorizados e acabar com o favorecimento. 
Outros pânicos financeiros, quebradeiras e grandes falências aconteceriam e embora não tenham impedido o crescimento do país, certamente atrapalharam. Com o desenvolvimento da economia, principalmente do Norte, haveria clamores por uma disciplina financeira mais segura. 
Ao longo dos anos de 1850 e 1860, jazidas auríferas descobertas na Califórnia fortaleceram as reservas de metal do país. Capitais britânicos se projetaram sobre o mundo em busca de oportunidades de investimento e o potencial norte-americano se mantinha intacto. Investimentos ingleses entrariam na economia do país viabilizando toda a sorte de negócios, inclusive estradas de ferro. 
Em 1803, Thomas Jefferson adquiriu o enorme território da Louisiana francesa e enviou uma expedição explorada até o Pacífico.
Já havia projetas de expansão até o Oeste, porém havia no meio do caminho territórios pertencentes à Espanha e herdadas pelo México. Isso, a princípio, não impediu que colonos de procedência norte-americana se instalassem pacificamente em terras mexicanas do Texas e da Califórnia. Entretanto, os atritos entre os colonos norte-americanos e o governo mexicano não tardaram a ocorrer. Em 1835, os colonos se revoltaram contra as autoridades mexicanas e, no ano seguinte, proclamaram independência, fundando a República do Texas. O período de crise aberto pelos colonos americanos do Texas e o desejo de expansão de setores da elite política americana em promover a expansão até a costa do Pacífico deflagraram um cenário de conflito entre o México e os Estados Unidos, que só foi resolvido com a Guerra Mexicana, em 1846. Após uma rápida vitória do Exército norte-americano, foi imposto aos derrotados o Tratado de Guadalupe-Hidalgo. Segundo os termos desse acordo, o México cederia aos Estados Unidos os territórios que correspondem aos atuais estados do Arizona, Novo México, Califórnia, Utah, Nevada, além de parte do Colorado e de Wyoming. 
Nas regiões da Fronteira, a propriedade familiar era o mecanismo eficiente na criação de porcos e na produção de trigo, milho e outros produtos vendáveis. Inicialmente preocupados em prover sua subsistência, os fazendeiros logo foram capazes de produzir com regularidade, bens negociáveis e, assim, adquirir artigos necessários e alguns poucos de luxo. À medida que o endividamento dos agricultores começou a se tornar comum, eles foram compelidos a produzir mais, para honrar seus compromissos. 
A expansão das fazendas agrícolas produtoras de cereais contou com suporte de importantes avanços tecnológicos e melhoria dos métodos de trabalho, permitindo um aumento da produtividade. 
Com tais melhorias, a agricultura comercial retomou crescimento acelerado. Nos anos de 1840, o Noroeste se tornaria exportador de trigo. Esses estímulos ao crescimento da agricultura comercial contaram com a dinamização dos meios de transporte e distribuição levados a cabo pela rápida instalação de ferrovias. Estimulando, também, a viabilização das indústrias de carne enlatadas, pois as ferrovias passaram a transportar gado, desembarcadas nas áreas de abate de Chicago.
Segundo a Ordenança da Terra, as terras da Fronteira seriam vendidas pelo governo. O principal motivo dessa proposta foi a preocupação com o pagamento de dívidas da União contraídas durante a Guerra de Independência. Já que o governo não possuía, isoladamente, autoridade para criar impostos que gerassem os recursos necessários à quitação das dívidas. 
Segundo a lei, não era possível comprar menos do que uma seção cujo preço era acima da possibilidade da grande massa de colonos pobres. 
Especuladores independentes, companhias de terras e de canais, e mais tarde de ferrovias, acabavam monopolizando as melhores e mais bem localizadas terras, forçando os colonos que desejassem adquiri-las a pagar preços muito superiores ao mínimo federal. 
Os governos dos estados e territórios, com o intuito de promover a ocupação e a colonização podiam, à custa do Tesouro estadual, adquirir lotes de terras da União e vendê-los a colonos , adotando formas de pagamento mais palatáveis. 
