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UNIP Universidade Paulista Daniele Ferreira de Lima (RA: C68239-0) Patrícia Salomão do Carmo (RA: C63743-2) Raquel Soldá Salvioni (RA: B6991I-0) Rejane Soares dos Santos (RA: B7700A-4) Suzana C. Magalhães da Silva (RA: C68FAG-7) Projeto Integrado Multidisciplinar PIM II Mapeamento do Agronegócio. Região do Sudeste. Orientador: Profa. Dra. Angela Maria Pizzo. São Paulo 2015 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 MAPEAMENTO DO SETOR DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO ........................... 6 2.1 DEFINIÇÃO / CONCEITO ............................................................................................ 6 2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SETOR .................................................................. 7 2.3 PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA .................................................................................... 9 2.3.1 A importância do agronegócio no Brasil ............................................................. 9 2.3.2 Empregos gerados ............................................................................................. 9 2.3.3 Produto Interno Bruto ....................................................................................... 10 2.3.4 Balança comercial ............................................................................................ 10 2.3.5 Indicadores de Confiança ................................................................................. 10 2.3.6 Panorama Geral ............................................................................................... 11 2.3.7 O papel estratégico do agronegócio em 2015 .................................................. 12 2.4 DESEMPENHO DO SETOR NOS ÚLTIMOS ANOS ........................................................... 13 2.5 DIFICULDADES DO SETOR NOS ÚLTIMOS ANOS ........................................................... 16 2.5.1 Cenários climático no Sudeste pode influenciar a agroindústria. ..................... 16 2.5.2 Variações de taxas cambiais afetam os preços dos produtos de insumos podendo atrapalhar a safra de 2015/2016. ............................................................... 17 2.5.3 Exigências rigorosas para concessão de crédito, juros altos podem ameaçar o setor. ......................................................................................................................... 18 3 2.5.4 Infraestrutura e logística ................................................................................... 20 2.6 EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS PARA O SETOR NOS PRÓXIMOS ANOS. ....................... 21 3 EMPREGABILIDADE NO SETOR DO AGRONEGÓCIO ....................................... 26 3.1 QUANTIDADES DE PESSOAS QUE O SETOR EMPREGA. ................................................ 26 3.2 PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS TRABALHADORES DO SETOR/SALÁRIOS .................................................................................................................................. 29 3.3. SINDICATOS ATUANTES NO SETOR .......................................................................... 32 3.3.1 Ações e conquistas 2014 instituto CNA AÇÕES E CONQUISTAS 2014 instituto CNA - MEIO AMBIENTE. .......................................................................................... 32 3.4 FORMAS DE CONTRATAÇÃO EXISTENTES NO SETOR ................................ 37 3.5 DESEMPENHO EM RELAÇÃO À EMPREGABILIDADE. ..................................................... 41 3.6 DIFICULDADES DO SETOR EM RELAÇÃO À EMPREGABILIDADE DIANTE DO CENÁRIO ATUAL. .................................................................................................................................. 45 3.7 EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS PARA A EMPREGABILIDADE DO SETOR ....................... 46 3.8 DESAFIOS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS DIANTE DO CENÁRIO ATUAL. ........................................................................................................................ 47 3.8.1 O papel estratégico do agronegócio em 2016 .................................................. 48 4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 4 1 INTRODUÇÃO O Presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo do setor do agronegócio com foco na empregabilidade na região sudeste. Foram levantadas as principais atividades do setor e nesse sentido, apresentamos tanto uma análise histórica e setorial do agronegócio. Outros pontos levantados; Agronegócio Sustentável e os desafios dos profissionais da área de recursos humanos. Poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no comércio internacional do agronegócio quanto o Brasil, em dez anos dobrou o faturamento com as vendas externas e teve um considerável crescimento, superior a 100%. Projeções indicam que em pouco tempo o Brasil se torno o principal polo mundial de produção de algodão e biocombustível. Outra preocupação e com a sustentabilidade, contribuir e preservar para poder colher de forma responsável e eficiente. Tanto o produtor rural como seus fornecedores tem a preocupação de aumentar a produtividade das áreas em que atuam e ao mesmo tempo trabalhar de forma que o solo possa continuar produzindo ao longo dos séculos. Essa vem sendo a prática de sustentabilidade do agronegócio, protegendo a biodiversidade da região em que se atua. Gestão de Recursos Humanos no Agronegócio destaca que se não houver investimentos no capital humano, torna-se difícil garantir a sustentabilidade econômica, social e ambiental e consequentemente, a competitividade do segmento de produção nos mercados internos e externos. A capacitação gerencial e a de operadores constitui uma questão fundamental para a reestruturação da pecuária, o conhecimento dos processos que envolvem a administração de uma propriedade rural e de como produzir eficácia de forma sustentável e competitiva. 5 O conhecimento possibilita agregar valor à produção, melhorando assim a gestão dos processos e o bem-estar da equipe, permitindo acesso à matéria prima de qualidade com preços competitivos para os programas de capacitação o desafio é apresentar soluções baseadas na realidade das propriedades rurais e no seu contexto sócio econômico. O objetivo principal está em discutir amplamente alguns aspectos da gestão de fazendas, assim como da seleção, motivação e capacitação de recursos humanos. 6 2 MAPEAMENTO DO SETOR DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 2.1 Definição / Conceito O agronegócio é o conjunto das atividades econômicas ligadas à agropecuária, passando pela produção, industrialização e comercialização dos produtos, representa um grande campo de trabalho no país. Santos e Marion (1993, p. 21) definem o Agronegócio como: “Arte de cultivar a terra. Arte essa decorrente da ação do homem sobre o processo produtivo a procura da satisfação de suas necessidades básicas” O agronegócio responde por grande parcela das exportações brasileiras, mas o setor apresenta vários desafios. Um deles é garantir a certificação dos produtos agropecuários segundo as normas nacionais e internacionais de saúde e sustentabilidade. O profissional trabalha para tornar as criações e as culturas um negócio econômico e socialmente sustentáveis e ecologicamente correto. Cabe a ele, por exemplo, avaliar e gerenciar a viabilidade econômica de alimentar os rebanhos com os recursos regionais, como cactos no Nordesteou resíduos agrícolas da produção de cana no Sudeste. Ou, na agricultura, o aprimoramento de sementes. Há também ótimas oportunidades nas áreas de processamento, beneficiamento, comercialização e assistência técnica. Os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram o maior número de vagas, mas as novas fronteiras agrícolas (como os estados do Pará, Piauí e Bahia) também são atraentes. O Brasil é líder em produção e produtividade em diversos produtos agropecuários. Segmentos como soja, milho, açúcar, etanol e carnes são os primeiros nos rankings de produção e exportação mundiais. Os recursos naturais do Brasil, as demandas pela sua produção e empresas consolidadas são os fatores que fortalecem a posição de país com potencial de alimentar o mundo. O Sudeste Metropolitano, área compreendida pelo eixo São Paulo-Rio de Janeiro, desde a Grande São Paulo até a Grande Rio de Janeiro, é o principal centro econômico do país, possuindo um parque industrial diversificado, abrangendo 7 praticamente todos os setores industriais que ocorrem no país. A região de Belo Horizonte também concentra um enorme polo industrial, apoiado nas importantes reservas minerais presentes no Quadrilátero Ferrífero. A agropecuária acompanha esse desenvolvimento, ocorrendo diversos cinturões verdes (hortifrutigranjeiros), e o agronegócio como cana, soja, café, rebanho bovino e laranja. Atualmente, existe uma queda relativa na participação do Sudeste na economia brasileira, principalmente na agricultura e na indústria. O setor secundário da região tem sofrido um processo conhecido como desconcentração industrial, quando as unidades de produção migram para outras regiões ou países. Por outro lado, o setor terciário, que envolve o comércio, finanças e todos os tipos de serviços, tem ganhado maior importância. 