Prévia do material em texto
8 Introdução Podemos considerar a eletrônica analógica como um dos principais pilares nos quais sustentam este grande boom na evolução tecnológica a qual vivenciamos. Teoremas, !"#$%&'()*"#+$,-)#$-$./"$)010)2"2-$2-$2-#*! -&("#$3.-$0!$%"##"2!$2-,)0-"&"/$!$&./!$ na evolução da eletrônica, serviram como base para novas descobertas e continuam %&-#-0(-#$-/$0!##!$*!()2)"0!+$0!$2-#-04!,4)/-0(!$2!$/")#$#)/%,-#$"!$/")#$#!1#()*"2!$ circuito eletrônico. No passado, uma simples fonte de alimentação chaveada desenvolvida com objetivo de ",)/-0("&$./$-3.)%"/-0(!$3.",3.-&$-&"$#)050)/!$2-$2-#"1!+$("0(!$%-,!$2-#-04!,4)/-0(!$ -,-(&50)*!$-/$#)$3."0(!$%-,!$&-#.,("2!$10",$2!$%&!2.(!$6("/"07!+$%-#!+$-04-,!%"/-0(!$ etc.). Fazendo uma analogia com os dias de hoje, temos disponibilizados, pelos grandes fabricantes de componentes eletrônicos, módulos chaveados já encapsulados e validados, nos quais, apenas temos o trabalho de escolher o que melhor atenda às -#%-*)1*"89-#$2!$%&!:-(!$-$"##)/$.(),);'<,!#=$>.2!$?&"8"#$@$-4!,.8A!$2"$-,-(&50)*"= Nessa disciplina de eletrônica analógica, estaremos relembrando a física dos semicondutores que de fato é a base para o entendimento dos diodos, transistores e "/%,)1*"2!&-#$!%-&"*)!0")#+$3.-$#-&A!$" !&2"2!#$"!$,!0?!$2-#(-$-#(.2!= Objetivos » Promover ao aluno um contato direto aos componentes semicondutores básicos aplicados à eletrônica analógica despertando, assim, uma visão crítica para projeto e análises futuras de circuitos eletrônicos. » Analisar os conceitos abordados pelo material, bem como ser capaz de implementar soluções criativas baseada em técnicas e exemplos abordados. » B!/%&--02-&$ "$ )/%!&(C0*)"$ 2!#$ #-/)*!02.(!&-#$ -$ "10#$ 0!$ desenvolvimento da eletrônica, utilizando, dessa forma, o conhecimento adquirido para implementação e resolução de problemas correlacionados. 9 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA CAPÍTULO 1 Introdução à eletrônica analógica Figura 1. Robert A. Pease. *famosa frase do designer Famosa frase do designer de circuitos analógicos Robert A. Pease falecido em 18 de junho de 2011 aos 70 anos. Fonte: <http://www.ti.com/ww/en/bobpease/index.html>. Acesso em: 21/12/2018. Em um passado não muito distante, no qual alguns de nós presenciamos estes fatos, a simples comunicação entre pessoas que residiam em localidades muito distantes era realizada apenas via cartas, as quais demoravam longos dias até sua chegada ao destino. Com o passar dos tempos e a evolução nos setores eletrônicos, foi possível, mediante grandes estudos e descobertas revolucionárias, a evolução extraordinária em que a humanidade vive hoje. Podemos listar alguns fatos marcantes como a criação do rádio, da TV, do telefone, entre outros tantos. Em particular o telefone que possibilitou a comunicação entre as pessoas que, no 10 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA passado, acontecia via cartas, de forma imediata. Nos dias modernos, as pessoas não necessitavam esperar dias para uma resposta, podem tê-las no momento que desejarem em apenas um click. Toda essa evolução permitiu chegarmos aos dias de hoje, em que o número de telefones celulares mundial está quase superando o número da população. Imagine os dias de hoje sem o papel impar da evolução da eletrônica, onde estaríamos agora? Sem falar nos equipamentos voltados para a área médica, os quais permitiu diagnósticos mais precoces favorecendo, assim, ao paciente, um tratamento mais prematuro, aumentando, assim, em muito, suas chances de cura. Seria possível viver sem essa evolução? <http://www.ti.com/ww/en/bobpease/index.html>. Introdução à eletrônica analógica O início da história da eletrônica deu-se há muito tempo, mais precisamente no século DEFF+$3."02!$G!)$! #-&4"2!+$0"$H&I*)"+$%-,!$1,J#!G!$>",-#$2-$K),-(!+$3.-$!$C/ "&$"(&)("2!$ era capaz de atrair objetos, ou seja, era a carga estática induzida sobre o dispositivo. Mais tarde, Benjamin Franklin, em seus estudos, considerava a eletricidade como um L.M!$3.-$#-$2-#,!*"4"$2-$./$*!&%!$%"&"$!.(&!=$N."02!$-##-$L.M!$#-$2-#,!*"4"$2-$./$ corpo com menos carga para um com mais carga, então era dito que esses corpos eram 0-?"()4!#$ -$ %!#)()4!#+$ &-#%-*()4"/-0(-=$ O##-$ *!0*-)(!$ 2-$ L.M!$ -,I(&)*!$ G!)$ &-10"2!+$ ainda no século XVII, por Charles Coulomb. Já no século XVIII, graças aos estudos e experiências de Michay Faraday e James Clark Maxwell, ocorreu uma enorme disseminação do conhecimento da eletricidade e do /"?0-()#/!=$P-##"$/-#/"$I%!*"+$H=Q=$R)&*7!S$2-#-04!,4-.$"#$ (A!$ *!07-*)2"#$T-)#$ 2-$R)&*7!S$0!$/-)!$-,-(&50)*!$-$U=U=$>7!/#!0$2-#*! &).$-$2-(-&/)0!.$3.-$"$*"&?"$2!$ elétron era negativa. Em meados do século XIX, aconteceu um capítulo impar na história da eletrônica. John Barbeen, Walter Bratain e Willian Shokley, todos da Bell Telephone Laboratories desenvolveram um componente eletrônico, o transistor BJT, que, sem dúvida alguma, revolucionou todo o conceito de eletrônica até então conhecido. Com a descoberta dos transistores, permitiu-se a inicialização do desenvolvimento de outros componentes eletrônicos baseados em semicondutores, tais como os circuitos integrados no qual deu- 11 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I #-$ !&)?-/$ "$ !.(&!#$ )/%!&("0(V##)/!#$ *!/%!0-0(-#$ -,-(&50)*!#$ *!/!$ "/%,)1*"2!&-#$ operacionais, comparadores, memórias, microcontroladores, microprocessadores etc. Se nos dias atuais têm-se processadores extremamente robustos executando multitarefas há velocidades extremamente altas, tudo isso se deu graças à invenção e à evolução principalmente dos transistores. 12 CAPÍTULO 2 Física dos semicondutores A descoberta dos materiais semicondutores permitiu à eletrônica, de um modo geral, a evoluções imensuráveis no desenvolvimento de componentes eletrônicos. Os microprocessadores de nossos computadores ou telefones celulares possuem milhares de transistores interconectados, que não seriam possíveis sua realização se não fossem os materiais semicondutores. Para entendermos melhor os semicondutores, é importante termos claramente em mente a ideia do que são condutores e isolantes. W$ *!02.()4)2"2-$ -,I(&)*"$ 6XY$ I$ .(),);"2"$ %"&"$ -#%-*)1*"&$ !$ /"(-&)",$ 3."0(!$ "$ #."$ característica elétrica, ou seja, o quão fácil é o material na condução de uma corrente elétrica. Para tal, tem-se que: 1 p ! Como pode ser notado na equação acima, a condutividade elétrica é inversamente %&!%!&*)!0",$@$ &-#)#()4)2"2-$Z=$O##"$*!02.()4)2"2-$ "#-)"<#-$0!$ G"(!$2!#$-,I(&!0#$2"$ última camada de cada átomo, elétrons livres, serem capazes de migrarem para átomos vizinhos, logo o número de elétrons na órbita de valência é a chave para a condutibilidade. Alguns materiais sólidos possuem boas características de condutividade e outros com *"&"*(-&V#()*"#$0A!$(A!$ !"#=$[!2-/!#$*,"##)1*"&$!#$/"(-&)")#$#J,)2!#$-/$\$6(&]#Y$?&.%!#$ quanto sua condutividade elétrica, são eles: condutores, isolantes e semicondutores. Condutores Para os materiais condutores, os elétrons livres da última camada estão fracamente ligados ao núcleo. Dessa forma, podem ser arrancados facilmente. Possuem apenas ./$-,I(&!0$0"$*"/"2"$2-$4",]0*)"=$^/$*!02.(!&+$%!&$-M-/%,!$!$G-&&!+$%!##.)$"%-0"#$ dois elétrons na última camada, que podem ser arrancados com facilidade do núcleo, por isso dizemos que ele é um bom condutor. São exemplos de condutores elétricos os metais em geral, tais como cobre, ferro, ouro e prata. Existe um fenômeno físico que foi descoberto em 1911 pelo físico holandês Kamerlingh _00-#=$ O/$ #-.#$ -#(.2!#$ -,-$ 4-&)1*!.$ 3.-$ 2-(-&/)0"2"#$ #. #(C0*)"#$ 3."02!$ -/$ temperaturas extremamente baixas, muito próximas do zero absoluto, apresentavam 13 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I resistência elétrica praticamente nula, ou seja, os elétrons livres que fazem a condução da corrente elétrica podiam transitar livremente na estrutura cristalina. Observado %-,!$GV#)*!+$-##-$G-05/-0!$1*!.$*!07-*)2!$*!/!$#.%-&*!02.()4)2"2-$-$!$/"(-&)",$3.-$se encontra nesse estado é denominado de supercondutor. P!$/-&*`&)!$-##-$G-05/-0!$!*!&&-$@$(-/%-&"(.&"$2-$a$R-,4)0$6<bcd+efgBY+$:'$!$*7./ !$ @$(-/%-&"(.&"$2-$hR$6<bcc+efg$BY= A supercondutividade é muito importante e tem larga aplicação. Essa propriedade não se limita apenas à aplicação na transmissão de energia elétrica, mas também em outras tais como: » Construção de magnetos supercondutores capazes de gerar campo /"?0I()*!$ -M(&-/"/-0(-$ G!&(-=$ ^/"$ .(),);"8A!+$ %!&$ -M-/%,!$ I$ "$ construção dos chamados aceleradores de partículas. » Aparelhos eletrônicos que funcionam à base de eletricidade, diminuindo o seu tamanho e seu gasto de energia. » Fios supercondutores utilizados em computadores, permitindo que os chips sejam cada vez menores e mais rápidos no processamento de dados. » O/$V/A#+$%-&/)()02!$3.-$-,-#$%!##"/$L.(."&$#! &-$"$#.%-&GV*)-$2-$./$ material supercondutor. Esse fato possibilita a construção e operação dos *7"/"2!#$(&-0#$ ","+$!#$3.")#$(&"G-?"/$"%-0"#$L.(."02!$#! &-$!$(&),7!= Isolantes Para os materiais que não conduzem eletricidade, ou seja, não há movimento das cargas elétricas, são caracterizados como isolantes. Para estes materiais, quando aplicado uma diferença de potencial entre as suas extremidades, não há movimento dos elétrons livres. Nesse caso, os elétrons livres da última camada estão fortemente ligados ao núcleo. Possuem oito elétrons na camada de valência. Os materiais isolantes são utilizados, por -M-/%,!+$%"&"$)#!,"8A!$2-$1!#$-,I(&)*!#$2-$",("$%!(]0*)"= Os materiais isolantes elétricos possuem uma característica chamada de rigidez dielétrica essa característica trata do fato de que essas matérias suportam um determinado valor máximo de campo elétrico. Se esse valor máximo for ultrapassado, o material, mesmo que isolante, passará a se comportar como condutor, ou seja, rompeu-se a rigidez dielétrica do material e passasse então a circular uma corrente elétrica. O papel por 14 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA -M-/%,!+$%"&"$(-&$#."$&)?)2-;$2)-,I(&)*"$&!/%)2"+$#A!$0-*-##'&)!#$ec$iEj//+$!.$#-:"+$ #A!$0-*-##'&)!#$ec=kkk$4!,(#$%"&"$*"2"$/),V/-(&!$2-$%"%-,=$ Dentre os vários isolantes podemos citar como exemplos: borracha, isopor, papel, vácuo, vidro, lã, madeira, plástico etc. Semicondutor A própria expressão “semicondutor” apresenta uma sugestão sobre sua característica. O %&-1M!$l#-/)m$I$0!&/",/-0(-$"%,)*"2!$"$./"$G")M"$2-$0V4-)#$#)(."2"$-0(&-$2!)#$,)/)(-#=$ ^/$#-/)*!02.(!&$I+$%!&("0(!+$!$/"(-&)",$3.-$%!##.)$./$0V4-,$2-$*!02.()4)2"2-$-0(&-$ os extremos de um isolante e um condutor. Tipicamente os elementos químicos puros mais usados como semicondutores são o germânio e o silício uma vez que são amplamente utilizados pela indústria de eletrônicos. O silício é muito mais utilizado, mas o germânio tem ainda continua com uma modéstia produção. Esses elementos apresentam estrutura cúbica cristalina que consiste em uma repetição tridimensional de uma célula primitiva, tetraedro. Essa estrutura se forma devido à característica covalente da ligação química. <http://www.coladaweb.com/quimica/eletroquimica/condutores-e-isolantes- semicondutores/>. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Condutividade_el%C3%A9trica>. Estrutura atômica N."02!$! #-&4"/!#$!$/-)!$"/ )-0(-$#! $!#$!,7!#$2"$GV#)*"+$%-&*- -/!#$3.-$(!2!#$!#$ materiais na verdade são compostos por moléculas que, por sua vez, são constituídas de átomos. Os átomos, bem como as moléculas, são constituídos por partículas ainda menores, denominadas de prótons, elétrons e nêutrons. Podemos visualizar essas %"&(V*.,"#$%!&$/-)!$2"$n)?.&"$b=$[!&("0(!+$I$2-10)2!$3.-o » Prótons: possuem cargas elétricas positivas. » Elétrons: possuem cargas elétricas negativas. » Nêutrons: ausência de cargas elétricas. 15 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Para uma melhor compreensão dos estudos de semicondutores é de fundamental importância o entendimento da estrutura do átomo, que aqui é mostrado pelo modelo atômico de Bohr ou Rutherford-Bohr, pois foi um aperfeiçoamento do cientista Bohr para o modelo de Rutherford. Segundo Bohr, os elétrons permanecem incessantemente girando nas camadas externas ao redor do núcleo do átomo, em uma analogia ao nosso sistema solar. _$/!2-,!$2-$p!7&$2-10-$3.-o » O átomo é formado por um núcleo, com prótons e nêutrons, e níveis de energia quantizados onde estão os elétrons. Os níveis de energia também são chamados de camadas. » _#$ -,I(&!0#$ #A!$ 2)#(&) .V2!#$ -/$ #-(-$ *"/"2"#$ 6%-&V!2!#$ 2"$ (" -,"$ %-&)J2)*"Y$2-0!/)0"2"#o$R+$T+$K+$P+$_+$[$-$N+$*!/$0!$/'M)/!$b+$q+$eq+$ \b+$\b+$eq$-$q$-,I(&!0#+$-/$*"2"$*"/"2"$&-#%-*()4"/-0(-= OM)#(-$./$/!2-,!$".M),)"&$%"&"$"$*!01?.&"8A!$2!#$-,I(&!0#$2!#$'(!/!#$-$2!#$V!0#$"(&"4I#$ de subníveis de energia. Este método é chamado de Diagrama de Linus Pauling em homenagem ao seu criador Linus C. Pauling, ou Diagrama de Distribuição Eletrônica e auxilia na determinação de algumas características dos átomos. Figura 2. Modelo atômico de Bohr. PRÓTON NÉUTRON ELETRON NÚCLEO Fonte: <https://pm1.narvii.com/6893/20cc78583c8151ff89a4b0cce19bd2001a11a099r1- 600-343v2_hq.jpg>. Acesso em: 21/12/2018. O#(-$/!2-,!$"%&-#-0("$("/ I/$./"$2)#(&) .)8A!$-/$#. 0V4-)#+$#-02!$2-10)2!#$*!/!o » #$r$#7"&%$60V()2!Y$*!/$"(I$b$-,I(&!0#= » %$r$%&)0*)%",$*!/$"(I$c$-,I(&!0#= » 2$r$2)S.#-$62)G.#!Y$*!/$"(I$ek$-,I(&!0#= » f = fundamental com até 14 elétrons. 16 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA Partido deste esquema, uma combinação de camadas, subníveis e elétrons, Pauling organizou os elétrons seguindo uma ordem crescente de energia nos diferentes subníveis. s-?.)02!$ "#$ #-("#$ 2)"?!0")#+$ 4-:"$ n)?.&"$ \+$/!0("/!#$ "$ #-3.]0*)"$ 2!$t)"?&"/"$2-$ Linus Pauling: 1sb$b#b$b%c$\#b$\%c 4sb$\2ek 4pc$f#b 4dek$f%c$c#b 4f14$f2ek$c%c 7sb$fG14$c2ek 7pc. Para a utilização do Diagrama de Linus Pauling deve se seguir o seguinte procedimento: » Devemos observar o número atômico do átomo que vamos trabalhar, pois este é igual ao número de elétrons. A partir deste fator faremos a distribuição eletrônica. » Distribua os elétrons de cima para baixo em diagonal, respeitando a ordem crescente de energia dos subníveis. » Coloque o número máximo de elétrons em cada subnível deixando para o último subnível o que resta para totalizar os elétrons do átomo. » Some os elétrons distribuídos para não ultrapassar o valor do número atômico. [!&$-M-/%,!+$%"&"$!#$'(!/!#$2-$B"& !0!$6cY$-$sJ2)!$6eeY$"$2)#(&) .)8A!$1*"$2"$#-?.)0(-$ maneira. Cc = 1sb$b#b$b%b Na11 = 1sb$b#b$b%c$\#1 Figura 3. Diagrama de Linus Pauling. K L M N O P Q 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 5s2 5p6 5d10 6s2 6p6 6d10 7s2 7p6 5f14 4f14 Fonte: <https://quimicaparaconcursos.com/blog/wp-content/uploads/2017/10/diagramadepauling.png>. Acesso em: 21/12/2018. 17 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Caso o aluno interessado deseja aprofundar ou relembrar os conhecimentos a respeito dos átomos, acesse <http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo>. Átomos de germânio e silício ["&"$./$-,-/-0(!$"(5/)*!$#-&$*,"##)1*"2!$*!/!$#-/)*!02.(!&+$-,-$2-4-$%!##.)&$"%-0"#$ quatro elétrons em sua camada de valência ou órbita mais externa. O germânio e o #),V*)!$%!##.-/$-#("$*"&"*(-&V#()*"$-$#."#$*"/"2"#$!& )(")#$%!2-/$#-&$4)#("#$0"$1?.&"$"$ seguir. Figura 4. Átomo de germânio e silício. 4 elétrons na última camada Silício 14 prótons 14 elétrons Germânio 32 prótons 32 elétrons +14 +32 Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-McEDemwcv7M/UenD6knpzgI/AAAAAAAACx0/gOvXTCiugBM/s1600/01.jpg>. Acesso em: 21/12/2018. Átomo de germânio !" #$%!%" &'" (')!*+,%" -%../," /!" +012'%" 1%!" 34" -)5$%+." '" .'/." '26$)%+." '.$7%" distribuídos em suas camadas orbitais externas. Esta distribuição acontece da seguinte 8%)!9:"4"'26$)%+."'.$7%"1%!-%+&%"9"-),!',)9"5);,$9<"="+9".'(/+&9"5);,$9<">="+9"$')1',)9" órbita e 4 elétrons na quartaórbita ou órbita de valência. Portanto, o germânio, como todos os materiais semicondutores, possui apenas 4 elétrons em sua camada de valência. Para saber mais a respeito do átomo de germânio, acesse <http://pt.wikipedia. org/wiki/Germ%C3%A2nio>. 18 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA Átomo de silício O silício é o material mais conhecido e também mais comumente utilizado como .'!,1%+&/$%)?" !"#$%!%"&'.$'"!9$'),92" ,.%29&%"6" 1%!-%.$%"-%)" >@"-)5$%+." '!".'/" +012'%"'">@"'26$)%+."&,.$),;/A&%."'!"./9."5);,$9."'B$')+9.<"&9".'(/,+$'"8%)!9:"4"'26$)%+." '.$7%"1%!-%+&%"9"-),!',)9"5);,$9<"="'26$)%+."+9".'(/+&9"5);,$9"'"@"'26$)%+."+9"$')1',)9" órbita ou órbita de valência. Para saber mais a respeito do átomo de silício acesse: <http://pt.wikipedia.org/ wiki/Sil%C3%ADcio>. Bandas de energia Como mencionado anteriormente, os elétrons giram ao redor do núcleo em regiões, ou orbitais. Esses orbitais são num total de 7 e recebem o nome de camadas ou bandas &'"'+')(,9"1%!%",2/.$)9"9"C,(/)9"D?"E!"/!"#$%!%<"9";9+&9"!9,."'B$')+9"9%"+012'%"6" chamada de camada de valência ou banda de valência. Os elétrons desta camada têm função muito importante, pois na maioria das vezes, são eles que participam das reações químicas e dos fenômenos elétricos. F."#$%!%."1%!"><"4"'"3"'26$)%+.<"+9"19!9&9"&'"G92H+1,9<"$H!"1')$9"891,2,&9&'"'!"1'&HI 2%.<"$)9+.8%)!9+&%I.'"9..,!"'!"A%+."-%.,$,G%.J"%"92/!A+,%"KL2M<"%"1#21,%"KN9M<"%".5&,%" KO9M"'$1? F."#$%!%."1%!"D<"P"'"Q"'26$)%+.<"+9"19!9&9"&'"G92H+1,9<"$H!"891,2,&9&'"'!"(9+R9)"'26$)%+.<" $)9+.8%)!9+&%I.'"'!"A%+."+'(9$,G%.J"%"85.8%)%"KSM<"%"%B,(H+,%"KFM<"%"12%)%"KN2M"'$1? Os átomos com 4 elétrons, na camada de valência, geralmente não ganham nem perdem elétrons, é %"T/'"%1%))'"1%!"%".,2A1,%"KU,M"'"%"(')!*+,%"KV'M<".'!,1%+&/$%)'.? Figura 5. Camadas orbitais de um átomo. Núcleo K L M N O P Q 2 8 18 32 32 18 8 Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-cx7vwmfD2uU/U5Ww-162fKI/AAAAAAAAANI/F_VMYXt-Mew/s1600/camada.gif>. Acesso em: 21/12/2018. 19 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Cristais de Si Os cristais são combinações de átomos iguais que se unem para formar um sólido. Para a formação de um cristal de silício é necessário que cada átomo de silício ceda seus elétrons livres, de sua camada de valência, para outros átomos de silício. Dessa forma, a 5);,$9"&'"G92H+1,9"&%."#$%!%."&'".,2A1,%"9(%)9"-9..9)#"9"-%../,)"="'"+7%"!9,."@"'26$)%+.<" 1%+8%)!'"C,(/)9"P?"W'..9"8%)!9<"%"#$%!%"&'".,2A1,%".'"$%)+9"T/,!,19!'+$'"'.$#G'2? Figura 6. Formação de um cristal de silício e ligações covalentes. Ligações Covalentes Átomos próximos compartilham Elétrons Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Fonte: <https://www.electronica-pt.com/imagens/ligacoes-covalentes.png>. Acesso em: 21/12/2018. Ligações covalentes N%!%"G,!%."-%)"!',%"&9"X(/)9"P<"-9)9"8%)!9Y7%"&%"1),.$92"&'".,2A1,%<"%."#$%!%."&'"U," se unem trocando os elétrons da camada de valência. Desse modo, o átomo central -9..9)#"9"-%../,)"="'26$)%+."+9"./9"19!9&9"&'"G92H+1,9? Essa característica faz com que os elétrons, da camada de valência, agora não mais pertençam a um átomo isolado, mas sim compartilhados com átomos adjacentes. Esse tipo de ligação química, na qual os elétrons são compartilhados por meio de forças em sentidos opostos, sendo o elo entre as partes dos átomos, é chamado de ligação covalente. Em um cristal de silício existem bilhões de átomos de silício, cada um com oito elétrons de valência. Esses elétrons de valência são as ligações covalentes que mantêm os átomos de cristal unidos, formando o sólido. Para saber mais sobre ligação covalente, veja este vídeo: <http://www.youtube. com/watch?v=ThoD-SAczw8>. 20 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA Lacuna Vimos anteriormente que em um cristal de silício temos átomos estabilizados por ligações covalentes. Na prática só é possível obter uma estrutura cristalina quando os #$%!%."&%"1),.$92"&'".,2A1,%"'.$7%"9"$'!-')9$/)9"&'"Z')%"9;.%2/$%"KI4Q3[NM?"E+$)'$9+$%<" quando submetidos a temperaturas superiores, inicia um processo de vibração &'+$)%"&%"1),.$92"+9"T/92".'"$%)+9!"&'-'+&'+$'"&'..9"$'!-')9$/)9?"\/9+$%"!9,."92$9" a temperatura, maior será esta vibração. Essas vibrações podem deslocar elétron da camada de valência deixando um vazio. Como o átomo era neutro e perdeu um elétron passa a existir uma região de carga positiva que agora é chamado de lacuna. Dessa 8%)!9<"-%&'I.'"&,Z')"$9!;6!"T/'"9"291/+9"9('"1%!%"19)(9"-%.,$,G9?"L".'(/,+$'"X(/)9"" ilustra esse processo. Figura 7. Processo de surgimento de uma lacuna. Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Silício puro à temperatura ambiente (300K) Ocorrem quebras de ligações covalentes: geração térmica Fonte: <https://slideplayer.com.br/slide/3627825/11/images/5/Sil%C3%ADcio+Puro+%C3%A0+temperatura+ambiente+%283 00+K%29+Si.jpg>. Acesso em: 21/12/2018. Recombinação e tempo de vida A recombinação ocorre quando os elétrons livres que estão se movendo aleatoriamente pelo cristal, em uma banda chamada banda de condução, ao se aproximarem de uma lacuna, são atraídos e consequentemente capturados. Dessa forma, a lacuna antes existente na banda de valência é preenchida por um elétron livre. O tempo médio de surgimento até o desaparecimento de uma lacuna, tempo de vida, é da ordem de alguns nano a microssegundos. 21 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Processo de condução no cristal de Si Como estudado anteriormente, vimos que quando uma rede cristalina se encontra sob a temperatura de zero absoluto, os elétrons estão fortemente presos à camada de valência -%)"2,(9Y]'."1%G92'+$'.<"2%(%"%"^/B%"&'"'26$)%+."2,G)'."+7%"'B,.$,)#?" Figura 8. Circuito e banda de energia à temperatura de zero absoluto. Si Puro Energia Metal Metal Banda de Condução Banda 1 Banda 2 Banda de Valência Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAXn0AH/semicondutores>. Acesso em: 21/12/2018. S%&'!%."G'),X19)"T/'"9";9+&9"&'"1%+&/Y7%"'.$#"G9Z,9"'"+7%"R#"1%))'+$'"^/,+&%"-'2%" silício. \/9+&%" 9" $'!-')9$/)9" 9!;,'+$'" 1%!'Y9" 9" 9/!'+$9)<" '!" )'29Y7%" 9%" Z')%" 9;.%2/$%<" inicia-se todo o processo de liberação de elétrons livres para a banda de condução, 1%+8%)!'"G,.$%"9+$'),%)!'+$'<"1),9+&%<"&'..9"8%)!9<"-9)'."'26$)%+."_"291/+9.?"L"X(/)9" 9 ilustra os elétrons e lacunas nas bandas de condução e valência. Figura 9. Fluxo de elétrons e faixas de energia à temperatura ambiente. Si Puro Energia Metal Metal Banda de Condução Banda 1 Banda 2 Banda de Valência Movimento dos Elétrons Sob ação do campo elétrico, os elétrons livres movem-se para a esquerda e estabelecem uma corrente. Fonte: <http://tecinposts.blogspot.com.br/2012/05/introducao-aos-semicondutores-extrato.html>. Acesso em: 21/12/2018. Semicondutores intrínsecos !" #$!