A política de venda para angariar fundos para o Tesouro encontrou, ao longo do tempo, oposição cada vez mais forte e organizada. Até que em 1862, o presidente Lincoln se declarou favorável ao loteamento das terras vazias em pequenas parcelas de modo a dar um lar a cada um. Essa proposta ficou conhecida como Homestead Act, que permitia a todo cidadão americano ou imigrante, bem como veteranos do exército reinvidicassem um lote de 160 acres ao preço de 10 dólares por acre. Ao fim de cindo anos se tornariam proprietários plenos, através de um pagamento de uma taxa que variava de 22 a 34 dólares. O Homestead Act coroou a América como a terra das oportunidades.
Muitos políticos e proprietários de ferrovias acreditavam que assim que os pioneiros se dirigissem em massa para lá haveria uma grande valorização das terras. Já os manufatureiros imaginavam o alargamento do mercado nacional que, devidamente protegidos, por aduanas elevadas, garantiria enorme número de produtores de alimentos baratos e consumidores de artigos manufaturados.
Entretanto, as terras oferecidas aos homesteaders não eram as mais bem situadas em relação as vias de comunicação, fator essencial para os colonos. Ademais, quando a fronteira se aproximou da região central do Kansas e de Nebraska, a quantidade de acres oferecidos não se mostrou suficiente para o sustento da família, em função dos problemas de cultivos. 
A princípio, a grande prosperidade da agricultura comercial do Oeste se expandiu até a linha formada pelos rios Mississipi e Missouri. As terras além desse limite eram consideradas difíceis para o cultivo. Em muitas áreas a água era escassa, em outras havia a impressionante escassez de madeira e pedras. Além disso, havia terras, nos terrenos elevados, onde a inexistência de arvores deixava as plantações expostas aos ventos violentos e gelados no inverno, bem como as lufadas de ar quente no verão. 
Dessa forma, os 160 acres do Homestead Act não foram suficientes para prover o sustento de uma família nessas áreas. Legislações posteriores introduziram tentativas de adaptação às adversidades do Oeste. 
Apesar de originariamentetentarem ajudar os homesteaders, tais leis se tornaram importantes instrumentos nas mãos de especuladores de terras, companhias ferroviárias e vários tipos de impostores. Companhias de gado, de madeira e de terras usavam seus empregados e imigrantes recém-chegados como agricultores supostamente independentes para se apossarem de terras baratas. Assim, muitas das áreas loteadas pela União para os homesteaders acabaram nas mãos de especuladores e, mais uma vez, para muitos pioneiros restou apenas a possibilidade de adquirir lotes encarecidos.
Em 1870 e 1875, após a Guerra Civil, a ocupação das Grandes Planícies tomou ímpeto a despeito das dificuldades e da escassez de madeira e pedras. Os pecuaristas já estavam estabelecidos em vastas áreas do Oeste. Em ranchos construídos de maneira precárias, seus gado e cavalos pastando a céu aberto. 
Assim que os pequenos fazendeiros, a partir do fim da década de 1860, começaram a se estabelecer no Oeste, os conflitos foram imediatos. Os donos dos grande rebanhos, habituados a criar seus gados em terras abertas, viram-se prejudicados porque os homesteaders procuravam cercar seus lotes, obstruindo a passagem do gado. Esses conflitos acabaram superados com o passar do tempo. Contribuindo para isso o avanço das ferrovias após a Guerra Civil e o aumento do peso político dos pequenos e médios fazendeiros. Avanços tecnológicos, por sua vez, aliviaram o peso das adversidades da região. A difusão do uso do arame farpado foi um meio viável e barato de cercar as terras e manter as vacas do lado de fora. 
Os mineiros também foram importantes no desenvolvimento econômico da Fronteira. As chances de existirem depósitos de minério e de pedras preciosas nas vastas áreas despertavam sonhos e a cobiça dos europeus desde cedo. Em 1848, foram descobertas na Califórnia as primeiras jazidas de ouro. Mineiros muitos correram para explorar os rios Sacramento e São Joaquim e seus afluentes, estabelecendo a “febre do ouro”. O metal precioso também foi encontrado em outras áreas, notadamente entre 1860 e 1900. Em 1858, descobriu-se prata, primeiramente em Nevada. 
