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livro Educação Contemporânea

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Educação 
contEmporânEa
Prof.a Suelen Batista de Souza
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.a Suelen Batista de Souza
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S729e
Souza, Suelen Batista de
Educação contemporânea. / Suelen Batista de Souza. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
166 p.; il.
ISBN 978-65-5663-142-4
 ISBN Digital 978-65-5663-143-1
1. Educação - Finalidades e objetivos. - Brasil. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 370
III
aprEsEntação
Caro acadêmico! Este trabalho foi desenvolvido e criado pensando 
em você e em seu processo acadêmico. Neste livro didático, nós estudaremos 
a Educação Contemporânea e as vertentes que a compõem.
 
Na Unidade 1, de caráter introdutório, veremos os principais temas 
relacionados à educação atual, como a formulação de políticas públicas 
voltadas para a educação, a conquista dos Direitos Humanos e a Diversidade 
presente na escola no decorrer de todo esse processo. Além do mais, no Tópico 
3 (Educação 4.0), veremos como a introdução das tecnologias no ambiente 
escolar tem alterado a dinâmica de ensino e exigido novas metodologias de 
trabalho.
Na Unidade 2 serão contemplados os aspectos teórico-metodológicos, 
que embasam a educação contemporânea. Apresentaremos as principais 
tendências da pesquisa em educação e sua nova configuração no cenário 
atual. Iremos perceber que as modificações que vêm ocorrendo na sociedade 
afetam diretamente a escola, e, dessa forma, novas modalidades de ensino 
surgem, como o ensino para jovens e adolescentes que cumprem medidas 
socioeducativas, também abordadas nesta unidade, juntamente com uma 
ampla explanação dos aspectos teóricos da educação especial.
Para finalizar, na Unidade 3, trataremos da elaboração do Projeto 
Pedagógico, da gestão democrática, da formulação da escola integral e das 
tendências internacionais pedagógicas. 
Este conteúdo foi produzido pensando em você, para que aprenda 
cada vez mais e se apaixone a cada dia pela educação. Contamos com você 
nesta jornada! Vamos começar! 
Prof.a Suelen Batista de Souza
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE ................1
TÓPICO 1 – TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS 
 E DA GESTÃO ESCOLAR ...............................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL: UM BREVE CONTEXTO .................................................3
3 GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR.........................................................................8
4 A BUROCRATIZAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR.........................................................................10
5 OS DIFERENTES TIPOS DE BUROCRACIA NO ÂMBITO ESCOLAR ..................................11
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................15
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................16
TÓPICO 2 – DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO ................................17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
2 A TRAJETÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS..............................................................................17
3 A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (LDB) .........................................20
4 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) .............................................................25
5 EDUCAÇÃO ESPECIAL E O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA 
E AFRICANA. ENSINO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS ..................................................27
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................30
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................31
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO 4.0 ............................................................................................................33
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................33
2 O HOMEM DO SÉCULO XXI ............................................................................................................33
3 O CONCEITO DE EDUCAÇÃO 4.0 ..................................................................................................34
4 O LETRAMENTO DIGITAL ..............................................................................................................37
5 METODOLOGIAS ATIVAS ...............................................................................................................39
6 EXEMPLOS DE METODOLOGIAS ATIVAS .................................................................................40
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................49
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................50
UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE ..............51
TÓPICO 1 – AS NOVAS CONCEPÇÕES CONCEITUAIS E LEGAIS DA 
EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA ..............................................................................531 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53
2 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO E EM 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS ..........................................................................................................53
3 A SOCIEDADE GLOBAL ...................................................................................................................54
4 AS PESQUISAS EM EDUCAÇÃO E EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS ................................56
5 CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E 
REFORMAS EDUCACIONAIS .........................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................67
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................68
sumário
VIII
TÓPICO 2 – A EDUCAÇÃO ESPECIAL .............................................................................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES DE ENSINO ......................................71
3 AS PRINCIPAIS POLÍTICAS DE INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL .........................73
4 OS DIFERENTES TIPOS DE DEFICIÊNCIA ..................................................................................78
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................84
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................85
TÓPICO 3 – OS DIREITOS EDUCACIONAIS DE ADOLESCENTES E JOVENS EM 
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ................................................................................87
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................87
2 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) ......................................................87
3 O SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO (SINASE) .................90
4 PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA).......................................................................93
5 A FUNDAÇÃO CASA ..........................................................................................................................96
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................99
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................103
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
UNIDADE 3 – COMO SE ENSINA E COMO SE APRENDE .......................................................105
TÓPICO 1 – PROJETOS PEDAGÓGICOS COMO ESTRATÉGIA DOCENTE E 
GESTIONÁRIA ...............................................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 PROJETO PEDAGÓGICO ................................................................................................................107
3 FATORES FACILITADORES E DIFICULTADORES PARA O PROJETO 
PEDAGÓGICO: DA CONCEPÇÃO À IMPLEMENTAÇÃO .....................................................110
4 COMPLEMENTAÇÃO DE ESTUDOS ...........................................................................................113
5 CONSTRUÇÃO DA ESCOLA CIDADÃ .......................................................................................113
6 GESTÃO ESCOLAR ...........................................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................122
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
TÓPICO 2 – ESCOLA INTEGRAL .....................................................................................................127
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127
2 A ESCOLA INTEGRAL E SUA CONSTRUÇÃO .........................................................................127
3 ESCOLA INTEGRAL E ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL .......................................................128
4 QUALIDADE SOCIAL DA ESCOLA INTEGRAL ......................................................................129
5 INFRAESTRUTURA ESCOLAR ......................................................................................................129
6 CAQ E CAQi ........................................................................................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
TÓPICO 3 – TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS INTERNACIONAIS ..........................................139
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
2 PEDAGOGIA WALDORF .................................................................................................................139
3 PEDAGOGIA MONTESSORIANA ................................................................................................140
4 PEDAGOGIA FREINET ....................................................................................................................142
5 EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS ......................................................................................................143
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................144
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................151
1
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA 
EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender conceito de educação;
• reconhecer as transformações políticas e gestionárias no âmbito 
educacional no Brasil; 
• compreender nuances do processo decisório de políticas públicas e 
conceitos básicos para analisar tais políticas; 
• identificar as características da gestão educacional e escolar, assim como 
a sua diferenciação e funções necessárias;
• conhecer os conceitos fundamentais dos direitos humanos como 
norteadores de ações básicas da educação básica no Brasil;
• identificar como ocorreu a evolução da noção de diversidade nas escolas 
brasileiras a partir da compreensão dos direitos humanos e as implicações 
para as diretrizes educacionais nacionais; 
• refletir sobre as situações de aprendizagem da Educação 4.0, um conceito 
em crescimento na área educacional.
Esta unidade está dividida em três tópicos.No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
TÓPICO 2 – DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO 4.0
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
A elaboração e implementação de políticas públicas no Brasil é um processo 
complexo com o envolvimento de diversos setores e grupos de influência, assim como 
um contexto cultural e social como base para estruturação e de grande relevância 
para a constituição de agenda política.
O campo da Ciência Política é vasto e complexo, dada a sua extensa 
trajetória de produção acadêmica. No presente material será explorada a 
compreensão dos aspectos básicos do funcionamento da política pública no Brasil 
assim como seus conceitos fundamentais no que tange ao ciclo de políticas. 
As políticas públicas envolvem diversos aspectos da sociedade em 
diferentes assuntos, e um deles é a educação. Nessa área, as políticas afetam 
diretamente a atuação dos gestores escolares, educacionais e gestores públicos, 
pois é necessário elaborar os processos de planejamento, financiamento, recursos 
humanos, avaliações, relações com a comunidade, formação do docente, entre 
outros. Será iniciada a maior compreensão dos processos políticos contemporâneos 
no Brasil e abranger a gestão pública, educacional e escolar.
2 POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL: UM BREVE CONTEXTO
Nos últimos anos, a política pública brasileira esteve situada no contexto 
neoliberal, definido como a menor intervenção do Estado e a maior liberdade do 
mercado para se autorregular conforme seus interesses. Dessa forma, envolve a 
desburocratização do Estado e a intervenção deste somente em situações de crises. 
Essa contextualização facilita a compreensão de alguns aspectos da política 
brasileira e internacional como um processo em andamento em diversas partes do 
mundo, por exemplo, a descentralização da gestão escolar e educacional, como 
veremos mais adiante.