2.2 Atividades desenvolvidas pelo setor A organização compreende a combinação das atividades desenvolvidas em função dos fatores de produção disponíveis, ou seja, todas as culturas e criações devem ser exploradas de modo a aproveitar da melhor maneira possível todos os fatores de produção envolvidos. Segundo Zuin e Queiroz (2007, p. 176-182) o produtor rural pode agregar valor aos seus produtos seguindo alguns passos, quais seja utilização de normas de padronização: consiste em classificar qualitativamente (forma, coloração, grau de maturação, danos mecânicos) e quantitativamente (tamanho e peso) os produtos vegetais in natura, separando-os em categorias distintas. Tal classificação confere um aspecto mais homogêneo aos produtos, torna o processo de comercialização mais rápido e eficiente, além de permitir a caracterização do produto sem sua presença física, com confiabilidade, transparência e possibilidade de arbitragem. Embalagens de transporte e comercialização: as embalagens de transporte consistem naquelas embalagens utilizadas para acondicionar, transportar e, muitas vezes, armazenar o produto desde a colheita até o atacado ou varejo. Essas embalagens desempenham um importante papel. Quando inadequadas ou usadas indevidamente podem causar muitos danos aos produtos, que representam perdas e prejuízos. Quando adequadas 8 são importante ferramenta de agregação de valor, pois mantêm as boas características dos produtos, o que permite que eles sejam classificados e acondicionados em outras embalagens, as de comercialização. Tais embalagens visam chamar a atenção do consumidor e é uma importante ferramenta de marketing. Industrialização da produção: consiste em mais uma forma de agregação de valor que apresenta vários benefícios ao produtor, tais como: eliminação de intermediários, menor instabilidade de preços, possibilidade de planejar a produção, atuação em novos mercados e maior contato com ferramentas gerenciais. A industrialização pode ser feita através do semi processamento ou do processamento. O primeiro corresponde a produtos industrializados sem alterações técnicas significativas, um exemplo são os vegetais minimamente processados, oferecidos de forma prática e pronta para o consumo. O segundo corresponde aos produtos que tiveram alterações físicas significativas, como por exemplo, o processamento de frutas visando obter polpas congeladas. Construção da marca: a marca é o grande elemento diferenciador para produtos e serviços. Oferece várias vantagens, tanto para fabricantes, atacadistas, varejistas quanto clientes: maior facilidade em processar pedidos, proteção legal de características exclusivas do produto ou serviço, certa proteção contra a concorrência, segmentação de mercado, fortalecimento da imagem da empresa, facilidade de comercialização de produtos, VII SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – 2010. “Em alguns segmentos da produção primária, como a agricultura e a bovinocultura, as parcerias rurais já são utilizadas em níveis razoáveis, mas não na proporção que os resultados disponíveis permitiriam, nem sempre de forma adequada aos objetivos propostos”. (CREPALDI, 1998, p. 27) Segundo Crepaldi (1998, p. 27) poucos já se propuseram a analisar a deficiente produção rural brasileira e a riqueza patrimonial representada pelas terras e máquinas agrícolas, sendo que boa parte delas está em estado improdutivo, depreciando-se e degradando-se. O principal fator apresentado para que o desenvolvimento da produção agropecuária não se desenrole no país é a falta de recursos financeiros subsidiados. Há outros fatores que também contribuem, por exemplo, a adoção de parcerias rurais como instrumento de desenvolvimento da atividade agropecuária não tem sido o recurso prático utilizado 9 por proprietários e produtores rurais que tem seus bens inativos, embora tais recursos estejam ao seu alcance. . Na agricultura e na pecuária, as parcerias modernas, com características empresariais, já acontecem, mas ainda de forma incipiente. Esses setores pelo imenso volume patrimonial envolvido e grande contingente profissional empregado poderiam elevar consideravelmente sua produção e produtividade apenas pelas parcerias que ajustam adequadamente os bens subsidiados. O uso racional desse valioso complexo de bens, ainda insuficientemente trabalhado, permitiria que as necessidades alimentares a população brasileira fossem supridas, planejando a utilização racional dessas áreas, dispensando a abertura de novas glebas de maneira aleatória e evitando, assim, prejuízos para o meio ambiente. (CREPALDI, 1998, p. 28). 2.3 Participação na economia 2.3.1 A importância do agronegócio no Brasil Uma gigantesca fatia de nosso produto interno: O agronegócio. Responsável por uma parte significativa de nossas exportações, por uma grande movimentação na economia e pela geração de muitos empregos, a agropecuária representa uma marcante faceta de nossa economia do agronegócio para a economia nacional. 2.3.2 Empregos gerados Pode parecer impressionante, mas aproximadamente 37% dos postos de trabalho no Brasil estão relacionados ao agronegócio. Isso significa que um a cada três brasileiros que trabalham como empregados estão envolvidos no agronegócio. Em um país com extensão territorial do Brasil, entretanto, isso não chega a causar tanto surpresa, principalmente quando consideramos a parcela da população urbana envolvida na distribuição de produtos agropecuários. Basta ir a qualquer supermercado de grande ou pequeno porte, para termos uma ideia da extensão dessa imensa cadeia produtiva que traz alimentos à mesa de milhões de brasileiros. 10 2.3.3 Produto Interno Bruto O PIB do agronegócio representa cerca de 25% do PIB total do país, ultrapassando um trilhão de reais. Para a sétima economia do mundo, esse percentual é impressionante, e faz com que o agronegócio seja de fato de um item de grande destaque na lista dos componentes do produto interno bruto nacional. 2.3.4 Balança comercial Em umaépoca marcada por uma economia em recessão, o agronegócio responde por mais de 40% do saldo positivo da balança comercial brasileira. O agronegócio acumula constantes superávits, enquanto os demais setores da economia são deficitários. Apenas no mês de janeiro de 2015, o agronegócio gerou um superávit de mais de US$ 4 bilhões. 2.3.5 Indicadores de Confiança A importância do agronegócio é tamanha que o Brasil conta hoje com indicadores de confiança para o setor, que representam a segurança do produtor em investir, frente a suas perspectivas no cenário econômico. Um exemplo de índice é o ICP Rural – Índice de confiança dos Produtores Rurais Brasileiros, levantado pelo programa de Pesquisa em Agronegócio da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP (AgroFEA). Esse índice, em um reflexo do crescimento da importância do setor, subiu 4% de 89,8 pontos para 93, no período entre outubro de 2013 e janeiro de 2014. O pessimismo na economia após os recentes problemas no setor enérgico vem derrubando esse índice, mas ainda assim ele teve leve alta no período entre outubro de 2014 e janeiro de 2015, variando de 60,2 pontos para 64,8 uma alta de mais de 4%. 11 Em uma economia que atravessa um período de dificuldade, o agronegócio representa ainda uma segurança para a economia brasileira, respondendo por uma grande participação nos empregos, no PIB e na Balança Comercial. O agronegócio possui fundamental importância na economia brasileira, devido à participação no PIB e na balança comercial, bem como pelos empregos gerados. 2.3.6 Panorama Geral Segundo pesquisadores do Cepea e opiniões de líderes do agronegócio o ano de 2014 não foi nada bom para a economia brasileira. Seu crescimento será muito baixo (menos de 0,3%), apesar de uma política física muito expansionista (saldo primário negativo até outubro) e a inflação muito alta (ao redor do teto de 6,5%), mesmo diante de taxas de juros muito elevadas. O desemprego, que vinha se mantendo em níveis bastante baixos (4,7%), começa a dar sinais de reversão tanto na indústria como nos serviços. As contas externas apresentam déficits preocupantes. Para médio prazo, o foco da política econômica tem de se voltar para o lado da oferta da economia: Produtividade (educação, ciência e tecnologia), infraestrutura e eficiência (do setor público e privado, especialmente a indústria). A principal razão para o crescimento, Tem sido observado, é fraco o avanço da produtividade do conjunto da economia, que permaneceu estagnada nesse período. A taxa de investimento segue baixa (17,4% do PIB) por ser a poupança interna menor ainda (14% do PIB), tornando os investimentos externos imprescindíveis. Estes são atraídos pela confiança inspirada pela economia e pelas perspectivas de lucro, coisa que o Brasil perdeu nos últimos anos. A economia brasileira conta, felizmente, com setores com forte potencial de crescimento, que souberam investir produtivamente aio longo das últimas décadas. São setores que se distinguem dos demais pela eficiência e competividade: agronegócio (agropecuária e agroindústria), indústria extrativa (minério e petróleo) e outros segmentos industriais específicos. Será com esses setores que o País terá de 12 contar para preencher a lacuna temporal até que os rearranjos estruturais necessários sejam levados a cabo e surtam os efeitos desejados em termo de crescimento econômico. 