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PROBLEMA 2: ANDANDO NAS NÚVENS 
1. Reconhecer os mecanismos responsáveis pelo sentido da audição e 
o equilíbrio. 
 A audição e o equilíbrio são permitidos por meio da ação de mecanismos do ouvido e sistema 
vestibular. Os seres humanos têm uma grande capacidade de detectar sons e perceber as diferenças 
entre eles, isso permite que os mesmos consigam interpretar diversas situações. É importante destacar 
que o sentido da audição pode ultrapassar a capacidade apenas de detecção de uma onda sonora, 
estudos mostram que os sons possuem uma estreita relação com as emoções. O sentido do equilíbrio é 
assegurado pelo sistema vestibular o qual informa a posição da cabeça e do corpo quando nós nos 
movimentamos. Essa propriocepção permite que o indivíduo controle suas contrações musculares e 
mova os olhos de maneira que o campo visual permaneça fixo. Todo esse mecanismo de sensação só é 
possível graças a presença de receptores dentro do ouvido interno o qual realizam a transdução do 
estímulo sonoro, bem como no sistema vestibular o qual possui receptores que detectam as inclinações 
e movimentações da cabeça e do corpo. 
 O som é uma onda originada por uma perturbação de moléculas presentes no ar. Ele se caracteriza por 
ser uma onda que se propaga apenas no meio material, pela sua necessidade de moléculas para ser 
propagado. Sua velocidade de propagação depende do meio e da temperatura, no ar normal e em 
temperatura ambiente o som atinge cerca de 343m/s. A onda sonora apresenta alguns componentes 
que a caracterizam: frequência (consiste repetição das perturbações no intervalo de 1s) é a identidade 
de uma onda, delimitando o espectro de sensibilidade em humanos que varia de 20Hz até 10000Hz; a 
intensidade é caracterizada pelo “volume” do som. Na verdade, os sons ambientais consistem na 
mistura de várias perturbações com distintas frequências e intensidades o que permite uma 
combinação simultânea a qual dão qualidades peculiares aos diversos sons. 
2. Descrever as estruturas e os mecanismos responsáveis pelo sentido 
da audição. 
 O órgão sensitivo da audição é o ouvido, ele apresenta três subdivisões: ouvido externo, ouvido médio e 
ouvido interno. As variações na pressão do ar são recebidas pelo ouvido externo que consiste o pavilhão 
da orelha ou aurícula. Sua conformação permite que os sons emitidos na frente do indivíduo sejam mais 
percebidos do que os sons localizados atrás. A fixação da orelha sem a movimentação em humanos 
dificulta a sua focalização. Ao chegar ao pavilhão da orelha o som penetra um canal chamado de meato 
acústico externo que conecta o pavilhão à membrana timpânica. A membrana encontra-se conectada a 
uma série de ossos pequenos denominados de ossículos que interliga a membrana timpânica à janela 
oval localizada na cóclea. Atrás da cóclea há líquido o qual permite a transdução da variação de pressão 
do ar em estímulo nervoso. Em suma, a perturbação sonora penetra o pavilhão da orelha, atravessa o 
meato acústico externo, provoca a vibração da membrana timpânica a qual é disseminada para os 
ossículos e deles para a janela oval e, por fim, na cóclea a vibração do fluido permite a transdução do 
estímulo mecânico em estímulo elétrico. 
 Uma vez gerado o estímulo nervoso na região do ouvido interno o sinal é transmitido para uma 
variedade de núcleos localizados no tronco encefálico, onde é processado. Esses núcleos emitem uma 
eferência para um núcleo de retransmissão localizado no tálamo (núcleo geniculado medial). Esse 
núcleo transmite o estímulo para o córtex auditivo primário (A1), 
localizado no lobo temporal. 
 Ouvido médio 
O ouvido externo direciona o som para o ouvido médio, onde as 
vibrações do ar são transformadas em vibrações dos ossículos. Os 
ossículos consistem em três ossos muito pequenos unidos, dentre 
eles pode-se destacar o martelo que se encontra firmemente à 
bigorna que liga frouxamente ao estribo. É importante destacar 
que a parte basal do estribo é achatada e é denominada de 
platina. A platina move-se para dentro e para fora da janela oval 
de forma semelhante a um pistão. 
 Esse ouvido médio tem um formato de cone em que a sua base é 
composta pelos ossículos e sua aresta forma uma tuba que está 
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relacionada com a nasofaringe, conectando essas duas regiões. A tuba é denominada tuba de Esutáquio 
que se encontra normalmente fechado por uma válvula. Em algumas situações a pressão dentro da tuba 
pode se encontrar maior do que a da parte externa, desse modo à membrana timpânica protrai 
causando uma sensação de dor. Essa sensação normalmente é acaba com o bocejo ou ingestão de algum 
alimento, permitindo que as pressões se igualem. 
 A cóclea apresenta uma conformação especial que 
permite que o impacto mecânico gerado pelas vibrações 
das ondas sonoras seja transmitido pelos ossículos e por 
esses amplificados para cóclea. A presença dos ossículos 
antes do fluido presente na cóclea permite que a energia 
mecânica seja mais bem aproveitada para então ser 
transformada em estímulo elétrico. Caso a organização 
não fosse dessa maneira o que poderíamos aproveitar da 
energia das ondas sonoras seria apenas 0,1% (a sensação 
de estar abaixo d’agua). Nesse sentido, a organização dos 
ossículos permite uma amplificação dessa energia por um 
processo de diferença de força adquirido pela mesma 
pressão e áreas diferentes. A área da membrana timpânica é maior do que a da platina, dessa maneira 
em uma mesma pressão há presença de forças diferentes (lei da hidrostática). 
 No ouvido médio há um reflexo que protege a cóclea de sons de baixa frequência e maior intensidade 
(volume). Esse reflexo é denominado de reflexo de atenuação graças à presença dos músculos tensor do 
tímpano (ligado ao martelo) e músculo estapédio (ligado ao estribo). A contração desses músculos 
reduz a vibração dos respectivos ossículos, assim, diminuindo a transmissão sonora para o ouvido 
interno. A atenuação é mais eficiente em sons de baixa frequência e maior volume. Embora haja esse 
mecanismo de proteção, a seu intervalo para ser ativado é em torno de 50 a 100ms o que permite danos 
em ruídos que atinja o ouvido antes da contração desses músculos, por exemplo, a explosão de um rojão 
próximo a uma pessoa. O reflexo de atenuação permite que os humanos consiga escutar a voz de uma 
pessoa em um ambiente barulhento, além de ser ativado quando o indivíduo fala. 
 
 Ouvido interno 
 Nem todo ouvido interno está relacionado com audição, por 
exemplo, o sistema vestibular se localiza nessa região e não 
participa do processo auditivo, mas sim do equilíbrio. A parte 
auditiva dessa região se concentra pela cóclea a qual 
apresenta um formato de caracol e participa na transdução do 
estímulo sonoro. Ela é formada por um tubo enrolado em 
formato de caracol que apresenta dois orifícios recobertos por 
uma membrana, a janela oval e a janela redonda. O tubo 
enrolado da cóclea apresenta três zonas: a escala vestibular, a 
escala média e a escala timpânica. A membrana de Reissner 
separa a escala vestibular da escala média, enquanto a 
membrana basilar separa a escala média da escala timpânica. 
