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INCOMPATIBILIDADES

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MATERIAL DE APOIO 
 
AULA: INCOMPATIBILIDADES 
 
I) Generalidades 
 
São efeitos recíprocos produzidos entre dois ou mais componentes de uma 
preparação, com propriedades antagônicas entre si, que põe em dúvida a 
finalidade para o qual foi concebida a preparação. 
Fala-se de incompatibilidades, quando se trata de alterações não programadas 
que reduzem o valor do medicamento, que prejudicam a atividade ou impede 
sua dosificação exata, o que influi prejudicialmente no aspecto do preparado 
medicamentoso. 
As reações de incompatibilidades podem desenvolver-se entre as substâncias 
ativas, entre os adjuvantes, entre substâncias ativas e adjuvantes, ou entre umas 
e outras e os materiais de envase. 
 
II) Causas: 
 
 Em certos casos, por intervenção de ações físicas, a composição química do 
medicamento é modificada; 
 
 Em outros casos há reação química entre as substâncias empregadas; 
 
 Pode haver antagonismo entre a ação fisiológica de dois medicamentos. 
 
 
III) Incompatibilidades Físico-químicas (de interesse na Famácia magistral) 
 
III.1) Incompatibilidades Físicas: 
 
Caracterizam-se pela não uniformidade, por serem desagradáveis ao paladar e 
pelo risco potencial de dosificações não uniformes. Podem ser classificadas nos 
seguintes tipos: 
 
 Solução incompleta 
 Precipitação 
 Separação de líquidos imiscíveis 
 Liquefação de ingrediente sólido 
 Prescrição incorreta de forma farmacêutica 
 
a) Solução incompleta: 
 
Ocorre quando duas ou mais substâncias são combinadas e a mistura não resulta 
em um produto homogêneo devido a imiscibilidade ou insolubilidade. 
Algumas vezes é prescrito o solvente ou veículo errado ou em quantidade 
insuficiente. 
Ex.: silicones são imiscíveis em água; gomas são insolúveis em álcool; resinas 
são insolúveis em água. 
 
Estratégias para correção: 
 Aquecimento 
 Filtração (somente é permitido se o material não dissolvido for dispensável) 
 Trocar veículo 
 Aumentar o solvente ou veículo 
 Adicionar um solvente 
 
b) Precipitação: 
 
Ocorre quando uma substância precipita porque um outro solvente, no qual ela é 
insolúvel, é adicionado a esta solução. 
Ex.: 
- resinas são frequentemente precipitadas em soluções alcoólicas quando se 
adiciona água; 
 
- substâncias mucilaginosas e albuminosas em soluções aquosas se precipitam 
quando se adiciona álcool, 
 
- soluções coloidais frequentemente se precipitam com a adição de eletrólitos, 
 
- substâncias de soluções saturadas podem precipitar com a adição de outra 
substância. 
 
c) Separação de líquidos imiscíveis: 
 
Óleos dissolvidos em álcool se separam com a adição de água. Soluções 
alcoólicas de compostos orgânicos podem ter separação de fases se altas 
concentrações de sais inorgânicos são adicionadas. 
 
d) Liquefação de ingredientes sólidos: 
 
Algumas misturas de sólidos se liquefazem através da formação de misturas 
eutéticas ou liberação da água de hidratação. 
Exemplo: 
Sulfato de sódio................................. 90,0g 
Bicarbonato de sódio......................... 30,0g 
Cloreto de potássio............................ 15,0g 
 
Nesta formulação, a liquefação ocorre devido a água de cristalização do sulfato 
de sódio. Esta incompatibilidade poderia ser evitada utilizando-se quantidade de 
equivalente de sulfato de sódio na forma anidra. 
Algumas substâncias que contem água de cristalização: alumem, sulfato de 
atropina, cafeína, cloreto de cálcio, lactato de cálcio, ácido cítrico, codeína, 
fosfato de codeína, sulfato de cobre, sulfato ferroso, bromidrato de 
escopolamina, acetato de sódio, carbonato de sódio, sulfato de sódio, sulfato de 
zinco, hidrato de terpina. 
 
