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Natalie Celezinsky Clazer 
 
Distúrbios da Tireoide 
• Hormônios tireoidianos: 
- T4 total (tiroxina ou tetraiodotironina): 
TGB (globulina ligadora de tiroxina), albumina. Valor de ref: 4,5 µg/dL – 12,6 µg/dL. 
Obs: Níveis de T4 total nem sempre correspondem a T4 livre, a concentração de T4 total no soro pode ser alterada. 
Sempre pede T4 livre, porque o T4 total sofre muitas interferências, como: aumento ou redução do suprimento de 
T4 (hipo/hipertireoidismo), alterações devido problema na ligação de T4 às proteínas séricas de TBG, alterações 
compensatórias na concentração sérica de T4 total causada por altos ou baixos níveis séricos de T3. 
- T3 total (triiodotironina): 
Também sofre muitas alterações e não é fidedigno. Valor de referência 80-180 ng/dL. Útil quando suspeita de 
T3toxicose (hipotireoidismo com T4 normal) ou tireotoxicose induzida pela ingestão de T3. 
- T4 e T3 livre: Mais usados. 
Fração biologicamente ativa. 
T4: 0,7 – 1,8 ng/dL 
T3: 2,3-5,0 pg/mL 
Obs: O hormônio funcionante é o T3, mas para interpretar a função tireoidiana é melhor solicitar T4. T3 é usado 
quando há dúvida diagnóstica. 
• Influenciam os níveis séricos das proteínas ligadoras dos HT: 
-Aumento da TGB: congênito, estados de Hiperestrogenismo (gravidez, estrogenoterapia, ACO), doenças (hepatite infec 
aguda, hipotireoidismo, cirrose, HIV), fármacos (tamoxifeno, ACO, opioides). 
- Redução da TBG: congênita, fármacos (androgênios, glicocorticóides), doenças (cirrose, desnutrição proteica, síndrome 
nefrótica, hipertireoidismo). 
-Substâncias que afetam a ligação dos HT às proteínas de ligação, em especial à TGB (salicilatos, fenilbutazona, 
heparina). 
- T3 reverso: 
O T3 reverso é um produto inativo da degradação de T4 nos tecidos periféricos. É também secretada pela glândula 
tireóide, mas em condições fisiológicas as quantidades são insignificantes. É usado apenas quando há dúvida diagnóstica 
VR: 14 a 30 ng/dL. 
• Eixo: 
 
Endocrinologia – Habilidades 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
•TSH 
Possui percentis de referência diferentes conforme a idade. Aumenta com o avanço da idade. 
Pacientes com mais de 80 anos é normal que possuam valores acima do valor de referência, apresentam TSH por volta 
de 6,3 e isso não é necessariamente patológico. 
• Auto anticorpos: 
- Anti-TPO (Ac anti tireoperoxidase): 
Aumentado em doenças autoimunes: Hashimoto ou Graves. 
Não é específico. 
85% dos pacientes com Graves possuem anti-TPO aumentado. 
- Anti- TG (Ac anti tireoglobulina): 
70% dos pacientes com tireoidite de Hashimoto (<crianças) 
30% na doença de Graves 
Não é marcador de câncer de tireóide, é usado após tireoidectomia e iodoterapia, marcador de tecido tireoidiano. Se 
estiver aumentado depois do tto e cirurgia, indica recidiva do CA. 
 Obs: A quantidade do título de Ac traz pouca importância diagnóstica. 
Anti-TG e TG: quando interpretados com TSH alto ou suprimido a interpretação é diferente. 
O valor do anticorpo não é importante e sim se ele é positivo ou não. Uma vez confirmado, não há necessidade de 
acompanhar. Só acompanha durante o CA de tireóide. 
• Anti – TRAB (Ac anti receptor de TSH): Detectável em 90% dos casos de doença de Graves. 
→ Dosagem dos anticorpos é feita em casos de: 
Suspeita de doença tireoidiana auto imune. 
Risco para doença tireoidiana 
Uso de interferon, lítio e amiodarona (amiodarona tem muito iodo na sua composição). 
Histórico de infertilidade ou falência em terapias de fertilização assistida. 
- Tireoglobulina: 
Proteína sintetizada exclusivamente por células foliculares da tireóide e células de carcinoma diferenciado de tireóide 
(CDT). 
Marcador para pacientes com CDT junto com Ac anti Tg. Ajuda na detecção precoce de recorrência ou crescimento 
tumoral e na avaliação da eficácia do tratamento. 
Valor elevado: Indica aumento da atividade secretiva por estimulação da glândula tireóide ou danos ao tecido da tireóide. 
Valor baixo ou indetectável: Indica escassez de tecido tireoidiano ou atividade suprimida. 
Elevações mais marcantes: Indicam carcinoma de tireóide. 
Obs: Não solicita o Tireoglobulina quando o paciente tem a tireóide em atividade, apenas após tireoidectomia. 
HIPOTIREOIDISMO 
• Definição: Síndrome clínica caracterizada pela deficiência de hormônio tireoidiano. Deixa o metabolismo de forma mais 
lenta. 
• Sinais: pele seca e áspera, queda de cabelo, extremidades frias, mixedema, alopecia, bradicardia, demora no 
relaxamento dos reflexos tendinosos, Sd do túnel do carpo, derrames cavitários e articulares, rigidez muscular. 
• Sintomas: Cansaço, fraqueza, indisposição, sonolência, bradpsiquismo, constipação intestinal, ganho ponderal, frio, 
inapetência, dispneia, voz rouca, menorragia, amenorréia, parestesias, deficiência auditiva. 
Causa obesidade? Mito! 
- Reduz o apetite. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
- Pode explicar um ganho de até 4 quilos apenas (esse ganho de peso é pela retenção hídrica). O hipotireoidismo pode 
justificar a dificuldade em perder peso mesmo com realização de atividades físicas, mas não é responsável por ganho 
de peso significativo. 
• Na infância: 
Muito importante a investigação. Passou a fazer parte do teste do pezinho (rastreio do hipotireoidismo congênito, 1:5000) 
- RN: Geralmente é assintomático. Pode apresentar: persistência da icterícia fisiológica, choro rouco, sonolência, 
problemas com alimentação, constipação, hérnia umbilical, atraso na maturação óssea. É reversível e de fácil tratamento. 
Deve sempre tratar. Se não tratado: cretismo (retardo mental, surdo-mudez, baixa estatura..) 
- Após os 2 anos: Não há retardo mental, mas há um rendimento deficitário na escola, baixa estatura, atraso no 
desenvolvimento ponderal. Portanto, deve tratar. 
Hipotireoidismo primário: 
TSH alto com T4L baixo 
• Tratamento: 
Objetivo: restauração do estado eutireoidiano + desaparecimento das manifestações sistêmicas. 
- Levotiroxina. Deve ser tomado em jejum(de pelo menos 4h) e esperar pelo menos 30 minutos para comer, dose 
única diária. 
Obs: O paciente deve suspender a Levotiroxina no dia do exame, tomar após realizar. Se ele tomar no dia da coleta, o 
TSH não altera mas o T4 eleva-se. Outros medicamentos que podem alterar e que não devem ser tomados juntos 
com a Levotiroxina: Cálcio, Ferro, Omeprazol. Reavalia em 1 mês e meio após início do tto medicamentoso. É 
importante que o paciente mantenha sempre a mesma marca do medicamento, pois possuem absorção diferentes. 
Hipotireoidismo subclínico: 
TSH alto com T4L normal. 
 
Recomendações para tratamento: 
Parâmetro TSH>4,5>10 TSH (> ou = 10) 
≤ 65 anos. 
Sem comorbidades. Não Sim 
Risco e progressão ao hipo 
franco. 
Considera TTO Sim 
Doença cardiovascular ao 
preexistente ou RC. 
Considera tto se TSH ≥7 
um/L 
Sim 
Sint de hipotireoidismo. Teste terapêutico Sim 
Idade > 65 anos. Não Sim 
Em idosos não trata hipotireoidismo subclínico, somente de TSH>10. 
HIPERTIREOIDISMO 
Produção excessiva de hormônios tireoidiamos. 
• Sintomas: Sudorese excessiva, nervosismo, intolerância ao calor, cansaço, perda de peso, fadiga, palpitação, fraqueza, 
aumento de apetite, queixas oculares, edema MMII, hiperdefecaação, diarréia, distúrbios menstruais, anorexia, 
constipação. 
• Sinais: taquicardia, bócio, tremor nas mãos, pele quente e úmida, alterações oculares como exoftalmia, FA, 
esplenomegalia, ginecomastia. 
A exoftalmia é específico da doença de Graves. O auto-anticorpo (TRAB) ataca o globo ocular.Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Causas: 
Produção excessiva independente do TSH: 
- Doença de Graves 
- BMNT: bócio multinodular da tireóide (tóxico ou atóxico). 
- Adenoma tóxico (doença de plummer). 
- Carcinoma folicular 
- AIT tipo 1 
- Fase aguda da Tireoidite de Hashimoto 
- Dependente de hCG: mola e coriocarcinoma 
Hipertireoidismo primário: 
TSH baixo com T4L alto 
• Diagnóstico: Dosagem de TSH e T4, Anti – TRAB (Ac anti receptor de TSH): Detectável em 90% dos casos de 
doença de Graves. Importante para identificar pacientes com alto ou baixo risco de remissão com tratamento 
medicamentoso. 
•Tratamento: 
- Tionamidas (Tapazol, Propiltiouracil): redução da síntese de hormônios. 
Metimazol (Tapazol) – dar preferência, maior segurança em relação à hepatotoxicidade. 
Propiltiouracil – Preferência no primeiro trimestre de gestação. 
Efeito terapêutico após 10 a 15 dias. Quando controlar o TSH e T4 livre, pode reduzir a medicação. 
Efeitos colaterais: Pode realizar monitoramento com Hemograma (não é obrigatório), pois pode apresentar leucopenia. 
Interromper se granulócitos <1500. Hepatotoxidade (acompanhar TGO, TGP). 
- BB (Propanolol (melhor opção), Atenolol): Para controlar a sintomatologia. Importante na fase inicial. CI para doenças 
pacientes com pulmonares e bloqueio cardíaco, nesses casos usa BCC. 
- Definitivo (recidiva ou sem controle com medicação): Iodoterapia e cirurgia 
Hipertireoidismo subclínico: 
TSH baixo com T4L normal. 
•Tratamento 
Parâmetro SiSC (TSH 0,1 a 0,44) HiSC grau II (TSH<0,1) 
≥65 anos Sim Sim 
<65 anos 
DCV ou RCV elevado Sim Sim 
Osteoporose Considerar Sim 
Pós menopausa Considerar Sim 
Sintomas presentes Teste terapêutico Sim 
<65 sem comorbidade Não Sim 
 
