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UNIP 
Universidade Paulista 
 
 
 
 
Daniele Ferreira de Lima (RA: C68239-0) 
Patrícia Salomão do Carmo (RA: C63743-2) 
Raquel Soldá Salvioni (RA: B6991I-0) 
Rejane Soares dos Santos (RA: B7700A-4) 
Suzana C. Magalhães da Silva (RA: C68FAG-7) 
 
 
 Projeto Integrado Multidisciplinar PIM II 
Mapeamento do Agronegócio. 
 Região do Sudeste. 
 
Orientador: Profa. Dra. Angela Maria Pizzo. 
 
 São Paulo 
 2015 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2 MAPEAMENTO DO SETOR DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO ........................... 6 
2.1 DEFINIÇÃO / CONCEITO ............................................................................................ 6 
2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO SETOR .................................................................. 7 
2.3 PARTICIPAÇÃO NA ECONOMIA .................................................................................... 9 
2.3.1 A importância do agronegócio no Brasil ............................................................. 9 
2.3.2 Empregos gerados ............................................................................................. 9 
2.3.3 Produto Interno Bruto ....................................................................................... 10 
2.3.4 Balança comercial ............................................................................................ 10 
2.3.5 Indicadores de Confiança ................................................................................. 10 
2.3.6 Panorama Geral ............................................................................................... 11 
2.3.7 O papel estratégico do agronegócio em 2015 .................................................. 12 
2.4 DESEMPENHO DO SETOR NOS ÚLTIMOS ANOS ........................................................... 13 
2.5 DIFICULDADES DO SETOR NOS ÚLTIMOS ANOS ........................................................... 16 
2.5.1 Cenários climático no Sudeste pode influenciar a agroindústria. ..................... 16 
2.5.2 Variações de taxas cambiais afetam os preços dos produtos de insumos 
podendo atrapalhar a safra de 2015/2016. ............................................................... 17 
2.5.3 Exigências rigorosas para concessão de crédito, juros altos podem ameaçar o 
setor. ......................................................................................................................... 18 
3 
 
2.5.4 Infraestrutura e logística ................................................................................... 20 
2.6 EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS PARA O SETOR NOS PRÓXIMOS ANOS. ....................... 21 
3 EMPREGABILIDADE NO SETOR DO AGRONEGÓCIO ....................................... 26 
3.1 QUANTIDADES DE PESSOAS QUE O SETOR EMPREGA. ................................................ 26 
3.2 PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS TRABALHADORES DO SETOR/SALÁRIOS
 .................................................................................................................................. 29 
3.3. SINDICATOS ATUANTES NO SETOR .......................................................................... 32 
3.3.1 Ações e conquistas 2014 instituto CNA AÇÕES E CONQUISTAS 2014 instituto 
CNA - MEIO AMBIENTE. .......................................................................................... 32 
3.4 FORMAS DE CONTRATAÇÃO EXISTENTES NO SETOR ................................ 37 
3.5 DESEMPENHO EM RELAÇÃO À EMPREGABILIDADE. ..................................................... 41 
3.6 DIFICULDADES DO SETOR EM RELAÇÃO À EMPREGABILIDADE DIANTE DO CENÁRIO ATUAL.
 .................................................................................................................................. 45 
3.7 EXPECTATIVAS E PERSPECTIVAS PARA A EMPREGABILIDADE DO SETOR ....................... 46 
3.8 DESAFIOS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS DIANTE DO CENÁRIO 
ATUAL. ........................................................................................................................ 47 
3.8.1 O papel estratégico do agronegócio em 2016 .................................................. 48 
4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 54 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo do setor do agronegócio 
com foco na empregabilidade na região sudeste. Foram levantadas as principais 
atividades do setor e nesse sentido, apresentamos tanto uma análise histórica e 
setorial do agronegócio. Outros pontos levantados; Agronegócio Sustentável e os 
desafios dos profissionais da área de recursos humanos. 
Poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no comércio 
internacional do agronegócio quanto o Brasil, em dez anos dobrou o faturamento com 
as vendas externas e teve um considerável crescimento, superior a 100%. Projeções 
indicam que em pouco tempo o Brasil se torno o principal polo mundial de produção 
de algodão e biocombustível. 
Outra preocupação e com a sustentabilidade, contribuir e preservar para poder 
colher de forma responsável e eficiente. 
Tanto o produtor rural como seus fornecedores tem a preocupação de 
aumentar a produtividade das áreas em que atuam e ao mesmo tempo trabalhar de 
forma que o solo possa continuar produzindo ao longo dos séculos. Essa vem sendo 
a prática de sustentabilidade do agronegócio, protegendo a biodiversidade da região 
em que se atua. 
Gestão de Recursos Humanos no Agronegócio destaca que se não houver 
investimentos no capital humano, torna-se difícil garantir a sustentabilidade 
econômica, social e ambiental e consequentemente, a competitividade do segmento 
de produção nos mercados internos e externos. 
A capacitação gerencial e a de operadores constitui uma questão fundamental 
para a reestruturação da pecuária, o conhecimento dos processos que envolvem a 
administração de uma propriedade rural e de como produzir eficácia de forma 
sustentável e competitiva. 
5 
 
O conhecimento possibilita agregar valor à produção, melhorando assim a 
gestão dos processos e o bem-estar da equipe, permitindo acesso à matéria prima de 
qualidade com preços competitivos para os programas de capacitação o desafio é 
apresentar soluções baseadas na realidade das propriedades rurais e no seu contexto 
sócio econômico. 
O objetivo principal está em discutir amplamente alguns aspectos da gestão de 
fazendas, assim como da seleção, motivação e capacitação de recursos humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 MAPEAMENTO DO SETOR DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 
2.1 Definição / Conceito 
O agronegócio é o conjunto das atividades econômicas ligadas à agropecuária, 
passando pela produção, industrialização e comercialização dos produtos, representa 
um grande campo de trabalho no país. 
Santos e Marion (1993, p. 21) definem o Agronegócio como: “Arte de cultivar a 
terra. Arte essa decorrente da ação do homem sobre o processo produtivo a procura 
da satisfação de suas necessidades básicas” 
O agronegócio responde por grande parcela das exportações brasileiras, mas 
o setor apresenta vários desafios. Um deles é garantir a certificação dos produtos 
agropecuários segundo as normas nacionais e internacionais de saúde e 
sustentabilidade. O profissional trabalha para tornar as criações e as culturas um 
negócio econômico e socialmente sustentáveis e ecologicamente correto. Cabe a ele, 
por exemplo, avaliar e gerenciar a viabilidade econômica de alimentar os rebanhos 
com os recursos regionais, como cactos no Nordesteou resíduos agrícolas da 
produção de cana no Sudeste. Ou, na agricultura, o aprimoramento de sementes. Há 
também ótimas oportunidades nas áreas de processamento, beneficiamento, 
comercialização e assistência técnica. Os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste 
concentram o maior número de vagas, mas as novas fronteiras agrícolas (como os 
estados do Pará, Piauí e Bahia) também são atraentes. 
O Brasil é líder em produção e produtividade em diversos produtos 
agropecuários. Segmentos como soja, milho, açúcar, etanol e carnes são os primeiros 
nos rankings de produção e exportação mundiais. Os recursos naturais do Brasil, as 
demandas pela sua produção e empresas consolidadas são os fatores que fortalecem 
a posição de país com potencial de alimentar o mundo. 
O Sudeste Metropolitano, área compreendida pelo eixo São Paulo-Rio de 
Janeiro, desde a Grande São Paulo até a Grande Rio de Janeiro, é o principal centro 
econômico do país, possuindo um parque industrial diversificado, abrangendo 
7 
 