Problema similar pode ocorrer em substâncias que absorvem a umidade do ar 
durante a mistura ou armazenagem em área úmida. 
Exemplos: sais de amônio (acetato, brometo, cloreto, iodeto, sulfato), brometo 
de cálcio, cloreto de cálcio, sulfato de efedrina, bromidrato de hiosciamina, 
sulfato de hiosciamina, citrato de ferro e amônio, carbonato de lítio, pepsina, 
fenobarbital sódico, pilocarpina, acetato de potássio, citrato de potássio, brometo 
de sódio, iodeto de sódio, hidróxido de sódio, cloreto de magnésio, cloridróxido 
de alumínio, etc. 
 
Substâncias eutéticas podem também produzir liquefação através da indução do 
ponto de fusão quando combinadas intimamente. 
Exemplos: ácido acetilsalicílico, beta-naftol, cânfora, mentol, fenol, timol, etc. 
 
e) Prescrição incorreta da forma farmacêutica: 
 
Ocorre quando o prescritor prescreve uma forma farmacêutica incorreta para 
uma preparação mais eficiente. 
Exemplo: 
 Problema organoléptico 
 Substância insolúvel no excipiente e solvente 
 
 
III.2) Incompatibilidades Químicas: 
 
As incompatibilidades químicas caracterizam-se pela transformação parcial ou 
total das substâncias associadas, formando compostos secundários, com novas 
propriedades químicas e, consequentemente novas propriedades 
farmacodinâmicas. 
Das classes de incompatibilidades esta é a que merece mais atenção, não só por 
ser a mais frequente, como também pelos grandes prejuízos que pode acarretar à 
reputação do médico, ao farmacêutico que prepara o medicamento e, acima de 
tudo, às condições do paciente. 
A associação de substâncias quimicamente incompatíveis pode causar acidentes 
(ex. explosões, vapores tóxicos), formar produtos tóxicos, inativação total ou 
perda parcial da atividade farmacológica. 
 
A) Formação de compostos muito pouco solúveis: 
 
 Precipitação de ácidos e bases fracas, pouco solúveis, devido a alteração 
do valor de pH: 
 
As precipitações condicionadas pelo pH se originam principalmente pela adição 
de sais de reação ácida ou básica, a soluções medicamentosas. 
Para predizer e compreender as reações de incompatibilidades se requer o 
conhecimento das condições de pH compatíveis com os componentes da 
formulação. 
 
 Precipitação devida a adição do mesmo íon presente na formulação: 
 
Em preparações que se apresentam como solução saturada ou quase saturada 
pode produzir precipitação pela adição de sais que contenham um íon comum da 
formulação, que diminui a solubilidade do sal. 
Ex.: manipulação de soluções que contenham cloridratos e que devem ser 
isotonizadas com cloreto de sódio. 
 
 Precipitação devida a formação de sais muito pouco solúveis: 
 
Reação iônica entre os componentes de uma formulação, que provoca a 
formação de um sal insolúvel ou pouco solúvel, que, por diminuição da 
solubilidade do produto resultante, ocorre uma precipitação ou uma turbidez 
frequentemente a aparição de um precipitado é devido a uma reação química. 
Exemplos: 
 formação de sais alcaloídicos muito pouco solúveis: os alcalóides são 
normalmente utilizados na forma de cloridratos ou nitratos. a adição de íons de 
halogênio (íons de iodo ou bromo) levam à precipitação, pois há formação de 
compostos correspondentes dificilmente solúveis (iodidratos e bromoidratos 
alcaloídicos). 
 
 salicilatos, acetatos, benzoatos, tanatos (taninos), citratos também levam a 
formação de sais alcaloídicos dificilmente solúveis. 
 
