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Página 13 de 234 a) O que é? A inflamação é uma resposta protetora que envolve as células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores, é destinada a eliminar a causa da lesão celular, bem como as células tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o reparo. A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta a um estímulo. b) Existem 2 tipos de INFLAMAÇÃO: A INFLAMAÇÃO AGUDA é de início rápido e de curta duração, com duração de poucos minutos a poucos duas e caracteriza-se pela exsudação de líquido de proteínas plasmáticas, e acúmulo de leucócitos predominantemenete NEUTRÓFILOS (células polimorfonucleadas). A INFLAMAÇÃO CRÔNICA pode ser mais insidiosa, é de duração mais longa e é caracterizada pelo influxo de linfócitos e macrofágos com proliferação vascular (angiogênese) associadas e fibrose (cicatrização). ESTÍMULO -> CÉLULAS SENTINELAS (células dendríticas, mastócitos) -> SECRETAM MOLÉCULAS (citocinas) -> INÍCIO DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Os 5 sinais da inflamação são: dor, rubor (vermelhidão), calor, edema e perda de função. A inflamação é normalmente controlada e autolimitada. As células e mediadores são ativados apenas em resposta à lesão e, como têm vida curta, são degradados ou tornam-se inativos quando o agente agressor é eliminado. Além disso, vários mecanismos anti-inflamatórios são ativados. Se o agente nocivo não for rapidamente Página 14 de 234 eliminado, o resultado pode ser a inflamação crônica, que pode ter sérias consequências patológicas. É uma resposta rápida que leva leucócitos e proteínas para os locais da lesão, podendo remover os invasores e iniciar o processo de digerir e se livrar dos tecidos necróticos. a) Possui dois componentes principais: ALTERAÇÕES VASCULARES – alterações do calibre vascular (vasodilatação) que aumenta o fluxo sanguíneo e permite que as proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da permeabilidade vascular); e ativação das células endoteliais que resulta no aumento da adesão dos leucócitos e sua migração através da parede dos vasos. EVENTOS CELULARES – o recrutamento e ativação celular que é a emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão, tornando-se aptos para eliminar o agente agressor. Os principais leucócitos da inflamação aguda são OS NEUTRÓFILOS (leucócitos polimorfonucleados). Página 15 de 234 b) Quais são os estímulos que são capazes de estimular a inflamação aguda? INFECÇÕES – bactérias, vírus, parasitas, fungos... TRAUMA – corte ou penetração, agente químicos e físicos como lesão térmica, queimaduras, irradiação... NECROSE TECIDUAL – lesão química ou física que provoque morte celular CORPOS ESTRANHOS – poeira, farpas, suturas... REAÇÕES IMUNOLÓGICAS – reações de hipersensibilidade contra substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos; esses estímulos para as respostas inflamatórias não podem ser eliminados ou evitados, assim as reações tendem a serem persistentes, frequentemente apresentando características de inflamação crônica. Para que o a resposta imunológica aconteça é preciso que as células do nosso corpo reconheça os sinais do mecanismo invasor (não necessáriamente um patógeno) e assim produza um resposta. Dessa forma, células como FAGÓCITOS, CÉLULAS DENDRÍTICAS entre outras como CÉLULAS EPITELIAIS são responsáveis por essa função, essas células expressam receptores que tem como função detectar a presença de patogénos infecciosos e substâncias liberadas de células mortas, esses receptores são chamados de RECEPTORES-PADRÃO DE RECONHECIMENTO pois eles reconhecem os PADRÕES MOLÉCULARES (PAMP’s, DAMP’s) de vários microrganismos. Os receptores mais importantes são os receptores do tipo Toll (TLRs); reconhecem produtos bacterianos e outros patógenos, sendo capazes de detector organismos extra e intracelular. Receptores tipo Toll estimulama produção