praticamente todos os setores industriais que ocorrem no país. A região de Belo 
Horizonte também concentra um enorme polo industrial, apoiado nas importantes 
reservas minerais presentes no Quadrilátero Ferrífero. A agropecuária acompanha 
esse desenvolvimento, ocorrendo diversos cinturões verdes (hortifrutigranjeiros), e o 
agronegócio como cana, soja, café, rebanho bovino e laranja. 
Atualmente, existe uma queda relativa na participação do Sudeste na economia 
brasileira, principalmente na agricultura e na indústria. O setor secundário da região 
tem sofrido um processo conhecido como desconcentração industrial, quando as 
unidades de produção migram para outras regiões ou países. Por outro lado, o setor 
terciário, que envolve o comércio, finanças e todos os tipos de serviços, tem ganhado 
maior importância. 
2.2 Atividades desenvolvidas pelo setor 
A organização compreende a combinação das atividades desenvolvidas em 
função dos fatores de produção disponíveis, ou seja, todas as culturas e criações 
devem ser exploradas de modo a aproveitar da melhor maneira possível todos os 
fatores de produção envolvidos. 
Segundo Zuin e Queiroz (2007, p. 176-182) o produtor rural pode agregar valor 
aos seus produtos seguindo alguns passos, quais seja utilização de normas de 
padronização: consiste em classificar qualitativamente (forma, coloração, grau de 
maturação, danos mecânicos) e quantitativamente (tamanho e peso) os produtos 
vegetais in natura, separando-os em categorias distintas. Tal classificação confere um 
aspecto mais homogêneo aos produtos, torna o processo de comercialização mais 
rápido e eficiente, além de permitir a caracterização do produto sem sua presença 
física, com confiabilidade, transparência e possibilidade de arbitragem. Embalagens 
de transporte e comercialização: as embalagens de transporte consistem naquelas 
embalagens utilizadas para acondicionar, transportar e, muitas vezes, armazenar o 
produto desde a colheita até o atacado ou varejo. Essas embalagens desempenham 
um importante papel. Quando inadequadas ou usadas indevidamente podem causar 
muitos danos aos produtos, que representam perdas e prejuízos. Quando adequadas 
8 
 
são importante ferramenta de agregação de valor, pois mantêm as boas 
características dos produtos, o que permite que eles sejam classificados e 
acondicionados em outras embalagens, as de comercialização. Tais embalagens 
visam chamar a atenção do consumidor e é uma importante ferramenta de marketing. 
Industrialização da produção: consiste em mais uma forma de agregação de valor que 
apresenta vários benefícios ao produtor, tais como: eliminação de intermediários, 
menor instabilidade de preços, possibilidade de planejar a produção, atuação em 
novos mercados e maior contato com ferramentas gerenciais. 
A industrialização pode ser feita através do semi processamento ou do 
processamento. O primeiro corresponde a produtos industrializados sem alterações 
técnicas significativas, um exemplo são os vegetais minimamente processados, 
oferecidos de forma prática e pronta para o consumo. O segundo corresponde aos 
produtos que tiveram alterações físicas significativas, como por exemplo, o 
processamento de frutas visando obter polpas congeladas. Construção da marca: a 
marca é o grande elemento diferenciador para produtos e serviços. Oferece várias 
vantagens, tanto para fabricantes, atacadistas, varejistas quanto clientes: maior 
facilidade em processar pedidos, proteção legal de características exclusivas do 
produto ou serviço, certa proteção contra a concorrência, segmentação de mercado, 
fortalecimento da imagem da empresa, facilidade de comercialização de produtos, VII 
SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – 2010. 
 “Em alguns segmentos da produção primária, como a agricultura e a 
bovinocultura, as parcerias rurais já são utilizadas em níveis razoáveis, mas não na 
proporção que os resultados disponíveis permitiriam, nem sempre de forma adequada 
aos objetivos propostos”. (CREPALDI, 1998, p. 27) Segundo Crepaldi (1998, p. 27) 
poucos já se propuseram a analisar a deficiente produção rural brasileira e a riqueza 
patrimonial representada pelas terras e máquinas agrícolas, sendo que boa parte 
delas está em estado improdutivo, depreciando-se e degradando-se. O principal fator 
apresentado para que o desenvolvimento da produção agropecuária não se desenrole 
no país é a falta de recursos financeiros subsidiados. Há outros fatores que também 
contribuem, por exemplo, a adoção de parcerias rurais como instrumento de 
desenvolvimento da atividade agropecuária não tem sido o recurso prático utilizado 
9 
 
