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Exames Complementares - Resumo da prova

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Exames Complementares 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
 
Aula 1 - Basicamente: tem que seguir a diretriz de HAS. 
- É obrigação do médico aferir a pressão arterial. 
- Não tem como dissociar a hipertensão – primária ou 
secundária – de fatores que contribuem para a HAS. 
- HAS + DM = Síndrome Metabólica 
- SM contribui muito para o aparecimento da HAS E DM. 
 
- Há alguns elementos na SM, que embora modificáveis, 
contribuem para um dos processos mais importantes para 
essas patologias, que é o processo inflamatório. Todo 
paciente obeso é inflamado. 
- Dislipidemia, aumento da circunferência abdominal e 
obesidade se encaixam no conceito primário de síndrome 
metabólica, e deve-se pensar para esses pacientes obesos 
se eles têm HAS e DM. 
- Existe gordo e magros hipertensos. Os magros podem ter 
outras alterações que são importantes que também levam 
a situações inflamatórias, por produção de citocinas e 
interleucinas, fazendo vasoconstricção e aumentando a 
pressão arterial no vaso, já que esse endotélio está 
fragilizado por uma redução do NO que faz com que se 
desenvolva a HAS. 
FATORES DE RISCO CARDIOVASCUL ARES 
 
 Fatores de risco modificáveis: tabagismo atual, 
diabetes mellitus, sobrepeso/obesidade, 
dislipidemia/hipercolesterolemia, dieta não saudável, 
inatividade física/baixa aptidão. 
 Fatores de risco relativamente fixos: CDK, maior idade, 
história familiar, sexo masculino, apneia obstrutiva do 
sono, estresse psicossocial, baixo nível 
socioeconômico/educacional. 
FATORES MODIFICÁVEIS 
 Atividade física – melhora cardiovascular, pelo menos 
30min, 5x na semana. 
 Alimentação – sal abaixo de 2g/dia 
 Aumento dos triglicérides e colesterol total = 
dislipidemia. É silenciosa, dá alguns sinais, mas 
geralmente quando aparece já há uma alteração de 
triglicérides extremamente elevada e tem uma doença 
hereditária familiar, que pode cursar com sinais 
clássicos. 
 Dislipidemia está intimamente relacionada com a 
dieta, que leva a obesidade, alterações de vaso, 
ateromas que levam a condições cardiovasculares 
importantes, cursando com HAS. 
 Paciente com alterações no perfil lipídico – um dos 
critérios para se encaixar na SM – é um fator 
modificável, já que é só ajustar a dieta para controlar o 
perfil lipídico. 
FATORES NÃO MODIFICÁVEIS 
 Condição socioeconômica. 
 Se um indivíduo tem uma genética familiar que faz com 
que as gerações de parentes sejam hipertensas, há 
uma grande probabilidade dele também se tornar. 
 
OBS: para escolher a melhor conduta terapêutica para o 
paciente, tem que levar em consideração a condição 
financeira. O ideal é que sejam prescritos medicamentos 
que o paciente consiga comprar. 
EXAMES COMPL EMENTARES 
 
 Testes básicos: glicemia em jejum, perfil lipídico, sódio, 
potássio, cálcio, urinálise, hemograma completo, 
creatinina sérica com TFG, TSH, eletrocardiograma. 
 Testes opcionais: Ecocardiograma, ácido úrico, 
proporção de albumina urinária/creatinina. 
HIPERTENSÃO E SÍNDROME METAB ÓLICA 
 
Critérios: resistência à insulina, dislipidemia, obesidade, 
glicose no sangue, pressão sanguínea elevada, outros -
ex:microalbuminúria. 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
O QUE HÁ POR TRÁS DA HAS? 
 Fator genético 
 Fator ambiental (dieta, condição social) 
 E o que constitui a síndrome metabólica (obesidade, 
processo inflamatório, disfunções hormonais) 
O processo inflamatório é uma alteração nas citocinas e 
interleucinas, fazendo com que os pacientes retenham sal 
e tenham alterações renais, corroborando com o processo 
de vasoconstrição que aumenta a pressão interna do vaso 
e isso dá uma hipertensão sustentada nesse paciente. 
AL TERAÇÕES ALVO DECORRENTES DA HAS 
 
 Retinopatia hipertensiva – É preciso fazer o exame de 
fundo de olho! Se não for você quem vai fazer, 
encaminha pro oftalmo e diz a hipótese diagnóstica. 
 Rins – podem fazer injúria renal grave que evolui para 
doença renal crônica → diálise. 
 
Qual o exame laboratorial que diz se o RIM está bom ou 
não? Sumário de urina – é um exame barato que deve ser 
solicitado. Ele vê se o paciente está eliminando glicose, 
proteína na urina, vê a densidade, o pH, se há hematúria, 
leucócitos, cilindros – elementos figurados ligados a 
glomerulopatias. 
Se o paciente hipertenso apresentar um sumário de urina 
com presença de proteína que vem graduada em forma 
de cruzes (+/++++), significa que ele tem uma alteração 
glomerular. 
O segundo passo é pedir um exame de proteinúria de 24 
horas. Esse exame consiste na coleta de TODA a urina do 
paciente no período de 24 horas. Libera a primeira urina do 
dia fora, e o resto vai armazenando e guardando na 
geladeira até levar ao laboratório. 
Vamos supor que na proteinúria de um determinado 
paciente ela esteja estourada, de 3,5g de proteína no 
sumário. Proteinúria alterada significa que o rim não está 
filtrando direito. 
O próximo passo é pedir a Ultrassom de vias urinárias e 
renal. Quando tiver esses exames em mãos, e caso não 
consiga dar continuidade terapêuticas, encaminha para o 
nefro, com o seguinte motivo: paciente com diagnóstico 
recente de hipertensão, apresentando proteinúria e 
alterações sonográficas do ultrassom… 
- Ter conhecimento desses parâmetros norteia no sentido 
de saber se o paciente vai entrar em uma doença renal 
crônica ou se ele não tem nada e um ajuste nas doses 
medicamentosas fazem ele parar de liberar proteína da 
urina. 
- Ao examinar o paciente, além da ausculta é preciso 
analisar se há edemas nos MMII e/ou nos MMSS. Deve 
procurar sopros cardíacos e saber se é de regurgitação ou 
de ejeção, se está circunscrito em algum foco. 
Na ausculta respiratória, pesquisar se tem crépitos. 
Se o paciente referir que ultimamente ele tem cansado 
com mais frequência aos pequenos esforços, pode ser um 
dado importante para pacientes com HAS, porque diz a 
favor de um quadro de ICC. 
Em relação a queixa respiratória, pode-se lançar mão de 
pedir RAIO X do tórax de PA e Perfil, porque o paciente 
pode estar congesto ou fazendo um derrame. Se estiver 
assim, é preciso internar. 
Se auscultou um sopro com alterações em vários focos 
cardíacos, ritmo não sinusal, esse paciente também 
merece um ELETROCARDIOGRAMA e um 
ECOCARDIOGRAMA. Porque pacientes congestos e 
edemaciados, normalmente podem ter fração de ejeção 
reduzida, por isso que eles fazem congestão. E é o 
ecocardiograma quem te diz se essa fração está normal, 
aumentada ou reduzida. 
 Os exames devem estar ligados ao quadro clinico do 
paciente. 
 O paciente hipertenso pode fazer AVE, principalmente 
naqueles que não estão bem tratados. 
- Sobre os biomarcadores, não existe nenhum tão 
importante, pelo menos, descrito até hoje na literatura. O 
mais moderno hoje é o PCR, mas não é um marcador para 
diagnóstico, até porque o diagnóstico de HAS é clínico. 
- A PCR é uma proteína inflamatória que está vigente em 
infecções. Logo, pode ter alteração da PCR em pacientes 
em sepse, assim como em pacientes hipertensos. 
Outro exame que pode ser solicitado para paciente 
hipertenso, já que há um quadro de síndrome metabólica, 
investigar também a GLICEMIA em JEJUM. O normal é até 
99 mg/ dL. Na prática médica pegamos muitos pacientes 
com 110mg/dl, e isso não configura a diabetes, mas ele 
está pré diabético. Nesse paciente não é preciso entrar 
com medicação de imediato, mas pode investigar melhor 
o paciente. Pela literatura, uma glicemia de jejum, tem que 
ser maior ou igual a 126 mg/dl, para dar o diagnóstico de 
DM. 
Nesse tipo de paciente vale a pena perguntar se fez o jejum 
necessário para realizar o exame. Pode lançar mão de um 
teste de TOLERÂNCIA ORAL, em que o paciente bebe o 
açúcar diluído e vai ser dosado a glicemia no momento da 
ingesta e depois com1h e 2h, e de acordo com os 
resultados que ele apresentar, pode ver se o paciente é 
diabético ou não. 
HEMOGLOBINA GLICADA – Hb1Ac: é um exame 
interessante em relação ao da glicemia em jejum, porque 
na Hb1 Ac permite ver o histórico de 3 meses do nível sérico 
de glicose no sangue desse paciente. O exame de 
glicemia em jejum é como se fosse uma “foto” do 
momento, diferente da hemoglobina glicada. 
Tem muito paciente no sus que é hipertenso e diabético 
porque fisiopatologicamente elas se assemelham muito. 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Além disso, tem que solicitar também o lipidograma/perfil 
lipídico já que há a suspeita de Síndrome Metabólica. Esse 
exame analisa o colesterol total, o triglicérides, o HDL, o LDL. 
Ele quem nos diz se o paciente é dislipidêmico ou não. 
Dislipidemia → HAS → risco cardiovascular importante. 
Tem dois caminhos a seguir para esses pacientes, a 
depender dos resultados laboratoriais: 
- MEV e medicamentos para reduzir o colesterol ou 
triglicérides elevados. Pode usar os fibratos ou as estatinas 
para tratar o paciente. Pode fazer o manuseio na UBS. 
Outro exame importante para pedir são os ELETRÓLITOS 
(Na+, K+, Mg, Ca++). São importantes, sobretudo, para 
pacientes que estão sendo acompanhados com 
tratamento, porque muitas drogas anti-hipertensivas 
podem alterar os eletrólitos, e o paciente pode fazer uma 
hiponatremia grave. E a depender do grau da alteração de 
eletrólitos, deve internar o paciente. 
Diferentes entidades médicas (desde OMS até sociedades 
médicas americanas) dizem que os critérios a serem 
utilizados são: medir a glicose, dislipidemia, pressão e 
avaliar obesidade. Tudo isso está relacionado com 
síndrome metabólica. 
A relação de SM e hipertensão, há alterações no 
metabolismo da glicose que tem a ver com resistência a 
insulina... dislipidemia que altera os vasos, placa de 
ateroma que favorece a vasoconstrição... e isso contribui 
para uma alteração cardíaca importante que pode levar 
esse paciente a AVE. 
 