2.3.7 O papel estratégico do agronegócio em 2015 Projeta-se que o setor (indo de insumos à distribuição de seus produtos) cresça perto de 2,6%, com a agropecuária (segmento primário) especialmente expandindo- se 5,8% taxas que contrastam fortemente como o valor próximo de zero estimado para a economia como um todo. O agronegócio é um setor estratégico para a economia brasileira e, especialmente em 2015, pode ser o grande condicionante do seu desempenho. Representando 23% do PIB brasileiro, ele pode ser o único setor com crescimento mais expressivo diante da indústria claudicante e dos serviços em processo de exaustão. Para o crescimento dos demais setores, bastante dependente de importações, portanto, das divisas que o agronegócio gerar. Além disso, o desempenho do agronegócio é um dos principais fatores determinantes da inflação, posto que alimentos e bebidas representem 23% do IPCA. Como esse peso no custo de vida chega a 28% para os estratos mais pobres e a 8,5 redução da pobreza. A própria eficácia das políticas de transferência de renda (como o Bolsa Família) e de valorização do salário mínimo depende do custo de vida manter- se relativamente estável para os mais ricos, um bom desempenho do agronegócio (maior produção a preços estáveis ou menores graças a aumentos de produtividade) pode contribuir significativamente para garantir relativa continuidade da melhoria a distribuição de renda e da 13 2.4 Desempenho do setor nos últimos anos As atividades agropecuárias desempenharam historicamente importante papel no desenvolvimento do Sudeste. Região de colonização antiga, junto com o Nordeste, a importância das atividades agrícolas para o desenvolvimento da economia regional começou a crescer a partir do século XIX com a expansão das lavouras cafeeiras por toda a região. Aproximadamente 19% da área dos estabelecimentos agropecuários na região são ocupadas por agricultores familiares. Esse índice, indicador da concentração agrária, varia de 15% para o estado de São Paulo até 34% para o Espirito Santo. 14 Os principais produtos agropecuários da região considerando o VP são, em ordem decrescente, cana-de-açúcar, café arábica, leite de vaca e laranja. A produção de cana-de-açúcar e laranja localiza-se no estado de São Paulo, a de café arábica está concentrada principalmente em Minas Gerais e a de leite de vaca está espalhada por toda a região. Tendo em vista que a agricultura familiar possui grande participação em termos de número de estabelecimentos e pessoal ocupado nos estabelecimentos com relação à sua participação no VP está ainda é baixa, em torno de 24,3% para a média dos estados da região. Enquanto essa participação é de aproximadamente 15,8% para São Paulo ela é de praticamente 50% para o Rio de Janeiro. Com relação aos produtos responsáveis pela maior parte do VP da agropecuária regional, incluem-se o café arábica em primeiro lugar e o leite de vaca em segundo. De acordo com Pires (2013), a agricultura familiar da região Sudeste é responsável por 16% do total dos estabelecimentos agropecuários familiares do Brasil, 15% da área desses estabelecimentos e 20% do valor bruto da produção (VBP) da agricultura familiar brasileira. Quanto à utilização de terra nas propriedades, constata-se uma destinação de área considerável para lavouras permanentes nos estados de São Paulo, Minas 15 Gerais e Espírito Santo. Isso ocorre por causa da difusão de lavouras de laranja e café por esses estados. Especificamente no Espírito Santo, a área destinada para lavouras permanentes é quase quatro vezes superior à área destinada para lavouras temporárias. Com relação às pastagens, ocorre um ligeiro predomínio daquelas plantadas em boas condições comparativamente aos naturais. Com relação à utilização de terras destinadas à área de preservação permanente (APP) ou reserva legal, nesse caso, verifica-se uma diferença nos estados da região em termos do percentual da área destinada à APP ou reserva legal com relação à área total dos estabelecimentos agropecuários em cada estado. Enquanto esse percentual para o Brasil é de 15,2%, na região Sudeste ele é igual a 10,92%, com variação de 7,9% no caso de São Paulo até 12,6% no caso de Minas Gerais. Esses percentuais são, em comparação com as demais regiões brasileiras (Castro 2012a, 2013a, 2013b), baixos e indicam o passivo ambiental das fazendas da região. Considerandoque apenas a área de reserva legal numa fazenda deve ser por lei, de no mínimo 20% da área total da propriedade, esse percentual indica claramente o descumprimento em toda a região (na média) do mínimo legal. 16 2.5 Dificuldades do setor nos últimos anos O agronegócio é considerado um dos setores mais importante para a economia brasileira. O setor já gerou um superávit maior que o superávit do país, com ênfase no período de 2001 a 2012, quando o agronegócio gerou um superávit de quase US$ 600 bilhões, enquanto que os demais setores da economia geraram um déficit superior a US$ 200 bilhões, porém em uma época marcada por um cenário econômico instável este setor pode recuar em números importantes para a economia do país. A seguir veremos alguns dados que apontam as dificuldades que o setor vem enfrentando nos últimos tempos, como a crise hídrica no Sudeste, recursos financeiros inadequados, logística e infraestrutura. 2.5.1 Cenário climático no Sudeste pode influenciar a agroindústria. O Sudeste passa pela pior crise hídrica relatada nos últimos 85 anos. Segundo o meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada, Somar Meteorologia, o clima atual reflete uma condição oceânica de esfriamento do Pacífico, que se opõe às décadas de 1980, 1990 e 2000, quando a temperatura era mais quente. A mesma fase vivenciada nos anos 40 aconteceria agora, com menos chuva, em intervalos de 30 anos, que se classifica como interdecadal. O ciclo que traz um comportamento climático de padrão mais seco, isso significa que, por exemplo, antes se cultivava milho em ciclos de 130 a 140 dias e hoje esses cultivos são feitos entre 100 e 105 dias para que sejam mais efetivos na época de chuvas. (informação verbal)1 1. Noticia fornecida pelo meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada, Somar Meteorologia, Paulo Ethichury, na 3ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural, em São José dos Pinhais / PR, em 16 de maio de 2015. 17 Para a agroindústria isso resultou no atraso do cultivo da soja e perspectivas de queda da produtividade em outras matérias-primas. O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mauricio Antônio Lopes visualiza a crise hídrica como uma oportunidade de o setor incorporar novas tecnologias e a fomentar a produção de transgênicos no país, mas com a introdução dos produtos transgênicos em maiores quantidades poder trazer desvantagens aos agricultores a saúde e ao meio ambiente Riscos para a agricultura: Para os agricultores que cultivam plantações orgânicas ou convencionais ao inserir em massa as sementes transgênicas no mercado implicaria em prejuízo, visto que perderiam o direito de vender suas safras como orgânicas e convencionais, que são mais valorizadas no mercado, e arcariam como as despesas do pagamento dos royalties (taxas tecnológicas ou indenizações à detentora da patenteada sobre os recursos utilizados). Riscos para a saúde: Os cientistas apontam uma seria de riscos que os transgênicos oferecem a saúde, entre eles estão: Aumento das alergias; Aumento de resistência aos antibióticos; Maior ingestão da quantidade de resíduos de agrotóxicos. Risco para o meio ambiente: Para o meio ambiente a introdução dos transgênicos na natureza expõe a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento em excesso no uso de agrotóxicos o que põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. 2.5.2 Variações de taxas cambiais afetam os preços dos produtos de insumos podendo atrapalhar a safra de 2015/2016. As vendas de fertilizantes no país no período de janeiro a junho desse ano registraram queda de 7,7% em comparação ao mesmo período em 2014 de acordo com a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). Esses dados apontam 18 um possível atraso na compra desse produto devido à oscilação do dólar. A dependência do mercado externo para atender a demanda interna, faz com que o produtor aguarde o momento oportuno para comprar, mas ele precisa analisar, também, a data do plantio não podendo postergar a partir de determinada data - diz o secretário da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Reinaldo Cantarutii. Especialistas temem que com o alto preços dos produtos, alguns agricultores optem por reduzir a área de plantio ou até mesmo a quantidade de insumos. O engenheiro agrônomo Daniel Lopez trabalha com inteligência de mercado de fertilizantes e constatou que os atrasos na compra do insumo este ano têm sido registrados mais nos estados do Sul e em São Paulo, onde a crise no setor sucroalcooleiro impacta diretamente na diminuição da demanda. O setor sucroalcooleiro já estava com baixa perspectiva por conta do clima e do baixo preço interno do petróleo, tendo previsto em 2014 a perda de até nove usinas segundo o balanço divulgado pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). O atraso na safra também é atribuído à demora na liberação do credito rural. O aumento das exigências dos bancos, que preocupados com a inadimplência, estão rigorosos com as regras de cadastro e estão passando a exigir mais garantias. Este é mais um desafio que agronegócio brasileiro vem enfrentando conforme veremos seguir. 