%&'()*+'," -')$" #$," &.,.&+$,%/.)'" &'!'" 0(+,1(#$&'" '*" 23+,1(#$&'4" 5.,." *!" semicondutor ser caracterizado como intrínseco ele deve ser puro sem adição de 22 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA impurezas. No caso do cristal de silício, ele será intrínseco se todos os seus átomos forem compostos apenas por silício. Fluxo de elétrons livres e lacunas 5')$!'#"'6#$,7.,"(."8%9*,.":;"<*$"'"&,%#+.=")$"#%=1&%'"-*,'">'%"#*6!$+%)'"."*!.">'(+$" de tensão. Suponha que se tenha gerado um elétron livre devido à energia térmica. Podemos notar que existem dois trajetos para que os elétrons possam se locomover dentro do cristal. Os elétrons livres estarão se deslocando dentro do cristal por meio da banda de condução, já os elétrons da camada de valência estarão se deslocando no cristal por meio das lacunas dos átomos de silício. Figura 10. Fluxo de lacunas e elétrons livres no cristal de silício. Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Lacuna Elétron Movimento elétrons Movimento lacunas Fonte: Autor. ?."@9*,.":;A"'"$=B+,'("=%7,$"#%+*.)'"(."-.,+$"#*-$,%',"C")%,$%+.")'"&,%#+.="#$,D".+,.1)'"pelo polo positivo da fonte de alimentação, deslocando-se dentro do cristal por meio da banda de condução. O elétron situado na camada de valência, poderá ser atraído pela lacuna subsequente na mesma banda, logo a lacuna antes presente no cristal deixará de existir e aparecerá onde estava o elétron. Novamente, a lacuna que surge poderá atrair o elétron da camada de valência, onde aparecerá outra lacuna e assim por diante. 5')$!'#"'6#$,7.,"-',"!$%'").#"%()%&.EF$#"(."8%9*,.":;"<*$"'#"$=B+,'(#"#$")$#='&.!" em direção ao polo positivo da fonte de alimentação, enquanto as lacunas em direção ao polo negativo. 23 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Na Figura 10, os elétrons livres e as lacunas movem-se em sentidos opostos. A partir daqui, vamos visualizar a corrente em um semicondutor como o efeito combinado de dois tipos de fluxos: o fluxo de elétrons livres em um sentido e o fluxo de lacunas no sentido oposto. Os elétrons livres e as lacunas são chamados às vezes de portadores, porque transportam uma carga igual de um lugar para outro. Mais a diante veremos que estes portadores podem ser divididos em majoritários e minoritários. O movimento de elétrons de valência dentro do cristal pode ser visto como o movimento de lacunas em sentido contrário. Fluxos de correntes Pode-se notar, por meio da Figura 11, que no semicondutor intrínseco, o número de elétrons livres é o mesmo que o número de lacunas, isso devido à energia térmica aplicada sobre o semicondutor. Dito isto, foi aplicada, nas extremidades deste cristal intrínseco, uma fonte de tensão. Essa tensão forçará os elétrons livres dentro do cristal se deslocarem para o potencial mais positivo da fonte enquanto as lacunas deslocaram- se para a direita do cristal, potencial mais negativo da fonte. Esses elétrons livres passaram pelo polo negativo, chegando até o lado oposto do cristal, recombinando-se &'!".#"=.&*(.#"=D"-,$#$(+$#4"G$##.">',!.A"+$!H#$"*!"I*3'"$#+D7$=")$"$=B+,'(#"=%7,$#"$" lacunas circulando dentro do semicondutor. Figura 11. Semicondutor Intrínseco. Elétrons livres e lacunas Fonte: <http://yaguiar.wordpress.com/tag/semicondutores/>. Dopagem de um semicondutor O processo de dopagem em semicondutor consiste em adicionar impurezas aos átomos de um cristal com o objetivo de aumentar sua condutibilidade elétrica. 24 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA Aumentando os elétrons livres e lacunas Para aumentar o número de elétrons livres em um cristal de silício, primeiramente, é necessário quebrar suas ligações covalentes inserindo impurezas no cristal de silício. Para isso, deve-se inserir átomos diferentes do silício, processo denominado dopagem. Ao inserir, por exemplo, átomos pentavalentes nesse cristal aumenta-se o número de $=B+,'(#"=%7,$#4"2##$#"D+'!'#"-$(+.7.=$(+$#"&'!'"'"('!$")%/A"-'##*$!"J"D+'!'#"$!"#*." &.!.).")$"7.=K(&%.A"$"&'(#$<*$(+$!$(+$")'.!"$=B+,'(#".'"&,%#+.=")$"#%=1&%'4"L"8%9*,.":M" ilustra a inserção de um átomo pentavalente. Figura 12. Aumentando o número de elétrons livres e lacunas no semicondutor. Elétron livre Átomos próximos compartilham Elétrons Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Si Átomo Fosforo Lacunas Átomo Boro Fonte: <https://www.electronica-pt.com/imagens/material-semicondutor.gif>. Acesso em: 24/12/2018. Esse processo de inserção de um átomo pentavalente em um cristal de silício produz o efeito desejado que é a produção de um elétron livre. Portanto, pode-se dizer que quanto mais impurezas adicionadas ao cristal, maior será a condutibilidade de um #$!%&'()*+',4" N*.()'" #$" )%/" <*$" *!" #$!%&'()*+'," B" >,.&.!$(+$" )'-.)'A" #%9(%@&." que este semicondutor possui uma alta resistência, enquanto que um semicondutor fortemente dopado possui uma baixa resistência. Para provocar um excesso de lacunas em um cristal puro de silício, agora deve-se .)%&%'(.,"%!-*,$/.#")'"+%-'"+,%7.=$(+$#A"'*"#$O.A"D+'!'#"<*$"-'##*$!"P"Q+,K#R"$=B+,'(#" em sua camada de valência. L" 8%9*,." :M" +.!6B!" %=*#+,." *!" D+'!'" +,%7.=$(+$" .'" &$(+,'" ,')$.)'" -'," S" Q<*.+,'R" D+'!'#")$"#%=1&%'"&$)$()'":"Q*!R"D+'!'"&.).")$"#*.#"&.!.).#")$"7.=K(&%."-.,."'"D+'!'" trivalente ao centro. T$#!'"&'!"'#"D+'!'#")."&.!.).")$"7.=K(&%.")'#"S"Q<*.+,'R"D+'!'#")$"#%=1&%'A"'"D+'!'" &$(+,.="@&'*"&'!".-$(.#"U"Q#$+$R"D+'!'#"$!"#*."V=+%!."&.!.).A"='9'"$3%#+$"*!."=.&*(." orbitando a camada de valência para este átomo trivalente. Por esse fato, um átomo 25 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I trivalente é conhecido como um átomo receptor pelo fato da lacuna existente poder receber um elétron livre durante a recombinação. Semicondutores extrínsecos Semicondutor tipo N Como vimos, anteriormente, a dopagem de um semicondutor de silício acontece por meio da adição de impurezas no cristal de silício puro. Ao adicionar impurezas pentavalentes no cristal de silício, vimos que será produzido, no cristal, um excesso de elétrons livres se comparados às lacunas, ao novo cristal damos o nome de semicondutor do tipo N. Ele apresenta as seguintes características: » Portadores Majoritários = Elétrons Livres. » Portadores Minoritários = Lacunas. Semicondutor tipo P Ao adicionar impurezas do tipo trivalentes no cristal de silício, foi visto também que serão produzidas lacunas no cristal, a esse novo cristal damos o nome de semicondutor do tipo P. Para este semicondutor as características são as seguintes: » Portadores Majoritários = Lacunas. » Portadores Minoritários = Elétrons Livres. Para fixar este conceito de dopagem, materiais intrínsecos e extrínsecos, é recomendado assistir ao vídeo “Semiconductores 01, estructura atomica, intrínseco, extrínseco, impurezas pentavalentes, trivalentes” disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cy50YR7kr8c>. Para o aluno interessado em aprofundar seus conhecimentos sobre semicondutores, deve-se verificar o capítulo 2 da referência MALVINO, A.; BATES, D. J. Eletrônica Volume 1. 7. ed. Porto Alegre: Amgh, 2007. 26 CAPÍTULO 3 Fabricação de semicondutores Os semicondutores são os principais componentes em circuitos integrados, processadores, memórias etc. Obviamente, o primeiro passo para a fabricação de desses itens é a obtenção da matéria-prima. Em geral eles são constituídos por silício. Por #',+$"'"#%=1&%'"B"*!"$=$!$(+'"<*1!%&'"$3+,$!.!$(+$".6*().(+$A">.+'"$##$"<*$"'")$@($" como o segundo elemento mais comum na Terra. É possível extraí-lo de areia, granito, argila, entre outros. Esse elemento químico como já vimos é um semicondutor. No entanto, também é utilizado para a constituição de vários materiais resistentes, como vidro e cerâmica. Sua existência em abundância também faz com que o silício seja um elemento extremamente utilizado pela indústria eletrônica. Curiosamente, a concentração de empresas que utilizam silício em seus produtos $=$+,W(%&'#"$!"7D,%.#"&%).)$#")."X.=%>Y,(%.A"('#"2 LA">$/"&'!"<*$".",$9%Z'",$&$6$##$" '"('!$")$"[%=%&'("\.==$]"Q\.=$")'"[%=1&%'R4"5.,."7'&K"+$,"*!."%)$%.")."%!-',+^(&%.A"=D" estão localizadas, por exemplo, as sedes da AMD e da Intel, as maiores fabricantes de microprocessadores do mundo. A fabricação se inicia em modernos centros tecnológicos especializados. Esses locais -'##*$!"#'@#+%&.EZ'"$"&'(#+,*EZ'")$"7.=',"+Z'"$=$7.)'A"<*$"$3%#+$!"-'*&'#"('"!*()'4" ?'#"=.6',.+Y,%'#")$##$#"&$(+,'#A">',('#",$)*/$!"'")%Y3%)'")$"#%=1&%'"Q[%_MR"$!"#%=1&%'" 6,*+'"[%4" +%=%/.()'H#$")$"D&%)'"&=',1),%&'A"+$!-$,.+*,.#"$=$7.).#"$".")$#+%=.EZ'A"B"-'##17$=" alcançar uma pureza na casa de 99,9999999%. A estrutura base para a confecção dos #$!%&'()*+',$#"B"'6+%)."-',"!$%'")$"*!")%#-'#%+%7'"('"<*.="*!."`#$!$(+$a"Q.!'#+,." de silício puro) é embutida no silício liquido. O dispositivo começa a girar e a puxar o #%=1&%'"=1<*%)'"-.,."<*$"$#+$"#'=%)%@<*$"('7.!$(+$"$"$(+Z'"#$O."&,%.)'"*!"!'('&,%#+.=4" 2##$"-,'&$##'"Q&b.!.)'")$"+B&(%&."X/'&b,.=#c%R">./"&'!"<*$"'"!.+$,%.="<*$"#$"O*(+'*" C"b.#+$">',!$"*!."$#-B&%$")$"&%=%(),'"&b.!.)'")$"`0(9'+a"Q=%(9'+$R4"L"@9*,.":P"%=*#+,."o processo. 27 FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA UNIDADE I Figura 13. Produção do Ingot. Vidro de proteção Alguns cm por hora Semente (Si) Líquido Fonte: <https://pplware.sapo.pt/wp-content/uploads/2018/01/pplware_processador05-720x570.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. L'"@(.=")'"-,'&$##'A"'"%(9'+"-'##*%,D")%^!$+,'"<*$"7.,%.")$".&',)'"&'!"'".7.(E'")." +$&('='9%.A"!.#"$!"9$,.="-'##*%"$(+,$"M;;"$"P;;"!%=1!$+,'#4"_"!$#!'"7.=$"-.,."'"#$*" &'!-,%!$(+'A")$":"."M"!$+,'#4" X'(&=*1)."."$+.-.A"'"&%=%(),'"B"̀ >.+%.)'aA"%#+'"BA"*!"@'")$")%.!.(+$#A"&'!"!$('#")$"M;;" d!")$"$#-$##*,.A"&',+."'"=%(9'+$"$!">.+%.#")$".-,'3%!.).!$(+$";Ae"!!")$"$#-$##*,.4" Cada uma dessas fatias recebe o nome de wafer. Figura 14. Ingot e wafer. Fonte: <https://thumbs.dreamstime.com/t/silikontacka-28192087.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. X.).">.+%."B"$(+Z'"-'=%).".+B"@&.,"-$,>$%+.A"#$!"7.,%.EF$#A")%>$,$(E.#")$"6,%=b'A"!.(&b.#A" ou quaisquer outras irregularidades. No passo seguinte, a superfície do wafer passa por um processo de oxidação, no qual são aplicados gases, especialmente oxigênio, e temperatura elevada para que seja formada uma camada de dióxido de silício. Depois -.##.!"-',"*!"-,'&$##'"$!"<*$",$&$6$!"*!."&.!.).")$"!.+$,%.=">'+'##$(#17$="Q,$.9$" à luz). O wafer recebe luz ultravioleta em certos pontos e em determinadas intensidades. Os pontos da camada fotossensível que reagem à luz ultravioleta são posteriormente removidos, deixando expostos os respectivos pontos da camada de dióxido de silício. 28 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA Assim tem-se pontos cobertos com camada fotossensível e pontos cobertos com dióxido de silício. As partes que não estiverem protegidas pela camada fotossensível são removidas através de outro procedimento. No próximo passo, a camada fotossensível é removida. O que sobra então é utilizado como estrutura para a montagem dos semicondutores, procedimento esse que continua sendo feito a partir de aplicação de mais materiais e exposição à luz ultravioleta. 2!"*!."$+.-."!.%#".)%.(+$A"&.)."f.>$,"#$,D")%7%)%)'"$!"7D,%'#"`<*.),.)%(b'#a"Q'*" `-.#+%=b.#aRA"<*$"-'#+$,%',!$(+$"#$,Z'"#$-.,.)'#"$">',!.,Z'"'#"&b%-#"$!"#%4"L"@9*,.":J" ilustra um wafer já com os circuitos. Figura 15. Wafer após aplicação do circuito. Fonte: <https://i.ebayimg.com/images/g/ZYEAAMXQaZxSEBJW/s-l300.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. É importante ressaltar que cada wafer dá origem a centenas de chips, portanto, todo o processo de fabricação é realizado seguindo rigorosos critérios e cuidados. Para começar, os laboratórios das fábricas são locais extremamente limpos e protegidos (conhecidos como «clean room»). Além disso, as máquinas responsáveis pela produção precisam estar perfeitamente ajustadas para seguir as instruções dos projetos dos chips que estão sendo fabricados. O vídeo “GLOBALFOUNDRIES Sand to Silicon” ilustra a confecção de um chip e está disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UvluuAIiA50>. 29 CAPÍTULO 4 Sentido real e convencional da corrente Introdução L" +$',%." )$" &%,&*%+'#" $=B+,%&'#" +$7$" %(1&%'" -'," 7'=+." )$" :e;;"<*.()'" '" >1#%&'" %+.=%.('" Alessandro Volta anunciou a invenção da bateria elétrica. A descoberta deste dispositivo -'##%6%=%+'*" ." \'=+." -,')*/%," &',,$(+$" $=B+,%&.A" *!" I*3'" &'(+1(*'" $" -$,!.($(+$" )$" eletricidade, em oposição à eletricidade estática produzida pelas máquinas elétricas até então existentes, como o jarro de Leyden e a própria invenção de Volta, o “electrophorus”. !."%=*#+,.EZ'")."-%=b.")$"7'=+."$".-,$#$(+.)'"(."8%9*,.":g4 Figura 16. Pilha de Volta. Disco de Prata Disco de zinco Papel Cartão Célula voltaica + - Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-O--0-PkBjdU/UBhzGndzoVI/AAAAAAAABoM/ZWuDbZJjeqQ/s400/VOLTA.png>. Acesso em: 24/12/2018. Sabemos que de acordo com a teoria moderna, que a matéria e constituída de átomos. Estes por sua vez são constituído de outras partículas fundamentais: » Prótons – carga positiva. » Neutros – carga neutra. » Elétrons – carga negativa. Normalmente um átomo é neutro. Ao perder elétrons partículas se tornam eletricamente positivas, ao contrário quando ganham elétrons se tornam eletricamente negativas. !"#$%&'()#'!'*!+,!'-#')$'#./0+%1'#'-!-!'2%+'345673'8'36-19 *%).%$"'9:;4'%)'#$'%)0+!&' 2!.!<+!')$'*%).%$"'#()=<!.#'!'547>'8' 363?'elétrons. Sendo a proposta básica de um 30 UNIDADE I FUNDAMENTOS DE ELETRÔNICA ANALÓGICA circuito elétrico o movimento de cargas em um percurso fechado. A corrente elétrica, portanto, nada mais é do que a taxa de variação de carga em função do tempo sendo expressa por: q i t ! Na teoria de circuitos, a corrente, é geralmente imaginada como o movimento de cargas positivas, sendo que esta convenção foi proposta por Benjamim Franklin, que imaginou qual a corrente elétrica percorria o circuito saindo do positivo em direção ao negativo. Atualmente sabemos que a corrente elétrica e o movimento de elétrons que se desprendem da órbitas dos átomos saindo do negativo em direção ao positivo. @'
=-%'-!'*%++#10#'+#$#0#'!'-)!&'-#A1=BC#&D » Sentido convencional da corrente: é assim chamado quando tratamos o movimento de elétrons como saindo do terminal positivo em direção ao terminal negativo. » Sentido real da corrente: é assim chamado quando tratamos o movimento de elétrons como saindo do terminal negativo em direção ao terminal positivo. O sentido convencional da corrente é amplamente utilizado. Pois facilita o entendimento #' #()!*=%1!$#10%' -%' *=+*)=0%E' F!' A,)+!' 3G' 0#$%&' !' =.)&0+!BH%' -%' 
=-%' +#!.' #' convencional da corrente. Figura 17. Sentido da corrente. O sentido da corrente elétrica + + + + + ++ ++ + ++ + + + +++ ++ + + + ++++ ++++ ++ + ++++ + N - - - - - - - - - - - - - - - +++++++++ N N N N + - N - - - - N ++- - ++++ - ++ ++ ++ ++++++ ++++ - - - - + ---- -- --- -- - -- N NNNN--N--- ---NNNN - - Polo + Polo + Polo - Polo - Sentido Real Sentido Convencional - SentSe - ntido Rentid - Realo Re - alal - Sent + ntidSent + ido Coido + ConvenciConv + v cionalenci + Fonte: <https://image2.slideserve.com/5001191/o-sentido-da-corrente-el-trica-n.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. 31 UNIDADE IIO DIODO CAPÍTULO 1 Junção PN Como vimos anteriormente, em um cristal semicondutor são adicionadas impurezas do tipo trivalentes e impurezas do tipo pentavalentes para melhorar sua condutibilidade. A esta junção formada por um processo metalúrgico chamamos de junção PN. Na junção PN existe uma diferença de concentração de portadores em suas duas extremidades, logo haverá uma difusão de elétrons livres do lado N se deslocando para o lado P e simultaneamente lacunas se difundirão do lado P para o lado N. Essa característica fará com que apareçam íons positivos neutralizados do lado N do cristal e íons negativos neutralizados do lado P do cristal, dando origem a uma região chamada de região de depleção. Essa distribuição de cargas criará uma barreira o qual irá se opor à difusão de mais portadores majoritários, lacunas no lado P e elétrons livres no lado N. Figura 18. Formação da região de depleção. ddp intrínseca da junção Lacuna !"#$%&'$( Elétron !"#$%&'( Elétron e lacuna se combinam anulando a carga Depleção Elétron Lacuna Fonte: <https://i.ebayimg.com/images/g/ZYEAAMXQaZxSEBJW/s-l300.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. 32 UNIDADE II !O DIODO I%-#'&#+'<=&0%'2%+'$#=%'-!'J=,)+!'3?'()#'1%'
=-%'-=+#0%'-#'2%.!+=K!BH%'-!'L)1BH%' *=+*).!')$!'*%++#10#'-#'-=M)&H%'9()#'1!'<#+-!-#'/'%'0+!1&2%+0#'-!&'.!*)1!&'1!'M!*#'I' do cristal e dos elétrons na face N do cristal) e no sentido inverso circula uma corrente -#' &!0)+!BH%' 9()#' /' !' *%++#10#' +#<#+&!' 2+%-)K=-!' 2#.%&' 2%+0!-%+#&' $=1%+=0N+=%&4' dependente termicamente). O'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.4'#$'0#$2#+!0)+!'!$"=#10#'-#'7PQ:4'/'-#'!2+%8=$!-!$#10#'64R' S'2!+!'%&'-=%-%&'-#',#+$T1=%'#'64G'S'2!+!'%&'-=%-%&'-#'&=.U*=%EBarreira de potencial e temperatura V$!'L)1BH%'IF'/'M%+0#$#10#'-#2#1-#10#'-!'0#$2#+!0)+!'=1*=-#10#'&%"+#'!'$#&$!E'@&' <!.%+#&'-#'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.'-#'64G'#'64R'<%.0&'2!+!'%&'-=%-%&'-#'&=.U*=%'#',#+$T1=%' &H%'*%1&=-#+!-%&'2!+!')$!'0#$2#+!0)+!'-#'L)1BH%'-#'7PW:E'X)!1-%'!'0#$2#+!0)+!'-!' junção se eleva é gerado mais elétrons livres e lacunas, consequentemente reduzindo a largura da camada de depleção diminuindo assim a barreira de potencial. V&)!.$#10#4'*%1&=-#+!Y&#'*%$%'+#,+!'2+N0=*!'2%+'$)=0%&'2+%L#0=&0!&'()#'0!10%'2!+!'%' diodo de silício quanto para o diodo de germânio, para cada grau Celsius aumentado, a "!++#=+!'-#'2%0#1*=!.'-=$=1)='7'$SE' Exemplo: X)!.'&#+N'%'<!.%+'-!'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.'-#')$'-=%-%'-#'&=.U*=%'()!1-%'!'0#$2#+!0)+!' #$'&)!'L)1BH%'!0=1,=+'?PW:Z Solução: Como mencionado, podemos adotar como regra prática que para cada grau Celsius !)$#10!-%'1!'0#$2#+!0)+!4'-=$=1)=Y&#'7$S'-!'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.4'.%,%D 9?PW'Y'7PW;'['7$S'\'6437'S @'1%<%'<!.%+'-!'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.'2!+!'?PW:'&#+ND V B '\'64G']'6437'\'0,58 V A junção PN polarizada diretamente A polarização direta de uma junção PN acontece quando o terminal negativo de uma fonte de alimentação é conectado no material N do semicondutor correspondente e o 33 O DIODO UNIDADE II terminal positivo dessa fonte de alimentação é conectado na extremidade P do material semicondutor. Imaginemos esta fonte de alimentação contínua, que está polarizando diretamente a junção PN da Figura 19, iniciando-se em zero. No início, podemos considerar a corrente que circula por meio da junção desprezível, pois toda a tensão está aplicada sobre a junção PN. Com o aumento dessa tensão, a região de depleção diminuirá reduzindo, assim, a barreira de potencial, facilitando o deslocamento dos portadores majoritários de um lado da junção para o outro. À medida que a corrente aumenta, a tensão se distribui entre o material e a barreira. A partir desse ponto, a corrente passa a ser controlada pela resistência direta do material 9!'*%++#10#'1%'-=%-%'2!&&!'!'0#+')$'*%$2%+0!$#10%'!2+%8=$!-!$#10#' .=1#!+'*%$'!' tensão). O aumento efetivo dessa corrente apenas acontecerá quando a tensão aplicada #10+#'%&' 0#+$=1!=&'-%' &#$=*%1-)0%+'#8*#-#+'!2+%8=$!-!$#10#'645'^'64G'<%.0&E'_&&#' valor de tensão é quando a barreira de potencial será vencida. Depois de vencida a 0#1&H%'-#'+)20)+!'-!'"!++#=+!'-#'2%0#1*=!.4'64G'<%.0&'2!+!'%'-=%-%'-#'&=.U*=%4'/'1#*#&&N+=%' controlar sua corrente direta por meio de resistência externa. Essa medida evitará a queima prematura do diodo devido ao efeito Joule. A Figura 19 ilustra a polarização direta de um semicondutor considerando uma fonte de alimentação contínua V D . Figura 19. Polarização direta da junção PN. Junção Tensão de polarização Tipo N Tipo P Depleção estreita I = Imax R + - + - + + + + + + + + - - - - - - - - Fonte: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/19074/05_teoria_frame.htm>. Acesso em: 24/12/2018. A corrente I D pela junção PN, polarizada diretamente será: D T v nV D Si I e 1 " # ! $% & % & ' ( 34 UNIDADE II !O DIODO Onde, I S !"##$%&$ #$'$#() *$ ()&+#),-". /01 2 03 %456 n !"$789$%&$ *$ $:9((-" /0 ; % ; <56 n = 1 Circuito integrado. % = < Componentes discretos. V T >$%(-" &?#:98) /<3:@ A <BC!5. *)*" D"#E T kT V q ! Onde, k !"%(&)%&$ F"G&H:)%% /0.IJK01L<I MNO56 T >$:D$#)&+#) )P("G+&) /O = C! Q <RI56 q !)#S) *" $G?&#"% /0.T K01-19 C). U S#V78" 8)#)8&$#W(&98" *$ +: *9"*" ("P D"G)#9H),-" D"*$ ($# '9(&" %) 7S+#) <16 Novamente considera-se o diodo na região de polarização direta quando submetido a +:) &$%(-" *9#$&) (+D$#9"# ) 1 '"G&(6 Figura 20. Curva característica de polarização do diodo. Polarização direta Polarização inversa Ruptura Corrente de avalanche Corrente de fuga Corrente direta Vo Vd Polari dire ção Id rrente de Co-Vz Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/32/Diodo_graph.svg/300px-Diodo_graph.svg.png>. Acesso em: 24/12/2018. A junção PN polarizada reversamente A polarização reversa de uma junção PN acontece quando é conectado ao terminal positivo da fonte de alimentação à extremidade do semicondutor correspondente ao 35 O DIODO UNIDADE II material tipo N e ao terminal negativo da fonte de alimentação na extremidade P do material semicondutor. Essa polarização faz com que os elétrons livres da extremidade N se afastem da junção em direção ao polo positivo da fonte e a lacunas, da região P, se afastem da região de junção, consequentemente aumentando a largura da camada de depleção. X+)%&" :)9( )G&) ) &$%(-" #$'$#() )DG98)*) ("P#$ ) Y+%,-" Z[. :)9( G)#S) ($ &"#%)#V ) camada de depleção, porém chega-se a um ponto em que o diodo conduz, esse ponto e chamado de ponto de ruptura, entretanto, ocorre a destruição do componente. 4GS+%( &9D"( $(D$8W78"( *$ *9"*"(. 8":" " *9"*" H$%%$#. (-" \$9&"( $(D$8978):$%&$ para trabalhar polarizados reversamente sem que ocorra a ruptura da junção. Tal componente será melhor descrito mais adiante. U S#V78" 8)#)8&$#W(&98" *$ +: *9"*" ("P D"G)#9H),-" #$'$#() D"*$ ($# '9(&" %) 7S+#) <06 Novamente considera-se o diodo na região de polarização reversa quando submetido a +:) &$%(-" #$'$#() 9%\$#9"# ) 1 '"G&(6 Figura 21. Polarização reversa da junção PN. Junção Tensão de polarização Tipo N Tipo P I = 0 R + - + - + - Depleção mais larga + + + + + + + - - - - - - - Fonte: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/19074/imagens/fig04.