de proteínas de membrana e secretadas. E o inflamossomo que é um complexo multiproteico que reconhece produtos das células mortas. Ele ativa a enzima caspase 1, que cliva as formas percursoras da citocina interleucina 1B (IL-1B) em sua forma ativa. A IL-1 É UM IMPORTANTE MEDIADOR NO RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS NA RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA, ONDE OS LEUCÓCITOS FAGOCITAM E DESTROEM AS CÉLULAS MORTAS. ANTAGONISTAS DA IL-1 PODEM FUNCIONAR COMO ANTI-INFLAMATÓRIOS. Página 16 de 234 As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo sanguíneo resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos processos ocorrem para TRAZER CÉLULAS SANGUÍNEAS E PROTEÍNAS PARA O LOCAIL DA INFECÇÃO OU LESÃO. As alterações do fluxo e calibre vasculares: inicia-se rapidamente após lesão; velocidade variável dependendo da natureza e gravidade do estímulo inflamatório original. De imediato ocorre uma VASOCONSTRIÇÃO (dura apenas segundos), logo após ocorre a VASODILATAÇÃO da arteríolas resultando no AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO e abertura os leitos capilares. Esse processo é o causador da DOR e VERMELHIDÃO do processo inflamtório agudo. A microcirculação se torna mais permeável e o líquido rico em proteínas extravassa para os tecidos extracelulares. A perda do líquido faz com que as hemácias fiquem mais concentradas aumentando a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da circulação, no processo chamado estase. Assim que a estase se desenvolve os leucócitos (principalmente neutrófilos) se acumulam ao longo da superfície endotecial vascular, no processo de MARGINAÇÃO. A primeira etapa dos leucócitos para a saída dos vasos para o tecído intersticial. a) Mecanismos que podem contribuir para o aumento da permeabilidade vascular nas reações inflamatórias agudas: Contração da célula endotelial - formando lacunas intercelulares nas vênulas pós- capilares, é a causa mais comum do aumento da permeabilidade vascular; móleculas como histamina, bradicinina, leucotrienos se ligam a células edoteliais para produzir esse efeito, mas são de curta duração; já para a contração mais prolongada, resultante de contrações do citoesqueleto da célula endotelial pode ser induzido por citocinas como TFN, IL-1. Lesão endotelial – resultando em extravasamento vascular, causando necrose e despreeendimento da célula endotelial; geralmente causada por lesões graves. Aumento da transcitose – de proteínas através de canais formados pela fusão de vesículas intracelulares aumenta a permeabilidade das vênulas. Extravasamento de novos vasos sanguíneos – o reparo do tecido novo envolve a formação de novos vasos (angiogênese). Respostas dos vasos linfáticos: na inflamação, o fluxo da linfa é aumentado e auxilia a drenagem do fluido no edema, dos leucócitos e restos celulares do espaço extravascular; em inflamações mais severas, os linfáticos podem transporter o agente Página 17 de 234 leviso, contribuindo para sua disseminação, os vasos linfáticos podem inflamar secundariamente, bem como os linfonodos de drenagem. A principal função da resposta inflamatória é transporter os leucócitos ao local da lesão e ativá-los. O processo de ativação dos leucócitos se divide em fases: recrutamento e ativação. a) RECRUTAMENTO DOS LEUCÓCITOS – (1) marginação e rolagem da parede do vaso; (2) aderência firme ao endotélio; (3) transmigração entre as células endoteliais e (4) migração para os tecidos intersticiais, em direção ao estímulo quimiotático. Sendo a rolagem, aderência e transmigração mediadas por interações de moléculas de adesão nas superfícies do endotélio. Marginação e Rolamento: O sangue flui do capilares para as vênulas e assim as células circulantes são empurradas para parede do vaso, esse processo de acúmulo de leucócitos na periferia dos vasos, esse processo se chama marginação. Se as células endoteliais são ativadas