Em alguns lugares os acampamentos de mineiros se transformaram em verdadeiras cidades. Os preços cobrados pelos serviços eram elevadíssimos e muitas vezes capazes de neutralizar os ganhos obtidos na aventura do ouro rapidamente. O fim do combustível das cidades provocou imediato esvaziamento. Se tornando as famosas ghost town, atração turística de hoje em dia. 
Esses metais, e posteriormente encontrados em abundância pelo Alasca, serviram para irrigar a economia norte-americana de “dinheiro bom”, que se somou a popança interna e aos capitais para investimentos vindos do exterior, sobretudo da Inglaterra. 
A integração das novas áreas da Fronteira ao resto do país ocorreu com a construção de grandes ferrovias transcontinentais. Com elas a produção agrícola, metais preciosos ou não, e o gado chegavam com regularidade às cidades do Meio Oeste e do Leste, ao passo que as manufaturas produzidas no Norte alcançariam os mais distantes rincões. Esse evento de suma importância para a consolidação de uma economia de mercado, só se concretizou e uniu as costas do Atlântico e do Pacífico após o desenrolar do grande drama norte-americano: a Guerra de Secessão. 
O fracionamento dos Estados Unidos em dois grandes sistemas, o sulista, fundamentado no latifúndio, na agricultura voltada para a exportação e no trabalho escravo, e o nortista, baseado na manufatura e no trabalho livre, haviam sido preservados através de uma série de compromissos firmados por lideranças políticas durante o processo de Independência e renovados ao longo do tempo necessário. 
A eclosão da Guerra de Secessão foi o esgotamento dos caminhos do compromisso político entre ambas as partes. 
Nos Estados Unidos, a defesa da escravidão feita pelas lideranças políticas do Sul era entendida como a proteção de um importante componente de sua cultura particular e da autonomia política de seus estados. A mera campanha moralista não foi suficiente para arregimentar verdadeiras lideranças políticas no Norte e do Meio Oeste em ação decisiva contra a escravidão. 
Para os sulistas, a extensão formal da escravidão para os novos territórios do Oeste era essencial. Além da necessidade de garantir a expansão do sistema escravista e, com isso possibilitar a reprodução das bases de sustentação econômica de seu modo de vida.
Em 1840, boa parte da imigração para o Oeste era originária do Sul, pois o principal meio para alcançar aqueles sertões era o Rio Mississipi. Com o advento das ferrovias, contudo, houve uma modificação dessa situação: não só as novas regiões estavam ao alcance dos novos colonos originários do Norte, como o número de imigrantes aumentou de modo substancial. Essas levas de imigrantes reforçaram o clamor daqueles que cobravam da União acesso mais fácil às terras públicas disponíveis. Os colonos do Norte e aqueles que chegavam diretamente da Europa não tinham compromissos com a escravidão, na verdade a viam como obstáculo. Os sulistas, por sua vez, consideravam esses colonos ávidos por terras na Fronteira competidores indesejáveis e inimigos perigosos capazes de impedir a expansão de seu modo de vida tradicional.
O desenrolar das alianças aproximou o empresários fabris do Norte dos novos colonos. A atuação dos colonos garantiria o fortalecimento do mercado interno, cada vez mais consolidado por uma política protecionista, à qual a liderança sulistas, tendo em vista a defesa de uma economia especializada de exportação com elevado índice de importação, opunha-se com tenacidade.
Desse modo, a Guerra de Secessão não foi provocada apenas em função dos escravos negros, suas implicações morais e sua eficiência duvidosa suscitada pelo sistema escravista nas mentes liberais burguesas ou abolicionistas do Norte. O quadro político da época revela uma elite sulista contrária a todas as reivindicações essenciais ao crescimento do dinamismo do capitalismo nortista e sua expansão para as áreas da Fronteira.
A vitória de Abraham Lincoln deixou claro que o Sul perdera o apoio do meio Oeste, se tornando politicamente isolado. 