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. Para fixar este conceito de polarização das junções PN, é recomendado assistir ao breve vídeo no endereço: <http://www.youtube.com/watch?v=e3aJOSD-6OQ>. 36 UNIDADE II !O DIODO Ruptura por efeito avalanche Ao aumentar indiscriminadamente a tensão reversa sobre o diodo, chegará ao ponto no qual o diodo não suportará e atingirá a ruptura da junção. Esse fato ocorre na camada de depleção quando um elétron ganha velocidade podendo desalojar um elétron da camada de valência. Com esse fato, o par de elétrons aumentará sua velocidade proporcionalmente ao aumento da tensão reversa sobre a junção, desalojando mais elétrons da camada de valência. Dessa forma, chegará ao ponto que o diodo conduzirá )P#+D&):$%&$ *)%978)%*" " 8":D"%$%&$ D$G" $\$9&" M"+G$6 Figura 22. Processo de desalojamento do elétron ocasionando efeito avalanche. Tensão constante Corrente alta + + + + + + + - - - - - - - - - - - + Tipo N Tipo P Fonte: Autor. Efeito zener Esse efeito acontece quando o campo elétrico na região de depleção é muito intenso. Essa alta intensidade é capaz de quebrar as ligações covalentes e gerar pares elétrons- lacunas. Esses pares de elétrons lacunas são transportados pelo campo elétrico e atravessam a junção PN. Iniciado esse processo, consegue-se gerar um grande número *$ D"#&)*"#$( ($: ]+$ 9((" D#"'"]+$ +: )+:$%&" (9S%978)&9'" *) &$%(-" *) Y+%,-"6 Esse efeito produz rupturas com tensões abaixo de 4 volts. Corrente de saturação reversa (IS) X+)%*" +:) Y+%,-" $(&9'$# D"G)#9H)*) #$'$#():$%&$ $^9(&9#V +:) D$]+$%) 8"##$%&$ formada por portadores minoritários que dependem apenas da temperatura. Essa 37 O DIODO UNIDADE II corrente é conhecida como corrente reversa de saturação I S . Essa corrente, em termos )D#"^9:)*"(. %) D#V&98). *"P#) ($+ ')G"# ) 8)*) 01C! *$ )+:$%&" %) &$:D$#)&+#)6 Exemplo: _: *9"*" *$ (9GW89" &$: +:) 8"##$%&$ *$ ()&+#),-" *$ 3 %4 ) <3`!6 a(&9:$ " ')G"# *) 8"##$%&$ *$ ()&+#),-" ) J3 C!6 Solução: 4 8"##$%&$ *$ ()&+#),-" %" *9"*" *"P#) D)#) 8)*) 01`! *$ )+:$%&" %) &$:D$#)&+#)6 Portanto, teremos que: Tabela 1. Evolução da corrente de saturação com a temperatura. Temperatura: Corrente de Saturação 25ºC 5 (nA) 35ºC 10 (nA) 45ºC 20 (nA) 55ºC 40 (nA) 65ºC 80 (nA) 75ºC 160 (nA) 85ºC 320(nA) Fonte: Autor. b"S". ) 8"##$%&$*$ ()&+#),-" #$'$#() $: J3 C! ($#V *$ I<1%46 Corrente de fuga de superfície Em uma junção PN impurezas adicionadas para transformação do cristal extrínseco, podem criar caminhos com pequenas resistências ôhmicas do ponto de vista de correntes. Essas correntes, denominadas correntes de fuga, são diretamente proporcionais à tensão reversa aplicada sobre a junção. Características elétricas Todo fabricante de componente eletrônico disponibiliza uma folha de dados na qual são informadas todas as condições de funcionamento daquele dispositivo. Essas folhas de dados devem ser observadas pelos projetistas eletrônicos para correta aplicação desses componentes, respeitando, assim, os parâmetros elétricos no qual o componente foi submetido. 38 UNIDADE II !O DIODO Para os diodos têm-se inúmeros dados os quais impactam diretamente na correta $(8"Gc) *" :"*$G" ) ($# $:D#$S)*"6 Z"*$:"( '$#. %) &)P$G) <. )GS+%( D)#d:$&#"( elétricos de grande importância que são fornecidos pelo fabricante. Tabela 2. Parâmetros elétricos disponibilizados pelos fabricantes. Parâmetros Descrição VBR Tensão de Ruptura. VRWM Tensão Reversa Máxima de Trabalho. PIV Tensão de Pico Inversa. PRV Tensão Reversa de Pico. BV Tensão de Ruptura. VRM Máxima Tensão Reversa. Fonte: Autor. 39 CAPÍTULO 2 Diodo semicondutor ideal x real X+)%*" \)G):"( $: *9"*" D"*$:"( +&9G9H)#. D)#) )%VG9($. " :"*$G" *" *9"*" 9*$)G $ " modelo do diodo real. O diodo ideal é um componente meramente ilustrativo que só existe na teoria e que serve apenas para entender, com maior facilidade, o funcionamento de um diodo real. Seu comportamento pode ser observado como o comportamento de uma chave. Podemos fazer um breve paralelo entre um diodo ideal e um diodo real considerando algumas características. Diodo ideal X+)%*" D"G)#9H)*" *9#$&):$%&$ 8"%*+H ) D)#&9# *$ 1 @. G"S" @ D = 16 X+)%*" D"G)#9H)*". #$'$#():$%&$. D"((+9 &$%(-" *$ #+D&+#) 9%7%9&). 8":D"#&):$%&" de uma chave aberta. !"##$%&$ *9#$&) 9%7%9&)6 Não possui corrente de fuga. Diodo real X+)%*" D"G)#9H)*" *9#$&):$%&$ 9%989)L($ ) 8"%*+,-" ) D)#&9# *$ 1.T 2 1.R@. G"S" @ D = 1.T 2 1.R@ /D)#) *9"*" *$ (9GW89"56 X+)%*" D"G)#9H)*". #$'$#():$%&$. D"((+9 &$%(-" *$ #+D&+#) G9:9&)*). $(($ *)*" ? \"#%$89*" D$G" \)P#98)%&$ /@ BR ). !"##$%&$ *9#$&) :V^9:) &):P?: *$7%9*) D$G" \)P#98)%*" /ef MAX ). Corrente de fuga na ordem de nA. Alguns livros tratam essa questão em três modelos diferentes, nos quais são chamados de aproximações. Essas aproximações são utilizadas para demostrar a diferença entre o diodo real e o diodo ideal. A primeira aproximação seria o próprio diodo ideal, a segunda aproximação seria um diodo ideal mais próximo do real e a terceira aproximação seria um diodo real. Vamos analisar cada aproximação ao longo desta unidade. 40 UNIDADE II !O DIODO Simbologia 4 f9S+#) <I 9G+(&#) " (W:P"G" $(]+$:V&98" #$D#$($%&)&9'" D)#) +: *9"*" #$&978)*"#. %" &"D" *) 7S+#)6 4 $^&#$:9*)*$ Z ? 8c):)*) *$ )%"*" $ ) $^&#$:9*)*$ [ 8c):)*) *$ catodo. Abaixo do símbolo esquemático são ilustrados alguns encapsulamento comuns para diodos que encontramos no mercado de eletrônica. Figura 23. Simbologia e exemplo de diodos comercializados. DIODO CÁTODO ÁNODO Fonte: <http://blog.novaeletronica.com.br/img/diodos.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. Curva característica do diodo MV '9:"( )%&$#9"#:$%&$ %) f9S+#) <1. ) 8+#') 8)#)8&$#W(&98) *$ +: *9"*"6 X+)%*" polarizamos esse diodo diretamente, ou seja, V D g 1. D"*$L($ %"&)#. %" S#V78". ]+$ " h+^" de corrente pelo diodo aumenta exponencialmente assim que a tensão V D aproxima-se *$ 1.R @. &$%(-" *$ G9:9)# *$ 8"%*+,-" D)#) " *9"*" *$ (9GW89"6 a(($ G9:9)# ? 8":+:$%&$ conhecido como tensão de joelho do diodo, logo o componente está atuando em sua região de condução. Analisando novamente a curva característica do diodo, quando esse semicondutor é polarizado reversamente, ou seja, aumentando a tensão reversa gradativamente, D"*$L($ %"&)# ]+$ " h+^" *$ 8"##$%&$ *$ \+S) &$%*$ ) ($# :+9&" D$]+$%". 8"%(&)%&$ $ *$(D#$HW'$G /H"%) *$ PG"]+$9"56 !)(" ) &$%(-" #$'$#() 8"%&9%+$ ) )+:$%&)# ($: 8"%&#"G$. chegará ao ponto em que acontecerá a ruptura do componente. 41 O DIODO UNIDADE II Dispositivo não linear O motivo pelo qual o diodo não possui um comportamento linear de sua tensão em relação a sua corrente é pelo fato de o diodo possuir uma barreira de potencial a qual é produzida pela camada de depleção. Seu comportamento para V D i1.R @ D#"*+H correntes muito pequenas, porém quando V D ($ &"#%) :)9"# ]+$ 1.R @ (+) 8"##$%&$ assume um comportamento exponencial sendo limitada apenas via resistor adicionado externamente ao componente. Resistência de corpo Vimos que em um diodo de silício, polarizado diretamente com uma tensão V D g 1.R volts, sua corrente aumentará exponencialmente. Ao ultrapassar o limite de condução imposto pela barreira de potencial, as únicas resistências à passagem dessa corrente serão as resistências das regiões P e N do semicondutor. O somatório dessas resistências ? 8c):)*" *$ #$(9(&j%89) *$ 8"#D" *" *9"*" /# B ). r B =r P +r NC Segundo Malvino “A resistência de corpo depende do nível de dopagem e das dimensões das regiões P e N. Tipicamente, a resistência de corpo de um diodo retificador é menor que 1Ω” Máxima corrente cc direta A máxima corrente direta pelo diodo é um dado fornecido pelo fabricante do !"#!$%$&%'$(')*(+'%,#% -. (')*(+'!'"/01"!'2(+!3'#!,,-2%+')*%',%'#!4%',*5"%&%3'!' componente para uma corrente direta sem que ocorra dados na estrutura do diodo. Se a corrente que circulará pelo diodo for superior à máxima permitida, o componente #!4%3/',%3'4($1. (4!'#%+('%0#!,167!'(!'%0 %,,!'4%'&%"#%3(&*3('!*8' (,!'$7!')*%1"%' imediatamente, sua vida útil estará comprometida. Esse dado é disponibilizado pelos fabricantes como IF MAX , IO MAX , etc. Para o diodo 9:;9;<8'='>!+?('4%'4(4!,'4!'>(531 ($&%'3% !"%$4('*"(' !33%$&%'413%&('"@41('4%'9AB' mA. 42 UNIDADE II !O DIODO Resistor de limitação de corrente Como visto, anteriormente, quando V D ' C'B8D' #(3(' !,' &3($,1,&!3%,' 4%' ,1+- 1!8' (' E$1 (' resistência que a corrente direta pelo diodo encontrará será a resistência de corpo . Vimos também que essa resistência é muito pequena, da ordem de alguns miliohms. Para controlar a corrente direta sobre o diodo, evitando, assim, danos ao componente, deve-se adicionar um resistor externo ao circuito. O valor da corrente resultante do circuito pode ser calculado por: S D D V V I R ! Onde: S 1 D D1 1V V , V V e R R! ! ! Exemplo: :('F1G*3('H;8')*(+'!'2(+!3'4(' !33%$&%'413%&('I D '#%+!'41!4!J Figura 24. Circuito para cálculo de corrente pelo diodo. V1 10 D1 1N4148 1k R1 - + Fonte: Autor. Solução: Para calcular o valor da corrente pelo circuito, consideramos uma tensão sobre o diodo 4%'B8D'2!+&,8'+!G!'*&1+1K($4!'('>L3"*+('(',%G*13'&%"M,%')*%N 1 D D 1 V V 9B B8D I ' O8P"= R 1k ! ! ! Q!3&($&!8'(' !33%$&%')*%' 13 *+(3/'#%+!'41!4!'#!+(31K(4!'413%&("%$&%',%3/'4%'O8P'"=R 43 O DIODO UNIDADE II Primeira aproximação – diodo ideal Como vimos nesta unidade, dependendo da polarização do diodo, pode-se assumir dois estados distintos. Idealmente, quando o diodo está polarizado diretamente, podemos dizer que o diodo possui uma resistência praticamente nula, logo se comportando como uma chave fechada. Já quando polarizamos o diodo reversamente, vimos que apresenta uma resistência extremamente alta, de tal forma a se comportar como um circuito aberto, ou seja, uma chave aberta. Portanto, idealmente, podemos dizer que um diodo possui um comportamento similar ao de uma chave que se fecha quando está diretamente polarizado e abre quando está reversamente polarizado. Figura 25. Representação do diodo como chave, primeira aproximação. Vd Vd (a) (b) Curto-circuito Circuito aberto 0 Vd Id Id = 0 Id (limitado pelo circuito) Fonte: <https://balonsohernandez.files.wordpress.com/2015/01/000264604.png>.:('F1G*3('HA(8'*&1+1K("!,'*"' 13 *1&!' !"'*"'41!4!'3%(+8'9:;9;<8'+1G(4!'('*"('>!$&%' 4%'(+1"%$&(67!' !$&-$*(R':('F1G*3('HA58' &%"M,%'!' 13 *1&!'%)*12(+%$&%'3%#3%,%$&(4!' pela primeira aproximação, ou seja, uma chave. Q!4%M,%'$!&(3')*%'#(3('*"('>!$&%'4%'&%$,7!' !$&-$*('4%'9BB'2!+&,8'(,' !33%$&%,')*%' circulam pelos dois circuitos são praticamente as mesmas. 44 UNIDADE II !O DIODO Figura 26. Simulação de circuito com diodo, primeira aproximação e V1 de 100 V. (a) (b) V1 V2 100 100 D1 1N4148 1k 1k R1 R2 - + + - Id = 99,2mA Id = 100mA Fonte: Autor. Se analisarmos o mesmo circuito, porém agora com uma fonte de alimentação de (#%$(,'98A'2!+&,8'2%3%"!,')*%'(' !33%$&%')*%' 13 *+('%$&3%'!,'4!1,' 13 *1&!,'$7!'#!4%' mais ser desprezada. :!' 13 *1&!' !"'41!4!' 3%(+8' &%"M,%'*"(' !33%$&%'4%'(#3!01"(4("%$&%'B8OS'"=R'T/' $!' 13 *1&!'$!')*(+'!'41!4!'@'3%#3%,%$&(4!'#!3'*"(' ?(2%8'&%"M,%'*"(' !33%$&%'4%'98A' "=R'U!G!'('41>%3%$6('%$&3%'(,'4*(,' !33%$&%,'@'"(1!3'4!')*%'SBVR'Q!3&($&!8'#(3(' (,!,' onde a tensão de fonte está em uma região próxima à tensão de potencial do diodo, este modelo não deve ser utilizado. Figura 27. Simulação de circuitos com diodo, primeira aproximação e V1 de 1,5V. (a) (b) Id = 0,96mA Id = 1,5mA V1 V2 1,5 1,5 D1 1N4148 1k 1k R1 R2 - + + - Fonte: Autor. Segunda aproximação – diodo ideal próximo do real Com um modelo mais elaborado, a segunda aproximação considera que para o diodo conduzir uma corrente elétrica ele tem que superar a tensão da barreira de potência. Para tal aproximação se compara o diodo a uma chave ligado em série com uma bateria. Q!3&($&!8',%'('&%$,7!'(#+1 (4('$!'41!4!'>!3'"%$!3')*%'B8D'W'%+%',%' !"#!3&(3/' !"!'*"(' chave aberta; se a tensão estiver acima da tensão de barreira, o diodo será substituído #!3'*"('5(&%31('4%'B8DR' 45 O DIODO UNIDADE II Figura 28. Representação do diodo como fonte, segunda aproximação. Vd Vd (a) (b) Id (limitado pelo circuito) Id Vd Vdo + - + - Id = 0 Vdo Fonte: Autor. Para o modelo de diodo, considerando a segunda aproximação, realizaremos a mesma 2%31. (67!' ($&%31!3' !"' &%$,7!' 4%' (+1"%$&(67!' 4%' 98A' 2!+&,R' =' F1G*3(' HO' 1+*,&3(' (' simulação. Figura 29. Simulação de circuitos com diodo, segunda aproximação e V1 de 1,5V. (a) (b) Id = 0,96mA Id = 0,8mA V1 V2 Vd 1,5 1,5 D1 1N4148 0,7 1k 1k R1 R2 - + + - + - Fonte: Autor. Terceira aproximação – diodo real No terceiro modelo de aproximação deve-se incluir ao circuito da segunda aproximação uma resistência em séria com a bateria. Essa resistência representa o comportamento da resistência de corpo do diodo. Adicionando essa resistência ao modelo, com o aumento da corrente sobre o diodo, ocorrerá um aumento proporcional da queda de tensão, ou seja, quanto maior for a corrente pelo diodo maior será sua queda de tensão, agora acrescido de R D . Dessa forma, a queda de tensão sobre o diodo será o somatório da tensão da barreira de potencial mais a queda sobre R D . 46 UNIDADE II !O DIODO Figura 30. Representação do diodo com fonte mais RD, terceira aproximação. Vd Vd (a) (b) Id (limitado pelo circuito e Rd) Id Vd Vdo + - + - Id = 0 Vdo Rd Fonte: Autor. W%31. ("!,8'(G!3(8'('3%#3%,%$&(67!'4!'41!4!' !"'>!$&%'4%'&%$,7!'"(1,'3%,1,&X$ 1('4%' corpo (r B =R D )R'Q(3('%,,%'%0%"#+!8' !$,14%3!*M,%'*"('3%,1,&X$ 1('4%' !3#!'4%'A'YR Figura 31. Simulação de circuitos com diodo, terceira aproximação e V1 de 1,5V. (a) (b) Id = 0,96mA Id = 0,796mA V1 V2 Vd 1,5 1,5 D1 1N4148 0,7 Rd 5 1k 1k R1 R2 - + - + Vd - + Fonte: Autor. Q!4%"!,'!5,%32(3'$('F1G*3('P9'!'%>%1&!'4(' !33%$&%',!53%'('3%,1,&X$ 1('4(,'Z*$6[%,'Q'%':R' \*($&!'"(1!3'(' !33%$&%'#%+!'41!4!'"(1!3',%3/',*(')*%4('4%'&%$,7!8' !$,%)*%$&%"%$&%' maior será a potência dissipada sobre o componente. Na resolução de circuitos utilizando diodos, comumente utiliza-se a segunda aproximação, que é a representação do diodo ideal com uma fonte de tensão contínua em série. 47 CAPÍTULO 3 Diodo em tensão contínua e alternada Os diodos semicondutores são componentes eletrônicos que podem ser utilizados tanto para aplicações em tensões alternadas quanto para aplicações com tensões contínuas. Diodos em tensão contínua \*($4!'(#+1 ("!,'41!4!,'%"' 13 *1&!,'%+%&3]$1 !,'%"'3%G1"%' !$&-$*!8'$!3"(+"%$&%'!,' utilizamos em proteções contra inversão de polaridade; em circuitos de proteção entrada de sinais elétricos; em circuitos lógicos nos quais emulam portas lógicas substituindo- (,^'%"'#3!&%6[%,'#(3(' 13 *1&!,'1$&%G3(4!,'%& R'=',%G*13'%,&(3%"!,'2%31. ($4!'(+G*$,' circuitos eletrônicos DC nos quais ocorrem a aplicação desse componente. Proteção contra inversão de polaridade _"('(#+1 (67!'%0&3%"("%$&%',1"#+%,'%'*&1+1K(4('%"'#3(&1 ("%$&%'&!4!,'!,' 13 *1&!,' eletrônicos que necessitam ser alimentados apenas com fonte de tensão contínua que são os protetores de inversão de polaridade. O objetivo desse circuito é evitar que ligações equivocadas na alimentação, a inversão da polaridade da fonte DC, acarretem danos irreversíveis no circuito eletrônico de um equipamento. Como vimos, anteriormente, o diodo real quando polarizado diretamente pode ser modelado como uma chave aberta ligada em série com uma fonte de tensão contínua de B8D'2!+&,'"(1,'('3%,1,&X$ 1('4%' !3#!'4!' !"#!$%$&%R'`,,%'"!4%+!'@'(#3%,%$&(4!'#%+(' terceira aproximação. Para análise desse circuito, estaremos desprezando a resistência 4%' !3#!'4!' !"#!$%$&%'*&1+1K($4!'(,,1"'#(3('2%31. (67!'(',%G*$4('(#3!01"(67!R'=' F1G*3('PH' 1+*,&3('*"('(#+1 (67!'4%'*"'41!4!'%"'*"' 13 *1&!' !"'!5Z%&12!'4%'%21&(3' danos ao equipamento caso ocorra uma inversão de polaridade durante o processo de alimentação, quando ligada à fonte contínua. 48 UNIDADE II !O DIODO Figura 32. Diodo aplicado para proteção de inversão de polaridade. VCC GND D1 CIRCUITO ELETRÔNICO Fonte: Autor. `,,%'41!4!'3%&1. (4!3'%,&/'(&*($4!' !"!'*"('#3!&%67!' !$&3('1$2%3,7!'4%'#!+(314(4%' ao circuito eletrônico representado pela caixa preta. Imagine-se que o circuito %+%&3]$1 !'$% %,,1&%'4%'*"(' &%$,7!'4%' 9A' 2!+&,' %'*"(' !33%$&%'4%'B8H'("#a3%,'#(3(' !#%3(3'%"' !$416[%,'$!3"(1,R'`,,(,',7!'(,' (3( &%3-,&1 (,')*%'!'41!4!'3%&1. (4!3'4%' proteção D 1 deve atender. Na escolha do diodo a ser utilizado, deve-se considerar que este componente seja capaz de permitir, por exemplo, uma condução de uma corrente 4%'B8H'("#a3%,',%"'! (,1!$(3'4($!,'#!3'%0 %,,!'4%'b*0!'%+@&31 !R Como o diodo de silício inicia sua condução quando V D C' B8S' c' B8D8' (' &%$,7!' 4%' alimentação da fonte contínua que polariza todo o circuito deve estar ajustada para >!3$% %3'*"('&%$,7!'4%'(#3!01"(4("%$&%'9A8D'2!+&,' !"#%$,($4!'(')*%4('4!'41!4!' de proteção. Nesse caso, o limite de corrente que passará pelo diodo de proteção de inversão é dado pelo somatório do consumo total do circuito eletrônico. Sempre deve-se considerar a queda de tensão sobre o mesmo polarizando a fonte de modo a compensar essa queda. Circuito limitador para áudio Nos circuitos limitadores, tem-se o objetivo de assegurar um limite máximo ao nível de entrada de tensão de uma determinada fonte geradora. Caso esse nível não seja limitado, o excesso de tensão pode ocasionar danos irreversíveis no componente e até mesmo levando à queima prematura de outros circuitos no qual estão interligados esses componentes. :!' 13 *1&!' %0%"#+1. (4!' (5(10!8' #!3' "%1!' 4(' F1G*3(' PPR' W%31. ("!,' *"' 13 *1&!' limitador básico a ser aplicado em circuitos de áudio. 49 O DIODO UNIDADE II Figura 33. Circuito limitador com diodos. VI GND D1 GND D2 VO Fonte: Próprio autor. Nesse circuito limitador de tensões simples, comumente utilizados em circuitos para /*41!,8' !,' 41!4!,' d9' %' dH' %,&7!' +1G(4!,' #(3(+%+("%$&%' %' %"' !#!,167!R' e(4(' 41!4!' conduzirá, quando polarizado diretamente e com uma tensão direta de aproximadamenteB8S'c'B8D'2!+&,8'+!G!'!',1$(+'4%'%$&3(4('%,&(3/'+1"1&(4('('%,&%'$-2%+'4%'&%$,7!R e13 *1&!,'+1"1&(4!3%,' !"!'!,'(#3%,%$&(4!,'#%+('F1G*3('PP'#!4%"',%3'*&1+1K(4!,'&("5@"' !"!'+1"1&(4!3%,'4%'&%$,7!'#3!2%$1%$&%'4%'($&%$(,'4%'3% %#&!3%,8'('."'4%'%21&(3',!53%' tensões quando o receptor se encontrar muito próximo à antena transmissora. Os diodos considerados nesse circuito são de silício. Também devem possuir características de comutação rápida. Circuitos de silício retificadores não são adequados para esta aplicação, pois são fabricados para uso em baixas frequências, como 50 e 60 Hz, que são as frequências da rede elétrica. Proteção em circuitos integrados Com o advento do transistor, componente que estaremos estudando na próxima unidade, deu-se início a uma evolução na eletrônica digital e analógica. A partir de então começou a surgir o conceito de circuito integrado. Atualmente, os circuitos integrados estão presentes na maioria dos equipamentos %+%&3]$1 !,'#!3'"%1!'4%'"%"L31(,8'("#+1. (4!3%,'!#%3( 1!$(1,8'3%G*+(4!3%,'4%'&%$,7!8' "1 3! !$&3!+(4!3%,'%'"(1,'*"('1$.$14(4%'4%' !"#!$%$&%,R Para os microcontroladores, componentes que possuem inúmeros pinos de entrada e saída, ou seja, pinos de comunicação com o meio externo, é aplicada uma proteção por meio de diodos. Essa proteção é necessária, pois níveis de tensão incompatíveis com os aceitáveis pelo componente podem ser inseridos em seus respectivos IOs levando assim a ruptura do componente. 50 UNIDADE II !O DIODO Figura 34. Proteção de pinos de entrada e saída de sinais por meio de diodos. VCC Pino de IO Microcontrolador VCC Microcontrolador Fonte: Autor. !"#$%#&$'!"%()%(*(+',-!")(.,"/$0&%,"12")!-(3!*"+!',%"&3"),%"-("-$!-!*".$0,-!*"(+'%(" o pino de entrada e aos pinos de alimentações do circuito integrado, V DD e GND. 4&,+-!"&3"+56(."-("'(+*7!"+!")$+!"-("(+'%,-,"-!"3$#%!#!+'%!.,-!%8")!%"(9(3).!8":!%" superior à tensão V DD mais a queda de tensão V D , o diodo conectado à parte superior do circuito conduzirá evitando o aumento da tensão sobre o pino de entrada, dessa forma protegendo o componente. Caso a tensão seja menor que GND, o diodo inferior conduzirá repetindo a mesma proteção do diodo superior. Nesse circuito, não tem um componente para limitar a corrente que fluirá pelos diodos quando estiverem conduzindo. Essa corrente poderá ser grande o suficiente para danificar o componente. Para controlar a intensidade dessa corrente é necessário inserir, externamente, um resistor limitador de corrente, assim quando a proteção agir o fluxo de corrente será limitado pelo resistor evitando assim danos às portas dos componentes. Diodos em tensão alternada Os diodos utilizados para converterem uma tensão alternada em tensão contínua *7!" #;,3,-!*" -(" -$!-!*" %('$<#,-!%(*=" >&,*" )%$+#$),$*" ,).$#,?@(*" *7!" (3" #$%#&$'!*" %('$<#,-!%(*"(3)%(0,-!*"(3":!+'(*"-(",.$3(+',?7!="A**(*"#$%#&$'!*"%('$<#,-!%(*"'B3" a função basicamente de converterem a tensão alternada presente nas redes elétricas (3"'(+*@(*"#!+'5+&,*="C"*(0&$%"(*',%(3!*"6(%$<#,+-!"!"),)(.":&+-,3(+',."-!*"-$6(%*!*" '$)!*"-("#$%#&$'!*"%('$<#,-!%(*= 51 O DIODO UNIDADE II Retificador de meia onda D"#$%#&$'!"%('$<#,-!%"-("3($,"!+-,"E"#!3)!*'!"&+$#,3(+'(")!%"&3"-$!-!",.$3(+',-!" )!%"&3,":!+'("-("'(+*7!",.'(%+,-,="C"/$0&%,"1F"$.&*'%,"!")%!#(**!"-(**("%('$<#,-!%= Figura 35. Circuito retificador de meia onda. Vac T1 D1 RL Fonte: Autor. Funcionamento do RMO 4&,+-!","'(+*7!",.'(%+,-,",).$#,-,"G"(+'%,-,"-!"%('$<#,-!%"-("3($,"!+-,"(*'$6(%"+!" semiciclo positivo, o diodo D estará conduzindo e a tensão na carga será igual à tensão -("(+'%,-,"-(*#!+',+-!"H8I"J=">(","'(+*7!"-(")$#!"-("(+'%,-,":!%"3&$'!"3,$!%"K&("H8I" J8","'(+*7!"+,"#,%0,"*(%L")%,'$#,3(+'("$0&,."G"'(+*7!"-("(+'%,-,="4&,+-!","'(+*7!"-(" entrada estiver no semiciclo negativo, o diodo estará polarizado reversamente, portanto estará cortado e toda a tensão estará aplicada entre seus terminais; por isso, o diodo deve ter uma tensão de ruptura maior que a tensão de pico de entrada. Figura 36. Tensão de saída do RMO para tensão de entrada no semiciclo positivo. Fonte: Próprio autor. 52 UNIDADE II !O DIODO M!-(3!*"+!',%"+,"/$0&%," 1N"K&(" ," '(+*7!" *!O%(" ," #,%0,8" !&" *(P,8"J O é basicamente ,"3(*3," '(+*7!" #!+'$-," +!" *(3$#$#.!" )!*$'$6!" -," '(+*7!" -(" (+'%,-,=" ," /$0&%," 1I" (*',%(3!*"6(%$<#,+-!"!*"+56($*"-(**,"'(+*7!"J O "-("*,5-,"-!"%('$<#,-!%"-("3($,"!+-,= Figura 37. Formas de onda do retificador de meia onda. Tensão alternada Ve aplicada na entrada do circuito retificador de meia onda. Tensão de saída VO presente sobre o resistor R no retificado de meia onda. Tensão sobre o diodo, VD e PIV durante tensão de entrada no semiciclo negativo. Fonte: Próprio autor. D"6,.!%"3E-$!"-,"'(+*7!"-("*,5-,"*!O"!"%(*$*'!%"-("#,%0,"),%,"(*'("%('$<#,-!%"*(%L"-,-!" por: P P CC ef V V V Q e V ! Logo, MED CC efJ J H82FJ O fato de a tensão de saída contínua, porém, ainda ser pulsante, se dá pela razão da tensão de saída ainda ser dependente da componente alternada de entrada, dessa forma )!