Esse artigo mostra que o colesterol LDL tem associação com 
o nível da pressão diastólica dos pacientes. Na conclusão, 
diz que existe uma correlação inversa do LDL com a 
pressão diastólica. Ele prova nesse artigo que é importante 
o controle do perfil lipídico dos pacientes. Se o paciente 
hipertenso é dislipidêmico, é essencial que controle a 
dislipidemia porque também estará controlando a pressão 
arterial. 
Existe algum fundamento para dosagem de ácido úrico em 
paciente hipertenso? Sim! As literaturas dizem que um dos 
exames que devem ser feitos para seguimento de 
pacientes hipertensos é a DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO. 
 
Provaram isso a partir da frutose, que é um açúcar e que 
doa uma molécula energética importante na via 
metabólica da ( * *) que está relacionada a formação do 
ácido nucléico. No processo de formação e degradação 
do ácido nucleico, vai formar uma molécula chamada 
xantina que dá origem ao ácido úrico. O ácido úrico acaba 
atuando diretamente em alguns mediadores importantes. 
Indiretamente, pacientes hipertensos tem alteração de 
ácido úrico e é necessário que haja controle, seja pela 
dieta ou com drogas para redução de ácido úrico. Além de 
contribuir com o processo de hipertensão intravaso 
também pode fazer GOTA. 
 
 A excreção urinária de albumina é um preditor do 
desenvolvimento de hipertensão. 
 
O dano renal, mesmo que seja leve, pode preceder um 
quadro de hipertensão. Ou seja, se houver uma albumina 
urinária alterada, isso é um sinal preditivo para o indivíduo 
desenvolver HAS. 
HIPERTENSÃO E ALBU MINA URIN ÁRIA 
 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Paciente que tem albuminúria pode também ter uma 
alteração com risco de hipertensão. Albumina urinária 
prediz progressão da pressão sanguínea. 
Ou seja, a mesma conclusão do artigo anterior... dizendo 
que a presença de albuminúria pode ter um valor 
importante para esses pacientes desenvolverem 
hipertensão. Indivíduos hipertensos que tem alteração de 
albumina na urina deve ser acompanhado também por 
nefrologista para reduzir essa albuminúria visto que a 
tendência é complicar ainda mais. 
HIPERTENSÃO E C REATININA 
 
Esse outro artigo mostra, nos EUA, a prevalência de pressão 
arterial alta e aumento da creatinina. 
Para resumir, quanto maior o aumento da creatinina, mais 
grave esse indivíduo pode desenvolver alterações renais 
importantes, assim como a piora das pressões, sobretudo 
da sistólica. Indivíduos com elevadas concentrações de 
creatinina tendem a ter maiores níveis pressóricos do que 
individuos com creatinina normal. 
 
Níveis elevados de creatinina é um indicador de doença 
renal crônica. É comum, fortemente relacionado ao 
tratamento inadequado da pressão arterial. Esse artigo 
também diz que se o paciente tem um nível sérico elevado 
de creatinina, pode ser um indicativo de que ele está sendo 
mal conduzido no tratamento. 
HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA 
Causas comuns: 
➢ Doenças parenquimatosas renais 
➢ Aldosteronismo primário 
➢ Apneia obstrutiva do Sono – pacientes obesos 
desenvolvem 
➢ Induzida por drogas ou álcool 
➢ Doença renovascular – alteração dos vasos que 
nutrem o sistema renal, em geral são pacientes jovens. 
Se tratar a causa de base, a hipertensão secundária é 
reversível. 
 
Causas incomuns: 
➢ Feocromocitoma – mais em jovens, associada a 
suprarrenal que causa aumento da PA. 
➢ Hipotireoidismo. 
➢ Hipertireoidismo 
➢ Hiperparatireoidismo primário. 
➢ Síndrome de cushing 
➢ Hiperplasia adrenal congênita 
➢ Acromegalia 
➢ Síndromes em excesso de mineralocorticoides que não 
sejam aldosteronismo primário. 
 
Características comuns da hipertensão secundária, ao 
contrário do que acontece na primária, seria os pacientes 
normalmente muito jovens, em média 40 anos. 
Normalmente os pacientes tem várias complicações 
clinicas que não bate com aumento da PA aguda. 
Geralmente esses pacientes apresentam HAS refratária que 
não responde as drogas anti-hipertensivas. 
A história do paciente é importante para saber quando 
começou, o que ele faz etc. Saber quais são os 
medicamentos que a pessoa utiliza, porque pode fazer 
uma hipertensão transitória a decorrente do uso de alguma 
medicação. 
Sinais gerais da HAS: tontura, desmaios, cefaleias, rash 
cutâneo etc. 
Dependendo da idade, se for jovem ou adolescente, 
também é importante. Sempre lembrar se o paciente está 
com febre, se tem algum exame mostrando que o paciente 
está fazendo hematúria, se o paciente tem alguma 
alteração psiquiátrica, tem que palpar a tireóide… ver se o 
paciente é magro ou gordo… geralmente os pacientes 
magros tem associado hipertensão renal, diferente do 
paciente obeso, que você tem que pensar mais em 
hipotireoidismo, aumento de cortisol, alteração da 
aldosterona, inclusive pode-se pedir dosagem do cortisol e 
aldosterona para esses pacientes. 
Normalmente, o paciente magro é quem mais tem 
feocromocitoma… então, essas diferenças entre magro e 
obeso também ajudam na conduta. 
 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Aqui seria um guideline americano, que diz o que você tem 
que seguir… 
Resumindo: você vê um indivíduo que tem uma pressão 
alterada e é importante você aferir a pressão nos dois 
braços. Algumas alterações divergentes (entre a pressão 
medida em um braço e outro), pode dar sinais de 
alterações vasculares importantes… normalmente o 
paciente é jovem, normalmente tentou usar uma droga e 
ele não respondeu bem, muda pra 2ª e 3ª droga e nada, 
esse paciente é hipertenso refratário e tem que buscar 
então a provável causa de hipertensão secundária... são 
pacientes entre 25-30 anos que fazem hipertensão. Esses 
pacientes tem obesidade, tem alteração vascular 
importante (no tórax, nos membros superiores, se tem 
cianose etc), tem alteração napele… 
Fazendo todo esse exame físico, você vai para o 
laboratorial. Você vai pedir exames conforme a sua 
suspeita diagnóstica, por exemplo: 
Se você acha que o paciente tem feocromocitoma, os 
exames serão direcionados para essa suspeita (dosagem 
urinária e sérica de metanefrina no período de 24h). 
Geralmente esses pacientes tem sintomas de dor de 
cabeça, palpitações, palidez, alterações bruscas de 
hipertensão. Ao pedir esses exames, se vier positivo, o 
paciente tem feocromacitoma e o segundo passo é pedir 
a USG das suprarrenais. 
Se o paciente tem aumento de (* *) lança mão de pedir 
aldosterona, cortisol. Se o paciente tem uma doença 
renovascular, vai pedir um USG com doppler para ver se 
tem alguma alteração nas artérias e veias renais, às vezes 
tem alguma obstrução e redução importante do calibre. 
Tireoide é a mesma coisa, tem que pedir o TSH e o T4 Livre, 
e depois de ver a ação dos dois, que pede o T3. 
 
EXAMES DE ROTINA 
 
Exames recomendados em populações indicadas: 
Radiografia de tórax, ecocardiograma, albuminúria, US das 
carótidas, US renal ou com doppler, HbA1C, teste 
ergométrico, MAPA, VOP (avaliar a rigidez arterial), RNM do 
cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
INTRODU ÇÃO – AULA 2 
É uma síndrome extremamente prevalente. É possível 
encontrar muitos pacientes com insuficiência cardíaca 
descompensada. A doença de chagas é apenas uma 
doença de base nesse problema. 
Tem várias patologias que levam a alterações 
eletrocardiográficas e de clínica e a IC. 
O diagnóstico dessa doença é por diferencial. A gente não 
deve olhar o paciente já com o diagnóstico fechado. O 
importante é pensar na insuficiência cardíaca como 
síndrome, que tem dentro dela uma quantidade imensa de 
patologias. 
A anamnese e o exame físico é essencial em qualquer 
patologia. 
Nem sempre tem alteração na fração de ejeção em 
paciente com IC. Pode ter uma ejeção de 50% e ele ter 
uma IC. É fácil entender quando o paciente com IC tem 
uma fração de ejeção abaixo de 40%, mas é difícil 
entender quando ele tem uma fração de ejeção de 50% 
ANAMNESE 
Pesquisar dados relacionados à provável doença. 
EXAME FÍSICO 
 
Pensar nos aparelhos que podem estar muito alterados na 
insuficiência cardíaca (respiratório, cardíaco e vascular 
periférico). 
O paciente com IC costuma apresentar alguns sinais 
típicos. 
RESPIRATÓRIO 
- Todo exame começa com a inspeção. 
- Turgência de jugular? Sinal importante. Às vezes é 
necessária a realização de manobras para avaliação. 
- Uma alteração torácica já pode mostrar uma alteração. 
- Fazer percussão do tórax. Pode tirar algumas coisas 
interessantes em um paciente com insuficiência cardíaca. 
O paciente pode ter derrame pleural (suspeito na ausculta 
e comprovado na percussão). 
Ausculta respiratória (presença de ruídos adventícios?). 
SISTEMA CARDIOVASCUL AR 
Analisar sopros e condições em que aparecem. Sistólico ou 
diastólico? Aparece quando o paciente está lateralizado, 
sentando ou quando para de respirar? 
AB DOME 
Avaliar abdome: ruídos hidroáereos, palpação superficial e 
profunda (analisar refluxo hepatojugular – lateralizar a 
cabeça e refletir na turgência de jugular), hepatimetria, 
análise do baço. 
EXTREMIDADE S 
Analisar pés e pernas dos pacientes. Pode haver edema 
periférico, principalmente quando se tem insuficiência 
cardíaca do lado direito. 
Avaliar pulsos periféricos (pedioso, tibial). 
SUSPEITA DIAG NÓSTICA 
 
