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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CURSO DE MEDICINA DISCIPLINA DE DOENÇAS INFECCIOSAS TÉTANO * * * TÉTANO “É uma doença infecciosa não contagiosa na qual se manifestam espasmos musculares, localizados ou generalizados, provocados por uma toxina produzida pelo agente causal, Clostridium tetani.” * * * TÉTANO 1- Etiologia Clostridium tetani: - bacilo gram-positivo - esporulado (permanece viável por anos) - em tecidos normais, é fagocitado pelos macrófagos, mas os esporos podem sobreviver nos tecidos por períodos variáveis de um a 3,5 meses. - anaeróbio estrito - Toxina (Tétanospasmina) Presente em: -excrementos humanos/animais - Líqs. contaminados e putrefatos - Predileção solos § fertilizados § contaminados * * * TÉTANO Toxina : TETANOSPASMINA Protease sérica Rompe ponte Dissulfídica 2 cadeias Longa : penetração à célula nervosa Curta: Atividade neurotóxica http://www.biotox.cz/toxikon/bakterie * * * TÉTANO TETANOSPASMINA Junção neuro-muscular Ligação irreversível Sistema Autonômico SYNAPTOBREVINA Neurônios inibitórios SNC Não fusão de vesícula (Neurotransmissores) Membrana Pré Sináptica * * * * * * TÉTANO Infecção relacionada a contaminação: - Feridas penetrantes; - Fraturas expostas; - Ferimentos por arma branca; - Ferimentos por fogos de artifício; - Feridas cirúrgicas; - Queimaduras; - Infecções parenterais (viciados); - Cordão Umbilical (Recém-nascido). * * * TÉTANO “Para o crescimento do germe e a produção de toxina, são necessários tecidos necróticos e infecção piogênica associada.” <Atenção!> A mera exposição aos esporos do germe não é suficiente para causar a infecção. Toxina músculos + terminações nervosas motoras + M. Espinhal sintomas. P. de Incubação: 5-10dias (pode ser de hs). * * * TÉTANO 2- Incidência - Cosmopolita; - Dentre 1000 casos tétano / ano: § 30-60% de infectados morrem; § 60-70% das cças c/ Mal de 7 dias falecem. 3- Patologia “Não existem alterações patológicas no SNC e também no SNP.” * * * Tétano – Epidemiologia Distribuição universal: países desenvolvidos: pouco freqüente população sistematicamente vacinada com o toxóide tetânico; países não desenvolvidos: ocorre com altos índices de morbidade e mortalidade; qualquer raça; qualquer sexo; qualquer idade. * * * Tétano – Epidemiologia Mais freqüente: no sexo masculino, em qualquer idade RS: mulheres acima de 60 anos; zona rural: peões de fazendas, tratadores de animais; Jardineiros, soldados; baixo nível sócio-cultural; drogaditos injetáveis (principalmente nas injeções subcutâneas de heroína), associados a quadros mais graves. * * * Tétano – Epidemiologia Idade: países em desenvolvimento: crianças e adultos jovens, países desenvolvidos: idosos Brasil: Em 1999 inicia campanha de vacinação de idosos. Sazonalidade: nos países tropicais: qualquer época; regiões com climas frios ou temperados: maior freqüência na primavera e verão, maior exposição a traumas. * * * Tétano – Epidemiologia Dados atuais: países em desenvolvimento: letalidade Idosos e menores de cinco anos: 30%, países desenvolvidos: letalidade Idosos: 17% e menores de 5 anos: 10%, Evolução: Brasil Em 1982, 2.226/100.000 1,8/100.000 em 2000; Região Norte: de 3,2 para 0,57/100.000 Região Sudeste: de 1,0 para 0,01/100.000 Idades: Brasil Atualmente: dos 20 – 49 anos: 46,2%, 50 anos: 35,3% Região Norte e Nordeste: principalmente 15 anos * * * * * * * * * * * * TÉTANO 4- Quadro Clínico 4.1) Tétano Local -Rigidez ou espasmos dos mm da região do ferimento; - Raras vezes percebido pelo paciente. 