2.5.3 Exigências rigorosas para concessão de crédito, juros altos podem ameaçar o setor. A economia brasileira passa por um momento delicado que atinge os investimentos no agronegócio no país, especificamente os produtores rurais que dependem das linhas de crédito agrícola. Pequenos e médios produtores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina e Pará reclamam da dificuldade nas linhas de 19 crédito rural para o custeio da safra, investimentos em máquinas e até dinheiro para a agricultura familiar. O problema teve origem no primeiro semestre do ano, quando os produtores começam a se preparar para o plantio da safra seguinte. Nessa fase, eles buscam recursos nas linhas de pré-custeio, voltadas à compra de insumos. Foi quando secou o dinheiro das contas-correntes e da poupança que, no caso do Banco do Brasil tem destinado para o financiamento do agronegócio o dinheiro das contas-correntes e da poupança. O banco estatal destina 73% da chamada poupança rural (90% do total da caderneta) para o crédito agrícola com juros subsidiados de 8,75 ao ano. Além da poupança rural, o agronegócio conta com o direcionamento de 34% dos depósitos à vista (conta corrente) de todos os bancos. Com a alta dos juros, tanto a poupança como as contas-correntes perderam depósitos para outras aplicações. Para os empréstimos de custeio da agricultura empresarial, a taxa será de 8,75% ao ano, contra 6,5% do plano passado. O médio produtor (Pronamp) terá taxa de juros em 7,75% ao ano para custeio e 7,5% ao ano para investimento - no último Plano Safra, os valores eram de 5,5% ao ano. Para os demais programas de investimentos, a taxa varia de 7% a 8,75%, somente para quem apresenta faturamento de até R$ 90 milhões. Quando se concede um empréstimo, sempre existe o perigo que este não seja recuperado. Este risco será muito diferente, pois varia com o solicitante de acordo com o período que se concede o empréstimo a taxa de juros pode ser diferenciada quanto ao período que se concede. De modo geral, empréstimos a longo prazo implicam taxas de juros mais elevadas que a curto prazo, já que o risco aumenta com a duração do empréstimo. (TROSTER & MOCHÓN, 1994, p. 120 e 121). Este é um momento em que a demanda pelo empréstimo está maior do que a oferta. O economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, ressalta, "nesse caso, 20 o banco cobra quanto puder. É uma taxa decidida caso a caso”, o que justifica a situação atual para quem necessita de crédito.2.5.4 Infraestrutura e logística O investimento em infraestrutura é uma necessidade que está se tornando um desafio, estando mais próxima de uma necessidade do que a realidade. Enquanto em outros países a competividade econômica reflete o alto desempenho em tecnologia e infraestrutura, como Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca, destaques na última divulgação do World Competitiveness Yearbook 2014, pela Fundação Dom Cabral. Por outro lado, no Brasil, os entraves permeiam vários pontos, como por exemplo: • Morosidade na realização de Estudos Técnicos de Viabilidade Econômica e Ambiental (EVTEAs) para a implantação ou aprimoramento de hidrovias. Em 2014, apenas três estudos foram apresentados e ainda estavam em fase de revisão; • Autorização das poligonais nos portos públicos. Desde 2013 estão sendo aguardados investimentos da ordem de R$ 4,7 bilhões e mais 47 milhões em toneladas de cargas de aumento de capacidade ao sistema portuário. Porém, o processo de arrendamentos de áreas em portos públicos ainda não passou do 1º lote (estão previstos quatro lotes). A demora se deve ao impasse travado entre o TCU e a Secretaria de Portos. O Tribunal detém em seu poder a liberação da análise do processo, e com isto este atrasa o andamento dos trabalhos. Cabe ressaltar que a data limite para a entrega final desses processos estava prevista para junho de 2014. • Restrição de recurso financeiro para a manutenção das rodovias, apesar de ser o modal predominante no país (230 mil quilômetros pavimentados contra 21 mil quilômetros de hidrovias em uso e 28 mil quilômetros de ferrovias), este é afetado diretamente pela contenção de recursos. Muitas vezes, operações emergenciais são realizadas pondo à prova a eficiência da gestão do recurso, visto que o resultado dessas é visivelmente afetado por fatores climáticos, como chuvas. A equipe técnica do governo ainda faz prospecções no mercado e avalia quais projetos têm condições de atrair interessados; 21 • Efetivação do novo marco regulatório para ferrovias. Este marco foi proposto no lançamento do Programa de Investimentos em Logística - PIL, em 2012, mas ainda não está em funcionamento, aguardando regulamentação pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As ferrovias são os que estão mais atrasados, dos segmentos compreendidos no plano. Investir em infraestrutura requer recurso de volume considerável, tempo para o retorno, bom planejamento e experiência na condução dos trâmites burocráticos, afinal as obras são extensas em todas as dimensões – temporal, econômico- financeira, espacial. O custo logístico envolve os custos relacionados com toda a cadeia de suprimentos de um setor, cabe destacar dentre outros, os custos com produção, transporte, armazenagem, estoque, distribuição, informação. Uma boa infraestrutura não é a solução total para resolver os problemas de logística do país. É preciso a manutenção e abertura para novos investimentos. A logística deve ser analisada como requisito essencial e fator estratégico para o desenvolvimento da economia brasileira. Então, a partir daí poderá ser vislumbrado um país com produtos mais competitivos e valorizados no mercado. 2.6 Expectativas e perspectivas para o setor nos próximos anos. "Em 2015, o desempenho dos principais setores do agronegócio brasileiro tende a ser positivo", afirmou o centro da Esalq/USP em nota. "Os fundamentos não justificam animação, mas também rejeitam 'choradeira', pelo menos da maioria das atividades." Segundo a equipe de analistas do Cepea, a obtenção de crescimento previsto vai requerer que o agronegócio continue explorando seus ganhos de produtividade, sem depender apenas de impulsos da demanda. 22 Na avaliação da equipe Cepea, o setor vai encontrar em 2015 um mercado interno estagnado ou em fraca expansão "na melhor das hipóteses, resultado do provável aumento do desemprego e de desaceleração dos salários". Já no exterior, as perspectivas de menor liquidez e maiores juros internacionais indicam dólar mais valorizado e preços de commodities menores. O Rabobank Brasil divulga, nesta quinta-feira, 8, o estudo “Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro 2015”, que apresenta as previsões para o ano das principais commodities produzidas no país, entre elas soja, milho, algodão, açúcar, etanol, café e bovinos. Confira abaixo alguns destaques do relatório: • Açúcar, Etanol e Cana. O setor sucroenergético brasileiro deve continuar enfrentando desafios em 2015, com a expectativa da próxima safra ainda sofrer com os impactos da seca que atingiu os canaviais em 2014, o que impediria a recuperação plena da produtividade. Além disso, o setor continua com o endividamento elevado, pois não conseguiu reduzi-lo durante 2014. • Café. As perspectivas para a commodity são de preços ainda elevados, reflexo do segundo ano de déficit no mercado de café. As previsões do Rabobank apontam para pouca possibilidade de uma produção nacional maior que a safra anterior. A seca que atingiu as principais regiões produtoras de arábica em 2014 teve um impacto negativo no crescimento vegetativo dos pés de café, reduzindo o potencial produtivo da safra 2015. • Algodão. No cenário global, a safra norte-americana pode acirrar a competição no mercado de pluma. O excedente mundial, que não conseguirá ser totalmente 23 enxugado pelo consumo do sudeste asiático, deverá pressionar os preços e impactar as cotações brasileiras. As perspectivas para o mercado nacional são de enfraquecimento dos preços internos e custos elevados, que podem refletir em uma menor área de plantio. Além disso, o câmbio será ser um fator decisivo para a competitividade da produção nacional de algodão. • Soja. Após um aumento de 5,7% na produção mundial de soja no ciclo 2013/14, a perspectiva é de expressiva expansão da produção mundial em 2014/15. Na América do Sul, o crescimento do plantio, com destaque para Brasil e Argentina, deverá contribuir para o maior volume mundial e pressionar os preços internacionais. • Milho. A tendência é do maior nível de reservas de milho dos últimos 15 anos, devido ao segundo ano consecutivo de alta dos estoques mundiais, com projeção da produção em 991 milhões de toneladas (Mt) e uma demanda de apenas 970 Mt. Esse cenário, que tem como um dos principais fatores a supersafra norte- americana, deverá manter as cotações internacionais pressionadas. • Bovinos. As perspectivas para a carne bovina brasileira em 2015 são de um bom posicionamento da produção nacional no cenário internacional com a possível abertura do mercado norte-americano para a carne in natura, a retomada dos envios para a China e a redução do rebanho de concorrentes diretos do Brasil, como os Estados Unidos e a Austrália. • Frango O Rabobank prevê um ano favorável para a carne de frango brasileira em 2015, com oportunidades de conquista de novos mercados e do aumento no comércio com 24 a Rússia. Por outro lado, a produção dos Estados Unidos deve acirrar a competição da carne brasileira no mercado externo. No mercado doméstico, os altos patamares de preço da carne bovina, principal concorrente do frango, deverão favorecer o aumento do consumo. • Suíno. As perspectivas para a carne suína brasileira em 2015 são positivas, principalmente em relação às exportações, com a possibilidade de abertura de novos mercados - como México, Coreia do Sul e Colômbia -, além da oportunidade de consolidação em outros pouco explorados, como Japão. Com o cenário global oportuno e o crescimento da demanda interna, a produção nacional deve apresentar um crescimento de 3,5%. • Suco de laranja. A quebra da safra da Flórida, que deverá aumentar a demanda do suco brasileiro no mercado americano, e o possível aumento dos preços no segundo semestre do ano –impulsionado pela relação estoque-consumo em 26% – garantem tendênciasclaras de um cenário mais favorável em 2015 para a indústria nacional de suco de laranja. Apesar disso, o Brasil deverá enfrentar uma redução das exportações para a Europa, que representa o maior mercado para o suco brasileiro. • Leite. O ano de 2015 será marcado por uma oferta firme de leite no Brasil, reflexo do aumento de investimentos no rebanho e em equipamentos no último ano (possibilitados pelas margens positivas). O crescimento da produção doméstica e a 25 desaceleração da demanda interna podem pressionar os preços na primeira metade do ano, tendo como consequência uma remuneração mais baixa para o produtor. • Insumos. A expectativa de desaceleração na demanda global por fertilizantes em função da queda nas cotações das principais commodities pode ser refletida nos preços dos insumos pagos pelo produtor brasileiro. No mercado interno, o menor crescimento na demanda de fertilizantes, aliado à ampliação das importações, pode resultar em estoques relativamente confortáveis no início de 2015. Isso restringe o potencial de alta das cotações de adubo no mercado interno, pelo menos no primeiro semestre. 