Diante desse cenário serão exploradas as partes que compõem a elaboração 
de uma política com base no ciclo de políticas (BALL, 2014). Esse ciclo é formado 
pelas seguintes etapas:
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
4
• Agenda.
• Formulação.
• Implementação.
• Avaliação.
A introdução do tema da política como pauta de agenda de governo é 
o primeiro desafio dos propositores da política pela complexidade de um tema 
alcançar a esfera de agenda política para ser discutido e proposto, lembrando 
que no processo político, há uma vasta gama de interesses dos envolvidos no 
processo político. 
FIGURA 1 - AGENDA POLÍTICA
FONTE: <https://blogjovenesconstruyendo.files.wordpress.com/2018/05/Discap.jpg>. 
Acesso em: 29 dez. 2019.
A formulação é a parte em que a política é discutida pelos indivíduos 
participantes, e isso ocorre de diversas formas, por exemplo, por comissões, que 
são pequenos grupos de parlamentares destinados à discussão específica daquele 
tema em questão. Nessa fase é que são propostas alterações, como emendas e 
substitutivos de projeto de lei. 
Também podem ser realizadas audiências públicas para discussão do tema 
proposto. Essa etapa é muito relevante, pois demonstra a disputa de interesses 
dos mais diversos grupos que podem ser afetados pela proposta de lei. 
A próxima etapa ocorre após a aprovação do texto de lei, que é a 
implementação da proposta nos locais. É um momento desafiador, dada a 
complexidade da realidade de alguns contextos, além da interferência humana 
com suas opiniões, desejos e percepções acerca da nova realidade com a lei 
proposta (BALL, 2014). Frequentemente, a política se transforma através do 
contato com a realidade e seus integrantes.
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
5
E a última etapa é a avaliação da política. Nela vemos como funcionou a 
política desde a formulação até à sua implementação com o decorrer do tempo. 
Nessa etapa, são realizadas pesquisas em larga escala para compreender as 
transformações e a eficácia, ou ineficácia da política que foi executada, assim 
como possíveis alterações ou até mesmo a substituição/extinção da política em 
questão. No esquema a seguir é possível visualizar o ciclo de políticas:
FIGURA 2 - CICLO DE POLÍTICAS
Esse movimento político não é linear e isento de disputas, pelo contrário, 
há a composição de grupos que lutam em prol dos seus interesses quanto à 
determinada proposta apresentada. Podem ser grupos internos à Assembleia 
Legislativa, podem ser externos compondo os lobbys, e podem ser indiretos, 
como o caso de instituições e empresas que cooperam na candidatura de políticos 
para terem seus interesses defendidos.
A articulação de relações desses grupos de interesses de forma interna é 
denominada por Lowi (1992) como arenas políticas e divididas em categorias de 
acordo com suas diferentes características:
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
6
• Distributiva: arena pouco conflituosa e com menor tendência de embate 
direto, assim como possui a facilidade de distribuição de recursos entre os 
interessados.
• Regulatória: arena conflituosa e de embate direto entre as partes interessadas. 
Possui alto custo para os cofres públicos e, portanto, possuem leis mais rígidas 
para mediar os conflitos que podem emergir desse processo.
• Redistributiva: arena semelhante à regulatória, porém os fundamentos 
ideológicos dos participantes são mais evidenciados, com influência financeira 
e tem impacto direto sobre classes sociais.
• Constitutivas: arena destinada para a regulamentação das outras arenas e do 
seu conflito político.
FIGURA 3 - ARENA POLÍTICA
FONTE: <http://www.pacce.ufc.br/pacce/projeto-acervo/habilidades-sociais-no-processo-de-
ensino-01-06-16>. Acesso em: 29 dez. 2019.
Essas arenas são importantes para compreender o movimento de políticos 
e grupos de interesses em prol de uma proposta política e de possíveis alterações 
sugeridas. Os grupos de interesses podem ser mais bem visualizados com o uso da 
metodologia de redes políticas, que demonstra através de um grafo a articulação 
de diversos atores. Essa metodologia começou a ser utilizada na antropologia 
e então, recentemente, passou a ser utilizada para análise política (OLMEDO; 
WILKINS, 2016; BALL, 2014; SOUZA, 2019). A seguir, podemos visualizar um 
exemplo de rede política. 
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
7
FIGURA - 4 REDE POLÍTICA
FONTE: Adaptado de Souza (2019)
Nessa rede — elaborada para a dissertação de mestrado de Suelen Batista 
Souza, intitulada Formulação da bonificação por resultados paulista: análise de arenas 
e redes políticas —, é possível observar a presença de atores diretos e indiretos ao 
projeto de lei da Bonificação por Resultados em São Paulo. 
As articulações com os atores do setor privado, as políticas podem também 
ser caracterizadas como intervenção da sociedade civil. Atualmente, percebe-se o 
movimento de integração entre o setor privado e público em políticas para setores 
determinados.
Outro fator de influência na política brasileira é a globalização que traz 
outras instituições para regulamentar, sugerir e observar o andamento de políticas 
brasileiras. Exemplos dessas instituições são o Banco Mundial, FMI (Fundo Monetário 
Internacional) e OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico). Essas instituições podem influir em diretrizes para setores da sociedade 
como forma de acompanhamento, subsídio financeiro e imagem positiva em escala 
internacional, conforme indica a pesquisa de Souza (2019).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE8
FIGURA 5 - BANCO MUNDIAL, OCDE E FMI
FONTE: <http://twixar.me/vJqT>. Acesso em: 7 abr. 2020.
Você quer saber mais sobre os tipos de arena com maior descrição? Leia o 
documento de referência no link: http://www.fundacionhenrydunant.org/images/stories/
biblioteca/Politicas-Publicas/QL-vT7L41Vk.pdf.pdf. A partir da página 89, Lowi descreve 
melhor as políticas públicas e a arena política.
DICAS
3 GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO ESCOLAR
Acadêmico, até aqui pudemos observar a política em seu sentido amplo, 
suas complexidades e os diversos interesses envolvidos. Agora, vamos olhar 
para a política nos âmbitos específicos da educação. Ao pensarmos em Gestão 
Educacional e Gestão Escolar devemos estar atentos às principais diferenças 
existentes entre elas e também aos autores que as movimentam. A principal 
distinção entre essas duas funções é o nível de decisão e influência que os 
profissionais responsáveis possuem. O gestor educacional é o condutor do 
nível macro da educação, ele é o responsável por articular pessoas em direção à 
realização de projetos para instâncias abrangentes, como projetos educacionais 
nacionais, estaduais e municipais (VIEIRA, 2007). 
Já o gestor escolar é aquele responsável pela micro-organização escolar, 
ou seja, aquele que organiza a escola, os professores, os funcionários e o alcance 
do objetivo maior, que é aprendizagem dos alunos (VIEIRA, 2007).
As políticas educacionais são conduzidas e formuladas por pessoas, 
que, geralmente, são articuladas por gestores educacionais nas instâncias de 
planejamento, como o Ministério da Educação (MEC).
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
9
O gestor escolar necessita organizar o pessoal que trabalha na instituição 
de modo a motivá-los para a execução das atividades e para a liberdade do 
trabalho coletivo e criativo, também abrange a comunidade em torno da escola, 
dos conselhos de escola (que são instâncias deliberativas), e das nuances de cada 
escola para garantir as condições de aprendizagem das crianças (VIEIRA, 2007).
 Sofia Vieira (2007) comenta que as intenções do Poder Público se 
materializam na gestão, seja educacional, seja escolar. Mas também há o movimento 
contrário, da gestão propor ideias para as instâncias maiores de planejamento.
FIGURA 6 - GESTÃO PÚBLICA
FONTE: <https://fce.edu.br/blog/um-olhar-para-a-gestao-democratica/>. Acesso em: 29 dez. 2019.
É importante destacar que essas ideias precisam ser aceitáveis nas condições 
políticas do contexto em que se está inserido, assim como as ideias precisam ser 
viáveis para a execução no momento da implementação política (VIEIRA, 2007).
 
Uma política que não foi executada por completo foi o Plano Nacional de 
Educação (PNE). O problema da execução do PNE, de acordo com Vieira (2007), 
foram as excessivas metas propostas, pois, de acordo com a autora, é importante 
que as metas sejam objetivas, claras e precisas, assim como a sua necessidade de 
estabelecer prioridades no alcance delas.