Acima da membrana basilar encontra-se o órgão de Corti o qual possui neurônios responsáveis por 
captar os estímulos. Suspenso a esse órgão há a membrana tectorial. A cóclea é preenchida por um 
fluido chamado de perilinfa o qual apresenta uma constituição semelhante ao líquido céfalorraquidano 
com uma alta concentração de sódio e baixa de potássio. Esse líquido encontra-se presente nas escalas 
vestibular e timpânica. Já a escala média apresenta um fluido 
chamado de endolinfa coma constituição semelhante ao 
citoplasma de uma célula com uma alta concentração de 
potássio e baixa concentração de sódio. O que permite a 
presença dessa diferença de composição dos líquidos são graças 
a um sistema de bombas ativas presentes na membrana do 
endotélio da escala média a qual é denominada de estria 
vascular. Devido a presença da diferença dessas concentrações e 
a permeabilidade da membrana de Reissner a endolinfa 
apresenta uma DDP com a perilinfa cerca de +80mV. Esse 
potencial é denominado de potencial endococlear, sendo se 
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suma importância para a transdução auditiva. A cóclea é constituída por ossos. 
 A fisiologia da cóclea é algo bastante simples. O movimento de pistão realizado pela platina do estribo 
fornece uma pressão à perilinfa, fazendo com que a mesma se desloque pela a escala vestibular e 
retorne pela escala timpânica pelo orifício chamado de helicotrema localizado no seu ápice. Essa 
movimentação do fluido provoca um abaulamento da membrana da janela redonda. Nesse sentido, a 
pressão do fluido não se altera, pois o movimento complementar realizado pela janela redonda 
assegura essa característica. Embora a cóclea seja recoberta por osso, algumas estruturas internas não 
são tão rígidas, sendo movimentadas através do deslocamento da perilinfa. 
 A respeito das estruturas que vibram junto com o movimento do fluido presente na cóclea podemos 
destacar a membrana basilar. Sua resposta em relação a esse movimento é bastante importante para a 
compreensão da detecção dos sons a partir das diferenças de frequências. A membrana basilar se 
assemelha com o pé-de-pato utilizado por mergulhadores. Ela apresenta uma base fina e rígida 
enquanto seu ápice é mais espesso (5x) e mais flexível. Quando a platina do estribo realiza seu 
movimento a perilinfa desloca-se na escala vestibular, desse modo como à membrana de Reissner é 
bastante flexível e permite que a vibração atinja a endolinfa na escala média. O movimento da endolinfa 
na escala média provoca o movimento da membrana basilar que se inicia na base em direção ao ápice. A 
distância que uma onda sonora percorre a membrana basilar depende de sua frequência. Isso porque a 
membrana apresenta diferentes espessuras e flexibilidade, sua base dissipa a energia de ondas com 
maiores frequências (agudas), enquanto seu ápice dissipa a energia de ondas de baixa frequência 
(graves). Nesse sentido, a membrana basilar apresenta um código de localização das ondas sonoras, 
semelhante a um mapa, diferenciando-as de acordo com sua frequência. 
 
 
 
 
 O órgão de Corti encontra-se apoiado sob a membrana basilar e abaixo da membrana tectorial. Acima 
desse órgão existe uma fina camada chamada de camada reticular (membrana bastante delgada). Os 
pilares de Corti são células que sustentação as quais se encontram entre a membrana basilar e a 
membrana reticular. Esse órgão é fundamental na transdução do estímulo mecânico da onda sonora 
para estímulo elétrico. Isso por meio das células ciliadas as quais apresentam em sua zona apical 
esteriocílios os quais através de seu deslocamento ou vibração realizam sinapses com axônios do 
gânglio espiral que se localiza no modíolo. O gânglio realiza sinapses com o nervo vestíbulo-coclear 
(VIII craniano) o qual se projeta para os núcleos cocleares no bulbo. É possível tratar a surdez com 
dispositivos que permitem a descarga elétrica nesses neurônios. 
A transdução das células ciliadas ocorrer a partir da 
movimentação da membrana basilar, haja vista que o 
órgão de Corti como todo se encontra fixado nessa 
camada. Desse modo, o movimento permite o 
deslocamento dos estereocílios. A estrutura do 
estereocílio é fundamental para que seja 
compreendido o mecanismo de transdução. Ele se 
encontra fixado na parte apical das células ciliadas, 
sendo formado por filamentos de actina. Além disso, 
os estereocílios são conectados por filamentos 
transversais que coordenam o movimento dos 
mesmos, agindo agora como uma unidade. Nesse 
sentindo, à medida que os cílios se deslocam em seu eixo de repouso gera um sinal neural causado pela 
abertura de canais iônicos de potássio. Esse mecanismo é tão sensível que deslocamentos na escala de 
0,3nm são transformados em estímulo nervoso. Os canais iônicos são do tipo TRPA1 que causa um 
potencial receptor na célula ciliada. Esses canais se encontram na parte apical do estereocílios sendo 
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conectado aos canais adjacentes por um filamento elástico. Dessa forma, essa disposição permite que 
com o deslocamento do estereocílio provoque a abertura do canal, permitindo o influxo de potássio 
presente na endolinfa. O deslocamento oposto causa o fechamento dos canais. A entrada de potássio na 
célula ciliada causa uma despolarização que ativa os canais de cálcio dependentes de potássio. A 
entrada de cálcio permite a secreção do neurotransmissor (glutamato) o qual é responsável por ativar 
os axônios do gânglio espiral. É interessante que a entrada de potássio causa uma despolarização nas 
células ciliadas o que não ocorre na maioria das células do corpo. Isso se deve a alta concentração de 
potássio presente na endolinfa. 
 O nervo auditivo consiste em neurônios que projetam seus axônios 
para a base das células ciliadas internas e externa, enquanto seu 
corpo celular se encontra no gânglio espiral. Os neurônios 
localizados nesses gânglios são os primeiros neurônios envolvidos 
na transmissão do estímulo auditivo ao encéfalo. É importante 
destacar que as células ciliadas apresentam uma diferença entre as 
suas inervações, haja vista que a quantidade de células ciliadas 
externas é maior do que as internas sendo na proporção de 3 para 
1. Desse modo, as células ciliadas externas recebem menor 
inervação, logo um axônio estabelece sinapses com várias células, 
enquanto as células ciliadas internas recebem a maior parte dos 
axônios dos neurônios do gânglio espiral, sendo que a maior parte 
do estímulo é gerada pelas mesmas. Dessa forma, podemos inferir 
que a maior parte da informação que chega à cóclea provém das 
células ciliadas internas. 