26 3 EMPREGABILIDADE NO SETOR DO AGRONEGÓCIO 3.1 Quantidades de pessoas que o setor emprega. O Agronegócio no Brasil tem uma expressiva participação na economia do país. O setor é responsável por criar aproximadamente 37% de todos os empregos do país. Atualmente cerca 25 e 30 milhões de pessoas trabalham com o agronegócio. As características favoráveis do Brasil, como clima, solo, água, relevo e luminosidade são fatores que torna o agronegócio brasileiro entre o quinto no mundo com potencial de expansão de sua capacidade agrícola. Esses são fatores positivos que movimenta a grande gama de empregabilidade do setor. Segundo pesquisa do (Caged) Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o agronegócio em Itapetininga (SP) é o setor que mais contrata. De acordo com a pesquisa do órgão, em maio desse ano a área abriu 621 postos de trabalho. O último levantamento aponta que o município empregou 843 pessoas. Para o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade, o primeiro lugar no Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola do Estado de São Paulo explica o fato. Aproximadamente 90% da nossa área é produtiva, o que nos dá o respaldo dos pequenos e médios produtores, assim como das grandes empresas ressalta. (informação verbal) 2. Segundo o gerente comercial Egídio Maffei, a localização geográfica do município favorece o investimento no setor. “As nossas fábricas daqui estão a 300 quilômetros das outras no Paraná e a 170 quilômetros do principal mercado 2 Noticia fornecida pelo secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade de Itapetininga / SP, Hélio de Pinto Simões Júnior, em entrevista ao G1 em Itapetininga, em 01 de setembro de 2015. 27 consumidor que fica em São Paulo. Além do mais, a cidade tem tradição de ser uma firma leiteira”, esclarece. Egídio Maffei trabalha em uma empresa de laticínios que se instalou recentemente em Itapetininga. Ele relata que a fábrica produz um milhão de litro de leite desde que chegou a Itapetininga e contratou mais de 300 pessoas. Depois de conseguir uma vaga na empresa, a operadora de produção Daniele Cristiane Santos valoriza a oportunidade. “Há uma estabilidade agora. Carteira assinada é outra coisa. Ter filhos, família e casa trazem responsabilidades”3, finaliza. A análise desses dados mostra nitidamente a importância do agronegócio para a economia nacional. Pode-se considerem que o agronegócio é um dos motores que impulsiona o Brasil para o crescimento. Esses foram dados apurado em Itapetininga (SP), mostrando uma pequena parte da contribuição do agronegócio na empregabilidade no Brasil. Segundo as projeções realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), disponível em: http://nacionaldacarne.com.br/artigo-o-futuro- do-agronegocio-no-brasil/, o Brasil deve atingiria a marca de 193,8 milhões de toneladas de produção de grãos no ano passado, quase o dobro do que foi produzido em 2000, quando foram registradas 100 milhões de toneladas. Além disso, o país é líder na produção e exportação de café, açúcar, etanol de cana-de- Na visão do diretor do Sindicato Rural de Itapetininga, José Rosa Seixas, a fertilidade da terra e a variedade de alimentos que são produzidos atraem os produtores à região. 3 Entrevista da operadora de produção da empresa Agroleite Castrolanda, Daniele Cristiane Santos em entrevista ao veículo de comunicação Rede Globo de Itapetininga /SP, em 01 de agosto de 2015. 28 Segundo Alan Riddell, sócio da KPMG no Brasil e líder para o setor de Agronegócio, as empresas do setor também precisam estar preparadas e dispostas para se tornarem agentes ativos na melhoria das condições e crescimento da indústria. Na última década, com os preços de commodities mais altos, as atividades relacionadas à agricultura se tornaram mais rentáveis, atraindo os olhares de investidores, nacionais e estrangeiros, com interesses financeiros ou estratégicos. As perspectivas para empresários do setor e investidores são enormes, visto que a área plantada de 53,3 milhões de hectares representa apenas 27,7% do território nacional e as previsões são de que nas próximas décadas o segmento poderá acrescentar outros 70 milhões de hectares de área para a produção de alimentos e energia. Essa incorporação se dará por meio de técnicas sustentáveis de produção, como a agricultura de baixo carbono e a Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (ILPF), sem a necessidade de derrubar uma única árvore. Vale ressaltar a importância da empregabilidade nesse âmbito onde entra a atuação eficaz e eficiente dos gestores do agronegócio. Os empresários do segmento têm que ter uma visão bem clara: uma empresa que não for estruturada e transparente terá mais dificuldades de conseguir novos investimentos e empréstimos. Para os empresários que almejam acessar recursos no mercado internacional, dentre eles dívida de longo prazo ou de Private Equity (Ativo Privado, uma modalidade de fundo de investimento que consiste na compra de ações de empresas que possuam boas faturações monetárias e que estejam em notável crescimento) precisam avançar cada vez mais com a implantação da profissionalização da gestão e da boa governança corporativa, trazendo mais transparência e credibilidade criando valores de forma consistente e sustentável. O crescimento físico e material está sendo substituído pelo crescimento do conhecimento. De nada valem investimentos financeiros ou tecnológicos na organização, se não houver pessoas treinadas e capazes de agregar valor à organização por meios de soluções criativas e inovadoras e tornar aqueles investimentos rentáveis e atraentes. (Chiavenato, 2014, p. 56). 29 3.2 Principais atividades desenvolvidas pelos trabalhadores do setor/salários Profissão Engenheiro Agrônomo O Engenheiro Agrônomo é um profissional de nível superior. Seu campo de atuação é vasto, abrangendo fitotecnia, zootecnia, solos, engenharia rural e meio ambiente. Para atuar no Brasil, o profissional deve ser registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA. O dia do engenheiro agrônomo é comemorado em 12 de outubro por causa da primeira regulamentação da profissão, que aconteceu em 12 de outubro de 1933. PERFIL PROFISSIONAL Definição da Profissão O Engenheiro Agrônomo é o profissional com formação eclética, capaz de gerar e aplicar conhecimentos científicos e técnicas agronômicas, adequadas a uma agricultura racional e integrada à produção vegetal e animal, tendo uma sólida formação humanística, desenvolvendo consciência social, econômica,cultural e crítica das atividades pertinentes ao seu campo profissional, orientando a comunidade onde está inserido e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do homem. O Engenheiro Agrônomo deve ter uma formação generalista, com sólido embasamento nas áreas fundamentais do conhecimento científico e técnico relacionado às ciências agrárias e do ambiente, sendo capaz de gerar e difundir conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas à promover o desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro através de uma atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas de ordem humana, produtiva, científica e tecnológica, postando-se dentro das atribuições que a legislação profissional lhe confere de forma ética, observando aspectos culturais, políticos, sociais, ambientais e econômicos, proporcionando um desenvolvimento sustentável e contribuindo para a melhoria da sociedade. http://pt.wikipedia.org/wiki/CREA http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_outubro http://pt.wikipedia.org/wiki/Profiss%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/1933 30 O constante crescimento do agronegócio na economia brasileira, responsável pelo aumento das exportações e dos empregos no Brasil, tem valorizado e muito o trabalho do agrônomo. Ele utiliza seus conhecimentos para aumentar a produtividade dos produtos agrícolas, cuidando do controle de pragas ou da renovação da terra, por exemplo. Estuda e aplica melhores métodos de adubação, de irrigação, de produtos que matem micróbios e ervas daninhas na lavoura. Opera também ações no sentido da recuperação da terra diante de interferências naturais, como enchentes e erosão, ou do homem - desgaste por não realizar rodízio de plantações. Pode também dedicar-se à zootecnia, lidando com a melhoria de gerações