por citocina e outros mediadores produzidos localmente, elas EXPRESSAM MOLÉCULASDE ADESÃO as quais os leucócitos aderem firmemente. Assim os leucócitos rolam na superfície endotelial aderindo transitoriamente no processo de rolamento. Essa adesão rápida e transitória é ocasionada por moléculas da família das SELECTINAS. As selectinas: E-selectina (expressa em células endoteliais); P-selectina (expressa em endotélio e plaquetas) e L-selectina (expressa em leucócitos). Os mediadores inflamatórios IL-1 e TNF são responsáveis pela maior expressão dessas moléculas. Adesão: Os leucócitos aderem as superficies endoteliais através da ligação com as INTEGRINAS, expressas nas superfície celular do leucócito que interage com seus ligantes na célula endotelial. Elas são ativadas para possuir maior afinidade através das quimiocinas (quimioatraentes). Quandos os leucócitos aderentes encontram quimiocinas, as células são ativadas e as integrinas mudam a sua conformação em um estado de alta afinidade, outras citocinas como IL-1 e TNF, ativam as células endoteliais para aumentar a expressão de ligantes para integrinas. Transmigração: Após a aderêncial na superfície endotelial, os leucócitos migram pela parede do vaso espremendo-se através das junções intercelulares, esse movimento é chamado de diapedese. Essa movimentação é orientada por quimiocinas produzida nos tecidos extravasculares, que estimula a movimentação de leucócitos para seus gradientes químicos. Após a passagem os leucócitos secretam colagenase que degradam a membrana basal dos vasos, atravessando-a. Página 18 de 234 Quimiotaxia: Após o extravassamento, os leucócitos migram em direção ao local da infecção, ao longo de um gradiente químico no processo chamado QUIMIOTAXIA, em que substâncias endógenas ou exógenas podem atuar como fatores quimiotáticos, como; produtos bacterianos, citocinas (quimiocinas), sistema complemento C5, produtos da lipoxygenase vulgo Leucotrieno B4 (LTB4). Na maioria das infecções agudas, os neutrófilos predminam no infiltrado inflamatório durante as 6-24H, isso ocorre pois são mais numerosos no sangue, respondem mais facilmente as quimiocinas, aderem mais firmemente as moléculas de adesão, possuem vida breve. b) ATIVAÇÃO DOS LEUCÓCITOS – Os leucócitos expressam em suas superficies diferentes classes de receptores que percebem a presença de micróbios, células mortas e substâncias estranhas que respondem a esses estímulos realizando ativação leucocitária que resulta em: fagocitose, destruição intracelular, liberação de substâncias microbicidas e produção de mediadores. Fagocitose: reconhecimento da partícula através de opsoninas (anticorpos da classee IgG) que revestem o alvo de fagocitose. As principais opsoninas são os anticorpos da classe da imunoglobuna G, produtos da degradação da proteína C3 do complemento, lectinas. Destruição e degradação intracelular: a finalização da fagocitose é a destruição e degradação das partículas ingeridas. Uma das substâncias microbicidas mais importantes são as espécies reativas do oxigênio (ERO), atraves do processo: Aumento do consumo de oxigênio Catablismo do glicogênio Aumento da oxidação da glicos e produção de ERO Os microrganismos mortos são degradados pela ação de hidrolases ácidas losossômicas. Existem outros componentes dos grânulos que destroem agentes infecciosos, como: a proteína bactericida que aumenta a permeabilidade, a lizoenzima, proteína básica principal (citotóxica para parasitas), e as defensinas (destroí microbios). Secreção de substâncias: Os leucócitos também secretam componentes granulares que são antimicrobicidas, em que o conteúdo dos grânulos são secretados pelos leucícitos para o meio extracelular. Armadilhas extracelulares dos neutrófilos: As NETs contêm uma trama de cromatina nuclear preenchida com proteínas granulares. As armadilhas fornecem alta concentração de substância microbicida nos locais de infeccção e impedem