 Por outro lado, é importante destacar que embora as células 
ciliadas externa apresentem uma menor inervação elas são de suma 
importância para a transdução do estímulo das células ciliadas 
internas. Isso por meio do um motor acústico que é denominado de amplificador coclear. Esse motor é 
consiste pela ação de uma proteína, denominada de prestina, a qual permite que as células ciliadas 
externas alterem seu comprimento de acordo com a vibração causada pela energia da onda sonora. A 
alteração do comprimento da célula é acionada pelo potencial receptor da célula e não há gasto 
energético. A sua função de amplificador coclear se deve ao fato de que as células ciliadas externas se 
encontram ancoradas tanto na membrana reticular, 
quanto na membrana basilar. Nesse sentido, a alteração de 
seu comprimento ora aproxima essas duas membranas, 
ora afasta as mesmas, diminuindo ou aumentando a 
transdução do estímulo das células ciliadas internas.Medicamentos, como a furosemida, interferem o 
mecanismo citado, pois acredita que ela inativa a ação das 
proteínas motoras das células ciliadas externas, interferindo na sua 
função de amplificador coclear. Além disso, antibióticos, por 
exemplo, a canamicina, danificam as células ciliadas externas, 
levando a surdez graças à perda do amplificador coclear. Sem o 
amplificador coclear a percepção do estímulo seria reduzida cerca 
de 100 vezes. Além das proteínas prestina a qual exerce a função de 
motor, as células ciliadas externas recebem eferências oriundas do 
tronco encefálico com a liberação do neurotransmissor acetilcolina. 
As eferências modificam o formato das células ciliadas externas, 
afetando dessa forma as respostas geradas pelas células ciliadas 
externas, agindo como regulador da sensibilidade auditiva. Outro fator que interfere na função do 
amplificador coclear é a deleção do gene da proteína prestina. 
 Processos auditivos centrais 
As aferências do gânglio espiral seguem para o tronco encefálico pelo nervo vestíbulo coclear (VIII 
nervo craniano). No nível de bulbo os axônios desse nervo ser ramificam e se conectam aos núcleos 
cocleares (dorsal, anteroventral e posteroventral). O núcleo coclear anteroventral e o núcleo coclear 
posteroventral projetam seus neurônios para o núcleo olivar ou oliva superior. O complexo olivar 
superior apresenta três estruturas que participam da audição: núcleo olivar superior lateral, núcleo 
olivar superior medial e o corpo trapezoide. Os axônios olivares se agrupam formando lemniscos, nesse 
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caso o lemnisco latera, ascendendo para o colículo inferior no mesencéfalo. Partem também no núcleo 
olivar superior fibras eferentes (feixe olivococlear) que seguem a contramão do nervo auditivo 
terminando na membrana basilar. Sua função é localizar espacialmente os sonos originados à direita e à 
esquerda do ouvinte. Os neurônios do colículo inferior recebem sinapses de todas as vias descendentes 
da percepção auditiva. Ele é subdividido em três regiões: núcleo central, núcleo externo e córtex dorsal. 
O núcleo central envia seus axônios para o núcleo geniculado medial (NGM) no tálamo o qual se projeta 
para o córtex auditivo, enquanto o núcleo externo e córtex dorsal realiza uma rede de sinapses em nível 
de mesencéfalo, sendo de fundamental importância para o reflexo audiomotor o qual permite o 
deslocamento do corpo do indivíduo em direção à fonte sonora. O núcleo coclear dorsal segue uma via 
direta sem parar na olivar superior. É importante destacar que existem outras rotas alternativas que se 
convergem para o colículo inferior. Todas essas vias citadas acima demonstra como o sistema auditivo 
interliga várias regiões do encéfalo de forma integrada. Uma observação importante é que uma lesão 
em nível de tronco cerebral é a única lesão nervosa que afeta um ouvido individualmente, as demais 
causam surdez dos dois ouvidos. 
 Codificação da intensidade sonora, frequência e 
localização da fonte. 
 A intensidade de uma onda sonora é percebida de duas 
maneiras: pela frequência de disparos dos neurônios ou pela 
quantidade de neurônios ativos. Um estímulo intenso causa uma 
maior vibração na membrana basilar, por conseguinte permite 
maior despolarização e hiperpolarização do potencial de 
membrana das células ciliadas. Além disso, quando a intensidade 
é alta permite que a vibração ocorra em várias áreas da 
membrana basilar (o estímulo pecorre maior espaço), assim 
permite a ativação de mais células ciliadas. Dessa maneira, 
considera-se que quanto maior o estímulo sonoro maior será a 
número de neurônios ativos. 
 É sabido que a membrana basilar apresenta uma sensibilidade 
as diferentes frequências em determinadas regiões, sendo a 
parte basal mais sensível às frequências altas, enquanto a parte 
apical à frequências baixas. Da mesma forma que ocorre com a 
membrana basilar o neurônios do nervo vestíbulo-coclear e em 
todos os órgãos de retransmissão do sistema auditivo 
apresentam um mapa para as determinada frequência. O nome 
desse fenômeno é chamado de tonotopia. 
 Outra característica para a codificação da intensidade é a sicronia de fase entre a onda sonora e os 
disparos elétricos dos potenciais de depolarização dos neurônios. O nome dado a esse mecanismo é 
sincronia de fase que consiste na coincidência de desparos para uma região do ciclo de um onda sonora 
de forma sincronizada. Isso permite que o neurônio determine por meio de disparos sincronizados a 
frenquência da onda sonora. Entretanto, esse processo só ocorre para frequência baixas (até 4000Hz). 
Para frequências intermediárias, próximo a esse limite, os neurônios se organizam de uma maneira que 
cada um realiza o disparo em uma determinada região do ciclo da onda sonora. Desse modo, a 
organização da informação pelos diversos disparos de vários neurônios permite que a frequência da 
onda sonora seja identificada. Esse outro mecanismo é denomidado de princípio das salvas. Para 
frequências acima desse limte a frequência da onda somente é determinada por meio da tonotopia. 
 O indivíduo utiliza diversas técnicas para identificaçao de sons tanto no plano horizontal quanto no 
plano vertical. No tocante ao plano horizontal sabe-se que o maior intervalo de tempo para que alcance 
os dois ouvidos ao mesmo tempo é cerca de 6ms, esse período é denominado de retardo interauricular. 
Desse modo, quando a fonte sonora encontra-se perpendicular ao indivíduo o son so chegará ao outro 
ouvido após esse intervalo. O intervalo é melhor perceptível para sons não contínuos, ruídos 
repentinos. Por outro lado, para sons contínuos e de alta frequência o encéfalo dispõe de outro 
mecanismo de diferenciação: a diferença de intensidade interauricular. Nesse sentido, existe uma 
estreita relação entre a direção do som e a sombra acústica gerada pela cabeça para uma orelha. Sons 
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de frequências baixas sofrem difração e não são bem discriminados por esse mecanismo. Dessa forma, 
sons entre 20 a 2kHz utilizam o retardo interauricular, enqaunto de 2kHz a 20kHz utilizam a diferença 
de intensidade interauricular, esses mecanismos dão origem ao termo teoria duplex de localização do 
som. Esses reflexos são identificados pelo mecanismo dos neurônios monoauriculares. 