Estratificação dos pacientes: 
Fração de ejeção – quantificar – índice de Simpson: 
 Fração de ejeção reduzida (<40%). 
 Fração de ejeção preservada (>50%). 
 Fração de ejeção intermediária/média (penumbra 
cinzenta – entre 40% e 50%). 
- Pode pedir ecocardiograma (exame muito solicitado). 
Tem sinal e sintoma? Faz ecocardiograma! Sem sinal e 
sintoma, o eco não serve pra nada. 
- O tratamento diferencia de acordo com a fração de 
ejeção do paciente. 
ETIOLOG IAS 
Isquemia miocárdica, doenças metabólicas (tireoidianas, 
Adisson), doenças de alteração de sódio e potássio 
(distúrbios eletrolíticos), desnutrição, anemia (perda 
ponderal significativa), metástases, drogas (cocaína, 
anfetamina, anabolizantes), antidepressivos, doenças 
pericárdicas, doenças hematológicas, arritmias 
(taquiarritmias, bradarritmias). 
Uma das possibilidades de exames é o eletrocardiograma, 
quando se suspeita que os indivíduos tenham uma arritmia 
(Extrassístole e sopro no exame físico). 
Um sopro sistólico ou diastólico pode ser diferenciado pela 
palpação do pulso periférico radial. 
Insuficiência cardíaca é uma síndrome com várias 
etiologias. Às vezes, dependendo da patologia, é possível 
reverter a causa de base. Chagas crônica é irreversível. 
Quando faz fibrose (fase crônica) há alteração miocárdica 
e perda de massa cardíaca importante, causando 
disfunção sistólica e diastólica. 
Exemplo dado em sala: 
Epigastralgia + Dispneia + Icterícia + Febre → a esclarecer. 
Hipóteses diagnósticas: Hepatite (viral, bacteriana)? 
Leishmaniose? HIV? Leptospirose. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS TÍPICOS 
Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, 
intolerância aos esforços, edema importante. 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
SINAIS TÍPICOS 
Turgência de jugular, reflexo hepatojugular, sopro S3 em 
galope, lateralização do impulso apical. 
SINTOMAS INESPECÍFICOS 
Tosse noturna, chiado no peito, sensação de inchaço, 
perda de apetite, confusão (principalmente em idosos), 
depressão, palpitações, tontura, síncope. 
SINAIS INESPECÍFICOS 
Ganho de peso (> 2kg / semana), perda de peso (em IC 
avançada), perda de tecido (caquexia), sopro cardíaco, 
edema periférico (tornozelo, sacral, escrotal), crépitações 
pulmonares, entrada de ar reduzida e embotamento à 
percussão nas bases pulmonares ( derrame pleural), 
taquicardia, pulso irregular, taquipneia, respiração de 
cheyne stokes, hepatomegalia, ascite, extremidades frias, 
oligúria, pressão de pulso estreita. 
AL GORITMO GUIDEL INE EU ROPEU DE 
INSU FICIÊNCIA CARDÍACA 
 
Anamnese + Exame Físico 
Pedir eletrocardiograma de acordo com o exame físico 
(extra-sístole, arritmia). 
Dosagem do peptídeo natriurético 
Ecocardiograma (ver se tem alteração das câmaras 
cardíacas, fluxo, fração de ejeção). Sempre começar pelo 
não invasivo (ecocardiograma tanstorácico) → 
Transesofágico (mais sensível, mais específico). 
O Eco normal te encaminha/autoriza a buscar outras 
patologias que não seja insuficiência cardíaca. O eco 
normal pode ser repetido caso este não represente aquilo 
que você acha que tem. 
Se os peptídeos natriuréticos (marcadores séricos) 
estiverem altos, deve-se fazer um eco. Tem um valor 
preditivo negativo extremamente elevado. Não é 
obrigatório! 
PEPTÍDEO NATRIURÉTICO: 
Nt-proBNP > = 125 pg/ml 
BNP >= 35pg/ml 
Não → HF unlikely: consider other diagnostic 
Sim → Ecocardiograma 
Recomendações para imagem cardíaca em pacientes 
com insuficiência cardíaca suspeita ou estabelecida: 
Pacientes suspeitos ou com IC estabelecida → 
Ecocardiograma transtorácico. Avaliar massa, estrutura 
miocárdica, alteração de válvulas, fluxo sanguíneo. 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: 
Não é a nossa realidade! Diagnóstico, alterações 
estruturais, caracterização. 
EXAMES LABORATORIAIS : 
Hemograma – Avaliar: 
Leucócitos, plaquetas. 
Anemia grave - pode fazer taquicardia e IC. 
Infecção → sepse. 
Glicemia e hemoglobina glicada. 
Alterações de função hepática – albumina de origem 
hepática, TGO e TGP, enzimas canaliculares (fosfatase 
alcalina e gama-GT). 
Marcadores de função renal (ureia e creatinina → taxa de 
filtração glomerular → Insuficiência renal crônica? A taxa 
de filtração, além de ajudar no diagnóstico, é importantepara o tratamento, de acordo com a função renal do 
paciente. 
Alterações tireoidianas – TSH e T4 livre. 
Eletrólitos: Sódio, potássio, magnésio, fósforo. Analisar 
alterações metabólicas. 
RAIO X DE TÓRAX: 
É sempre importante solicitar para o paciente com suspeita 
de insuficiência cardíaca. PA e perfil. Analisar alterações 
cardíacas, consolidação, derrame pleural. Faz em 
qualquer lugar, qualquer hospital. Não dá diagnóstico, mas 
sim possibilidade de manejar melhor o paciente. 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
ECOCARDIOGRAMA 
Existem vários tipos de ecocardiograma. Mas aqui tem 
esses dois: Transtorácico e transesofágico. Normalmente 
são esses que serão solicitados no dia a dia. 
O transtorácico é aquele ECO não invasivo. Vai utilizar uma 
sonda ou um transdutor igual da ultrassom. Não vai colocar 
em qualquer lugar, existem área especificas para colocar 
no tórax do paciente. Em cada lugar que o médico colocar, 
ele vai ver uma área específica para olhar as câmaras, as 
válvulas, a estrutura, o miocárdio. Essas janelas são 
câmeras ecográficas que vai ter uma visão diferenciada 
de cada estrutura, além do fluxo sanguíneo que também 
será observado. 
Outra vantagem: é um aparelho portátil, o exame é feito a 
beira do leito. O resultado é imediato, e as imagens podem 
ser salvas em pen drive, facilitando a reanálise dos 
resultados. Outra coisa importante é que pode ser repetido 
várias vezes. Então, ele é um método muito interessante e 
de menor custo. 
Qual a desvantagem? Como todo exame de imagem, é 
operador dependente. Ou seja, depende de quem está 
fazendo, da qualificação do profissional. Então vai ter 
resultados intra-observatórios e inter-observátorios 
diferentes pelo próprio operador, ou se for feito vários ECOS 
por várias pessoas, serão vários resultados diferentes. O que 
se deve fazer nessas situações? Ter bom senso. Repetir 
exames se for necessário mais lá na frente, caso tenha 
dúvida do resultado. 
 Indicação para Ecocardiograma: avaliação funcional 
sistólica do VE e VD; função diastólica; hemodinânmica 
do VE e VD; doenças do pericárdio; cardiomiopatias; 
HAS e Hipertensão pulmonar; doenças da aorta; 
arritmias cardíacas; fonte emboligênica. 
 
Dizem que coração é o único órgão que não faz tumor. 
Mentira! Existem vários tumores de massa cardíaca. O Eco 
é excelente para diagnosticar isso. Desde doenças 
estruturais até doenças de fluxo sanguíneo. 
Então, se pede o transesofágico da mesma forma. Um teste 
antes do transesofágico, que usam muito quando se 
desconfia de endocardite é o teste para Estafilococos, 
porque, às vezes, no transtorácico não consegue detectar 
a infecção. Se vier negativo faz o transesofágico. 
 
 Indicação para Ecocardiograma transesofágica: 
Avaliação de endocardite infecciosa; pesquisa de 
fonte emboligênicas (região de trombos tendem a 
formar biofilme); próteses valvares; cardiopatias 
congênitas; Doenças da aorta; Após avaliação de Eco 
transtorácico não diagnosticável. 
 
 Contraindicação para transesofágica: Existem as 
absolutas (é a que não deve ser indicada nunca) e as 
relativas. 
➢ Relativo é que vai depender do julgamento do médico 
e do custo-benefício de fazer ou não o exame. 
Exemplo: Esofagite, hérnia de hiato. 
➢ Absolutas são: Estreitamento de esôfago, tumor de 
esôfago, trauma esofágico. Nesses, não pode fazer! 
 
Sobre os dois tipos de Ecos Transtorácico e transesofágico, 
pensando nas vantagens, a primeira é: poder fazer o 
exame na beira do leito. Pois, pacientes graves não 
conseguem ser deslocados. E poder fazer esse exame sem 
precisar deslocar o paciente já é uma grande vantagem. 
Pode ser feito em pacientes cirúrgicos ou percutâneos. 
Outra vantagem dos transesofágicos é a alta resolução de 
imagem para olhar vegetação, trombo, massa, alterações 
de ventrículo, ver próteses. A superioridade do eco 
transesofágico é muito maior que a do eco transtorácico, 
porém, deve-se primeiro pedir exame não invasivo. 
A figura abaixo mostra como fica a posição médico – 
paciente. O paciente fica em decúbito lateral, e o médico 
vai estar com a sonda na mão. Vai ter uma tela com todas 
as imagens, vai gravando conforme a posição da sonda. O 
operador tem quem ter treinamento e qualificação 
técnica. A qualidade do instrumento também faz toda a 
diferença. O paciente deve colaborar com o exame, 
sendo que o paciente agitado ou ansioso deve ser sedado. 
 
Aqui são as janelas ecográficas importantes (imagem 
abaixo). Paresternal, supraesternal, apical. A sonda vai ficar 
no lugar de cada janela. Vai ver o coração e as estruturas 
conforme o lugar da sonda. 
 
De acordo com a posição da sonda se vê estruturas 
diferenciadas. 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
 
CORTES PARAESTERNAIS 
 
CORTES SUB COSTAIS 
 
JANELA PARAESTERNAL 
 
JANELA SUBXIFOIDE 
 
No laudo desses ecos vai descrever cada estrutura se está 
normal ou anormal. E no final do laudo, colocar a impressão 
diagnóstica baseado nessas avaliações dessas janelas 
ecográficas. 
DOENÇA DE CHAGAS 
A doença de chagas precisa de ECO. Isso porque faz uma 
cardiopatia importante, fazendo alteração cardíaca. O 
microrganismo (tripanossoma cruzi) tem várias formas. 
As Kinetoplastida (imagem abaixo) têm várias formas: 
promastigota, epimastigota, tripomastigota e amastigota. 
Por que desses nomes? Depende da inserção do flagelo no 
cinetoplasto, que é um DNA extra núcleo. É um DNA 
mitocondrial. De acordo com a posição desse flagelo 
próximo ao cinetoplasto ele tem um nome. 
 
Uma dessas formas vai estar no homem, e as outras formas 
vão estar no vetor que é o barbeiro (triatomídeo). 
 
O agente etiológico é o tripanossoma cruzi. 
 
A distribuição é na América do sul. 
O perfil epidemiológico da doença ajudou muito. Era uma 
doença exclusivamente mais rural que urbana, de 
transmissão vetorial. Embora, nos últimos anos apareceu 
algumas situações importantes envolvendo o Pará e no 
Norte. Em função do uso do açaí e do caldo de cana, 
começou a apresentar algumas contaminações 
alimentares, e por conta disso, houve algumas transmissões 
por alimentos. 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
 
 
Aqui é uma mudança clássica que antigamente era rural 
ou urbana, era mais vetorial. E aí aparece essa 
contaminação alimentar (imagem abaixo). 
 