animais, ou contribuindo para cuidados ligados à saúde como alimentação, vacinação, manejo dos produtos depois do abate. Em geral, seu ambiente de trabalho é o campo, mas pode também se estabelecer em escritórios gerindo ou assessorando agronegócios, ou em empresas privadas ou órgãos governamentais pesquisando processos e produtos que aumentem a produtividade. Temas como “produção sustentável” - geração de atividade econômica com redução de danos ao meio ambiente - e “segurança alimentar”, alimentos sem agrotóxicos, de grande qualidade nutricional e durabilidade maior, têm atravessado tanto os cursos de formação como a prática cotidiana dos agrônomos. Nesse sentido, aborda em seu cotidiano questões que buscam aliar elementos sociais, econômicos e ambientais. Salário Mínimo Profissional do Agrônomo De acordo a Lei 4.950-A/66, de 1966, que regulamenta a remuneração dos profissionais diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e Veterinária, a tabela salarial do profissional de agronomia está vinculada ao valor do salário mínimo vigente e à jornada diária do profissional, independentemente do seu local de atuação. Jornada de 6 horas: 6 salários mínimos http://www.infoescola.com/economia/agronegocio/ 31 Jornada de 7 horas: 7,25 salários mínimos Jornada de 8 horas: 8,5 salários mínimos Média Salarial do Agrônomo De acordo com pesquisa divulgada pelo site de empregos Catho, a média salarial nacional para engenheiros agrônomos é de R$ 4.204,38 e para o cargo de gerente agrícola a remuneração média é de R$ 6.425,46. Um levantamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) de 2013 revelou que os estagiários de agronomia receberam a melhor bolsa-auxílio do Brasil, chegando a R$ 1.948,94, com uma média nacional de R$ 859,45. No setor público, o salário de engenheiros agrônomos varia de acordo com o cargo, a localização e a carga horária. Um concurso recente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento oferece salário de R$12.539,38 para Fiscal Federal Agropecuário com jornada semanal de 40 horas. Na indústria agropecuária, um engenheiro agrônomo pode chegar a cargos de gerência e diretoria. Segundo levantamento salarial do Datafolha, um gerente industrial tem salário médio de R$ 13.376,50, e um diretor industrial tem rendimentos mensais médios de R$ 7.182,60. Já na indústria de petróleo, um engenheiro agrônomo com mais de dez anos de experiência, em empresas de grande porte, pode ganhar até R$ 68.000,00 por mês. A Tabela de Salários da consultoria Robert Half, publicada pela revista Exame, apresenta as seguintes médias salariais para profissionais com mais de 10 anos de experiência atuando em indústria petroleira de grande porte: Diretor de Supply Chain: R$ 38.000,00 a R$ 68.000,00 Gerente de Supply Chain: R$ 28.000,00 a R$ 50.000,00 Diretor Comercial – Óleo e Gás: 38.000,00 a 68.000,00 Gerente de Engenharia: R$ 26.000,00 a R$ 35.000,00 Engenheiro de Serviços – Óleo e Gás: R$ 12.000,00 a R$ 20.000,00 32 Gerente de QSMS: R$ 26.000,00 a R$ 31.000,00. 3.3. Sindicatos atuantes no setor 3.3.1 Ações e conquistas 2014 instituto CNA AÇÕES E CONQUISTAS 2014 instituto CNA - MEIO AMBIENTE. Agrosustenta Criado o portal Agrosustenta para incentivar o desenvolvimento de projetos de baixa emissão de carbono e atender às diretrizes do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo Federal. Apresenta informações sobre a linha de crédito e modelos de projetos sustentáveis, com informações técnicas e econômicas que auxiliam o produtor na tomada de decisão. Disponibiliza gratuitamente ferramenta Online para a elaboração de projetos de recuperação de pastagens, integração lavoura pecuária e implantação do sistema de plantio direto. Desenvolvido pelo Instituto CNA, conta com o patrocínio da BASF e apoio da Ação Verde e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Agrega valor aos produtos do agronegócio por meio do monitoramento da redução das emissões de gases de efeito estufa e manutenção dos serviços ambientais promovidos pela implantação dos projetos sustentáveis elaborados com o suporte do Agrosustenta. Baixo carbono Construção de um banco de dados, em parceria com o MAPA, para colaborar com a implantação do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e com a inserção da agricultura em uma economia de baixa emissão de carbono. Inventário de GEEs 33 Desenvolvimento do programa Por Um Inventário Correto para acompanhar a divulgação de informações a respeito da emissão de gases de efeito estufa das atividades agropecuária e florestal, além de outros indicadores da sustentabilidade dos produtos do agronegócio. Irrigação Plano estratégico: Elaborado o Plano de Ações Estratégicas para a Agricultura Irrigada no Brasil para fornecer subsídios que contribuam para o aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas à alavancagem da agropecuária irrigada no País. Aponta as regiões de maior potencial para a irrigação, as técnicas mais adequadas, regras para financiamento dos projetos ,além do mapeamento das ações necessárias à construção de um ambiente de negócios que favoreça o investimento privado. Encaminhado documento base à Presidência da República, que demandou Termo de Referência para fins de captação de recursos junto ao Governo Federal para a estruturação do Plano de Ações, com os objetivos gerais e específicos a serem alcançados com as ações estratégicas para a agricultura irrigada no Brasil. Pesquisa Competitividade Desenvolvido o Índice de Competitividade do Agronegócio, que permitirá a construção de indicadores que permitam avaliar e comparar, anualmente, a competitividade do setor agropecuário nos 27 Estados brasileiros. Prevê, ainda, o monitoramento dos indicadores que influenciam a competitividade das empresas do agronegócio, com base no modelo desenvolvido pelo ICNA, semelhante ao estudo de competitividade mundial produzido pelo World Economic Forum, que avalia a competitividade entre países. Criada a metodologia de agregação das variáveis de cada indicadorbase do índice de competitividade destinado às respectivas Unidades da Federação. Destacam se entre esses indicadores os índices de infraestrutura, educação, saúde, ambiente/macro, inovação e mercado de trabalho, que interferem no cálculo do índice de competitividade e na análise de desempenho, a ser medido em todos os Estados. 34 Qualidade de moradia Criado o Índice de Qualidade de Moradia, no âmbito do Observatório de Desproteções Sociais no Campo, do Instituto CNA, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2012. Desenvolvida metodologia para a construção desse índice que medirá a qualidade dos domicílios nas áreas urbanas e rurais do Brasil. Além do índice nacional de qualidade de moradia, já foram criados índices dos Estados do Amazonas, Bahia e Tocantins. Até a conclusão do trabalho, todas as Unidades de Federação terão os seus respectivos índices. Estradas vicinais Criação de um indicador de vulnerabilidade do transporte (IVT) para o Estado de Rondônia, com base em metodologia desenvolvida pelo Instituto CNA. O trabalho identifica os municípios prioritários quanto à necessidade de investimentos em ampliação e recuperação de estradas vicinais para a melhoria do escoamento da produção agropecuária do Estado. Pouca informação é disponibilizada pelos órgãos federais, estaduais ou municipais responsáveis pelo setor sobre a localização, extensão e atuais condições das estradas vicinais, que interligam os polos agropecuários às rodovias estaduais e federais, dificultando a formulação de estratégias que atendam às lacunas da infraestrutura viária. Por esse motivo, o Instituto CNA agregou dados sobre o sistema viário e a produção agropecuária dos Estados, disponibilizados pelo IBGE e Federações da Agricultura. O critério estabelecido pelo IVT caracteriza a vulnerabilidade dos municípios quanto ao transporte de produtos agropecuários, indicando prioridades quanto à ampliação e recuperação das estradas vicinais. Produzido um relatório técnico do IVT do Estado de Rondônia, que possui dados de boa qualidade sobre a sua malha viária, para testar 35 a metodologia. Serão elaborados relatórios técnicos do IVT para todas as Unidades da Federação. Responsabilidade social Escolas esquecidas Estudo elaborado pelo Observatório das Desproteções Sociais no Campo, do Instituto CNA, com base nos dados do Censo Escolar 2012, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação (Inep/MEC), identificou 508 escolas esquecidas no campo, sem itens essenciais para funcionamento, de um total de 75.678 escolas existentes nas áreas rurais do País. O maior número de escolas esquecidas foi encontrado no Pará, com 209 unidades, seguido pelo Amazonas, com 202 escolas. Também foram localizadas nos Estados do Acre (36), Maranhão (22), Bahia (12), Roraima (11), Pernambuco (6), Amapá (4), Mato Grosso(3), Piauí (2) e Rondônia (1). Com boa repercussão na mídia, estima se que as matérias sobre o assunto atingiram mais de 8,2 milhões de pessoas, gerando mídia espontânea equivalente a mais de R$ 467 mil, caso os espaços ocupados fossem pagos. Indicadores sociais Criação de uma família de índices para identificar os vazios sociais no campo. Esse conjunto de indicadores é formado por quatro índices, um para cada um dos Estados brasileiros: índice de qualidade de moradia; índice de educação; índice de saúde e índice de segurança. Metodologia de cálculo dos índices foi desenvolvida pelo Instituto CNA. Cooperação técnica Exportação Participação e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e CNA ao desenvolvimento de estudos estratégicos para diversificação