A sensação do isolamento político e reclamações e ressentimentos em relação ao domínio financeiro do Norte levaram os estados do Sul à Secessão.
A Guerra de Secessão foi o mais sangrento conflito em que os americanos se envolveram ao longo de toda a sua história, que se estendeu por quatro anos.
Em seus aspectos econômicos a Guerra Civil, representou uma importante alteração no ritmo de crescimento do país. Em primeiro lugar, devemos perceber que, até 1860, à diferença da maioria dos países europeus importantes, os recursos produzidos pela economia dos Estados Unidos não tinha de ser orientados para o suporte de necessidades militares. 
Em segundo lugar, a Guerra de Secessão acabou sendo longa e sangrenta. Tanto a União quanto a Confederação tiveram de, como passar do tempo, empenhar suas economias no esforço da guerra. Evidentemente, houve importante crescimento dos setores econômicos diretamente ligados à produção para a guerra, e a vantagem, da União também era flagrante nesse caso: a indústria recebeu incentivos do governo para a produção de grande quantidade de suprimentos para a guerra. Mas também é possível afirmar que tais necessidades provocadas pela guerra acabaram desviando recursos produtivos, causaram a atrofia de alguns setores importantes e impuseram uma queda na taxa de progresso tecnológico do país. 
Na verdade a Guerra Civil levou ao avanço de algumas atividades ligadas diretamente ao conflito, em especial no que tange os armamentos e à utilização das ferrovias no transporte de tropas e suprimentos. 
A Guerra de Secessão foi o conflito mais destrutivo da história da América e deixaria grandes chagas permanentes na sociedade norte-americana.
Na época da guerra civil, o sistema monetário e bancário norte-americano ainda era muito confuso. Entretanto, toda essa confusão a economia norte-americana cresceu muito. A anarquia do sistema monetário em vez decondenar, na verdade contribuiu bastante. Disponibilizando créditos para investimentos, principalmente nas áreas da Fronteira.
Com o advento da Guerra de Secessão, a situação piorou com as despesas da guerra e o considerável aumento das importações. A Guerra Civil se tornou assim um cenário para uma total formulação do sistema financeiro do país. A Lei dos Bancos Nacionais tinha como objetivo o controle da emissão de notas dos bancos. Além disso, durante o período de guerra, houve aumento dos impostos e a emissão de 150 milhões de dólares em cédulas, moedas legais para todas as finalidades, exceto pagamento de direitos alfandegários. Nos meses subseqüentes, as mais emissões foram autorizadas. A emissão dos greenbacks gerou uma oportunidade de ouro para o governo finalmente se livrar das notas emitidas pelos bancos estaduais. 
Os greenbacks e a guerra geraram inflação. Os preços em papel moeda subiram até alcançarem seu ponto culminante em 1864, o dobro dos preços de 1860. Enquanto isso, os salários subiram menos da metade do aumento dos preços. A inflação assegurou a satisfação dos agricultores com a constante elevação dos preços de seus. 
Na época, a entrada do governo americano no negócio de fabricar papel moeda foi encarada como medida apenas temporária, emergencial. Entretanto, as despesas do governo continuaram elevadas devido aos gastos necessários a reconstrução do país, as dívidas hipotecárias dos fazendeiros haviam subido durante o conflito e, com o término do mesmo, os preços dos produtos agrícolas começaram a cair. Somava-se a isso a desmobilização dos soldados de ambos os exércitos. A maioria deles era constituídos por agricultores que, de volta às suas terras de origem ou até mesmo se instalando na Fronteira, precisavam de dinheiro para financiar suas atividades. Dessa forma, retirar os greenbacks significava diminuir a quantidade de recursos na economia e provocar aperto generalizado. 
A crise de Secessão foi devidamente aproveitada pela liderança política da União na implantação de uma importante lista de reformas, fundamentais para dar suporte e incentivar o crescimento da economia de mercado. Aproveitando-se da ausência dos representantes sulistas no Congresso, a União eliminou progressivamente a escravidão no território americano, elevou as tarifas protecionistas conforme o desejo dos manufatureiros nortistas aprovou o Homestead Act, definindo de uma vez por todas a política de colonização da Fronteira, reestruturou a política monetária do país ao eliminar as emissões dos bancos estaduais e instituir os greenbacks, e apontou a fixação de suas emissões exclusivamente no padrão ouro. 