CICLO BIOLÓG ICO 
 
VETORES 
O triatoma está associado ao vetor. São vários tipos de 
triatoma. Dependendo da região geográfica, muda a 
espécie que carrega o tripanossoma. 
 
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO 
Mecanismos podem ser das variadas formas: desde vetores 
até transmissão oral. Acontecia antes, mas agora diminui 
por causa da biossegurança. 
Vetores, transfusão de sangue, transmissão congênita, 
acidentes laboratoriais, transmissão oral (amamentação, 
ingestão de alimentos contaminados com fezes ou urina de 
triatomíneos). 
CICLO 
A importância desse ciclo é que alguma dessas formas vão 
estar presentes nos exames parasitológicos. 
 
Esses pacientes vão ter alterações cardiológicas 
importantes. Macroscopicamente, esse coração vai estar 
bem aumentado e fibrosado. Vão apresentar arritimias e 
insuficiência cardíaca progressiva. É fatal. 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
 
Quando se pensa em exames complementares para 
doença de chagas, pensa-se desde exames 
parasitológicos até exames imunológicos. 
 
Os métodos parasitológicos: exame a fresco e gota 
espessa são os exames mais importantes. E esses, 
normalmente não são corados. 
 
EXAME A FRESCO 
Só vai ver mais o parasita na fase aguda. Na fase crônica, 
a parasitemia cai profundamente. 
 
G OTA ESPESSA 
Na gota espessa tem um dado interessante. A célula 
sanguínea cheia de protozoário na forma amastigota se 
rompeu, e aí dá pra ver um diagnósticocom mais 
visibilidade. Provavelmente, esse paciente tem uma 
grande parasitemia. 
 
TÉCNICA DE CONCENT RAÇÃO DE FICOLL-HYPAQU E 
Essa técnica é para quando tem baixo nível de protozoário. 
 
XENODIAGNÓSTICO 
O xenodiagnótico, até anos atrás, era uma técnica muito 
utilizada. Tinha uma sensibilidade muito boa, embora não 
se faz mais por conta da evolução dos exames 
laboratoriais. 
 
Tem a avaliação da sensibilidade dos métodos 
diagnósticos na fase aguda e crônica. Na fase aguda a 
sensibilidade é bem maior que na fase crônica. 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
SENSIB ILIDADE ENTRE OS MÉTODOS 
 
O quadro abaixo mostra o nível de parasitemia na fase 
aguda e crônica. Na fase crônica quase não tem 
parasitemia, tem mais anticorpo presente. 
 
Os testes sorológicos tem bastante sensibilidade e 
especificidade. Tem o teste da hemaglutinina indireta (97% 
de sensibilidade) e o ELISA (98% de sensibilidade). São 
métodos mais utilizados hoje em dia para fazer diagnóstico. 
 
 
 
HEMAGLU TINAÇÃO INDIRETA 
Teste qualitativo. 
 
TESTE RÁPIDO PRA CHAGAS 
É colocado uma gota de sangue e espera uns minutos para 
esse sangue correr sobre uma placa. Dependendo se ele 
tem ou não o anticorpo ele apresenta diversos tipos: 
Quando aparece duas faixas é positivo, quando aparece 
uma é negativo. São testes feitos fora do país. No Brasil 
ainda não tem. 
 
O que altera no ECG e no ECO dos pacientes com chagas? 
Esses pacientes costumam a fazer bloqueio de ramo; 
disfunção diastólica; Miocardiopatia dilatada; trombo. 
Existe inúmeras alterações ecocardiográficas na doença 
de chagas. Fazem também hipocinesia. 
No eletro, lembrar que os pacientes fazem bloqueio de 
ramo direito, extrassístoles na ausculta. 
Uma coisa importante na doença de chagas, é que o 
parasita faz vários imunocomplexos, mecanismo 
autoimune importante, produção de citocina que acabam 
fazendo alterações gastrointestinais. Fazendo o 
megacólon e megaesôfago, que podem ser verificados 
através do exame físico (pode suspeitar). No exame 
chamado esofagograma, é um raio x baritado. Usa-se uma 
substância que vai marcar o esôfago e classificar essa 
estrutura através da classificação de Rezende. (imagem 
abaixo) 
 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
ESOFAGOG RAMA – MEGAESÔGAFO CHAG Á SICO 
 
Essas alterações são comuns em pacientes crônicos. 
 
Essa imagem pode ser várias coisas. (próxima imagem) Mas 
vai suspeitar de Chagas a partir da anamnese, da moradia 
em área endêmica, do exame físico. 
Os pacientes com megacólon acabam morrendo, porque 
com as cirurgias de retirada das partes comprometidas do 
megacólon, eles vão ficando com o intestino curto. 
Prejudicando a absorção de alimentos, tendo anemia 
grave. 
 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX 
Lembrar que a radiografia de tórax é bem importante. Ver 
essa estrutura com essa cardiomegalia importante, ver se 
tem derrame pleural, ver se tem consolidação importante, 
alterações das câmaras, ver se o paciente tem congestão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA 
INTRODUÇÃO – AULA 3 
A DAC está associada com alterações de quadro de 
dislipidemia e síndrome metabólica. O lipidograma deve 
ser solicitado não só na síndrome metabólica, mas também 
nestes quadros de pacientes com alto risco de desenvolver 
doenças coronarianas. Porque, boa parte desses quadros 
estão associados com depósitos de gordura nos vasos, 
chamados de ateromas. Eles são caracterizados por muita 
liberação de citocinas e quimiocinas e NO, devido ao 
processo inflamatório. Desencadeando um quadro de 
arterite ou valvulite. 
 
DIAGNÓS TICO DIFERENCIAL DA DAC CRÔNICA 
 
 Cardiovascular: Estenose aórtica, cardiomiopatia 
hipertrófica, HAS, espasmo coronário, dissecção aorta, 
pericardite. 
 Pulmonar: Embolia, pleurite, pneumonia, pneumotórax. 
 Gastrointestinal: Esofagite, espasmo de esôfago, 
gastrite, úlcera péptica, pancreatite, colecistite, 
hepatopatias. 
 Tórax: Osteocondrites, herpes zoster, fraturas. 
 Psíquicas: Distúrbios de ansiedade, pânico, depressão. 
 
O quadro isquêmico sempre começa com um quadro 
inflamatório, a alteração deste endotélio com a cobertura 
do vaso de gordura. Essas alterações podem ser 
percebidas no lipidograma e perfil lipídico. 
 
PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE EM DAC 
 
 
Quanto à forma clínica essa dor cardíaca tem um espectro 
muito grande, podendo está associada ao tempo, 
duração, idade, comorbidades, sexo (mulher faz IAM bem 
atípico). Sendo assim, a forma clínica é muito variada. Ficar 
ligado nos possíveis diagnósticos diferenciais para DAC, 
pois, o paciente pode ter epigastralgia, esofagite, doenças 
torácicas de origem não cardíaca (pneumonia, embolia), 
doenças psiquiátricas etc… 
 
Quando acontece angina, é devido a alteração lipídica, 
com alteração no fluxo em função da diminuição do 
calibre dos vasos. Então, tendo menor fluxo sanguíneo, 
menor aporte de oxigênio no tecido, consequentemente 
terá um quadro isquêmico. Devido ao quadro isquêmico, 
paciente tem aquela dor anginosa. 
 
Prognóstico e estratificação da dor: 
PROGRESSÃO DE EVENTOS ISQUÊMICOS 
 
É importante pensar que para chegar neste quadro 
isquêmico, para chegar a sentir a dor cardíaca, há vários 
elementos anteriores que sinalizam, como: Alterações 
metabólicas (identificado no lipidograma), disfunção 
sistólica e diastólica (percebidas no ecocardiograma e no 
eletro). 
 
O quadro mostra que antes de ter o evento isquêmico tem 
uma série de coisas alteradas. Isso pode ser visto também 
pelo HEMOGRAMA. Ele é dividido em 3 séries: eritrocitária, 
leucocitária e plaquetária. A eritrocitária vem com os 
dados mais importantes que são: hemoglobina e 
hematócrito. 
 
Quadros infecciosos (quanto maior a alteração de células 
jovens maior pode ser o processo infecciosos) podem levar 
a dores anginas, por isso é importante a parte leucocitária. 
 
As plaquetas indicam a trompocitopenia ou 
plaquetopenina Muitos pacientes com plaquetas alteradas 
podem apresentar dor anginosa e dispneia. 
 
É importante saber a estratificação prognóstico para guiar 
o tratamento. 
 
ABORDAGEM DO PACIENTE COM DOR TORÁCICA 
Etapas: 
1- Classificação da dor torácica. 
2- Estimativa da probabilidade de DAC. 
3- Avaliação da apresentação clínica da DAC. 
4- Estimativa da graduação da angina. 
5- Avaliação das condições que podem causar ou 
exacerbar isquemia. 
6- Estratificação de risco de eventos cardiovasculares em 
pacientes com angina. 
 
Lembrar que além do prognóstico é importante fazer a 
graduação da angina e estratificar a dor e os riscos. A dor 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
pode ser diferente em idosos, pessoas com comorbidades, 
jovens, usuários de drogas etc… Então é importante 
estratificar. 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DA DOR 
→ Angina típica (definitiva): 
1- Desconforto ou dor retroesternal. 
2- Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional. 
3- e aliviada com o repouso ou uso de nitroglicerina. 
 
→ Angina atípica (provável): 
Presença de somente dois dos fatores acima. 
 
→ Dor torácica não cardíaca: 
Presença de somente um ou nenhum dos fatores acima. 
 
A classificação de angina de acordo com a classe muda. 
Precisa saber a classificação da dor para direcionar o 
tratamento. 
AVALIAÇÃO DA APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
 
ANGINA INSTÁVEL: 3 principais apresentações. 
Angina em repouso: Usualmente com duração maior que 
20 minutos, ocorrendo há cerca de uma semana. 
Angina de aparecimento recente: Com, pelo menos, 
gravidade CCSC III e com início há 2 meses. 
Angina em crescendo ou acelerada: Angina previamente 
diagnosticada, que se apresenta mais frequente, comepisódios de maior duração, ou com limiar menor. 
 
CCSC significa Classificação da Sociedade Canadense de 
Cardiologia. 
 
Lembrar que existem várias patologias que podem 
aumentar e provocar quadros isquêmicos, como: anemia, 
hipertireoidismo, alterações gastrointestinais e anemia 
falciforme (deve ser solicitado eletro e eco). 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 Teste ergométrico: É um teste não invasivo, simples, 
barato e acessível. 
 Cintilografia do miocárdio com MIBI e com Tálio: 
Dependendo do marcador que vai usar pode ser 
invasivo, dependendo de onde está a área isquêmica. 
 Ecocardiograma de stress com esforço ou drogas: É 
aquele que você usa uma droga (dipirimidamol) que 
aumenta FC do paciente para estressar o coração 
imediatamente. E com isso, percebe-se as alterações 
isquêmicas. 
 Tomografia computadorizada coronária: Não é 
solicitado pelo custo e é muito específica. 
 Ressonância nuclear magnética cardíaca: Não é 
solicitado pelo custo e é muito específica. 
 Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) 
 Cineangiocoronariografia. 
 