•Triagem de função tireoidiana: 
- >35 anos a cada 5 anos. 
- Gestantes 
- Pacientes com riscos aumentados: História prévia, HF, bócio, cirurgia tireoidiana, outras doenças autoimunes (DM1, insuf 
adrenal primária, anemia perniciosa), uso de medicação (lítio, amiodarona, citocinas), alterações que sugerem 
(hipercolesterolemia, hiponatremia, anemia, CPK e DHL aumentados, hiperprolactinemia), apneia do sono, demência, 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
depressão. 
- Crianças e adolescentes com baixa estatura ou alteração na velocidade de crescimento. 
- Crianças com alteração na evolução puberal. 
- Crianças com suspeita de TDAH ou redução no rendimento escolar. 
Se tiver TSH aumentado, espera-se um T4 baixo. Se ambos estão aumentados, podemos pensar em causa central. 
Se tiver TSH baixo e T4 baixo pode ser doença hipofisária (central). Acompanha pelo T4 livre. 
 
Tireoidites 
TIPO ETIOLOGIA 
Aguda ou Supurativa Bactéria 
Subaguda 
- Granulomatosa ou de Quervain Viral 
- Linfocítica ou indolor Autoimune 
- Pós parto Autoimune 
Crônica 
- Tireoidite de Hashimoto Autoimune 
- Tireoidite de Riedel Idiopática 
 
TIREOIDITE AGUDA 
Também chamada de supurativa ou infecciosa. 
• Epidemiologia: É rara. Ocorre mais em imunodeprimidos, em idosos e em pacientes com malformação cervical ou 
com doença tireoidiana prévia. Lobo esquerdo costuma ser mais acometido. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Etiologia: 
Bacteriana (79% dos casos): mais comum Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e Streptococcus 
pneumoniae. 
 Fúngica (15%): Aspergillus, Coccidioides immitis, Candida albicans, Pneumocustis jirovecii. 
A causa mais comum nos adultos é disseminação hematológica ou linfática de IVAS. 
• Clínica: início agudo e assimétrico, com dor cervical unilateral, pode irradiar para ouvido ou mandíbula, com formação 
de abscesso no local, febre, calafrio, odinofagia e disfagia. 
• Exame físico: sinais flogísticos no lado acometido, pele eritematosa, intensa dor à palpação e as vezes flutuação. 
Linfoadenomegalia cervical. 
• Diagnóstico: clínica + exames laboratoriais. 
- Exames laboratoriais: leucocitose, aumento de PCR e VHS, TSH e T4 normais, anti TPO e anti TG negativos. 
- PAAF: Para confirmação do agente. Coleta da cultura. Histologicamente: infiltrado de células inflamatórias, linfócitos e 
polimorfonucleares, podendo ter abscesso. 
- US: 
• Tratamento: Antibioticoterapia parenteral. Inicia tratamento antes de fazer PAAF, caso não esteja sendo efetivo, 
realiza a PAAF para confirmar o agente e talvez mudar a medicação. 
- ATB: Cefalosporinas de 3ª ou 4ª geração. Ex: Ceftriaxone. 
TIREOIDITE SUBAGUDA 
1) Granulomatosa ou De Quervain: Pode ser chamada também de subaguda dolorosa ou de células gigantes. 
• Epidemiologia: É a causa mais comum de dor na tireóide. Diagnosticada em 5% porque é autolimitada. Mais comum 
em mulheres (5:1). Ocorre mais entre a 3ª e a 5ª década de vida. 
• Etiologia: Não muito bem definida. Relacionada a infecções vitais como enterovírus, Influenza, Adenovírus, Ecovírus, 
Coxsackie, EpisteinBarr. Predisposição genética associada a HLAB35. Geralmente vem de uma infecção prévia. 
• Clínica: pródromo de infecção viral com astenial, mal estar geral, febre baixa e mialgia. Depois, evolui com dor 
moderada na região cervical, difusa, irradiando para ouvido e orofaringe e também febre alta. (até 40º). 
Ausência de dor não exclui o diagnóstico. 
50 a 60% dos pacientes apresentam sintomas de hipertireoidismo. 
Geralmente passa por 3 fases: 
1) Fase tireotóxica: devido a destruição de células foliculares com liberação de hormônios pré formados. Pode apresentar 
intomas de hipertireoidismo. Aumento de T4L e T3 com TSH reduzido. 
2) Fase hipotireoidismo: com a metabolização dos hormônios liberados e pela incapacidade de sintetizar novos 
hormônios devido à inflamação, geralmente transitória, de duração variável. A maioria é assintomática. Ocorre aumento 
de TSH. Essa fase é muito rápida. 
3) Fase de recuperação. Após cicatrização da glândula, a maioria dos pacientes retorna ao eutireoidismo e normaliza as 
provas de função tireoidiana. 
• Exame físico: glândula aumentada difusamente e dolorosa, consistência firme, adenopatia cervical é rara. 
• Diagnóstico: clínico + exames laboratoriais. 
- Exames laboratoriais: VHS muito aumentado, PCR aumentado, leucócitos normal ou aumentado. Na 1ª fase há queda de 
TSH e aumento de T4L e T3. Na segunda fase há aumento de TSH. Anticorpos negativos. 
Obs: O hipertireoidismo ão é por maior produção de hormônio, mas sim porque as células estão sendo atacadas e 
acaba liberando mais hormônios. 
- US:não é obrigatório. 
• Diagnóstico diferencial: TA principalmente. VHS é mais específico na subaguda granulomatosa, febre maior também 
na subaguda granulomatosa. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Tratamento: 
- Alívio da dor: AINES por 4 a 8 semanas. Em casos graves ou se não melhorar em 3 dias, deve usar corticóide. 
- BB se sintomas de tireotoxicose (propanolol 40mg 2x por dia). 
- A fase de hipotireoidismo geralmente não precisa de tratamento. 
2) Tireoidite subaguda linfocítica indolor ou silenciosa 
• Epidemio: Mais comum em mulheres, em qualquer faixa etária mas predomina entre 30 e 60 anos. Representa 1% das 
tireotoxicoses. 
• Causas: Está associada a diversas condições como imunidade, associação com HLADRw3 e w5, medicações 
(amiodarona, lítio, interferon alfa, interleucina2, radiação), idiopática. 
• Clínica: 3 fases (hipertireoidismo, hipotireoidismo, eutireoidismo). 
• Exame físico: pode aparecer apenas um bócio indolor, difuso, consistência firme e dimensão pequena 
• Diagnóstico: 
- Exames laboratoriais: VHS normal ou pouco elevado, hemograma normal,elevação de anticorpos é mais comum (anti 
TG e anti TPO). T3, T4 e TSH depende da fase. 
• Tratamento: Controlar os sintomas. A doença é transitória e indolor. No hipertireoidismo usa BB. No hipotireoidismo 
não precisa repor com levotiroxina. Alguns pacientes podem depois se manter com hipotireoidismo. 
3) Tireoidite subaguda pós parto 
• Epidemiologia: relativamente normal, prevalência de 10%. Mais comum em mulheres que possuem anti TPO alto no 1º 
trimestre ou logo após o parto ou quando possui outras doenças autoimunes (DM1, doenças de tireóide). 
• Etiologia: anti TPO causa inflamação do tecido tireoidiano, com infiltração linfocitária, gerando tireoidite subclínica e que 
com o término da gestação pode causar exacerbação. 
• Clínica Evolui em 3 fases (hipertireoidismo que dura de 1 6 meses, hipotireoidismo transitório que é mais comum no 
sexto mês e a fase de eutireoidismo) 
• Exame físico: bócio pequeno, indolor, difuso. 
• Diagnóstico: 
- Exames laboratoriais: Anti TPO muito alto e anti TG também. O anti TRAb pode estar baixo. 
- Cintilografia: glândula fria. Contraindicada na amamentação. 
- US: aumento da tireóide, hipoecogenicidade multifocal e difusa 
• Diagnóstico diferencial: Graves (mais sintomático, oftalmopatia, bócio maior, cintilografia com glândula hipercaptante 
difusamente). 
• Tratamento: Apenas sintomático. No hiper com BB, no hipo usa levotiroxina apenas se TSH >10 ou se a mulher quiser 
engravidar novamente nesse período. 
Pode desenvolver hipotireoidismo permanente. 
TIREOIDITES CRÔNICAS 
- Tireoidite crônica linfocítica ou de Hashimoto 
Principal causa de hipotireoidismo. 
• Epidemiologia: predomina no sexo feminino (5 a 20x mais freqüente) e ocorre em qualquer idade com pico entre 40-
60 anos. Aumenta com a idade (10% das mulheres na menopausa). Rara em <10 anos e pouco prevalente nos 
adolescentes. 
• Fatores de risco: 
Genéticos: contribuem em 70-80%. Risco aumentado em irmãos de indivíduos afetados e pela maior taxa de 
concordância em gêmeos monozigóticos. Genes CTLA4 e o da proteína tirosina fosfatase22, relação com HLA-
DR3(forma trófica) e DR5 (forma atrófica). 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
Ambientais: contribuem em 20 a 30%. Idade, sexo, iodo e outros medicamentos, citocinas, infecções prévias, selênio; 
estresse. 
• Etiologia e patogênese: Autoimune. 
• Clínica: geralmente assintomática, podendo ter sintomas de hipotireoidismo em 10 a 20% dos casos. Sintomas de 
hipertireoidismo é mais raro. Pode ter uma alternância de hipo e hiper e isso ocorre porque a célula não está 
conseguindo produzir o suficiente e então aumenta seu tamanho para tentar captar mais iodo e produzir mais 
hormônio. Paciente acaba recebendo muito hormônio e inicia um quadro de hiper.. 
• Exame físico: bócio difuso uni ou multinodular, indolor ou dor leve, consistência firme, superfície irregular ou lobulado e 
de tamanho variável. Na tireóide atrófica: fase tardia da doença e não é observado bócio. 
• Diagnóstico: 
- Exames laboratoriais: anti TPO aumentado em 80-90% dos casos, anti TG aumentado em até 60% dos casos. TRAb 
em até 40% dos casos. T4 livre e TSH dependem, podem estar em fase de hipo ou hiper. Mais freqüente 
hipotireoidismo. 
O diagnóstico é feito a partir de alterações e exames de rotina ou palpação de bócio. 
- Cintilografia: pouco usada 
- US: aumentada difusamente, heterogênea, hipervascular, micronódulos, septações ecogênicas e diminuição de 
ecogenicidade. Na fase final encontra-se diminuída, atrofiada, com contorno irregular,textura heterogênea.. Aparecem 
células de Hurthle ou células de Askanazy (quase patognomônica). 
- PAAF confirma o diagnóstico: mandatório se dor local, crescimento rápido e palpação de nódulos. 
- Diagnóstico diferencial: Grave. 
• Tratamento: Levotiroxina se hipo clínico ou subclínico com anticorpo positivo e também na presença de bócio. 
Tireoidite crônica fibrosante invasiva ou de Riedel: 
• Epidemiologia: Muito rara, acomete mais mulheres entre 30-50 anos. 
Ocorre uma fibrose que se estende além da cápsula tireoidiana e pode acometer tecidos distantes (extracervical como 
fibrose retroperitoneal, colangite esclerosante, pseudotumor de órbita, fibrose de parótidas e glândulas lacrimais). 
• Etiologia: Desconhecida. Presume-se que seja auto-imune (IgG4) ou idiopática. 
• Clínica: Compressão esofágica e traqueal (disfagia, dispnéia, sensação de sufocamento, dificuldades na movimentação 
cervical, disfonia, rouquidão, estridor, tosse). Dor é incomum. Assemelha a linfoma ou carcinoma anaplásico. 
• Exame físico: Massa cervical endurecida, indolor e aderente a estruturas vizinhas. Crescimento cervical indolor, com 
progressão e evolução variável de semanas a anos. Raramente com linfoadenomegalia. 
• Diagnóstico: 
- Exames laboratoriais: sem função tireoidiana, anticorpos podem estar +. 
- Cintilografia: inespecífica. 
- US: inespecífica. Áreas hipoecoicas. 
- TM: mais específica porque revela melhor a extensão da lesão. 
- Histologia: fibrose intensa, além da cápsula, podendo envolver nervos, vasos, tecido adiposo + infiltrado eosinofílico. 
- PAAF: pouco elucidativa. Faz biópsia a céu aberto. 
• Tratamento: 
Glicocorticoide em alta dose no início, Tamoxifeno. Cirurgia → sempre faz. 
Nodulos de tireoide 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Definição: A doença nodular da tireóide contempla nódulos solitários e bócio multinodular. É corriqueiro, com etiologia 
preponderantemente benignas. 
• Epidemiologia: Mais comum em mulheres, idosos e em regiões com deficiência de iodo. 
• Causas: As mais freqüentes são cistos colóides e tireoidites (80% dos casos), além de neoplasias foliculares benignas 
(10-15%) e carcinoma (5 a 10% em adultos e até 26% em crianças). 
O manuseio dos NT é importante principalmente para descartar a possibilidade de câncer de tiróide, mesmo a grande 
maioria sendo benigna. 
O NT é uma lesão dentro do parênquima da tireóide que tem características radiológicas distintas do parênquima ao 
redor. Pode ser palpável ou não, depende do tamanho e profundidade e da experiência de quem palpa. Quando não é 
palpável e é descoberto por acaso em uma USG de tireóide, é chamado incidentaloma. Normalmente, é palpável 
quando mede mais de 1 cm. 
• Fatores de risco: Sexo feminino, >40a, deficiência de iodo e HF de NT. 
• Patogênese: O mecanismo de formação não é totalmente entendido. Embora o THS seja o principal estimulador da 
função celular tireoidiana normal, seu papel como fator de crescimento na doença nodular é controverso. Outros fatores 
de crescimento atuam nas células foliculares, porém a relação é complexa e ainda pouco compreendida. Mutações 
podem determinar o surgimento da doença nodular. 
• Anamnese 
Idade: (<20 ou >70a tem mais chance de Ca), Sexo (no sexo masculino tem maior chance de malignidade), HP ou HF 
de Ca da tireóide, Doença genética que aumente o risco de Ca de tireóide (síndrome de Cowden, polipose 
adenomatosa familiar, neoplasia endócrina multipla tipo 2), complexo de Carney, Síndrome de Pendred etc. 
Irradiação prévia, exposição a radiação ionizante. Tabagismo. Crescimento do tamanho do nódulo, rouquidão, sintomas 
compressivos. 
Obs: sintomas compressivos, evolução rápida, rouquidão, disfagia alta, falta de ar são os principais sintomas que devem 
ser investigados na anamnese. 
• Exame físico: 
Avaliar tamanho, regularidade, consistência, mobilidade, aderência aos planos profundos, presença de linfoadenopatia 
associada.. Se for irregular, endurecido, fixo é sugestivo de neoplasia. 
Normal: tireóide com consistência mole e móvel.. 
 