4.2) Sintomas Prodrômicos - Irritabilidade; - Dores nas costas e membros; - Dor ou parestesia (formigamento) do local da lesão; Trismo (contratura do m. masseter) e/ou Disfagia pelo aumento da tonicidade da musculatura estriada do faringe, * * * TÉTANO 4.3) Contratura Permanente (Rigidez Muscular) - Trismo – Riso Sardônico; - Abdome em tábua; - Opistótono; - Rigidez de Nuca. OBS: Acomete grupos musculares isolados (localizado) ou se manifesta com hipertonia generalizada (Formas altas ou baixas) * * * Tétano – Quadro Clínico Trismo e riso sardônico: * * * TÉTANO 4.4) Espasmos Paroxísticos (convulsões) Quadro que se manifesta por exacerbações paroxísticas da hipertonia, determinado por estímulos sonoros, luminosos, manejo do paciente, micção, etc. OBS: Atentar p/ um possível quadro de asfixia c/ parada respiratória. * * * TÉTANO Acme (sintomas do período de estado): progressiva hipertonia da musculatura estriada: rigidez de nuca, paravertebral (opistótono), torácica, abdominal, membros e face, contratura da mímica facial: riso sardônico por repuxamento da comissura labial, acentuação das dobras naturais e diminuição da fenda palpebral, contratura dos músculos estriados do faringe: disfagia ou até espasmo de glote levando à asfixia, hipertonias paroxísticas localizadas ou generalizadas, * * * * * * TÉTANO NEONATAL 5- Tétano Umbilical ou Mal dos Sete dias Causado pela contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo, presentes em: * Instrumentos contaminados secção do cordão umbilical * Substâncias usadas p/ cobrir o C.Umb.: Teia de Aranha; Pó de café; Fumo; Esterco. * * * TÉTANO NEONATAL Classificação quanto ao foco: tétano umbilical ou neonatal: ligadura do cordão umbilical em condições sépticas. tétano não-umbilical ou acidental: traumático, dentário, ginecológico, etc. * * * TÉTANO NEONATAL OBSERVAÇÃO Esta variante de tétano está praticamente eliminada em países ricos, todavia, nos países em desenvolvimento é um importante problema de saúde pública. Atenta-se p/ o fato de que: - 50% mortes neonatais; - 25% da mortalidade infantil. * * * TÉTANO NEONATAL Quadro Clínico - Início: 5-13 dias (após contaminação do c.umbilical); - Dificuldade do RN em pegar o seio, c/ prejuízo no Reflexo de Sucção; - Trismo; - Disfagia; - MMII em hiperextensão e MMSS em hiperflexão; - Mãos em flexão forçada; - Opistótono intenso; - Pode desenvolver riso sardônico. * * * * * * TÉTANO– Quadro Clínico Classificação Localização da hipertonia: Localizado: atinge alguns músculos ou grupamentos musculares: ex.: Tétano monoplégico ou paraplégico, Generalizado: mais freqüente, Cefálico: ocorre quando a lesão é na cabeça ou pescoço, forma muito grave, com mau prognóstico, usualmente comprometendo o sétimo par craniano. * * * TÉTANO 6- Tétano Localizado Hipertonia determinado grupo muscular; ou pequenos grupos musc. vizinhos. 6.1) Forma Monoplégica ou Paraplégica - Restrita à musculatura lombo-sacra. 