-(3!*"-('(%3$+,%"!"6,.!%"-,"'(+*7!"(<#,R"-("*,5-,"SJ AC T8"),%,"%('$<#,-!%(*"-("3($," onda como sendo: P AC V V Q Podemos determinar ainda a corrente média que passará pelo circuito como: CC MED L V I I R 53 O DIODO UNIDADE II M!%',+'!8" ,!" #,.#&.,%" ,*" #,%,#'(%5*'$#,*" -!" *$+,." ," *(%" %('$<#,-!8" -(6(U*(" !O*(%6,%" !*"),%V3('%!*"-(" #!%%(+'("-$%('," (" '(+*7!" %(6(%*,"),%," (*)(#$<#,?7!"-!"-$!-!"," *(%" utilizado. RRM PV V" P AV V I R " #! P RMS V V Q " P CC V V " ! PPIV V" Onde, PIV $Tensão Inversa de Pico. V RRM $Máxima Tensão de Pico Reversa. V RMS $WL9$3,"X(+*7!"A<#,R= V RRMS $Máxima Tensão CC Reversa. I AV $Máxima Corrente Contínua. Esses parâmetros devem ser consultados nas folhas de dados do componente, disponibilizados pelos fabricantes de cada modelo de diodo. Retificador de onda completa com CT A**("'$)!"-("%('$<#,-!%8"O,*',+'("&'$.$R,-!"+,"$+-Y*'%$,8"&'$.$R,U*("-("&3"'%,+*:!%3,-!%" #!3"'!3,-,"#(+'%,."S#(+'(%"',)T"+!"K&,."#!+(#',U*("(*',"'!3,-,"#(+'%,.",!")!'(+#$,."-(" '(%%,"SZ [T"+!"*(#&+-L%$!"-!"'%,+*:!%3,-!%="D*"-$!-!*"*7!"$+'(%.$0,-!*"(3"#,-,"&3," -,*"*,5-,*"!)!*',*"G"'!3,-,"#(+'%,.8"!O'(+-!U*("-&,*"'(+*@(*"-(:,*,-,*"-("\]H^"(+'%(" *$="C"/$0&%,"1]"$.&*'%,"(*'("%('$<#,-!%"#!3"*&,*"%(*)(#'$6,*":!%3,*"-("!+-,"-("(+'%,-," e saída. 54 UNIDADE II !O DIODO Figura 38. Circuito retificador de onda completa com center tap. Vac T1 D1 RL D2 Fonte: Autor. Funcionamento do ROC M,%,"(**("'$)!"-("%('$<#,-!%8"'(%(3!*"!*"-$!-!*"[\"("[Q"#!+-&R$+-!"(3",3O!*"!*"#$#.!*" -,"'(+*7!",.'(%+,-,"-("(+'%,-,="4&,+-!","'(+*7!"-("(+'%,-,"-!"'%,+*:!%3,-!%"(*'$6(%" +!"*(3$#$#.!")!*$'$6!8"!"-$!-!"[\"E")!.,%$R,-!"-$%(',3(+'(8"#!+-&R$+-!8"("!"-$!-!"[Q" estará polarizado reversamente, cortado. No semiciclo negativo, os papéis se invertem entre os diodos. O diodo D1 passa a estar polarizado reversamente, cortado, e o diodo [Q"(*',%L")!.,%$R,-!"-$%(',3(+'(8"#!+-&R$+-!="_!3!",":%(K&B+#$,"-("(+'%,-,"-!"*$+,." C_"E"-("NH"`R8")!-(3!*"(+'7!"-$R(%"K&("!*"-$!-!*"#!+-&R$%,3"NH"`R8"!&"*(P,8"NH"6(R(*" )!%"*(0&+-!8".!0!"+,"*,5-,"-!"%('$<#,-!%"'(%(3!*"\QH")&.*!*")!%"*(0&+-!="M!%',+'!8" )!-(3!*"#!+#.&$%"K&("),%,"!"%('$<#,-!%"-("!+-,"#!3).('!8",":%(K&B+#$,"(3"*&,"*,5-," dobra em relação à frequência de entrada. As formas de onda de todo o processo podem *(%"6$*',*")(.,"/$0&%,"1a= Figura 39. Formas de onda do retificador de onda completa com center tap. ! ! ! ! ! ! ! "# $%& $%' $( ") "%' "%& *+," -$" -$" *+," Tensão alternada Ve aplicada na entrada do circuito retificador de onda completa com CT. Corrente direta sobre o diodo ID1 no retificador de onda completa com CT. Corrente direta sobre a carga R na saída do retificador de onda completa com CT. Tensão de saída V0 aplicada sobre a carga R do retificadorde onda completa com CT. Tensão sobre o diodo D1 quando polarizado diretamente e PIV quando polarizado reversamente. Corrente direta sobre o diodo ID2 no retificador de onda completa com CT. Tensão sobre o diodo D2 quando polarizado diretamente e PIV quando polarizado reversamente. Fonte: Próprio autor. 55 O DIODO UNIDADE II M,%,"(**("%('$<#,-!%8","'(+*7!"+,"#,%0,"*(%L"-,-,")!%b P __ WA[ H QJ V V V ! A","'(+*7!"(<#,R"+,"*,5-,"*(%Lb P AC V V Q % A corrente média na carga será: CC MED L V I I R A corrente média em cada diodo será: L [\ [Q I I I Q C"'(+*7!"$+6(%*,"-(")$#!"SMcJT"E"!"-!O%!"-,"'(+*7!"3L9$3,"-("#,-,"(+%!.,3(+'!"+!" secundário do transformador e pode ser dada por: ACMcJdQ QJ Retificador de onda completa em ponte M,%," (**(" #$%#&$'!" *7!" &'$.$R,-!*" K&,'%!" -$!-!*" +!" )%!#(**!" -(" %('$<#,?7!" -!" *$+,." alternado. _!3","&'$.$R,?7!"-("3,$*"-!$*"-$!-!*8"*("#!3),%,-!",!"%('$<#,-!%",+'(%$!%8"<#,"(.$3$+,-," a necessidade de utilização de center tap, no transformador. A grande vantagem da não utilização do center tap ! "#$ % &$'()* +$&,-.%/% '% .%+0% ($+1 * /*2+* /% &$'()* /$ #3 +$&,-.%/*+ /$ *'/% .*345$&%6 "#$ #&,5,7% &*3%/% .$'&+%58 Figura 40. Circuito retificador de onda completa em ponte. Vac T1 D1 RL D2 D3 D4 Fonte: Próprio autor. 56 UNIDADE II !O DIODO Funcionamento do ROCP Ao aplicar uma tensão senoidal na entrada do transformador, observamos, que '* ($3,.,.5* 4*(,&,9*6 *( /,*/*( :; $ :< $(&)* 4*5%+,7%/*( /,+$&%3$'&$6 4*+&%'&* conduzindo. Os diodos D1 e D4 estão polarizados reversamente, portanto, cortados. Pelo =%&* /$ :; $ :< $(&%+$3 .*'/#7,'/* $ $3 (!+,$6 *.*++$+1 #3% "#$/% /$ &$'()* (*2+$ *( /,*/*( /$ >6?@8 :#+%'&$ * ($3,.,.5* '$0%&,9*6 *( /,*/*( :; $ :< $(&%+)* 4*5%+,7%/*( reversamente, portanto cortados, e os diodos D1 e D4 estarão polarizados diretamente, portanto conduzindo. Em D1 e D4 também ocorrerá uma queda de tensão de 1,4 volts. A*+&%'&*6 4%+% * +$&,-.%/*+ /$ *'/% .*345$&% $3 4*'&$6 % &$'()* '% .%+0% ($+1B P CC DE: F ;@ V V V ! E (#% &$'()* $-.%7 ($+1B P AC V V ; " G 31H,3% &$'()* /$ 4,.* +$9$+(% "#$ .%/% /,*/* +$&,-.%/*+ /$9$ (#4*+&%+ 4%+% $(&$ +$&,-.%/*+ ! /$ %4+*H,3%/%3$'&$ I @ P . 57 CAPÍTULO 4 Exemplos de circuitos com diodos Nesse capítulo serão estudados os diodos aplicados a circuitos no qual são empregados diferentes modelos deste componente. Para os casos dos diodos que não foram abordados profundamente nos capítulos anteriores, será apresentada uma introdução e posteriormente a indicação de literaturas secundárias para o aperfeiçoamento do conteúdo. Circuitos lógicos J3% /%( %45,.%KL$( 3%,( (,345$( #&,5,7%'/* /,*/*( ()* %( %45,.%KL$( .*3* .M%9$8 Explorando essa característica dos diodos, podemos construir circuitos nos quais seu comportamento seja o mesmo realizado por uma porta lógica, por exemplo. Na Figura 41 ilustramos uma porta lógica AND e uma porta lógica OR, ambas construídas por meio de diodos. Figura 41. Portas lógicas AND e OR implementadas por meio de diodos. A B Y R +5V A B Y (a) (b) R Fonte: Autor. Exemplo 1: C*'(,/$+$ #3 (,(&$3% /$ 5N0,.% 4*(,&,9% '* "#%5 #3% &$'()* 4+NH,3% /$ F @ .*++$(4*'/$ % #3 9%5*+ 5N0,.* F O*# 2%,H*P $ #3% &$'()* 4+NH,3% /$ QR @ .*++$(4*'/$ % #3 9%5*+ 5N0,.* > O*# %5&*P8 A%+% * (,(&$3% /$ 5N0,.%6 ,345$3$'&%/* 4*+ /,*/*(6 .*++$(4*'/$'&$ S Figura 41b, levante a tabela da verdade e sua respectiva expressão lógica: 58 UNIDADE II !O DIODO Solução: :$9$3*( .*'(,/$+%+6 4%+% (,345,-.%K)* /% %'15,($6 "#$ *( /,*/*( ($ .*34*+&%3 /$ forma ideal. Ou seja: T$ %45,.%+3*( F@ '% $'&+%/% G *# U6 ')* $(&%+$3*( 4*5%+,7%'/* * +$(4$.&,9* /,*/*8 T$ %45,.%+3*( R@ '% $'&+%/% G *# U6 $(&%+$3*( 4*5%+,7%'/* /,+$&%3$'&$ * +$(4$.&,9* diodo. Considerando todas as possibilidades, teremos uma tabela da verdade do circuito, que ! %4+$($'&%/% '% V%2$5% <8 Tabela 3. Tabela da verdade para a porta lógica OR de diodos. A B Y 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 Fonte: Autor. Caso o aluno tenha interesse em relembrar as teorias a respeito de expressões lógicas, podem-se consultar os seguintes materiais: <https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-site/o- que-e-expressoes-booleanas>. <http://www.youtube.com/watch?v=95YoPVDLs9g>. Diodo zener J3 /,*/* 7$'$+ ! #3 &,4* /$ /,*/* $(4$.,%5 "#$ *4$+% '% +$0,)* /$ &$'()* /$ +#4&#+%8 O que permite o diodo zener atuar na zona de ruptura é o fato de possuir um nível /$ /*4%0$3 (#4$+,*+ %* /,*/* +$&,-.%/*+8 E(($ 'W9$5 /$ /*4%0$36 +$%5,7%/* 4$5*( =%2+,.%'&$(6 /$-'$ "#%5 % &$'()* 7$'$+ "#$ $(($ /,*/* $=$&,9%3$'&$ %&#%+18 Como mencionado anteriormente, o diodo zener trabalha polarizado reversamente, 4*+!36 ($ 4*5%+,7%/* /,+$&%3$'&$6 ($ .*34*+&% .*3* #3 /,*/* +$&,-.%/*+6 .*3 &$'()* /$ X*$5M* $'&+$ F6Y Z F6[ 9*5&(8 \#%'/* * /,*/* 7$'$+ $(&1 4*5%+,7%/* +$9$+(%3$'&$6 à medida que a tensão começa a aumentar, aparecerá uma pequena corrente de fuga, .*'=*+3$ * /,*/* +$&,-.%/*+6 4*+!36 "#%'/* %&,'0,/* % &$'()* 7$'$+6 *# &$'()* /$ ruptura, o diodo conduzirá mantendo, assim, a tensão de polarização reversa em seus 59 O DIODO UNIDADE II terminais praticamente constante. Devido a esta característica, esse diodo é largamente utilizado em circuito de regulação de tensão. Figura 42. Símbolo do diodo zener e alguns modelos comerciais. Fonte: <http://blog.novaeletronica.com.br/img/diodo-zener.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. C*3* '*( /,*/*( +$&,-.%/*+$(6 ($34+$ "#$ #&,5,7%+ #3 /,*/* 7$'$+ /$9$]($ 5,3,&%+ (#% corrente por meio de resistor externo evitando, assim, possíveis danos ao componente quando submetidos a altas correntes. Alguns parâmetros elétricos importantes fornecidos pelos fabricantes dos diodos podem ser vistos na tabela a seguir. Tabela 3. Especificações básicas de diodo zener disponibilizada pelos fabricantes. Parâmetros Descrição VZ Tensão Zener. IZT Corrente Zener de Teste. IZM Corrente Zener Máxima Especificada. PZM Potência Zener Especificada. Fonte: Autor. Para saber mais a respeito de diodo zener, deve-se consultar o capítulo 5 do livro referência MALVINO, A. e BATES, D. J. Eletrônica Volume 1. Exemplo 2: ^* .,+.#,&* +$4+$($'&%/* 4$5% _,0#+% ?<6 * /,*/* 7$'$+ >^?[?? ! #&,5,7%/* .*3* regulador de tensão. Observe que, para tensões reversas maiores do que a tensão de +#4&#+% 7$'$+ O@ Z ), um pequeno incremento na tensão causa uma grande variação na corrente reversa no zener. 60 UNIDADE II !O DIODO Figura 43. Circuito regulador de tensão implementado com diodo zener. R D RL VIN + - Fonte: Autor. Suponha que a fonte de tensão V IN não seja uma fonte regulada e forneça uma tensão /$ ;> @8 E((% =*'&$ $(&1 .*'$.&%/% % #3% .%+0% /$ +$(,(&`'.,% a L para a qual desejamos %45,.%+ #3% &$'()* .*'(&%'&$ /$ Q>R @8 b2($+9$ "#$ * /,*/* 7$'$+ $(.*5M,/* &$3 &$'()* zener V Z c >R @8 b +$(,(&*+ a ! .*5*.%/* 4%+% 5,3,&%+ % .*++$'&$ $ * ($# 9%5*+ /$9$ ($+ .%5.#5%/* 4%+% 5,3,&%+ % .*++$'&$ $3 ;Fd /% .*++$'&$ 31H,3% /* 7$'$+ Oe ZMAX c Y> 3GP8 T#4*'/* "#$ % .*++$'&$ 4%+% %5,3$'&%+ % .%+0% ($X% /$ >RF 3G6 $'&)* a 4*/$+1 ($+ calculado por: 21 15 37 0, 2 0,15 0, 2 0,061 IN Z L ZMAX V V R I I ! ! " !"#$$%&'%!(%)#!*+#*#!,%&%$!-%$.!/01!*%!2 ZMAX , ou seja: 0,2 0,2 0,061 12,2 Z ZMAX I I mA# " # " # O resistor de carga R L será: # # # 15 100 0,150 Z L L V R I A potência no diodo zener será: 15 0,0122 183 Z Z Z P V I mW# " # " # 3#4#5!#!*+#*#!,%&%$!678988!)+:+';$.!;!'%&-<#!%&'$%!#-!-%=-!'%$:+&;+-!%:!6>?@! !*+A%$%&B;! (;$;!;!'%&-<#!*%!;)+:%&';B<#!*%!/6!?!C!*+--+(;*;!-#D$%!#!$%-+-'#$!*%!E9F5!)+:+';&*#!;! "#$$%&'%!&#!*+#*#!,%&%$!%:!6/5/!: !%!=:!%G%&'=;)!"=$'#!"+$"=+'#!(%);!";$4;!H L Diodo emissor de luz – LED O funcionamento do LED é baseado na eletroluminescência causada pela injeção de (#$';*#$%-! %:! =:;! I=&B<#! J7@! K=;&*#! ;! I=&B<#! J7! C! *+$%';:%&'%! (#);$+,;*;5! ;-! 61 O DIODO UNIDADE II lacunas do semicondutortipo P e os elétrons livres do semicondutor tipo N movem-se em sentidos opostos em relação à camada de depleção. As lacunas injetadas no lado N recombinam-se com os elétrons livres que chegam da camada de depleção, enquanto que os elétrons livres injetados no lado P recombinam-se com as lacunas vindas da camada de depleção. Assim, todos os portadores recombinam-se nas imediações da camada de depleção. Se o semicondutor tiver um gap de energia direto, a recombinação de cada par elétron-lacuna resulta na emissão de um fóton. Os LEDs são muito utilizados para a confecção de painéis indicadores de equipamentos elétricos e eletrônicos, na fabricação de displays digitais constituídos de segmentos %'"@!L:;!*;-!4$;&*%-!G;&';4%&-!*%!='+)+,;B<#!*#!3MN!-%!"#:(;$;*#!O-!#='$;-!A#&'%-! de energia luminosa é seu baixo consumo, sua alta taxa de vida e um chaveamento extremamente rápido. Figura 44. Simbologia do diodo emissor de luz. Anodo Terminal comprido Catodo Chanfro e Terminal curto + - Fonte: <https://cadernodelaboratorio.com.br/wp-content/uploads/2017/09/diodo_28.png>. Acesso em: 24/12/2018. Para saber mais a respeito do diodo emissor de luz, recomenda-se consultar o capítulo 5 do livro referência MALVINO, A. e BATES, D. J. Eletrônica Volume 1. Exemplo 3: 7#!"+$"=+'#!:#-'$;*#!(%);!P+4=$;!8>!*%-%I;:#-!";)"=);$!#!G;)#$!*#!$%-+-'#$!H!(;$;!Q=%!#! 3MN!%-'%I;!(#);$+,;*#!"#$$%';:%&'%!"#:!=:;!"#$$%&'%!*%!6>!: @!R#&-+*%$;$!? D1 igual ;!/56!G#)'-!%!?6!+4=;)!;!60!G#)'-@! 62 UNIDADE II !O DIODO Figura 45. Circuito de polarização do diodo emissor de luz. R1 V1 D1 Id1 Fonte: Próprio autor. Podemos notar que como o LED, o resistor de limite de corrente R 1 e a fonte de alimentação V 1 estão conectados em série, logo podemos calcular o valor do resistor facilmente por meio da seguinte expressão: # # # 1 1 1 1 10 2,1 526 0, 015 D D V V R I A potência no resistor limitador R 1 é dado por: 1 1 1 7,9 0,015 11 8R R DP V I mW# " # " # Diodo Schottky Diodo Schottky recebe esse nome devido ao efeito Schottky, uma homenagem ao físico alemão Walter Schottky. Basicamente esse efeito descreve uma redução na queda de tensão no diodo. Em termos construtivos, esse diodo utiliza ao invés do material P um metal. Esse contato entre metal e o cristal N tem um comportamento ôhmico, ou seja, ;!$%-+-'S&"+;!*#!"#&';'#!"#&'$#);!#!T=U#!*%!"#$$%&'%@!R#:#!D%&%AV"+#!#D'C:W-%!:%&#$! queda de tensão no diodo e também velocidades de chaveamento bem superiores aos diodos de silício. 7;!X4=$;!8Y!C!(#--VG%)!G%$+X";$!;!*+A%$%&B;!%:!'%$:#-!*%!Q=%*;!*%!'%&-<#!-%!"#:(;$;*#! ao diodo de silício para um mesmo circuito. Também se observa alguns detalhes construtivos, bem como alguns exemplos de encapsulamento e símbolo esquemático. 63 O DIODO UNIDADE II Figura 46. Diodo Schottky. 2V 2,4 0,7V 2V 0,3V Load Load oad 1,7V 2V oad 1,3V Catodo Anodo Metal Cristal N Junção metal semicondutor Diodo Schottky 1 3 Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/CGGwJllWLXw/maxresdefault.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. Assim como os demais modelos de diodos, o diodo Schottky tem um papel fundamental &#! A=&"+#&;:%&'#! *%! "+$"=+'#-! %)C'$+"#-@! L:;! *%! -=;-! ($+&"+(;+-! ;()+";BZ%-! C! &;! eletrônica de potência, principalmente em fontes chaveadas devido a sua característica de velocidade e perdas. Diodo varicap Esse tipo de diodo também conhecido como varactor é um díodo semicondutor cuja característica principal é a de apresentar uma capacidade que depende da tensão de polarização inversa que lhe seja aplicada. Essa capacitância apresentada nos terminais do componente se deve a região de depleção. Já vimos anteriormente que uma junção PN polarizada reversamente apresenta uma região de depleção. Em poucas palavras esse efeito provoca o surgimento de duas regiões de cargas diferentes separadas por um dielétrico, ou seja, um clássico capacitor. Sabendo que a região de depleção aumenta com o aumento da tensão reversa aplicada. O que temos então é um aumento da região dielétrica entre as cargas. Deduz, portanto, que a capacitância apresentada pelo varicap diminui com o aumento da tensão reversa. 7;!X4=$;!89!'%:#-!=:!%U%:()#!*%!"+$"=+'#!(;$;!;!:%*+B<#!*;!";(;"+'[&"+;!*#!G;$+";(5! seu símbolo esquemático e encapsulamento. 64 UNIDADE II !O DIODO Figura 47. Diodo varicap. 12V 100K multímetro Catodo Anodo CatodoAnodo Diodo varicap 1M Capacímetro Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/68qOrDl55tc/maxresdefault.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. Os varicaps são amplamente utilizados em radiofrequência. Sua aplicação principal !"#!$%&$'%()*!)*$%+,-)&"*!"#!*'.*(%('%/0)!,)*!$,1,$%()&"*!2,&%32"%*! (&%##"&*! 41+,$,! paralelas comumente separadas por ar). O surgimento deste tipo de diodo permitiu uma revolução nos circuitos de &,-%)5&"6'78$%,9!1)%*!1)**%.%+%()'!)!$)8(&)+"!"+"(&:8%$)!-"!$%&$'%()*!)*$%+,-)&"*9!;+(&)*9! moduladores, defasadores e outros circuitos de radiofrequência. Nos osciladores principalmente permitiu desenvolvimento de circuitos de controle automático, também $)8<"$%-)*!$)#!=>>!41<,*"! +)$?"-! +))1@!)!6'"!1"&#%("! (&,8*#%(%&!,*!$,&,$("&A*(%$,*! -"!'#!)*$%+,-)&!,!$&%*(,+!4,+(,!"*(,.%+%-,-"!-"!5&"6'78$%,9!,+()!B@!1,&,!)*$%+,-)&"*!>C! 4.,%D,!"*(,.%+%-,-"!-"!5&"6'78$%,9!.,%D)!B@E! Para saber mais a respeito do diodo varicap, veja o video “#147: Basics of Varactor Diodes | Voltage Controlled Oscillator VCO Example” disponivel em: <https:// www.youtube.com/watch?v=icw8terKP-M>. Diodo túnel Inicialmente foi previsto pelo físico americano George Gamow, porém, surgiu em FGHI9! 5&'()! -,*! 1"*6'%*,*! -)! $%"8(%*(,! J,1)87*! K&E! >")! L*,?%! 8)*! +,.)&,(M&%)*! -"! desenvolvimento da Sony Corporation, no Japão. Sua concepção consistiu na formação de uma junção bastante abrupta entre as regiões P e N de uma matriz de germânio possuindo alto teor de impureza. Com isso, obteve-se uma região de depleção bem estreita. O objetivo inicial para o diodo em questão era a fabricação de memórias. No entanto, com o rápido desenvolvimento da tecnologia de fabricação de transistores ele foi 65 O DIODO UNIDADE II abandonado, não totalmente, devido a necessidade de dispositivos de respostas ultrarrápidas e também a grande demanda de dispositivos capazes de trabalhar em 5,%D,*!,+ #!-)!"*1"$(&)!2%*A2"+!-)!%8A$%)!-,!- $,-,!-"!FGNOE! O diodo túnel opera em uma região de resistência negativa, ou seja, quando a tensão diminui a corrente aumenta, somente quando tem-se uma tensão muito próxima de zero 4$<,#,-,!-"!,2,+,8$<"@9!)'!*"J,9!"+"!*M!5'8$%)8,!$)#)!-%)-)!(P8"+!6',8-)!1)+,&%Q,-)! diretamente e sob tensões bem baixas, para tensões fora dessa região ele funciona como um diodo comum. Figura 48. Diodo túnel. I Região de resistência negativa V Vdc R1 R2 R3 C1 L1 Saída D1 S1 (a) (b) Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/68qOrDl55tc/maxresdefault.jpg>. R,!;S'&,!TI,! ("#)*!'#!"D"#1+)!-"!$%&$'%()!'(%+%Q,8-)!)!-%)-)! (P8"+!"!)!S&3;$)!-)! $)#1)&(,#"8()!-,!$)&&"8("!"#!5'8/0)!-,!("8*0)!-"!1)+,&%Q,/0)E!R)!S&3;$)! !1)**A2"+! %-"8(%;$,&!,!&"S%0)!-"!&"*%*(78$%,!8"S,(%2,!)8-"!,)!*"!-%#%8'%&!,!("8*0)!-"!1)+,&%Q,/0)! a corrente aumenta e ao aumentar a tensão de polarização a corrente diminui. U!$%&$'%()!-,!;S'&,!TI.!-"#)*(&,!,!,1+%$,/0)!-)!-%)-)!"#!$%&$'%()!)*$%+,-)&!-"!,+(,! 5&"6'78$%,!-,!)&-"#!-"!V%S,!W"&(QE!X8,+%*,8-)!)!$%&$'%()!,1&"*"8(,-)9!$,*)!)!-%)-)!80)! estivesse presente, teríamos na saída após fechada a chave s1 uma senoide amortecida que se extinguiria após um certo tempo. Esse fato ocorre devido aos componentes L e C não serem perfeitos, ou seja, apresentarem uma resistência interna. L8(&,! "#! $"8,! "8(0)! )! -%)-)! (P8"+E! Y(%+%Q,8-)! *',! &"*%*(78$%,! 8"S,(%2,! ! 1)**A2"+! compensar as perdas do circuito LC, cancelando a resistência desses componentes e assim mantendo a oscilação constante. Para saber mais a respeito do diodo túnel, veja o vídeo #204: Basicsof Tunnel Diodes and their applications” disponivel em: <https://www.youtube.com/ watch?v=PuG8CCUbg58>. 66 UNIDADE IIIO TRANSISTOR BIPOLAR Na unidade anterior estudamos o diodo que é um dispositivo semicondutor de junção PN que nos servirá de base para entendermos os transistores. Esta unidade está diretamente ligada ao estudo dos transistores bipolares. Os transistores são componentes semicondutores compostos por três terminais e são muito mais úteis se comparados aos diodos. Podemos utilizá-los em circuitos como ,#1+%;$,-)&"*9!$%&$'%()*!+MS%$)*9!$<,2"*!"+"(&:8%$,*9!$)#)!-%)-)*!"!#,%*!'#,!%8;8%-,-"! de aplicações. Basicamente, seu princípio de funcionamento consiste em inserir uma tensão entre dois -)*!*"'*!("&#%8,%*!6'"9!1)&!*',!2"Q9!$)8(&)+,&,#!'#,!$)&&"8("!6'"!-"2"&3!Z'%&!1"+)! terceiro terminal. Nesta unidade, estaremos estudando o funcionamento do transistor bipolar PNP e NPN. Figura 49. Símbolo esquemático dos transistores bipolares NPN e PNP. NPN PNP B B C C E E Fonte: Autor. 67 CAPÍTULO 1 Junção PNP e NPN O transistor bipolar de junção Bipolar Junction Transistor!4[\]@! !'#!$)#1)8"8("!-"! semicondutores de três terminais que consiste de duas junções PN. A base é responsável 1)&!$)8(&)+,&!)!Z'D)!-"!$)&&"8("!"8(&"!)!"#%**)&!"!)!$)+"()&E!R)!"#%**)&!("#^*"!'#,! dopagem mais forte, pois os elétrons partem de lá para a outra região onde está o terminal de base. A base é considerada fracamente dopada. A grande parte dos elétrons que partiram do emissor chegaram ao coletor. Este possui uma dopagem intermediária, "8(&"!)*!8A2"%*!-"!.,*"!"!-)!"#%**)&E!X!_%S'&,!HO!%+'*(&,!,!"*(&'('&,!-"!'#!(&,8*%*()&! NPN e outro PNP. Figura 50. Junções PN internas de um transistor NPN e PNP. E E B B C C P P P PN PN N Junção Base Emissor Junção Base Emissor Junção Base Coletor Junção Base Coletor Altamente Dopado Camada mais fina e menos dopada B Menos dopado que o Emissor e mais dopado que a Base Menos dopado que o Emissor e mais dopado que a Base Camada mais fina e menos dopada Camada mais f Altamente Dopado Fonte: <https://www.electronica-pt.com/imagens/componentes/juncao-transistors.jpg>. Acesso em: 24/12/2018. B',8-)!*0)!%#1+"#"8(,-)*9!"#!'#!#,("&%,+!*"#%$)8-'()&9!'#,!J'8/0)!=R9!*,."#)*! que existirá uma repulsão interna entre os elétrons livres no material N que provocará a difusão deste por meio dessa junção dando origem à recombinação no lado P. Esse processo dará origem à formação de duas camadas de depleção. O nível de dopagem das regiões de emissor e coletor é responsável diretamente pelo dimensional dessas camadas de depleção, pois quanto mais portadores majoritários uma região possuir, maior será a quantidade de íons formados em uma região de limiar de menor dimensão. Importante lembrar que como nos diodos, as junções PN nos transistores provocarão '#,! .,&&"%&,! -"! 1)("8$%,+! -"! O9`! 2)+(*E! X! _%S'&,! HF! %+'*(&,! ,*! $,#,-,*! -"! -"1+"/0)! existentes na estrutura BJT. 68 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Figura 51. Formação das regiões de depleção da estrutura BJT. Emissor Coletor Base + + + + + ++ Eletron + Lacuna N + P N Camadas de depleção Fonte: Autor. Vimos também que o processo de inserção de impurezas pentavalentes e impurezas trivalentes no cristal de silício consegue transformá-los em cristais tipo N e tipo P. Como o transistor consiste de duas junções PN, ou seja, junção emissor-base e a junção coletor-base, ou simplesmente junção de emissor e junção de coletor, dependendo das condições de polarização, direta ou reversa, tem-se diferentes modos de operação. Esses modos de operação do transistor BJT podem ser vistos na tabela 4. Tabela 4. Modos de operação para os transistores BJT. Modo de Polarização Junção Emissor – Base Junção Coletor – Base Corte Reversa Reversa Ativa Direta Reversa Saturação Direta Direta Fonte: Autor. » !"#$%&'!&%(!)*+$%&*,#-*.&,)*/0#0,%)&1,#2#3*'%&4%5%&*5(2#64*'%)7 » Região de operação corte e saturação: transistor utilizado como chave. O transistor NPN Figura 52. Transistor NPN no modo ativo-condução. RE RC VBE Ic VCB IE N N P E C B IB Fonte: Autor. 69 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III 81*/'%&0!&'!0!9*&:1!&%&,)*/0#0,%)&;<;&%(!)