por proprietários e produtores rurais que tem seus bens inativos, embora tais recursos 
estejam ao seu alcance. 
. Na agricultura e na pecuária, as parcerias modernas, com características 
empresariais, já acontecem, mas ainda de forma incipiente. Esses setores pelo 
imenso volume patrimonial envolvido e grande contingente profissional empregado 
poderiam elevar consideravelmente sua produção e produtividade apenas pelas 
parcerias que ajustam adequadamente os bens subsidiados. O uso racional desse 
valioso complexo de bens, ainda insuficientemente trabalhado, permitiria que as 
necessidades alimentares a população brasileira fossem supridas, planejando a 
utilização racional dessas áreas, dispensando a abertura de novas glebas de maneira 
aleatória e evitando, assim, prejuízos para o meio ambiente. (CREPALDI, 1998, p. 
28). 
2.3 Participação na economia 
2.3.1 A importância do agronegócio no Brasil 
Uma gigantesca fatia de nosso produto interno: O agronegócio. Responsável 
por uma parte significativa de nossas exportações, por uma grande movimentação na 
economia e pela geração de muitos empregos, a agropecuária representa uma 
marcante faceta de nossa economia do agronegócio para a economia nacional. 
2.3.2 Empregos gerados 
Pode parecer impressionante, mas aproximadamente 37% dos postos de 
trabalho no Brasil estão relacionados ao agronegócio. Isso significa que um a cada 
três brasileiros que trabalham como empregados estão envolvidos no agronegócio. 
Em um país com extensão territorial do Brasil, entretanto, isso não chega a causar 
tanto surpresa, principalmente quando consideramos a parcela da população urbana 
envolvida na distribuição de produtos agropecuários. Basta ir a qualquer 
supermercado de grande ou pequeno porte, para termos uma ideia da extensão dessa 
imensa cadeia produtiva que traz alimentos à mesa de milhões de brasileiros. 
10 
 
2.3.3 Produto Interno Bruto 
O PIB do agronegócio representa cerca de 25% do PIB total do país, 
ultrapassando um trilhão de reais. 
Para a sétima economia do mundo, esse percentual é impressionante, e faz 
com que o agronegócio seja de fato de um item de grande destaque na lista dos 
componentes do produto interno bruto nacional. 
2.3.4 Balança comercial 
 Em umaépoca marcada por uma economia em recessão, o agronegócio 
responde por mais de 40% do saldo positivo da balança comercial brasileira. 
O agronegócio acumula constantes superávits, enquanto os demais setores da 
economia são deficitários. Apenas no mês de janeiro de 2015, o agronegócio gerou 
um superávit de mais de US$ 4 bilhões. 
2.3.5 Indicadores de Confiança 
A importância do agronegócio é tamanha que o Brasil conta hoje com 
indicadores de confiança para o setor, que representam a segurança do produtor em 
investir, frente a suas perspectivas no cenário econômico. Um exemplo de índice é o 
ICP Rural – Índice de confiança dos Produtores Rurais Brasileiros, levantado pelo 
programa de Pesquisa em Agronegócio da Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade de Ribeirão Preto da USP (AgroFEA). 
Esse índice, em um reflexo do crescimento da importância do setor, subiu 4% 
de 89,8 pontos para 93, no período entre outubro de 2013 e janeiro de 2014. O 
pessimismo na economia após os recentes problemas no setor enérgico vem 
derrubando esse índice, mas ainda assim ele teve leve alta no período entre outubro 
de 2014 e janeiro de 2015, variando de 60,2 pontos para 64,8 uma alta de mais de 
4%. 
11 
 
Em uma economia que atravessa um período de dificuldade, o agronegócio 
representa ainda uma segurança para a economia brasileira, respondendo por uma 
grande participação nos empregos, no PIB e na Balança Comercial. 
O agronegócio possui fundamental importância na economia brasileira, devido 
à participação no PIB e na balança comercial, bem como pelos empregos gerados. 
2.3.6 Panorama Geral 
Segundo pesquisadores do Cepea e opiniões de líderes do agronegócio o ano 
de 2014 não foi nada bom para a economia brasileira. Seu crescimento será muito 
baixo (menos de 0,3%), apesar de uma política física muito expansionista (saldo 
primário negativo até outubro) e a inflação muito alta (ao redor do teto de 6,5%), 
mesmo diante de taxas de juros muito elevadas. O desemprego, que vinha se 
mantendo em níveis bastante baixos (4,7%), começa a dar sinais de reversão tanto 
na indústria como nos serviços. As contas externas apresentam déficits preocupantes. 
Para médio prazo, o foco da política econômica tem de se voltar para o lado da 
oferta da economia: Produtividade (educação, ciência e tecnologia), infraestrutura e 
eficiência (do setor público e privado, especialmente a indústria). A principal razão 
para o crescimento, 
Tem sido observado, é fraco o avanço da produtividade do conjunto da 
economia, que permaneceu estagnada nesse período. A taxa de investimento segue 
baixa (17,4% do PIB) por ser a poupança interna menor ainda (14% do PIB), tornando 
os investimentos externos imprescindíveis. Estes são atraídos pela confiança 
inspirada pela economia e pelas perspectivas de lucro, coisa que o Brasil perdeu nos 
últimos anos. 
A economia brasileira conta, felizmente, com setores com forte potencial de 
crescimento, que souberam investir produtivamente aio longo das últimas décadas. 
São setores que se distinguem dos demais pela eficiência e competividade: 
agronegócio (agropecuária e agroindústria), indústria extrativa (minério e petróleo) e 
outros segmentos industriais específicos. Será com esses setores que o País terá de 
12 
 
contar para preencher a lacuna temporal até que os rearranjos estruturais necessários 
sejam levados a cabo e surtam os efeitos desejados em termo de crescimento 
econômico. 
2.3.7 O papel estratégico do agronegócio em 2015 
Projeta-se que o setor (indo de insumos à distribuição de seus produtos) cresça 
perto de 2,6%, com a agropecuária (segmento primário) especialmente expandindo-
se 5,8% taxas que contrastam fortemente como o valor próximo de zero estimado para 
a economia como um todo. 
O agronegócio é um setor estratégico para a economia brasileira e, 
especialmente em 2015, pode ser o grande condicionante do seu desempenho. 
Representando 23% do PIB brasileiro, ele pode ser o único setor com crescimento 
mais expressivo diante da indústria claudicante e dos serviços em processo de 
exaustão. 
Para o crescimento dos demais setores, bastante dependente de importações, 
portanto, das divisas que o agronegócio gerar. 
Além disso, o desempenho do agronegócio é um dos principais fatores 
determinantes da inflação, posto que alimentos e bebidas representem 23% do IPCA. 
Como esse peso no custo de vida chega a 28% para os estratos mais pobres e a 8,5 
redução da pobreza. A própria eficácia das políticas de transferência de renda (como 
o Bolsa Família) e de valorização do salário mínimo depende do custo de vida manter-
se relativamente estável para os mais ricos, um bom desempenho do agronegócio 
(maior produção a preços estáveis ou menores graças a aumentos de produtividade) 
pode contribuir significativamente para garantir relativa continuidade da melhoria a 
distribuição de renda e da 
 
 
 