No caso específico dos Estados Unidos, a companhia ferroviária e a companhia telegráfica, foram as primeiras empresas modernas surgidas no país.
Nesses termos, as ferrovias foram companhias que forjaram o modelo administrativo para as empresas de produção e distribuição de bens e serviços posteriormente formados nos Estados Unidos. 
A sofisticação administrativa das empresas ferroviárias deve ser atribuída à grandeza do empreendimento, ao volume de capital movimentado e às considerações sobre segurança e a eficiência operacional das linhas. 
As ferrovias logo conquistaram a supremacia do transporte interiorano e de cargas de grãos, têxteis, algodão, carvão. Ao mesmo tempo consumiram grande quantidade de ferro, aço, madeira e vidro. A gigantesca demanda por esses materiais provocou o crescimento de numerosas indústrias, sendo correto ressaltar que as ferrovias levaram a consolidação de uma economia verdadeiramente nacional. As ferrovias eliminaram o isolamento relativo das comunidades do país e integraram regiões inteiras, ao rasgar o continente até ligar os oceanos Atlântico e Pacífico. 
Desde o início do século XIX a economia de mercado norte-americana vinha se constituindo graças ao aproveitamento da navegação costeira, do uso de vias fluviais, da construção de uma importante rede de canais e das turnpikes. 
 A composição ferroviária não era apenas mais rápida, regular e capaz de funcionar em qualquer tempo. A tecnologia que tornou tudo isso possível lhe garantiu também a segurança. Esse fator e a regularidade de seu funcionamento impuseram uma complexa organização que obrigava as companhias a cuidar da manutenção e reparos permanentes de locomotivas, vagões e todo o percurso da trilha e dos elementos que garantiam o funcionamento contínuo e seguro da estrada de ferro. Tudo isso implicava na mobilização de importantes contingentes ligados as inúmeras profissões. Ela requeria especialistas, profissionais com dedicação integral, pois suas tarefas administrativas são numerosas, variadas e complexas. Permitindo dessa forma a separação entre os proprietários e administradores profissionais assalariados, bem como incentivou a constituição de um gerenciamento especializado. 
A partir do término da Guerra de Secessão, houve um movimento no sentido de as grandes ferroviárias tentarem adquirir outras pequenas, tornando possível um acelerado avanço da padronização e da interligação das linhas. Contudo, entre 1870 e 1880, o modo de operar e a construção excessiva de ferrovias em algumas áreas do país começaram a gerar problemas. A concorrência predatória prejudicava a todos, ao perceber isso, os executivos ensaiaram diversas maneiras de cooperação. Porém, isso não impediu que inúmeras companhias sofressem graves abalos com a crise econômica de 1893 e que muitas fossem a falência. 
Para ajudar o sistema ferroviário em dificuldade os bancos, sobretudo de Nova Iorque entraram em ação. Nesse cenário despontou a figura de J.P. Morgan, líder da principal empresa de investimentos nova-iorquina. Para ele, as ferrovias, mesmo com todas as mazelas que estavam sofrendo, continuavam a ser um excelente negócio, necessitando apenas de administração mais criteriosa. Aliada a outros banqueiros, a casa J.P. Morgan & Co. aceitou refinanciar as companhias ferroviárias em troca do controle do setor. Suas medidas foram inicialmente duras com cortes de custos fixos, renegociando dívidas. Até se decidir que as ferrovias seriam geridas por conselhos administrativos, cujos integrantes seriam escolhidos de maneira criteriosa. 
As histórias de criação das empresas telegráficas e, mais tarde, telefônicas são muito semelhantes à das companhias ferroviárias: marchando ao longo do continente. Servindo como um sistema de comunicação ao longo das linhas. Como o telégrafo era muito mais barato e fácil de construir do que uma ferrovia, seus ganhos foram muito grandes. 