FIGURA 7 - LOGOTIPO MEC E PNE
FONTE: <https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2018/08/MEC.jpg>; <https://i.pinimg.
com/564x/9b/ea/1e/9bea1edf1c66dfc361ab062d1e5aaf07.jpg>. Acesso em: 7 abr. 2020.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
10
Qualquer que seja a instância de gestão é necessária a relação com o outro, 
mudanças a serem realizadas e que geralmente desagradam aos docentes, mas 
também à negociação entre as pessoas.
Permeia o tema de gestão a questão da eficácia e da eficiência, que é 
sobre produzir o que é necessário com o que está à disposição para as metas 
estabelecidas. O gestor eficiente articula os aspectos humanos e profissionais de 
cada indivíduo, como suas particularidades e a composição do grupo como um 
todo (SOVIENSKI; STRIGAR, 2008).
Os aspectos citados formam o clima organizacional que é fundamental 
para a discussão do bom andamento das atividades nas instituições escolares, 
dada a complexidade da tarefa educativa.
Outro fator que altera as condutas dos gestores é a mudança de políticas 
conforme a modificação do governo a cada eleição. A educação necessita de 
mais políticas de Estado, que são aquelas que não são modificadas sem grande 
mobilização, e não de governo, que alteram completamente as diretrizes 
fundamentais apenas pela troca de governos entre as eleições.
 
O problema dessa questão é a descontinuidade de práticas educacionais e de 
diretrizes para as instituições escolares e seus funcionários, assim como para os gestores 
tanto educacionais como escolares que podem ser prejudicados nessa alteração. 
4 A BUROCRATIZAÇÃO NA GESTÃO ESCOLAR
Como vimos anteriormente, os processos que envolvem a política 
educacional não são simples, eles se ramificam em diferentes setores e se espalham 
em todas as esferas sociais. Mas, você pode se perguntar: e na escola? 
Como esses agentes interferem na vida escolar e dos profissionais que 
atuam diariamente em todos esses processos? Tragtenberg (2018), ao trabalhar 
essa temática, tendo como base seu artigo A escola como organização complexa, 
elucida a complexidade que existe na escola, e se atenta para a burocratização 
que tem permeado o ensino como um todo, e tem ocupado grande espaço do 
trabalho na gestão escolar.
Ao tratar do assunto, o autor traz diversos exemplos de como a 
burocratização está presente no ambiente escolar e na sua administração, o que 
ajuda a elaborar e compor três tipos de burocratização encontradas com mais 
facilidade na gestão escolar: 
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
11
• As vivenciadas pelos gestores em seu cotidiano, como questões administrativas 
e organização de funcionários.
• As que estão fora da escola, mas a atingem por estarem estritamente ligadas 
com a administração escolar, como aquilo que vem “de cima para baixo”, ou 
seja, leis e normas que a escola tem que seguir, mas não foram propostas por 
ela, mas sim por instâncias superiores.
• E, por fim, aquela interiorizada pelo próprio indivíduo diante da convivência 
diária com a burocratização que o cerca.
A seguir, explicaremos mais sobre cada um desses tipos de burocracia e 
como elas afetam o cotidiano da escola.
5 OS DIFERENTES TIPOS DE BUROCRACIA 
NO ÂMBITO ESCOLAR
A primeira dela é a burocracia do cotidiano escolar. Uma das tarefas que 
ocupam muito tempo na gestão cotidiana da escola são as grandes quantidades 
de papéis. Desde materiais novos que chegam, históricos escolares, pagamento de 
monitores, que trabalham em projetos, até carteirinhas de passe escolar passam 
diariamente pela gestão escolar. Existem inúmeras reuniões que demandam bastante 
da equipe gestora, como reuniões com seus pares, com os dirigentes locais das 
secretarias de educação, reuniões com outros diretores. Enfim, é uma longa lista.
 Há também uma grande exigência em relação aos dados dos alunos, como 
quantidade de ingressantes e concluintes, quantidade de alunos matriculados da 
área de abrangência, prestação minuciosa de contas de todos os gastos da escola, 
entre outros. Assim, todas essas tarefas com teor burocrático acabam “roubando” 
muito tempo do trabalho da gestão escolar, sobrando pouco espaço e tempo para 
atividades que sejam voltadas mais para a melhoria da escola e da comunidade.
FIGURA 8 - A BUROCRACIA
FONTE: <https://diegoamaro.com/wp-content/uploads/2017/02/burocracia_boneco.png>. 
Acesso em: 30 dez. 2019.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
12
A segunda é denominada por Tragtenberg (2018) como burocracia das 
instâncias superiores. Ela é um dos que mais afetam o cotidiano escolar. Um 
exemplo clássico é a contratação de profissionais da educação. Hoje as escolas 
públicas dependem constantemente da abertura de novos concursos para 
suprimirem a demanda que vem crescendo nos últimos anos. Isso faz com que a 
escola sofra com a falta de funcionários na sua equipe, o que faz com essas funções 
tenham que ser destinadas a outrosfuncionários da escola (como professores), 
desfalcando uma equipe para poder cobrir outra. 
Nesse sentido, nós podemos observar a dificuldade existente entre a 
espera por um novo funcionário assumir sua função e o anseio da escola por 
recebê-lo, mas sem poder fazer algo além de esperar.
Não é apenas nesses momentos que a burocratização do trabalho se 
apresenta como um problema, mas ela ocorre também quando há necessidade de 
compras de materiais, mas que não se encaixam em categorias pré-estabelecidas 
pelos órgãos fiscais, por exemplo. Toda vez que um gestor não consegue resolver 
uma situação do seu cotidiano devido a algo ou alguém que não faz parte 
diretamente da escola, mas, mesmo assim, tem poder de afetar seu funcionamento, 
dizemos que ele esbarrou na burocracia das instâncias superiores.
FIGURA 9 - O SISTEMA BUROCRÁTICO
FONTE: <https://jornalggn.com.br/cronica/burocracia/>. Acesso em: 30 dez. 2019.
Dessa forma, o gestor, chamado de o burocrata da educação por 
Tragtenberg (2018) só pode agir até certa instância, pois existe toda uma 
burocracia que o limita dentro do seu campo de atuação. O autor sintetiza bem 
essa questão, fazendo uma comparação do modo de gestão com a da fábrica no 
sistema capitalista: “No que se refere ao pessoal, o burocrata da educação está 
separado dos meios de administração como o operário dos meios de produção, o 
oficial dos meios de guerra e o cientista dos meios de pesquisa” (TRAGTENBERG, 
2018, p. 185).
Assim, percebemos como os gestores das unidades escolares por vezes 
são limitados pelas burocracias externas à escola que os fazem ficar de “mãos 
atadas” em determinadas situações.
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E DA GESTÃO ESCOLAR
13
A burocracia interiorizada no indivíduo ocorre devido aos 
desmembramentos que a burocracia escolar sofre nos mais diferentes âmbitos da 
escola, indo além de papeis ou administração, mas atuam diretamente nas pessoas 
que trabalham na escola, como gestores, docentes e demais funcionários que ali se 
encontram: “No âmbito microescolar encontramos na escola uma burocracia de 
staff (diretor, professores, secretário) e de linha (serventes, escriturários, bedéis). 
Os relacionamentos staff e linha variam muito com o grau de escola, se médio ou 
superior” (TRAGTENBERG, 2018, p. 186).
Essa burocracia mencionada pelo autor, cria, no âmbito escolar e nas 
funções de gestão, as chamadas “categorias de funcionários dentro da escola”, 
deixando evidentes os poderes que cada um tem e o que podem ou não fazer. Isso 
se evidencia nas relações sociais do dia a dia na escola, em como as pessoas são 
tratadas e qual a importância que cada uma representa na unidade.
Tudo isso é coberto por uma grande capa de dramaturgia. Que 
significa isso? A dramaturgia, o culto da aparência, dos gestos, tem um 
valor legitimador na estrutura burocrática. Da mesma maneira que a 
bata branca do médico ou do professor mostra que ali há alguém de 
limpeza irrepreensível [...] (TRAGTENBERG, 2018, p. 188).
Nesse sistema burocrático, a visão dramatúrgica também é legitimadora 
do status de que quanto mais alto for o cargo de alguém dentro da instituição, 
mais indispensável ela é. É possível observar, por exemplo, como que a maioria 
das decisões da escola se centra na figura do diretor, como também todos os 
eventuais problemas que surgem só podem ser resolvidos por ele. 