13 
 
2.4 Desempenho do setor nos últimos anos 
As atividades agropecuárias desempenharam historicamente importante papel 
no desenvolvimento do Sudeste. Região de colonização antiga, junto com o Nordeste, 
a importância das atividades agrícolas para o desenvolvimento da economia regional 
começou a crescer a partir do século XIX com a expansão das lavouras cafeeiras por 
toda a região. 
Aproximadamente 19% da área dos estabelecimentos agropecuários na região 
são ocupadas por agricultores familiares. Esse índice, indicador da concentração 
agrária, varia de 15% para o estado de São Paulo até 34% para o Espirito Santo. 
14 
 
Os principais produtos agropecuários da região considerando o VP são, em 
ordem decrescente, cana-de-açúcar, café arábica, leite de vaca e laranja. A produção 
de cana-de-açúcar e laranja localiza-se no estado de São Paulo, a de café arábica 
está concentrada principalmente em Minas Gerais e a de leite de vaca está espalhada 
por toda a região. 
Tendo em vista que a agricultura familiar possui grande participação em termos 
de número de estabelecimentos e pessoal ocupado nos estabelecimentos com 
relação à sua participação no VP está ainda é baixa, em torno de 24,3% para a média 
dos estados da região. Enquanto essa participação é de aproximadamente 15,8% 
para São Paulo ela é de praticamente 50% para o Rio de Janeiro. Com relação aos 
produtos responsáveis pela maior parte do VP da agropecuária regional, incluem-se 
o café arábica em primeiro lugar e o leite de vaca em segundo. De acordo com Pires 
(2013), a agricultura familiar da região Sudeste é responsável por 16% do total dos 
estabelecimentos agropecuários familiares do Brasil, 15% da área desses 
estabelecimentos e 20% do valor bruto da produção (VBP) da agricultura familiar 
brasileira. 
 
Quanto à utilização de terra nas propriedades, constata-se uma destinação de 
área considerável para lavouras permanentes nos estados de São Paulo, Minas 
15 
 
Gerais e Espírito Santo. Isso ocorre por causa da difusão de lavouras de laranja e café 
por esses estados. Especificamente no Espírito Santo, a área destinada para lavouras 
permanentes é quase quatro vezes superior à área destinada para lavouras 
temporárias. Com relação às pastagens, ocorre um ligeiro predomínio daquelas 
plantadas em boas condições comparativamente aos naturais. 
 
Com relação à utilização de terras destinadas à área de preservação 
permanente (APP) ou reserva legal, nesse caso, verifica-se uma diferença nos 
estados da região em termos do percentual da área destinada à APP ou reserva legal 
com relação à área total dos estabelecimentos agropecuários em cada estado. 
Enquanto esse percentual para o Brasil é de 15,2%, na região Sudeste ele é igual a 
10,92%, com variação de 7,9% no caso de São Paulo até 12,6% no caso de Minas 
Gerais. Esses percentuais são, em comparação com as demais regiões brasileiras 
(Castro 2012a, 2013a, 2013b), baixos e indicam o passivo ambiental das fazendas da 
região. Considerandoque apenas a área de reserva legal numa fazenda deve ser por 
lei, de no mínimo 20% da área total da propriedade, esse percentual indica claramente 
o descumprimento em toda a região (na média) do mínimo legal. 
 
16 
 
2.5 Dificuldades do setor nos últimos anos 
O agronegócio é considerado um dos setores mais importante para a economia 
brasileira. 
O setor já gerou um superávit maior que o superávit do país, com ênfase no 
período de 2001 a 2012, quando o agronegócio gerou um superávit de quase US$ 
600 bilhões, enquanto que os demais setores da economia geraram um déficit 
superior a US$ 200 bilhões, porém em uma época marcada por um cenário econômico 
instável este setor pode recuar em números importantes para a economia do país. A 
seguir veremos alguns dados que apontam as dificuldades que o setor vem 
enfrentando nos últimos tempos, como a crise hídrica no Sudeste, recursos 
financeiros inadequados, logística e infraestrutura. 
2.5.1 Cenário climático no Sudeste pode influenciar a agroindústria. 
O Sudeste passa pela pior crise hídrica relatada nos últimos 85 anos. Segundo 
o meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada, Somar 
Meteorologia, o clima atual reflete uma condição oceânica de esfriamento do Pacífico, 
que se opõe às décadas de 1980, 1990 e 2000, quando a temperatura era mais 
quente. A mesma fase vivenciada nos anos 40 aconteceria agora, com menos chuva, 
em intervalos de 30 anos, que se classifica como interdecadal. 
 O ciclo que traz um comportamento climático de padrão mais seco, isso 
significa que, por exemplo, antes se cultivava milho em ciclos de 130 a 140 dias e hoje 
esses cultivos são feitos entre 100 e 105 dias para que sejam mais efetivos na época 
de chuvas. (informação verbal)1 
 
1. Noticia fornecida pelo meteorologista e sócio da empresa de consultoria especializada, Somar 
Meteorologia, Paulo Ethichury, na 3ª Conferência Municipal de Desenvolvimento Rural, em São José 
dos Pinhais / PR, em 16 de maio de 2015. 
 
17 
 
Para a agroindústria isso resultou no atraso do cultivo da soja e perspectivas 
de queda da produtividade em outras matérias-primas. 
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 
Mauricio Antônio Lopes visualiza a crise hídrica como uma oportunidade de o setor 
incorporar novas tecnologias e a fomentar a produção de transgênicos no país, mas 
com a introdução dos produtos transgênicos em maiores quantidades poder trazer 
desvantagens aos agricultores a saúde e ao meio ambiente 
Riscos para a agricultura: Para os agricultores que cultivam plantações 
orgânicas ou convencionais ao inserir em massa as sementes transgênicas no 
mercado implicaria em prejuízo, visto que perderiam o direito de vender suas safras 
como orgânicas e convencionais, que são mais valorizadas no mercado, e arcariam 
como as despesas do pagamento dos royalties (taxas tecnológicas ou indenizações à 
detentora da patenteada sobre os recursos utilizados). 
Riscos para a saúde: Os cientistas apontam uma seria de riscos que os 
transgênicos oferecem a saúde, entre eles estão: 
 Aumento das alergias; 
 Aumento de resistência aos antibióticos; 
 Maior ingestão da quantidade de resíduos de agrotóxicos. 
 