 Os demais estágios do sistema auditivo apresenta uma organização binauricular que significa que em 
todos os estágios há as aferências dos dois ouvidos simultâneamente. A primeira estrutura que 
participa dessa organização é a oliva superior. Nela há aferências de potenciais de ação de ambos os 
ouvidos e daí permite calcular o retardo interauricular. Isso se deve ao fato de que os potenciais 
excitatórios pós-sinápticos (PEPS) que quando há aferência de ambos os ouvidos esses potenciais se 
somam gerando uma resposta. 
 A localização do som no plano vertical se deve à organização do pavilhão auditivo. Ele permite a 
reflexão das ondas sonoras em ambos os ângulos, permitindo assim a localização da fonte sonora. 
 Córtex auditivo 
 Os axônios que deixam o NGM se projetam ao córtex formando o córtex auditivo primitivo (A1) 
presente em todos os mamíferos. Ele se localiza no lobo temporal dos dois hemisférios. O córtex 
auditivo compreende em duas áreas, uma central e outra periférica que recebem aferências do tálamo. 
A parte central está associada a detecção de sons puros, enquanto a parte periférica detecta sons mais 
complexos. É importante destacar que nessas duas áreas há a presença de um mapa tonotópico (seis 
mapas distintos) de frequências sonora semelhante a toda via ascendente do sistemaauditivo. Além 
disso, as duas regiões encontram-se conectadas entre si e apresentam vias paralelas de 
retroalimentação que auxiliam na focalização do som e determinação do estímulo sonoro, bem como 
associa partes do encéfalo para o processamento ou codificação do estímulo sonoro, por exemplo, a 
associação entre o som e as emoções. O córtex auditivo é especialmente importante na discriminação de 
padrões tonais e sequenciais. 
3. Descrever as estruturas e os mecanismos responsáveis pelo 
equilíbrio. 
 Sistema vestibular 
O sistema vestibular semelhante ao sistema auditivo utiliza o mecanismo de células ciliadas para a 
transdução do estímulo mecânico para estímulo nervoso. O seus órgãos estão relacionados com o 
equilíbrio e a coordenação motora. As células ciliadas então confinadas em câmaras interconectadas 
denominadas de labirinto vestibular. Dentro deste há dois tipos de estruturas: os órgãos otolíticos 
(sáculo e utrículo) que detectam a gravidade e a inclinação da cabeça e os canais semicirculares 
sensíveis à rotação da cabeça. Cada célula ciliada realiza sinapse com o axônio sensorial do nervo 
vestibular, ramo do nervo vestíbulo-coclear que estão no 
gânglio vestibular de Scarpa. 
 Os órgãos otolíticos o sáculo e o utrículo detectam 
mudanças da angulação da cabeça pela detecção da 
aceleração linear provocada na camada gelatinosa. Essa 
aceleração se deve a propriedade física chamada de inércia. 
Esse órgão possui uma camada de tecido epitelial sensitivo 
chamado de mácula a qual se encontra orientada na vertical 
no sáculo e na horizontal no utrículo. Nessa camada há a 
presença de células ciliadas dispostas sobre uma camada de 
células de sustentação, apresentando estereocílios 
orientados para dentro da camada gelatinosa. Outra 
característica desses órgãos otóliticos é a presença de diminutos cristais de carbonato de cálcio, 
denominados de otólitos, os quais ficam incrustrados na camada gelatinosa. O movimento dessa 
camada gelatinosa permite o deslocamento do estereocílios assim realizando a transdução do estímulo 
mecânico. Entretanto, nem todo movimento produzirá a geração de estímulos nervosos pelas células 
ciliadas. Isso se deve ao fato de que cada célula apresenta um cílio especialmente cumprido, chamado de 
cinocílio, em que movimento que permite que os estereocílios de aproximem do cinocílio produzirá 
uma despolarização, enquanto movimentos em direção oposta produzirá na hiperpolarização da célula 
ciliada, causando sua inibição. Nesse sentido, a cabeça pode se mover em todas as direções e será 
detectado pelas células ciliadas todo esse movimento. Outra característica importante desse mecanismo 
é a inibição das células ciliadas do lado oposto, por exemplo, quando um determinado movimento ativa 
um conjunto de células ciliadas, as mesmas inibem a ativação do mesmo conjunto do lado oposto. 
 Os canais semicirculares são importantes para a detecção de movimentos de rotação da cabeça. Sua 
fisiologia consiste na transdução da aceleração angular gerada por movimentos rotacionais. Os cílios 
são agrupados em uma camada denominada de crista a qual consiste no epitélio sensorial, eles se 
projetam para o interior da ampola (a ampola consiste na dilatação do canal, onde os canais se 
interligam). Os canais semicirculares são três: o superior, horizontal e o posterior. Os cílios são 
recobertos por uma camada gelatinosa, denominada de cúpula gelatinosa a qual oclui todo o lúmen do 
canal, enquanto os semicírculos são preenchidos pela endolinfa, o mesmo fluído presente na cóclea. 
Todas as células ciliadas na ampola apresentam quinocílios que realizam a mesma função dos órgãos 
otóliticos (despolarizar e hiperpolarizar). Uma rotação da cabeça permite que a endolinfa se desloque 
em direção oposta graças à lei da inércia. Quando o movimento cessa o indivíduo normalmente 
apresenta sinais de tontura, pois pela lei da inércia o líquido continuaria em movimento, no entanto ele 
freia e causa essa sensação. O movimento da endolinfa permite que a cúpula junto com os estereocílios 
se curve de acordo com o movimento, provocando a despolarização das células ciliadas e a transdução 
do estímulo. A associação dos três canais semicirculares permite a percepeção de qualquer movimento 
rotacional da cabeça. Da mesma forma de como ocorre nos órgãos otóliticos, os semicírculos quando 
um conjunto de células ciliadas são ativadas ocorre a inibição do lado oposto, otimizando a habilidade 
do encéfalo detectar movimentos rotacionais. 
 Vias centrais do sistema vestibular 
 As vias vestibulares coordenam e integram as informações dos movimentos da cabeça e do corpo e as 
utilizam para realizar estímulos eferentes através dos neurônios motores, sendo de grande importância 
para o ajuste da posição da cabeça, olhos e outras partes do corpo. Os axônios do nervo vestibular se 
projetam para o núcleo vestibular presente no tronco cerebral, bem com envia para o cerebelo. Os 
núcleos vestibulares recebem aferências de partes distintas do sistema sensorial somático e visual. 
Desse modo, o núcleo vestibular recebe diversas aferências o que permite o processamento das 
informações. A organização do núcleo vestibular é complexa apresentando duas regiões uma parte 
lateral e outra medial. A região lateral recebe aferência dos órgãos otóliticos os quais são projetados 
para o trato vestíbulo-espinhal realizando o controle dos músculos dos membros, auxiliando na 
manutenção da postura. A parte medial envia seus axônios por meio do fascículo longitudinal medial 
que excita os neurônios dos músculos do tronco e pescoço que orientam a cabeça. 