• Exames laboratoriais: 
1) TSH: Deveser solicitado para todo nódulo tireoidiano acima de 1 cm. Se estiver baixo ou no limite inferior da 
normalidade, deve-se obter uma cintilografia da tireóide. Se estiver alto ou no limite superior da normalidade, a chance 
de malignidade do nódulo aumenta e reforça que realmente ele precisa ser investigado. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
TSH é trófico para nódulos, se estiver normal também é preciso investigar. Se o TSH estiver baixo, solicita cintilografia 
para saber etiologia do hipotireoidismo. A cintilografia ajuda a definir o hipo, não define se é maligno ou benigno. 
Obs: Geralmente pacientes com hipertireoidismo com presença de nódulo tendem a ser benigno. 
2) Anti-TPO: É coletado apenas se o TSH estiver elevado, para investigar doença autoimune tireoidiana. 
3) US: Melhor exame para avaliar tireóide. Problema é que é examinador dependente. 
Características de malignidade: 
1) Hipoecogenicidade: O que confere ecogenicidade do nódulo é a quantidade de colóide. Quando é hiperecogênico 
significa que contém muito colóide e isso sugere benignidade. Quanto mais hipoecogenico maior a chance de 
malignidade. 
11) Bordas irregulares 
111) Profundidade de nódulo maior que a largura: no corte transversal. 
IV) Presença de microcalcificações: suspeito de carcinoma papilífero, pois as microcalcificações podem ser corpos 
psamomatosos. 
Obs: superfície heterogênea fala a favor de doença autoimune. 
→ Vascularização (avaliada quando é US com Doppler): quanto mais central essa vascularização, mais suspeito. Se não 
for vascularizado tem menor chance de malignidade. 
Linfoadenopatia suspeita associada 
IR (índice de resistência): >0,77 
Halo hipoecogênico: 
 
• Classificação de Chammas: 
1: ausência de vascularização 
11: Vascularização periférica 
111: Vascularização periférica maior ou igual que a central 
IV: Vascularização central > periférica 
V: Vascularização apenas central 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
- Classificação de TI-RADS 
Classificação de nódulos tireoidianos definido pelo Colégio Americano de Radiologia que considera características 
radiológicas e sua pontuação indica risco de malignidade. Critérios: 
Composição: cístico (composição líquida) e espongiforme (tendência a acumular líquido) tendem a ser benignos e 
recebem pontuação ZERO. Nódulos mistos (sólido e líquido) recebem pontuação UM e os nódulos sólidos pontuação 
DOIS. 
Cor: anecoide representa consistência líquida e recebe ZERO, isoecogênico tem cor semelhante da tireóide e vale UM 
ponto. Hipoecogênico recebe DOIS pontos e geralmente indica malignidade 
Bordas: Contornos bem definidos com bordas suaves ZERO pontos. Nódulos que tem extensão extratireoidiana variam 
entre DOIS e TRES pontos, sendo indicativo de malignidade. 
Formatos: Pode ser mais largo do que alto, indicando benignidade e UM ponto. Se for mais alto do que largo indicando 
malignidade e recebe TRES pontos. 
Focos ecogênicos: São achados que podem ou não ser suspeitos. Coloides espessos com aspecto de casca de ovo 
indicam benignidade e recebem UM ponto, calcificações grandes recebem DOIS pontos e calcificações pequenas TRES 
pontos. 
TI-RADS PONTUAÇÃO RECOMENDAÇÃO PAAF 
1 0 (benigno) Não 
2 2 (não suspeito) Não 
3 3 (pouco suspeito) ≥1,5 cm follow up ≥ 2,5 cm PAAF 
4 4-6 (suspeito) ≥1 cm follow up ≥ 1,5 cm PAAF 
5 ≥7 (altamente suspeito) ≥0,5 cm follow up ≥ 1. cm PAAF 
 
4) Cintilografia: 
Realizada se houver nódulo na presença de TSH baixo ou limite inferior. 
É realizada nos casos de nódulos com TSH normal e punção aspirativa por agulha fina (PAAF) compatível com 
classificação Bethesda IV, com vistas a evitar tratamento cirúrgico de nódulos que aparecem quentes à cintilografia 
(mesmo com TSH normal). 
Utilizar preferencialmente iodo 123 ou iodo 131, porém a maioria dos centros realiza com tecnécio pertecnetato (Tc99) 
devido seu menor custo, usando iodo 131 em doses bem pequenas apenas para obter o valor da captação de 2h e de 
24h. 
5) Punção: biópsia aspirativa por agulha fina (PAAF) 
Padrão ouro para excluir carcinoma nos nódulos tireoidianos suspeitos. 
Deve ser feita guiada por US. 
Punciona o nódulo mais suspeito, se houver vários nódulos com mesmas características punciona o maior deles.
 