Risco para o meio ambiente: Para o meio ambiente a introdução dos 
transgênicos na natureza expõe a sérios riscos, como a perda ou alteração do 
patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento em excesso no uso 
de agrotóxicos o que põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. 
2.5.2 Variações de taxas cambiais afetam os preços dos produtos de insumos 
podendo atrapalhar a safra de 2015/2016. 
As vendas de fertilizantes no país no período de janeiro a junho desse ano 
registraram queda de 7,7% em comparação ao mesmo período em 2014 de acordo 
com a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). Esses dados apontam 
18 
 
um possível atraso na compra desse produto devido à oscilação do dólar. A 
dependência do mercado externo para atender a demanda interna, faz com que o 
produtor aguarde o momento oportuno para comprar, mas ele precisa analisar, 
também, a data do plantio não podendo postergar a partir de determinada data - diz o 
secretário da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Reinaldo Cantarutii. 
Especialistas temem que com o alto preços dos produtos, alguns agricultores 
optem por reduzir a área de plantio ou até mesmo a quantidade de insumos. O 
engenheiro agrônomo Daniel Lopez trabalha com inteligência de mercado de 
fertilizantes e constatou que os atrasos na compra do insumo este ano têm sido 
registrados mais nos estados do Sul e em São Paulo, onde a crise no setor 
sucroalcooleiro impacta diretamente na diminuição da demanda. 
O setor sucroalcooleiro já estava com baixa perspectiva por conta do clima e 
do baixo preço interno do petróleo, tendo previsto em 2014 a perda de até nove usinas 
segundo o balanço divulgado pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). 
O atraso na safra também é atribuído à demora na liberação do credito rural. O 
aumento das exigências dos bancos, que preocupados com a inadimplência, estão 
rigorosos com as regras de cadastro e estão passando a exigir mais garantias. 
Este é mais um desafio que agronegócio brasileiro vem enfrentando conforme 
veremos seguir. 
2.5.3 Exigências rigorosas para concessão de crédito, juros altos podem 
ameaçar o setor. 
A economia brasileira passa por um momento delicado que atinge os 
investimentos no agronegócio no país, especificamente os produtores rurais que 
dependem das linhas de crédito agrícola. 
Pequenos e médios produtores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio 
Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina e Pará reclamam da dificuldade nas linhas de 
19 
 
crédito rural para o custeio da safra, investimentos em máquinas e até dinheiro para 
a agricultura familiar. 
O problema teve origem no primeiro semestre do ano, quando os produtores 
começam a se preparar para o plantio da safra seguinte. Nessa fase, eles buscam 
recursos nas linhas de pré-custeio, voltadas à compra de insumos. Foi quando secou 
o dinheiro das contas-correntes e da poupança que, no caso do Banco do Brasil tem 
destinado para o financiamento do agronegócio o dinheiro das contas-correntes e da 
poupança. O banco estatal destina 73% da chamada poupança rural (90% do total da 
caderneta) para o crédito agrícola com juros subsidiados de 8,75 ao ano. Além da 
poupança rural, o agronegócio conta com o direcionamento de 34% dos depósitos à 
vista (conta corrente) de todos os bancos. Com a alta dos juros, tanto a poupança 
como as contas-correntes perderam depósitos para outras aplicações. 
Para os empréstimos de custeio da agricultura empresarial, a taxa será de 
8,75% ao ano, contra 6,5% do plano passado. O médio produtor (Pronamp) terá taxa 
de juros em 7,75% ao ano para custeio e 7,5% ao ano para investimento - no último 
Plano Safra, os valores eram de 5,5% ao ano. Para os demais programas de 
investimentos, a taxa varia de 7% a 8,75%, somente para quem apresenta 
faturamento de até R$ 90 milhões. 
Quando se concede um empréstimo, sempre existe o perigo que este não 
seja recuperado. Este risco será muito diferente, pois varia com o solicitante 
de acordo com o período que se concede o empréstimo a taxa de juros pode 
ser diferenciada quanto ao período que se concede. De modo geral, 
empréstimos a longo prazo implicam taxas de juros mais elevadas que a curto 
prazo, já que o risco aumenta com a duração do empréstimo. (TROSTER 
& MOCHÓN, 1994, p. 120 e 121). 
 
Este é um momento em que a demanda pelo empréstimo está maior do que a 
oferta. O economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, ressalta, "nesse caso, 
20 
 
o banco cobra quanto puder. É uma taxa decidida caso a caso”, o que justifica a 
situação atual para quem necessita de crédito.2.5.4 Infraestrutura e logística 
O investimento em infraestrutura é uma necessidade que está se tornando um 
desafio, estando mais próxima de uma necessidade do que a realidade. Enquanto em 
outros países a competividade econômica reflete o alto desempenho em tecnologia e 
infraestrutura, como Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca, destaques na última 
divulgação do World Competitiveness Yearbook 2014, pela Fundação Dom Cabral. 
Por outro lado, no Brasil, os entraves permeiam vários pontos, como por exemplo: 
• Morosidade na realização de Estudos Técnicos de Viabilidade Econômica e 
Ambiental (EVTEAs) para a implantação ou aprimoramento de hidrovias. Em 2014, 
apenas três estudos foram apresentados e ainda estavam em fase de revisão; 
• Autorização das poligonais nos portos públicos. Desde 2013 estão sendo 
aguardados investimentos da ordem de R$ 4,7 bilhões e mais 47 milhões em 
toneladas de cargas de aumento de capacidade ao sistema portuário. Porém, o 
processo de arrendamentos de áreas em portos públicos ainda não passou do 1º lote 
(estão previstos quatro lotes). A demora se deve ao impasse travado entre o TCU e a 
Secretaria de Portos. O Tribunal detém em seu poder a liberação da análise do 
processo, e com isto este atrasa o andamento dos trabalhos. Cabe ressaltar que a 
data limite para a entrega final desses processos estava prevista para junho de 2014. 
• Restrição de recurso financeiro para a manutenção das rodovias, apesar de 
ser o modal predominante no país (230 mil quilômetros pavimentados contra 21 mil 
quilômetros de hidrovias em uso e 28 mil quilômetros de ferrovias), este é afetado 
diretamente pela contenção de recursos. Muitas vezes, operações emergenciais são 
realizadas pondo à prova a eficiência da gestão do recurso, visto que o resultado 
dessas é visivelmente afetado por fatores climáticos, como chuvas. A equipe técnica 
do governo ainda faz prospecções no mercado e avalia quais projetos têm condições 
de atrair interessados; 
21 
 
