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SIMBOLISMO POESIA A CATEDRAL ALPHONSUS DE GUIMARAENS ANÁLISE

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A CATEDRAL - Alphonsus de Guimaraens 
 
bEntre rumas ao longe surge a aurora, 
p p O transparente orvalho se evapora O hialino orvalho aos oucos se eva ora, 
bAgoniza o arre ol. 
b Surge a catedral branca como marfim ao nascer do solA catedral e úrnea do meu sonho 
p Aliteração com repetição de P e B indica Aparece na az do céu risonho 
b a busca por ritmo e sonoridadeToda ranca de sol. 
 
Tom de lamento marca o pessimismo E o sino canta em lúgubres responsos: 
 "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" 
 
a a a Assonância com repetição do “a” indicaO stro glorioso segue eterna estr da. 
á a a busca por ritmo e sonoridadeUma urea seta lhe cintila em c da 
A presença da luz sugere um tom místico Refulgente raio de luz. 
A catedral ebúrnea do meu sonho, 
Onde os meus olhos tão cansados ponho, 
Recebe a benção de Jesus. 
 
E o sino clama em lúgubres responsos: 
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" 
 
A luz do sol vai perdendo o brilho Por entre lírios e lilases desce 
A tarde esquiva: amargurada prece 
Põe-se a luz a rezar. 
A catedral ebúrnea do meu sonho 
Aparece na paz do céu tristonho 
A cor branca é uma preferência dos simbolistasToda branca de luar. 
 
Repetição dos versos indica musicalidade E o sino chora em lúgubres responsos: 
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" 
 
O céu é todo trevas: o vento uiva. 
Do relâmpago a cabeleira ruiva 
eu A repetição desse encontro de vogais produzVem acoitar o rosto m . 
eu efeito do eco. A catedral ebúrnea do m sonho 
Afunda-se no caos do céu medonho 
eu A presença da palavra astro sugere um tom místicoComo um astro que já morr . 
 
E o sino chora em lúgubres responsos: 
 "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" 
 
Tirando o véu da poesia 
O poema traz as marcas do pessimismo porque sugere a ideia da morte, da partida. A 
repetição do verso “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” em tom de lamento também 
contribui para esse traço, assim como as lágrimas e choro. Palavras como “agoniza”, 
“cansados” expressam desânimo. 
É possível perceber pela descrição, as imagens sugeridas, com importante utilização das cores. 
Ao longo do poema, a luz vai se tornando mais fraca, indo do esplendor do sol ao luar. 
O poema mantém um tom impreciso e vago com relação à catedral. Os termos 
cuidadosamente escolhidos, como “brumas”, “longe”, “evapora”, “sonho”, “céu” garantem 
esse efeito. 
Vale destacar o recurso de figuras de linguagem que geram imagens muito sugestivas, tais 
como “céu risonho” (1ª estrofe); “Por entre lírios e lilases” (5ª estrofe); “céu tristonho” (5ª 
estrofe) e “o vento uiva” (7ª estrofe). Os simbolistas, então, utilizavam-se de metáforas, 
metonímias e sinestesias (mistura de sentidos), entre outros recursos para conseguir tais 
resultados poéticos. 
A referência à morte e a presença de elementos como “luz” e “astro” conferem um tom 
místico, sobrenatural ao poema. 
Outra marca importante é a musicalidade que ocorre ao longo de todo o poema. Aqui destaca-
se a repetição do verso "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!", como se fosse o refrão de uma 
canção. Com isso, notamos a exploração da sonoridade de palavras, de figuras como a 
aliteração (repetição de som consonantal) e assonância (repetição do som vocálico), do 
recurso da rima e do ritmo poético para gerar uma musicalidade própria. 
 
Vocabulário 
 
Aurora - é uma claridade visível no céu antes do nascer do sol e que indica o começo do dia. 
Arrebol - a hora em que o sol está surgindo ou sumindo no horizonte. 
Ebúrnea – Feito de marfim ou branco como marfim.

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