FIGURA 10- AS DIFICULDADES DA BUROCRACIA
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/0d/fb/c1/0dfbc170186fda1c63bd52eb72f5cf61.jpg>. 
Acesso em: 30 dez. 2019.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
14
Para ilustrar, imagine que você está trabalhando na secretária de uma 
escola e recebe a ligação de um pai que gostaria muito de falar com o diretor da 
unidade. Ao ser informado de que o diretor, no momento, não está, você percebe 
que o pai ficou bastante angustiado e disse que não iria conseguir resolver o 
seu problema, pois somente o diretor poderia resolvê-lo. Frustrado ele desliga 
o telefone e nem comentou do que precisava. Naquele momento, você e todos 
os demais funcionários da escola se encontravam ali, fazendo com que houvesse 
uma grande chance de que o problema daquele pai pudesse ser solucionado, pelo 
menos de imediato na ausência do diretor. Isso ocorre porque os indivíduos estão 
tão envolvidos na categorização das pessoas que a burocratização impõe e na 
maneira engessada com que ela trabalha que acabam não percebendo as diversas 
possibilidades de resolução dos problemas e conflitos do dia a dia.
A questão da disciplina e normas interiorizada também se mostra 
“definida como adaptação a regulamentos, e não a uma adaptação a finalidades 
precisas, constituindo-se num valor básico na estrutura burocrática” 
(TRAGTENBERG, 2018, p. 187).
Enfim, esse sistema engessado que a burocracia traz permeia a escola 
em vários momentos, muito além das questões administrativas, mas também 
no próprio grupo de funcionários que acabam absorvendo essa ordem/sistema 
e reproduzem-na nas mais diversas esferas do ambiente escolar. Assim, a 
burocratização é um dos pilares que contribuem para que a escola se torne um 
lugar complexo em todos os aspectos.
15
Neste tópico, você aprendeu que:
• As principais etapas que compõem o processo de formulação de uma política 
pública, são compostas por: agenda, formulação, implementação e avaliação, 
que são processos complexos e envolvem muitos agentes e interesses diversos. 
• As políticas, uma vez formuladas, se estendem em todos os âmbitos, inclusive 
os escolares. 
• Nem sempre a adequação de lei ou projeto formulado consegue se adequar 
com facilidade às demandas da escola, uma vez que a instituição escolar é um 
ambiente complexo, que envolve diferentes agentes e com diferentes funções. 
• O gestor escolar que atua diretamente na escola é importante no processo de 
gerência e organização da unidade. Além do mais, ele atua como o fio condutor 
da implementação na unidade escolar das principais políticas destinadas na 
unidade, observando seu cumprimento.
• Todos esses processos, tanto fora como dentro da própria unidade escolar 
demandam diálogo e organização para que todas as demandas burocráticas 
sejam atendidas, sem deixar de lado as necessidades das crianças. Porém, 
por vezes, tais processos, acabam por se apresentar como um problema na 
dinâmica escolar, devendo ser organizados e dinamizados, de forma que não 
prejudiquem o atendimento e a funcionalidade da escola.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 O processo de formulação de uma nova política envolve diferentes pessoas e 
agentes. Considerando que ela visa atender aos interesses e demandas sociais, 
assinale a alternativa que denomina o primeiro desafio dos propositores da 
política, processo em que os diferentes interesses são expostos e entram em 
pauta no cenário político:
a) ( ) Formulação.
b) ( ) Agenda.
c) ( ) Avaliação.
d) ( ) Nova política.
e) ( ) Implementação.
2 Uma das responsabilidades do gestor escolar, que desempenha sua atuação 
na unidade escolar é:
a) ( ) Ser responsável pela micro-organização escolar, como organizar a escola, 
os profissionais e os funcionários que atuam, zelando pelo cumprimento 
das políticas escolares dentro da unidade.
b) ( ) Ser responsável pelas decisões das instancia superiores da educação, 
legislando sobre as novas políticas que devem ser criadas.
c) ( ) Ser responsável pelo apoio pedagógico na unidade, escrevendo as 
diretrizes educacionais que os professores devem seguir.
d) ( ) Fiscalizar, junto ao MEC, as medidas que as escolas devem seguir 
durante o ano letivo.
e) ( ) Atuar exclusivamente como mediador dos conflitos dentro da escola.
3 A arena política é um local composto por atores diante de decisões públicas. 
Antônio e Laura participam de uma votação para a regulação de regras 
para atuação dos atores em outras votações para outras políticas públicas. A 
arena de que Antônio e Laura participam é chamada de:
a) ( ) Distributiva: uma arena paradistribuição de recursos com pouco 
conflito.
b) ( ) Regulatória: arena com alto custo para os cofres públicos, arenas 
conflituosas com embate direito. 
c) ( ) Redistributiva: arena com fortes fundamentos ideológicos e impacto 
direto sobre classes sociais.
d) ( ) Constitutivas: arena para a regulação de outras arenas e seu possível 
conflito político. 
e) ( ) Não é uma arena política.
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 2
DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A temática dos direitos na sociedade nos últimos anos tem sido abordada 
em diversas perspectivas, seja dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, e, 
frequentemente, fundamenta os debates acerca da democracia atual. 
Na educação, a garantia de escolarização para todos é um direito subjetivo 
e no Brasil está formulado de acordo com os direitos humanos. Para tal, há o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Básica (LDB). 
Vamos estudar mais sobre esses documentos e os direitos humanos 
aliados à diversidade na educação pública brasileira a seguir.
2 A TRAJETÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS
A promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela 
Organização das Nações Unidas, em 1948, trouxe novos vislumbres de avanços no 
mundo. O Brasil foi um dos primeiros países a assinar e a ratificar a Resolução 217 
da ONU, no dia 10 de dezembro de 1949, cujo artigo 26 da Declaração Universal 
dos Direitos do Homem, garante a instrução pública, gratuita e obrigatória no 
Ensino Primário.
Os estudos e pesquisas demonstram que o direito à educação parece seguir o 
esquema proposto por Norberto Bobbio (1992) no livro A era dos direitos. Vemos que 
os direitos fundamentais dos homens nem sempre existiram, foram conquistados 
de forma paulatina. Se olharmos esse assunto da perspectiva histórica e dos vários 
modelos de governo que já existiram podemos observar que:
No Estado despótico, os indivíduos singulares só têm deveres e não 
direitos. No Estado absoluto, os indivíduos possuem, em relação ao 
soberano, direitos privados. No Estado de Direito, o indivíduo tem, em 
face do Estado, não só direitos privados, mas também direitos públicos. 
O Estado de Direito é o Estado dos cidadãos (BOBBIO, 2004, p. 31).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
18
Ou seja, é possível fazer uma leitura da questão do direito à educação 
nessa perspectiva. É nesse processo que Bobbio (2004) estabelece a formatação 
dos direitos do homem em quatro passos. 
O primeiro deles é a positivação, ou seja, a inserção do direito no 
ordenamento político; o segundo passo é a generalização, quando esse direito se 
amplia do circuito estrito para um circuito mais amplo dos cidadãos. Ao terceiro 
passo ele chama de internacionalização, e é quando o direito internacional 
acolhe o direito à educação como algo a ser subscritado, isto é, assinado por 
países do mundo. E, finalmente, ele fala da especificação, que é quando aparecem 
direitos relativos às minorias, como pessoas com deficiência, que é um dos casos 
específicos, podendo ter outros de ordem cultural etc.
FIGURA 11 - O PROCESSO JURÍDICO DOS DIREITOS À EDUCAÇÃO
FONTE: Adaptado de Bobbio (2004)
Nos anais do Seminário do grupo de estudos e pesquisas em política e 
avaliação da educação (2016) comenta-se cada uma dessas etapas. Dizendo 
que a positivação é o primeiro passo para a garantia dos direitos humanos, 
pois é o momento em que tais direitos entram no ordenamento jurídico de um 
determinado país. Após essa entrada, o segundo momento é a generalização 
posterior dos direitos, ou seja, a ampliação do circuito dos que podem usufruir. 
No caso da educação, é quando ela é reconhecida como um direito 
inalienável e que todos devem ter acesso. Este é o momento em que os indivíduos 
deixam de ser passivos em sua cidadania para se tornarem ativos. Sabidos do seu 
direito, agora, eles podem lutar para que sejam efetivados. 