!&/*&)!"#$%&*,#-*=&>&/!4!00?)#%&(%2*)#3?@2%& com uma fonte aplicada entre os terminas de base e emissor, V BE , e outra aplicada entre os terminais de coletor e base, V CE . A tensão V BE produz um potencial maior de base em relação ao emissor, dessa forma, polarizando a junção de forma direta. Já a tensão entre coletor e base, V CB , produz um potencial de coletor maior que o potencial da base, dessa forma, está junção do coletor-base estará polarizada no modo reverso. Ao polarizar diretamente a junção base emissor inicia-se a circulação de uma corrente de elétrons injetados do emissor a base e outra de lacunas injetadas da base no emissor. Os elétrons são portadores majoritários de corrente no cristal do tipo N na região do emissor e quando atingem a região da base são submetidos a duas forças de atração. A5*&'!2*0&>&%&,!)5#/*2&'*&B%/,!&!5#00%)&C*0!=&D EB e a outra o terminal positivo da fonte coletor base, V CB . Os elétrons que atingem a região da base se deslocam em alta velocidade e a sua grande maioria é atraída pelo potencial mais alto do coletor atravessando a )!"#$%&'!&C*0!&/%&0!/,#'%&'%&4%2!,%)7&E%5%&%&4)#0,*2&'*&C*0!&>&!F,)!5*5!/,!&6/%=&%0& elétrons que saem do emissor têm facilidade de passar através dele, para o coletor. Alguns elétrons, contudo, penetram na base e são atraídos pelo terminal positivo da fonte V EB , formando a corrente de base. Os elétrons que passam através do coletor e entram na fonte V CB e produzem a corrente de coletor. Cada elétron que deixa o coletor '!-!&0!)&01C0,#,1G'%&(%)&15&!2>,)%/&/%&!5#00%)&(*)*&()%'13#)&15&H1F%&4%/,G/1%&'!& corrente. A fonte conectada entre emissor e base irá controlar a quantidade de elétrons que entram no emissor e consequentemente a corrente que sai no coletor. O transistor PNP Figura 53. Transistor PNP no modo ativo-condução. RE RC VEB Ic VBC IE N P E C B IB P Fonte: Autor. E%5%&(%'!5%0&-#01*2#3*)&/*&I#"1)*&JK&%&,)*/0#0,%)&C#(%2*)&<;<=&%&!5#00%)&!&%&4%2!,%)& são compostos por materiais do tipo P e a base por material semicondutor tipo N. Para condução do transistor PNP no modo ativo, a junção emissor-base está polarizada diretamente e a junção coletor base polarizada reversamente, da mesma forma que 70 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR ocorre com o transistor do tipo NPN, porém, com as polaridades das fontes invertidas. Os portadores majoritários no cristal do tipo P são lacunas. A polarização direta, na junção emissor base, faz com que as lacunas sejam aceleradas para a base. A maioria das lacunas penetra na base do cristal chegando ao coletor. As lacunas que chegam ao coletor são preenchidas por elétrons provenientes do terminal negativo da fonte '!& 4%2!,%)7& L00!0& !2>,)%/0& 0!& '!02%4*5& *,)*->0& '*& 6/*& 4*5*'*& '!& C*0!& !5& '#)!+$%& do emissor. Além disso, uns poucos elétrons entram na base, provenientes da fonte emissor base e combina-se com as lacunas que não penetram em direção ao coletor. Todos os elétrons que chegam ao emissor são atraídos para o terminal positivo da fonte V EB . Cada elétron que passa do emissor para a fonte V EB , deixa uma lacuna em seu lugar. As lacunas movimentam-se através da base em direção ao coletor onde se recombinam com os elétrons que entram no coletor. Simbologia e fluxo de correntes pelo transistor BJT M& 0#5C%2%"#*& '%0& ,)*/0#0,%)!0& ;<;& !& <;<& (%'!& 0!)& -#0,%& (!2*& 6"1)*& JN7& M0& 0!,*0& representam o terminal referente ao emissor e seu sentido indica a corrente no modo convencional, ou seja, para os transistores NPN elas saem em direção ao circuito e para os transistores PNP elas entram dos circuitos externos em direção à base eprincipalmente ao coletor. Figura 54. Sentido das correntes nos transistores bipolares BJT. Convencional Convencional Real Real IB IB IB IB IC IC IC IC IE IE IE IE (a) (b) PNP NPN Fonte: Autor. M&I#"1)*&JN&*()!0!/,*&%&0!/,#'%&)!*2&!&4%/-!/4#%/*2&'*0&4%))!/,!0&(*)*&%0&,)*/0#0,%)!0& NPN e PNP. Considerando o sentido real, para um transistor NPN, a corrente entra pelo terminal de emissor, uma pequena parte sai pelo terminal de base e seu maior H1F%&0*#&(!2%&,!)5#/*2&'!&4%2!,%)7&;%&4*0%&'%0&,)*/0#0,%)!0&<;<=&*&4%))!/,!&!/,)*&(!2%0& terminais de base e coletor e sai pelo terminal de emissor. Para análise de circuitos na prática, utiliza-se convencionalmente o modo de circulação de correntes convencional. Considerando o modo convencional, para um transistor NPN a corrente entrará no 71 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III transistor pelos terminais de base e coletor saindo unicamente pelo terminal de emissor. Já para o transistor PNP, a corrente entrará apenas pelo terminal de emissor e saíra pelos terminais de base e coletor. Considerando o sentido convencional das correntes e relembrando da Lei das Correntes '!&O#)4PP%Q=&:1!&'#3&:1!&%&0%5*,R)#%&'*0&4%))!/,!0&:1!&!/,)*5&!5&15&/R&'!-!&0!)& igual ao somatório das correntes que saem deste mesmo nó, temos que: e b c I I I ! A corrente de coletor de um transistor está relacionada diretamente à corrente de base !&%&"*/P%&S44&'%&,)*/0#0,%)=&,!5@0!&'!00*&B%)5*&:1!. c CC b I I " T#(#4*5!/,!=&%&"*/P%&'!&4%))!/,!&(*)*&,)*/0#0,%)!0&'!&C*#F*&(%,U/4#*&-*)#*&'!&VWW&*& KWW7&<*)*&,)*/0#0,%)!0&'!&*2,*&(%,U/4#*&!0,!&"*/P%&>&*#/'*&5!/%)=&'*&%)'!5&'!&XW&*& VWW7&<%'!5%0&)!*))*/9*)&*&!:1*+$%&*/,!)#%)&'!&B%)5*&*&4*2412*)&%0&-*2%)!0&'!&Y b e I c :1*/'%&4%/P!4#'%&%&-*2%)&'!&S7 72 CAPÍTULO 2 Circuitos de polarização do transistor Para a análise das curvas de base e curvas de coletor estaremos utilizando o circuito )!()!0!/,*'%& (!2*& I#"1)*& JJ& /%& :1*2& >& 4%5(%0,%& (%)& '1*0& B%/,!0& %/'!& 15*& !0,*)?& polarizando a junção base emissor e a outra polarizando a junção coletor emissor. Figura 55. Transistor na configuração emissor comum para análise das curvas de base e coletor. Ib Q Vce + - Fonte: Próprio autor. As curvas de base Como a junção base-emissor de um transistor BJT trata-se na verdade de um diodo, !0(!)*@0!&:1!&*&41)-*&'!&C*0!&0!9*&*&5!05*&'!&15&'#%'%7&M%&(2%,*)5%0&%&")?64%&Y B x V BE &/%&,)*/0#0,%)&;<;&(%'!5%0&/%,*)&!0,!&4%5(%),*5!/,%&/*&6"1)*&JZ7&Y5(%),*/,!& mencionar que para cada valor de V CE tem-se uma curva de base, ou seja, quanto maior a tensão no diodo de coletor, maior será a região de depleção dentro da base do transistor. Figura 56. Curva de base do transistor NPN. 0A 160uA 40uA 120uA 80uA 0A 620mV 640mV 660mV 680mV 700mV 720mV 620mV Ib 680m Vbe Fonte: Autor. 73 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Como a corrente de base é formada pela recombinação dos elétrons livres injetados pelo emissor com as lacunas da base, a corrente de I b tende a diminuir. Com isso, a tensão V BE aumenta deslocando a curva de base para a direita. Esse fenômeno é conhecido como efeito Early. Para saber mais a respeito do efeito Early, recomenda-se consultar o seguinte site: <http://en.wikipedia.org/wiki/Early_effect>. As curvas de coletor <*)*&!/4%/,)*)&*&41)-*&'!&4%2!,%)&>&/!4!00?)#%&(2%,*)&%&")?64%&'*&4%))!/,!&'!&4%2!,%)& pela tensão V CE em função da corrente de base. Figura 57. Curva característica de coletor I x V para o transistor NPN. 0A 0V 2V 4V 6V 8V 10 12 20mA 16mA 12mA 8mA 4mA 24mA 0V Ic 6VVce Ib=10uA Ib=30uA Ib=50uA Ib=70uA Ib=90uA Ib=110uA Ib=130uA Ib=150uA Fonte: Autor. <*)*&(2%,*)&%&")?64%&5%0,)*'%&(!2*&I#"1)*&J[=&*&4%))!/,!&-*)#?-!2& )!()!0!/,*'*&(!2*& B%/,!&YC&'*&I#"1)*&JJ&B%#&*15!/,*'*&0!1&-*2%)&'!&3!)%&*,>&*,#/"#)&15*&4%))!/,!&'!&C*0!& estável e a tensão entre coletor e emissor, representada pela fonte Vce, foi variada de 3!)%&*,>&VX&D%2,07 Podemos observar que quando a tensão V CE é igual a zero, praticamente, não existe corrente de coletor. Isso se dá pelo fato de o diodo de coletor não estar polarizado reversamente. Com o aumento da tensão V CE , entre zero e 1 volt, a corrente de coletor *15!/,*& )*(#'*5!/,!& *,#/"#/'%&15*&-*2%)& !0,?-!27&L00*& ,!/0$%=& *4#5*&'!&W=[& -%2,0=& 74 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR permite que o diodo coletor se mantenha polarizado reversamente, logo todos os !2>,)%/0&2#-)!0&'*&)!"#$%&'!&4%2!,%)&0$%&*,)*G'%0&(!2*&B%/,!&DX7&L00*&>&*&)*3$%&(!2%&:1*2& a corrente de coletor é praticamente constante para qualquer valor de V CE &!/,)!&V&!&J&D=& 4%/B%)5!&I#"1)*&J[7 Para cada transistor existe um limite para o valor da tensão entre os terminais de coletor e emissor, desta forma o valor de V CE &/$%&,!/'!&*&#/6/#,%=&5*0&0#5&'!6/#'%&/%& ()%4!00%&'!&B*C)#4*+$%&!&!0(!4G64%&(*)*&4*'*&5%'!2%&'!&,)*/0#0,%)7&E*0%&!0,!&-*2%)&0!9*& ultrapassado ocasionará o rompimento do diodo coletor pelo efeito avalanche estudado na unidade anterior. Este valor máximo é denominado nas folhas de dados como V CEO \,!/0$%&5?F#5*&!/,)!&4%2!,%)&!&!5#00%)]&!&'!-!&0!)&!-#,*'*7 <%),*/,%=& (%)& 5!#%& '*& I#"1)*& J[& (%'!5%0& '!0,*4*)& ,)U0& )!"#^!0& '!& %(!)*+$%& '%0& transistores como mostrados pela tabela a seguir. Tabela 5. Regiões de operação do transistor. Regiões de Operação Descrição Região de Saturação Região situada entre V CE ≥ 0 e V CE ≤ 1 na Figura 57. Nessa região, a tensão V CE não polariza o diodo coletor reversamente, o transistor não está funcionando mais como uma fonte de corrente, logo não se tem corrente de coletor. Região Ativa Região situada entre V CE > 1 e V CE <12 na Figura 57. Caracterizada pela polarização reversa do diodo coletor e por obter corrente de coletor constante para qualquer valor de V CE , dentro dos limites especificados. Região de Corte Região, para I B = 0 A na Figura 57. O transistor está na região de corte e não conduz correte elétrica. Fonte: Autor. Retas de carga !"#$%!&#!'%"(%!&#!)*!$"%+,-,$."!/-0.1%"!2!,#*0"#!-*0."$%+$#!,#"!+-&%4!0.-,!%,,-*! encontrará o ponto ideal para a operação do transistor, realizando desta forma a escolha do componente mais adequado para cada aplicação. 5%/#*.,!6)#!0%"%!+-"*.,!)*%!"#$%4!+#'#,,-$%*.,!&#!&.-,!0.+$.,7!8%!+-9:.!&%! reta de carga dos transistores, estes dois pontos são os estados de corte e de saturação. A região ou ponto de corte em um transistor ocorre quando a tensão V BE ;$#+,:.!/%,#! emissor) do transistor é igual a zero. Nessa condição, a tensão V CE será a tensão da fonte &#!%1-*#+$%9:.!&.!'-"')-$.!;< CC ). A região de saturação ou ponto de saturação ocorre 6)%+&.!%!'.""#+$#!&#!'.1#$."!%$-+(#!,#)!=%1."!*>?-*.!;< CE atingindo seu valor mínimo). @%"%!$"%9%"!%!"#$%!&#!'%"(%4!#,$%"#*.,!)$-1-A%+&.!.!'-"')-$.!"#0"#,#+$%&.!0#1%!B-()"%!CD7 75 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 58. Circuito utilizado para plotar a reta de carga. R1 R2 Q1 Vcc + - Fonte: Autor. ,!'.+&-9E#,!+#'#,,>"-%,!0%"%!$"%9%"!%!"#$%!/%,#%&%!+.!'-"')-$.!&%!B-()"%!CD!,#":.F CE CC V V e 2 CC C V I R Logo, teremos a seguinte reta de carga: Figura 59. Reta de carga para um transistor NPN. 0A 0V 2V 4V 6V 8V 10 12 20mA 16mA 12mA 8mA 4mA 0V Ic 6VVce Ib=10uA Ib=30uA Ib=50uA Ib=70uA Ib=90uA Ib=110uA Ib=130uA Ib=150uA Reta de carga Região de corte R eg iã o d e S at u ra çã o Ib=10uA Reg Região Ativa Ponto quiescente Fonte: Autor. G)%+&.!%H),$%&.!)*%!'.""#+$#!&#!/%,#!&#!IJ!K !+.!'-"')-$.4!#!$#+,:.!< CE no transistor de aproximadamente 4V, a corrente de coletor constante será de aproximadamente 9 mA. 76 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR @%"%!)*%!+.=%!'.""#+$#!&#!'.1#$."!&#!LJ!K 4!#!$#+,:.!< CE !%(."%!&#!%0".?-*%&%*#+$#!M! <4!%!'.""#+$#!&#!'.1#$."!'.+,$%+$#!,#">!&#!%0".?-*%&%*#+$#!NO!* 7 A potência sobre o transistor é calculada por: T CE C P V I ! Para saber maisa respeito de reta de carga para transistores, recomenda-se o capítulo 7.2 do livro referência MALVINO, A. e BATES, D. J. Eletrônica Volume 1. Polarização de base !B-()"%!CD!-1),$"%!#,$#!$-0.!&#!0.1%"-A%9:.4!+%!6)%1!.!'-"')-$.!0.,,)-!%0#+%,!)*%!P.+$#! &#!%1-*#+$%9:.4!6)#!2!"#0"#,#+$%&%!0."!<O7!Q,$%!P.+$#!<O!#,$%">!0.1%"-A%+&.!%!/%,#!#! coletor do transistor. A junção base emissor estará polarizada diretamente, com a base J4I!<!%'-*%!&.!0.$#+'-%1!&#!$#""%7!Q6)%'-.+%+&.!%!*%1R%!&#!'.1#$."!$#*S,#F 2CC c CEV I R V " TU.+,-&#"%"!VN!W!V B 4!VO!W!V C !#!<O!W!< CC . No terminal de base tem-se: 1CC b BEV I R V " Vimos anteriormente que: c CC b I I#$ Logo, podemos reescrever V CC como: 2CC CC b CEV I R V# " Polarização com realimentação de emissor Nesse processo de polarização tenta-se reduzir a variação da corrente de coletor devido X!=%"-%9:.!&.!Y''7! !-+,#"9:.!&.!"#,-,$."!VZ!#*!,2"-#!'.*!.!#*-,,."!&.!$"%+,-,$."!P%">! com que esse problema seja diminuído. Com o aumento da corrente de base, a corrente de coletor aumentará, consequentemente a corrente de emissor também, logo a queda de tensão pelo resistor de emissor será maior. O fato de aumentar a queda de tensão no resistor de emissor provocará uma redução da corrente de base compensando o 77 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III %)*#+$.!&.!Y CC . Esse resistor funcionará como uma realimentação negativa entre base #!#*-,,."7! !B-()"%!MJ!-1),$"%!#,,%!0.1%"-A%9:.7 Figura 60. Polarização com realimentação de emissor. R1 R2 R3 Q1 V2 + - Fonte: Autor. TU.+,-&#"%"!VN!W!V B 4!VO!W!V C !4!VZ!W!V E !#!<O!W!< CC . Equacionando as malhas deste circuito de polarização temos que: Coletor: 2 3CC c CE eV I R V I R " " Base: 1 3CC b BE eV I R V I R " " A corrente de coletor é dada por: 3 c e I I R Polarização com realimentação de coletor Esse tipo de polarização possui um desempenho melhorado se comparado à polarização anterior. Também conhecida como autopolarização, este circuito é útil quando o fator econômico prevalece no projeto, ou seja, apenas dois resistores são necessários para a 78 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR 0.1%"-A%9:.!&.!$"%+,-,$."7!5)%!"#,0.,$%!X,!=%"-%9E#,!&#!Y CC não é muito estável, porém ainda sim bastante satisfatória. Imaginemos que por algum motivo qualquer a corrente I C no transistor aumente. Aumentando essa corrente, a queda de tensão pelo resistor R C aumentará também, reduzindo a tensão V CE . Como nessa polarização a tensão inserida no resistor de base é a tensão V CE , a corrente I B também diminuirá. Como a corrente I C é dependente da corrente I B , logo a corrente I C !-">!&-*-+)-"!'.*0#+,%+&.!.!%)*#+$.!,.P"-&.!0#1.!Y7! ! B-()"%!MN!-1),$"%!.!'-"')-$.!&#!0.1%"-A%9:.!'.*!"#%1-*#+$%9:.!&#!'.1#$."7 Figura 61. Circuito de polarização com realimentação de coletor. R1 R2 Q1 V2 + - Fonte: Autor. TU.+,-&#"%"!VN!W!V B !4!VO!W!V C !#!<O!W!< CC . A corrente de coletor para essa polarização é dada por: CC BE c B C CC V V I R R # % " Polarização por divisor de tensão ! 0.1%"-A%9:.! 0."! &-=-,."! &#! $#+,:.! '#"$%*#+$#! 2! %! '.+3()"%9:.!*%-,! )$-1-A%&%! #*! circuitos cuja necessidade é trabalhar na região linear. Basicamente a polarização da tensão e corrente de base do transistor acontece através de um divisor de tensão "#,-,$-=.!3?.7! 79 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 62. Polarização por divisor de tensão. R1 R2 Q1 V2 + - R3 R4 Fonte: Autor. TU.+,-&#"%"!VZ!W!V C , R4 = R E !#!<O!W!< CC . Podemos calcular V C e V CE por meio das expressões: C CC c C V V I R % , CE C e E B BE V V V onde V V V % % @.&#*.,!./,#"=%"!+%!B-()"%!MO!6)#!%!$#+,:.!+%!/%,#!&.!$"%+,-,$."!,#">!&%&%!0."F 2 , 1 2 CC B V V IR onde I R R " Considerando que o divisor de tensão responsável pela polarização é estável e a corrente &#!/%,#!*)-$.!0#6)#+%!,#!'.*0%"%&%!X,!'.""#+$#,!6)#!'-"')1%*!0."!VN!#!VO4!0.&#S,#! desprezar I B , logo I E será: B BE e E V V I R % U.*.!0.&#*.,!+.$%"4!+%!#?0"#,,:.!0%"%!.!'>1')1.!&%!'.""#+$#!&#!'.1#$."4!.!P%$."!Y CC não aparece. Isso quer dizer que esse tipo de polarização é imune às variações desse fator. Essa característica faz com que essa polarização seja a mais utilizada em circuitos com transistores operando no modo na região linear. Exemplo: Dado o circuito de polarização por divisão de tensão a seguir, encontre os valores de V B , V E , V CE e I e . Considere V BE !W!J4I!=.1$,7 80 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Solução: A tensão V B pode ser calculada por: 30 2 1 3,85 1 2 1 6 8 CC B V V R k V R R k k " " I e pode ser calculado por: 3,85 0,7 4,2 750 B BE e E V V I mA R ! ! ! A tensão V E será dada por: 3,85 0,7 3,15 E e E E B BE V I R ouV V V V! ! ! ! Como a corrente I C I E , a tensão V CE será dada por: 30 4,2 3 17,4 C CC c C V V I R mA k V! ! " ! 17,4 3,15 14,3 CE C E V V V V! ! ! Estabilidade do divisor de tensão !"!#$%&#'())!*()#+&)&,-(.-&"#%*#/0"/%01(#+&#'(.!"02!34(#&)15-&.6#+&-&*()#-&"07/!"# o efeito da corrente de base no divisor de tensão que polarizará a base do transistor. !"!#1!.6#'(+&*()#)0*'.07/!"#(#/0"/%01(#+&#'(.!"02!34(#'("#+0-0)4(#+&,)4(6#/(,8("*&# *()1"!+(#'&.!#90:%"!#;<= Figura 63. Circuito equivalente para polarização por divisão de tensão. RC RB Q1 V2 + - RE V1 + - Fonte: Autor. 81 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Onde R B #>#!#!))(/0!34(#&*#'!"!.&.(#+()#"&)0)1("&)#?@#&#?A6#?<#B#? C e R4 = R E , mostrados '&.!#90:%"!#;A= Aplicando a Lei das Malhas na base, teremos: B b B BE e E V I R V I R! # # Sabemos que: e CC b I I$! Substituindo as equações, teremos que: B BE e B CC V V I R RE $ ! # Caso R E #)&C!#@DD#-&2&)#*!0("#$%&#? B EF CC 6#'(+&*()#)0*'.07/!"#!#&$%!34(#!,1&"0("#+&#G e para: B BE e E V V I R ! Portanto, um circuito divisor de tensão estabilizado é aquele que satisfaz a seguinte condição: 0,1 B CC E R R$% Ou seja, 2 0,1 CC E R R$% Onde R E #B#?H#'!"!#(#/0"/%01(#"&'"&)&,1!+(#'&.!#90:%"!#;<= I))!#"&:"!#+&-&#)&"#)!10)8&01!#'!"!#(#*J,0*(#F CC encontrado nas folhas de dados dos 1"!,)0)1("&)=# ("#&K&*'.(6#)&#%*#1"!,)0)1("#10-&"#%*#F CC #$%&#-!"0&#+&#LD#!#<MD6#%10.02&#(# menor valor. Circuitos polarizadores com transistores PNP Todas as análises realizadas com os transistores NPN podem ser relacionadas aos transistores PNP. Importante lembrar que para os transistores PNP, considerando o sentido convencional, a corrente entrará pelo terminal de emissor e sairá pelos terminais +&#N!)&#&#/(.&1("6#/(,8("*Z:%"!#;HN= 82 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Polarização por divisão de tensão Para os transistores PNP, podem-se utilizar as mesmas características de polarização de divisor de tensão utilizadas pelos transistores NPN alterando apenas a polaridade +!#8(,1&#+&#!.0*&,1!34(=#O!)(#'"&7"!#*!,1&"#!#'(.!"02!34(#+!#8(,1&#'()010-!6#*(+(#&)1&# que facilitará o entendimento das análises de circuito, deve-se redesenhar o circuito /(,8("*Z:%"!#;H/= Figura 64. Representação de polarização por divisão de tensão para transistor PNP. Q1 V1 Q1 V1 V1 Q1 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R3 R4 R1 R2 R4 R3 + - + - + - (a) (b) (c) Fonte: Autor. » 90:%"!# ;H!P# O0"/%01(# "&8&"Q,/0!# '(.!"02!34(# '("# +0-0)4(# +&# 1&,)4(# /(*# transistor NPN. » 90:%"!# ;HNP# O0"/%01(# '(.!"02!34(# '("# +0-0)4(# +&# 1&,)4(# /(*# 1"!,)0)1("# PNP e fonte invertida. » 90:%"!# ;H/P# O0"/%01(# '(.!"02!34(# '("# +0-0)4(# +&# 1&,)4(# /(*# 1"!,)0)1("# PNP e fonte positiva. Polarização de base Para o circuito de polarização de base nos transistores PNP podem ser realizadas as mesmas considerações na implementação de seus respectivos circuitos de polarização, tomando como referência a polarização por divisão de tensão. As implementações '(+&*#)&"#-0)1!)#'("#*&0(#+!#90:%"!#;M= 83 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 65. Representaçãode polarização de base para transistor PNP. Q1 V1 R1 R2 Q1 V1 R1 R2 Q1 V1 R1 R2 + - + - + - (a) (b) (c) Fonte: Autor. » 90:%"!#;M!P#O0"/%01(#"&8&"Q,/0!#'(.!"02!34(#+&#N!)&#/(*#1"!,)0)1("#R R= » 90:%"!# ;MNP# O0"/%01(# '(.!"02!34(# +&# N!)&# /(*# 1"!,)0)1("# R # &# 8(,1&# invertida. » 90:%"!# ;M/P# O0"/%01(# '(.!"02!34(# +&# N!)&# /(*# 1"!,)0)1("# R # &# 8(,1&# positiva. Amplificadores com transistores S%1"(#/0"/%01(#%10.02!+(#/(*#1"!,)0)1("&)#R R#&# R #>#!#%10.02!34(#/(*(#!*'.07/!+("&)# ('&"!/0(,!0)=# !"!#$%&#%*#1"!,)0)1("#('&"&#/(*(#%*#!*'.07/!+("#+&-&T)&#!C%)1!"#)%!)# tensões e correntes de modo que o mesmo esteja polarizado em sua região ativa. O /0"/%01(#+&#%*#!*'.07/!+("#R R#&#!'"&)&,1!+(#,!#90:%"!#;;=# Figura 66. Circuito amplificador BJT emissor comum. R1 R2 R3 R4 CD CA CA VIN VOUT VDC Q1 Fonte: Autor. 84 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Ao implementar essa polarização, quando aplicada uma tensão alternada sobre os valores de tensão de polarização do transistor no terminal de base, teremos esta mesma tensão com sua amplitude alterada por um fator denominado de ganho no 1&"*0,!.#+&#)!J+!6#/(.&1("6#+(#1"!,)0)1("#-&C!#90:%"!#;U=# !"!#$%&#(#/0"/%01(# 8%,/0(,&# adequadamente, o sinal AC aplicado à base do transistor deve satisfazer as condições de pequenos sinais, ou seja, deve ter sua amplitude muito menor se comparado aos valores DC de polarização. Figura 67. Amplificação no transistor BJT emissor comum. Corte + Saturação VCEQ VCE IC ICQ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 + IBQ 0 100 200 300 400 500 600 IB Ganho = !"# !$ Fonte: <http://eletronica24h.net.br/images/CursoEN1aula12Figura2.png>. Outra característica que deve ser levada em consideração é que caso o sinal aplicado à !"#$%$&%'&()#(*)"'&+$#$&, #&$-+.)/($%'&+',,*$&$-+.)"*% &('-&0$.'# ,&1'#$&%$&('!%)23'& de pequenos sinais, o transistor estará cortado para valores muito baixos e saturado para valores muito altos de tensão, dessa forma causando distorções na forma de onda no coletor. Podemos listar também outra limitação para essa aplicação de transistores que ,"4&$,,'()$%$&5& # ,+',"$& -& 1# 6*7!()$&%'&$-+.)/($%'#8&9 & 1'#-$&: #$.;&'& 1$"'#&% & $-+.)/($23';&'*&, <$;&'&:$!='&%'&()#(*)"';&)#4&%)-)!*)#&+$#$&1# 6*7!()$,&-*)"'&$."$,8& Esse fato se dá devido a características físicas de construção do dispositivo no qual tem a ver com a facilidade com que os portadores de correntes podem se movimentar no material semicondutor, na qual se denomina de mobilidade. 85 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Para saber mais a respeito de amplificadores com transistores BJT, recomenda-se a leitura dos capítulos 9,10, 11 e 12 do livro referência MALVINO, A. e BATES, D. J. Eletrônica Volume 1. Transistor Darlington O transistor Darlington é um dispositivo semicondutor muito popular que combina dois transístores bipolares no mesmo encapsulamento, também chamado transistor >,*+ #? "$@8&A ,,$&('!/:*#$23'&'&:$!='&% &('## !" &"'"$.&B&'&+#'%*"'&%',&? "$,&%',& transistores individuais conforme equação a seguir: 9 C Dx ! E&/:*#$&FG&$+# , !"$&',&,H-?'.',& ,6* -4")(',&%',&"#$!,),"'# ,&AIA& &IAI8& Figura 68. Transistor Darlington. C E B B C E NPN PNP 1 2 1 2 Fonte: Autor. J-& K -+.'&% &()#(*)"'&% &+'.$#)L$23'&B&$+# , !"$%'&!$&/:*#$&FM8& Figura 69. Transistor Darlington. C E B Vcc RB RE IB Ic IE Fonte: Autor. 86 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR A corrente de base pode ser calculada por: CC BE B B D E V V I R R " ! # Vale ressaltar que apesar da equação acima ser a mesma de um transistor comum, o 0$.'