 De maneira similar aos demais sistemas sensoriais o sistema vestibular realiza aferências com o tálamo 
e com o neocórtex. Essa conexão é via núcleo ventral posterior (VP) do tálamo o qual se projeta para o 
córtex. 
REFLEXO VESTIBULO-OCULAR (RVO) 
Uma função importante do sistema vestibular central é manter os olhos orientados para uma posição 
enquanto você estiver dançando. Isso é realizado pelo reflexo vestíbulo-ocular (VRO). Para manter 
uma visão precisa é necessário que a imagem mantenha-se estável 
na retina, apesar do movimento. 
A eficiência do RVO depende das conexões complexas dos canais 
semicirculares no núcleo vestibular e desse aos núcleos cranianos 
que excitam os músculos extraoculares. 
Quando a cabeça gira para a esquerda, o VRO induz os olhos a 
virarem para a direita. Os axônios inervam o núcleo vestibular o 
qual envia axônios excitatórios ao núcleo abducente (VI) que por 
sua vez excita o musculo reto lateral do olho direito. Já outra 
projeção excitatória do nervo abducente ascende para excitar o 
nervo óculo motor (III), o qual excita o musculo reto medial do 
olho esquerdo. Com isso, ambos os olhos são girados para a 
direita. Além disso, os músculos. 
 Equilíbrio 
 A manutenção do equilíbrio se deve a integração dos sistemas 
visual, vestibulares e proprioceptivos os quais enviam 
informações da localização do corpo para o encéfalo. O processamento central ocorre nos núcleos 
vestibulares e no cerebelo, sendo responsáveis por gerar uma resposta motora. 
SISTEMA SOMATOSENSITIVO 
A propriocepção inconsciente é interpretada em nível de cerebelo. 
Anatomicamente, o cerebelo é dividido em uma parte central que é o Verme e dois hemisférios laterais. 
Na divisão funcional dividimos em: Vestibulocerebelo (Arquicerebelo), Espinocerebelo 
(Paleocerebelo) e Cerebrocerebelo 
(Neocerebelo). 
 O Vestibulocerebelo é formado pelo Lobo 
Floconodular, tem conexão com os núcleos 
vestibulares (são 4 – localizados no tronco cerebral), 
que é responsável pela manutenção do equilíbrio. 
O espinocerebelo tem conexões com a medula, e é formado pelo Vermis e zona intermediaria dos 
hemisférios, sendo responsável pela manutenção da postura e da marcha. 
O cerebocerebelo está localizado nas zonas laterais, e possui conexão com o Cortex, e tem função 
relacionada com os movimentos finos. 
O cerebelo recebe aferências, que trazinformações do Sistema Vestibular, sobre a posição dos olhos e 
da cabeça e da cabeça em relação ao corpo. Recebe também aferencias da Medula sobre grau de 
contração do musculo e posição e velocidade de movimento das partes do corpo. E por fim, recebe 
aferencia do Córtex no qual traz informações oriundas de todos os lobos cerebrais. 
As vias aferentes entram pelos pedúnculos, chega no cerebelo é interpretada e envia uma resposta, no 
qual cada região do cerebelo tem uma eferência especifica. As informações que vem do 
vestíbulocerebelo ele é traduzido no córtex e sai através do vermis, passando pelo Núcleo Fastígio. As 
informações do Esoinocerebelo passa pela zona intermedia no Núcleo Inteposto. Enquanto a 
informação do Cerebrocerebelo que vem do córtex sai pela região do Núcleo Denteado. 
CONEXÃO VESTIBULOCEREBELAR 
O sistema vestibular capta todas as informações através das células ciliadas dos órgãos otólitos e canis 
semicirculares. Essa informação é levada para o cerebelo, passando pelos núcleos vestibulares, e entra 
no Lobo Floconodular. Essa informação chega ao nível do córtex é interpretada e sai pela zona medial 
(eferências) e isso gera uma resposta que é a manutenção do equilíbrio. 
 
4. Citar as causas mais prevalentes de perda auditiva e as possíveis 
medidas de prevenção. 
A hipoacústica ou mais comumente conhecida como perda auditiva ou surdez, de forma simplificada, 
consiste na perda total ou parcial da audição de uma pessoa. 
SURDEZ DA COCLEA OU DO NERVO AUDITIVO 
Ela ocorre no ouvido interno quando as células ciliadas presentes dentro da cóclea ou os condutores 
nervosos sofrem alguma deterioração, impedindo que os sinais do ouvido cheguem ao cérebro. 
Também conhecida pelos médicos por surdez neurossensorial ou sensorioneural é a forma mais 
comum de surdez. As causas podem ser várias desde problemas menores como diminuição na 
irrigação sanguínea do ouvido até mais sérias como tumores cerebrais. Estes problemas também 
ocorrem como parte do processo de nosso envelhecimento. A partir de 55 anos de idade a audição 
começa a diminuir como acontece com a visão em idade menor ainda. Essa diminuição normal da idade 
varia muito de pessoa para pessoa e está normalmente ligada a herança genética, condições anormais a 
qual o ouvido foi exposto durante a vida (barulhos intenso, infecções) ou a doenças gerais como 
hipertensão arterial e diabetes que podem afetar o ouvido. 
 
 CAUSAS DA SURDEZ NO NERVO 
Existem muitas causa da surdez no nervo. As mais comuns são: Exposição a ruídos de alta intensidade 
ou sons altos ou Presbiacusia (surdez pela idade). 
Outras causas incluem: Viroses (rubéola, caxumba); Meningite, Uso de certos medicamentos ou drogas 
(Ototóxicos- antibióticos amino glicosídicos, salicilatos, diuréticos de alça); Propensão familiar 
(hereditária); Traumas na cabeça; Doenças cardiocirculatórias; Defeitos congênitos; Alergias; 
Problemas metabólicos; Tumores. 
Os problemas no ouvido interno normalmente causam dificuldade para separar a fala de ruídos 
externos, dificuldade para ouvir sons de alta frequência e a necessidade de repetir o que foi dito. 
O diagnóstico precoce é crucial para poder controlar e tratar a maioria das causas da surdez. 
SURDEZ DE CONDUÇÃO 
A surdez de condução é aquela que afeta o ouvido externo ou médio e acontece quando as ondas 
sonoras não são bem conduzidas para o ouvido interno. Entre as causas estão: 
- Excesso de cera no ouvido: A cera é uma produção normal da pele do canal externo de nosso ouvido. 
Ela serve para proteger a pele fina que reveste o canal do ouvido contra germes e substâncias que 
podem contaminá-la ou feri-la. A cera de dentro do canal não deve ser retirada. As vezes tem pessoas 
que produzem muita cera a vida toda ou em algumas fases da vida e chega a formar um tampão que 
impede a passagem do som. 