As duas últimas, a internacionalização e generalização, acorrem quando 
o direito é reconhecido por todos os outros países e passa a ser destinado a todas 
as camadas sociais. Com relação ao direito à educação, vemos que esse processo 
de efetivação dos direitos ocorreu de forma similar. Foi um processo lento e 
demandou muitas lutas sociais.
Outro ponto importante na conquista dos direitos, em específico no 
caso brasileiro, foi a criação das constituições. Ao longo da sua história, vemos 
que a Declaração dos Direitos Humanos, no Brasil, sempre esteve associada 
com as constituições existentes. Como reflexo da sociedade, as constituições 
representavam as demandas sociais e políticas de cada período.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
19
Uma das principais demandas sociais que se mostravam cada vez mais 
necessárias era o acesso às escolas de educação básica. Assim, em cada nova 
constituição era perceptível a ampliação do assunto e as buscas por garantias da 
educação, revelando avanços em relação aos direitos dos cidadãos.
É oportuno assinalar que a presença ou ausência da educação nas 
Constituições brasileiras evidencia seu menor ou maior grau de 
importância ao longo da história. Nas primeiras constituições (1824 
e 1891) as referências são mínimas, ilustrando sua pequena relevância 
para a sociedade da época. Com o aumento da demanda por acesso 
à escola, a presença de artigos relacionados com o tema cresce 
significativamente nas constituições posteriores (1934, 1937, 1946, 
1967, 1988) (VIEIRA, 2007, p. 306).
Na Constituição de 1988, no artigo 1°, inciso III, o fundamento da dignidade 
da pessoa humana não traz somente segurança aos cidadãos em seus aspectos físicos 
e/ou emocionais, mas também garante que, como cidadão de direitos, ele deve ter 
acesso à educação. Bobbio (2004, p. 7) dirá que é necessário “fazer com que os direitos 
do homem e da sociedade sejam reconhecidos e protegidos”. É nesse contexto que 
conseguimos compreender a importância da educação pública e gratuita. Através 
da educação oportunizamos a possibilidade de os indivíduos agirem em seu meio 
social, colaborando para a vida comum.
Em linhas gerais, podemos observar os principais artigos da Constituição 
Federal de 1988 relacionados à educação e que contribuíram para efetivos avanços 
na garantia desses direitos.
• Art. 206 cap. I, II e III – Igualdade, liberdade e pluralismo de ideias: explícita 
a igualdade entre os homens e o direito desses em serem livres em seus 
pensamentos, ideias e atitudes.
• Art. 206 cap. V – Valorização dos profissionais: salienta a importância dos 
profissionais que atuam na educação e a necessidade de valorizá-lo em relação 
à remuneração, jornada de trabalho e condições de trabalho.
• Art. 206 cap. – VI Gestão democrática e autonomia: reconhece a autonomia 
escolar e a importância da participação de todos os profissionais na gestão e 
funcionamento das unidades educativas.
• Art. 208 cap. I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 
17 (dezessete) anos de idade: estabelece idade mínima para ingresso nas 
instituições de ensino, bem como sua gratuidade. (Veremos mais na seção – Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Básica – LDB).
• Art. 208 cap. III – atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência: reconhece a necessidade dos portadores de deficiência em suas 
especificidades educacionais.
• Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão 
em regime de colaboração seus sistemas de ensino: divide às responsabilidades 
de financiamento e gestão da oferta de ensino. (Veremos mais na seção da Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Básica – LDB).
• Art. 214 Criação de plano nacional de educação de duração decenal, com o 
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração 
e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação: (veremos 
mais no tópico Plano Nacional de Educação — PNE).
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃONA ATUALIDADE
20
FIGURA 12 - IMAGEM DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
FONTE: <https://blog.advbox.com.br/wp-content/uploads/2018/11/stf-constituicao-comentada.jpg>. 
Acesso em: 7 abr. 2020.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em 1990, reforça 
esses princípios com a proteção da criança e os direitos que possui na sociedade. 
Podemos ver no artigo 53 a síntese dos direitos da criança e do adolescente em 
relação a sua formação, cuidados e cidadania, sendo lhe assegurados:
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II- direito de ser respeitado por seus educadores;
III- direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às 
instâncias escolares superiores;
IV- direito de organização e participação em entidades estudantis;
V- acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência 
(BRASIL, 1990, s.p.).
Assim, se a educação faz parte do direito dos cidadãos, é necessário que ela 
seja garantida e de acesso a todos. Porém, ofertar e organizar a educação pública e 
gratuita não é uma tarefa fácil. Além de toda demanda material e de profissionais 
qualificados, é necessário que ela atenda ao mínimo a princípios comuns, que sejam 
capazes de definir e gerir a educação. De forma a atender essa necessidade, ao longo 
dos anos foram criados diversos planos para regular e direcionar os principais 
fundamentos da educação básica. Nos subtópicos a seguir, nós vamos conhecer mais 
sobre uma das mais importantes leis que possuímos atualmente no Brasil em relação 
à educação: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB).
3 A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (LDB)
Se fôssemos realizar um pequeno histórico da educação desde os seus 
primórdios no Brasil, passando pelos jesuítas, aulas régias, chegando até os 
tempos atuais, é possível observar com bastante clareza que o contexto político, 
histórico, econômico e cultural de cada época é determinante para a formulação 
de meios e métodos educacionais. Nesse sentindo, a LBD também se faz fruto do 
seu contexto e recebeu influências desses fatores. Com isso podemos perceber 
que a construção da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB) do país 
foi feita diante de muitas lutas e conflitos.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
21
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB) foi criada em 
1996 (LDB n. 9.394/96) e teve como princípio assegurar e instaurar as diretrizes 
para a educação básica brasileira. Entre seus objetivos centrais encontramos o 
desenvolvimento do educando, a formação comum necessária para o exercício 
da cidadania e o fornecimento de meios para progredir no trabalho e nos estudos 
posteriores (Art. 22 LDB n° 9.394/96). A formação do indivíduo é compreendida 
como contínua, devendo ser pensada em formas de produzir autonomia ao sujeito 
para que este possa prosseguir em seus estudos e exercer sua cidadania na sociedade. 
Outra característica fundamental da LDB foi a instituição do ensino 
fundamental como obrigatório e gratuito. Isso representou um grande avanço 
para a educação, permitindo o acesso de muitos indivíduos à educação. O 
atendimento em creches e pré-escolas também é mencionado no documento 
como devendo ser ofertadas gratuitamente.
Além da obrigatoriedade, a LDB instituiu idade mínima para que as 
crianças ingressassem nas escolas. É determinada a idade de quatro anos completos 
para ingresso na pré-escola e de seis anos completos para o Fundamental, sendo 
responsabilidade dos pais matriculá-las.
 
Fora esses princípios básicos para a formação do educando, se fazia 
necessário estabelecer também uma organização de oferta da escolarização. Se você 
pensar em como nosso país é extremamente grande em território e com um número 
expressivo de habitantes, irá perceber que essa organização era fundamental para 
que a educação básica pudesse ser ofertada. No Artigo 8° temos que “A União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, 
os respectivos sistemas de ensino” (BRASIL, 1996, s.p.). Assim, veremos agora as 
principais estruturas que regem e administram essa oferta.
OFERTA RESPONSABILIDADE
Educação Infantil (creche e pré-escola). Municípios.
Ensino Fundamental 
(composto por 9 anos).
Prioridade dos municípios com 
colaboração do Estado.
Ensino Médio. Prioridade dos estados.
QUADRO 1- EDUCAÇÃO BÁSICA: RESPONSABILIDADES
FONTE: A autora
Vemos que os municípios ficaram incumbidos da tarefa de ofertar os 
anos iniciais de ensino, e os Estados, responsáveis principalmente pelo Ensino 
Médio. Pereira e Teixeira (2008) realizaram um percurso nos três ciclos de ensino 
intitulados pela LDB, focando as principais questões que permearam cada um 
deles, sendo estes, a educação infantil, fundamental e média.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
22
Na educação infantil vimos a alteração da obrigatoriedade já nessa faixa 
de ensino, sendo instituída a idade de quatro anos como entrada obrigatória nesta 
modalidade de ensino. No ensino fundamental se debateu a implementação de 
mais um ano letivo ao ciclo, que anteriormente constituía-se em de oito anos 
e teve sua alteração para nove. Essa mudança causou polêmica e levantou 
opiniões de diversas posições, tanto a favor como contrárias. Essa mudança já foi 
implementada, visto que as escolas teriam até 2010 para se adequarem.