 formação de sais, muito pouco solúveis de bases sintéticas nitrogenadas, 
especialmente misturas de amônio quaternário: Ex.: cloreto de benzalcônio e 
cloreto de cetilpiridíneo com nitratos, salicilatos e iodetos formando 
precipitados. os sais de benzalcônio são incompatíveis com a fluoresceína sódica 
utilizada no preparo de colírios para diagnóstico, com os sais de benzilpenicilina 
e com o lauril sulfato de sódio. 
 
 formação de compostos muito pouco solúveis, com tensoativos aniônicos do 
tipo lauril sulfato de sódio: o lauril sulfato de sódio tal como outros tensoativos 
aniônicos é incompatível e formam precipitados insolúveis com substâncias 
catiônicas tal como cloridrato de efedrina, fosfato de codeína, cloridrato de 
procaína, cloridrato de tetracaína e com íons cálcio,bário e íons de metais 
pesados. 
 
B) Reações de Oxidação: 
 
O número de fármacos sensíveis à oxidação ou a redução é extenso. As reações 
de oxidação são prejudiciais e causam problemas de estabilidade no 
medicamento. 
Quimicamente a oxidação envolve a perda de elétrons de um átomo ou de uma 
molécula. 
Cada elétron perdido é aceito por alguns outros ou molécula, de tal modo a 
promover a redução do átomo ou molécula recipiente. 
Em química inorgânica a oxidação é acompanhada por um aumento da valência 
de um elemento – por exemplo, o íon ferroso (+2) oxidando para íon férrico 
(+3). 
Em química orgânica portanto, para maioria dos fármacos, oxidação é 
frequentemente considerada sinônimo de perda de hidrogênio da molécula 
(dehidrogenação). 
O processo oxidativo, frequentemente envolve radicais livres, que são moléculas 
ou átomos contendo um ou mais elétrons desemparelhados, assim como o 
oxigênio molecular e hidroxila livre. 
Esses radicais tendem a tomar elétrons de outras substâncias, oxidando-as. 
O processo oxidativo tem sido descrito como um tipo de reação em cadeia, 
iniciando com a união do oxigênio com a molécula da droga e continuando com 
um radical livre oriundo da molécula oxidada que por sua vez participa da 
destruição (oxidação) de outra molécula da droga e assim o processo oxidativo 
se dá em cascata. 
 
Classes de drogas susceptíveis à oxidação: 
 Catecolaminas (epinefrina, adrenalina) 
 Substâncias fenólicas (fenilefrina, morfina) 
 Fenotiazínicos (clorpromazina, pometazina) 
 Esteróides 
 Oleofinas (alcenos): compostos alifáticos com duplas ligações 
 Substâncias com grupo sulfidrila, R-SH (captopril) 
 Outros: anfotericina B, nitrofurantoína, tetraciclina, furosemida, ergotamina, 
sulfacetamida e vários outros. 
 
Fatores que afetam a velocidade de oxidação: 
 Presença de oxigênio 
 Luz 
 Presença de íons de metais pesados 
 Temperatura 
 pH 
 Presença de outras substâncias que podem atuar como agentes oxidantes. 
 
Estratégias possíveis para proteção frente a oxidação: 
 
a) Proteção do produto ou fármaco contra ação do oxigênio: 
 Utilização de gás inerte ou nitrogênio 
 Limitação do efeito do oxigênio atmosférico pela utilização de embalagens 
menores e completamente cheias sem espaço para o ar. 
 
b) Proteção contra luz: 
 Utilização de embalagens foto-resistentes como por exemplo frascos de vidro 
âmbar. 
 
c) Utilização de agentes sequestrantes na formulação: 
 Utilização de quelantes de metais pesados (catalisadores de reações de 
oxidação) tal como os sais de EDTA. 
 