- Catarro no ouvido (Otite secretória ou Otite Serosa): É uma doença que ocorre quando permanece um 
catarro ou secreção dentro do ouvido médio. Isto pode acontecer por um mal funcionamento da tuba 
auditiva, quando a gente está resfriado ou gripado e vai catarro para o ouvido e não consegue sair ou 
quando a gente submete o ouvido a diferenças importantes de pressão. 
- Infecção aguda do ouvido (Otite media aguda): A otite serosa aguda é geralmente resultado de um 
bloqueio da tuba auditiva devido a uma infecção tipo gripe ou uma crise de alergia. Esta secreção pode 
se infectar com uma bactéria ou um vírus e se tornar uma otite média aguda 
- Infecção crônica (Otite média crônica): é resultado de um bloqueio permanente ou por um 
“engrossamento” do líquido virando quase uma cola e que não vai por isso ser absorvido ou drenado 
pela tuba. Esta condição geralmente leva a uma diminuição da audição, pode ter fases de dor de ouvido, 
quando este catarro se infecciona. 
- Perfuração timpânica: Uma perfuração na membrana do tímpano pode acontecer por um trauma 
causado por objeto enfiado no canal do tímpano, ou por algo que causa uma pressão no canal do ouvido 
(tapa, mergulho ou até mesmo um beijo no ouvido). A perfuração pode também ser causada por uma 
infecção que levou a uma ruptura da membrana do tímpano e não houve cicatrização. 
- Doenças que provoquem a imobilização de um ou mais ossinho do ouvido (Otosclerose) 
-Tumores de ouvido externo e médio. 
Normalmente os problemas de surdez de condução podem ser resolvidos por tratamento médico 
(remédios) ou por cirurgia. 
SURDEZ RETROCOCLEAR 
Acontece quando o nervo auditivo está danificado ou inexiste. Essa surdez é profunda e permanente. Os 
aparelhos auditivos e os implantes cocleares não têm utilidade porque o nervo coclear não pode 
transmitir a informação auditiva ao cérebro. Depois de avaliação médica, o implante de tronco cerebral 
pode ser útil. 
SURDEZ MISTA: DE CONDUÇÃO E DO NERVO 
A surdez mista é uma combinação de perda auditiva condutiva com perda auditiva neurossensorial. Ela 
acontece quando o problema está presente no ouvido médio e interno, ao mesmo tempo. 
DOENÇA DE MENIERE 
A doença de Ménière é um distúrbio caracterizado por ataques recorrentes de vertigem incapacitante 
(uma sensação falsa de movimento ou giro), perda de audição flutuante (nas baixas frequências) e 
barulho no ouvido (acúfeno). 
Acredita-se que a doença de Ménière seja causada por uma quantidade de líquido em excesso que esteja 
normalmente presente no ouvido interno. O líquido no ouvido é mantido em uma estrutura em formato 
de bolsa chamada de saco endolinfático. Esse líquido é secretado e reabsorvido de forma contínua, 
mantendo-se em uma quantidade constante. Tanto um aumento da produção de líquido do ouvido 
interno, quanto uma diminuição de sua reabsorção, resulta em excesso de líquido. 
5. Reconhecer o efeito do ruído ocupacional na gênese da perda 
auditiva e seus aspectos epidemiológicos 
As doenças otorrinolaringológicas relacionadas ao trabalho são causadas por agentes ou mecanismos irritativos, 
alérgicos ou tóxicos. No ouvido interno, os danos decorrem da exposição a substancias neurotóxicas e fatores de risco 
de natureza física, como ruído, pressão atmosférica, vibrações e radiação ionizante. 
Nesse contexto, a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) configura-se como uma doença decorrente da exposição 
ao fator de risco ruído. A Pair caracteriza-se como um dano provocado pela exposição ao risco ruído, e tem como 
características principais a irreversibilidade e a progressão gradual conforme o tempo de exposição ao ruído. 
Do ponto de vista da física, ruído é, por definição, a variação da pressão sonora sob a forma de ondas mecânicas, que 
representa oscilações dos sistemas de matérias elásticos. Essas oscilações podem constituir-se em estímulos para o 
nosso organismo e causar defeitos desagradáveis. 
O ruído torna-se fator de risco se o nível da pressão sonora e o tempo de exposição ultrapassar certos limites, pois 
pode ocasionar o deslocamento temporário do limiar auditivo ou surdez profissional. Como regra geral,é tolerada a 
exposição de no máximo, oito horas diárias a ruídos continuo ou intermitentes, com média ponderada no tempo de 
85dB. Entretanto é comum a coexistência de vários outros fatores que podem agredir diretamente o órgão auditivo e 
influir no desenvolvimento da perda auditiva por meio da interação com os níveis de pressão sonora ocupacional ou 
não ocupacional. Destacam-se entre eles: 
- Os riscos ambientais de trabalho; 
- Inadequação dos sistemas de cuidado à saúde: ineficiência do conhecimento medico das causas, importância do 
diagnostico etiológico, tratamento ineficaz e falta de atuação preventiva por parte das empresas nas condições 
ambientais de trabalho. 
- Agentes químicos: solventes (tolueno, dissulfeto de carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes (monóxido de 
carbono). 
- Agentes físicos: vibrações, radiação, calor. 
- Agentes biológicos; vírus, bactérias. 
O ruído está presente em diversas atividades laborais. A ocorrência do Pair é muito comum nos ramos de atividades: 
Construção Civil, Industria de transformação, Industria de alimentos, Industria de processamentos, Mineração, 
Atividades agropecuária. 
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) relacionada ao trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva 
decorrente da exposição continuada em níveis elevados de pressão sonora. Configura-se como uma perda auditiva do 
tipo neurosenssorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. 
Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva ocupacional, 
surdez profissional, disacusia ocupacional, perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora, perda 
auditiva induzida por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de 
pressão sonora de origem ocupacional. 
A maior característica da Pair é a degeneração das células ciliadas do órgão de Corti. Recentemente tem sido 
demonstrado o desencadeamento de lesões e de apoptose celular em decorrência da oxidação provocada pela 
presença de radicais livres formados pelo excesso de estimulação sonora ou pela exposição a determinados agentes 
químicos. São considerados sinais dos efeitos auditivos: 
• Perda auditiva sensório-neural com comprometimento das células ciliadas da orelha interna. 
• Quase sempre bilateral. 
• Seu primeiro sinal é um rebaixamento no limiar audiométrico de 3, 4 ou 6kHz. No início da perda, a média dos 
limiares de 500, 1 e 2kHz é melhor do que a média de 3,4 ou 6kHz. O limiar de 8kHz tem que ser melhor do que o 
pior limiar. 
 • Em condições normais, apenas a exposição ao ruído não produz perdas maiores do que 75dB em frequências 
altas e do que 40dB nas baixas. 
• A progressão da perda auditiva decorrente da exposição crônica é maior nos primeiros 10 a 15 anos e tende a 
diminuir com a piora dos limiares. 