da produção e exportação, a serem realizados por intermédio do Instituto CNA e da empresa 36 Macrologística Ltda, em Goiás, Pará e Tocantins. Financiado por um termo de cooperação técnica, o projeto pretende apoiar as cadeias alimentares não tradicionais, além de contribuir para a melhoria dos processos de logística de exportação, identificar déficits na infraestrutura complementar e facilitar o acesso à alimentação produzida nos países beneficiários. Processos seletivos Organização, planejamento, execução e acompanhamento dos processos de seleção e recrutamento de profissionais qualificados aos cargos de supervisor técnico e técnico de campo, para atuarem nas regionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) dos Estados do Tocantins, Maranhão e Piauí, no âmbito do Programa de Assistência Técnica com Meritocracia do SENAR Nacional. Em 2014, foram realizados três processos seletivos para o cargo de supervisor técnico e 14 para técnicos de campo. Esse trabalho de seleção, desenvolvido pelo ICNA, envolve desde a elaboração de editais, convocação e provas de seleção até a análise curricular e entrevistas para identificar os perfis dos candidatos selecionados, além da aplicação de provas de conhecimento específico, divulgação de resultados e convocação dos aprovados. Inovação Aplicativo para celular Criação do aplicativo para celular CNA Brasil para o produtor rural denunciar invasões, informar sobre eventos climáticos, surgimento de pragas e danos de infraestrutura e logística. Disponível para uso em Smartphones ainda em 2014, o aplicativo é um canal direto de comunicação rápida do produtor rural com a CNA e com todo o sistema de representação do setor. Ferramenta de fácil acesso e operação, serve para informar as entidades do Sistema CNA a respeito dos conflitos, danos e prejuízos que provocam insegurança jurídica no campo. Também estarão disponíveis no aplicativo desenvolvido pelo Instituto CNA outros serviços como notícias e alertas do Canal do Produtor, endereços e telefones úteis com navegação 37 de rota, indicadores econômicos, além de acesso ao site do Agrosustenta, que oferece modelos de projetos sustentáveis para as propriedades rurais. Sanidade Parceria do Instituto CNA com a empresa Módulo Security Solutions S.A. para a elaboração e apresentação de projeto no âmbito do programa Inova Agro/2013, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de apoio à inovação tecnológica no setor de agronegócio. Com esse projeto, o ICNA pretende contribuir para o controle e sanidade da cadeia produtiva animal e vegetal, por meio do desenvolvimento do Software de Rastreabilidade e Gestão de Risco – Agro Monitor, capaz de monitorar a compra e venda de insumos, formas e sistemas específicos de criação de animais e vegetais, dados estatísticos se de abate, informações de mercado e outros parâmetros definidos por protocolos de ade são voluntárias. O Agro Monitor é um projeto piloto da Sala de Situação do Agronegócio, que utilizará a tecnologia de base adotada, com sucesso, nos centros de comando e controle das 12 centrais da Copa do Mundo no Brasil. Possibilitará o rastreamento de quaisquer “ativos” relacionados ao agronegócio brasileiro: propriedades, veículos, especialistas, cabeças de gado, cultivares, centros de pesquisa, empresas, associações, silos, portos, equipamentos laboratoriais, entre outros. Projeto aprovado pelo BNDES, em março de 2014. 3.4 Formas de contratação existentes no setor O agronegócio não se limita à atividade agrícola, pecuária ou rural. O agronegócio contempla todas as operações que envolvem a produção e a distribuição dos insumos rurais, as operações de produção, armazenamento, distribuição e o atendimento aos consumidores. (PEREIRA, 1996). A produção agropecuária possui algumas especificações que a diferenciam da produção de outros bens manufaturados, as quais devem ser consideradas na tomada de decisão. (ARAÚJO, M.J.2005) 38 Cita três especificações: a sazonalidade da produção, a influência de fatores biológicos e perecibilidade rápida. Como consequência da sazonalidadeda produção agrícola, o mercado de trabalho no agronegócio é, em grande parte, temporário, gerando baixa qualificação da mão de obra, pois não há incentivos no investimento na qualificação desta devido à grande rotatividade; incerteza com respeito à oferta de mão de obra. (REZENDE E KRETER, 2008). Conforme Lei n. 5889 (1973), empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário e considera-se empregador rural a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados. Assim, a relação de emprego se dá por meio da celebração do contrato de trabalho, podendo ser firmado por prazo determinado ou indeterminado. O contrato por prazo indeterminado é celebrado sem prévia fixação de tempo de duração, sendo ajustado para prolongar-se indefinitivamente. E o contrato de prazo determinado é aquele combinado para vigorar por um período definido previamente. A Lei n. 5889 (1973) define a figura do safrista, na área rural, o qual é o trabalhador que se obriga à prestação de serviços mediante contrato de safra. Para se atingir o objetivo do presente trabalho será estudado esse tipo de contrato. O contrato de safra é aquele que tem sua duração dependente de variações estacionais das atividades agrárias, assim entendidas as tarefas normalmente executadas no período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo e a colheita. O contrato de safra é uma modalidade do contrato de trabalho por prazo determinado, sendo que a data do encerramento está vinculada ao término do plantio ou da colheita. Na hipótese do empregador explorar várias culturas como soja, cana de açúcar ou laranja, para cada uma deve ser firmado um contrato próprio. (Lei n. 5889, 1973). O safrista deve ser registrado em Carteira de Trabalho e em Livro ou Ficha de Registro. Deve, também, ser inscrito no Programa de Integração Social (PIS). Durante a vigência do contrato, terá todos os direitos trabalhistas: salário mínimo vigente; 39 13ºsalário; férias acrescidas de 1/3 da Constituição Federal; FGTS; horas extraordinárias, com acréscimo de, no mínimo, 50% adicional noturno e licença- maternidade. E direitos previdenciários, tais como: aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade; aposentadoria por tempo de contribuição; auxílio-doença; salário-família; salário-maternidade; auxílio-acidente e reabilitação profissional. A jornada de trabalho do safrista é a mesma aplicada aos demais empregados, ou seja, 44 horas semanais, não podendo ultrapassar a 08 horas diárias. A duração normal de trabalho poderá ser acrescida de 2 horas suplementares, mediante acordo de prorrogação de horas entre empregado e empregador. Ao término normal do contrato (vencimento do contrato), são devidas ao empregado as seguintes verbas: saldo de salário; férias proporcionais acrescidas de 1/3; 13º salário proporcional; salário-família se fizer jus e saque do FGTS. As relações estabelecidas entre empregador e empregado são de natureza econômico-social: o empregador proporciona, além de salários, benefícios extra salariais, o empregado, por sua vez, compromete-se a cumprir suas tarefas e obrigações. Dessa forma, os direitos e obrigações resultantes dessa relação devem ser firmados em contratos, o que configura a existência de custos de transação. Os contratos de trabalho envolvem uma série de obrigações que vão desde o processo de recrutamento e seleção do empregado, passando pela admissão, elaboração e manutenção dos pagamentos até o processo de rescisão contratual, podendo se estender ainda com processos de reclamações trabalhistas. A relação de trabalho entre empregado e empregador gera um conjunto de contratos, dos quais se destacam: a) Contrato de trabalho entre o empregador e o empregado – de acordo com o art. 442 da CLT - “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. O gerenciamento desse contrato envolve uma série de atividades como: elaboração do contrato propriamente dito, registro em carteira profissional do empregado, preenchimento da ficha ou registro de empregados, juntamente com declaração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, declaração de dependentes para fins de Imposto de 40 Renda, Ficha de salário família e termo de responsabilidade para concessão de salário-família. Cabe a empresa a manutenção dos documentos de forma atualizada. b) Contrato entre o empregador e empresa especializada em Medicina do Trabalho - A Norma Regulamentadora nr. 7 do Ministério do Trabalho (1978) estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e obriga a realização de exames médicos admissionais, de mudança de função e de retorno ao trabalho, estabelecendo, ainda, a obrigatoriedade de um exame periódico e demissional. A obrigação poderá ser cumprida mediante convênio com especializadas/credenciadas em Medicina do Trabalho. c) Contrato entre o empregador e empresa fornecedor a de software de gestão de folha de pagamentos - Por força da Lei 8212/91, as empresas estão obrigadas a preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os empregados a seu serviço. As novas tecnologias e as constantes alterações na legislação exigem que as empresas façam contratos com fornecedores de software dedicados à elaboração e cálculo da folha de pagamento. Os softwares são utilizados para atender diferentes modelos de contrato de trabalho, como: horistas, mensalistas, diaristas, comissionados, tarefeiros, celetistas, estatutários, professores, médicos, temporários e safristas, dentre outros. d) Contrato entre o empregador e empresa de transporte - A Lei 7.418/85 instituiu