• Efetivação do novo marco regulatório para ferrovias. Este marco foi proposto 
no lançamento do Programa de Investimentos em Logística - PIL, em 2012, mas ainda 
não está em funcionamento, aguardando regulamentação pela Agência Nacional de 
Transportes Terrestres (ANTT). As ferrovias são os que estão mais atrasados, dos 
segmentos compreendidos no plano. 
Investir em infraestrutura requer recurso de volume considerável, tempo para o 
retorno, bom planejamento e experiência na condução dos trâmites burocráticos, 
afinal as obras são extensas em todas as dimensões – temporal, econômico-
financeira, espacial. 
O custo logístico envolve os custos relacionados com toda a cadeia de 
suprimentos de um setor, cabe destacar dentre outros, os custos com produção, 
transporte, armazenagem, estoque, distribuição, informação. 
Uma boa infraestrutura não é a solução total para resolver os problemas de 
logística do país. É preciso a manutenção e abertura para novos investimentos. A 
logística deve ser analisada como requisito essencial e fator estratégico para o 
desenvolvimento da economia brasileira. Então, a partir daí poderá ser vislumbrado 
um país com produtos mais competitivos e valorizados no mercado. 
2.6 Expectativas e perspectivas para o setor nos próximos anos. 
"Em 2015, o desempenho dos principais setores do agronegócio brasileiro 
tende a ser positivo", afirmou o centro da Esalq/USP em nota. "Os fundamentos não 
justificam animação, mas também rejeitam 'choradeira', pelo menos da maioria das 
atividades." 
Segundo a equipe de analistas do Cepea, a obtenção de crescimento previsto 
vai requerer que o agronegócio continue explorando seus ganhos de produtividade, 
sem depender apenas de impulsos da demanda. 
22 
 
Na avaliação da equipe Cepea, o setor vai encontrar em 2015 um mercado 
interno estagnado ou em fraca expansão "na melhor das hipóteses, resultado do 
provável aumento do desemprego e de desaceleração dos salários". 
Já no exterior, as perspectivas de menor liquidez e maiores juros internacionais 
indicam dólar mais valorizado e preços de commodities menores. 
O Rabobank Brasil divulga, nesta quinta-feira, 8, o estudo “Perspectivas para o 
Agronegócio Brasileiro 2015”, que apresenta as previsões para o ano das principais 
commodities produzidas no país, entre elas soja, milho, algodão, açúcar, etanol, café 
e bovinos. 
Confira abaixo alguns destaques do relatório: 
• Açúcar, Etanol e Cana. 
O setor sucroenergético brasileiro deve continuar enfrentando desafios em 
2015, com a expectativa da próxima safra ainda sofrer com os impactos da seca que 
atingiu os canaviais em 2014, o que impediria a recuperação plena da produtividade. 
Além disso, o setor continua com o endividamento elevado, pois não conseguiu 
reduzi-lo durante 2014. 
• Café. 
As perspectivas para a commodity são de preços ainda elevados, reflexo do 
segundo ano de déficit no mercado de café. As previsões do Rabobank apontam para 
pouca possibilidade de uma produção nacional maior que a safra anterior. A seca que 
atingiu as principais regiões produtoras de arábica em 2014 teve um impacto negativo 
no crescimento vegetativo dos pés de café, reduzindo o potencial produtivo da safra 
2015. 
• Algodão. 
No cenário global, a safra norte-americana pode acirrar a competição no 
mercado de pluma. O excedente mundial, que não conseguirá ser totalmente 
23 
 
enxugado pelo consumo do sudeste asiático, deverá pressionar os preços e impactar 
as cotações brasileiras. As perspectivas para o mercado nacional são de 
enfraquecimento dos preços internos e custos elevados, que podem refletir em uma 
menor área de plantio. Além disso, o câmbio será ser um fator decisivo para a 
competitividade da produção nacional de algodão. 
• Soja. 
Após um aumento de 5,7% na produção mundial de soja no ciclo 2013/14, a 
perspectiva é de expressiva expansão da produção mundial em 2014/15. Na América 
do Sul, o crescimento do plantio, com destaque para Brasil e Argentina, deverá 
contribuir para o maior volume mundial e pressionar os preços internacionais. 
• Milho. 
A tendência é do maior nível de reservas de milho dos últimos 15 anos, devido 
ao segundo ano consecutivo de alta dos estoques mundiais, com projeção da 
produção em 991 milhões de toneladas (Mt) e uma demanda de apenas 970 Mt. 
Esse cenário, que tem como um dos principais fatores a supersafra norte-
americana, deverá manter as cotações internacionais pressionadas. 
• Bovinos. 
As perspectivas para a carne bovina brasileira em 2015 são de um bom 
posicionamento da produção nacional no cenário internacional com a possível 
abertura do mercado norte-americano para a carne in natura, a retomada dos envios 
para a China e a redução do rebanho de concorrentes diretos do Brasil, como os 
Estados Unidos e a Austrália. 
• Frango 
O Rabobank prevê um ano favorável para a carne de frango brasileira em 2015, 
com oportunidades de conquista de novos mercados e do aumento no comércio com 
24 
 
a Rússia. Por outro lado, a produção dos Estados Unidos deve acirrar a competição 
da carne brasileira no mercado externo. 
No mercado doméstico, os altos patamares de preço da carne bovina, principal 
concorrente do frango, deverão favorecer o aumento do consumo. 
• Suíno. 
As perspectivas para a carne suína brasileira em 2015 são positivas, 
principalmente em relação às exportações, com a possibilidade de abertura de novos 
mercados - como México, Coreia do Sul e Colômbia -, além da oportunidade de 
consolidação em outros pouco explorados, como Japão. 
Com o cenário global oportuno e o crescimento da demanda interna, a 
produção nacional deve apresentar um crescimento de 3,5%. 
• Suco de laranja. 
A quebra da safra da Flórida, que deverá aumentar a demanda do suco 
brasileiro no mercado americano, e o possível aumento dos preços no segundo 
semestre do ano –impulsionado pela relação estoque-consumo em 26% – garantem 
tendênciasclaras de um cenário mais favorável em 2015 para a indústria nacional de 
suco de laranja. 
Apesar disso, o Brasil deverá enfrentar uma redução das exportações para a 
Europa, que representa o maior mercado para o suco brasileiro. 
 