#&% &N D é muito grande e também o valor de V BE é alto. Seguindo com os cálculos, a corrente de emissor é: $ %E D B D BI 1 I I! # & Portanto: E E EV I R! B E BEV V V! # Exemplo: 9$%'&'&()#(*)"'&% &+'.$#)L$23'&%$&O):*#$&FM&$&, :*)#;& !('!"# &$,&" !,P ,& &('## !" ,&% & polarização. Dado R B &Q&R;RST;&U E &Q&RMVT;&N D &Q&GVVV;&W BE &Q&C;FW& &W cc &Q&CGW8& Solução: A corrente I B é: B F CG C;F X D;YF E R;R CV GVVV RFV: " ! & ' # A corrente I E é, portanto: F EX GVVV D;YF CV DV;ZG-E "& ! As tensões de base e emissor serão: R EW DV;ZG CV RMV GW "! & BW G C;F M;FW! # ! 87 CAPÍTULO 3 Transistor como chave J-$& %$,& $+.)($2P ,& -$),& ,)-+. ,& & "$-?B-& -$),& *").)L$%$,& !$& . "#[!)($& B& $& ('!/:*#$23'& %'& "#$!,),"'#& ('-'& (=$0 8& \,,$& ('!/:*#$23';& !'#-$.- !" & $+.)($%$& $& circuitos eletrônicos digitais, permite que o transistor atue nas duas extremidades de sua reta de carga, ou seja, na região de corte e saturação. \,,$& ('!/:*#$23'&+ #-)" &6* & ()#(*)"',& .B"#)(',& , <$-&$()'!$%',&+'#& ('-+'! !" ,& de baixíssima potência, como microcontrolodores controlando e acionando cargas % & :#$!% ,& +'"7!()$,8& I$#$& $% 6*$#& ,, ,& - )',;& K)," -& %#)0 ,& ,+ (H/(',& +$#$& “interfacear” essa transferência de potência. J").)L$# -',& '& "#$!,),"'#& AIA& +$#$& )-+. - !"$2P ,& %',& ()#(*)"',& $6*)& $?'#%$%',;& porém a mesma analogia deve ser feita para os transistores PNP, considerando suas +$#")(*.$#)%$% ,&% &+'.$#)L$23'8&E&O):*#$& ]V& ).*,"#$&*-$& (=$0 & . "#[!)($&!$&6*$.& B& controlada por um sinal digital de baixa tensão inserida na base do transistor e tendo sua saída no coletor desse mesmo transistor com nível de tensão transladado para o desejado, ambos referenciado à terra. Figura 70. Transistor atuando como chave digital operando na região de corte e saturação. (a) (b) 5V 0V 5V 0V 5V5V5V 0V0V0V R1 R2 out V2 5v 2,5v 0 15v 10V 5V 0 CLK OUT 0s 20ms 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms Fonte: Autor. 88 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR !"#$"%#&'!()$*+*,&(-'!)*.(!/#0%$(!12(!$*)$*+*,&(!'! &$(,+#+&'$!().#"(-'!"'3'!"4(5*! digital. Sua região de atuação está restrita apenas às regiões de corte e saturação. Funcionamento O sinal de entrada, sinal de controle para este circuito, acontece no terminal de base do transistor. O sinal de saída é capturado no terminal de coletor, transladado da tensão de $*6*$7,"#(8!9%*!(9%#!"',+#-*$(3'+!2:8!)($(!(!&*,+;'!-*!#,&*$*++*8!9%*!)($(!*+&*!"#$"%#&'! <!-*!=>!5'.&+8!&*,+;'!-(!6',&*!:>? O sinal de entrada, ou sinal de controle, tipicamente é um sinal quadrado de amplitude 2!(!@!5'.&+8!,A5*.!.B0#"'!CCD!*!duty cicle!-*!@2E?!F++*!+#,(.!-*!*,&$(-(!)'-*!(++%3#$! -#5*$+'+!5(.'$*+8!-*+-*!9%*!*+&*G(!*,&$*!-'#+!5(.'$*+!H*3!-*I,#-'+!*!-*5*!+*$!*+&(H*.*"#-'! de acordo com a necessidade de cada circuito. J%(,-'!'!+#,(.!-*!"',&$'.*!*+&K!*3!2:8!(!&*,+;'!: B no terminal de base do transistor *+&K!"'3!2:8!.'0'!,;'!*L#+&#$K!"'$$*,&*!,(!H(+*!-'!&$(,+#+&'$8!H*3!"'3'!&(3H<3!,;'! *L#+&#$K!"'$$*,&*!"#$"%.(,-'!)*.'!"'.*&'$!-'!"'3)',*,&*!MN C O2PQ?!R'3!#+&'8!(! &*,+;'! V CE passa a ser a tensão da fonte de alimentação e não existe queda de tensão sobre o resistor R C . Portanto, a tensão de saída do circuito será a tensão da fonte de alimentação, $*)$*+*,&(-(!,(!/#0%$(!12H?! !&$(,+#+&'$!+*!"'3)'$&(!"'3'!%3(!"4(5*!(H*$&(? J%(,-'!'! +#,(.!-*! *,&$(-(!*+&K! *3!@:8! 6'$3(!-*!',-(! $*)$*+*,&(-(!,(!/#0%$(!12H8! *L#+&#$K!%3(!"'$$*,&*!-*!H(+*?!R(+'!*++(!"'$$*,&*!-*!H(+*!+*G(!+%I"#*,&*3*,&*!(.&(!)($(! 9%*!'!&$(,+#+&'$!J=!+(&%$*8!(!&*,+;'!-*!: CE !(0'$(!&*,-*$K!(!2:?!D'0'8!%3(!"'$$*,&*!N C S%#$K!.*5(,-'!(!+(A-(!-'!"#$"%#&'!(!%3!+#,(.!)$BL#3'!-*!2!5'.&+?! !.#3#&*!-*++(!"'$$*,&*! de coletor é dado por meio do resistor de coletor R C . Portanto, o transistor se comporta como uma chave fechada. Condições para o correto funcionamento da chave eletrônica A principal condição para que o transistor opere como chave eletrônica é ter certeza de que o mesmo esteja atuando nas regiões de corte e saturação. Para que o transistor *+&*G(!&'&(.3*,&*!+(&%$(-'8!-*5*T+*!0($(,&#$!%3(!"'$$*,&*!-*!H(+*!9%*!+*G(!+%I"#*,&*! )($(!9%*!#++'!'"'$$(?!U3(!$*0$(!%&#.#V(-(!,(!)$K&#"(!)($(!(!*+"'.4(!-'+!$*+#+&'$*+!W B e R C paragarantir a condição de saturação é adotarem um para o transistor. Portanto, podemos agora calcular os componentes da seguinte forma: 89 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III O resistor R C representa a carga na qual se deseja acionar, logo se deve conhecer seu comportamento quanto à corrente necessária para seu acionamento ou sua respectiva resistência interna. Essa corrente será representada por IC OPERACIONAL . Calcular a corrente I B !%&#.#V(,-'!'!X!O!=28!(-'&(-'!(,&*$#'$3*,&*?!N B !I"(Y OPERACIONAL b IC I ! Por último, deve-se calcular o valor de R B . Para tal, deve-se utilizar a Lei de Ohm. Como sabemos que V BE !O!281!5'.&+8!&*3'+!9%*Y BB BE B b V V R I " Em um transistor atuando como chave, o sinal de saída de coletor é exatamente o oposto do sinal de entrada aplicado na base do transistor. Seu limite de tensão, para esse exemplo, está limitado à alimentação da fonte V2. Acionamento de cargas com transistores Anteriormente vimos o transistor atuando como chave considerando uma carga resistiva R C . Na prática, utiliza-se este circuito para acionamento de lâmpadas, LEDs, acionamentos de motores etc. Acionadores de LED O papel dos LEDs na eletrônica é essencial à sinalização de status em circuitos eletrônicos desenvolvidos para o gerenciamento de estados e níveis nas diversas aplicações. Para tal, deve-se projetar circuitos que atuem corretamente nestes acionamentos. A Figura 71 ilustra um circuito projetado para realizar o acionamento de um LED cuja +%(!9%*-(!-*!&*,+;'!<!-*!()$'L#3(-(3*,&*!=8>!5'.&+8!(!"'$$*,&*!3KL#3(!-*!Z2!3P!*!(! &*,+;'!-*!(.#3*,&([;'!+*$K!-*!=2!5'.&+? 90 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Figura 71. Transistor atuando como chave para um diodo emissor de luz. (a) (b) 5V 0V 5V 0V 5V5V 0V0V R1 R2 V2 1,5V 1V 0,5 0V CLK VLED LED1 0s 40ms 60ms 80ms 100ms 20ms Fonte: Próprio autor. O funcionamento do circuito representado pela Figura 71a é exatamente igual ao apresentado na secção anterior, ou seja, quando aplicado nível lógico zero no terminal de base do transistor, a tensão V CE !+*$K!(!&*,+;'!-(!6',&*!:>8!&$(,+#+&'$!"'$&(-'!*!DF\! ()(0(-'?! J%(,-'! ().#"(-'! ,A5*.! .B0#"'! %3! ,'! &*$3#,(.! -*! H(+*! -'! &$(,+#+&'$! J=8! (! tensão V CE tende a zero, transistor saturado e LED acesso. Esse circuito foi projetado para garantir a saturação forte, ou seja, foi considerado um X!O!=2!)($(!"K."%.'!-'+!)($]3*&$'+!-'!"#$"%#&'?!\*5*T+*!"',+#-*$($!%3(!"'$$*,&*!-*! "'.*&'$!-*!=2!3P?!\*++(!6'$3(8!'!5(.'$!-*!W C será: > \ > \ C C Z C C V V V V =2 =8> N W ^^2 : N =2 =2" " " " # $ A corrente de base será: OPERACIONAL b IC =23P I 1mA =2 ! A resistência de base será: R k 5 0,7 4,3 1 BB BE B b V V I mA " " Pode-se considerar, também, como uma regra prática para saturação forte que o resistor -*!H(+*!+*G(!=2!5*V*+!3(#'$!9%*!'!$*+#+&'$!-*!"'.*&'$?!_($(!*++(!"',+#-*$([;'8!'!5(.'$!-*! X!+*$K!`!9%*!=2? 91 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Acionadores de cargas indutivas Os transistores são largamente utilizados para o chaveamento de cargas indutivas. Essas cargas indutivas são desde relés de baixa potência até motores elétricos de alta )'&7,"#(?!P!/#0%$(!1>!#.%+&$(!'!("#',(3*,&'!-*!%3(!"($0(!#,-%(!-*!H(#L(!)'&7,"#(8! um relé. Esse relé, usualmente, é utilizado como uma interface entre os transistores e as cargas de alta potência que deverão estar conectadas em seus respectivos contatos. Figura 72. Transistor acionando uma carga indutiva. R1 D1 V2 Relé Q1 Fonte: Autor. ! 6%,"#',(3*,&'! -'! "#$"%#&'! ()$*+*,&(-'! )*.(! /#0%$(! 1>! <! '! 3*+3'! ()$*+*,&(-'! anteriormente quanto a seu comportamento como chave. Seu acionamento acontece novamente pelo terminal de base e a carga a ser acionada estará conectada ao seu terminal de coletor. Para o acionamento de cargas indutivas é necessária a inserção de um diodo polarizado $*5*$+(3*,&*!*3!)($(.*.'!a! "($0(?!J%(,-'!'! &$(,+#+&'$!J=! +(&%$($8! (! "($0(! #,-%(! $*)$*+*,&(-(! ,(! /#0%$(! 1>! )*.'! $*.<! +*$K! *,*$0#V(-(8! '%! +*G(8! (! #,-%&],"#(! )$*+*,&*! ,*++(!"($0(!+*$K!"($$*0(-(?!J%(,-'!'!&$(,+#+&'$!-*+.#0($!(!"($0(8!'%!+*G(8!'!&$(,+#+&'$! "'$&($8!'"'$$*$K!(! #,5*$+;'!-(!&*,+;'!,'+! &*$3#,(#+!-(!H'H#,(!-'!$*.<! MD*#!-*!D*,VQ8! mantendo a corrente circulando no mesmo sentido. A amplitude dessa tensão poderá +*$! +%I"#*,&*3*,&*! (.&(! -*!3'-'! 9%*! '"'$$(! '! $'3)#3*,&'! -'! -#'-'! -*! "'.*&'$! -'! &$(,+#+&'$!J=?!\%$(,&*!*++*!)$'"*++'!-*!#,5*$+;'8!'!-#'-'!\=!+*!)'.($#V($K!-#$*&(3*,&*8! dessa forma, dissipando a energia sobre a bobina evitando assim um possível dano no transistor. 92 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Acionadores de cargas capacitivas Outro tipo de carga que certamente os transistores operam como chaves são os "#$"%#&'+!"'3!"($("&*$A+&#"(+!-*!"($0(+!"()("#(+?!P!/#0%$(!1Z!#.%+&$(!*+&*!"#$"%#&'!*! suas respectivas formas de onda. Figura 73. Transistor acionando uma carga capacitiva. (a) (b) 5V 0V 5V 0V 5V 0V0V0V R1 R2 out V2 12v 8V 4v 0V -4V CLK OUT C1 0s 40ms 60ms 80ms 100ms CLK 20ms Fonte: Próprio autor. b(!/#0%$(!1ZM(Q8!&*3'+!'!$*+#+&'$!W>!*3!)($(.*.'!"'3!'!"()("#&'$!R=8!(3H'+!+#3%.(,-'! %3(!"($0(!"()("#(!+*,-'!("#',(-(!*!-*+("#',(-(!)*.'!&$(,+#+&'$!J=?!b(!/#0%$(!1ZMHQ8! temos a resposta desse circuito quando o transistor está atuando no chaveamento dessa carga. Podemos notar que a forma de onda para o sinal de saída, sinal de coletor do &$(,+#+&'$8!,;'!*+&K! &'&(.3*,&*!9%(-$(-'?!J%(,-'!("',&*"*!(! &$(,+#[;'!-(! +(A-(8!-'! nível lógico um para zero, tem-se sua descarga limitada pelo tempo de descarga do "#$"%#&'?!J%(,-'!("',&*"*!'!("#',(3*,&'!-(!"($0(!)*.'!&$(,+#+&'$8!)'-*3'+!,'&($!,(! /#0%$(!1ZH!9%*!'!&*3)'!)($(!'!"()("#&'$!+*!"($$*0($!<!3%#&'!3(#'$!+*!"'3)($(-'!(!+%(! descarga. A estimativa desse tempo de carga e descarga pode ser calculado encontrando os respectivos tempos de carga e descarga do circuito paralelo RC. Para saber mais a respeito do tempo de carga e descarga de capacitores, recomenda-se a leitura no seguinte site: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_RC>. 93 CAPÍTULO 4 Transistores FET +! &$(,+#+&'$*+! /FCM/#*.-! F6*"&! C$(,+#+&'$Q! '%! &$(,+#+&'$*+! -*! *6*#&'! -*! "(3)'! +;'! -#+)'+#'+! -*! Z! &*$3#,(#+! %&#.#V(-'+! *3! .($0(! *+"(.(?! P)*+($! -*! )'++%A$*3! +%(+! particularidades elas desempenham muitas das funções do BJT. A principal diferença entre eles está no aspecto de controle de corrente. Nos transistores BJT a corrente de coletor e controlada pela corrente de base. Já nos transistores FET (!"'$$*,&*!-*!-$*,'!<!"',&$'.(-(!)*.(!&*,+;'!:0+!M&*,+;'!*,&$*!c(&*!*!d'%$"*Q?!P++#3! podemos dizer que o transistor BJT é controlado por corrente e o FET é controlado por tensão. Assim, como no caso dos transistores BJT, em que se tem transistores do tipo NPN e do tipo PNP. De maneira similar ocorre no FETs, sendo que existem os transistores de canal N e canal P. O princípio de funcionamento dos transistores FET se dá por um campo elétrico estabelecido pelas cargas envolvidas, que controla a condução sem que haja contado entre as quantidades controladas e controladoras. P!&(H*.(!e!()$*+*,&(!(+!)$#,"#)(#+!-#6*$*,[(+!*,&$*+!'+!&$(,+#+&'$*+!/FC+!*!fgC+? Tabela 6. Principais diferenças entre FETs e BJTs. Aspecto FET’s BJT’s Controle Por Tensão Por Corrente Impedância de entrada Alta (Mega ohms) Média (Centenas de kilo ohms ) Ganho Relativamente Menor Relativamente Maior Estabilidade Temperatura Relativamente superior Relativamente inferior Fonte: Autor. b*+&*!"()A&%.'!()$*+*,&($*3'+!>!&#)'+!-*!&$(,+#+&'$*+!/FC8!+*,-'!*.*+Y » JFET: Transistor de junção por efeito de campo. » MOSFET: Transistor de efeito de campo metal-óxido-semicondutor. 94 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Transistores JFET !"#$%&'&"(#!)*+,!-!.(%&"#/01(!/"'2'3$%1(!/4!&/5&"#$"(!16!16"6#4'%$1$!1(7$864!9:!(/! N) e uma junção PN com a áreade Gate, de dopagem contrária ao substrato. A Figura 74 apresenta o transistor JFET de canal N, na qual o substrato é N e o Gate é P. Figura 74. Transistor JFET canal N sem polarização de Gate. Gate Canal fechado Semicondutor tipo N Semicondutor tipo P Source Drain Sentido da corrente Região de depleção VGS VDS + - Fonte: <http://www.eletronpi.com.br/images/jfetmodelclose.png>. Acesso em: 24/12/2018. Ao estudar diodos vimos que quando se forma uma junção PN, normalmente aparece /4$!#68';(!16!16726<;(=!>$!?8/#$!@A!'&"(!(.(##6!7(#B/6!7$#"6!1(&!62-"#(%&!2'C#6&!1(! substrato N atravessam a junção para se recombinar com lacunas do Gate. A área no substrato entre as dopagens de Gate é chamada de Canal de Condução e no caso, o está fechado, já que as zonas de depleção atingem todo o canal. Nesta situação a corrente através do transistor é muito pequena. D8(#$!&6!7(2$#'3$#4(&!(!)*+,!"$2!.(4(!4(&"#$!$!?8/#$!@E!6!626C$#!$!"6%&;(!$72'.$1$! ao Gate do transistor, ela começa a se opor à tensão intrínseca da junção Gate. Com '&&(F!$!#68';(!16!16726<;(!?.$!4$'&!?%$F!.$/&$%1(!$!$56#"/#$!1(!G$%$2!16!G(%1/<;(!6! consequentemente a corrente começará a circular entre Drain e Source. 95 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 75. Transistor JFET canal N com Gate polarizado. canal aberto Semicondutor tipo N Semicondutor tipo P Gate Source Drain Sentido da corrente Região de depleção + + - - VGS VDS Fonte: <http://eletronica24h.net.br/images/CursoEN1aula12Figura2.png>. A construção do JFET de canal P segue o mesmo princípio do canal N. Porém, a localização dos matériais N e P são trocadas, os sentidos das correntes se invertem assim como os sinais de V GS e V DS . Função de transferência )H!C'4(&!64!.$70"/2(&!$%"6#'(#6&!B/6!7$#$!(!"#$%&'&"(#!I),!$!.(##6%"6!16!.(26"(#!9J C ) 6!$!.(##6%"6!16!5$&6!9J B K!&6!#62$.'(%$!2'%6$#46%"6!7(#!/4!L$"(#!M=!J%L62'346%"6!7$#$!(! transistor JFET a relação existente é não linear como mostra a equação a seguir: N GS D DSS P V I I 1 V ! " #$ % & ' Onde: I D – Corrente de dreno. I DSS – Corrente máxima de dreno para o JFET. V GS – Tensão entre os terminais de gate e source. V P O!,6%&;(!16!7'%.PQ(R!9.(%&"#'<;(K= O parâmetro I DSS é a corrente máxima de dreno nas condições de V GS S!T!6!U DS !V!WU P W=! ! parâmetro V P -!$!"6%&;(!16!7'%.PQ(R!=!X6.656!6&&6!%(46!7(#!&6!"#$"$#!1$!"6%&;(!U DS 964! módulo) em que as regiões de depleção parecem se tocar. Outro detalhe é que quando V GS = V P o transistor não conduz. 96 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR E notório que a relação não linear entre I DSS e V GS provém do termo quadrático da equação acima. Essa equação também e conhecida como equação de Shockely. !8#H?.(!1$!L/%<;(!16!"#$%&L6#Y%.'$!7$#$!(!)*+,!7(16!&6#!(5"'1(!$!7$#"'#!1$!6B/$<;(! 16!ZP(.[62\=!]62$F!16#'C$!1('&!8#H?.(&!.$#$."6#0&"'.(&F!/4$!B/6!#62$.'(%$!J D com V GS com VDS constante e outra que relaciona I D por V DS para valores constantes de V GS . Os 8#H?.(&!64!B/6&";(!&;(!$7#6&6%"$1(&!%$!*'8/#$!@^=! Figura 76. Função de transferência JFET. 12V VGS VDS + 10mA 8mA +6mA 4mA 2mA 0mA 0V VDSV 0V -1V -2V -3V VGS -4V 2V 4V 6V 8V 12V10V IDSS IDSS 12mA VP VGS =0V VGS =-0,8V VGS =-1,6 VGS =-2,4 VGS =-3,2 Fonte: Autor. Transistor MOSFET Conforme vimos até aqui os transistores FETs são divididos em: JFETs e MOSFETs. Os MOSFETs por sua vez são divididos nos seguintes tipo: » MOSFET tipo depleção. » _ Z*+,!"'7(!'%"6%&'?.$<;(= MOSFET tipo depleção Para o MOSFET tipo depleção, a construção é como apresentada n a seguir. 97 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 77. Transistor MOSFET depleção canal N. (Drain) D Contatos metálicos (Gate) G (Source) S VDC Regiões N-Dopadas N N N Substrato P SiO2 SS e e ID = IS = IDSS Fonte: Autor. Na construção do MOSFET depleção tipo N, temos uma camada grossa de material tipo P formada a partir de uma base de silício chamada de substrato. Em alguns casos o substrato está internamente ligado ao terminal source. Entretanto, muitos dispositivos oferecem esse terminal adicional, denominado SS, o que resulta em um dispositivo de 4 terminais. Os terminais de fonte e dreno são conectados por meio de contatos metálicos às regiões dopadas N e as regiões ligadas entre si por um canal N como mostrado na *'8/#$!@@=! !"6#4'%$2!16!8$"6!"$45-4!&6!.(%6."$!̀ !&/76#L0.'6!46"H2'.$F!7(#-4!?.$!'&(2$1(! 7(#!/4$!.$4$1$!16!ab'1(!16!&'20.'(!9Z' N ). O fato de o terminal de gate estar isolado por /4$!.$4$1$!16!ab'1(!#6$?#4$!$!%;(!.(%6b;(!62-"#'.$!1'#6"$!6%"#6!(!"6#4'%$2!16!8$"6!6! o canal de um MOSFET. Desta forma, é possível ver a razão do nome MOSFET. O metal refere-se às conexões de dreno source e gate. O óxido de silício é a camada isolante e o semicondutor refere-se às estruturas do tipo P e N. c/$%1(!7(2$#'3$1(!16C'1$46%"6F!(/!&6d$F!7$#$!(!.$&(!1(!_ Z*+,!16726<;(!"'7(!>F!7$#$! uma tensão V GS !S!TF!$72'.$%1(!/4$!"6%&;(!7(&'"'C$!U DC no dreno ocorre uma atração do dos elétrons livres do canal n para o potencial positivo do dreno o que estabelece uma corrente semelhante à que atravessa o canal do JFET. A construção do MOSFET depleção de canal P segue o mesmo princípio do canal N. Porém, a localização dos materiais N e P são trocadas, os sentidos das correntes se invertem assim como os sinais de V GS e V DS . 98 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR Função de transferência A função de transferência para os transistores MOSFET depleção seguem a mesma 6B/$<;(! $7#6&6%"$1$! 7$#$! (! )*+,=! D! ?8/#$! @e! $7#6&6%"$! $! L/%<;(! 16! "#$%&L6#Y%.'$! característica de um MOSFET depleção tipo N. Figura 78. Função de transferência MOSFET depleção canal N. + 25mA 20mA 15mA 10mA 5mA 0mA 1V 0V -1V -2V -2V-3V -5V 2V 4V 6V 8V 10V 12V 5V VGS 0V VDS IDSS IDSS 0V --4V 5V Vp VGS =1V VGS =-1 VGS =-2 VGS =-3 VGS =-4 Fonte: Autor. D!7$#"'#!1(!8#H?.(!-!7(&&0C62!(5&6#C$#!B/6!7$#$!"6%&f6&!U GS de V P !$"-!TU!$!.(##6%"6!16! dreno aumenta quadraticamente. Os níveis de corrente e as curvas de transferência seguem da mesma maneira que no JFET. No transistor MOSFET depleção tipo N se aplicarmos tensão positiva no gate resulta em um arrasto de elétrons adicionais do substrato devido a corrente de fuga reversa, e estabelece novos portadores através de colisões resultantes de partículas aceleradas. O #6&/2"$1(!1'&"(!-!/4!$/46%"(!#676%"'%(!%$!.(##6%"6!16!1#6%(=!+&"6!6L6'"(!?.$!.2$#(!$(! (5&6#C$#!(!8#H?.(!1$!*'8/#$!@e!7$#$!"6%&;(!16!U GS !$.'4$!16!T!C(2"&=! MOSFET tipo intensificação :$#$!(!_ Z*+,!"'7(!J%"6%&'?.$<;(F!$!.(%&"#/<;(!-!.(4(!$7#6&6%"$1$!$!&68/'#=! 99 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III Figura 79. Transistor MOSFET Intensificação canal N. (Drain) D Contatos metálicos (Gate) G Substrato Sem canal N N Substrato P SiO2 Fonte: <https://slideplayer.com.br/slide/9821324/31/images/23/MOSFET+DEPLE%C3%87%C3%83O+%E2%80%93+Caracter% C3%ADsticas+Construtivas.jpg>. >(! _ Z*+,! '%"6%&'?.$<;(! "'7(! >F! "64(&! /4$! .$4$1$! 8#(&&$! 16! 4$"6#'$2! "'7(! :! formada a partir de uma base de silício chamada de substrato. Semelhante ao que ocorre no MOSFET depleção o substrato está internamente ligado ao terminal source ou, em alguns casos disponibilizado como um terminal extra. Os terminais de fonte e dreno são conectados por meio de contatos metálicos às regiões dopadas N. Diferente 1(!"'7(!16726<;(F!%(!_ Z*+,!'%"6%&'?.$<;(!%;(!PH!/4!.$%$2!'%"6#2'8$%1(!$&!#68'f6&! dopadas no dreno e source. O terminal de gate é conectado à superfície metálica, porém ?.$!'&(2$1(!7(#!/4$!.$4$1$!16!ab'1(!16!&'20.'(!9Z' N ). Apesar das semelhanças existentes na construção e operação dos transistores _ Z*+,!"'7(!'%"6%&'?.$<;(!6!"'7(!16726<;(F!(!_ Z*+,!"'7(!'%"6%&'?.$<;(!$7#6&6%"$! características particulares sendo elas: » D!./#C$!16!"#$%&L6#Y%.'$!%;(!-!16?%'1$!762$!6B/$<;(!16!ZP(.[26\=!» A corrente de dreno é cortada antes que a tensão de gate atinja determinado valor. :$#$! (! "#$%&'&"(#!_ Z*+,! '%"6%&'?.$<;(! "'7(!>F! (! .(%"#(26! 1$! .(##6%"6! -! L6'"(! 7(#! tensão positiva. Ao contrário do que ocorria para os transistores JFET tipo N e MOSFET depleção tipo N. c/$%1(!U GS !S!T!6!$72'.$%1(!/4$!"6%&;(!7(&'"'C$!6%"#6!1#6%(!6!&(/#.6!(!1'&7(&'"'C(!%;(! conduz, diferente do que ocorria para o transistor JFET e MOSFET depleção. c/$%1(!7(2$#'3$1(!16C'1$46%"6F!(/!&6d$F!7$#$!(!.$&(!1(!_ Z*+,!'%"6%&'?.$<;(!"'7(!>! 1$!?8/#$!eTF!$72'.$%1(!/4$!"6%&;(!7(&'"'C$!U DC no dreno e uma tensão positiva V GS no gate, ocorre a indução de um canal tipo N devido a movimentação de cargas. Conforme 100 UNIDADE III !O TRANSISTOR BIPOLAR a tensão de gate aumenta o canal N induzido é capaz de sustentar corrente entre dreno e source. D!"6%&;(!(%16!(.(##6!$/46%"(!&'8%'?.$"'C(!1$!.(##6%"6!-!.P$4$1$!16!"6%&;(!16!2'4'$#! 9U,KF!dH!(&!L$5#'.$%"6&!16!1'&7(&'"'C(&!1'&7(%'5'2'3$4!6&&$!'%L(#4$<;(!.(4(!U gZ9,PK . Figura 80. Transistor MOSFET intensificação canal N. (Drain) D Contatos metálicos (Gate) G (Source) S VDC Regiões N-Dopadas N N Substrato P SiO2 SS e e e + + + + + Canal induzido Fonte: Autor. D!.(%&"#/<;(!1(!_ Z*+,!"'7(!'%"6%&'?.$<;(!.$%$2!:!&68/64!6b$"$46%"6!(!(7(&"(!1(! B/6!L('!$7#6&6%"$1(!7$#$!(!"#$%&'&"(#!"'7(!'%"6%&'?.$<;(!.$%$2!>=! !&/5&"#$"(!$8(#$!-!1(! tipo N, as regiões abaixo das conexões de dreno e source são dopadas P. Os terminais $7#6&6%"$4! $&!46&4$&! '16%"'?.$<f6&F! 7(#-4! $&! 7(2$#'1$16&! 1$&! L(%"6&! 16! "6%&;(! 6! sentido das correntes são invertidos. Função de transferência D! L/%<;(!16! "#$%&L6#Y%.'$! 7$#$! (&! "#$%&'&"(#6&!_ Z*+,! '%"6%&'?.$<;(! &68/64!/4$! função diferente da equação de Shockely. Entretanto mantém o padrão quadrático conforme apresenta a fórmula a seguir: ( )ND GS TI k V V" # I D – Corrente de dreno. k – Constante associada aos parâmetros construtivo do dispositivo. V GS – Tensão entre os terminais de gate e source. V T – Tensão de limiar de condução. 101 O TRANSISTOR BIPOLAR UNIDADE III !C$2(#![!-!/4$!.(%&"$%"6!B/6!7(16!&6#!16?%'1$!7(#h ( ) ]9(%K N gZ9(%K , I k V V " # D!?8/#$!ei!$7#6&6%"$!$!L/%<;(!16!"#$%&L6#Y%.'$!.$#$."6#0&"'.$!16!/4!_ Z*+,!16726<;(! tipo N. Figura 81. Função de transferência JFET. + 20mA 15mA 10mA 5mA 0mA 7V 0V 5V 4V 4V3V 1V 2V 4V 6V 8V 10V 12V 1V VGS 0V VDS IDSS 7V6V 3V2V VT VGS =7V VGS =6V VGS =5V VGS =4V VGS =3V 8V 10V VGS =2V 25mA IDSS Fonte: Autor. Para saber mais a respeito de transistores MOSFET e suas polarizações, recomenda-se a leitura dos capítulos 5, 6, e 9 do livro referência BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos: 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Prentice-Hall do Brasil Ltda, 1998. 102 UNIDADE IVAMPLIFICADORES OPERACIONAIS ! $472'?.