6.2) Formas Cefálicas Bulboparalítico ou Oftalmoplégico de Worms (1905) – variante do Cefálico de Rose mais oftalmoplegia. * * * TÉTANO Cefálico de Rose (1872) - Conseqüência de um ferimento no segmento cefálico, caracterizado por: • Paralisia Facial do mesmo lado do foco e às vezes bilateral; • Trismo; • Disfagia; • Hipertonia da Mímica; • Espasmos da glote e faringe asfixia; • Morte. * * * TÉTANO– Quadro Clínico Classificação Gravidade: Benigno: leve grupo I Grave: grupo II Gravíssimo: Altíssima letalidade. * * * TÉTANO– Quadro Clínico Benigno: período de incubação: maior que sete dias (habitualmente maior que 14 dias), período de progressão: maior que 48 h se houver (em geral superior a 6 dias), sem disfagia, ingesta dificultada pelo trismo; hipertonia muscular: pequena, com dinâmica respiratória conservada, geralmente localizada em face, nuca e parte superior do tronco, espasmos: quando presentes, são rápidos, escassos e geralmente tônicos, * * * TÉTANO– Quadro Clínico Benigno: resposta ótima à medicação: sedativos e relaxantes musculares. mortalidade: ausente ou por intercorrências: Infarto do miocárdio, AVC, etc, * * * TÉTANO– Quadro Clínico Grave: período de incubação inferior a sete dias, período de progressão inferior a 48 h, hipertonia muscular comprometimento da mecânica respiratória, disfagia, convulsões intensas e freqüentes, acúmulo se secreções em vias respiratórias, crises de apnéia, sudorese, resposta adequada à terapia miorrelaxante e sedativa, mortalidade: em torno de 10%. * * * TÉTANO– Quadro Clínico Gravíssimo: período de incubação curto, período de progressão pode estar ausente: o primeiro sinal clínico pode ser convulsão, mesmo quadro do tétano grave, acrescido de: rigidez muscular acentuada dificuldade respiratória, diminuição contínua da capacidade vital e sinais de insuficiência respiratória; convulsões tônicas intensas mantidas episódios de espasmo de laringe e apnéia. * * * Tétano – Quadro Clínico Gravíssimo: freqüente: hipertermia, retenção urinária, hemorragia digestiva por úlcera de stress, hiperexcitabilidade simpática: taquicardia, hipertensão ou hipotensão arterial sistêmica alternadas, diaforese, insuficiência cardiopulmonar, paralisias de músculos lisos o fragmento B da toxina parece ser o responsável. * * * Tétano – Quadro Clínico Gravíssimo: resposta à medicação: sedativos e miorrelaxantes: inadequada, torna-se necessário: curarização, traqueostomia e ventilação artificial prolongada. * * * Tétano – Quadro Clínico Complicações: pneumonias (principalmente de aspiração); infecção urinária, septicemias; flebites, trombose, embolia pulmonar; atelectasia pulmonar; asfixia, constipação, retenção urinária; fraturas de vértebras, principalmente dorsais (cisalhamento); fraturas de costelas (deformidade torácica), dentes e mandíbula; hemorragia digestiva e traqueal; Crise hipertensiva (hipertoniaadrenalina). exaustão pela contratura mantida e morte. * * * TÉTANO 8- Evolução e Prognóstico - Prognóstico grave em todos casos; - Taxa de Mortalidade > 50%; - Fatores que influenciam no prognóstico: • Período de Incubação longo; • Qndo ñ há crises convulsivas ou são tardias; - Em neonatais – óbito em 3-10 dias, tendo como principal causa a Paralisia Respiratória; - Pior prognóstico – RN e idosos (extremos). * * * TÉTANO 9- Diagnóstico Diferencial Meningites; Intoxicação por Estricnina; Raiva; Histeria; Processos Inflamatórios (exemplo – região bucoamigdalofaríngea e trismo). * * * Tétano – Laboratório Laboratório: Hemograma: normal leucocitose neutrófila e linfopenia: infecções secundárias Alfa-2 e Gamaglobulinas elevadas, Alfa-1 e Beta diminuídas, Creatinofosfoquinase e aldolase: elevadas. Atividade da Colinesterase sérica diminuída. Catecolaminas séricas elevadas. Transaminases elevadas nos quadros graves. * * * Tétano – Laboratório Laboratório: Hemocultura: bacteriemias e septicemias. EQU: albuminúria e hematúria eventualmente, Uréia e Creatinina séricas elevadas: insuficiência renal por anóxia (mau prognóstico). Hipercalemia no início e hipocalemia no final, Eletrólitos normais: controle para avaliação da hidratação parenteral. * * * Tétano – Laboratório Laboratório e Radiologia: Gasometria: hipoxemia, acidose metabólica e hipercapnia: pneumonia, bloqueio torácico e asfixia. Radiografias: investigar fraturas, ferimento: para evidenciar possível corpo estranho radiopaco. * * * TÉTANO 10- Tratamento (A) Inespecífico: • Sedação • Medidas Gerais (B) Específico: • Desbridamento do Foco • Antibióticos • Imunização (passiva e ativa) * * * TÉTANO 11- Desbridamento de Foco Desbridamento amplo Eliminação do C. tetani e das condições de anaerobiose; Infiltração perifocal de Soro Antitetânico (1.500-10.000 UI) Apenas em alguns serviços; Objetivo: neutralizar a toxina nos tecidos circunvizinhos. * * * TÉTANO 12- Antibióticos (ação bacteriostática e lítica) Adultos: § Penicilina G Cristalina 500.000-2.000.000 UI/4-4h ou 6-6h/IM ou EV; § Tetraciclina 2-4 g/dia/IM ou EV. Crianças: § PG Cristalina 150.000 UI/Kg/dia/4-4h/EV Atenção! 1- SAT – doses > 60.000 UI são desnecessárias 2- Gama-globulina antitetânica * * * TÉTANO 13- Tratamento Inespecífico Sedação: • Diazepínicos - VALIUM® • Fenotiazínicos - AMPLICTIL® NEOZINE® • Barbitúricos/Fenobarbital - GARDENAL® • Relaxamento Muscular • Medidas Gerais em UTI • Conforto e segurança ao pcte * * * Tétano – Tratamento Relaxamento muscular e inibição das convulsões: Diazepan: Lorazepan ou midazolan podem ser úteis por VO. Prometazina (nos casos muito graves): 1 amp de 12/12 h ou de 8/8 h. * * * Tétano – Tratamento Disautonomia neurovegetativa: Clonidina: 300 g VO de 8/8 h. Hibernação artificial: clorpromazina, prometazina, meperidina (uma ampola de cada): em 500 ml de soro glicosado, endovenoso, 8 a 12 gts/min (em Y com hidratação). fenobarbital: 200 mg IM de 12/12 h. clorpromazina: 100 a 300 mg/dia EV ou IM * * * Tétano – Tratamento Curarização: brometo de pancurônio (Pancuron ou Pavulon - curare de ação rápida): galamina (trietiodeto de) - Flaxedil: cloreto de alcurônio, dialiltoxiferina - Alloferine: cloreto de mivacúrio - Mivacron: besilato de antracúrio - Tracrium brometo de vecurônio - Norcuron: A curarização pode ser mantida até 10 dias quando se inicia a retirada (em cinco dias), mantendo a respiração assistida por 2 ou 3 dias após retirada total. * * * Tétano – Tratamento Traqueostomia: se retenção de secreções, apnéias, asfixia, infecção pulmonar, atelectasia, coma - tétano cefálico. Hiperatividade simpática: propranolol (80 a 120 mg/dia) ou labetalol (melhor opção por ser bloqueador alfa e beta-adrenérgico: 50 a 100 mg de 6/6 h VO, ou 0,25 1 mg/min EV, por 3 a 5 dias). * * * Tétano – Tratamento Analgesia: morfina, sulfato de magnésio, bloqueio epidural. Cuidados Gerais: higiene, diurese, função intestinal (manter fezes pastosas, dieta líquida ou pastosa (hiperproteica e hipercalórica), fisioterapia. * * * Tétano – Seguimento Prognóstico: Internação: tempo médio é de 15 a 30 dias. Alta: quando não houver hipertonia e o paciente puder deambular Sem fraturas ou processos infecciosos: evolução sem seqüelas. * * * TÉTANO 14- Prevenção “A prevenção está na vacinação. Não existe nenhum outro tipo conhecido. A vacina é obtida da própria toxina tetânica, atenuada em sua virulência por processos artificiais.” Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * OBRIGADO !! THAT’S ALL FOLKS !! * * * * * *
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