o vale-transporte e determina que os empregadores garantam tal benefício aos seus empregados. Assim, o empregador deve proporcionar, por meios próprios ou por meio de contratação de empresa de transporte coletivo, veículos adequados para o deslocamento da residência-trabalho e vice-versa, de seus empregados. O empregador poderá ainda celebrar contrato com a operadora do sistema de transporte coletivo público para o fornecimento de vale-transporte. e) Contrato entre o empregador e Sindicatos representativos de categorias profissionais - Conforme o art. 611 da CLT, "é facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, 41 aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações de trabalho”. Normalmente, os contratos com os sindicatos geram a necessidade de outros contratos como os de convênios de assistência médica, assistência odontológica, assistência psicológica, entre outros. f) Contrato entre empregador e empresas de treinamento e capacitação de mão de obra - Melhorar os resultados organizacionais por meio de programas que implantem e mantenham a qualidade e a produtividade dos empregados é uma das responsabilidades da área de recursos humanos dentro das organizações (MARRAS 202). Seja por determinação legal ou por política interna das empresas, é comum que o empregador forneça a seus empregados treinamentos e capacitação para atender as necessidades operacionais e/ou gerenciais da empresa. g). Outros contratos: Na gestão da mão de obra, o empregador celebra, ainda, contratos referentes à prestação de serviços de terceiros, com destaque para: serviços de contabilidade, serviços advocatícios e serviços de auditoria e consultoria. 3.5 Desempenho em relação à empregabilidade. Com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) o produtor rural brasileiro,que antes cultivava apenas nos primeiros meses do ano, passou a produzir o ano inteiro. A mudança de perfil do agricultor e nas ações dentro da propriedade rural foi destacada pelo presidente da John Deere Brasil, Paulo Renato Herrmann, que ministrou palestra no II Fórum de Agronegócios promovido pela Amcham Campo Grande, nesta sexta-feira de Setembro (30). Em contraposição ao desenvolvimento da porteira para dentro, durante o Fórum de Agronegócios o diretor de relações institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), Rogério Beretta, deu ênfase no desempenho do agronegócio, que é barrado por problemas logísticos. "Além da logística nas rodovias e portos, enfrentamos problemas com o embaraço 42 aduaneiro e com a ineficiência administrativa nos aeroportos, fatores que atrapalham a evolução do setor", afirmou. A construção de portos secos foi citada pelo gestor de distribuição e logística da empresa de software Totvs, Luís Bogiano, como estratégia para a melhoria no desempenho logístico. "Minimizaria o custo agilizaria o sistema de escoamento de produção", referindo-se ao porto seco, terminal terrestre diretamente ligado por estrada, ferrovias ou via aérea, com um depósito alfandegário, citado por Bogiano como opção para descongestionar os portos marítimos. Capacitação A escassez de mão-de-obra também foi abordada durante o Fórum como gargalo do agronegócio. O presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, afirmou que a tecnologia facilitou o trabalho dos profissionais do agronegócio, mas exige qualificação. "A máquina elimina quase totalmente o desperdício de grãos na colheita, quase sem interferência humana". "No ano passado, o Senar/MS capacitou 35 mil pessoas, número que comprova o avanço na educação rural. E apesar dos números ainda avaliamos a necessidade de expansão nesta área", finalizou. (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul – FAMASUL) Brasil atinge sua pior posição em ranking de competitividade Pressionado por indicadores ligados ao mau desempenho da economia, como taxa de emprego e índice de preços, o Brasil perdeu posições pelo quinto ano consecutivo, ficando à frente apenas de Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela. Em 2010, a posição brasileira era a 38°. Publicado anualmente desde 1989, o ranking analisa em 61 países o ambiente de competitividade das empresas. A lista é liderada por Estados Unidos, Hong Kong, Cingapura, Suíça e Canadá. Dentre os latino-americanos, o Chile tem a melhor posição (35°). 43 Para Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pela captação e avaliação dos dados brasileiros para o estudo, as chances de o Brasil recuperar posições no curto prazo são baixas. A classificação é baseada em pesquisas com mais de 300 indicadores, agrupados em fatores como desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência de negócios e infraestrutura. Ponto crítico Desde 2011, o Brasil figurava entre os cinco piores em tal fator, tendo aprofundado seu mau desempenho neste ano, com queda de duas posições, para o 60° lugar, à frente apenas da Argentina. A infraestrutura é outro gargalo em que o Brasil sempre figurou entre os piores colocados, indicador que já vinha em queda desde 2012 e piorou neste ano devido à crise hídrica, que afetou o abastecimento de água e energia. O risco de racionamento é citado como um dos principais desafios competitivos para o Brasil neste ano. "São vários os fatores que justificam nossos resultados. O Brasil não simplificou marcos regulatórios, um tema abordado desde a década de 90. Só implementou parcialmente os projetos de investimento em infraestrutura. Neste ano, a eficiência empresarial brasileira também perdeu posições, tendo a produtividade e a eficiência no trabalho como fortes entraves. Com sede no bairro Jardim São Marcos, periferia de Campinas (SP), a entidade capacita as meninas para que sejam capazes de fazer a diferença, estimulando-as a prosseguir nos estudos e garantindo sua inserção profissional mundo profissional. Desde do início da parceria, em 2003, a Merial contribui com essa iniciativa do Grupo Primavera buscando meninas para fazer parte do programa “Jovens Aprendizes” da empresa. “Fazer parte do início da carreira dessas jovens é uma grande responsabilidade e a Merial está preparada para ajudá-las a desenvolver suas 44 habilidades frente aos desafios do mercado de trabalho”, explica Sandra Barquilha, Diretora de Rh da Merial Saúde Animal. A Merial foi a primeira empresa a contratar as jovens atendidas pela instituição, e ainda continua oferecendo a oportunidade para que elas iniciem suas carreiras, desenvolvendo suas habilidades profissionais. “É de fundamental importância termos um parceiro como a Merial, pois, além de validar o nosso trabalho, fortalece a nossa responsabilidade de formarmos meninas que possam um dia ser contratadas pela empresa”, destaca Ruth Oliveira, gestora executiva do Grupo Primavera. Além das contratações, a Merial também contribui, por meio de repasse financeiro ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), para outro projeto da ONG, o PACTO - curso Preparando Adolescentes para o Colégio Técnico - oferecido gratuitamente há mais de dez anos pela entidade. Direcionado a meninos e meninas interessados em se preparar para os exames de admissão em colégios técnicos de Campinas e região, o curso vem ajudando os jovens a atingirem elevados índices de aprovação nesses Vestibulinho – mais de 75%. Outra iniciativa do grupo é o Festival Primavera de Golfe, realizado anualmente como forma de garantir a continuidade dos projetos sociais da qual a Merial participa como patrocinadora. Agronegócio relevante. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015, a fruticultura de clima temperado representa aproximadamente 7,6% da produção e 18% do valor bruto total das frutas produzidas no Brasil. Os agricultores familiares gaúchos e catarinenses são responsáveis por cerca de 60% da produção nacional de frutas de clima temperado. Mesmo com essa grande expressividade, o gerenciamento econômico-financeiro dessa atividade ainda é feito de forma bastante precária, segundo Joelsio Lazzarotto, responsável pelo projeto de desenvolvimento do GestFrut. 45 3.6 Dificuldades do setor em relação à empregabilidade diante do cenário atual. O aperto no crédito chegou ao agronegócio. A menos de um mês do início do plantio da nova safra, produtores de soja se queixam de dificuldades para obter empréstimos para custear a produção. As dificuldades provocaram atraso na compra de insumos necessários para o início do plantio, como sementes e fertilizantes, e aumentaram os custos de produção. Se o problema persistir, poderá interromper os sucessivos ganhos de produtividade do setor nos últimos anos. A situação é pior em regiões onde há mais produtores com dívidas pendentes, como no Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. Mas, segundo o presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Almir Daspasquale, o aperto é generalizado. "O dinheiro vem vindo a conta-gotas para todas as agências do Brasil", diz. Em 2015, o desempenho dos principais setores do agronegócio brasileiro tende a ser positivo. Os fundamentos não justificam animação, mas também rejeitam choradeiras, pelo menos da maioria das atividades. Com margens apertadas, vão “sobrevivendo” no agronegócio aqueles que trabalham com gestão profissional, que conseguem manter positiva a relação entre receita e custos; tantos outros vão http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/08/1672578-atraso-na-liberacao-de-credito-eleva-custo-de-producao-da-safra-201516.shtml 46 perdendo o fôlego e deixando a atividade que, por consequência, vai se tornando mais concentrada. Em 2015, setores
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