• Leite. 
O ano de 2015 será marcado por uma oferta firme de leite no Brasil, reflexo do 
aumento de investimentos no rebanho e em equipamentos no último ano 
(possibilitados pelas margens positivas). O crescimento da produção doméstica e a 
25 
 
desaceleração da demanda interna podem pressionar os preços na primeira metade 
do ano, tendo como consequência uma remuneração mais baixa para o produtor. 
• Insumos. 
A expectativa de desaceleração na demanda global por fertilizantes em função 
da queda nas cotações das principais commodities pode ser refletida nos preços dos 
insumos pagos pelo produtor brasileiro. 
No mercado interno, o menor crescimento na demanda de fertilizantes, aliado 
à ampliação das importações, pode resultar em estoques relativamente confortáveis 
no início de 2015. Isso restringe o potencial de alta das cotações de adubo no mercado 
interno, pelo menos no primeiro semestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3 EMPREGABILIDADE NO SETOR DO AGRONEGÓCIO 
3.1 Quantidades de pessoas que o setor emprega. 
O Agronegócio no Brasil tem uma expressiva participação na economia do país. 
O setor é responsável por criar aproximadamente 37% de todos os empregos do país. 
Atualmente cerca 25 e 30 milhões de pessoas trabalham com o agronegócio. 
As características favoráveis do Brasil, como clima, solo, água, relevo e 
luminosidade são fatores que torna o agronegócio brasileiro entre o quinto no mundo 
com potencial de expansão de sua capacidade agrícola. Esses são fatores positivos 
que movimenta a grande gama de empregabilidade do setor. 
Segundo pesquisa do (Caged) Cadastro Geral de Empregados e 
Desempregados, o agronegócio em Itapetininga (SP) é o setor que mais contrata. 
De acordo com a pesquisa do órgão, em maio desse ano a área abriu 621 
postos de trabalho. O último levantamento aponta que o município empregou 843 
pessoas. 
Para o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade, o 
primeiro lugar no Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola do Estado de São Paulo explica 
o fato. Aproximadamente 90% da nossa área é produtiva, o que nos dá o respaldo 
dos pequenos e médios produtores, assim como das grandes empresas ressalta. 
(informação verbal) 2. 
Segundo o gerente comercial Egídio Maffei, a localização geográfica do 
município favorece o investimento no setor. “As nossas fábricas daqui estão a 300 
quilômetros das outras no Paraná e a 170 quilômetros do principal mercado 
 
2 Noticia fornecida pelo secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico da cidade de 
Itapetininga / SP, Hélio de Pinto Simões Júnior, em entrevista ao G1 em Itapetininga, em 01 de 
setembro de 2015. 
27 
 
consumidor que fica em São Paulo. Além do mais, a cidade tem tradição de ser uma 
firma leiteira”, esclarece. 
Egídio Maffei trabalha em uma empresa de laticínios que se instalou 
recentemente em Itapetininga. Ele relata que a fábrica produz um milhão de litro de 
leite desde que chegou a Itapetininga e contratou mais de 300 pessoas. 
Depois de conseguir uma vaga na empresa, a operadora de produção Daniele 
Cristiane Santos valoriza a oportunidade. “Há uma estabilidade agora. Carteira 
assinada é outra coisa. Ter filhos, família e casa trazem responsabilidades”3, finaliza. 
A análise desses dados mostra nitidamente a importância do agronegócio para 
a economia nacional. Pode-se considerem que o agronegócio é um dos motores que 
impulsiona o Brasil para o crescimento. 
Esses foram dados apurado em Itapetininga (SP), mostrando uma pequena 
parte da contribuição do agronegócio na empregabilidade no Brasil. 
Segundo as projeções realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Mapa), disponível em: http://nacionaldacarne.com.br/artigo-o-futuro-
do-agronegocio-no-brasil/, o Brasil deve atingiria a marca de 193,8 milhões de 
toneladas de produção de grãos no ano passado, quase o dobro do que foi produzido 
em 2000, quando foram registradas 100 milhões de toneladas. Além disso, o país é 
líder na produção e exportação de café, açúcar, etanol de cana-de- 
Na visão do diretor do Sindicato Rural de Itapetininga, José Rosa Seixas, a 
fertilidade da terra e a variedade de alimentos que são produzidos atraem os 
produtores à região. 
 
3 Entrevista da operadora de produção da empresa Agroleite Castrolanda, Daniele Cristiane 
Santos em entrevista ao veículo de comunicação Rede Globo de Itapetininga /SP, em 01 de agosto de 
2015. 
28 
 
Segundo Alan Riddell, sócio da KPMG no Brasil e líder para o setor de 
Agronegócio, as empresas do setor também precisam estar preparadas e dispostas 
para se tornarem agentes ativos na melhoria das condições e crescimento da 
indústria. Na última década, com os preços de commodities mais altos, as atividades 
relacionadas à agricultura se tornaram mais rentáveis, atraindo os olhares de 
investidores, nacionais e estrangeiros, com interesses financeiros ou estratégicos. 
As perspectivas para empresários do setor e investidores são enormes, visto 
que a área plantada de 53,3 milhões de hectares representa apenas 27,7% do 
território nacional e as previsões são de que nas próximas décadas o segmento 
poderá acrescentar outros 70 milhões de hectares de área para a produção de 
alimentos e energia. Essa incorporação se dará por meio de técnicas sustentáveis de 
produção, como a agricultura de baixo carbono e a Integração Lavoura-Pecuária-
Floresta (ILPF), sem a necessidade de derrubar uma única árvore. 
Vale ressaltar a importância da empregabilidade nesse âmbito onde entra a 
atuação eficaz e eficiente dos gestores do agronegócio. Os empresários do segmento 
têm que ter uma visão bem clara: uma empresa que não for estruturada e transparente 
terá mais dificuldades de conseguir novos investimentos e empréstimos. 
Para os empresários que almejam acessar recursos no mercado internacional, 
dentre eles dívida de longo prazo ou de Private Equity (Ativo Privado, uma modalidade 
de fundo de investimento que consiste na compra de ações de empresas que 
possuam boas faturações monetárias e que estejam em notável crescimento) 
precisam avançar cada vez mais com a implantação da profissionalização da gestão 
e da boa governança corporativa, trazendo mais transparência e credibilidade criando 
valores de forma consistente e sustentável. 
O crescimento físico e material está sendo substituído pelo 
crescimento do conhecimento. De nada valem investimentos financeiros ou 
tecnológicos na organização, se não houver pessoas treinadas e capazes de 
agregar valor à organização por meios de soluções criativas e inovadoras e 
tornar aqueles investimentos rentáveis e atraentes. (Chiavenato, 2014, 
p. 56). 
29 
 