Uma das solicitações de exames pensando em isquemia de 
forma aguda seriam as ENZIMAS CARDÍACAS. 
 
A mioglobina não é tão boa, pois, não é específica, tem em 
outros músculos. Sendo a CKMB e troponina as mais 
específicas. Além delas, o eletro deve ser solicitado 
IMEDIATAMENTE nas situações de classificação do paciente 
no protocolo de dor torácica, no T0 (quando o paciente 
chegou). Deve procurar no eletro achados como: Ritmo 
normal ou alterações (ritmo sinusial, arritmia), IAM com 
supra ou infra de ST. 
 
 
 
O eletro pode sair normal ou não. Mesmo assim deve seriar 
a CKMB 0, 1, 2 e 3 horas. Essas enzimas podem alterar por 
outros motivos, como uma miocardite, uma rabdomiólise, 
overdose de cocaína, álcool e pacientes com ICR 
importante. Por isso, é importante fazer exame físico, colher 
a história direito etc.. 
As troponinas podem se elevar por taquicardia, 
bradicardia, hipertrofia, miocardite, sepse, vasculite etc… 
 
 
 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
 
 
 
 
 
Um quadro anginoso em progressão pode alterar ou não as 
enzimas e eletro. Por isso que deve seriar em 1, 2 e 3 horas. 
 
O paciente pode de primeira não apressar nada, mas com 
o passar do tempo as enzimas podem se alterar e o eletro 
também. E normalmente as alterações nas enzimas 
refletem as alterações radiográficas, podendo apresentar 
alterações no seguimento ST. 
 
O infra ST pode piorar com a progressão do quadro 
(passando de mild para infra). Ou faz um supra de ST. O 
eletro mostra se o paciente está fazendo um supra, infra, 
bradiarritimia ou um taquiarritimia; sendo que todas podem 
levar a um quadro anginoso. 
 
Ao analisar se o eletro tem um supra ou infra, e se tiver as 
troponinas positivas o paciente está infartando. Então 
deve-se tomar as medidas do infarto. 
 
Agora, um paciente a nível ambulatorial necessita de 
exames para o acompanhamento dele. Este paciente 
pode ter suspeita de um quadro isquêmico ou que já 
infartou a algum tempo e você precisa dar seguimento ao 
acompanhamento. Deve-se atentar para o surgimento de 
novas áreas isquêmicas, se consegue fazer atividade física 
e realizar pequenos esforços sem sentir dor. Pois, quando se 
tem uma diminuição do calibre desses vasos em função do 
depósito de gordura começa a ter alterações importantes, 
devido a isquemia. Essa isquemia irá refletir nas alterações 
metabólicas, associado as alterações lipídicas, em função 
do depósito de gordura. Desse modo, o eletro mostrará as 
alterações. 
 
TESTE ERGOMÉTRICO 
O teste ergométrico é usado nestes casos, pois, é um teste 
barato e não invasivo. Ele funciona como se o paciente 
estivesse fazendo exercício físico, aumentando a FC, 
aumentando o fluxo de sangue, que vai aumentar a oferta 
de oxigênio. 
 
As indicações para este teste são inúmeras: desconfiança 
de isquemia, paciente que já fez um quadro de pós infarto 
(importante para o prognóstico). 
 
O teste é feito com uma esteira/ bicicleta que vai mudando 
de grau e a velocidade para dificultar esforço, aumento a 
FC do paciente. 
 
Os eletrodos são colocados no paciente e ligados a 
máquina de eletro em tempo real, e no braço do paciente 
estará um esfigmomanômetro para aferir a PA. SERÁ 
DETECTADO EM TEMPO REAL A ATIVIDADE ELÉTRICA DO 
CORAÇÃO, O FLUXO E A PA. Então consegue estratificar o 
risco, sendo que se ele tiver um quadro isquêmico também 
será detectado. 
 
Avalia a parte funcional do coração, para assim saber qual 
tipo de atividade física indicar para aquele paciente. 
 
A avaliação terapêutica também é influenciada pelo teste 
ergométrico, pois, uma vez colocado o coração sob 
estresse pode-se avaliar qual droga terá melhor efeito. 
 
A avaliação do marcapasso é feita para ver se a FC está 
de acordo com o exercício que ele está fazendo e de 
acordo com o esforço respiratório. 
 
No teste ergométrico o que importa pra gente é a 
conclusão do exame. 
 
As contraindicações para esse exame podem ser absolutas 
ou relativas. As relativas o médico que irá decidir se o 
paciente fará ou não; e as absolutas o paciente está 
contraindicado a fazer esse exame (ex: IAM recente, 
dissecção de aorta etc). Por isso, é importante sempre pedir 
exames anteriores e fazer uma boa história para saber as 
comorbidades que o paciente tem. 
 
Os critérios de interrupção do exame podem ser por 
critérios: clínicos, técnicos e hemodinâmicos. 
Clínicos: síncope, tontura, náusea, vômito, dispneia, IAM, 
PA alta, PAS com queda maior que 20mmHg etc… 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Exercício físico → Aumento do débito cardíaco → Aumento 
do trabalho do coração → Aumento do consumo de O2 → 
Aumento do fluxo coronário. 
Aterosclerose significativa → Isquemia miocárdica → 
Alterações metabólicas → Alterações no ECG → Dor. 
INDICAÇÕES DO TE NA DAC 
Diagnóstico. 
Avaliação terapêutica (medicamentosa, revasc.cirúrgica, 
angioplastia) 
Reabilitação/Desempenho cardiovascular ao esforço. 
Determinação prognóstica. 
 
TESTE ERGOMÉTRICO – INDICAÇÕES 
Investigação diagnóstica e prognóstica de doença arterial 
coronariana (DAC). 
Estratificação de risco pós IAM. 
Avaliação de arritmias. 
Capacidade funcional; 
Resposta da pressão arterial. 
Avaliação terapêutica. 
Avaliação de marcapasso e de desfibrilador implantável. 
TESTE ERGOMÉTRICO – CONTRA- INDICAÇÕES 
ABSOLUTAS: 
IAM recente, angina instável. 
Arritmias cardíacas graves, pericardite ou miocardite 
aguda, endocardite, estenose aórtica grave, TEP recente, 
estenose mitral severa, dissecção da aorta. 
 
RELATIVAS: 
BAV avançado, marcapasso de frequência fixa, lesão de 
tronco de coronária esquerda ou equivalente, hipertrofia 
septal assimétrica, doenças infecciosas agudas, anemia 
intensa. 
Intoxicação medicamentosa, distúrbios metabólicos 
graves (cetoacidose diabética, insuficiência renal ou 
hepática, tireotoxicose ou mixedemma). 
 
TIPOS MORFOLÓG ICOS DE DEPRESSÃO 
DO SEG MENTO ST ANORMAIS 
 
Essa imagem não quer nos dizer nada, o que nos interessa 
é saber se o paciente está fazendo um infra de ST, não 
interessa qual o infra. Serve só para fazer análise. Na 
conclusão terá que o paciente fez um infra e a gravidade. 
 
CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO 
CRITÉRIOS ELETROCARDIOG RÁFICOS 
Supradesnível do segmento ST (em área sem onda Q), 
infradesnível do segmento ST > 03mm, arritmia ventricular 
complexa, taquicardia sustentada, bloqueio 
atrioventricular de segundo ou terceiro grau, alargamento 
do QRS de difícil distinção com taquicardia ventricular. 
CRITÉRIOS TÉCNICOS 
Falência do sistema de registro, IAM recente, angina 
instável. 
CRITÉRIOS HEMODINÂMICOS 
PAD > 120mmHg em normotensos. PAD > 140 mmHg em 
hipertensos. PAS > 260 mmHg. Queda da PAS > 20mmHg. 
CRITÉRIOS CL ÍNICOS 
Anginaprogressiva, sinais de baixo débito: ataxia, tontura, 
cianose, palidez e pré-síncope, dispneia progressiva, 
incoordenação motora, sintomas de insuficiência vascular 
periférica, cansaço físico intenso ou exaustão. 
 
CRITÉRIOS CL ÁSSICOS DE 
POSITIVIDADE DO TESTE ERGOMÉTRICO 
 
 
 
 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
ELETROCADIOGRAMA 
Os quadradinhos horizontais são importantes para fazer a 
contagem. Cada quadrado desse tem 0,5 milímetros. Ele 
tem D1, D2, D3, AvR, AvL, AvF, V1, V2, V3, V4, V5, V6. 
 
EX: O eletro é baseado de onde vem a eletricidade. Eu 
estou em uma cruz, e a eletricidade vem de lá para cá, e 
eu estou de observador, vai ficar positivo porque a 
eletricidade está se aproximando de mim. Se eu me 
posicionar como observador de lá para cá eu verei a 
eletricidade se afastando de mim, então será negativa. 
 
Derivações básicas do 
eletro: 
D1: braços a 180 
D2: 60 graus 
aVF: pés a 90 
D3: braço a 120 
aVR: braço a -150 
aVL: braço a -30 
 
**OBS: lembrando que R é de right (direita), F de foot (pé) e 
L de left (esquerda).** 
 
 
 
 
Quando você vai colocando os eletrodos de v1 em diante 
vai migrando a parede Antero septal para a posterior. 
¨A proporção que V1 vai andando eu vou andando as 
paredes”, porque, quando apresentar um quadro 
isquêmico eu vou saber qual é a parede e o vaso afetado. 
 
Antes do pico máximo que é o QRS tem um platôzinho que 
é a onda P. Esses dois tem que ter em todo mundo. Se não 
aparece onda P tem algo errado. Você olha picos de QRS 
e a distância entre eles (conte os quadrados) - analise se a 
distância entre eles é a mesma entre todos eles. Se a 
contagem for igual o paciente tem ritmo sinusial adequado. 
 
Você pode contar frequência cardíaca, mas a maioria dos 
eletros já dizem a FC. Para fazer a contagem da FC é só 
contar os quadradinhos entre um QRS e outro, somar e 
dividir por 1500. 
 
NO ELETRO, A IDEIA É SEMPRE OLHAR SE O PACIENTE ESTÁ 
FAZENDO UM SUPRA E UM INFRA. Aí analisando D1 pode 
achar um supra. Tem que olhar entre as duas linhas do QRS 
se tá uma grudada na outra, a distância entre elas e se o 
pico está alargado, podendo classificar em estrito e 
alargado. 
 