d) Adição de antioxidantes: 
 BHT, BHA, acetato de tocoferol (Vit. E), palmitato de ascorbila, propil 
galato para sistemas oleosos. 
 ácido ascórbico (Vit. C), bissulfito de sódio, metabissulfito de sódio, 
tiossulfato de sódio, cloridrato de cisteína para sistemas aquosos. 
 
e) Controle da temperatura de armazenamento: 
 Geralmente a velocidade do processo oxidativo é mais rápida em 
temperaturas elevadas e pode ser retardada se determinado produto sensível for 
estocado sob refrigeração. 
 
f) Controle do pH da formulação: 
 A oxidação é frequentemente favorecida pelo pH alcalino. 
 Deve-se tomar cuidado ao adicionar alguma substância em uma formulação 
que contenha algum componente sujeito à oxidação, devendo-se monitorar o pH 
no final da manipulação da fórmula e efetuar ajustes no pH se necessário. 
 
g) Adicionar na formulação substâncias que são facilmente oxidadas 
separadamente daquelas que são facilmente reduzidas: 
 A cianocobalamina tem compatibilidade limitada com o ácido ascórbico (24 
horas), tiamina e niacinamida. 
 Ácido fólico é incompatível com agentes oxidantes, agentes redutores e íons 
metálicos. 
 
C) Redução: 
 
Uma espécie química (átomo ou molécula) é reduzida quando ganha elétrons. 
As reações de redução têm importância relativamente menor, como fenômenos 
originadores de incompatibilidades. 
Ex.: formação de prata e mercúrio elementar a partir dos sais correspondentes 
em presença de agentes redutores inorgânicos. 
Conhecem-se as transformações de medicamentos sensíveis à redução com 
ácido ascórbico, tióis, fenóis e outros. 
 
D) Hidrólise: 
 
A hidrólise é um processo no qual a droga interage com moléculas de água 
decompondo a droga. 
Ex.: o ácido acetilsalicílico combina-se com uma molécula de água e se 
hidrolisa em uma molécula de ácido salicílico e uma molécula de ácido acético. 
O processo de hidrólise é provavelmente a causa mais importante de 
decomposição de fármacos, devido ao grande número de substâncias de uso 
medicinal que são ésteres ou que contém outros grupamentos tais como amidas 
substituídas, lactonas e anéis lactâmicos, os quais são susceptíveis ao processo 
hidrolítico. 
 
Classes de fármacos susceptíveis à hidrólise: 
 
 Ésteres : r –co – o - r, ex. anestésicos locais tais como a procaína, tetracaína, 
ácido acetilsalicílico, alcalóides da beladona, substâncias com sistemas de anéis 
do tipo lactonas. 
 
 Amidas : R – CO – NH2, e especialmente amidas com anéis do tipo 
lactâmico. Ex. penicilina. 
 
 Imidas: R – CO – NH – CO – R. Ex: barbitúricos. 
 
 Tiolésteres, R – CO – S – R’ 
 
Fatores que afetam a velocidade de hidrólise: 
 Presença de água no veículo ou na própria matéria-prima. 
 pH 
 Presença de ácidos e bases (citratos, acetatos, fosfatos), que são 
frequentemente usados como tampões. 
 Concentração da droga 
 Temperatura 
 Presença de outros componentes que podem catalisar a hidrólise. Ex. 
dextrose. 
 
Estratégias para manipulação de drogas sujeitas à hidrólise: 
 Controle da exposição de drogas sólidas à umidade com o uso de recipientes 
hermeticamente fechados e de dessecantes. 
 
 Controle do pH de formulações aquosas. Checar o pH de todas soluções de 
fármacos que serão combinadas, bem como do produto final adequando-o ao pH 
ideal se preciso for. 
 
 Checar referências apropriadas para possíveis efeitos negativos de ácidos e 
bases em geral sobre os fármacos. Se estes fatores puderem acelerar o processo 
de hidrólise, evite a adição de compostos tais como tampões. 
 