a Página 19 de 234 disseminação dos micróbios prendendo-os nas fibrilas, nesse processo o neutrófilo morre. Os leucócitos secretam substância potecialmente prejudiciais, como ENZIMAS e ERO e são causa de LESÃO EM CÉLULAS e TECIDO NORMAIS, em certas circunstâncias. Dessa forma quando isso ocorre de forma indevida acarreta em muitas doenças humanas agudas e crônicas. Parte de uma reação normal de defesa contra microrganismos. Tentativa normal de remoção de tecidos lesados e mortos. Quando a resposta inflamatória é dirigida contra os tecidos do hospedeiro. O reparo tecidual é a intenção da resposta inflamatória. Resolução: regeneração e reparo; quando a lesão é limitada ou breve, onde há pouca ou nenhma destruição tecidual e quando o tecido é CAPAZ de se regenerar, o resultado normal é a restauração da normalidade estrutural funcional. Página 20 de 234 Além disso, é válido ressaltar que, os leucócitos secretam citocinas que iniciam o processo de reparo, o qual envolve a angiogênese, proliferação dos fibroblastos. A inflamação crônica: pode suceder a inflamação aguda se o agente nocivo não é removido, dependendo da extensão da lesão inicial e da sua continuidade, bem como da capacidade de regeneração dos tecidos afetados, a inflamação crônica pode ser sucedida da estrutura e função normal ou resultar em cicatrização. Cicatrização: é um tipo de REPARO que ocorre após a destruição tecidual ou quando o tecido afetado não se regeneram e são substituídos por tecido conjuntivo. FIBROSE. As inflamações possuem padrões morfológicos. a) INFLAMAÇÃO SEROSA - extravassamento de um líquido aquoso, pobre em proteína, que se origina do soro sanguíneo, esse líquido é chamado de efusão. A bolha cutânea de uma queimadura ou infecção viral. b) INFLAMAÇÃO FIBRINOSA – lesões mais graves, que permitem a maior permeabilidade que permitem que moléculas grandes como fibrinogênio atravessem a barreira endotélial. É um exsudato fibrinoso característico do revestimento das cavidades corporais, como meninges, pericárdio e pleura. Esse exsudato ainda pode ser degradados por macrófagos (resolução), caso não forma-se um tecido cicatricial fibroso que pode atrapalhar o funcionamento das células. c) INFLAMAÇÃO SURUPATIVA (purulenta) á a formação de ABSCESSO: ocorre quando há grande quantidade de exsudato pirulento. Úlcera é um defeito local da superfície de um tecido produzida por necrose das células e desprendimento do tecido inflamatório necrótico. No local da INFLAMAÇÃO, os MACRÓFAGOS, os MASTÓCITOS e as CÉLULAS ENDOTELIAIS, assim como os LEUCÓCITOS são capazes de produzir mediadores da inflamação. a) AMINAS VASOATIVAS – histamina e serotonina armazenada nos mastócitos, são os primeiros mediadores da resposta inflamatória aguda. Histamina: Produzida por mastócitos, basófilos e plaquetas sanguínea; a histamina preformada liberada dos grânuulos dos mastócitos. Ela causa DILATAÇÃO das arteríolas e é o principal mediador do AUMENTO DA Página 21 de 234 PERMEABILIDADE VASCULAR, produzindo a CONTRAÇÃO do endotélio venular e as lacunas interendoteliais. Serotonina: É um mediador VASOATIVO, encontrado nos grânulos das plaquetas e liberado durante a AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA. Ela induz a VASOCONSTRIÇÃO durante a COAGULAÇÃO. b) METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA): Prostalglandinas , Leucotrienos, e Lipoxinas – Os metabólitos do AA também são chamados de EICOSANOISDES, sua síntese é aumentada nos locais da resposta inflamatória, e os agentes que inibem sua síntese diminuem também a INFLAMAÇÃO. Leucócitos, mastócitos, células endoteliais e plaquetas são as principais fontes de metabólitos do AA. Sendo que o metabolismo do AA ocorre por DUAS VIAS enzimáticas: a CICLOXIGENASE, estimula a produção de PROSTALGLANDINAS E TROMBOXANOS e a LIPOXIGENASE, rreponsável pela produção de LEUCOTRIENOS e LIPOXINAS. Prostalglandinas e Tromboxanos: Ambos são produtos