Nódulo hipocaptante: FRIO 
Nódulo hipercaptante: QUENTE 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
 
→ Critérios para puncionar: 
- Nunca punciona nenhum nódulo <5mm, pois a punção se torna procedimento com dificuldade técnica muito grande, 
além de doloroso. 
- Não se puncionam cistos simples de tireóide. 
- Não se puncionam nódulos quentes à cintilografia. 
- De 5 a 10 mm: punciona apenas se tiver características muito suspeitas na anamnese (HF de Ca de tireóide, 
antecedente de irradiação cervical ou síndrome genética) e ao exame físico ou USG (microcalcificações, Chammas >4..) 
- Nódulo > 1cm: sempre punciona se for sólido e hipoecogênico. Em isoecogênico ou hiperecogenico também pode ser 
puncionado, a critério do médico. 
- Nódulo > 1,5cm: se for sólido iso ou hiperecogênico sempre punciona. 
- Nódulo > 1,5 cm: Se for misto também pode ser puncionado, depende do médico. 
- Nódulo > 2cm: Sempre puncionados, mesmo que seja misto ou espongiforme. 
- Linfonodos suspeitos >5mm 
 
Bocio tireoidiano 
BÓCIO UNINODULAR TÓXICO: 
Também chamado Adenoma tóxico ou adenoma tireoidiano autônomo ou doença de Plummer. 
• Definição: É um tumor benigno monoclonal, caracterizado por sua capacidade de crescer e produzir T4 e T3 de 
forma autônoma, ou seja, independente do TSH e do mecanismo de retroalimentação negativa da tireóide. 
• Epidemiologia: Chance de malignidade é menor de 1%. Atinge qualquer idade, sendo a maioria entre 30-60 anos. Sexo 
feminino é mais atingido e regiões com deficiência no aporte de iodo na dieta. 
• Causa: A maioria é benigna, resultando de mutação somática benigna adquirida. 
• Clínica: Geralmente manifesta Hipertireoidismo quando existe um número de folículos suficientes no interior do nódulo 
e, nesses casos, em geral é ≥3 cm. 
• Diagnóstico: 
- Alterações clássicas de função tireoidiana: TSH baixo, aumento de T4 livre e de T3. No início pode ter só redução de 
TSH com T3 e T4 ainda normais, caracterizando o hipertireoidismo subclínico. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
- US: útil para determinar dimensões do adenoma. 
Cintilografia: para CONFIRMAR. Observa hipercaptação nodular com supressão parcial ou total do restante da glândula → 
Diferencial com Graves. 
• Tratamento: 
- Iodo radioativo 131. 
- Cirúrgico 
- Drogas antitireoidianas 
- Escleroterapia com etanol 
- Terapias alternativas. 
BÓCIO MULTINODULAR (BMN): 
• Definição: Aumento da tireóide, na ausência da doença tireoidiana autoimune, malignidade ou inflamação, associado 
clinicamente a mais de um nódulo. 
• Epidemiologia: Alta prevalência, principalmente em mulheres, idosos e pessoas com deficiência de ioso. 
• Causas: genéticas e ambientais. O mais importante é a deficiência de iodo. 
Obs: Quando surgem áreas de autonomia funcional em um BMN, visíveis à cintilografia e associada a alterações 
laboratoriais compatíveis com hipertireoidismo franco ou subclínico → Bócio Multinodular Tóxico. 
• Clínica: 
- Pode ser assintomático 
- Sintomas ligados ao bócio: disfonia, disfagia. 
- Disfunções cardíacas(em idosos): ICC, arritmias 
- Sintomas compressivos esofágicos e respiratórios. 
 
• Diagnóstico: 
- Laboratoriais: valores de hipertireoidismo franco ou subclínico 
- USG: Dois ou mais nódulos tireoidianos. 
- Cintilografia: Com iodo 131, aspecto heterogêneo, correspondente às áreas de autonomia funcional, com hipercaptação 
confinada a um ou a poucos nódulos + hippocaptação no restante da glândula. 
• Tratamento: Igual do adenoma tóxico. 
 
Diabetes 
• Definição: É um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na 
produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo. A 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
hiperglicemia persistente esta associada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, 
redução da qualidade de vida e elevação da taxa de mortalidade. 
• Fisiologia: 
- A insulina é um hormônio produzido nas células beta do pâncreas e parte da sua produção é liberada constantemente 
no sangue (em níveis basais). Porém, quando nos alimentamos, a taxa desse hormônio aumenta muito, causando picos 
de insulina (pós prandial). Isso ocorre porque a glicose entra na célula do pâncreas através da GLUT-2 e estimula a 
secreção de insulina. Além disso, toda vez que nos alimentamos, produzimos incretinas que são peptídeos 
gastrointestinais (GLP 1 e GIP)., que aumentam a resposta pancreática à glicose, liberando mais insulina.. Depois disso, a 
insulina liga-se ao seu receptor nas células dos tecidos e induz a translocação de vesículas que contem proteína GLUT-
4 para membrana plasmática. A GLUT 4 serve de canal para que a glicose entre na célula. Dentro da célula, a glicose 
sofre glicólise e os substratos são fontes de energia. Os hepatócidos pegam o excesso de glicose para armazenar 
(glicogenogênese). A insulina também permite que parte desse excesso de glicose sofra lipogênese e seja transformada 
em ácidos graxos e nos adipócidos se tornem triglicérides. 
- Hormônios contrainsulínicos: Glucagon, Adrenalina, Cortisol, GH.. 
O glucagon é estimulado pelo jejum e causa aumento de glicose no sangue. Portanto, é hiperglicemiante e realiza isso 
através da glicogenólise e gliconeogênese. Além disso, os hiperglicemiantes estimulam lipólise para quebrar os TG e 
liberar ácidos graxos. 
• Classificado em 4 tipos: 
- Tipo 1: 
1A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células beta comprovada por exames laboratoriais. 
1B: deficiência de insulina de natureza idiopática. 
- Tipo 2: perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à insulina. 
- Gestacional: hiperglicemia de graus variados diagnosticada durante a gestação, na ausência de critérios de DM prévio. 
- Outros tipos: Monogênico (MODY), diabetes neonatal, secundário a endocrinopatias, secundário a doenças do pâncreas 
exócrino, secundário a infecções, secundário a medicamentos. 
→ Tipo 1: Doença autoimune, poligênica, decorrente da destruição das células beta pancreáticas, ocasionando deficiência 
completa na produção de insulina. Corresponde a 5-10% de todos os casos de DM no Brasil. Mais dignosticada em 
crianças, adolescentes e em alguns casos em adultos jovens. É dividido em: 
- 1A (Autoimune): É mais frequente, confirmado pela presença de 1 ou mais autoanticorpos. Forte associação com 
antígeno leucocitário humano (HLA) DR3 e DR4.. Envolve a predisposição genética + fatores ambientais. 
Fatores ambientais: Sabemos que infecções virais, componentes dietéticos e certas composições da microbiota 
intestinal. 
Anticorpos: anticorpo anti-ilhota (ICA), anti-insulina (IAA), antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti GAD), antitirosona-
fosfatase (IA-2 e IA-2B) e antitransportador de zinco (Znt8). Esses autoanticorpos precedem a hiperglicemia por meses 
ou anos, durante o estágio pré-diabético. Quanto maior o número de autoanticorpos, maior a chance de desenvolver a 
doença. Na fase clinicamente manifesta, o início tende a ser abrupto, podendo ser a cetoacidose diabética a primeira 
manifestação em 1/3 dos casos. 
O desenvolvimento do DM1 A é dividido em 4 fases: 
1) Pré-clínica: com suscetibilidade genética e autoimunidade contra célula beta 
2) Início clínico do diabetes 
3) Remissão transitória (período de lua de mel) 
4) Diabetes estabelecido associado a complicações 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
 