Podemos observar que a complexidade das operações desses sistemas abriu caminho para a formação de poderosas companhias monopolistas norte-americanas, precoces em comparação com outras economias da época. A grande amplitude de seu funcionamento e a necessidade incessante de grandes volumes de capital impôs, pouco a pouco, tal realidade.
O processo de construção de ferrovias provocou uma revolução nos sistemas de financiamento dos Estados Unidos. Uma estrada de ferro requeria recursos muito mais elevados do que aqueles reunidos para a construção de canais. Os fundos provenientes para a construção das linhas ferroviárias no Oeste vieram inicialmente dos centros financeiros do Leste. Mesmo assim, diante da envergadura da empreitada, somente as maiores comunidades financeiras européias e notadamente a City Londrina poderiam providenciar o capital necessário à continuação dos projetos.
Os europeus, após 1830, tendo buscaram oportunidades de investimentos em outros lugares. A princípio, entraram no mercado adquirindo bônus do governo dos Estados Unidos, emitindo financiamento da Guerra Mexicana. Depois, os bônus dos governos estaduais. Por fim, eles passaram a comprar títulos de ferrovias.
Nos anos 1840, os centros urbanos que se destacaram ao reunir esses capitais foram Boston, Filadélfia e Nova Iorque. A importância das duas primeiras cidades se manteve enquanto ocorreu o esforço para a criação das ferrovias da Nova Inglaterra. À medida que o boom ferroviário se transferiu paraoutras regiões do país e o capital estrangeiro se tornou mais importante como fonte para empreendimento, Nova Iorque despontou como principal centro financeiro.
Desde as primeiras décadas do século XIX, firmas dedicadas às atividades de importação e exportação se concentraram em Nova Iorque. O porto da cidade vinha se tornando o mais importante do país, graças as ligações privilegiadas com áreas produtivas e consumidores o interior viabilizadas pelo canal de Erie. As firmas das cidades especializadas em comércio exterior, diante da procura cada vez maior de investidores estrangeiros por títulos de ferrovias, acabaram entrando no negócio de investimento, os primeiros da nação.
Impulsionadas pelas ferrovias, o mercado de capitais passou a se concentrar em torno de firmas nova-iorquinas. À semelhança, as sedes das principais companhias se instalaram em Nova Iorque, perto de bancos de investimentos e mananciais de capital estrangeiro. Naturalmente, as instituições financeiras não tardaram a aperfeiçoar boa parte dos instrumentos e procedimentos financeiros utilizados até hoje. Na época da eclosão da Guerra de Secessão, o distrito de Nova Iorque, que respondia pela necessidade de financiamento das ferrovias, tornaram-se um dos maiores e mais sofisticados mercados de capital do mundo. A estrutura e as instituições constituídas como suporte às ferrovias serviram mais tarde para reunir os capitais necessários a outros empreendimentos modernos, como telefonia, eletrificação urbana e o desenvolvimento da metalurgia e siderurgia. 
A lógica do envolvimento dos poderes públicos regionais na atividade ferroviária foi semelhante àquela que servia de estímulo a construção dos canais. Assegurar via de transporte que rasgasse o território do estado e os vários municípios era garantia de prosperidades e fluxo de bens, mercadorias e pessoas. Já o Governo Federal, cedeu terras às companhias não só para a construção dos trilhos, das linhas intermediárias, das estações e dos pátios de manutenção, como também para se capitalizarem. Eventualmente, podiam vender as terras para levantar dinheiro e, na maioria das vezes, usavam-nas como garantias para títulos de crédito ou empréstimos. Em contrapartida, ao ceder os direitos de propriedades das terras às ferrovias, o Governo Federal esperava que as mesmas desenvolvessem políticas de colonização e atraíssem pioneiros.
O grande empreendimento foi a construção de uma linha transcontinental que ligasse o Atlântico ao Pacífico. Seriam formadas duas companhias: Central Pacific, que partiria da costa do Pacífico até a fronteira com a Nevada, e a segunda seria a Union Pacific, sairia de Omaha até o limite ocidental de Nevada. 