 Considerar a concentração da droga como um fator. Ex.: ampicilina sódica. 
 
 Temperatura de armazenamento. A velocidade de hidrólise é maior em 
temperaturas elevadas e pode ser retardada através do armazenamento de 
produtos sensíveis sob refrigeração. 
 
E) Complexação: 
 
Moléculas de um composto ativo podem interagir reversivelmente com 
excipientes para formar complexos os quais apresentam propriedades físico-
químicas diferentes do composto de origem. 
Exemplos: 
Tetraciclina (esta reação ocorre com íon multivalentes tais como de cálcio, Mg, 
Fe, e alumínio; ela não deve ser misturada com outras substâncias que 
contenham alguns destes íons multivalentes) 
 
Parabenos podem ser inativados em complexos com derivados de 
polietilenoglicol. 
 
Povidona pode formar complexos com outros excipientes (ex. corantes 
aniônicos ou catiônicos) ou com determinados fármacos como por exemplo 
cloridrato de clorpromazina, cloranfenicol. 
 
Amido forma complexos com drogas ácidas e alguns outros coadjuvantes, como 
ácido benzóico, ácido salicílico. 
 
F) Reações de esterificação/substituição: 
 
Devido a pequena velocidade desta reação, os produtos da incompatibilidade só 
são detectáveis analiticamente em geral após certo tempo de armazenamento. 
Exemplos: 
Formação de acetato de prednisolona a partir da prednisolona base na presença 
de ácido acetilsalicílico 
Produção de um glicosídeo de procaína (sem atividade anestésica) em soluções 
de cloridrato procaína que contenham glicose. 
Os bissulfitos, amplamente utilizados como antioxidantes dá lugar a reações de 
substituição de menor valor. originam-se produtos finais sulfonados de escassa 
atividade fisiológica. 
Ex.: a adrenalina reage com os íons sulfito originados a partir do bissulfito, 
perdendo grande parteda sua atividade farmacológica. 
 
G) Outras interações químicas: 
 
Liberação de dióxido de carbono (CO2) oriundo de reações devido à mistura de 
bicarbonatos ou carbonatos com ácidos ou substâncias fortemente ácidas, 
podendo até causar explosões. 
Composições com ácido acetilsalicílico associado à fenilefrina: o ácido acético 
formado pela hidrólise do ácido acetil salicílico pode interagir com a felilefrina 
formando um composto acetilado; transacetilação também pode ocorrer entre o 
ácido acetilsalicílico e o paracetamol. 
 
Incompatibilidades Químicas entre fármacos e alguns excipientes: 
 
A estabilidade química de um fármaco pode ser reduzida caso o mesmo seja 
incorporado em um excipiente inadequado ou que contenham coadjuvantes 
farmacotécnicos incompatíveis 
Exemplos: 
 Propilenoglicol : podem catalizar a degradação do peróxido de benzoíla, 
levando a formação de ácido benzóico e dióxido de carbono; é incompatível 
com reagentes oxidantes, tais como o permanganato de potássio. 
 
 PEG (carbowaxes): incompatíveis com alguns corantes; a atividade 
antibacteriana de certos antibióticos, particularmente penicilina e bacitracina é 
reduzida em bases com PEG; a eficácia conservante dos parabenos pode ser 
reduzida através de ligações dos mesmos com os PEG; descoloração do ditranol 
e sulfonamidas pode ocorrer e o sorbitol pode precipitar de misturas. o ácido 
salicílico, fenol, resorcina, barbitúricos, taninos também são incompatíveis com 
os PEG. 
 
 Coaltar (alcalino): adicionado a um creme com valerato de betametasona, 
catalisa a conversão do 17-valerato de betametasona para o menos efetivo 21-
velerato de betametasona. 
 