RESUMINDO: O eletro vai te mostrar se o paciente está 
fazendo um taqui, bradi, se o ritmo é sinusal ou não, um 
supra ou infra. 
 
Critérios de mau prognóstico: 
Se o paciente apresentar alterações de eletro e 
permanecer com dor anginosa ele pode fazer outro IAM e 
tem mau prognóstico. Mas se ele não teve alterações no 
eletro, tem ritmo sinusal normal e não tem dores ele tem um 
bom prognóstico. 
 
CINTILOGRAFIA 
É um exame muito mais específico, porque ele vai usar uma 
substância que irá marcar durante a sua passagem figuras 
esotéricas. As áreas que tem várias cores representam a 
áreas marcadas pela substância e que vai representar a 
quantidade de fluxo sanguíneo que está chegando na área 
específica do coração. 
 
Se tiver algum tipo de obstrução no fluxo, o exame saberá 
onde exatamente está a obstrução e as áreas e 
isquêmicas. 
 
Método não invasivo indicado na avaliação de doença 
coronariana isquêmica nos casos em que o TE está 
contraindicado (TC-MiBl), para avaliação da viabilidade 
miocárdica (Tálio ou glicose marcada com flúor 18) e da 
função ventricular (GATED). 
 
Fase de repouso: O radiofármaco injetado preenche de 
forma homogênea todo o miocárdio com irrigação normal, 
pois a relação oferta/consumo de O2 está adequada e 
mostrará ¨falhas¨ onde existe lesão coronária grave com 
fibrose (IAM prévio). 
 
Fase de estress: O radiofármaco é novamente injetado e 
devido a desproporção entre a oferta/consumo por 
obstrução coronária ele não atinge determinada área do 
miocárdio mostrando ¨falhas¨ no mesmo território em 
relação à fase de repouso ou mantendo as mesmas 
¨falhas¨ já observadas em caso de fibrose. 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
O uso do tálio é importante para avaliação de viabilidade, 
pois para ser captado pela célula depende de uma 
membrana celular integra e de mecanismos ativos que 
denotam integridade da função celular e que está 
temporariamente prejudicada pela isquemia. 
 
 
 
 
ECOCARDIOGRAMA 
Pode ser feito com exercício em bicicleta ergométrica ou 
com auxílio de drogas (dobutamina, dipiridamol e 
atropina) que aumentam a contratilidade miocárdica e o 
consumo de O2. 
Quando uma parede torna-se isquêmica ela apresenta 
alterações da contratilidade segmentar. 
 
O uso de baixas doses de dobutamina também serve para 
avaliar viabilidade miocárdica. 
 
Ele vai usar uma droga para aumentar a contratilidade 
miocárdica e FC, e depois irá reverter esse quadro. Irá 
analisar se tem alteração nas câmaras e no fluxo, mas não 
irá conseguir ver as localizações de quais vasos estão 
envolvidos ali. Porém, alterações morfológicas importantes 
você conseguirá detectar. 
 
Exames que nunca consegue pedir: 
Tomografia computadorizada coronária 
Ressonância NM cardíaca 
Tomografia por emissão de pósitrons 
 
Só serão pedidos se indicação do especialista ou se 
necessitar de uma intervenção cirúrgica. A mesma coisa é 
para a RM a cineangiocoronariografia. 
 
 
 
 
 
 
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA 
 
Vantagens: 
Estudo não invasivo. 
Sem radiação ionizante. 
Sem uso de contraste iodado. 
Sem uso de isótopo radioativo. 
 
Desvantagens: 
Tempo de estudo (30-60 min). 
Custo relativo. 
Claustrofobia (sedação). 
Gadolinie. 
 
CINEANGIOCORONARIOGRAFIA 
É um exame invasivo que tem por finalidade identificar 
quais as artérias comprometidas pela aterosclerose e 
quantificar o grau de obstrução. 
É possível através da angioplastia proceder a desobstrução 
da artéria doente. 
 
Grau de obstrução: 
< 40% = discreta. 
40-69% = moderada. 
>= 70% = grave. 
 
 
 
As lesões são mostradas com mais detalhes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
TESTE DE TRIAGEM NEONATAL E 
TESTE DO SUOR 
 
FIBROSE CÍSTICA 
INTRODU ÇÃO – AULA 4 
Esses testes não são tão maravilhosos assim, mas ajudarão 
muito no diagnóstico geral da fibrose cística (FC). 
A doença é um gene defectivo, e ele é inglês, é o regulador 
transmembrânico da FC (CFTR), ele que vai fazer todas as 
alterações clínicas. O gene produz uma bomba de sódio e 
cloro, e a alteração nessa proteína vai ser detectada pelos 
testes diagnósticos. 
EA doença é multissistêmica, pois essa proteína não está 
apenas no pulmão do paciente. 
Uma vez diagnosticado com FC, esse paciente vai ficar o 
resto da vida sendo acompanhado. Paciente poderá 
apresentar várias doenças associadas, porque os CFTR são 
encontrados nas células intestinais, células pancreáticas 
em várias glândulas. 
Então esses pacientes podem cursar com cirrose, 
pancreatite, alterações nasais (pólipos, obstruções, 
sinusite), infecções do trato respiratório (superior e inferior), 
obstrução aérea (por conta do muco que fica espesso) e 
constipação (obstrução intestinal importante). 
Ex: paciente com sinusite e tosse frequente, com presença 
de muco, com alteração desse muco e da cor → Pedir raio 
X dos seios face. Por que? Quadro clássico de rinussinusite. 
Uma vez que temos o diagnóstico anterior (desde a 
infância) de FC, esse paciente merece ser investigada a 
presença de um pólipo ou um cisto em região nasal. Se não 
for manejado clinicamente por medicações, pode ser que 
essa obstrução seja mecânica, sendo necessário 
encaminhar para um otorrinolaringologista para a retirada 
do pólipo ou cisto. Se for operado, é possível que até a 
frequência com que o paciente vai ter rinossinusites 
diminua! 
Ex: Paciente com tosse, muco espesso, volume aumentado 
desse muco → radiografia de tórax em duas incidências 
(PA e perfil). Você pode ter dois sinais que não são 
patognomônico da FC, não são exclusivos:bronquiectasia 
e a atelectasia. São duas entidades diferentes de infecção 
pulmonar: 
• Bronquiectasia: Dilatação da árvore brônquica, 
espessamento da parede da árvore decorrente do 
acúmulo do muco espessado, muitas vezes fazendo 
uma obstrução. 
• Atelectasia: perda da elasticidade do parênquima, 
decorrente da perda da parte final do brônquio, Perda 
de parênquima pulmonar. 
Ex; Quadro de dispneia, cansaço, alterações na ausculta → 
Pensar em asma?. Os guidelines já trazem que tem médico 
que acha que a FC é uma asma-like. Existem outras formas 
de se pesquisar isso, outros exames que podem dar o 
diagnóstico. Pode fazer uma tomografia. É necessária uma 
análise clínica crítica para decidir se é uma radiografia ou 
se é uma tomografia, dependendo da gravidade do 
quadro. Porque você não vai pedir tomografia para todo 
mundo! 
Ex: dor abdominal no quadrante superior, dor aguda, que 
não cessa e que pode progredir para a região dorsal. Com 
a hipótese diagnósticas sendo FC, uma das possibilidades 
dessa dor aguda é a pancreatite (insuficiência pancreática 
exócrina importante). Deve-se realizar dois exames 
básicos: lipase e amilase (enzimas pancreáticas), que 
normalmente virão alteradas (extremamente elevada) na 
pancreatite. Na dúvida diagnóstica ou para 
complementar as enzimas pancreáticas, pode ser pedida 
uma ultrassonografia de abdome total (quando o paciente 
estiver estável, não séptico, sem leucocitose no 
hemograma, afebril, normotenso) ou uma tomografia. E aí, 
quem decide o que será realizado é a estabilidade desse 
paciente. 
Que alterações poderíamos encontrar no pâncreas? 
1º. Aumento do pâncreas 
2º. Alteração nas gorduras peripancreáticas 
(São os sinais clássicos de pancreatite) 
3º. Necrose pancreáticas 
4º. Cisto pancreático 
5º. Tumores pancreáticos (principalmente os de cabeça 
de pâncreas) 
Critérios de Hanson: Devem ser utilizados quando o 
paciente tem uma maior gravidade, cursa com dor 
abdominal muito intensa, querendo tender a instabilidade 
hemodinâmica. Neste caso, no lugar de fazer uma 
ultrassom, se faz a tomografia. 
Pode haver alteração na porção endócrina do pâncreas, 
caso haja uma lesão específica nesse local, mas as 
alterações que cursam em pacientes com FC normalmente 
são exócrinas (ex. esteatorréia - fezes boiam, cheiro fétido 
de gordura) 
Esses exames citados anteriormente são utilizados para 
auxiliar no diagnóstico das complicações. 
Os estudos americanos apontam que: 
Caucasianos: 1/3.000 nascidos vivos 
Afro-americano: 1/10.000 nascidos vivos. 
Resumo: Fibrose Cística é mais comum nos caucasianos do 
que num afro ou num asiático –americano. 
A idade média de sobrevivência de um paciente com FC 
é de 39,3 anos, ou seja, cerca de 40 anos, porém alguns 
pacientes podem ultrapassar essa idade. FC é um espectro 
genético muito variado, tendo várias mutações diferentes. 
Dependendo da mutação, eu tenho variação do espectro 
e, consequentemente, da gravidade do paciente. 
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Ex. paciente com perda de peso, emagrecido, abdome 
distendido, ascite, hipertimpanismo, aranhas vasculares, 
ginecomastia → pensar em cirrose (complicação 
hepática). Graças a Deus que a clínica é soberana! Se ele 
tiver a alteração hepática, deve-se pedir as enzimas 
relacionadas com o fígado: TGO, TGP, gama-GT, fosfatase 
alcalina, albumina, tempo de trombina e protrombina). 
Marcadores hepáticos vão ser importantes para escores da 
hepatologia, para ver até a possibilidade de transplante 
hepático e o grau de insuficiência hepática! 
A grande base para pedir exames é a clínica! 
O tratamento vai variar conforme o espectro mutacional do 
paciente. Existem até drogas, que são muito caras, que só 
podem ser liberadas quando você tem o diagnóstico de 
uma mutação específica que só aquela medicação vai 
agir. 
OBS: No exame de proteínas totais e frações... vem a 
proteína total, globulina e albumina! É pedido quando se 
quer ver mais alterações, porque se você botar só 
albumina, só vem ela mesmo! 
É necessário um teste de screening positivo para fechar o 
diagnóstico de FC. Tenho todo o espectro clínico, mas o 
diagnóstico laboratorial é importante! Para compor o 
diagnóstico de fibrose cística (guideline americano de FC). 
 