da CICLOXIGENASE. As plaquetas produzem o tromboxano que é um potente agente de agregação plaquetária e vasoconstritor.Já as células endoteliais produz a prostalglandina que está envolvida na patogenia da dor e febre. Eles possuem papéis opostos e regulam a homeostasia dos tecidos. Leucotrienos: São produzidos através da lipoxigenase, esta predominante nos neutrófilos. É uma potenge agente quimiotático para neutrófilos, são produzidos também por mastócitos e causam vasoconstricção, broncoespasmo e aumento da permeabilidade vascular. Lipoxinas: Os leucócitos ao entrar nos tecidos começam a produzir mediadores anti-inflamatórios chamados de lipoxinas, inibem a quimiotaia e a aderência dos neutrófilos ao endotélio, funcionando como antagonistas endógenos dos leucotrienos. Página 22 de 234 O papel do eicosanoides nos processos inflamatórios são importantes na clínica visto que é preciso saber os agentes que bloqueiam a sua síntese. A aspirina e as drogas anti-inflamatórias não hormonais (AINEs), como ibrupofenos, INIBEM a atividade da CICLOGENASE e, assim todas inibe as sínteses de PROSTALGLANDINAS (por isso é eficaz contra a febre e dor). Já os glicocorticoides, que são agentes anti-inflamatórios potentes, atuam INIBINDO a atividade da fosfolipase A2, inibindo assim a liberaçãoo de AA dos lipídios da membrana. c) FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA: Possui a capacidade de AGREGAR PLAQUETAS e causa DESGRANULAÇÃO, o fator de ativação plaquetária (PAF) é outro mediador derivado dos fosfolipídeos em efeitos inflamatório. Gerado a partir da membrana de neutrófilos, monócitos, basófilos, células endoteliais e plaquetas pelas ação da fosfolipase A2. Atua através de um receptor específico aclopado a proteína G. Estimula as plaquetas, causa VASOCONTRIÇÃO, BRONCO- CONSTRIÇÃO, VASODILATAÇÃO e AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR. Além disso, estimula a síntese de outros mediadores como os eicosanoides e citocinas de plaquetas. O PAF produz a maioria das reações da inflamação, Página 23 de 234 incluindo o aumento da ADERÊNCIA dos leucócitos, a QUIMIOTAXIA, a DESGRANULAÇÃO e o SURTO OXIDATIVO. d) CITOCINAS: São polipeptídeos produzidos por muitos tipos celulares que atuam como mediadores da inflamação e das respostas imunes, algumas citocinas estmulam precursores na medula osséa para produzir leucócitos. São chamadas de INTERLEUCINAS dedivo a sua capacidade de mediar a comunicação entre leucócitos, mas outras citocinas atuam sobre outra células além dos mesmos. As principais citocinas na INFLAMAÇÃO AGUDA são o TNF e IL-1, IL-6 bem como as QUIMIOCINAS. Algumas da citocinas importantes na INFLAMAÇÃO CRÕNICA sçao INTERFERON (IFN-Y) e IL-12. Uma citocina chamada IL-17, produzida por linfócitos T e outras células exerce papel importante no recrutamento de neutrófilos e está envolvida na defesa contra INFECÇÕES e DOENÇAS INFLAMATÓRIAS. Fator de Necrose Tumoral (TNF) e Interleucina 1: O TNF e IL-1 são produzidos por MACRÓFAGOS ATIVADOS, MASTÓCITOS, CÉLULAS ENDOTELIAIS e ouutros tipos celulares. Sua seccreção é estimulada por agentes microbianos, complexo de endotoxinas bascterianas, imunocomplexos, e produtos de Linfócitos T. O principal papel dessas citocinas na inflamação é a ATIVAÇÃO ENDOTELIAL. O TNF e a IL-1 estimulam a EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO, resultando no recrutamento, aderência de leucócitos e AUMENTO na produção de CITOCINAS adicionais (quimiocinas) e EICOSANOIDES. O TNF estimula a TROMBOCIDADE do endotélio, a IL-1 ATIVA os FIBROBLASTOS e o aumento da produção de MEC. O TNF e a IL-1 são secretados no local da inflamação, mas podem entrar na circulação e atuar em locais distantes, induxindo a REAÇÃO DE FASE AGUDA SISTÊMICA que é associada a infecção e de doenças inflamatórias. Quimiocinas: Atuam primariamente como QUIMIOATRAENTES para diferentes grupos de LINFÓCITOS, tem como duas funções