 Traços de íons férricos: catalisam a oxidação da hidrocortisona 
 
 Caulim: apresenta propriedades de absorção em concentrações a partir de 
7,5%. Esta propriedade pode influenciar a absorção de outras drogas 
administrada via oral. Já foram relatadas que o caulim afeta a absorção das 
seguintes drogas: amoxacilina, ampicilina, cimetidina, lincomicina, fenitoína, 
clindamicina, tetraciclina, varfarina. 
 
 Álcool etílico (etanol): em condições ácidas, soluções etanólicas podem 
reagir violentamente com substâncias oxidantes; misturas com álcalis podem 
escurecer devido a reações com quantidades residuais de aldeídos; substâncias 
orgânicas e gomas podem precipitar. 
 
 Glicerina: pode explodir se misturada com agentes oxidantes fortes tais 
como trióxido de cromo, clorato de potássio ou permanganato de k; pode ocorrer 
escurecimento na presença de luz em contato com óxido de zinco ou nitrato 
básico de bismuto; contaminantes de ferro na glicerina é responsável pelo 
escurecimento de misturas contendo fenóis, salicilatos e taninos. 
 
 Óleo mineral: incompatível com agentes oxidantes fortes. 
 
 Vaselina: é um excipiente inerte com poucas incompatibilidades, exceção se 
faz com o bálsamo do peru que forma 2 camadas quando adicionado à vaselina 
(incompatibilidade física). 
 
 Lanolina: pode conter algum pró-oxidante, os quais poderiam afetar a 
estabilidade de determinados fármacos. É interessante a adição do BHT na 
concentração de 0,02% na pomada de lanovaselina. 
 
 Géis com metilcelulose: são incompatíveis com cloridrato de aminacrina, 
clorocresol, cloreto de mercúrio, fenol, resorcinol, ácido tânico, nitrato prata, 
cloreto de cetilpiridíneo, metilparabeno, propilparabeno, butilparabeno, sais de 
ácidos minerais e particularmente fenóis e taninos; coagulam soluções de 
metilcelulose. Podem ocorrer complexação da metilcelulose com tetracaína. 
 
 Carbopóis: incompatíveis com resorcinol, fenol, polímeros catiônicos, 
ácidos fortes e altas concentrações de eletrólitos. Traços de ferro e outros metais 
de transição podem cataliticamente degradar as dispersões de carbopol. 
 
 Clorobutanol (conservante): é inativado em meio alcalino, decomposto pelo 
calor e incompatível com nitrato de prata e sais sódicos de sulfamidas. 
 
 Cloreto de benzalcônio: incompatível com compostos aniônicos e nitratos 
 
 Parabenos: são incompatíveis com polissorbato 80 e pH > 8. 
 
 Clorhexidina: incompatível com nitrato de prata, cloranfenicol, alginato de 
sódio, CMC, sulfamidas sódicas, penicilinas, íons cloreto, fosfato e sulfato. 
 
 Ácido benzóico: sofre reações típicas de ácidos orgânicos, ou seja, reage 
com ácidos e bases inorgânicas. pode ter sua atividade reduzida pelo caulim. 
 
 Ácido cítrico: incompatível com tartarato de potássio, acetatos, sulfetos e 
álcalis. Pode ocasionar a precipitação de sacarose em xaropes armazenados 
durante longos períodos. 
 
 Ácido esteárico: incompatível com hidróxidos e agentes oxidantes. Pomadas 
de ácido esteárico tendem a ressecar quando em presença de sais de zinco ou 
cálcio. 
 
 Benzoato de sódio: incompatível com compostos quaternários, gelatina, sais 
de ferro, sais de cálcio e sais de metais pesados, entre eles, prata, Pb e Hg. Pode 
ter sua atividade reduzida por surfactantes aniônicos e caulim. 
 
 BHA: incompatível com sais de ferro; traços de metais e exposição à luz 
reduzem sua atividade. 
 
 BHT: incompatível com peróxidos, permanganato e agentes oxidantes fortes; 
incompatível com sais de ferro; aquecimento com ácidos pode levar a 
decomposição. 
 
