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15 ANOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
LESSA, CARLOS
O livro 15 anos de política econômica escrito por Carlos Lessa que analisa um período conturbado no Brasil que foi entre o período após a segunda guerra mundial e às vésperas do golpe militar de 1964, época em que o país buscava a consolidação do processo de industrialização colocando em discussão o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek.
O Plano de Metas era composto por 30 metas, distribuídas em setores, mais a construção da nova capital, que seriam o foco do investimento e teriam metas a serem alcançadas durante sua gestão. Não parecia ser fácil alcançar o esperado. Em 1956, após dois governos de Getúlio Vargas e uma frustrada administração de Eurico Gaspar Dutra, a situação não era das melhores. O programa estava distribuído da seguinte maneira: cinco setores para energia; sete para os transportes; seis para alimentação; onze para a indústria de base; uma para educação; e a construção de Brasília.
Nessa época, o livro procurava atender a um pedido do CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina) e o ILPES (Instituto Latino-americano de Planificação Econômica e Social) que desejavam um relatório técnico sobre a economia brasileira.
O que aconteceu foi que a economia política da CEPAL, com a qual nós havíamos nos familiarizado, tinha uma determinada visão, propunha uma determinada interpretação do desenvolvimento brasileiro, basicamente como uma resposta à interação entre as condições internas da economia e as condições externas dessa economia.
A dinâmica da economia surgi a de uma dialética entre interno e externo: essa era a grande proposta da economia política da CEPAL. Agora, a economia política da CEPAL tinha sido muito formulada em cima de uma reflexão que tomava o Sul como referência, que tomava, fundamentalmente, os casos argentino e chileno como grande referência de interpretação. 
Foi descrito o Plano de Metas em que o governo de Juscelino lança o projeto desenvolvimentismo como um projeto de capitalismo nacional em que o estado passou a controlar o petróleo brasileira, continuava a conduzir a economia por outros padrões que não fossem baseados nos Keynesianos.
Foram criados o BNDE como um banco que alocava recursos para o país crescer e se desenvolver, implantou-se o complexo metal-mecânico, rompeu-se com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao mesmo tempo em que convivia com uma inflação que era um mecanismo de financiamento eficiente.
Porém, Lessa procurava mostrar o desenvolvimento econômico como fruto de descontinuidades geradas pela ação demiúrgica do estado nacional — achava que não era o plano que corrigia as deficiências do mercado, mas a ação deliberada do estado. 
De acordo com Lessa, em fins de 1956, o governo de JK formulou um conjunto de objetivos setoriais denominado Plano de Metas, “...que constituiu a mais sólida decisão consciente em prol da industrialização da história econômica do país. Estes objetivos iriam servir durante os próximos cinco anos de norte à política econômica”.
Ainda de acordo com Lessa, o plano priorizava a “...construção dos estágios superiores da pirâmide industrial verticalmente integrada e do capital social básico de apoio a esta estrutura. Daria continuidade ao processo de substituição de importações que se vinha desenrolando aos dois decênios anteriores”.
De acordo com Lessa, o plano ferroviário não foi integralmente cumprido devido aos problemas de financiamentos, principalmente no que diz respeito à aquisição de vagões. Por outro lado, o setor rodoviário obteve crescimento significativo em extensão e qualidade e a pavimentação de rodovias federais alcançou grandes números.
Em outro ponto, Lessa explica que a meta relativa ao setor de bens intermediários englobava tanto a expansão de atividades já existentes no país, como a instalação de novos e importantes segmentos para integração do parque indústria com destaque para o setor siderúrgico e a indústria de cimento.
No setor siderúrgico, construiu-se a Usina de Volta Redonda. Em 1955, a capacidade produtora da indústria era de 1.2000.000 toneladas de aço bruto em lingotes, suprindo, aproximadamente 80% do mercado nacional. O plano visava expandir para 2.300.000 toneladas e iniciar obras que permitissem atingir 3.500.000 toneladas até 1965. Porém, o objetivo não era propriamente a autossuficiência, mas sim garantir o suprimento necessário para fazer frente ao crescimento da economia, sem onerar o balanço de pagamentos.
A indústria de cimento produzia em 1955 aproximadamente 2,7 milhões de toneladas e o plano de metas determinava a expansão da capacidade produtora para 5 milhões de toneladas até 1960, com o objetivo não apenas de fazer face ao crescimento da demanda, mas ainda a total independência do suprimento externo.
Havia no plano o objetivo de alcançar melhores resultados em outros setores como os de metais não ferrosos, álcalis, celulose e papel de imprensa, borracha e fertilizantes, no entanto, havia o problema da falta de conhecimento sobre o subsolo brasileiro o que impedia a quantificação de metas a serem atingidas, sendo impossível prescindir-se do comércio externo.
Em 15 Anos de Política Econômica, Lessa (1964) nega que o baixo crescimento da demanda por produtos industriais resulte na tendência à estagnação. Lessa argumenta que nesta fase coube ao Estado determinar o nível dos investimentos, e atribui a desaceleração ao deslocamento da prioridade da política econômica para o controle da inflação.

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