principais o RECRUTAMENTO dos leucócitos e na ORGANIZAÇÃO anatômica das células os tecidos linfoides. Espécies Reatvas do Oxigênio: As ERO são sintetizadas e liberadas por NEUTRÓFILOS e MACRÓFAGOS através de estímulos inflamatórios. Quando produzida dentro dos lissosomas as ERO atuam DESTRUINDO os micróbios fagocitados e células necróticas. Em BAIXOS níveis, as EROs, podem AUMENTAR a EXPRESSÃO de MOLÉCULAS DE ADESÃO, CITOCINAS, QUIMIOCINAS amplificando a cascata de mediadores inflamatórios. Em ALTOS niveis, são responsáveis pela LESÃO TECIDUAL. Óxido Nítrico: Os MACRÓFAGOS utilizam o NO como metabólito CITOTÓXICO para destruir micróbios e células tumorais. Quando produzido pelas CÉLULAS ENDOTELIAIS, causa RELAXAMENTO DA MUSCULATURA LISA e VASODILATAÇÃO. Página 24 de 234 Enzimas Lisossômicas dos Leucócitos: Os grânulos dos lisossomas dos neutrófilos e monócitos contêm enzimas que destroem as substâncias fagocitadas e são capazes de gerar lesão tecidual. Neuropeptídeos: Semelhantes às aminas vasoativas, podem iniciar respostas inflamatórias, transmitindo sinais dolorosos, regula o tônus do vaso e modulam a permeabilidade vascular. As proteínas circulantes de três sistemas inter-relacionasos – os sistema complemento, das cininas e de coagulação – em vários aspectos da resposta inflamatória. Complemento: São proteínas plasmáticas que exercem papel na defesa do hospedeiro e inflamação. Ativadas elas opsoninam as partículas invasoras, sinalizando o antígeno para a fagogitose e digestão. Além disso, AUMENTA A PERMEABILIDADE VASCULAR e a QUIMIOTAXIA DOS LEUCÓCITOS. São numerados de C1 a C9, são ativados por proteólise e adquire atividade proteolíticas, iniciando a cascata enzimática. Ocorre através de 3 via; (1) via clássica, desencadeada por fiação do primeiro componentes do complemento C1, a complexos antígeno-anticorpo, (2) via alternativa, desencadeada por polissacarídeos bacterianos, e (3) via das lectinas, uma lectina plasmática se liga a resíduos de manose nos micróbios e ativa um componete inicial da via clássica (sem anticorpos). Efeitos vasculares do sistema complemento: C3 a C5 AUMENTAM A PERMEABILIDADE VASCULAR, VASODILATAÇÃO, INDUZ os mastócitos a LIBERAR histamina. São chamados de ANAFILATOXINAS pois mimetizam os mastócitos, que constituemos principais causadores de reações alérgicas acentuadas chamadas de ANAFILÁTICAS. Essas enzimas, são resposáveis pela ativação, adesão e quimiotaxia dos leucócitos. Fagocitose, produção do MAC, que cria poros que rompem o equilíbrio osmótico. Página 25 de 234 Existem diversos mecanismos de controle da inflamação, principalmente, aqueles que envolvem ação enzimática, e também as lipoxinas e proteínas reguladoras do complemento. Os MACRÓFAGOS ATIVADOS e outras células secretam a citocina IL- 10, que tem como função DESCRESCER AS RESPOSTAS DOS MACRÓFAGOS, criando assim uma alça negativa de FEEDBACK. Outras citocinas anti-inflamtórias são o TGF-B (mediador da FIBROSE no tecido de reparação após inflamação), e as TIROSINA FOSFATASES, que inibem os cinais que reconhecem micróbios e citocinas. Página 26 de 234 A inflamação crônica é a inflamação de duração PROLONGADA, na qual INFLAMAÇÃO ATIVA, DESTRUIÇÃO TECIDUAL E REPARAÇÃO POR FIBROSE ocorrem SIMULTANEAMENTE. Ela caracteriza-se por: Infiltração de células MONONUCLEARES (manócitos, macrófagos, linfócitos e plasmócitos). Destruição tecidual (induzida pelos PRODUTOS das células inflamatória | EROS, enzimas, NO). Reparo/ regeneração (envolvendo a ANIGIOGÊNESE e FIBROSE). Sendo que, uma inflamação AGUDA pode envoluir para uma inflamação CRÔNICA, caso haja persistência da ÍNJURIA. a) MACRÓFAGOS: São as células principais da inflamação crônica, são células teciduais derivadas dos monócitos circulantes após a sua emigração da corrente sanguínea. Eles são encontrados em diversos tipos de tecidos; fígado (células de Kupffer); baço e linfonodos (histiócinos sinusais); sistema