Bebês: cursam com a esteatorréia -típica dessa faixa etária. 
Pacientes de 0-2 anos: costumam ter um déficit de peso e 
consequentemente o crescimento retardado. 
O paciente pode cursar com hipoproteinemia (fazer 
quadro parecido com Kawashiokor); 
3-16 anos até a faixa de adultos jovens: Estudar! 
TESTE DE TRIAGEM NEONATAL 
Teste interessante 
para diagnóstico. 
É um teste 
obrigatório! Assim 
que a criança 
nasce, com alguns 
dias, ela é mandada 
para uma UBS, para 
fazer um teste. 
A coleta é feita por técnico de enfermagem que faz a 
coleta no pé do bebê e é colocado um pacote de filtro. 
Essa figura mostra que dependendo de como se colete as 
amostras pode dar problema, pois: sangue pode coagular, 
pode ter lise da hemácias, sangue que passou da 
quantidade ... tudo isso pode alterar o teste. Logo, tenho 
que ter alguém treinado para colocar isso no papel de filtro. 
E para onde vai o material coletado? é colocado num 
envelope e mandado para um laboratório que vai fazer 
esses testes. Em geral, quem faz bem é o laboratório da 
APAE (quem faz bem esses testes). 
 
DOENÇAS RAST READAS PEL O TESTE 
 
Doenças inatas do metabolismo, alterações enzimáticas → 
tratar precocemente a doença par que ele tenha um 
futuro controlado. 
Hipotireoidismo congênito Fenilcetonúria 
Hemoglobinopatias Fibrose cística (FC) 
Hiperplasia adrenal congênita Galactosemia 
Deficiência de biotinidase 
A pediatria vai procurar outras causas de erros inatos do 
metabolismo, depois, com acompanhamento da criança. 
FLUXOG RAMA NA TRIAGEM NEONATAL 
Fluxograma simples, qualitativo. 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
Teste IRT (teste para detecção do precurssor do 
tripsinogênio) - Fazer do 3º-5º dia de nascido do bebê. 
Colhe e faz o teste. 
Se o resultado vier normal → PROVAVELMENTE é normal, 
mas todo teste a gente não faz apenas uma vez. 
Agora, se na segunda amostra vier positivo → aí eu sento 
contigo, preparo o terreno (gato no telhado) e te dou a 
notícia. 
Você pede uma segunda amostra ANTES de 30 dias de 
nascido. Se vier normal → provavelmente é normal. Se vier 
alterado → Pedir o teste do suor (chamado pela literatura 
de padrão-ouro). 
Se o teste for depois de 30 dias, você vai ter que fazer o 
teste do suor, mesmo que o valor de referência esteja 
normal. 
Se o meu resultado deu negativo, como pensar que isso é 
um falso negativo? Pela clínica do paciente. Pode repetir o 
exame! 
Se o resultado do teste do suor vier alterado ou limítrofe → 
consulta médica (pois nem todo mundo sabe manejar 
paciente com FC). FC é uma doença inicialmente 
pulmonar, apesar de que ela pode ser sistêmica! Então essa 
consulta médica tem que ser feita de posse do teste do suor 
que você já fez previamente. 
 
Algoritmo acima: 
Faço a primeira dosagem até 5 dias e eu faço a segunda 
dosagem em até 30 dias → Encaminhamento para um 
centro de FC (só pode ser AMERICANO). 
Pede duas amostras do teste do suor. O que preocupa com 
é o que está no meio do resultado, que não é nem positivo, 
nem negativos (resultados entre 30-59) → Teste inconclusivo 
→ teste genético! (Em busca de presença de mutações 
específicas da FC). Basta ter apenas duas mutações para 
você ter o resultado caminhando para o possível quadro de 
FC. 
Se você tiver 0 e 1 mutação → situação complicada → 
Síndromes relacionadas ao CFTR. 
Em relação a uma sequência de aminoácidos, cada trinca, 
vai ter os aminoácidos da trinca, resultando em uma 
proteína. 
 Se não acontecer nada com essa sequência→ 
proteína normal, fazendo o papel dela (CFTR – bomba 
de sódio e de cloro). 
 Se acontecer mutações → Se eu trocar no códon essa 
terceira base (mutação de substituição), eu posso 
manter o mesmo aminoácido. 
 
TODA proteína começa com Metionina. Uma troca pode 
produzir os mesmos aminoácidos. 
 
Troca do aminoácido na segunda posição (em geral, as 
trocas da 1ª e 2ª base, implicam em troca de aminoácidos, 
podendo mudar a função da proteína). 
 
Na fibrose cística, a maioria das mutações NÃO são por 
substituição, e sim por perda da trinca (DELEÇÃO). A 
maioria das deleções da fibrose cística, acontece na 
posição 508, no gene CFTR. Há então uma perda de uma 
trinca ou de um aminoácido. Em algumas situações 
aparece, ΔF508 (Δ em BMC significa deleção)! Ou seja, 
deleção do aminoácido na posição 508 (Phe ou 
fenilalanina). 
 
85-87% dos pacientes tem essa mutação. Em termos de 
genótipo, a maioria dos pacientes terá essa alteração. 
 
Quando você for pesquisar a mutação naquele grupo 
indeterminado, quem você irá pesquisar? ΔF508. 
Se encontrar → sai do grupo indeterminado e entra no 
grupo de FC. 
Se não encontrar → pode até dizer que pode ser uma FC 
possível pela clínica, mas você tem que ser feita outra coisa 
para descobrir. Uma das possibilidades, que tem alto custo, 
é o sequenciamento de toda a proteína! Uma coisa é eu 
procurar apenas uma deleção, outra coisa é eu fazer o 
sequenciamento de todo o CFTR (mais complexo!). 
 
TRIAG EM NEONATAL PARA FC 
• A metodologia usada para a triagem neonatal da 
Fibrose Cística se baseia na dosagem do tripsinogênio 
imunorreativo (IRT) 
• O IRT é um precursor da enzima pancreática, cuja 
concentração costuma estar persistentemente 
elevada no sangue dos recém-nascidos com Fibrose 
Cística, mesmo nos casos onde ainda há suficiência 
pancreática. 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
DETERMINAÇÃO QUANTITATIVA DA TRIPSINA IMU NORREATIVA 
HU MANA (IRT) EM SANGU E SECO SOB RE PAPEL DE FILTRO 
O teste ode ser feito numa 
máquina, onde aquele 
papel de filtro vai ser 
colocado em uma solução, 
que vai retirar o que está 
presente no papel. O que 
sobrou você vai utilizar com 
vários reagentes para fazer 
o teste. Em que se baseia o 
teste? O teste baseia-se em 
imunologia. 
FUNDAMENTO DO TESTE IRT 
• Método de fluoroimunoensaio de resolução temporal, 
baseado na detecção de IRT através de anticorpos 
monoclonais; Tem o flúor (molécula que vai dar uma 
coloração, relacionada à concentração do 
tripsinogênio existente na amostra). Para detectar esse 
tripsinogênio é necessário o anticorpo monoclonal. 
Não existe anticorpo sem antígeno. Nosso corpo é sempre 
isso, produzir anticorpos para antígenos que nos sensibilizam 
a todo momento. Nesse caso aqui, para você produzir um 
anticorpo monoclonal, quem forma o anticorpo é o 
linfócito B, então, eu vou ter clones idênticos. Então eu 
tenho vários plasmócitos que vão produzir anticorpos que 
vieram de apenas um clone, ou seja, monoclonal. O 
anticorpo vai detectar, nem que seja o menor traço, de 
tripsinogênio, porque ele é muito específico. Então você vai 
dosar a quantidade dele! 
• A fluorescência é proporcional à concentração da 
enzima IRT. 
• Valor de referência: acima de 70ng/ml em sangue total 
são considerados elevados; 
RESULTADO DO IRT 
RESULTADOS DA ITR EM 1ª AMOSTRA: 
• <70 ng/ml ➔ Resultado dentro do valor de referência. 
• ≥70 ng/ml ➔ Resultado alterado/colher nova amostra. 
Eu tenho então um positivo, olhe que é muito pouco, 
porque tá na ordem de nanograma. Tem uma 
sensibilidade muito elevada! 
RESULTADOS DO ITR EM NOVA AMOSTRA 
Ele tem uma boa sensibilidade e uma especificidade meia 
boca. Então você pede mais uma amostra se tiver maior 
que 70 na primeira amostra. E aqui tem um detalhe 
importante! Vai depender da IDADE do bebê. 
• <70 ng/ml + Idade ≤45 dias na coleta ➔ Resultado 
dentro do valor de referência. 
• <70 ng/ml + Idade >45 dias na coleta ➔ Resultado 
alterado/ encaminhar (obrigatoriamente) para 
realização do teste do suor e biologia molecular para 
ΔF508. Embora com o resultado normal, com uma 
idade mais avançada do bebê, eu preciso revisar e 
fazer um novo teste! 
• ≥70 ng/ml (independentemente da idade da coleta) ➔ 
Resultado alterado/ encaminhar (obrigatoriamente) 
para realização do teste do suor e biologia molecular 
para ΔF508 (que é a mutação mais comum) 
 
PROVA DO SUOR 
 
Técnica Clássica (Gibson & Cooke, 1959): 
Tese antigo, não é novinho. Tem várias técnicas: 
• Teste Iontoforese por pilocarpina – padrão ouro; Ionto 
vem de ions, fase inicial do Gibson. 
• Método quantitativo- Cloreto (Cloridrômetro digital) e 
Sódio (fotômetro de chama) no suor 
Teste da Condutividade no suor: 
• Sistema de coletado suor por Macroduct® com análise 
dos eletrólitos por condutividade; 
• Interpretação (Método Wescir Sweat Check) ➔ ≥ 50 
mmol/L ↔ fazer dosagem quantitativa de Cloreto 
 
TÉCNICA DE IONTOFORESE POR PILOCARPINA 
No teste do suor, 
eu tenho que 
induzir o suor. A 
pilocarpina, ao ser 
colocada na pele, 
age na glândula, 
haja vista que lá 
tem a bomba de sódio e cloreto, que é o normal. 
Coloca no braço só que mais em baixo, na pele, e vai 
colocar uma pequena corrente que possibilita que essa 
bomba impeça de que o cloreto entre, causando o seu 
acúmulo externamente. Esse suor vai começar a minar por 
aqui e terá que ser coletado com a gaze. Deve ser pesado 
(quantitativo) com uma balança extremamente precisa! A 
gente tem que ter mais ou menos 100ml desse suor para 
fazer as análises clínicas. 
 
24 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
São basicamente duas análises que eu vou ter que fazer: 
1. Cloreto de sódio 
2. Cloreto dosado isoladamente 
 
AL GORITMO LAB ORATORIAL 
As técnicas de cada uma dessas duas análises é diferente, 
são técnicas das mais variadas: 
1ª TÉCNICA- Condutimetria: É a medida da condução 
elétrica para medir o cloreto de sódio. Abaixo de 60 é 
negativo. Acima de 90 é positivo. O meu problema tá entre 
60 e 89 (BORDERLINE ou indeterminado), que não é nem 
positivo nem negativo. 
2ª TÉCNICA- Potenciometria direta: Cloreto, sendo que <40 
é normal e > 60 é positivo (compatível com FC). Valores 
entre 40-59 (BODERLINE ou indeterminado). 
 