$1(#! (76#$.'(%$2! -! /4! .'#./'"(! '%"68#$1(! $%$2a8'.(! 16&6%C(2C'1(! .(4! (! (5d6"'C(!16!$"/$#!.(4(!$472'?.$1(#!16!76B/6%(&!&'%$'&!$%$2a8'.(&F!7(#-4!&/$!$72'.$<;(! vai muito além. É considerado por muitos como o circuito integrado mais utilizado na eletrônica analógica justamente pela sua diversidade de aplicações. D&! .(4726b'1$16&! %$! /"'2'3$<;(! 16! "#$%&'&"(#6&! 7$#$! .(%L6.<;(! 16! $472'?.$1(#6&! diferenciais agora já não é um problema, pois toda eletrônica para tal encontra-se 6%.$7&/2$1(!64!/4!j%'.(!.(47(%6%"6F!(&!$472'?.$1(#6&!(76#$.'(%$'&F!7(7/2$#46%"6! conhecidos como amp-op. Sua aplicação vai desde circuitos de medição a circuitos de 4(%'"(#$<;(!6!$472'?.$<;(=!X6&/4'1$46%"6!(!$472'?.$1(#!(76#$.'(%$2!-!&'4726&46%"6! um circuito integrado de múltiplos estágios, de elevado ganho e com acoplamento direto 6%"#6!6&"6&!6&"H8'(&=!+26&!&;(!/"'2'3$1(&!7$#$!$472'?.$#!&'%$'&!64!/4$!$472$!L$'b$!16! frequências. Estaremos referenciando em vários momentos, nesta unidade, o termo $47Q(7!%$!B/$2!&6!#6L6#Y%.'$!$(!$472'?.$1(#!(76#$.'(%$2= !"6#4(!$472'?.$1(#!(76#$.'(%$2!L('!/&$1(!762$!7#'46'#$!C63!64!/4$!7/52'.$<;(!16! 1947 feita por John Ragazzini, a qual descrevia as propriedades de circuitos capazes de $472'?.$#!/4$!1'L6#6%<$!6%"#6!1('&!&'%$'&!$%$2a8'.(&F!B/$%1(!/&$1(&!.(4!#6$2'46%"$<;(! 2'%6$#!6!%;(!2'%6$#!6!L('!5$&6$1$!64!/4!"#$5$2P(!#6$2'3$1(!6%"#6!ikAl!6!ikAA=! !"6#4(! operacional decorre do feito de este, ter sido um elemento chave na implementação dos antigos computadores analógicos, muito usado para a realização de operações matemáticas antes do advento dos computadores digitais. Para saber mais a respeito da história do amp-op carga, recomenda-se a leitura no seguinte site: <http://www.analog.com/library/analogdialogue/archives/39-05/op_amp_ applications_handbook.html>. 103 CAPÍTULO 1 Conceitos sobre amplificadores operacionais Definição ! $472'?.$1(#! (76#$.'(%$2! 9$47Q(7K! -! /4! .'#./'"(! '%"68#$1(! 7#(d6"$1(! 7$#$! $"/$#! 7#'%.'7$246%"6! .(4(! /4! $472'?.$1(#! 16! 76B/6%(&! &'%$'&! DG! 7#6&6%"6! 6%"#6! &/$&! entradas diferenciais o qual seu comportamento se assemelha muito ao de um $472'?.$1(#!'16$2= J16$246%"6!/4!$472'?.$1(#!(76#$.'(%$2!16C6#'$!7(&&/'#!$&!&68/'%"6&!.$#$."6#0&"'.$&h » J4761m%.'$!16!6%"#$1$!'%?%'"$=! » Impedância de saída muito baixa. » g$%P(!1'L6#6%.'$2!16!"6%&;(!'%?%'"(=! » X$3;(!16!X6d6'<;(!64!_(1(!G(4/4!9G_XXK!'%?%'"$= » +b./#&;(!1(!&'%$2!16!&$01$!16!Un!$"-!UQ= » o6#(!16!"6%&;(!16! R&6"= » Slew-rate !"#!"#$%&%'"("' $%)*!+$,'#&#!%,$-%./!%&%0&1#&%2$#!%*&3'&345 » 6!02$0 &%#!%73!./8",'&%'"("' &5% » 9"0!"0':'+'#&#!%;% !-2!3& /3&%)<!3$%=69>?45 Amplificador operacional real @0% &-2+'(,&#$3!0% $2!3&,'$"&'0% 3!&'0% 2$00/!-% &+A/-&0% +'-' &BC!0% '-2$3 &" !0% 0!% ,$-2&3&#$%&$0%&-2+'(,&#$3!0%'#!&'0%"$%./&+%0D%!E'0 !-%2&3&%(E&BF$%#!%'-2$3 &" !0% ,$",!' $05%G$#!-$0%+'0 &3%&+A/-&0%,&3&, !310 ',&0%#$0%&-2+'(,&#$3!0%3!&'0H% &'0%,$-$I » impedância de entrada da ordem de algumas dezenas de mega ohms; » impedância de saída da ordem de algumas dezenas de ohms; 104 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS » !"0F$%#!%@J0! %#&%$3#!-%#!%K%&%KLL%-MN » A&"O$%#'7!3!",'&+%#!% !"0F$%,$-%*&+$3!0%#&%$3#!-%#!%KLP%Q%KLR vezes; » A&"O$%#!%-$#$%,$-/-%)S CM ) maior do que zero; » 3&<F$%#!%6!T!'BF$%!-%U$#$%V$-/-%)VU664%!0 W%!" 3!%&+A/-&0%#!<!"&0% a algumas centenas de dB; » slew-rate%2$#!%*&3'&3%#!%&+A/-&0%#!<!"&0%&%&+A/-&0%,!" !"&0%#!%MXY0N » 3!02$0 &%!-%73!./8",'&%#&%$3#!-%#!%&+A/-&0%#!<!"&0%#!%UZ<N » 0!"0':'+'#&#!%;% !-2!3& /3&%)DRIFT) diferente de zero; » settling time está compreendido em algumas dezenas de nano segundos; » ,$33!" !%#!%2$+&3'<&BF$%#&%$3#!-%#!%&+A/"0%"S%& [%&+A/"0%YS5 M!3!(,&3!-$0% #! &+O&#&-!" !% ,&#&% /-% #!0 !0% 2&3\-! 3$0% !+[ 3',$0% &$% +$"A$% #!0 &% unidade. Simbologia e encapsulamento S%3!23!0!" &BF$%#$%&-2+'(,&#$3%$2!3&,'$"&+%2&3&%,'3,/' $0%!+! 3]"',$0%2$#!%0!3%*'0 &% 2$3%-!'$%#&%>'A/3&%^_&H%:!-%,$-$%0/&%3!23!0!" &BF$%2$3%-!'$%#$%!",&20/+&-!" $% G=9G%2$3%-!'$%#&0%>'A/3&%^_:5 Figura 82. Símbolo esquemático e encapsulamento DIP para o amp. Op. LM 741. (a) (b) OFFSET NULL INVERTING INPUT NON-INVERTING INPUT V- NC V+ OUTPUT OFFSET NULL 1 2 3 4 NC8 V+7 6 5 3 2 7 7 1 6 4 4 5 Fonte: Autor. S%"$-!",+& /3&%#$0%3!02!, '*$0%2'"$0%#$%&-2+'(,&#$3%$2!3&,'$"&+%`U%abK%0F$I » K%!%PI%&T/0 !%#!% !"0F$%#!%$J0! N% 105 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV » _I%!" 3&#&%'"*!30$3&N% » cI%!" 3&#&%"F$%'"*!30$3&N% » 4: alimentação negativa; » 7: alimentação positiva; » RI%0&1#&N » ^I%"F$%,$"!, &#$5 V$-$%-!",'$"&#$%&" !3'$3-!" !H%&%,'3,/' &3'&%!+! 3]"',&%#$%&-2+'(,&#$3%$2!3&,'$"&+% [%:&0',&-!" !%'-2+!-!" &#&%2$3% 3&"0'0 $3!0%:'2$+&3!0%dGd%!%GdG5%S%>'A/3&%̂ c%'+/0 3&% o esquema eletrônico referente ao amp. op. LM 741, fabricado pela Texas Instruments. Figura 83. Diagrama elétrico do amplificador operacional LM 741. Fonte: <http://www.ti.com/lit/ds/symlink/lm741.pdf>. Acesso em: 24/12/2018. Basicamente, o LM 741 é composto portrês estágios interconectados. Vejamos rapidamente cada um destes estágios: Estágio 1 — par diferencial: » apresenta alta impedância de entrada; » apresenta alta rejeição a tensões de modo comum; » responsável pelo elevado ganho diferencial. 106 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Estágio 2 — Emissor comum: » correção do nível DC para a saída; » ganho de tensão elevado. Estágio 3 — Seguidor de emissor (push-pull, classe B): » responsável pela baixa impedância de saída; » apresenta alto ganho de corrente; » responsável pela corrente de saída. Descrição e ganho AV0 de um AMP OP @%&-2+'(,&#$3%$2!3&,'$"&+%[%/-%,'3,/' $%'" !A3&#$%./!%2$00/'%#/&0%!" 3&#&0%#!%0'"&'0% e uma única saída. Nessa saída, será fornecido uma tensão que foi multiplicada por um parâmetro conhecido como A ML . Esse parâmetro, A ML , é na verdade o ganho em malha aberta do operacional. Esse ganho é o fator multiplicativo sobre a diferença de tensões nas estradas V A e V B replicando esse novo sinal no terminal de saída do operacional. A >'A/3&%^b%'+/0 3&%!00&%#!0,3'BF$5 Figura 84. Modelo de um amplificador operacional. V+ V- VIN RIN ROUT VOUT VEntrada não inversora VEntrada inversora + - GVIN Fonte: Autor. A alimentação dos pinos de V ef e V S-, na maioria das vezes, é implementada por tensões simétricas, porém existem diversos componentes que são alimentados por tensões &00'-[ 3',&05% @/ 3&% ,&3&, !310 ',&% '-2$3 &" !% "$0% &-2+'(,&#$3!0% [% ./!H% '#!&+-!" !H% !+!0%2$00/!-%/-&%'-2!#\",'&%#!%!" 3&#&%'"("' &H%+$A$%0/&%,$33!" !%#!%!" 3&#&%2$#!% 0!3%,$"0'#!3&#&%'"!E'0 !" !5%@%A&"O$%#!% !"0F$%!-%-&+O&%&:!3 &%[%,$"0'#!3&#$%'"("' $H% ou seja, não existe realimentação aplicada ao amp-op. 107 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV G$#!-$0%#!("'3%$%A&"O$%!-%-&+O&%&:!3 &%2&3&%$%&-2g$2%#'7!3!",'&+H%-$0 3&#$%2!+&% >'A/3&%^bH%,$-$%0!"#$I 0 OUT V V A V V ! " ! @"#!%)Mf%g%Mg4%[%&%#'7!3!"B&%#!% !"0F$%!" 3!%$0% !3-'"&'0%#&0%!0 3&#&0%#$%&-2g$25 A tensão de saída pode ser calculada como: 0 ( )OUT VV A V V !" ! Exemplo: V$"0'#!3&"#$%$%,'3,/' $%-$0 3&#$%2!+&%>'A/3&%^P%!%0/2$"#$%./!%$%A&"O$%S ML seja igual &%KLL5LLLH%!",$" 3!%&% !"0F$%#!%0&1#&%M @h? . Figura 85. Amplificador operacional diferencial em malha aberta. v- + - - + +v+ 4,8mV ++ 4,75mV VOUT Fonte: Autor. Solução: Para encontrarmos a tensão V @h? para o circuito diferencial representado pela Figura ^PH%/ '+'<&3!-$0%&%0!A/'" !%!./&BF$I # $ # $0 100.000 4,8 4,75 5OUT VV A V V mV mV V !" ! " ! " Logo a tensão V @h? %i%P%M5 108 CAPÍTULO 2 Principais parâmetros elétricos dos amplificadores operacionais !"#$%&'()*!#*")'()%+,)%#%&"-.!/0&1#*%#-)*&0!#'&.%2%,"%0#"-#')'()%).)(*3'!0#%+,)% se assemelha bastante ao seu modelo ideal. Porém, este modelo ideal é considerado &-)'&$%-&*&%+,)$(4)$%1)%/5&67#8 9$%&"-.!/0&1#*)$%#-)*&0!#'&!$%*)&!$%-#$$,)"%-&*:")(*#$%).2(*!0#$%+,)%1);)"%$)"-*)% ser consultados ao decorrer do projeto elétrico. Geralmente estes parâmetros são fornecidos pelos fabricantes no qual realizam todos os testes elétricos necessários e disponibilizam estes dados para consulta por meio de suas folhas de dados. <%$)=,!*%)$(&*)"#$%;)*!/0&'1#%&.=,'$%1)$$)$%-&*:")(*#$8 Impedância de entrada e saída )>&"#$%&%?!=,*&%@A%+,)%*)-*)$)'(&%#%#-)*&0!#'&.%-&*&%&'&.!$&*"#$%&$%!"-)1:'0!&$%1)% entrada e saída: Figura 86. Modelo para análise de Ri e Ro para um amp-op. Vi Vo Zo Ri RL Zi + - + - (a) (b) (c) Fonte: Autor. » B&% ?!=,*&% @A&C% *)-*)$)'(&% ,"&% D#'()% =)*&1#*&% !'% )% $,&% *)$!$(E'0!&% interna Ri. » B&%?!=,*&%@AFC%*)-*)$)'(&%#%&"-.!/0&1#*%#-)*&0!#'&.%0#"%$,&%!"-)1:'0!&% 1)%)'(*&1&%G!H%()'$7#%1#%$!'&.%&"-.!/0&1#% #%)%$,&%!"-)1:'0!&%1)%$&I1&% Zo. » B&%?!=,*&%@A0C%*)-*)$)'(&%&%0&*=&%JK%0#')0(&1&%L%$&I1&%1#%#-)*&0!#'&.8% 109 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Equacionando a malha de entrada do operacional para determinação de sua tensão de entrada teremos que: ( )i Zi i i i Z V V Z R ! Portanto, pela expressão acima podemos notar que quão maior for a impedância de )'(*&1&%MG!N%1#%&"-.!/0&1#*H%"&!#*%$)*O%&%-&*0).&%1)%()'$7#%1&%D#'()%=)*&1#*&%$#F*)% as entradas do operacional. Logo, podemos concluir, baseado na análise anterior, que: i Zi i Z V V"#$ " Equacionando a malha de saída teremos que: 0 0RL lV V I Z % Podemos notar na expressão anterior que quanto menor for a impedância de saída MG#N%1#%#-)*&0!#'&.H%"&!#*%$)*O%&%-&*0).&%1&%()'$7#%&"-.!/0&1&%$#F*)%&%0&*=&8%K#=#H% podemos dizer que: 00 o RLZ V V" $ " Os valores de resistência de entrada e saída são fornecidos pelos fabricantes denotados 0#"#%JP%MP'-,(%*)$!$(&'0)N%)%JQ%M#,(-,(%*)$!$(&'0)N8 Tensão de offset R"%,"%&"-.!/0&1#*%#-)*&0!#'&.% !1)&.%#%$!'&.%1)%$&I1&%2%',.#%+,&'1#%$,&$%)'(*&1&$% estão em curto circuito para GND. Porém, em um amp-op real, devido ao casamento !"-)*D)!(#%1)%$),$%1!$-#$!(!;#$%1)%)'(*&1&%M1)$F&.&'6#%1#%-&*%1!D)*)'0!&.NH%)$$)%$!'&.% de saída poderá ser diferente de zero. Portanto, existe uma tensão contínua sendo !'$)*!1&%'#$% 0!*0,!(#$% 1!D)*)'0!&!$% 1)% )'(*&1&%+,)% 2% 0S&"&1&%1)% #T$)(8%U)*&.")'()H% os operacionais disponibilizam terminais dedicados para ajuste dessa tensão. Esses ;&.#*)$%1)%#T$)(%)$(7#%0#"-*))'1!1#$H%=)*&.")'()H%'&%D&!5&%1)%V%&%VQQ%" 8 <%()'$7#%1)%#T$)(%M OS ), infelizmente, não é constante com a temperatura e pode ser caracterizada pela seguinte equação: 25 OS OS OS T dV V V T d ! & Onde, OS T dV d é a deriva térmica em mV/ºC 110 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS A tensão V OS % 2% =)*&.")'()% )5-*)$$&% )"% "W1,.#8% <% ?!=,*&% @X% !.,$(*&% ,"% 0!*0,!(#% equivalente de um amp-op. com V OS . A fonte pode ser colocada na entrada não inversora caso sua polaridade seja invertida. Figura 87. Equivalente de um amplificador operacional com tensão de offset. Vos + - Fonte: Autor. Ganho diferencial de tensão (AV0) e ganho de modo comum (ACM) 9%=&'S#%1)%,"%&"-.!/0&1#*%#-)*&0!#'&.%-#1)%$)*%1!;!1!1#%)"%1#!$C%U&'S#%Y!D)*)'0!&.% e de Modo Comum. Importante mencionar que os ganhos dos operacionais mudam em função de uma série de parâmetros: » Carga. » Tensão de polarização. » Temperatura. » Etc. Ganho diferencial de tensão (AV0) R$$)% =&'S#% 2% '#*"&.")'()% 0S&"&1#% 1)% =&'S#% )"%"&.S&% &F)*(&8% Z% 1)/'!1#% 0#"#% sendo a relação da tensão de saída por uma dada diferença de tensão de suas entradas inversora e não inversora. Seus valores reais estão dentro de uma faixa que pode variar 1)%VQ[%\%VQA%;)])$8%<%1)/'!67#%1#%=&'S#%1!D)*)'0!&.%1)%()'$7#%< Q pode ser visto no item VQ8^8 111 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Ganho de modo comum (ACM) _&*&% #% &"-.!/0&1#*% #-)*&0!#'&.% *)&.% ;!"#$% +,)% )5!$()"% 0#**)'()$% )5(*)"&")'()% pequenas inseridas em suas entradas, denominadas de corrente de polarização. Isto $)%1O%-).#%D&(#%1)%#%-&*%1!D)*)'0!&.%1)%)'(*&1&%'7#%&-*)$)'(&*%,"&%*)$!$(E'0!&%!'/'!(&H% ")$"#%&-.!0&'1#%$!'&!$%1)%")$"&%&"-.!(,1)%'&$%1,&$%)'(*&1&$%1#%&"-.!/0&1#*H%&$% 0#**)'()$%1)%0#.)(#*%$)%&.()*&"%"#1!/0&'1#%&%()'$7#%1)%)"!$$#*8%9%"#1).#%1)%-)+,)'#$% $!'&!$%-&*&%&"-.!/0&1#*%$)%(#*'&%,"%)"!$$#*%0#","%0#"%*)$!$(E'0!&%1)%)"!$$#*8%K#=#H% #%=&'S#%-&*&%$!'&!$%!=,&!$%'&$%1,&$%)'(*&1&$%1#%&"-.!/0&1#*%2%",!(#%-)+,)'#H%-#*2"% não nulo. Em condições normais, A CM %2%)5(*)"&")'()%-)+,)'#%)%-#1)%$)*%1)/'!1#%0#'D#*")%&% ?!=,*&%@@8 Figura 88. Definição do ganho de modo comum. VICM + - VOUT !" Acm = VOUT / VICM Fonte: Próprio autor. <%()'$7#%1)%"#1#%0#","%2%1)/'!1&%0#"#%$)'1#%&%"21!&%1&$%()'$4)$%'&$%)'(*&1&$%1#% &"-.!/0&1#*H%0#'D#*")%"#$(*&1#%-).&%)+,&67#%&%$)=,!*C 2 ICM V V V ! % ! Razão de rejeição em modo comum (CMRR) <%*&]7#%1)%*)>)!67#%)"%"#1#%0#","%M`aJJN%)"%,"%&"-.!/0&1#*%#-)*&0!#'&.%*)&.%'7#% 2%!'/'!(&8%R.&%2%1)/'!1&%0#"#%$)'1#%&%*&]7#%1#%=&'S#%1)%()'$7#%1!D)*)'0!&.%M< Q ) pelo =&'S#%1)%()'$7#%)"%"#1#%0#","%M< CM ). Portanto, CMRR será: 0V CM A CMRR A Geralmente, este parâmetro é expresso emdB, logo podemos encontrar seu valor em dB por meio da seguinte equação: 0[ ] 20log V CM A CMRR dB A 112 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Slew-rate O Slew rate !" #$ %$&'(& ) !"*+,!( -($( ."+!( % $/0,$% 1%2,%34( !% 5"+.4( !" .%6!% "$ #$ !%!( ,+5"21%7( !" 5"$&( 8 9"2%7$"+5": ( ;< ) "0&2"..( "$ =>?.8 @%.,-%$"+5" &(!"$(. -(+.,!"2%2 A#" ( ;< B(2+"-"2/ % 1"7(-,!%!" !" 2".&(.5% !( %$&7,*-%!(2 % #$ determinado impulso em sua entrada. Portanto, podemos considerar que quanto maior B(2 ;< $%,. 2/&,!( ."2/ % 2".&(.5% !( %$&7,*-%!(28 C$% !%. -%#.%. !" .#% 7,$,5%34( são os capacitores de compensação inseridos ao circuito interno para acoplamentos e $"7D(2% !% 2".&(.5% "$ B2"A#E+-,% !( (&"2%-,(+%78 =%7(2". 56&,-(. !" ;< 14( !" F:G=> ?.: "$ %$&7,*-%!(2". !" #.( H"2%7: % IFFF=>?. "$ %$&7,*-%!(2". 2/&,!(.8 J 1%7(2 56&,-( !" ;< &%2% #$ KL MNO " !" F:G=>?.8 P%2% ( &2(-"..( !" $"!,34( !( ;< #5,7,Q%'." #$ %$&7,*-%!(2 +4( ,+1"2.(2 !" H%+D( unitário e um gerador de funções. Esse gerador de funções aplicará um sinal quadrado +% "+52%!( !( %$&7,*-%!(2 !" H%+D( #+,5/2,( RS#T"2U8 V($ ,..( $"!"'." ( .,+%7 !" .%6!% -(+B(2$" W,H#2% XY8 Figura 89. Resposta do amp-op ao aplicar um pulso quadrado em sua entrada. 90% 10% ts td Pulso de entrada Saída do amp-op Fonte: Autor. Podemos calcular o SR DESCIDA e o SR ;C@Z[\ % &%25,2 !% W,H#2% XY8 MAX MAX ;C@Z[\ YF]= OF]= SR ts ! MAX MAX DESCIDA YF]= OF]= SR td ! Resposta em frequência (BW) V($( 1,.5( %+5"2,(2$"+5": (. %$&7,*-%!(2". (&"2%-,(+%,. ,!"%,. %$&7,*-%$ .,+%,. -($ -%2%-5"26.5,-%. !" B2"A#E+-,%. ,+*+,5%.: &(2)$ (. %$&7,*-%!(2". 2"%,. &(..#"$ 113 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV 7,$,5%3^". +".." ."+5,!(8 ;#% B%,0% !" %$&7,*-%34( ) 7,$,5%!% " ,+B(2$%!% &"7( B%S2,-%+5" por meio de suas folhas de dados. Esse parâmetro é conhecido como Bandwidth. Caso um sinal com frequência superior a suportada pelo operacional seja aplicado em sua entrada, certamente o sinal de saída sofrerá atenuação ou corte, chegando até mesmo a saturação total, dessa forma, o operacional não responderá às variações do sinal de entrada. \ @_ 56&,-% &%2% ( %$&7,*-%!(2 KL MNO ) !" O:GL`Q8 Sensibilidade à temperatura (DRIFT) J. %$&7,*-%!(2". (&"2%-,(+%,. .4( -,2-#,5(. ,+5"H2%!(. -($&(.5(.: "$ .#% $%,(2,%: por transistores bipolares. Vimos nas unidades II e III que uma junção PN possui características de variação da tensão de barreira de potencial quando submetidos a variações de temperatura. Essas alterações promovidas pela alteração da temperatura &(!"$ &2(1(-%2 %75"2%3^". +%. -%2%-5"26.5,-%. "7)52,-%. !( %$&7,*-%!(28 a.." B"+b$"+( é conhecido como DRIFT. Os fabricantes disponibilizam esse parâmetro por meio das folhas de dados, tanto para correntes quanto para tensões, no amp-op. Logo, temos que: I Variação da corrente com temperatura dad% "$ +\>cV cV " # " V Variação da tensão com temperatura dada "$ =>cV cV " # $ " Settling time O settling time "$ #$ %$&7,*-%!(2 (&"2%-,(+%78 d ( 5"$&( +"-"../2,( &%2% A#" % 2".&(.5% !( %$&7,*-%!(2: A#%+!( .#S$"5,!% "$ .#% "+52%!% "$ !"H2%#: ".5%S,7,Q" !"+52( !" #$% faixa de valores considerada aceitável. Geralmente esta faixa de valores está compreendida "+52" F:O (# F:FO] !( 1%7(2 *+%78 ["&"+!"+!( !%. -%2%-5"26.5,-%. !( %$&'(&: !% 2"!" de realimentação e da compensação, o circuito apresentará um determinado grau de %$(25"-,$"+5( Re# zeta que representa a constante de amortecimento), podendo ser considerado sobre, sub ou criticamente amortecido. Desse modo, o sinal de saída levará algum tempo para se acomodar a um valor estacionário, devido ao transitório. A Figura YF ,7#.52% % 2".&(.5% !( %$&'(& A#%+5( %( ."# settling time. 114 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 90. Tempo de acomodação do sinal de saída de um amp-op ao ser excitado por degrau unitário em sua entrada. V O U T Tolerance Overshoot Damped Oscillation Settling Time Final Value Slew Rate Fonte: <https://microchip.wdfiles.com/local--files/asp0107:settling-time-overshoot/SettlingOvershoot.png>. Acesso em: 24/12/2018. Para saber mais a respeito de settling time acesse o site: <http://www.analog.com/static/imported-files/tutorials/MT-046.pdf>. Corrente de polarização a$ #$ %$&7,*-%!(2 (&"2%-,(+%7 ,!"%7: !"1,!( % .#% ,$&"!f+-,% !" "+52%!% ."2 ,+*+,5%: +4( %&%2"-"2/ -(22"+5". !" &(7%2,Q%34( !" "+52%!%: 7(H( Z B será nula. Porém, +(. %$&7,*-%!(2". 2"%,.: ".5%. -(22"+5". -(+56+#%. .4( +"-"../2,%. +( %$&'(& &%2% estabilizar a tensão de saída em zero volts quando sinais de entrada são inexistentes. Essa corrente é caracterizada no circuito eletrônico do operacional como a corrente de base dos transistores BJT, ou a corrente de fuga nos FETs, utilizada no primeiro estágio !( %$&7,*-%!(28 P(!"$(. $"!,2 "..% -(22"+5" #5,7,Q%+!( ( -,2-#,5( 2"&2"."+5%!( &"7% Figura 91. Figura 91. Circuito para medição das correntes de entrada de polarização. R1 R1C1 S1 S2 C2 R2 Vo Fonte: Autor. 115 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV No circuito mostrado pela Figura 91, as correntes de polarização são obrigadas a -,2-#7%2"$ .(S2" (. 2".,.5(2". !" 1%7(2 $#,5( "7"1%!( ROFLg (# $%,.U &2(!#Q,+!(: assim, uma tensão de saída capaz de ser medida. Os capacitores servem apenas como *752( &%..%'S%,0% ROF+WU8 \. -D%1". ;O " ;I .4( %S"25%. #$% !" -%!% 1"Q &%2% &"2$,5,2 assim a medida das correntes I B1 e I @I . Essas correntes de polarização são da ordem de h?\i (# h+\i8 116 CAPÍTULO 3 Circuitos básicos empregando amplificadores operacionais j".5" -%&65#7( ".5%2"$(. ".5#!%+!( %. -(+*H#2%3^". S/.,-%. !(. %$&7,*-%!(2". operacionais quando utilizados nos modos de operação com realimentação positiva, realimentação negativa ou malha aberta. Modos de operação para amp-op P(!"$(. !,Q"2 A#" S%.,-%$"+5" (. %$&7,*-%!(2". (&"2%-,(+%,. .4( #5,7,Q%!(. "$ -,2-#,5(. "7"52b+,-(. -(+*H#2%!(. !" 52E. $(!(.k » sem realimentação; » com realimentação positiva; » com realimentação negativa. \ ."H#,2 ".5%2"$(. 1"2,*-%+!( % &%25,-#7%2,!%!" !" -%!% $(!( !" (&"2%34( " posteriormente estudando aplicações práticas para cada circuito mencionado. Amp-op sem realimentação Esse modo de operação é também conhecido como operação em malha aberta. Nessa -(+*H#2%34( ( H%+D( !( (&"2%-,(+%7 ) !"*+,!( &2"1,%$"+5" &"7( &2l&2,( B%S2,-%+5"8 Por esse motivo, não temos controle sobre esse ganho. Esse ganho de malha aberta, visto anteriormente, e abordado neste caderno como sendo A =F . Normalmente, este modo de operação é aplicado quando se utiliza circuitos comparadores sem histerese. \ W,H#2% YI ,7#.52% #$% 56&,-% %&7,-%34( &%2% ".5" $(!( !" (&"2%34(8 117 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Figura 92. Circuito comparador simples, aplicação amp-op sem realimentação. + VCC - VCC VA VB VOUT VA > Vb - VOUT !"!#$$ VA < Vb - VOUT !- Vcc Fonte: Autor. !"#$%&'(!#")*'#+,"!-#'&./*01,!,"!+,1,"!1#!,2#'*34,!1,!*+25&./*1,'!/,+!'#*5&+#0)*34,! positiva e negativa, porém, antes de iniciar esta abordagem, é interessante que seja 1#.0&1,!,!/,0/#&),!1#!'#*5&+#0)*34,6 A realimentação em um sistema acontece quando parte do sinal de saída do sistema é acrescentada à entrada deste mesmo sistema. Essa amostra de sinal pode ser */'#"/#0)*1*!7!#0)'*1*!1#!+,1,!*1&)&-,!,%!"%8)'*)&-,6! !9&$%'*!:;!&5%")'*!%+!"&")#+*! hipotético realimentado. Figura 93. Exemplo de um sistema realimentado negativamente. A B Xi Xf Xo Xs + - Entrada Saída ! " # $ % & $' Fonte: Próprio autor. Portanto, outro conceito fundamental a ser gravado é que quando a amostragem obtida da saída do sistema é acrescentada à entrada de modo aditivo, dá-se o nome de realimentação positiva e quando o sinal de realimentação é subtraído, conforme Figura :;(!1,!"&0*5!1#!#0)'*1*!./*!/*'*/)#'&<*1*!%+*!'#*5&+#0)*34,!0#$*)&-*6 Amp-op com realimentação positiva Esse modo de operação é caracterizado como operação emmalha fechada. Como grande desvantagem nesse modo de operação é o fato de não se conseguir controle 118 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS sobre a saída do circuito, ou seja, a instabilidade do circuito levando em alguns casos a saturação. Aplicações práticas para este circuito são: » Osciladores. » Multivibradores. » Comparadores com histerese. A Figura 94 ilustra um circuito comparador com histerese implementado com amp-op realimentado positivamente. Esse circuito será estudado mais a adiante. Figura 94. Exemplo de circuito com amp-op com realimentação positiva. Vi Vout R2 R1 R Fonte: Autor. Amp-op com realimentação negativa O modo de operação com realimentação negativa é o mais utilizado dentre os três modos #+!/&'/%&),"!/,+!*+25&./*1,'#"!,2#'*/&,0*&"6!=%&),"!,!/,0"&1#'*+!/,+,!,!+,1,!1#! operação mais importante, justamente pelo fato de ser aplicável em diversos modelos de circuitos. Podemos listar alguns exemplos de aplicações, tais como: » +25&./*1,'!&0-#'",'6 » +25&./*1,'!04,!&0-#'",'6 » >%?#'6 » +25&./*1,'!",+*1,'!&0-#'",'6 » +25&./*1,'!"%8)'*),'6 119 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV » +25&./*1,'!&0)#$'*1,'6 » +25&./*1,'!1&@#'#0/&*1,'!#)/6 !9&$%'*!:A!&5%")'*!%+*!*25&/*34,!/5B""&/*!1#!%+*!'#*5&+#0)*34,!0#$*)&-*(!,!*+25&./*1,'! inversor. Figura 95. Exemplo de circuito com amp-op com realimentação negativa. R1 R2 Vi Vout Fonte: Próprio autor. C+*!1*"!$'*01#"!-*0)*$#0"!1*!%)&5&<*34,!1#""#!)&2,!1#!'#*5&+#0)*34,!D!*!2,""&8&5&1*1#! de controle externo de seu ganho, além de possibilitar melhorias nos parâmetros de &+2#1E0/&*! 1#! #0)'*1*(! &+2#1E0/&*! 1#! "*F1*! #! >G6! C+*! /,0"&1#'*34,! H%#! @*/&5&)*! a análise desse tipo de realimentação é a teoria do curto virtual. Para tal, estaremos -#'&./*01,!*!"#$%&'6 I!$*0J,!1#!%+*!/,0.$%'*34,!#+!+*5J*!@#/J*1*!D!1#.0&1,!2,'K ICL V i V A V Como a tensão de saída V ICL !)#+!%+!-*5,'!1#.0&1,(!)#'#+,"!H%#K ICL MM NM M O! " " ICL V V NM M O A ! " " Sabemos que idealmente A V #!P(!5,$,!*0*5&"*01,!*!#H%*34,!*0)#'&,'!2,1#Q"#!/,0/5%&'! que: NM M O R ! " " # Portanto, as tensões na porta inversora e não inversora são praticamente iguais. Por #""#!