nervoso central (células microgliais); pulmões (macrófagos alveolares); além disso, contituem o retículoenotelial ou sistema de fagócitos mononucleares. Os monócitos se originam de percussores namedula óssea e circulam pelo sangue por 1 dia, sob a influência de moléculas de adesão migram para o local da lesão dentro de 24-48h, ao alcançar o tecido extravascular, sofrem tranformações e são chamados de macrófagos ativados. Eles por sua vez podem ser ativados por duas vias: VIA CLÁSSICA – Induzida por produtos MICROBIANOS, pelos sinais enviados pela células T (CITOCINA IFN- Y) e por SUBSTÂNCIAS ESTRANHAS. Produzem enzimas lisossômicas, NO e ERO. São importantes na INFLAMAÇÃO CRÔNICA. VIA ALTERNATIVA – Induzidas por CITOCINAS como IL-4 e IL-3, produzidas pelos linfócitos T, mastócitos e eosinófilos. Não são microbicidas. Seu principal papel é no REPARO tecidual. Secretam fatores de crescimento que promovem a ANGIOGÊNESE, ativam os FIBROBLASTOS e estimulam a SÍNTESE DE COLÁGENO. Papel dos macrófagos na defesa do hospedeiro: Os macrofágos são FAGÓCITOS, ou seja, ingerem e eliminam micróbios e tecidos mortos. Os macrófagos iniciam o processo de REPARO tecidual, e estão envolvidos na cicatrização e fibrose. Página 27 de 234 Os macrófagos secretam MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO, como TNF, IL-1 quimiocinas etc e eicosanoides. Sendo importante para o INÍCIO e a PROPAGAÇÃO de todas as REAÇÕES INFLAMATÓRIAS. Os macrófagos expõem antígenos aos linfócitos T e respondem aos sinais das células T, estabelecendo um feedback para a defesa contra micróbios. Em áreas de inflamação crônica, o recrutamento contínuo de leucócitos pode aumentar a produção de IFN-Y e induzir a fusão dos macrófagos em células gigantes. b) LINFÓCITOS: São mobilizados sob a manifestação de qualquer estímulo imune específico são os pricipais responsáveis em muitas doenças autoimunes, inflamatórias crônicas. A ATIVAÇÃO DOS LINFÓCITOS T e B são parte da RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA. Os linfócitos migram parar os tecidos usando moléculas de adesão e quimiocinas, nos tecidos os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos, enquanto os linfócitos T CD4+ secretam citocinas (devido a secreção de citocinas, esses linfócitos promovem a INFLAMAÇÃO). Existem 3 tipos de células T auxiliadoras CD4+: As células TH1 – PRODUZ IFN-Y que ativa macrófagos da VIA CLÁSSICA (micróbios). As células TH2 – SECRETAM IL-4, IL-5 e IL-13 que RECRUTAM E ATIVAM EOSINÓFILOS e são resposáveis pela ativação da VIA ALTERNATIVA (reparo). As células TH17 – SECRETAM IL-17 e outras citocinas que INDUZEM A SECREÇÃO DE QUIMIOCINAS responsáveis pelo RECRUTAMENTO DE NEUTRÓFILOS E MONÓCITOS. A TH1 e TH17 estão envolvidas na DEFESA a bactérias e vírus e nas DOENÇAS AUTOIMUNES. As células TH2 são importantes contra parasitas e na inflamação alérgica. Os macrófagos apresentam os antígenos às células T, expressam moléculas de membrana (coestimuladoras) e produzem citocinas. Os linfócitos T, produzem Página 28 de 234 citocinas que recrutam e ativam macrófagos e promovem a apresentação do antígeno e mais secreção citocinas. O resultado é um CICLO DE REAÇÕES CELULARES que abastece e mantém a inflamação crônica. OUTRAS CÉLULAS: Os EOSINÓFILOS são encontrados em inflamações de infecções parasitárias ou como parte das reações imunes mediadas por IgE, associada a alergias. Seu recrutamento é decorrentes de quimiocinas específicas derivadas dos leucócitos e células epiteliais. Os MASTÓCITOS são células sentinelas que podem participar tano da resposta aguda como da crônica. Em indívuos atópicos são encontrados como anticorpo IgE específicos, e assim os mastócidos revestidos de IgE são induzidos a liberar histamina e metabóliticos do AA que provocam reações vasculares iniciais da inflamação aguda. É uma padrão distintivo da inflamação crônica, caracterizada po AGREGADOS DE MACRÓFAGOS ATIVADOS com