 EDTA: incompatível com agentes oxidantes fortes; com metais polivalentes 
(Ni, Cu, Fe); pode quelar o Zn; incompatível com anfotericina. 
 
 Fenoxietanol (Phenonip): surfactantes aniônicos reduzem sua atividade. 
 
 Gelatina: tem caráter anfotérico e, dependendo do meio, pode reagir com 
ácidos ou bases; pode reagir com aldeídos, polímeros aniônicos e catiônicos, 
eletrólitos, metais, plastificantes, conservantes e surfactantes; precipita na 
presença de álcool, clorofórmio, éter, sais de mercúrio e ácido tânico. 
 
 HEC (Natrosol): parcialmente incompatível com álcool polivinílico, amido, 
caseína, gelatina e MC. apesar de sua grande resistência a eletrólitos, pode 
ocorrer precipitações com algumas soluções salinas (sulfatos, carbonatos, 
fosfatos, etc.) 
 
 Metabissulfito de sódio: reage com substâncias simpatomiméticas derivadas 
de álcool parahidroxibenzílico ou orto-hidroxibenzílico (p.ex. adrenalina e 
derivados). Incompatível com cloranfenicol. 
 
 Metilparabeno (nipagin): tem atividade reduzida por surfactantes aniônicos 
(Tween 80), que pode ser compensada pela adição de propilenoglicol. 
incompatível com alginato de sódio, bentonita, trissilicato de magnésio, talco, 
goma adraganta, óleos minerais, sorbitol e atropina; sais de ferro, ácidos fortes e 
álcalis fracos. 
 
 Sorbitol: em meio ácido ou alcalino, forma quelatos com íons metálicos bi 
ou trivalentes. Pode gelificar misturado ao PEG. 
 
 Trietanolamina: incompatível com ácidos minerais. 
 
 
IV) Terapêuticas 
 
Também designadas por farmacológicas, se definem por reações das substâncias 
com o organismo ao qual são ministradas, podendo ser por discrepância nas 
doses ou drogas prescritas. 
 
 Por destruição do medicamento pelos líquidos do organismo. 
Ex.: pancreatina deve ser administrada sobre a forma de drágeas, queratinizadas 
para proteger da ação do suco gástrico. 
 
 Reações químicas, no organismo, de substâncias administradas 
simultaneamente de ação medicinal antagônica. 
Purgativo e Constipante (MgSO4 + elixir paregórico) 
sedativo (luminal) + excitante (cafeína) 
acidificante + alcalinizante 
 
 Excessiva frequência de doses ou dosagem excessiva 
 
 Associações sinérgicas 
Pode aumentar o efeito terapêutico, mas ocasionalmente também pode aumentar 
a toxicidade. 
 
 Também são consideradas as ações secundárias como irritações, alergias e 
sensibilizações. 
 
Evitar a ocorrência de incompatibilidades pressupõe o conhecimento dos 
fenômenos que as provocam. 
Como as formas medicamentosas constituem sistemas complexos, não existem 
regras para evitar estas incompatibilidades. 
É possível evitá-las elegendo convenientemente o coadjuvantemais adequado; a 
tecnologia de fabricação adequada e a forma farmacêutica ideal. 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
FERREIRA, A. O., BRANDÃO, M. A. F., POLONINIO, H. C. Guia Prático de Farmácia 
Magistral. Pharmabooks, 5ª ed., v.1,2,3, 2018. 
 
FONSECA, A. & PRISTA, L.N. Terapêutica Dermatológica e Cosmetológica. São Paulo: 
Roca, 1993. 
GENARO, AR. (Ed.). Remington Pharmaceutical Sciences. 20
a
 ed. Easton: Mack 
Publishing Company, 2000. 
LUCAS, V. Incompatibilidade medicamentosa. 2
a
 ed., Rio de Janeiro: Cientíica, 1959.

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