O modelo de produção fabril foi introduzido nas manufaturas têxteis de algodão da Nova Inglaterra no início do século XIX. Com o passar do tempo, tal forma de organização da produção se transferiu para outros ramos. Entre 1830 e 1860, a produção de ferro e de tecidos de lã passou a ser processada em fábricas, acontecendo o mesmo com inúmeros outros artigos, como chapéu e relógios, já que o sistema fabril permitia a concentração e a supervisão da força de trabalho em um único lugar. Desde o século XVIII, os ingleses associaram trabalho operário e máquinas movidas pela energia gerada por caldeiras a vapor; os norte-americanos não tardaram em fazer o mesmo. 
Após a Guerra Civil, o desenvolvimento dos sistemas fabril e agrícola contou com inúmeros fatores que favoreceram seu crescimento. Em primeiro lugar, as próprias ferrovias, já que o esforço para a construção do sistema ferroviário estimulou muitas indústrias do país e viabilizaram o transporte de matérias-primas e vários outros insumos de áreas remotas para os centros de produção. Com o tempo percebeu-se que as reservas naturais dos Estados Unidos eram mais vastas e diversificadas do que se supunha. As estradas de ferro permitiram a dinamização da distribuição dos artigos produzidos para diferentes locais de consumo além de transportar trabalhadores para onde sua presença se fazia necessária. Por fim, as companhias ferroviárias legaram às empresas norte-americanas uma estrutura e coordenação empresarial de enorme sofisticação.
O segundo fator de peso ao crescimento econômico foi a intensa imigração. Essa população migrante se concentrava nas cidades fabris mais antigas ou seguia adiante, levadas pelas composições ferroviárias para tentara sorte no Oeste.
Enquanto isso, o avanço da mecanização e a melhoria das condições de distribuição, transporte e armazenamento dos produtos agrícolas se somaram a um aumento significativo das áreas cultivadas. O uso cada vez mais decidido de máquinas na agricultura e na indústria nos faz lembrar-se da importância do desenvolvimento tecnológico após a Guerra de Secessão, terceiro fator para o desenvolvimento dos Estados Unidos. 
Entre a década de 1870 e o começo do século XX, a indústria norte-americana passou por importante transformação. Até então, as principais indústrias estavam a serviço de uma economia eminentemente agrária. À exceção das companhias fornecedores de material para as ferrovias, a maioria das indústrias norte-americanas se dedicavam aos beneficiamentos dos produtos agrícolas e supriam os agricultores com alimentos e roupas. Eram empresas de pequeno porte que adquiriam matérias-primas e comercializavam sua produção local. 
Esse cenário começo a mudar no início do século XX, quando muitas companhias passam a se dedicar ao fornecimento de bens de produção para a indústria e não para a agricultura ou o consumidor final. Boa parte das principais indústria foi controlada por algumas grandes empresas, que possuíam a estrutura de organização de âmbito nacional, em particular a indústria extrativa, controlaram as matérias-primas.
Vale enfatizar que esse quadro de concentração e de grande sofisticação tecnológica e estrutural da indústria no fim do século XIX só veio à tona após a consolidação do mercado nacional realizada pelas ferrovias. 
Ao dilatar a esfera da economia agrícola, as ferrovias aceleraram o crescimento de centros comerciais como Nova Iorque e Cincinnati, e possibilitaram a criação de novas cidades como Chicago. A subseqüente expansão urbana elevou a demanda de produtos agrícolas das indústrias mais antigas de bens de consumo. As ferrovias e suas imensas despesas de capital abriram caminho para novas formas de concorrência oligopolista e de gestão profissional e burocratização em grande escala.
Podemos ressaltar a pujança do mercado interno como fator determinante na evolução da economia após a Guerra Civil. Em 1890, a Fronteira acabara. As estradas de ferro ligavam o país de ponta a ponta as linhas telegráficas tornaram possível enviar mensagens e efetuar negócios em todos os cantos da nação. As grandes empresas espalhavam seus tentáculos, controlando a posse de matérias-primas, a distribuição de produtos, o suporte de capitais e a mobilização de trabalhadores.

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