- LADA: Diabetes autoimune latente do adulto ou DM1 de início tardio. 
Ocorre em maiores de 20 anos, podendo diagnosticar entre 25-65 anos. Possui autoanticorpos positivos (anti-GAD 
principalmente, diferenciando do DM2). Causa destruição das células beta de forma mais lenta e por isso não diagnostica 
em crianças 
- IMC normal 
- Taxa de progressão para dependência de insulina variável, em geral bem mais rápida que no DM2. 
- Ausência de cetoacidose diabética ou hiperglicemia acentuada sintomática no diagnóstico ou após sem necessidade de 
insulina por pelo menos 6 a 12 meses (diferencia do DM1 do adulto) 
1B (Idiopático). 
Sem autoanticorpos detectáveis na circulação. Apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM 
diante da negatividade dos Ac bem como da necessidade precoce de insulinoterapia plena. 
→ Tipo 2: 
Doença poligênica, com etiologia complexa e multifatorial, ainda não completamente compreendida. Forte herança 
familiar e contribuição de fatores ambientais como hábitos dietéticos e sedentarismo, que contribuem para obesidade. 
Corresponde a 90-95% de todos os casos de DM. Surge após os 40 anos e maioria dos pacientes é obesa. 
Caracterizada por deficiência de secreção ou resistência a insulina. 
Fatores de risco: HF, idade avançada, obesidade, sedentarismo, pré-diabetes ou DM gestacional, componentes de 
síndrome metabólica (HÁ, dislipidemia) 
→ Outros tipos de DM: 
Há tipos menos comuns de DM, incluindo defeitos genéticos, doenças pancreáticas, infecções etc. O mais comum é o 
MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young), que consiste em uma herança autossômica dominante, mas que não é 
autoimune. Altera a produção de alguns fatores que influenciam na regulação da glicose e através disso é classificada 
em 6 grupos: 
Classificação Gene 
MODY 1 HNF4A 
MODY 2 GCK 
MODY 3 HNF1A 
MODY 4 IPF1 
MODY 5 HNF1B 
MODY 6 NEUROD1 
 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
- A enzima glicoquinase (MODY 2) converte glicose em glicose-6-fosfato, cujo metabolismo, por sua vez, estimula a 
secreção de insulina pelas células beta. Portanto, ela funciona como um ‚sensor de glicose‛ para essas células. 
No MODY3 e no MODY1, diferentemente do MODY 2, o defeito secretório de insulina e a hiperglicemia tendem a se 
agravar com o tempo, e muitos pacientes vão requerer hipoglicemiantes orais ou insulina. 
Pacientes com MODY 2 têm hiperglicemia leve, assintomática e estável, raramente desenvolvem complicações 
microvasculares e, em geral, não requerem terapia farmacológica para tratar a hiperglicemia. 
→DM gestacional: 
É caracterizada por intolerância à glicose, de qualquer grau, diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, e que 
pode persistir após o parto. 
A gravidez é um estado diabetogênico caracterizado pela produção placentária de hormônios com efeito 
hiperglicemiante, particularmente a somatotrofina coriônica humana (antes denominada lactogênio placentária), resistência 
insulínica e degradação da insulina por enzimas placentárias. Para fazer frente a essa situação, o pâncreas precisaelevar 
o nível de secreção de insulina em 1,5 a 2 vezes. Quando isso não ocorre, o DMG tende a se manifestar. 
• Rastreamento do DM2 em assintomáticos: 
Indivíduos com ≥45 anos ou pacientes com fatores de risco: pré diabéticos, HF de DM, raça de alto risco (negros, 
hispânicos ou índios), mulheres com DMG, DCV, HAS, HDL<35 ou TG>250, síndrome do ovário policístico, 
sedentarismo, acantose nigrans. 
• Quadro clínico: 
DM 1: Manifesta-se mais cedo, a grande maioria quando ainda crianças ou adolescentes (geralmente entre os 10-15 anos). 
Há casos em que a DM1 evolui de forma mais insidiosa e aí o paciente só abre o quadro quando adulto. A esses casos 
nós damos o nome de LADA (Late-Onset Autoimune Diabetes of Adulthood). 
Normalmente são magros e vão desenvolver um quadro agudo e clássico, apresentando os típicos 4Ps da diabetes: 
- POLIÚRIA (aumento do volume urinário): tem uma hiperglicemia e com mais glicose no sangue, mais glicose é 
excretada através da urina. E como ela é uma substância osmoticamente ativa, o paciente acaba perdendo mais água 
através do trato urinário. 
- POLIDIPSIA (aumento da sede): Por perder mais urina, ele começa a desidratar e é isso que explica o aumento da 
sensação de sede. 
- POLIFAGIA (aumento da fome): O fato de as células não estarem recebendo glicose para produzir energia é 
interpretado pelo corpo como sendo um estado de jejum, levando, então, ao aumento da sensação de fome. 
- PERDA PONDERAL: O estado de jejum também acaba estimulando os hormônios contrainsulínicos que, entre outras 
coisas, promovem a lipólise, levando à perda ponderal. 
Peptídeo C: < 0,1 ng/dl ou ausente. O peptídeo C é um componente da pró-insulina que é liberado quando ocorre a 
quebra dessa molécula. No entanto, como na DM 1 não há produção do hormônio, os níveis de peptídeo C são 
geralmente indetectáveis. 
Obs: Não respondem bem aos antidiabéticos orais e sem insulina vão acabar desenvolvendo cetoacidose. 
- Cetoacidose diabética: Por vezes o paciente DM 1 vai ter uma destruição grande e rápida das células beta, de modo 
que 1/3 deles podem iniciar o quadro já com cetoacidose diabética. Esses pacientes costumam apresentar uma glicemia 
> 200mg/dl com presença de autoanticorpos (ICA, IAA, Anti-GAD65, Anticorpo antitirosinafosfatase IA-2 e IA-B2, Znt8). 
Os hormônios contrainsulínicos vão estimular lipólise, que é o processo pelo qual ocorre a quebra de triglicérides para 
liberar ácidos graxos, os quais podem ser utilizados como fonte de energia. No entanto, a partir do momento em que 
essa liberação se dá de forma exagerada, o fígado começa a fazer cetogênese (produção de corpos cetônicos a partir 
desses ácidos). 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
O problema é que dos 3 corpos cetônicos produzidos, 2 são ácidos (acetoacético e beta-hidroxibutírico). Dessa 
maneira, aumenta-se a quantidade de íons H+ no sangue, levando a um ânion-gap elevado (diferença entre as 
quantidades de íons positivos e negativos no sangue) e manifestações como, por exemplo: 
→ Hipocalemia: Vai haver troca de íons através das bombas H+/K+ presentes nas células; 
→ Hálito de acetona: O 3º corpo cetônico é a acetona, que é inócua ao organismo, promovendo apenas alterações no 
hálito; 
→ Respiratórias: Kussmaul (uma tentativa do pulmão de eliminar o H+ através da respiração); 
→ Gastrointestinal: Dor abdominal (pelo atrito entre os folhetos abdominais desidratados); náuseas e vômitos. 
DM 2: 
- 80% dos pacientes são obesos, pois a obesidade está relacionada com a resistência insulínica. 
- Costuma se desenvolver de forma mais progressiva e assintomática, o diagnóstico acaba sendo tardio, por volta dos 
45 anos – que é quando o paciente começa a apresentar os sintomas clássicos (4Ps) e também as complicações 
(sendo a principal, o estado hiperosmolar não cetótico). 
- Normalmente encontra-se glicemia < 200 mg/dl, sem autoanticorpos, mas com peptídeo C (> 0,1ng/dl). 
- Costumam responder bem a antidiabéticos orais e dificilmente evoluem para uma cetoacidose. 
• Diagnóstico: 
- Glicemia de jejum: 
Ideal: < 100mg/dl, Pré-diabetes: 100-125mg/dl, Diabetes: ≥ 126mg/dl. 
- Teste oral de intolerância à glicose: 
Ideal: < 140mg/dl, Pré-diabetes: 140-199mg/dl, Diabetes: ≥200 mg/dl 
- Hemoglobina glicada: 
Ideal: <5,7%, Pré-diabetes: 5,7-6,4%, Diabetes: ≥6,5% 
Para diagnóstico: 2 exames (não realizados no mesmo dia) alterados. 
Caso o primeiro exame indique um quadro de pré-diabetes, o recomendado é que o segundo exame solicitado seja um 
TTGO, pois aí iremos sobrecarregar o pâncreas para ver se ele realmente está funcionando bem. 
Caso o paciente chegue ao consultório com um quadro clássico de DM (4Ps) e com uma glicemia aleatória ≥ 200 
mg/dl, já pode fechar o diagnóstico de DM sem precisar de exame adicional. 
•Tratamento: 
Não medicamentoso: MEV, alimentação adequada, atividade física e cessação do tabagismo. 
Farmacológico: Insulinas (principalmente para DM1), Biguanidas,Tiazolidinedionas, Sulfoniureias, Glinidas, Inibidores da alfa-
glicosidase, Incretinomiméticos (agonistas do GLP1), Inibidoees do SGLT2 . 
 
Insulinas 
Há uma produção constante de insulina (basal) pelo pâncreas durante o dia todo. Isso ocorre porque o fígado está 
constantemente produzindo glicose. Após as refeições há picos de produção (em bolus), devido a estimulação pela 
glicemia ingerida. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
 
No caso da DM1, o paciente precisa aplicar a insulina para controlar a glicemia logo após as refeições (rápida) e também 
insulina para suprir a glicose gerada pelo fígado durante o dia (mais lenta). 
• Aplicação: 
A forma de utilizar a insulina, aplicação e horário podem interferir muito no tratamento. Precisa orientar em todas as 
consultas. 
→ Local de aplicação: 
- Braço: na parte posterior, mais ou menos quatro dedos abaixo do ombro. 
- Abdome: Região lateral. 3 a 4 dedos de distância. Do umbigo 
- Nádegas: Região superior lateral externa. 
- Coxas: Região lateral externa, quatro dedos abaixo da virilha 
Angulação: 90° atingindo apenas o subcutâneo. Realizar prega cutânea antes de aplicar. Deve aplicar e segurar por mais 
ou menos 5 segundos, para melhorar a absorção. A agulha oferecida pelo SUS é um pouco mais calibrosa, podem ser 
graduadas em 50 ou em 100. Na em 100 cada risco equivale a 2 unidades, na graduada em 50 cada risco equivale a 1 
unidade. Preferencialmente, prescrever em quantidades pares para facilitar para o paciente calcular na agulha. 
Obs: É importante que o paciente alterne os locais de aplicação. E não deve utilizar muitas vezes a mesma agulha. 
Orientar que descarte em uma garrafa pet e leve até alguma unidade de saúde. 
Distrofia hipertrófica: Ocorre devido a aplicação incorreta. 
• Canetas de insulina: 
Facilita a aplicação. 
Tem grande precisão de aplicação, com doses bem baixas de 1UI ou 0,5UI. 
 Ideal para crianças. 
Existe caneta descartável ou caneta que você repõe o refil (o SUS disponibiliza apenas o refil, o paciente deve comprar 
a caneta). 
• Armazenamento e conservação da insulina: 
Insulina Temperatura Validade 
Insulina lacrada 
- Frasco 
- Refil 
- Caneta descartável 
2 a 8°C. Manter na arte interna 
inferior da geladeira, não deixar na 
porta. 
2 a 3 anos, de acordo com a data de 
fabricação. 
Insulina em uso: frasco, caneta 
descartável 
2 a 8°C. Manter na parte interna 
inferior da geladeira ou até 30ºC em 
temp ambiente 
4 a 6 semanas após abertura 
Insulina em uso: Caneta recarregável Até 30°C em temp ambiente 4 a 6 semanas após abertura 
- Basal: dose de insulina necessária 
24h/dia, independente da dieta 
- Bolus: dose deinsulina necessária para 
cobrir a alimentação e/ou correção da 
glicemia elevada. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
 