 • Evidências científicas indicam que a orelha com exposições prévias a ruído não são mais sensíveis a futuras 
exposições. Uma vez cessada a exposição, a Pair não progride. 
• O risco de Pair aumenta muito quando a média da exposição está acima de 85dB(A) por oito horas diárias. 
As exposições contínuas são piores do que as intermitentes, porém, curtas exposições a ruído intenso também podem 
desencadear perdas auditivas. Quando o histórico identificar o uso de protetores auditivos, deve ser considerada a 
atenuação real do mesmo, assim como a variabilidade individual durante o seu uso. 
EFEITOS NÃO AUDITIVOS DA EXPOSIÇÃO AO RUIDO 
São considerados sinais dos efeitos não auditivos: Transtornos de comunicação; Alteração do sono; Transtornos 
neurológicos; Transtornos vestibulares; Transtornos digestivos; Transtornos comportamentais; Transtornos 
cardiovasculares; Transtornos hormonais. 
AVALIAÇÃO DA PAIR 
 A avaliação do trabalhador exposto a ruído consta de avaliação clínica e ocupacional, na qual pesquisa-se a exposição 
ao risco, pregressa e atual, considerando-se os sintomas característicos, descritos anteriormente. É importante o 
detalhamento da exposição, para que seja possível buscar relações entre a exposição e os sinais e sintomas. Dessa 
forma, a anamnese ocupacional configura-se como instrumento fundamental para a identificação do risco. O 
conhecimento sobre o ambiente de trabalho também pode ser feito por meio de visita ao local, avaliação de laudos 
técnicos da própria empresa e informações sobre fiscalizações, além do relato do paciente 
A avaliação audiológica é formada por uma bateria de exames: 
• Audiometria tonal por via aérea. 
• Audiometria tonal por via óssea. 
 • Logoaudiometria. • Imitanciometria. 
 
6. Identificar os métodos diagnósticos clínicos e complementares 
disponíveis para avaliação da acuidade auditiva e do equilíbrio. 
O sistema vestibular é um órgão que detecta as sensações do equilíbrio corporal. Para obter um equilíbrio corporal 
satisfatório, é necessário que os sistemas sensoriais apresentem perfeita integração e regulação. Situado na orelha 
interna, o sistema vestibulococlear apresenta dupla função, sendo a cóclea responsável pela audição e o vestíbulo, 
pelo equilíbrio. No entanto, a capacidade de ouvir é, na verdade, uma característica secundária, visto que a 
responsabilidade primária do órgão auditivo é manter o equilíbrio corporal. 
 Define-se equilíbrio corporal como a capacidade do homem de manter-se ereto ou realizar movimentos de aceleração 
e rotação do corpo de maneira eficaz. O equilíbrio pode ser dividido em estático e dinâmico. O equilíbrio estático 
refere-se ao controle da oscilação postural na posição imóvel, através da utilização de percepções internas e externas, 
associadas à ativação muscular como resposta às perturbações de estabilidade e equilíbrio. Já o equilíbrio dinâmico é a 
capacidade de controlar o centro de gravidade do corpo enquanto este se desloca sobre sua base de apoio, o que 
necessita de níveis adequados de força dos membros inferiores. 
A disfunção vestibular assume particular importância, pois o envelhecimento é diretamente proporcional à presença 
de múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem e outras tonturas, perda auditiva, zumbido, 
alterações do equilíbrio corporal, distúrbios d a marcha e quedas ocasionais. 
Avaliar o equilíbrio é uma tarefa de diversas áreas profissionais, como fonoaudiologia, fisioterapia, otoneurologia, 
entre outras. Essa avaliação na pratica clínica, serve como instrumento importante para identificar precocemente os 
distúrbios posturais, compreender as alterações do equilíbrio e realizar intervenções necessárias. 
Avaliar pela anamnese sinais e sintomas como tontura, vertigem, zumbidos, distúrbios da audição. Além disso, no 
exame físico pela otoscopia que consiste no exame do meato acústico externo e da membrana timpânica por um 
intermédio de um especulo auricular. No exame neurológico, avaliar o equilíbrio estático e dinâmico. 
EQUILIBRIO ESTÁTICO 
 Teste de Romberg: O paciente é colocado em posição ortostática, com os calcanhares unidos e pontas dos pés 
separados em 30°, cabeça reta, braços ao longo do corpo na posição anatômica, olhos fechados (para inibir a 
visão) durante um minuto. O exame é considerado alterado se houver queda. 
Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo através de algumas manobras: 
 Manobra de Jendrassik: mãos em oposição e cotovelos na horizontal. 
 Romberg-Barre: colocando-se em pé um diante do outro, em linha reta, diminuindo a base de sustentação. 
Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para frente ou para trás (Romberg clássico) enquanto nos distúrbios 
do sistema proprioceptivo, não há lado preferencial para a queda. Nas cerebelopatias o paciente procura manter a 
base alargada (abasia), caindo ao aproximar os pés, mesmo de olhos abertos. Classicamente quando há queda com 
lateralização para direita ou esquerda pede-se ao paciente para girar a cabeçaprimeiro para a direita e depois para a 
esquerda para observar se há alteração na direção da queda, dependendo da posição do labirinto posterior. Isto 
caracteriza um Romberg Vestibular. 
 Apoio Monopodal de Uemura: É um teste de altíssima sensibilidade que consiste em equilibrar-se sobre um 
pé com os olhos fechados. Classicamente observa-se um indivíduo com déficit vestibular uni ou bilateral não 
consegue equilibrar-se sobre um pé com os olhos fechados. 
Obs: Após os 55 anos de idade é quase impossível não haver alteração neste teste. 
 Braços Estendidos: O paciente deverá permanecer com os braços estendidos à sua frente, paralelos entre si, 
com os dedos indicadores apontando para frente. Em seguida, solicitamos que feche os olhos, observando se 
o paciente é capaz de manter os braços em posição inicial. O resultado é considerado normal se houver 
ausência de desvio dos braços após 1 a 2 minutos e alterado se houver desvio de 2 a 3 cm durante o mesmo 
período. 
EQUILIBRIO DINÂMICO 
 Teste de Babinski-Weil (Prova de Marcha às Cegas): O paciente deve caminhar, de olhos fechados, para 
frente e para trás num percurso aproximadamente de 1,5m. Espera-se em indivíduos saudáveis que não 
ocorra desvio da marcha. No caso de lesão vestibular unilateral, o tônus muscular será assimétrico, 
provocando desvio da marcha para o lado lesado, descrevendo uma marcha em estrela. Pode-se encontrar 
uma alternância de desvio (passo para frente desviado para um lado e passo para trás desviado para outro), 
que reflete a látero-pulsão do déficit vestibular. 
 Teste de Fukuda: O paciente marcha, elevando os joelhos aproximadamente 45° sem deslocar-se, executando 
60 passos (um por segundo) com os braços estendidos e os olhos fechados. São considerados resultados 
patológicos se houver deslocamento maior do que 1m e/ou rotação superior a 30°. Este teste é útil no 
acompanhamento de pacientes com patologias periféricas durante o tratamento, pois fornece sinais de 
compensação vestibular. 