No ensino médio discute-se a integralização do ensino, de maneira que 
se concretize de forma a oferecer um ensino dito normal, de desenvolvimento 
intelectual, mas também o profissional, dando a oportunidade de o aluno adquirir 
um conhecimento técnico-profissionalizante.
 
De forma geral, podemos ver, a seguir, as principais características de 
cada modalidade de ensino:
• Aspectos gerais da educação básica: liberdade as escolas na organização do 
processo de aprendizagem, liberdade de reclassificação dos alunos conforme 
as normas curriculares gerais e adaptabilidade do calendário as peculiaridades 
da escola. Carga horária de 800 horas para o ensino fundamental e médio e 
75% de presença obrigatória.
• Aspectos da educação infantil: ficou destinada para crianças de zero a 3 anos 
de idade, e em pré-escolas a crianças de 4 a 5 anos, sendo esta última obrigatória.
• Aspectos do ensino fundamental: esse ciclo é bastante enfatizado nessa LBD 
e diz que é um direito subjetivo, podendo qualquer um acioná-lo para exigi-
lo, sendo responsabilidade dos pais efetuarem a matrícula de seus filhos. 
Também se tem a modalidade no período noturno para esse ciclo contendo as 
adequações necessárias.
• Os aspectos do ensino médio: com duração de três anos tem a finalidade 
de consolidar, preparar, aprimorar a compreensão dos saberes ao aluno, 
fornecendo os meios para o progresso ao mundo do trabalho.
FIGURA 14 - AS ETAPAS DA EDUCAÇÃO
FONTE: <https://www.selecoes.com.br/colunistas/o-desafio-da-escadaria-contos/>.
 Acesso em: 30 dez. 2019.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
23
Também podemos observar as modalidades previstas para a educação 
escolar na LDB, sendo elas:
a) Educação Especial
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, 
a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na 
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
(BRASIL, 1996, s.p.).
b) Educação de Jovens de Adultos
Art. 4°, VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, 
com características e modalidades adequadas às suas necessidades 
e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as 
condições de acesso e permanência na escola (BRASIL, 1996, s.p.).
c) Educação Tecnológica e Formação profissional
 “Art. 39. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, 
ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de 
aptidões para a vida produtiva” (BRASIL, 1996, s.p.).
d) Educação a distância etecnologias educacionais
 “Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de 
programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, 
e de educação continuada” (BRASIL, 1996, s.p.).
e) Educação Indígena
 “Art. 32, § 3° O ensino fundamental regular será ministrado em língua 
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas 
maternas e processos próprios de aprendizagem” (BRASIL, 1996, s.p.).
Cada uma dessas modalidades demonstra e assegura a educação como um 
campo de diversidade, com pluralidade de conhecimento e ideias. Veremos agora 
como é importante que, além de estarem asseguradas, elas também necessitam 
estar amparadas em metas específicas que prezem pela sua qualidade.
• O Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE) é um plano decenal com metas a serem 
atingidas para melhorar a qualidade da educação. O envio do Projeto de Lei n° 8.035 
ao Congresso Nacional em dezembro de 2010, foi sancionada pela Lei n° 13.005, em 
25 de junho de 2014, que instituiu o PNE, a vigorar no decênio 2014-2023.
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
24
O PNE 2014-2024 é composto por 14 Artigos, 20 Metas e 254 Estratégias 
(BRASIL, 2014). Tais metas e estratégias são baseadas em dez diretrizes 
fundamentais que regem todo o documento, sendo eles:
• 1° Erradicar o analfabetismo.
• 2° Universalizar o atendimento escolar.
• 3° Superar as desigualdades educacionais.
• 4° Melhorar a qualidade de ensino.
• 5° Melhor formação profissional.
• 6° Promover a sustentabilidade socioambiental.
• 7° Ampliar a área tecnológica e científica.
• 8° Ampliar a aplicação de recursos públicos na educação.
• 9° Valorizar os profissionais da educação.
• 10° Propagar a igualdade, respeito à diversidade, ampliar a gestão democrática 
da educação.
Em cada uma das diretrizes vemos que a melhoria da qualidade 
educacional é o principal objetivo do documento. Seja com o foco na educação 
básica, passando pelo ensino tecnológico, científico e até a formação profissional. 
Além da preocupação com a melhora na qualidade, o PNE prevê metas 
importantes sobre investimentos a serem feitos na educação, sendo o principal 
deles encontrados no Artigo 2, VIII: “Estabelecimento de meta de aplicação de 
recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), 
que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade 
e equidade” (BRASIL, 2014, s.p.).
Dentre as metas propostas pelo PNE, algumas se destacam, como a 
efetivação da universalização da Educação Infantil para crianças de 4 a 5 anos, 
e no Ensino Fundamental de 9 anos para toda a população de 6 a 14 anos. A 
alfabetização de todas as crianças “até o final do 3° ano do ensino fundamental” 
(BRASIL, 2014, s.p.).
FIGURA - 15 ACESSO À EDUCAÇÃO
FONTE: <http://tribunadoplanalto.com.br/2018/09/26/educacao-de-qualidade-comeca-pela-
valorizacao-do-servidor/>. Acesso em: 30 dez. 2019.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
25
O plano também se atenta para a educação de comunidades indígenas 
e quilombolas, lembrando que elas devem ser articuladas com os ambientes 
escolares e comunitários, tendo garantido:
O desenvolvimento sustentável e preservação da identidade cultural; 
a participação da comunidade na definição do modelo de organização 
pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas 
socioculturais e as formas particulares de organização do tempo; 
a oferta bilíngue na educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental, em língua materna das comunidades indígenas e em 
língua portuguesa (BRASIL, 2014, s.p.).
Frente aos desafios propostos para a educação brasileira, o PNE 
visa atender requisitos básicos da educação, como direcionar a organização 
das políticas públicas e promover a superação das desigualdades nacionais 
(FURLETTI, 2017). Tal tarefa não se mostra fácil, mas já consolida os primeiros 
passos de um caminho a ser trilhado.
4 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
Atualmente, outro importante documento norteador da educação 
contemporânea é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Sua construção 
se iniciou em 2015 junto ao MEC e demais consultas públicas, sendo aprovada 
em 22 de dezembro de 2017. Ela se constituiu um referencial obrigatório para os 
currículos das redes estaduais, municipais e particulares do país.
 
A BNCC está dividida em três partes, correspondente às três etapas 
da educação básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, 
apresentando campos de aprendizagem específicos para cada modalidade.
FIGURA 16 - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA BNCC
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
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Alguns pontos são importantes para a compreensão da BNCC. O primeiro 
é que ela não é um currículo fechado de ensino, mas sim um referencial de 
aprendizagem. Assim, cada rede tem autonomia para orientar essa aprendizagem 
conforme suas necessidades. O segundo é que ela não está acima de qualquer 
outra normativa legal, como a LDB, por exemplo.
A BNCC também não é uma política de governo ou partido, mas de estado. 
Ou seja, independente das mudanças partidárias, ela continua válida em todo 
território nacional. Outro aspecto importante é que a BNCC se fundamenta na 
criação de competências e habilidades por parte dos educandos. As competências 
são definidas pela BNCC como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e 
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e 
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício 
da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2017, p. 13). Já as habilidades 
“expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos 
nos diferentes contextos escolares” (BRASIL, 2017, p. 29). 
 A BNCC prevê 10 competências gerais, as quais as habilidades devem 
estar articuladas. Sendo elas: 1) conhecimento; 2) pensamento científico, crítico 
e criativo; 3) repertório cultural; 4) comunicação; 5) cultura digital; 6) trabalho e 
projeto de vida; 7) argumentação; 8) autoconhecimento e autocuidado; 9) empatia 
e cooperação; e 10) responsabilidade e cidadania.
Por exemplo, na competência “comunicação”, o aluno deve desenvolver 
a habilidade de expressar-se e partilhar informações. Já na competência de 
“empatia e cooperação”, uma das habilidades propostas é que seja desenvolvida 
a empatia e o diálogo. Ou seja, a perspectiva da BNCC para os currículos escolares 
é que os alunos estejam aptos a desenvolver competências. Esse direcionamento 
se distancia do currículo conteudista, que por muito tempo esteve fundamentado 
como essencial para aprendizagem. As perspectivas de memorização em 
determinados saberes não se fundamentam mais, principalmente em uma geração 
que possui tantas informações disponíveis e de fácil acesso.