Obs: Quando retira da geladeira, é bom esperar alguns minutos para aplicar, evita doer mais. Preferencialmente 
armazenar perto dos vegetais e nunca na porta da geladeira ou perto do freezer. 
• Tipos de insulina: 
- Basal: Mantém os níveis constantes ao longo de todo o dia. 
Glargina, Detemir, Degludeca → ação prolongada/lente 
Elas são as melhores opções, conseguindo se manter por até 24h, sem picos significativos (evita hipoglicemia). Determir 
não dura 24h e precisa ser aplicado 2x ao dia. Glargina e Degludeca são mais estáveis e duram mais. 
NPH → ação intermediária 
Ação intermediária, com efeito de 12 horas em média, sendo aplicada 2x ao dia. Possui pico significante. 
Demora 2,5h para agir, com pico de 5-7 horas Por isso aplica-se várias vezes ao dia. É a única disponível no SUS como 
insulina basal. 
- Prandial: Faz pico após refeições e depois volta para os níveis basais. Usada pelo paciente antes de cada refeição. 
Regular → ação rápida 
Ação rápida, demorando um pouco para surtir efeito e por isso precisa ser aplicada 30-45min antes da refeição. Ação 
por mais tempo, com picos mais alargados, durando até 6-8h. Única disponível no SUS. 
Lispro, Aspart, Glulisina → ação ultrarrápida 
Efeito inicia imediatamente e por isso deve ser aplicada somente 15 minutos antes da refeição. Tempo de ação mais 
curto, com pico mais semelhante ao fisiológico. 
 
Obs: Degludeca não dura tudo isso. 
 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Duração: 
 
- Mistura ‘caseira’ na mesma seringa: O que diferencia a regular da NPH é a protamina. Por isso, precisa puxar 
primeiramente a REGULAR (transparente) e depois a NPH (branca), para evitar contaminar a regular. 
A NPH precisa ser homogeinizada, misturar de forma lenta 
• Dosagem: 
- Prescrição inicial: 
Lactentes: 0,2 a 0,4 U/kg/dia 
Pré-púberes: 0,5 a 0,8 U/kg/dia 
Adolescentes: 0,8 a 1,5 U/kg/dia 
Adultos: 0,3 a 0,5 U/kg/dia 
Metade da dose total para insulina basal e metade em bolus. (50%-50%). 
Iniciar com doses mínimas para evitar hipoglicemia 
Ajuste de insulina basal com NPH: 
- Ajuste a cada 3 dias. Não pode fazer esse ajuste todos os dias. 
- Dividir em 3 tomadas na maioria dos casos (café da manhã, almoço e ceia). 
- Observar período de pico de ação: 
NPH matinal: final da manhã, tarde. 
NPH no almoço: tarde, início da noite 
NPH na ceia: madrugada, jejum pela manhã. 
•Metas de controle: 
Em geral: 
- Hemoglobina glicada < de 7. 
- Glicemia de jejum e antes das refeições: <130. 
- Glicemia pós prandial: no máximo 180. 
• Efeito Somogyl: 
 Hiperglicemia de rebote, conseqüente à liberação de hormônios contrarreguladores (catecolaminas, glucagon, cortisol e 
hormônio do crescimento), em resposta à hipoglicemia durante a madrugada. O tratamento consiste em reduzir a dose 
de insulina NPH ou lenta noturna e/ou fornecer mais alimentos na hora de deitar 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Fenômeno do Alvorecer: 
Observado em até 75% os DM1, na maioria dos DM2 e em indivíduos normais. Redução da sensibilidade tissular à 
insulina, entre 5 e 8 horas. Desencadeado pelos picos de hGH, liberado horas antes, no início do sono. Aumento na dose 
da NPH noturna resulta em pico que não coincide com a hiperglicemia do alvorecer, provocando, paradoxalmente, 
hipoglicemia entre 3-5h da manhã. Aplicação ao deitar resolve o problema em alguns casos, em outros, só o uso da 
bomba de insulina com aumento da insulina basal entre 5 e 8 horas consegue controlar a glicemia. 
• Bomba de insulina: 
É um dispositivo portátil que administra insulina de ação rápida durante as 24 horas do dia. Administra um tubo (catéter) 
á uma cânula, denominado equipamento de infusão, que fica implantado na pele. É usado por pacientes com DM1. 
• Indicação de contagem de carboidratos: 
Estratégia nutricional que permite maior liberdade para o paciente, mas requer entendimento e isso varia conforme 
escolaridade/ cognição 
Usado mais para DM1. Teoricamente, deveria estar bem controlado para iniciar.contagem. Depende da vontade do 
paciente e se ele não possui uma rotina muito variada. É usada para pacientes que possuem muita variedade glicêmica. 
Nesse caso, necessita um controle glicêmico rigoroso. Vai precisar de muitos HGTs e de várias aplicações de insulina, 
por isso o paciente precisa estar disposto. 
• Transição da Insulina Basal: 
Pode manter NPH, mas em geral transiciona para análogo como: 
- Lantus ou Detemir: 80% da dose de NPH diária. Detemir precisa de 2 doses por dia e a Lantus pode ser em uma 
dose só. 
• Contagem da insulina bolus (pré-prandial) 
Passo 1: calcular razão insulina/carboidrato, que traduz a quantidade de insulina capaz de metabolizar uma determinada 
quantidade de glicose. Essa razão é calculada pela fórmula: 500/dose diária total de insulina. 
Passo 2: calcular dose do bolus ‘alimentação’ de acordo com quantidade de carboidrato que vai ser ingerida na refeição. 
Passo 3: calcular dose do bolus ‘corretiva’, ou seja, dose necessária para corrigir uma possível hiperglicemia pré-refeição. 
Dose corretiva = glicemia atual – meta glicêmica/fator de sensibilidade. 
O fator de sensibilidade é calculado pela fórmula: 1500/ dose diária de insulina. 
Passo 4: calcular dose de bolus. Dose de bolus = bolus alimentação + dose bolus corretiva. 
- Fator de correção/sensibilidade:BOLUS 
Definição: quantidade de glicose que diminuirá em 2 a 4h após administrar 1 unidade de insulina em bolus. É para trazer 
a glicemia para a meta. Para calcular: 
Dr Bruce Bode: 1500 / dose total de insulina (basal+ bolus) OU 1800 (para os mais magros). 
Dose corretiva ou suplementar: Glicemia atual – glicemia alvo/Fator de correção. 
Ex pelo caso clínico: 
1500/66 = 22,7 Unidades. Esse é o fator de correção./sensibilidade.. 
Depois: glicemia atual – glicemia alvo/22,7. 
• Relação insulina: CHO (carboidrato) 
Quantidade de insulina capaz de metabolizar uma determinada quantidade de carboidratos em gramas. 
Vai de 5g a 25g. Regra dos 500: 500/dose total de insulina 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
• Situações que alteram resposta do paciente: 
Mais sensível à insulina: crianças, pessoas com baixo peso, atletas, DM1 recem diagnosticados, insuficiência renal. 
Maior resistência a insulina: 
• Para cada refeição uma correção: 
- Um FC específico 
- Uma relação insulina:CHO específica 
- Contar todos os CHO 
- Somar doses de insulina e aproximar no final: se for >0,5 aproximar para mais, se for < ou = 0,5 aproximar para 
menos. 
Exemplos: 
1) Paciente utiliza 20 UI de insulina basal e 10 de bolus por dia, total = 30 UI/dia. 
1500/30=50 → Isso significa que 1 unidade de insulina ultrarrápida reduz 50 pontos da glicemia. 
Portanto: 
(Glicemia do momento – glicemia meta) / fator de sensibilidade = bolus de correção. 
2) Meta: 110. FC: 1500/66 ou 1800/66 
Resultado: 23, ou seja, 1:23 , aproximando 1:30 
CHO: se considerar 60Kg seria 1:14. Se considerar 500/66= 1:8 (é muito) 
Ou seja, 1 unidade de insulina para cada 23 unidades que o HGT estiver acima da meta OU 
1 unidade de insulina para cada 8 grama de carboidratos ingeridas. 
Obs: As medidas caseiras devem ser ‘transformadas’ tudo para colher de sopa. 
3)Natalie Celezinsky Clazer 
 