linfócitos esparsos. Os granulomas são encontrados em algumas patologias e podem se formar a partir de: Respostas pesistentes de células T a certos microrganisos. Em doenças inflamatórias imunomediadas. Doenças de etiologia desconhecidas. Normalmente, o granuloma encerra o agente ofensor e é um bom mecanismo de defesa. Entretanto em alguns aspectos ele causa intensa fibrose e consequentemente a disfunção do orgão. Os efeitos sistêmicos da inflamação são chamados de reação da fase aguda ou síndrome da resposta inflamatória sistêmica. As citocinas TNF, IL-1 e IL-6 são mediadores mais importantes da reação da fase aguda, produzidas por leucócitos. FEBRE – induzida ppo PIROGÊNIOS, que estimulam a síntese de PROSTALGLANDINAS. Os produtos bacterianos (pirogênio exógeno) estimula a produção de IL-1 e TNF (pirogênios endógenos) que aumentam os níveis de CICLOXIGENASE que converte o AA em PROSTALGLANDINAS. Essa por sua vez estimulam a produção de neurotransmissores que aumentam a temperatura corporal. Os AINEs incluindo a aspirina, reduzem FEBRE, inibindo a CICLOXIGENASE. NÍVEIS PLASMÁTICOS ELEVADOS DE PROTEÍNAS DE FASE AGUDA – proteínas plasmáticas sintetizadas no fígado, em que na inflamação aguda seis níveis podem Página 29 de 234 aumentar 100x como parte do estímulo inflamatório. PCR (proteína C reativa), o fibrinogênio e a proteína amiloide A sérica (AA). A síntese dessas moléculas é estimulada pela IL-6 LEUCOCITOSE – é uma característica das reações inflamatórias, principalmente as bacterianas. * OUTRAS MANIFESTAÇÕES – aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, redução de sudorese, tremores, calafrios, sonolência, mal-estar. INFECÇÕES BACTERIANAS GRAVES – sepse, quando a grande quantidade de produtos bacterianos no tecido extravascular estimula a produção de uma enorme quantidade de várias citocinas, TNF, IL-12 e IL-1. Altos níveis de TNF causam coagulação intravascular disseminada, distúrbios metabólicos, acidose, choque hipotensivo. Essa tríade é chamada de choque séptico. Consequência de uma doença inflamatória crônica? Consequências nocivas da inflamação. As reações anti-inflamatórias de proteção contra infecções são, em geral, acompanhadas por lesão tecidual local e seus sinais e sintomas associados (p. ex., dor e perda funcional). Tipicamente, contudo, essas consequências nocivas são autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai se reduzindo, deixando pouco ou nenhum dano. Em contraste, há muitas doenças em que a reação inflamatória é mal direcionada (p. ex., contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes), ocorre contrasubstâncias ambientais normalmente inofensivas (p. ex., em alergias), ou é inadequadamente controlada. Em casos tais, a reação inflamatória normalmente protetora se torna a causa da doença, e o dano que produz é a característica dominante. Na medicina clínica, dedica-se bastante atenção às consequências da inflamação. As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas comuns, como artrite reumatoide, aterosclerose e fibrose pulmonar, assim como de reações de hipersensibilidade a picadas de insetos, fármacos e toxinas com risco de morte. Por essa razão, nossas farmácias estão cheias de fármacos anti- inflamatórios, que, idealmente, deveriam controlar as sequelas nocivas da inflamação sem interferir em seus efeitos benéficos. De fato, a inflamação contribui para uma variedade de doenças que acreditamos ser primariamente metabólicas, degenerativas ou alterações genéticas, como o diabetes tipo 2, doença de Alzheimer e câncer. Em reconhecimento às consequências prejudiciais prejudiciais de amplo espectro da inflamação, ela é dramaticamente referida como o “assassino silencioso”. Página 30 de 234 ABBAS, Abul K.; PILLAI,Shiv; LICHTMAN, Andrew H.. Imunologia:Celular e Molecular. 9 ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2019.UNIDADE
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