 Teste de Unterberger: É uma variante do teste e Fukuda. O paciente executa 90 passos, sem deslocar-se. São 
consideradas apenas variações na rotação. 
EXAMES AUDIOLÓGICOS 
São de fundamental importância para o diagnóstico de vertigens decorrentes de distúrbios otológicos. Devem incluir 
audiometria vocal e tonal, além de timpanometria e pesquisa do reflexo estapediano. 
AUDIOMETRIA 
Audiometria é o exame que detecta a capacidade do paciente de ouvir os sons. O exame ocorre numa pequena cabine 
acústica, a qual tem como função impedir que qualquer som exterior penetre naquele espaço. A cabine terá uma 
parede de vidro para que o médico veja a pessoa e vice-versa. Eles a partir daí comunicam através de gestos que 
foram previamente combinados. A pessoa coloca uns auscultadores para ouvir e também pode ter um microfone para 
falar alguma coisa. Há, basicamente, dois tipos de exame de audiometria: 
1. Audiometria Tonal: avalia as respostas do paciente à sons, emitidos em diversas frequências, detectando 
assim o grau e o tipo de perda auditiva. É considerado um teste subjetivo porque depende da resposta do 
examinando aos estímulos auditivos fornecidos pelo examinador. Pode ser feito por via aérea comum ou por 
via óssea. 
2. Audiometria Vocal: avalia a capacidade de compreensão da fala humana. O paciente demonstrará sua 
percepção e compreensão da fala humana emitida pelo examinador. 
Abaixo de 25 decibéis - considerada normal; 
26 a 40 decibéis - perda auditiva leve; 
41 a 55 decibéis - perda auditiva moderada; 
56 a 70 decibéis - perda auditiva moderadamente severa; 
71 a 90 decibéis - perda severa; 
Acima de 90 decibéis - perda profunda. 
 
IMPEDANCIOMETRIA 
Este exame tem por finalidade avaliar o funcionamento das estruturas (membrana timpânica, ossículos, etc) da orelha 
média e da tuba auditiva. Pode ser divido em três etapas: timpanometria, compliância e pesquisa do reflexo 
estapédico. Ele é recomendado para confirmar a coerência com a audiometria tonal, controle de tratamento da otite 
média (orelha com presença de secreção) e como exames de rotina no pré e pós-cirúrgico da orelha 
 Teste de Weber: Este teste é feito com um diapasão (o qual vibra entre 256 a 512 Hz normalmente) ao ser 
batido e é colocado ou no centro do crânio com uma distância igual entre as orelhas ou colocado junto do 
lábio superior. Se o paciente disser que houve com mais intensidade na orelha afetada, então ele tem uma 
perda auditiva condutiva. Se ele em vez disso ouvir com mais intensidade na orelha em bom estado, então 
terá uma perda auditiva neuro-sensorial. 
 Teste de Rinne: O teste de Rinne é feito como complemento ao teste de Weber. Este também é feito com um 
diapasão, mas desta vez é colocado no mastoide (parte de trás da orelha) e é posto a vibrar. O médico então 
conta quantos segundos o paciente consegue ouvir o som. Quando ele deixar de o ouvir ele afasta da orelha 
um pouco e aí o paciente irá também informar quando deixar de ouvir o som. e por via aérea o som demorar 
mais que via óssea (com proporção aproximada de 2:1), então não existe perda auditiva. Se por via óssea for 
melhor que aérea, então o paciente tem perda auditiva condutiva. E por fim, se o paciente ouvir por tempo 
mais reduzido que normal em ambas as vias, então o paciente tem perda auditiva neuro-sensorial. 
 
7. Discutir o impacto psicossocial das perdas auditivas. 
A audição é um dos sentidos mais importantes para a vida humana. É a chave para a linguagem oral e uma forma de 
sentir o mundo. De acordo com a idade que surge a perda auditiva, ocorrem diferentes consequências e impactos, 
tanto a nível social como emocional do indivíduo. 
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Matheus
Destacar
Quando a perda auditiva surge nos primeiros anos de vida, a criança deixa de estar exposta ao estimulo da linguagem, 
provocando um déficit quanto ao nível do desenvolvimento linguístico, dificultando a aprendizagem e até mesmo o 
desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. 
Se a perda auditiva ocorrer durante a idade escolar, podem surgir problemas na linguagem quanto na articulação de 
palavras, colocando muitas vezes em prejuízo o aproveitamento escolar da criança. 
Já nas pessoas adultas, especialmente nas mais idosas, a perda auditiva normalmente surge de uma forma tão gradual, 
que muitas vezes não percebem que estão ficando surdos. A perda auditiva associado ao envelhecimento tem 
inúmeras consequências, sendo a mais grave a degradação da comunicação oral. 
Por outro lado, o equilíbrio também é fundamental na vida humana, e é o principal responsável pelo relacionamento 
especial do homem com o ambiente, exige complexa interação entre os sistemas sensoriais e o motor. Os movimentos 
estáticos e dinâmicos exigem um sistema de prioridade aos objetivos comportamentais, que utilizam as informações 
sensoriais, disponíveis para um controle eficaz dos membros e do tronco, para conseguir a orientação e o equilíbrio. 
Para a regulação do equilíbrio, o sistema de controle postural (SNC) necessita de informações quanto as posições 
relativas dos segmentos do corpo e a magnitude das forças atuantes. Tais informações são oriundas dos sistemas 
visual, proprioceptivo e vestibular, com a finalidade de manter o alinhamento e a estabilidade. 
Sendo assim, quando o aparelho vestibular apresenta algum tipo de distúrbio, o equilíbrio da pessoa pode ser afetado, 
interferindo no processo de aquisição de habilidades motoras básicas. 
Dessa forma, a deficiência auditiva pode afetar o desenvolvimento cognitivo, aprendizagem, linguagem e inclusão 
social, além a privação sensorial, provocando consequências biopsicossociais. A função auditiva estabelece a 
comunicação com o ambiente e o equilíbrio, que participa de todas as funções motoras e posturais. 
No entanto, as pessoas com deficiência auditiva tendem a isolar-se, evitando situações sociais em que o barulho de 
fundo torna a conversaçãoanormal e difícil de compreender. O isolamento social e as doenças depressivas são muito 
frequentes nessas pessoas, e a barreira de comunicação que essa perda provoca, pode causar ou exacerbar esse 
problema. 
Embora não exista cura para certas formas de perda de audição, muitos doentes podem ser ajudados através de 
próteses auditivas, especialmente quando o problema é identificado cedo. 
Devido à dificuldade na comunicação oral com deficientes auditivos, em abril de 2002, sancionou a lei que dispõe 
sobre a língua brasileira de Sinais (LIBRAS) que a partir de então passou a ser reconhecida como meio legal de 
comunicação e expressão, garantindo o direito e comunicação da pessoa surda e facilitando a inserção desses 
indivíduos na sociedade.

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