 
Medicamentos Orais para DM 
• Opções: 
- Biguanidas 
- Tiazolidinedionas 
- Sulfonilureias 
- Glinidas 
- Inibidores da alfa-glicosidase 
- Incretinomimétricos 
- Inibidores de DPP4 
- Inibidores do SGLT2 
• Biguanidas: 
Ex: Metformina 
É o tratamento de primeira linha. 
Mecanismo de ação: Reduz produção hepática de glicose e melhora resistência insulínica periférica. Ativa AMPK 
causando queda de ATP intracelular e captação de glicose pelas células. 
Efeitos clínicos: Redução de 40-70 mg/dl na GJ, redução de 1-2% na HbA1c, redução da progressão de pré-DM para 
DM, reduz TG e LDL, aumento de HDL, reduz eventos CV, potencial efeito em perda ponderal, efeito antimitótico em 
estudo.. Não causa hipoglicemia 
Efeitos adversos: náusea, vomito, desconforto abdominal, flatulencia, diarréia, epigastralgia. Ocorre em 30% dos pacientes. 
Pode apresentar também deficiência de B12, cefaleia e acidose láctica. 
CI: IRA e IRC, ICC classe III/IV, insuficiência hepática, alcoolismo, sepse, hipoxia, uso de contraste, doença aguda grave. 
Clearence de Cr: 45-30 usa máximo 1g/dia. Clearence entre 60-45 deve ter cautela também. Clearence de Cr <30 não 
deve usar. 
Posologia: 1000 a 2550 mg/dia Metformina (Glifage) 
XR siginifica liberação lenta. 
• Tiazolidinedionas 
Aumenta sensibilidade periférica à insulina. Redução de produção hepática de glicose. Ativação do PPAR-gama 
Efeitos: reduz GJ, reduz HbA1c, previne falência de cel beta, reduz a progressão do DM, melhora perfil lipídico, aumenta 
tecido adiposo periférico, reduz tecido adiposo visceral, reduz gordura hepática, reduz PA, reduz espessura de carótidas. 
Retenção hídrica (ganho de peso). 
Efeitos adversos: hepatotoxidade, descompensação de IC, ganho de peso, aumento do risco de fraturas, aumento da 
incidência de Ca de bexiga. 
CI: doença hepática em atividade, ICC III/IV, evitar pós menopausa com osteoporose, gravidez 
Posologia: Pioglitazona 15 a 45mg, pode usar associada a MTF. 
• Sulfonilureias: 
Liga-se ao receptor SUR1 das células beta, estimulando fechamento de canais de K e abertura dos canais de Ca, 
gerando secreção de vesículas de insulina. Estimula secreção de insulina de maneira glicose independente (hipoglicemia). 
Efeitos: reduz GJ, reduz 1-2% HbA1c 
Efeitos adversos: ganho de peso, risco de hipo, acelera falência de cél beta, aumenta rico cardiogenese. 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
CI: IRA, insuficiência hepática 
Posologia: 
1ª geração: clorpropramida, tolbutamida. 
2ª geração 
Glibenclamida 2,5 a 20 mg/dia 
Gliclazida: 30-120mg/dia 
Glimepirida 1- 8mg/dia 
Glipizida2,5 a 20 mg/dia 
Lembrar que o paciente precisa ter cel beta ativas, ou seja, em DM2 avançado não é vantajoso usaressa droga, é 
iatrogenia. 
• Meglitinidas 
Age ligando-se a SUR1, estimulando secreção de insulina, mas por um tempo mais curto (pós prandial). 
Efeitos: mesmos efeitos da Sulfonilureias, mas apenas pós prandial. 
Efeitos adversos: hipoglicemia, ganho de peso. 
CI: uso cuidadoso em DRC 
Posologia: 
Repaglinida: 0,5 a 16mg/dia 
Nateglinida: 120-360mg/dia 
• Inibidores da alfa glicosidase 
Inibe enzima alfa-glicosidase, responsável pela quebra de açucares complexos em glicose no TGI. Retardam então a 
absorção de carboidratos, reduzindo pico de glicemia. Só age em CHO complexos 
Efeitos: reduz HbA1c, não causam hipo 
Efeitos adversos: intolerância gastrointestinais 
CI: doença inflamatória intestinal, doença hepática 
Posologia: Acarbose, Miglitol 
• Análogos do GLP1 
Secreção e inativação do GLP-1 
Quando nos alimentamos, há liberação de GLP1 (hormônio de efeito incretínico) para absorver glicose, porém, o GLP1 
tem meia vida de 2 minutos, pois a DPP-4 degrada a GLP1. Diabéticos possuem uma redução na produção de GLP-1 
 
 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
Efeitos: reduz HbA1c, perda ponderal, redução de GJ e GPP da PA, menor variedade glicêmica, melhora funções das 
células beta, reduz DCV. 
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, IVAS, sinusite, pancreatite, hipoglicemia, carcinoma medular de tireóide, 
CI: DRC com clearence <30, risco para carcinoma medular de tireóide 
Posologia: Exenatida: caneta de 5 a 10mcg. 2x por dia 
Liraglutida: caneta 18mg, dose diária 
Dulaglutida: uso semanal 0,75 mg ou 1,5mg 
Lixisenatida: 1x dia 10-20 mcg 
Semaglutida: Caneta e posologia 0,25mg/semana até 1mg. 
• Inibidores de DPP4 
DPP4 é a enzima que degrada o GLP-1. Por isso, o medicamento inibe para que o GLP-1 consiga ficar ativo por mais 
tempo. 
Vantagem em relação aos análogos: custo e por ser oral. Desvantagem pelo CVC e pela redução branda de HbAc1 
Efeitos: Reduz HbA1c, efeito neutro no peso, não causa hipo, potencial de preservar cel beta. 
Efeitos adversos: cefaleia, sintomas de IVAS, ITU, nasofaringite, angioedema, urticárias, náusea, pancreatite, 
descompensação de IC. 
Posologia: Sitagliptina 25 a 100mg 1x por dia 
Vildagliptina: 25 a 100mg (CI na insuf hepática) 
Saxagliptina 2,5 a 5mg 1x dia 
Linagliptina 5 mg ix dia. Obs: não precisa ajustar a dose na insuf hepática ou renal 
Alogliptina: 6,25 a 25mg/dia. 
• Inibidores de SGLT2: 
Inibem reabsorção de glicose no TCP dos rins através da inibição do transporte de Na/glicose pelos canais SGLT2 
Efeitos: reduz GJ, reduz HbA1c não causa hipo, melhora perfil lipídico, perda ponderal, reduz eventos CVC 
Efeitos adversos: hiponatremia, desidratação, tonturas, ITU, urosepse, pielonefrite, infecções genitais, aumento de LDL, 
aumento da creatinina, risco de CAD. 
Posologia: Dapagliflozina 10mg dose única. 
Empagliflozina 10-25 mg (risco maior de amputação) 
Canagliflozina:100-300 mg 
Disfuncoes adrenais 
Insuficiência adrenal crônica 
 
 
 
Obs: hipercalemia e não hipocalemia 
 
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Crise adrenal: 
Quadro clínico da crise adrenal aguda: 
 
Insuficiência Adrenal Primária: 
 
Causas da insuficiência adrenal 
 
Síndromes poliglandulares autoimunes SPA – classificação: 
1 – candidíase crônica, hipoparatireoidismo, doença de Addison 
2 – DA autoimune + doença tireoidiana autoimune e ou DM tipo 1 
3 – DAR + outras doenças autoimunes (exceto DA, hipotireoidismo e candidíase crônica 
4 – duas ou mais doenças autoimunes (exceto hipoparat, candidiase, mucocutãnea crônica, DAT ou DM1) 
 
 
 
Doença de Addison 
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Insuficiência adrenal secundária 
 
Obs: a principal causa é autoimune 
• Exames: 
- Cortisol basal: coletado entre 8-9h (VR: 5-25 g/dL). 
< ou = 3 indicativo de IA 
> ou = 19 g/dL praticamente exclui 
- Laboratoriais: eletrólitos com hiponatremia e hipercalemia (por deficiência de mineralocorticóide), uremia e hipoglicemia 
- Exames de rastreio infeccioso e função tireoidiana para avaliar possível fator causal e descompensação. 
→ Cortisol basal entre 3-18 deve fazer teste de cortrosina – ACTH curto ou outros testes 
Administra EV 250g de tetracosactina e dosa navamente o CS após 30-50min. 
Interpretação: 
- >20g/dL exclui IA primária e franca IA secundária com atrofia adrenal. Mas não descarta deficiência leve ou recente 
de ACTH. 
- <20 g/dL confirma IA mas não discrimina primária de secundária – dosar ACTH. Para saber se é: 
Primária >100 e pode alcançar 4000 pg/mL ou mais.. 
Secundária: baixos ou nos limites inferiores 
-para confirmar IA secundária: glicemia <40 após 0,05 U. dosar basal 30,60 min. Resposta normal: pico cortisol >18-20 e 
aumento >8. 
- Se o ITT estiver CI, pode administrar glucagon ou CRH 
- Imagem: 
 
 
 
 
 
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•Tratamento da crise adrenal: 
- Medidas gerais: 
Coletar sangue para HMG, dosagens bioquímicas e hormonais. 
Corrigir depleção de volume, desidratação, distúrbios eletrolíticos e hipoglicemia 
Tratar infecção ou outros fatores precipitantes 
- Reposição de glicocorticóides 
Hidrocortisona 100mg EV de ataque seguido de 50mg EV de 6/6h ou de 8/8h durante 24h. Depois reduzir dose 
lentamente. 
Quando pacientes estiver tolerando, passar para glicocorticóide VO e se necessário, adicionar fludrocortisona. 
• Tratamento e manutenção da IA crônica 
- Prednisona 5mg cedo ou prednisolona ou Hidrocortisona 
- Fludrocortisona VO 
- Cartão ou bracelete de identificação 
- Duplicação da dose de glicocorticóides durante períodos de estresse (infecções, cirurgias etc). 
• Monitoramento do Fludrocortisona: 
- Hipotensão e ou hiperpotassemia persistentes indicam necessidade de aumento da dose. 
- Atividade plasmática da renina < 5 mg/ml/h (paciente em pé). 
Síndrome de Cushing 
• Sintomas 
 
• Investigação: a causa mais comum de síndrome de Cushing é exógena que deve sempre ser descartada. 
Dosar cortisol basal não traz o diagnóstico de Cushing 
• Para confirmar hipercortisolismo: 
- Teste de supressão com doses baixas de dexametasona 1mg overnight. 
(Hipercortisolismo) 
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CS <1,8 descarta a síndrome de Cushing. 
- Dosar cortisol salivar à meia noite. 
- Dosar cortisol urinário livre – urina 24h 
Liddle 1: teste que administra dexametasona 0,5mg de 6/6horas (não é muito usado) 
 