 
Se der indeterminado você vai correr para as mutações. Se 
tiver 2 ou mais você fecha o diagnóstico. 
 
0 ou 1 mutação → sequenciar o gene todo (é caro) OU dar 
o seguimento ao paciente. Fazer uma conduta expectante. 
Ser rápido... só em emergência! Pode fazer as coisas com 
calma, a menos que tenha um quadro exuberante e você 
não possa esperar. 
.Se você achar que é, a clínica é mandatória! 
 
LIMITAÇÕES DO TESTE DO SUOR 
Alta quantidade de doença que pode dar falso positivo no 
teste do suor! O diagnóstico pode ser feito de maneira 
diferencial. 
Tecnicamente, tem muita coisa que pode dar errado 
também. A balança pode estar desregulada, o técnico 
pode não ser preparado. Tudo que interfere pode dar 
resultado errado. 
 
 Falso positivo Falso Negativo 
CLÍNICO 1. Insuficiente de 
suprarrenal 
2. Dermatite atópica 
3. Displasia 
ectodérmica 
4. Doença celíaca 
5. Fucosidose 
6. Deficiência de 
G6PD 
7. Glicogenolise tipo I 
(Von Gierke) 
8. Hipotireoidismo 
9. Hipoparatireoidism
o 
10. MSP tipo I (S. de 
Hurler) 
11. Diabetes insipidus 
nefrogênico 
12. Síndrome nefrótica 
1. Edema 
2. Desidratração 
TÉCNIC
O 
1. Evaporação da 
amostra 
2. Contaminação da 
pele ou amostra 
3. Imprecisão da 
balança analítica 
4. Erro da pesagem 
do suor 
5. Falha do 
procedimento de 
diluição ou eluição 
da amostra 
6. Erro da análise do 
suor 
1. Imprecisão 
da balança 
analítica 
2. Erro da 
pesagem do 
suor 
3. Falha de 
procediment
o na diluição 
ou eluição da 
amostra 
4. Erro de 
análise 
 
VALORES DE REFERÊNCIADO TESTE DO SUOR 
 
MÉTODOS QUALITATIVOS PARA A DOSAGEM DO CLORETO NO SUOR 
São vários métodos, desde calorimetria, caulometria e 
eletrodo de íons positivos. 
 
25 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
 
O eletrodo de íon seletivo tem baixa sensibilidade e isso é 
um problema. 
Não existe apenas UMA técnica para usar em todos os 
testes, precisamos de vários métodos quantitativos para a 
dosagem do suor. 
Lembrar que tem várias situações que o teste do suor é 
positivo e que não é fibrose cística! Por isso que a clínica 
tem que ser soberana! 
Mutações de classes de I a VI, cada uma alterando o CFTR, 
e cada uma com mutações especificas. A exemplo do 
ΔF508, que tem a prevalência maior e é a classe de 
mutação do tipo 2, é a mais comum. Dependendo dessa 
classe mutacional, você pode ter uma doença 
extremamente severa ou leve. Não decorar as mutações 
porque são muitas! A principal é a F508! Tem várias 
mutações menos frequentes com 0,3% e até com com 0,1% 
de frequência! Espectro genético enorme. 
Lembrar que até o tratamento vai se basear nessas 
mutações, porque tem drogas especificas que para serem 
liberadas tem que saber qual é a mutação 
Nas infecções respiratórias em pacientes com FC, eu tenho 
a incidência de bactérias importantes. Paciente que está 
secretivo, com muco espesso e aumentado de volume → 
pseudômonas aeruginosa (principal bactéria). 
Lembrar que ele tem dois fenótipos. O que vai pedir no 
exame? Vai pedir CULTURA microbiana da secreção desse 
paciente com antibiograma. Aparece em geral 2 fenótipos 
(não-mucoide e mucoide). Se compararmos as duas, a 
mais graves são as de característica mucoide, porque elas 
são resistentes aos ATB. Quando com colônias mucoides 
tem um péssimo prognóstico! Ao contrário dos que tem a 
não-mucoide. 
Eu ainda posso ter S. Aureus, Sthenotrofomonas, H. 
influenzae, S. Aureus resistentes a oxacilina. 
Mais comuns: Pseudomonas, S. Aureus , H. influenzae e M. 
sebácea. 
Mas tá aparecendo agora, algumas coisinhas diferentes: 
Sthenotrofomonas, Mycobacterium com abscessos que 
não pertencem ao polo tuberculoso, muita resistência, e o 
Aspergilus Formigatus (fungo). 
A infecção é muito recorrente! O que vai direcionar meu 
tratamento é o bicho que foi isolado na cultura e o 
antibiograma (direcionar qual antibiótico deve ser usado). 
Cuidado ao usar ATB nessa paciente, porque a recorrência 
das infecções é alta e podemos acabar selecionando 
cepas resistentes e lá na frente não vai ter como tratar! 
Pode ter cultura com mais de uma bactéria! 
Extremamente importante controlar infecções respiratórias 
no paciente com FC, porque é o que mata esses pacientes! 
Tem muita fibrose, e vai causando muita dispneia. Eles 
dificilmente voltam de uma UTI! Você tem que tratar logo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR 
 
DIAGNÓSTICO COM ÊNFASE EM CATETERISMO À DIREITA 
O padrão ouro para hipertensão pulmonar (HP) é o 
cateterismo cardíaco. Não se pede o cateterismo cardíaco para 
todo mundo. Existem outros exames que ajudam no 
diagnóstico de outras patologias, mas são utilizadas muitas 
vezes como triagem. O mais importante é o exame físico, a 
história e ir montando o rol de exames que deverão ser solicitados. 
HP é uma doença com um espectro extremamente amplo. A 
HP não tem características específicas, é enquadrada em 
síndrome, um espectro de doenças. Basicamente há uma alteração 
da vasculatura pulmonar, então assim, as alterações vão mexer 
em vários parâmetros, no Ecocardiograma, numa TC, numa 
angioTC, num cateterismo a direita... Você não imagina uma 
doença nessa situação, você imagina um espectro de doenças. A 
HP é classificada em 5 grupos (As do grupo 4 e 5 tem um 
tratamento específico com relação aos demais grupos)... 
O que acontece nessa patologia é que você tem uma remodelagem 
vascular pulmonar com o aumento da pressão da artéria 
pulmonar, é claro que existe exame para vermos esse aumento. Isso 
vai refletir numa falência do ventrículo direito (VD), então 
vamos ter um sobrecarga. 
É uma doença antiga, os primeiros casos ocorreram em 67, uma 
grande epidemia de casos de uso de inibidores de apetite! Vamos 
mostrar várias drogas inibidoras de apetite, mas imaginem que 
nesses países que vocês estão vendo aí, quase 70% das pessoas 
que tiveram, usaram esses inibidores. E aí se viu que nesse 
período, vários pacientes tinham sintomas de HP. Muita gente 
morria, porque é uma doença que mata muito rápido, não há 
uma sobrevida do paciente. Então é importantíssimo fazer o 
diagnóstico rapidamente e ter em mente os diagnósticos 
diferenciais. 
DROGAS QUE CAU SAM A HAP 
Surgiu assim, na década de 65, 
estourou na década de 70, por 
causa desses inibidores do apetite, 
e possivelmente essa droga 
aminorex aumentou esse 
casos. 
Imagem: drogas que foram 
utilizadas naquela época que 
induziam a HP, foram 
definidoras da doença. São elas 
que foram utilizadas como inibidores de apetite, mas também 
temos outras drogas, que sempre destaco, como as ilícitas, que 
aparece a cocaína como, agentes quimioterápicos... 
Classificação oficial dessa doença ocorreu pela primeira vez pela a 
OMS em 1973, ela foi mais histopatológica, sendo dividida em 
primária e secundária, cujo termo nem existe mais. 
O que existe hoje é a idiopática e as outras que fazem parte do 
grupo 1. A hipertensão arterial pulmonar (HAP) faz parte 
desse grupo 1. Foram feitas várias revisões de classificação, 
feitas com base em novos parâmetros de exames genéticos e 
científicos. 
HISTÓRIA NATU RAL DA HAP IDIOPÁTICA 
Com relação a evolução 
natural da HAP, o que você 
vê aí é a sobrevida X follow-
up (seguimento que você faz)! 
Não é a idade, mas sim o 
tempo que você fez o 
diagnóstico da doença. Aí você vai fazendo o seguimento da 
doença. Você vê que a sobrevivência média é de menos de 3 
anos, então assim, você descobre a doença, muitas vezes 
tardiamente, e esse paciente muitas vezes não chega nem a 
sobreviver 5 anos desde o momento do diagnóstico. Doença 
extremamente grave. 
ESTU DOS 
Principais estudos de corte, 
que é o REVIEW. você vê a 
idade, sexo, pressão da 
artéria pulmonar. Aqui, no 
primeiro ano, temos cerca 
de 67,7% dos pacientes 
vivos naquela média que foi 
vista anteriormente de 
12,8%. A ponto que a 
doença vai progredindo, 
vai diminuindo a sobrevida do paciente. O tempo de 
diagnóstico, se conseguimos fazer precoce, o paciente pode 
sobreviver, caso não, o paciente morre. 
Aqui podemos ver o estudo francês (FRENCH) no qual no 
primeiro ano a taxa de sobrevivência é de 82%, no terceiro ano 
de 67% e no quinto ano de 58,7%. Percebemos então que é uma 
doença grave, que deve ser diagnosticada o mais breve possível. 
CARACTERÍSTICAS DA HAP 
Distribuição da hipertensão 
pulmonar nos diversos locais. 
Quando você olha aqui 
Brasil e Argentina, todos 
eles apresentam um 
espectro muito grande de 
patologias. Tem as doenças relacionadas ao tecido conjuntivo, 
tem as idiopáticas. Logo há variações de população, devido a 
mudanças do perfil genético de cada população. 
PATOG ÊNESE DA HAP 
Quando pensamos na FISIOPATOLOGIA da hipertensão arterial, 
vemos aqui esse vaso normal, com a adventícia, a média e a íntima. 
Se o fluxo está normal, não há alterações aí. 
Quando você tem fatores de suscetibilidade ou de risco para 
essa HP, vai ter algumas alterações importantes no vaso: aqui 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Resumo de Exames Complementares 
nessa segunda imagem 
você já pode ver um 
espessamento, início 
de fibrose, com 
redução do lúmen 
desse vaso e 
consequentemente 
mais vasoconstricção. 
E então vai chegar ao 
ponto que, se não 
diagnosticado 
precocemente, haverá uma 
proliferação da íntima e

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