Perrenoud (2002, p. 39), fazendo uma reflexão sobre as novas formas de se 
pensar o currículo, nos diz que “Nas orientações curriculares atuais, a ruptura com 
o enciclopedismo e com a memorização de fatos e regras levou as competências. 
Neste caso, considera-se que os saberes são recursos para compreender, julgar, 
antecipar, decidir e agir com discernimento”.
Miranda (1997, p. 41) nos diz que o currículo deve ser “menos discursivo, 
mais operativo, menos particularizado, mais interativo, comunicativo; menos 
intelectivo, mais pragmático; menos setorizado, mais global, não apenas 
fortemente cognitivo, mas também valorativo”. Esses são alguns valores que 
a BNCC procurou incorporar, levando em consideração as novas demandas 
educacionais da educação atual.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
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Dessa forma, diante da necessidade de novas propostas e concepções de 
ensino para a educação atual, vemos que a BNCC vem atuar diretamente nessa 
nova forma de conceber a educação, direcionando a aprendizagem para a formação 
de um currículo que gera alunos cada vez mais autônomose independentes na 
produção do conhecimento.
Aprenda mais sobre a BNCC no vídeo do Movimento pela Base Nacional 
Comum disponível no link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=-wtxWfCI6gk.
DICAS
Vimos até aqui como funcionam os diferentes processos de formulação 
política, os principais direitos adquiridos ao longo dos anos pelos cidadãos e as 
diretrizes e leis essenciais que tais processos acarretaram na educação. Agora 
você irá compreender como todos esses direitos, normativas e diretrizes devem 
ser encaminhadas e estabelecidas no cotidiano escolar.
5 EDUCAÇÃO ESPECIAL E O ENSINO DA HISTÓRIA E 
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA. ENSINO DAS 
RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS
Abramowicz, Rodrigues e Cruz (2011, p. 86), ao realizar uma breve análise 
de todos esses percursos na educação, em específico na garantia dos direitos 
de acesso e permanência, apontam que “pode-se visibilizar um processo que 
poderíamos denominar de ascensão da diversidade”. Eles destacam que os temas 
relativos à diversidade se diferenciam de acordo com as necessidades de cada 
grupo social e as demandas que se impõem em determinados momentos. Uma 
delas é a educação especial.
Em 1994 tivemos a Declaração de Salamanca, um documento elaborado 
em uma conferência mundial que estabeleceu princípios, políticas e práticas na 
área das necessidades educativas especiais. 
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
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A Declaração de Salamanca está disponível no endereço: http://portal.mec.
gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf.
DICAS
Este documento reforça os direitos das crianças com necessidades 
especiais de terem seus direitos garantidos e assistidos.
O princípio que orienta esta Estrutura é o de que escolas deveriam 
acomodar todas as crianças independentemente de suas condições 
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas 
deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e 
que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, 
crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, 
e crianças de outros grupos desavantajados ou marginalizados 
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 3).
Temos aqui uma importante compreensão de como o processo educativo 
deve proceder. Todas as crianças têm o direito de estarem na escola regular e 
terem suas necessidades especiais atendidas. 
Mantoan (2003) diz que é preciso que as escolas estejam abertas a 
reorganizarem seus planos e metas de ensino de modo que todas as crianças 
possam ser acolhidas pela instituição. Um dos caminhos propostos pela autora é 
que os projetos de ensino partam das necessidades encontradas por aquele grupo 
de alunos, e não o contrário, ou seja, estabelecer um projeto indiferente à realidade 
escolar e das crianças que ali estão. Isso não contribui para a formação dos educandos 
e tende a ser um obstáculo na superação das dificuldades de aprendizagem.
Glat et al. (2007) salienta que durante muito tempo a educação especial 
se configurou como um sistema paralelo e segregado de ensino. Assim, olhar a 
educação especial hoje é pensar em uma nova cultura escolar, que atinja todos os 
alunos, sejam eles deficientes ou não.
Outro ponto essencial que toca diretamente a escola e sua diversidade 
é a inclusão de temas de história da África em seus estudos através da Lei n° 
10.639/2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira 
e africana. Olhar para esse grande aparato histórico que deu origem ao Brasil, 
nos ajuda a compreender suas diferenças e singularidades, criando um ambiente 
de respeito e valorização mútua. Essa Lei propõe diretrizes para os currículos 
escolares, para que sejam incluídos temas que abordem a história e cultura afro-
brasileira, promovendo a valorização das culturas africanas e quilombolas.
TÓPICO 2 | DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO
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FIGURA 17 – A DIVERSIDADE BRASILEIRA
FONTE: <http://desacato.info/a-lei-torna-obrigatorio-o-ensino-da-historia-africana-afro-
brasileira-e-indigena/>. Acesso em: 31 dez. 2019.
A escola é o local onde todas essas diferenças se encontram. O profissional 
deve compreender que sua atuação engloba saber lidar com as aspirações e 
necessidades de todos que ali adentram. Para Gusmão (2000) a grande dificuldade 
hoje no ambiente escolar é reconhecer a cultura de um grupo ou indivíduo, 
pois somente assim as diferenças ganham sentido e expressões reais. Quando 
compreendemos o lugar do qual o outro fala, vê e sente, conseguimos entender 
seus desejos, angústias e anseios. Somente com essa perspectiva é que podemos 
quebrar os padrões sociais que estão o tempo todo estabelecendo estereótipos de 
como devemos ser ou agir.
 
Assim, para compreender a diversidade existente em nosso país é preciso 
estar atento às diferentes necessidades de cada grupo social, dando visibilidade 
e garantindo os direitos conquistados ao longo dos anos. Porém, veremos 
que a diversidade não se estabeleceu somente no aparato histórico e jurídico, 
mas também nas formas de ensino. No próximo tópico veremos as principais 
mudanças que a educação contemporânea trouxe para a sala de aula em termo de 
metodologias e planos de ensino. 
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que: 
• Os principais aspectos dos Direitos Humanos e Diversidade na Educação. 
Adentramos nos direitos constitucionais que as crianças possuem, como o Estatuto 
da criança e do Adolescente (ECA) e as principais leis e planos pensados para que 
elas tenham o direito a educação e a qualidade de ensino garantidos. 
• Segundo Bobbio (2004), para que um direito seja de fato garantido, ele necessita 
passar por quatro processos: 
◦ a positivação do direito; 
◦ a generalização do direito; 
◦ a internacionalização do direito e 
◦ a especificação do direito. 
• As etapas do caminho que levam à consolidação e reconhecimento de todos 
sobre determinado direito estão expostas de acordo com Bobbio (2004). Isso 
nos leva a pensar nos principais direitos conquistados na Constituição de 
1988 que garantiu, entre outros, a liberdade de ideias, gestão democrática 
nas instituições de ensino, valorização dos profissionais da educação, acesso 
gratuito e obrigatório a educação.
• Diante de ampliação de direitos e abertura da escola para todos, é natural que 
a diversidade se estabeleça e com ela devem emergir propostas que acolham 
a todos em suas singularidades. Frente a isso, surgem novas propostas, como 
o atendimento educacional especializado para crianças com necessidades 
especiais. Uma nova mentalidade escolar é inserida, de que todos têm direito a 
educação e que a escola deve estar preparada para receber a todas as crianças.
• Nesse contexto de diversidade, era necessário que a escola colaborasse na 
formação de indivíduos, visando ao respeito e valorização das diferentes 
culturas. Para tanto foi instaurada a Lei n° 10.639/03, que versa sobre o ensino da 
história e cultura afro-brasileira e africana. Essa lei ressalta a importância de as 
crianças compreenderem as origens do nosso país e sua grande diversidade.
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1 Considerando as transformações sociais que ocorreram em prol dos direitos 
dos cidadãos nas últimas décadas, e, em especial, do direito à educação, 
assinale a alternativa que contém a Lei que garante o acesso obrigatório às 
crianças aos quatro anos de idade em unidades escolares:
a) ( ) A Lei n° 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-
brasileira e africana.
b) ( ) A Declaração de Salamanca de 1994.
c) ( ) O Estatuto da criança e do Adolescente (ECA).
d) ( ) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB).
e) ( ) O Plano Nacional de Educação.