• Principais causas de Cushing endógena: 
ACTH dependente: tumor hipofisário secretor de ACTH (doença de cushing), tumor ectópico secretor de ACTH, 
tumor ectópico secretor de CRH 
ACTH independente: adenoma adrenal, carcinoma adrenal, hiperplasia adrenal micro ou macronodular 
• Determinação da causa de hipercortisolismo 
Depois: 
- dosar ACTH basal 
- teste do CRH 
- cateterismo do seio petroso inferior 
ACTH dependente ou independente? 
ACTH até 18 – provável tumor adrenal 
18-260 doença de Cushing 
70 – 1820 ACTH ectópico 
ACTH supresso → TC adrenal 
ACTH normal ou elevado → Liddle 2(8mg) + CRH ou desmopressina + RNM hipófise + cateterismo bilateral de seio 
petroso inferior. 
• Testes dinâmicos não invasivos 
 
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•Teste dinâmico invasivo: 
Cateterismo dos seios petrosos pós administração de CRH ou desmopressina 
• Exames de imagem: 
TC abdome, RNM hipófise, TC e/ou RM de pescoço, tórax e abdome 
• Tratamento: 
- Cirurgia: primeira escolha para Cushing endógena 
- Medicamentos: cabergolina e/ou pasireotide e/ou cetoconazol. Bloqueadores das adrenais (reduz produção de 
esteróides pelas adrenais) 
- Bloqueadores das adrenais: - Neuromoduladores 
 
- ACTH ectópico: 
 
 
Feocromocitoma 
• Definição: Tumores de células cromafins que produzem, armazenam, 
metabolizam e secretam catecolaminas. 
• Epidemiologia: 10-15% são extradrenais (paragangliomas), 
10% são bilaterais, 10% são malignos. 
• Causas: Podem ser familiares ou esporádicos. 
Os familiares ocorrem de modo isolado ou como parte de distúrbios genéticos como: Síndrome de neoplasia endócrina 
múltipla tipo 2, Doença de Von Hippel-Lindau, Neurofibromatose tipo 1, Paragangliomas hereditários do pescoço. 
• Quadro clínico: 10% são assintomáticos 
- HA persistente ou paroxística, grave e/ou refratária ao tratamento 
- TRÍADE CLÁSSICA: Paroxismos de cefaleia, Sudorese profusa, Palpitações 
- Intolerância a carboidratos 
- Excesso de catecolaminas: supressão de secreção de insulina + aumento de débito hepáticos de glicose → DM 
- Tremor, Palidez, Dor torácica ou abdominal, Rubor facial (menos frequente). 
• Motivos para investigar: 
- Causa curável de hipertensão 
- É potencialmente letal e os pacientes não diagnosticados tendem a morrer prematuramente 
- Pode ser maligno 
HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: pode ser por causa 
endócrina (5-10% dos hipertensos) ou por outras 
doenças. 
CAUSAS DE HIPERTENSÃO ENDÓCRINA: 
Feocromocitoma e Hiperaldosteronismo Primario. 
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- Pode ser hereditário 
- Pode vir associado a outros tumores. 
• Diagnóstico: 
Pelo menos 2 testes diferentes com 2 dosagens em ocasiões diferentes. 
1. Dosagens de catecolaminas e seus metabólitos no sangue e na urina 
2. Metanefrina plasmática livre 
3. Metanefrina urinária isolada ou associada às catecolaminas plasmáticas em casos de alta probabilidade 
4. Dosagem de ácido vanilmandélico urinário 
Obs: Pacientes com tumores grandes tendem a a ter menos sintomas e menor concentração de catecolaminas 
circulantes livres, mas metabólitos urinários elevados. 
• Dúvida diagnóstica: 
- Em hipertensos: Teste de supressão com clonidina. Indicado em pacientes com catecolaminas plasmáticas entre 1000 e 
2000 pg/mL. 
- Indivíduos normais: níveis das catecolaminas baixam para menos de 500 pg/mL, 2 a 3 horas após a ingestão de 0,3 
mg de clonidina. 
→Métodos de imagem para localização: TC e RNM 
→Mapeamento de corpo inteiro com MIBG: útil em FEO extradrenais, bilaterais, metástases e recidivas. 
Octreoscan, mapeamento ósseo e TC por emissão de pósitrons: indicados quando os exames de localização citados 
são negativos ou na investigação de malignidade. 
• Rastreamento deve ser feito em: 
 
• Tratamento: 
- Cirurgia: adrenalectomia ou retirada do paraganglioma 
Pré-operatório: α-bloqueador (antagonistas seletivos do recptor): 
Prazosina 0,5 mg/dia até 10 mg/dia 
Doxazosina 1 a 16 mg/dia 
Controle da FC: Β-bloqueador ou BCC 
Hidratação 
• Pesquisa de outros sítios 
- Quimioterapia, embolização, radioterapia ablação com MIBG-131: se FEO maligno, com metástases não passíveis de 
ressecção. 
Hiperaldosteronismo Primario 
• Definição: É uma condição clínica determinada por produção excessiva, inadequada e autônoma de Aldosterona 
(Aldo), causada por hiperplasia bilateral das adrenais ou por adenoma unilateral produtor de Aldo (APA) e, mais 
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raramente, por hiperplasia adrenal unilateral, carcinoma adrenal ou de origem genética (monogênicas ou quimera 
cromossômica). 
• Epidemiologia: 3-22% dos hipertensos, sendo mais alta em hipertensos em estágio 3 e/ou resistentes. 
Patogênese: ↑ reabsorção de Na+ e ↑ excreção de K+ ↑ Aldosterona 
• Causas: Adenoma produtor de Aldosterona (Síndrome de Conn), Hiperplasia adrenal bilateral, Hiperaldosteronismo 
idiopático, Carcinomas adrenais, tumores ovarianos com produção ectópica de aldosterona. 
• Quadro clínico: 
A maioria é assintomática. 
Sintomas relacionados à hipertensão: Cefaleia, palpitações, HAS geralmente é moderada a grave, HAS refratária ao 
tratamento. 
Sintomas relacionados a hipocalemia (geralmente K+ entre a e 3,2 mEq/L): Poliúria, nictúria, câimbra, tetania, 
parestesias, quadriparesia, fraqueza muscular,fibrilação ventricular (se hipocalemia grave), rabdomiólise. 
Grave depleção de potássio: alcalose metabólica. Sinais: 
- Sinal de Trousseau: consiste na observação de uma contração generalizada dos músculos do antebraço com flexão 
do punho, ou sinal de mão de parteiro, após a aplicação do esfigmomanômetro de pressão cerca de 20 mmHg acima 
da pressão sistólica por 3 minutos 
- Sinal de Chvostek: é pesquisado pela percussão do nervo facial em seu trajeto anteriormente ao pavilhão auricular, 
sendo que nos casos de hipocalcemia observa-se uma contração dos músculos perilabiais do mesmo lado. 
 
• Quando investigar: 
- Hipertensão estágios 2 (PA > 160 a 179 x 100 a 109 mmHg) ou 3 (PA > 180 x 110 mmHg) 
- Hipertensão arterial associada hipocalemia espontânea ou induzida por diuréticos 
- Hipertensão associada a incidentaloma de adrenal 
- Hipertensão arterial resistente ao tratamento habitual 
- Pacientes hipertensos com história familiar de hipertensão de inicio precoce ou acidente vascular (AVC) em idade 
jovem (< 40 anos). 
• Diagnóstico: 
Suspender espironolactona por 4-6sem para dosagens laboratoriais 
1) Dosagem de K 
2) Atividade de renina plasmática: tende a estar suprimida 
3) Aldoterona: >15mg/dl 
4) Relação Aldo/ARP (melhor parâmetro) 
<20: bastante improvável 
25-30: suspeito 
30-40: provável 
>40: quase certo 
• Testes confirmatórios: 
Realizados se aldo > 15 ng/dl e < 25 ng/dl e relação Aldo/ARP > 30 e < 100 
 Natalie Celezinsky Clazer 
 
1.Testes da furosemida: paciente deve permanecer deitado por no mínimo 30 minutos, administrar furosemida 40 mg IV 
e dosar renina após 2 horas de deambulação. Teste + quando APR for < 2 ng/ml/h 
2. Teste e do captopril: administram-se 50 mg de captopril oral após o paciente ter permanecido sentado ou em pé 
por pelo menos 1 hora. Deve-se dosar renina e Aldo nos tempos 0, 60 e 120 minutos. Teste + quando queda > 30% 
do Aldo sérica ou se permanecer >12 ng/dl 
3. Teste de sobrecarga salina: administram-se 2,5 litros IV de soro fisiológico NaCl 0,9% em 4 horas (até 6 horas em 
pacientes com risco de descompensação cardíaca). Dosa-se Aldosterona pós infusão: 
< 5 ng/dl: improvável 
5 – 10 ng/dl: indeterminados 
>10: forte indicativo 
• Exames de imagem: 
TC: exame de escolha para investigação do hiperaldosteronemismo: 
 Margens irregulares, áreas de necrose ou hemorragia e densidade > 10 HU, clareamento lento do contraste 
intravenoso: forte suspeita de carcinomas adrenocorticais. 
• Cateterismo das veias adrenais: É indicado quando, à TC, as adrenais são normais, têm anormalidades bilaterais 
(espessamento ou micronódulos) ou lesão unilateral em pacientes > 40 anos. 
• Teste de supressão com dexametasona: Indicado para investigar HAP supressível por glicocorticoide em pacientes 
com HAP e início de HA antes dos 40 anos. 
• Tratamento: 
- Adrenalectomia unilateral por via laparoscópica. Cuidados pré-operatórios: Espironolactona (Aldactone) 100 a 200 
mg/dia, até normalização da calemia e dos níveis tensionais (antagonista competitivo específico do receptor da 
Aldosterona), outros diuréticos poupadores de potássio, em especial a amilorida 20 a 40 mg/dia. 
 Complicações: Hipoaldosteronismo, atrofia da zona glomerulosa da adrenal contralateral (hipotensão ou hipocalemia).

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