@*),(!1&<Q"#!H%#!#0)'#!*"!#0)'*1*"!04,!&0-#'",'*!NMSO(!#!&0-#'",'*!NMQO!#T&")#!%+! 120 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS /%'),Q/&'/%&),!-&')%*56!U""#!)#'+,(!/%'),!/&'/%&),!-&')%*5(!"&$0&./*!H%#!H%*5H%#'!)#0"4,! 2'#"#0)#!0*!2,')*!MS!#")*'B!*%),+*)&/*+#0)#!2'#"#0)#!#+!MQ(!2#5,!@*),!1,!$*0J,! V )#01#'!*! &0.0&),6!V%*01,!,!)#'+&0*5!MS!#")B!/,0#/)*1,!*,!)#''*(!1&<Q"#!H%#!MQ!D!%+! terra virtual. Embora V- esteja conectado ao potencial zero, devido ao curto circuito -&')%*5(!#5#!04,!#")B!."&/*+#0)#!5&$*1,!*,!)#''*6! Figura 96. Curto circuito virtual entre as entradas inversora e não inversora. R1 R2 Vi Vout Terra virtual 0v Fonte: Autor. Agora que conhecemos as características básicas dos três modos de realimentação para ,"!*+25&./*1,'#"!,2#'*/&,0*&"(!2,1#+,"!#")%1*'!*"!*25&/*3W#"!2*'*!/*1*!/,0.$%'*34,6 Amplificador inversor ! /,0.$%'*34,! +*&"! %)&5&<*1*! 2*'*! ,"! *+25&./*1,'#"! ,2#'*/&,0*&"! #+! /&'/%&),"! #5#)'X0&/,"(! /#')*+#0)#!D!*!/,0.$%'*34,!*+25&./*1,'! &0-#'",'6!>*"&/*+#0)#(!,! "&0*5! 1#!#0)'*1*!D!*+25&./*1,!2,'!%+!$*0J,!2'#-&*+#0)#!/,0.$%'*1,!2#5,!2',Y#)&")*(!"#01,! assim, transladado para o terminal de saída, porém com polaridade invertida. A Figura :Z!'#2'#"#0)*!%+!/&'/%&),!/,0.$%'*1,!/,+,!*+25&./*1,'!&0-#'",'6 Figura 97. Amplificador inversor, configuração básica. R1 R2 Vi Vout Fonte: Próprio autor. [*'*! 2,1#'+,"! #")%1*'! +#5J,'! *! &0\%]0/&*! 1*! '#*5&+#0)*34,! 0#$*)&-*! 0#""*! /,0.$%'*34,(!#")*'#+,"!'#2'#"#0)*01,!,!*+2Q,2!2,'!+#&,!1#!%+!+,1#5,!"&+25&./*1,! 121 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV que represente sua impedância de entrada por meio de uma resistência e sua saída ,8)&1*! 2,'! +#&,! 1#! %+*! @,0)#! 1#! )#0"4,! /,0)',5*1*6! ^,$,(! 2,1#+,"! -#'&./*'! #""#! +,1#5,!2,'!+#&,!1,!/&'/%&),!&+25#+#0)*1,!2#5*!9&$%'*!:_6 Figura 98. Circuito para análise das expressões para o amplificador inversor. Vd RIN ROUT VOUT R+ - GVIN R2 I2 Ib1 VI1 R1 I Vi Fonte: Próprio autor. 0*5&"*01,! *! 9&$%'*! :_! #! /,0"&1#'*3W#"! @#&)*"! *0)#'&,'+#0)#! *! '#"2#&),! 1*"! realimentações negativas, temos que: » `,+,!,!$*0J,!1#!+*5J*!*8#')*!)#01#!*!&0.0&),(!2,1#+,"!1&<#'!H%#!(!,%! seja, um curto-circuito para um terra virtual. » `,0"&1#'*+,"!)*+8D+!H%#!a&!D!&0.0&),(!5,$,!!N`,''#0)#!1#!#0)'*1*!1,! amp-op serão nulas). Após essas considerações, podemos obter as equações das malhas de entrada e saída, tais como: Malha de entrada: i 1 d !"# $ ! , como Vd = 0, tem-se: i 1 !"# $ ! , logo i 1V R1I! Malha de saída: % & '() !&# $" ! , como Vd = 0, tem-se: & '()!&# $ ! , logo '() & !&#! 122 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Como vimos que não existe corrente entrando pelo operacional devido a sua alta impedância de entrada, temos que. " &I I! Devemos isolar I 1 na malha de entrada, onde teremos que: i " & V I I R1 ! ! Substituindo na equação da malha de saída, teremos que: i '() V !& R1 ! '() i V !& V R1 ! Como '()V i V A V ! *+,+-./0,+1.2.+,+.314567.%,2+5/892:,2+:92;< V !& A R1 ! O sinal negativo na expressão do ganho indica que o sinal de saída estará com uma %9=.:.-93+%9+">$?+93+294.@A,+.,+:5/.4+%9+9/B2.%.+%,+.314567.%,2C+'+-./0,+%,+7527D5B,+ E+%.%,+194.+294.@A,+%,:+29:5:B,29:+!"+9+!&C+(3.+%9:8./B.-93+%9::9+7527D5B,+E+:D.+F.5G.+ impedância de entrada que é de R1. Exemplo: H,/:5%92./%,+ ,+ .314567.%,2+ 5/892:,2+ 3,:B2.%,+ 194.+ I5-D2.+ JJ*+ 7.47D49+ ,+ 8.4,2+ %.+ tensão V '() . Figura 99. Circuito amplificador inversor. R2 R2 V1 VOUT 1k 10k 100mV Fonte: Autor. 123 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Solução: K1457./%,+.+9LD.@A,+%,+-./0,+%,+.314567.%,2+5/892:,2+B9293,:+LD9< V !& "$M K "$ R1 1k ! ! ! Logo, a tensão de saída será: '() 5 K "$$3 "$ " ! # ! # ! N,%93,:+/,B.2+1,2+395,+%.+I5-D2.+"$$+.:+=,23.:+%9+,/%.+%,+:5/.4+%9+9/B2.%.+9+,+:5/.4+ %9+:.O%.+%9=.:.%,+%9+">$?+93+294.@A,+.,+:5/.4+%9+9/B2.%.C Figura 100. Formas de onda do amplificador inversor. 0V 0,5V -0,5V -1V 1V 1V 0s 20ms 40ms 80ms 100ms VOUT V1 Time Fonte: Autor. Amplificador não inversor K+ 7,/6-D2.@A,+ .314567.%,2+ /A,+ 5/892:,2+ B93+ 7,3,+ 7.2.7B92O:B57.+ /A,+ .129:9/B.2+ inversão de fase do sinal de saída em relação ao sinal de entrada aplicado em sua porta /A,+5/892:,2.C+K+I5-D2.+"$"+54D:B2.+9:B9+7527D5B,+%9+=,23.+F;:57.C Figura 101. Amplificador não inversor, configuração básica. R1 R2 Vi Vout Fonte: Autor. 124 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS 'DB2.+7.2.7B92O:B57.+F.:B./B9+9G14,2.%.+194,:+12,P9B5:B.:+1.2.+9:B.+7,/6-D2.@A,+E+:D.+ .4BO::53.+ 5319%Q/75.+ %9+ 9/B2.%.*+ 0.P.+ 85:B.+ 194.+ I5-D2.+ "$"*+ LD9+ ,+ :5/.4+ %9+ 9/B2.%.+ E+.1457.%,+%529B.39/B9+/.+9/B2.%.+/A,+ 5/892:,2.+%,+,192.75,/.4+ R STC+U,-57.39/B9*+ conforme estudamos anteriormente, devido ao zero virtual entre as entradas diferenciais a corrente de polarização dessas entradas é nula. V::9+B51,+%9+.314567.%,2*+/A,+5/892:,2*+E+.1457.%,+125/751.439/B9+93+5/:B2D39/B.@A,*+ em circuitos de medidas como voltímetros, na qual necessitam de altas impedâncias de entrada. Nesse tipo de circuito o ganho A V + E+%9B9235/.%,+93+ =D/@A,+%,:+ 29:5:B,29:+!"+9+!&C+ H,/=,239+39/75,/.%,+/,+.314567.%,2+5/892:,2*+9:B.293,:+DB545W./%,+.+B9,25.+%,+W92,+ 852BD.4+1.2.+./;45:9+%,+-./0,+%9::9+B51,+%9+7,/6-D2.@A,+%9+.31X,1C+)93,:*+/,8.39/B9*+ /9::.+7,/6-D2.@A,*+%D.:+3.40.:*+:9/%,+.+3.40.+"+7,31,:B.+1,2+ IN +9+!"+9+.+3.40.+&+ composta por V '() *+!&+9+!"C+K+I5-D2.+"$&+54D:B2.+9::.:+3.40.:+/,+7527D5B,C+ Figura 102. Estabelecendo as malhas para cálculo do A V amplificador não inversor. R1 R2 Vin Vout IB1 = 0 Malha 1 Malha 2 Fonte: Autor. VLD.75,/./%,+.:+3.40.:+"+9+&*+B9293,:< Malha 1: IN 1 !"# $ ! IN 1V R1I! Malha 2: '() " & !"# !&# $ ! '() " & !"# !&#!" 125 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Como a corrente I B1 +Y+$*+4,-,+.:+7,229/B9:+# 1 = I & , portanto podemos isolar I 1 na equação %.+3.40.+"+9+1,:B925,239/B9+ 5/:925X4.+/.+9LD.@A,+%.+3.40.+&*+%9::.+ =,23.*+ B9293,:+ que: IN 1 V I R1 ! Substituindo I 1 na equação de V '() *+12,89/59/B9+%.+3.40.+&*+B9293,:< '() " # R!" !&T! " , onde I1 = I& IN '() V R!" !&T R1 ! " '() #Z R!" !&T V V R1 " ! '() #Z !& R" T R1 ! " Como '() V i V A V ! *+,+-./0,+1.2.+,+.314567.%,2+/A,+5/892:,2+:92;< '() V IN V !& A 1 V R1 ! ! " K4-D3.:+,F:928.@[9:+531,2B./B9:+1.2.+9::9+.314567.%,2< N,%93,:+/,B.2+1,2+395,+%.+9LD.@A,+%,+-./0,+%,+.314567.%,2+5/892:,2+LD9+:9D+39/,2+ ganho possível será 1, ou seja, caso R & \! 1 seja zero. N.2.+9::.+7,/6-D2.@A,*+,+:5/.4+%9+:.O%.+1,::D5+.+39:3.+=.:9+LD9+,+:5/.4+%9+9/B2.%.C '+-./0,+%9+ B9/:A,+%,+.314567.%,2+ E+%96/5%,+194.+ 294.@A,+%,:+ 29:5:B,29:+!"+ 9+!&*+ mais 1. Exemplo: H,/:5%92./%,+,+.314567.%,2+/A,+5/892:,2+3,:B2.%,+194.+I5-D2.+"$]*+7.47D49+,+8.4,2+%.+ tensão V '() . 126 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 103. Circuito amplificador não inversor. V1 VOUT 100mV Fonte: autor. Solução: K1457./%,+.+9LD.@A,+%,+-./0,+%,+.314567.%,2+/A,+5/892:,2*+B9293,:+LD9< V !& "$M A 1 1 11 R1 1k ! " ! " ! Logo, a tensão de saída será: '() 5 K "$$3 "" "C" ! # ! # ! N,%93,:+892567.2+1,2+395,+%.+I5-D2.+"$^+.:+=,23.:+%9+,/%.+%,+:5/.4+%9+9/B2.%.+9+,+ sinal de saída, com mesma fase do sinal de entrada. Figura 104. Formas de onda do amplificador não inversor. 0V 0,4V -0,8V -1,2V V 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms VOUT V1 Time -0,4V 0,8V Fonte: Autor. 127 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Buffer K+7,/6-D2.@A,+%9+.314567.%,29:+,192.75,/.5:+3.5:+:53149:+93+7527D5B,:+949B2_/57,:+ E+.+7,/6-D2.@A,+FD`92+,D+:9-D5%,2+%9+ B9/:A,C+V::9+7527D5B,+/.%.+3.5:+E+%,+LD9+D3+ .314567.%,2+7,/6-D2.%,+7,3,+/A,+5/892:,2+%9+-./0,+D/5B;25,*+,D+:9P.*+,+:5/.4+.1457.%,+ em sua entrada será o mesmo em sua saída. Figura 105. Amplificador configurado como seguidor de tensão ou buffer. Vin Vout Fonte: Autor. Para determinarmos o ganho desse circuito, equacionamos a única malha presente na 7,/6-D2.@A,+FD`92*+4,-,+B9293,:+LD9< #Z '() $ " ! '() #ZV V! Como '()V i V A V ! , o ganho para o seguidor de tensão será: '() V i V A 1 V ! ! Esse circuito é muito utilizado em casamento de impedâncias entre circuitos, ou seja, quando se deseja isolar eletricamente diferentes estágios em um circuito, devido sua característica de alta impedância de entrada e baixa impedância de saída. Exemplo: H,/:5%92./%,+,+7527D5B,+:9-D5%,2+%9+B9/:A,*+FD`92*+3,:B2.%,+194.+I5-D2.+"$a*+7.47D49+ o valor da tensão V '() . 128 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 106. Circuito seguidor de tensão ou buffer. VIN VOUT + - VINV + 1V Fonte: Autor. Solução: Como vimos, anteriormente, o ganho para este circuito é unitário, '()V i V A 1 V ! ! . Logo, a tensão de saída será: '() #Z #ZV V A V! # ! N,%93,:+85:D.45W.2+1,2+395,+%.+I5-D2.+"$b+.:+=,23.:+%9+,/%.+%,+:5/.4+%9+9/B2.%.+9+,+ sinal de saída, sem defasagem. Figura 107. Formas de onda do seguidor de tensão, buffer. -1V 0V -1V 1V 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms VOUT 0s VIN Time 0V 1V V Fonte: Autor. 129 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Amplificador somador inversor !"#$% &'()*!#$+,'% -$."$("/% 0"12% &'3% $3421)&$5'#/.% '4/#$&1'($1.% 6% $% &'()*!#$+,'% $3421)&$5'#%.'3$5'#7%8/..$%&'()*!#$+,'%.,'%$421&$5$.%519/#/("/.%"/(.:/.%4#';/(1/("/.% de n entradas distintas, sem que aconteça interferência entre as mesmas. O curto virtual &'(./*!/%1.'2$#%'%/9/1"'%5/%!3$%/("#$5$%.'-#/%$%'!"#$7%<%=1*!#$%>?@%12!."#$%/../%&1#&!1"'7 Figura 108. Amplificador somador inversor. R1 VOUT R2 R3 Rf VIN1 VIN2 VIN3 Fonte: Autor. <% "/(.,'% 5/% .$A5$% 4$#$% /."$% &'()*!#$+,'% ./#B% $% .'3$% 1(51;15!$2% 5/% &$5$% *$(C'% respectivo a cada entrada, ou seja, cada entrada adiciona uma tensão ao sinal de saída, multiplicado pelo seu fator de ganho correspondente. A tensão V DE% poderá ser calculada 4$#$%'%$3421)&$5'#%.'3$5'#%1(;/#.'#%&'3'F n f f f f f DE G8 > H I ( i 1 1 > H I ( R R R R R V V V V V V R R R R R ! "! " # $ $ %$& '& ' & '( ) ( ) * Onde R f = R4. Amplificador diferencial ou subtrator J..$%&'()*!#$+,'%5/%$3421)&$5'#% "/3%&'3'%&$#$&"/#A."1&$%$3421)&$#%$%519/#/(+$%5/% tensão entre suas portas de entrada, inversora e não inversora. Figura 109. Amplificador diferenciador ou subtrator. R1 VOUT R2 V1 R1 R2 V2 Fonte: Autor. 130 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Para calcularmos a expressão da tensão de saída aplicaremos o teorema da superposição de efeitos. Primeiramente, anulamos a tensão de entrada V H e determinaremos V DE em função de V 1 . Figura 110. Amplificador diferenciador com V2 = GND. R1 VOUT R2 V1 R1 R2 Fonte: Autor. <%=1*!#$%>>?%12!."#$%K!/%'%&1#&!1"'%#/.!2"$("/%6%!3%$3421)&$5'#%1(;/#.'#%LB%/."!5$5'% anteriormente, assim sabemos que: V MH A R1 # DE> 1 V MH V R1 # DE> MH V V1 R1 # Realizando a mesma consideração, ou seja, anulando a fonte V1, teremos o circuito mostrado pela Figura 111. Figura 111. Amplificador diferenciador com V 1 = GND. R1 VOUT R2 V2 R1 R2 V+ Fonte: Autor. 131 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV <($21.$(5'%$%=1*!#$%>>>%4'5/3'.%('"$#%K!/%'%&1#&!1"'%&'34#//(5/%5/%!3%$3421)&$5'#% não inversor com divisor de tensão. Logo, podemos considerar que: DEH NV A V$ + DE V IN V MH A 1 V R1 $ H MH V V M> MH $ $ Logo, DEH H MH MH V 1 V M> M> MH ! "! " $& '& '$( )( ) <%"/(.,'%)($2%N DE é dada pela soma de V 1 %O%N H , logo teremos que: DE H MH MH MH V 1 V V1 M> M> MH M> ! "! " $ #& '& '$( )( ) DE H M> MH MH MH V V V1 M> M> MH M> $! "! " #& '& '$( )( ) Trabalhando a equação anterior, teremos que V DE será: , - DE H > MH V V V R1 # P'3'% '% &1#&!1"'% 6% !3% $3421)&$5'#% 519/#/(&1$2Q% ./#B% $3421)&$5'% $4/($.% $% 519/#/(+$% entre as tensões na porta inversora e não inversora. Caso as tensões de entrada sejam iguais, ou seja, V 1 = V H , a tensão de saída será nula, zero. O ganho diferencial pode ser dado por: d MH V R1 Se tivermos R H = R 1 , a tensão de saída será: , - DE H >V V V # Exemplo: P'(.15/#$(5'%'%$3421)&$5'#%519/#/(&1$2Q%3'."#$5'%4/2$%=1*!#$%>>HQ%&$2&!2/%'%;$2'#%5$% tensão V DE . 132 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 112. Circuito amplificador diferencial. VOUT R1 R2 R1 R2 V1 V2 0,1V 0,2V Fonte: Autor. Solução: Podemos calcular o valor da tensão de saída V DE utilizaremos a seguinte equação: , - , - DE H > MH >?R N N N % H??3N >??3N >N R1 1k # # S'5/3'.%;/#%4'#%3/1'%5$%=1*!#$%>>I%$.%9'#3$.%5/%'(5$%5'.%.1($1.%5/%/("#$5$%/%'%.1($2% de saída, em relação ao sinal de entrada. Figura 113. Formas de onda do amplificador diferencial. 0V 100mV 0,4V 0,4V 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms V1 0s0s VOUT Time 0,6V V V2 0,8V 1V V 1,2V 200mV 300mV Fonte: Autor. 133 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Comparadores Durante o desenvolvimento de um produto eletrônico, assim como utilizamos $3421)&$5'#/.% '4/#$&1'($1.% 4$#$% "#$"$#% $2*!3% .1($2% /.4/&A)&'% "/3'.% $% (/&/..15$5/Q% 5/4/(5/(5'%5$%$421&$+,'Q%5/%#/$21T$#%&'34$#$+:/.%/("#/%.1($1.7%D3%&'34$#$5'#Q%&'3'% '%('3/%4#'4#1$3/("/%51TQ%6%!3%&1#&!1"'%K!/%&'34$#$%5!$.%"/(.:/.%5/%/("#$5$%U4'#"$% (,'%1(;/#.'#$%/%1(;/#.'#$V%/%.1($21T$%4'#%3/1'%5/%!3$%"/(.,'%5/%.$A5$7%W!$(5'%$%"/(.,'% aplicada à porta não inversora for maior que a tensão da porta inversora, o comparador produzirá uma alta tensão em sua saída; quando a entrada não inversora for menor que a entrada inversora, a saída se baixa. Comparador sem histerese N13'.%$("/#1'#3/("/%K!/%'%*$(C'%5'%$3421)&$5'#%/3%3$2C$%$-/#"$%6%3!1"'%*#$(5/Q%5$% '#5/3%5/%>?X%Y%>?Z7%J..$%&$#$&"/#A."1&$%4/#31"/%K!/%4'..$3'.%!"121T$#%!3%$3421)&$5'#Q% &'()*!#$5'%4$#$%$"!$#%&'3'%&'34$#$5'#%5/%"/(.,'7%<%=1*!#$%>>[%12!."#$%!3%'4/#$&1'($2%/3%3$2C$%$-/#"$%&'()*!#$5'%&'3'%&'34$#$5'#%5/%"/(.,'7 Figura 114. Comparador de tensão com amp-op sem histerese. VOUT V1 V2 Fonte: Autor. Como o ganho de tensão do operacional em malha aberta é muito grande, qualquer pequena variação que seja poderá gerar grandes excursões no sinal de saída. Para o comparador mostrado pela Figura 114, tem-se uma tensão de referência, V1, aplicada $%4'#"$%1(;/#.'#$7%8$%4'#"$%(,'%1(;/#.'#$Q%"/3\./%!3%.1($2%$421&$5'%4/2$%9'("/%NH%5/% ]XN^X?_T7%W!$(5'%'% .1($2% $421&$5'%($%4'#"$%(,'% 1(;/#.'#$% 9'#%3$1.%4'.1"1;'%K!/% $% 4'#"$%1(;/#.'#$Q%$%.$A5$%5'%&'34$#$5'#%/."$#B%/3%ON CC 7%W!$(5'%'%.1($2%($%4'#"$%(,'% inversora for menor que o sinal de referência, a saída do comparador estará em –V CC . A =1*!#$%>>X%12!."#$%$.%9'#3$.%5/%'(5$%5/../%&1#&!1"'7 134 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 115. Formas de onda do comparador sem histerese. -5V -15V 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms V1 0s0s VOUT Time 0V V2 0V VV 20V 0V 5V Fonte: Autor. D3%*#$(5/%1(&'(;/(1/("/%5/../%&1#&!1"'%$&'("/&/%K!$(5'%/`1."/%!3%#!A5'%4#a`13'%5$% tensão de referência, ou seja, se a polaridade do sinal a ser comparador permanecer alterando em função desse ruído, a tensão no terminal de saída do comparador irá acompanhar essa variação. Comparador com histerese O comparador com histerese é uma evolução do comparador conforme mencionado anteriormente. Nesse tipo de comparador, o problema de comutação da saída a um determinado ruído presente no sinal a ser comparado pode ser solucionado. Esse problema é solucionado adicionando uma realimentação positiva. Essa característica permite adicionar uma histerese na tensão de referência do comparador. Dessa forma, existiram dois pontos de comparação, sendo um ponto de comutação acima de uma determinada tensão e outro ponto logo abaixo dessa mesma tensão. Para garantir que o #!A5'%(,'%1("/#)#$%($%&'3!"$+,'%5$%.$A5$Q%/..$%519/#/(+$%5/%4'("'.%5/%&'34$#$+,'%5/;/% ./#%3$1'#%K!/%'%(A;/2%5'%#!A5'7%<%=1*!#$%>>Z%12!."#$%!3%&1#&!1"'%&'34$#$5'#%!"121T$(5'% histerese. 135 AMPLIFICADORES OPERACIONAIS UNIDADE IV Figura 116. Comparador de tensão com histerese. R R1 R2 VOUT Vi + VSAT - VSAT VLI VLS Vs Vi Fonte: Autor. ! "#$"%#&'! ()$*+*,&(-'! )*.(! /#0%$(! 112(! $*)$*+*,&(! %3! ".4++#"'! "'3)($(-'$! "'3! 5#+&*$*+*! #3).*3*,&(-'! "'3! $*(.#3*,&(67'! 8#(! $*+#+&'$! 9:;! <(! /#0%$(! 112=! &*3>+*! caracterizado os dois pontos de tensão de comparação do circuito, V DI e V DS . Podemos calcular estes limites de tensão de comparação por meio das seguintes equações: 1 DS SAT 1 : R ? @ ? A R R ! " " e para V DI como, 1 DI SAT 1 : R ? @ ? A R R ! # " Exemplo: Para o circuito comparador de tensão mostrado pela Figura 117, encontrar suas tensões de comparação e plotar as formas de onda de entrada e saída. Figura 117. Comparador com histerese implementado com amp-op. VOUT V1 V2 R3 R1 R2 Fonte: Autor. 136 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Solução: Para determinar os limites de comparação, utilizaremos as seguintes expressões: Limite superior: $ %1DS SAT 1 : R 1BC ? @ ? A D BEF:F? 9 9 1BC 1BBC ! " ! " " " Limite inferior: $ %1DI SAT 1 : R 1BC ? @ ? A D BEF:F? 9 9 1BC 1BBC ! # ! # # " " G'$&(,&'E!&*$*3'+!"'3'!&*,+H*+!-*!"'3)($(67'!1EI2J?!*!>1EI2J?;! K%(,-'!(!&*,+7'!-*!*,&$(-(!-'!"#$"%#&'!"'3)($(-'$E!)'$&(!?>E!L'$!+%)*$#'$!('!.#3#&*!-*! 1EI2J?E!(!&*,+7'!-*!+(M-(!-'!"#$"%#&'!+*$4!()$'N#3(-(3*,&*!>D?!*!(!&*,+7'!-*!"'3)($(67'! (0'$(! +*$4!-*! >1EI2J?;!O++#3!P%*!(! &*,+7'!-*! *,&$(-(! L'$! #,L*$#'$! Q!,'8(! &*,+7'!-*! "'3)($(67'!-*!>1EI2J?E!'!,M8*.!-(!&*,+7'!-*!+(M-(!3%-($4!)($(!()$'N#3(-(3*,&*!RD?! *!(!,'8(!&*,+7'!-*!$*L*$S,"#(!-*!"'3)($(67'!)(++($4!(!+*$!,'8(3*,&*!1EI2J?;! Figura 118. Forma de onda do comparador com histerese. 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms V2 VOUT Time 0V 0V VVOUTOUTV1 10V 15V 5V -5V -10V 0s -15V Fonte: Autor. 137 CAPÍTULO 4 Filtros com amplificadores operacionais Filtros com amp-op são cirtuitos amplamente utilizados em uma enorme gama de ().#"(6H*+;!T'3%3*,&*!+7'!%&#.#U(-'+!,(+! L(#N(!-*! L$*P%S,"#(!-*!4%-#'! @B!CVU!(!:B! CVUAE!)'$!*N*3).'!*3!)$'"*++(-'$*+!-*!4%-#'; K%(,&'!('!&#)'E!'+!W.&$'+!)'-*3!+*$!".(++#W"(-'+!=(+#"(3*,&*!*3X » Passa Baixas: permite a passagem de sinais até uma determinada frequência. Acima desta frequência os sinais são atenuados. » Passa Altas: permite a passagem de sinais acima de uma determinada frequência. Abaixo desta frequência os sinais são atenuados. » Passas Faixas: permite a passagem de sinais compreendidos entre duas frequências, ou seja, uma faixa de frequências. Fora desta faixa de frequências os sinais são atenuados. » Rejeita Faixas: atenua a passagem de sinais compreendidos entre duas frequências, ou seja, rejeita uma faixa de frequências. Permite a passagem de sinais fora desta faixa de frequências. Y3! -'+! )$#,"#)(#+! )($Z3*&$'+! -*! %3! W.&$'! *! (! (&*,%(67'! ('+! +#,(#+! #,-*+*[(-'+;! \*)*,-*,-'!-(!(&*,%(67'!,*"*++4$#(E!'+!W.&$'+!)'-*3!+*$!-*+-*!%3(!+#3).*+!"].%.(!9T! até estruturas mais complexas com múltiplas realimentações ou cascata. A atenuação é um parâmetro que está diretamente ligado a outro parâmetro chamado de ordem. Em )'%"(+!)(.(8$(+E!P%(,&'!3(#'$!(!'$-*3!-'!W.&$'E!3(#'$!+*$4!(!(&*,%(67'!)$')'$"#',(-(; !L'$3(&'!-(!"%$8(!-*!%3!W.&$'!&*3!(+!+%(+!)($&#"%.($#-(-*+!"',L'$3*!]!#3).*3*,&(-';! Algumas curvas são padronizadas por polinômios, como o de Butterworth, Chebyshev e outros. O!+*0%#,&*!W0%$(!!()$*+*,&(!-'#+!W.&$'+!,(!&')'.'0#(!"5(3(-(!-*!^(..*,!_*`; 138 UNIDADE IV AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Figura 119. Filtro passa baixa e passa alta Sallen key. VOUT R1 Passa Alta R2 VOUT VIN VIN R2 C2 C1 R1 C1 C2 Passa Baixa Fonte: Autor. G($(!(3='+!'+!W.&$'+!(!*P%(67'!-(!L$*P%S,"#(!-*!"'$&*!]X C 1 F : 91 9: T1 T: & !L(&'$!-*!3]$#&'E!'%!L(&'$!-*!P%(.#-(-*!-'!W.&$'!)(++(!=(#N(!]X $ % $ %C C 91 9: T1 T: 1 F 9: T1 T: : / 9: T1 T: " & " a4!)($(!'!W.&$'!)(++(!(.&(E!'!L(&'$!-*!3]$#&'!]X $ % $ %C C 91 9: T1 T: 1 F T1 91 9: : / 9: T1 T: " & " Existem diversos tipos e implementações de filtros com amplificadores operacionais. Para tanto recomenda se o estudo do documento “Op Amp For Everyone” disponível em: <http://www.cypress.com/file/65366/download>. Ele apresenta um vasto conteúdo sobre amplificadores operacionais inclusive teoria e projetos de filtros. 139 Para (não) Finalizar A continuação da evolução tecnológica e profissional Nos próximos anos presenciaremos a continuação dessa evolução tecnológica de forma ainda mais agressiva. O desenvolvimento microeletrônico tem se tornado extremamente estratégico e necessário ao passo que a miniaturização dos equipamentos se faz presente. O poder de processamento dos microprocessadores multicore estão, a cada ano, evoluindo a uma proporção extremamente surpreendente. Novas pesquisas são #,#"#(-(+!(!&'-'!'!3'3*,&'!(!W3!-*!)$')'$"#',($!L%&%$(+!&*",'.'0#(+!3(#+!*W"#*,&*+! em processamento e consumo energético. A base para todo novo estudo nessa área será sempre os fundamentos clássicos estabelecidos no passado que perpetuam na física, eletricidade e, de modo geral, na eletrônica analógica. K%(,&'!3(#+!"',5*"#3*,&'!+*!(-P%#$*!,'!%,#8*$+'!-(!*.*&$b,#"(E!3*.5'$*+!+'.%6H*+!*! "#$"%#&'+!3(#+!*W"#*,&*+!+*$*3'+!"()(U*+!-*!-*+*,8'.8*$;! !)$'[*&'!-*!%3!"#$"%#&'!'%! Firmware bem fundamentado se baseia no conhecimento, e aplicação deste, durante '!)$'"*++'!-*!"$#(67'E!*8#&(,-'E!(++#3E!)'++M8*#+!*$$'+!W.'+cW"'+!,'+!P%(#+!#3)("&(3! +*8*$(3*,&*!('!W,(.!-'!)$'[*&'; A grande chave para manter-se atualizado a este mundo que a cada minuto aparecem coisas novas é não parar nunca de se atualizar, ou seja, estudar. 140 Referências d efg^hO\E! 9;! f;i! <O^Vgf^_eE! f;! Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos: 2;!*-;!9#'!-*!a(,*#$'X!G$*,&#"*>V(..!-'!d$(+#.!f&-(E!1jjD;a V<^ <E!\;!g;!et al. Fundamentos de análise de circuitos elétricos: 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1994. MALVINO, A.; BATES, D. J. Eletrônica Volume 1;!F;!*-;!G'$&'!O.*0$*!O305E!:BBF; _______. Eletrônica volume 2;!F;!*-;!G'$&'!O.*0$*X!O305E!:BBD; ^g\9OE!O;!^;i!^klhTVE!_;!T;!Microeletrônica;!m;!*-;!k(C$',!d''C+E!:B1B; Sites n5&&)Xooppp;&#;"'3oppo*,o='=)*(+*o#,-*N;5&3.q; n5&&)Xooppp;#,L'*+"'.(;"'3oP%#3#"(o*+&$%&%$(+>(&'3#"(+oq; n5&&)Xooppp;=$(+#.*+"'.(;"'3oP%#3#"(o+#.#"#';5&q; n5&&)Xoo)&;p#C#)*-#(;'$0op#C#o^#.rTIrO\"#'q; n5&&)Xooppp;#,L'*+"'.(;"'3o*.*3*,&'+>P%#3#"'+o0*$3(,#'q; n5&&)Xoo)&;p#C#)*-#(;'$0op#C#os*$3rTIrO:,#'q; n5&&)Xoo)&;p#C#)*-#(;'$0op#C#oa%,rTIrOFrTIrOI'tG<q; n5&&)Xooppp;(0'+&#,5'$'+(;"'3;=$o($�'+o"'3'>L%,"#',(>%3>-#'-';5&3.q; n5&&)Xooppp;*.*"&$',#"(>)&;"'3o-#'-'+>$*"&#W"(-'$*+q; n5&&)Xoo*,;p#C#)*-#(;'$0op#C#o9*"&#W*$q; n5&&)Xooppp;*.*"&$',#"+>&%&'$#(.+;p+o-#'-*o-#'-*tD;5&3.q; n5&&)Xooppp;*.*"&$',#"+>&%&'$#(.+;p+o-#'-*o-#'-*tF;5&3.q; n5&&)Xoo)&;p#C#)*-#(;'$0op#C#oh$(,+rTIrO\+&'$q; n5&&)Xooppp;*.*"&$',#"+>&%&'$#(.+;p+o&$(,+#+&'$o&$(,t1;5&3.q; n5&&)Xooppp;*.*"&$',#"+>&%&'$#(.+;p+o&$(,+#+&'$o&$(,tJ;5&3.q; n5&&)Xoo*,;p#C#)*-#(;'$0op#C#o )*$(&#',(.t(3).#W*$q; n5&&)Xooppp;&#;"'3o.#&o(,o+='(Bj:(o+='(Bj:(;)-Lq; n5&&)Xooppp;(,(.'0;"'3o.#=$($`o(,(.'0-#(.'0%*o($"5#8*+oJI>Bjo*-"5r:B1r:B ')r:B(3)+;)-Lq;