2 Com a nova configuração social que inclui a diversidade e a diferença na 
escola, novas políticas e propostas foram iniciadas para que as crianças com 
necessidades especiais pudessem ter acesso à escola. A LDB garante essa 
modalidade de ensino e a compreende como:
 
a) ( ) Educação voltada para as necessidades da criança,e que ocorre em 
escola especializada para crianças que possuam as mesmas deficiências.
b) ( ) Modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede 
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
c) ( ) Uma modalidade de ensino facultativa, cabendo aos pais decidir aderi-
la ou não.
d) ( ) Uma nova modalidade de ensino, em que a responsabilidade por 
acolher e orientar as crianças com necessidades especiais é somente do 
professor e dos colegas de turma.
e) ( ) Uma modalidade de ensino com ênfase no reforço escolar e aceleração 
do desenvolvimento do educando.
3 Considerando a diversidade brasileira e as origens de diferentes culturas 
que formaram nosso país, se estabeleceu a Lei n° 10.639/03, que versa sobre 
o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. Um dos principais 
intuitos dessa lei é:
a) ( ) Aprender sobre o processo de colonização e os principais conteúdos 
importantes de história e geografia.
b) ( ) Analisar as diferentes raças em nosso país e determinar a superioridade 
de uma em relação à outra.
c) ( ) Ensinar os principais rituais de cada religião.
d) ( ) Valorizar as culturas africanas e quilombolas, estabelecendo-as como 
parte essencial da nossa história.
e) ( ) Ensinar às crianças que a diferença é algo ruim e deve ser evitado.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3
A EDUCAÇÃO 4.0
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta breve introdução sobre os tópicos mais gerais da educação 
contemporânea, observam-se as principais formulações políticas, as configurações 
dos direitos humanos na educação e as leis e diretrizes que fizeram a educação 
avançar em termos de qualidade e acesso. 
Agora, neste tópico será estudado outro tema muito importante para a 
educação atual: a tecnologia e a escola. Serão analisadas as principais mudanças 
que ocorrem nos indivíduos e como a educação deve acompanhar todo esse 
processo de transformação.
2 O HOMEM DO SÉCULO XXI
Uma das grandes transformações que impactaram as últimas gerações 
e a nossa sociedade como um todo, foi, em certa medida, o advento do uso 
da tecnologia. Tarefas que antes necessitavam de dias para serem realizadas e 
trabalhos que exigiam muito esforço foram facilitados em alguns aspectos. É 
possível viajar para lugares distantes em um curto espaço de tempo, comunicar-
se com pessoas de todos os países, acompanhar as últimas notícias do mundo 
inteiro em tempo real.
Com tantas mudanças no mundo e na sociedade é natural que o homem 
também se transforme. A grande quantidade e rapidez de informações, de todos 
os gêneros e tipos, fez com que a forma como se aprende e interpreta o mundo 
se modificasse. Pensamos e agimos de maneira diferente de nossos pais e avós. 
Nossas prioridades são diferentes e nosso tempo mais escasso.
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UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO NA ATUALIDADE
FIGURA 18 – OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS
FONTE: <http://www.portalopiniaopublica.com.br/arquivos/
colunistas/182/0cbc51021e4b6ad19689340f9fbd12bc.jpg>. Acesso em: 1 jan. 2020.
Cortella (2011) nos diz que uma das características inerentes do homem é a 
sua não adaptação. Para o autor isso acontece porque vivemos em um mundo que 
está sempre em constantes transformações e mudanças, sejam elas em pequena 
ou grande escala. Dessa maneira, há a necessidade de frequente transformação, 
pois se os seres não se adaptassem e não se modificassem junto com o mundo, 
certamente morreriam. O autor entende o homem como um produto cultural 
do seu meio, pois é através da sua “não adaptação” que ele abre espaço para a 
criação da sua cultura, que é o transformar consciente do meio em que vive.
Diante de todo esse contexto, é natural que a educação também sofra 
modificações. Precisamos compreender que, como fenômeno social, a educação 
deve acompanhar os processos de mudanças e estar apta a formar o novo 
indivíduo que emerge. 
As metodologias de ensino que obtiveram sucesso na década de 1980 ou 
1990 poderão não ter mais os mesmos resultados no período atual. Isso porque 
a sociedade modificada tem novas aspirações para seus membros. Pensar na 
mudança do sujeito do novo século é entender que as tecnologias participantes 
do seu cotidiano podem colaborar em seu processo de aprendizagem. 
A seguir será estudado como o conceito de Educação 4.0 surgiu nesse 
novo contexto e nos apresenta alguns caminhos de trabalho.
3 O CONCEITO DE EDUCAÇÃO 4.0
Para Führ (2018) os ambientes educacionais do novo século devem 
contemplar ambientes que estimulem a autonomia, a criatividade, a solidariedade, 
a colaboração e a investigação em forma de pesquisa. Cada uma dessas qualidades 
é essencial em uma sociedade que muda rapidamente e está sempre em busca de 
novos conhecimentos. Em um trabalho sobre Educação 4.0, Führ (2018) realizou 
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO 4.0
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um breve histórico do processo de evolução da educação desde o princípio da 
escolarização, alcançando uma síntese interessante e bem explicativa. Ela dividiu 
as categorias de educação em Educação 1.0, Educação 2.0, Educação 3.0 e Educação 
4.0, descrevendo o foco da educação em cada nova perspectiva de ensino.
Educação 1.0 – nessa fase, o educador era a figura mais importante na 
organização e no trabalho de formação do estudante. Os estudantes, 
numa atitude de admiração e submissão, recebiam os ensinamentos 
dos mestres, pois eles eram os detentores do saber. As primeiras escolas 
eram chamadas de Escolas Paroquiais e limitavam-se à formação de 
eclesiásticos. As aulas aconteciam nas igrejas e o ensino era limitado 
à leitura de texto sagrados. O ensino era baseado estritamente na 
educação cristã. Durante séculos, essa educação prevaleceu e atendeu 
às expectativas da sociedade da época, que não queria que as pessoas 
refletissem, pensassem e tirassem suas conclusões. Portanto, na 
educação 1.0, o currículo consistia apenas em aprender ler, escrever, 
conhecer a bíblia, canto e um pouco de aritmética, com o tempo incluiu 
o latim, gramática, retórica e dialética. 
Educação 2.0 – A "nova" escola 2.0 preparou as pessoas para trabalhar 
nas fábricas. Essa educação 2.0, com forte influência da Revolução 
Industrial, apresenta as mesmas características observadas na produção 
industrial – tarefas repetitivas, mecânicas e trabalho individual. A sala 
de aula era vista como homogenia e uma metodologia de ensino e 
aprendizagem que se caracterizava pela: padronização, concentração, 
centralização e sincronização. A educação passou a ter como objetivo 
o treinamento, alicerçado na aprendizagem informativa, à qual a 
memorização ficava evidenciada. O conhecimento transmitido tinha, 
mais uma vez, a função de adequar o educando à sociedade e ao 
mercado de trabalho. 
Educação 3.0 – Consiste uma nova concepção do que ensinar, como 
ensinar, com o que ensinar e o que desenvolver para entregar como 
resultado, ao final do processo educativo, uma pessoa apta a trabalhar 
nesse novo cenário social. Na educação 3.0, o professor precisa saber 
usar as novas tecnologias como potencial pedagógico. Essa educação alia 
as novas tecnologias com a aprendizagem, sendo assim estimula cada 
vez mais os estudantes a desenvolverem a autonomia, a criatividade, a 
flexibilidade, a participação e a pesquisa a partir de projetos. 
Educação 4.0 – com o advento da Quarta Revolução Industrial e da era 
digital, a educação apresenta um novo paradigma em que a informação 
se encontra na rede das redes, nas aldeias globais e encontra-se acessível 
a todos de forma horizontal e circular, sem limite de tempo e espaço 
geográfico. O educador, nesta chuva de sinapses de informações 
acessíveis pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), 
torna-se o orquestrador, o curador das múltiplas informações junto ao 
educando e procura organizar e sintetizar a informação, transformando-a 
em conhecimento e o conhecimento em sabedoria. O educando nesse 
ambiente ciberarquitetônico torna-se o ator, o autor do conhecimento

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