3.2 Principais atividades desenvolvidas pelos trabalhadores do setor/salários 
Profissão Engenheiro Agrônomo 
 O Engenheiro Agrônomo é um profissional de nível superior. Seu campo de 
atuação é vasto, abrangendo fitotecnia, zootecnia, solos, engenharia rural e meio 
ambiente. Para atuar no Brasil, o profissional deve ser registrado no Conselho 
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA. 
O dia do engenheiro agrônomo é comemorado em 12 de outubro por causa da 
primeira regulamentação da profissão, que aconteceu em 12 de outubro de 1933. 
 PERFIL PROFISSIONAL 
Definição da Profissão 
O Engenheiro Agrônomo é o profissional com formação eclética, capaz de gerar 
e aplicar conhecimentos científicos e técnicas agronômicas, adequadas a uma 
agricultura racional e integrada à produção vegetal e animal, tendo uma sólida 
formação humanística, desenvolvendo consciência social, econômica,cultural e 
crítica das atividades pertinentes ao seu campo profissional, orientando a comunidade 
onde está inserido e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do homem. 
O Engenheiro Agrônomo deve ter uma formação generalista, com sólido 
embasamento nas áreas fundamentais do conhecimento científico e técnico 
relacionado às ciências agrárias e do ambiente, sendo capaz de gerar e difundir 
conhecimentos científicos e técnicas agronômicas adequadas à promover o 
desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro através de uma atuação crítica e 
criativa na identificação e resolução de problemas de ordem humana, produtiva, 
científica e tecnológica, postando-se dentro das atribuições que a legislação 
profissional lhe confere de forma ética, observando aspectos culturais, políticos, 
sociais, ambientais e econômicos, proporcionando um desenvolvimento sustentável e 
contribuindo para a melhoria da sociedade. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/CREA
http://pt.wikipedia.org/wiki/12_de_outubro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Profiss%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/1933
30 
 
O constante crescimento do agronegócio na economia brasileira, responsável 
pelo aumento das exportações e dos empregos no Brasil, tem valorizado e muito o 
trabalho do agrônomo. 
Ele utiliza seus conhecimentos para aumentar a produtividade dos produtos 
agrícolas, cuidando do controle de pragas ou da renovação da terra, por exemplo. 
Estuda e aplica melhores métodos de adubação, de irrigação, de produtos que matem 
micróbios e ervas daninhas na lavoura. Opera também ações no sentido da 
recuperação da terra diante de interferências naturais, como enchentes e erosão, ou 
do homem - desgaste por não realizar rodízio de plantações. 
Pode também dedicar-se à zootecnia, lidando com a melhoria de gerações 
animais, ou contribuindo para cuidados ligados à saúde como alimentação, vacinação, 
manejo dos produtos depois do abate. Em geral, seu ambiente de trabalho é o campo, 
mas pode também se estabelecer em escritórios gerindo ou assessorando 
agronegócios, ou em empresas privadas ou órgãos governamentais pesquisando 
processos e produtos que aumentem a produtividade. 
Temas como “produção sustentável” - geração de atividade econômica com 
redução de danos ao meio ambiente - e “segurança alimentar”, alimentos sem 
agrotóxicos, de grande qualidade nutricional e durabilidade maior, têm atravessado 
tanto os cursos de formação como a prática cotidiana dos agrônomos. Nesse sentido, 
aborda em seu cotidiano questões que buscam aliar elementos sociais, econômicos 
e ambientais. 
Salário Mínimo Profissional do Agrônomo 
De acordo a Lei 4.950-A/66, de 1966, que regulamenta a remuneração dos 
profissionais diplomados em Engenharia, Química, Arquitetura, Agronomia e 
Veterinária, a tabela salarial do profissional de agronomia está vinculada ao valor do 
salário mínimo vigente e à jornada diária do profissional, independentemente do seu 
local de atuação. 
 Jornada de 6 horas: 6 salários mínimos 
http://www.infoescola.com/economia/agronegocio/
31 
 
 Jornada de 7 horas: 7,25 salários mínimos 
 Jornada de 8 horas: 8,5 salários mínimos 
 Média Salarial do Agrônomo 
De acordo com pesquisa divulgada pelo site de empregos Catho, a média 
salarial nacional para engenheiros agrônomos é de R$ 4.204,38 e para o cargo de 
gerente agrícola a remuneração média é de R$ 6.425,46. 
Um levantamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) de 2013 revelou que 
os estagiários de agronomia receberam a melhor bolsa-auxílio do Brasil, chegando a 
R$ 1.948,94, com uma média nacional de R$ 859,45. 
No setor público, o salário de engenheiros agrônomos varia de acordo com o 
cargo, a localização e a carga horária. Um concurso recente do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento oferece salário de R$12.539,38 para Fiscal 
Federal Agropecuário com jornada semanal de 40 horas. 
Na indústria agropecuária, um engenheiro agrônomo pode chegar a cargos de 
gerência e diretoria. Segundo levantamento salarial do Datafolha, um gerente 
industrial tem salário médio de R$ 13.376,50, e um diretor industrial tem rendimentos 
mensais médios de R$ 7.182,60. Já na indústria de petróleo, um engenheiro 
agrônomo com mais de dez anos de experiência, em empresas de grande porte, pode 
ganhar até R$ 68.000,00 por mês. 
A Tabela de Salários da consultoria Robert Half, publicada pela revista Exame, 
apresenta as seguintes médias salariais para profissionais com mais de 10 anos de 
experiência atuando em indústria petroleira de grande porte: 
 Diretor de Supply Chain: R$ 38.000,00 a R$ 68.000,00 
 Gerente de Supply Chain: R$ 28.000,00 a R$ 50.000,00 
 Diretor Comercial – Óleo e Gás: 38.000,00 a 68.000,00 
 Gerente de Engenharia: R$ 26.000,00 a R$ 35.000,00 
 Engenheiro de Serviços – Óleo e Gás: R$ 12.000,00 a R$ 20.000,00 
32 
 
 Gerente de QSMS: R$ 26.000,00 a R$ 31.000,00. 
 
3.3. Sindicatos atuantes no setor 
3.3.1 Ações e conquistas 2014 instituto CNA AÇÕES E CONQUISTAS 2014 
instituto CNA - MEIO AMBIENTE. 
Agrosustenta 
Criado o portal Agrosustenta para incentivar o desenvolvimento de projetos de 
baixa emissão de carbono e atender às diretrizes do Programa ABC (Agricultura de 
Baixo Carbono) do Governo Federal. Apresenta informações sobre a linha de crédito 
e modelos de projetos sustentáveis, com informações técnicas e econômicas que 
auxiliam o produtor na tomada de decisão. Disponibiliza gratuitamente ferramenta 
Online para a elaboração de projetos de recuperação de pastagens, integração 
lavoura pecuária e implantação do sistema de plantio direto. Desenvolvido pelo 
Instituto CNA, conta com o patrocínio da BASF e apoio da Ação Verde e do Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 
Agrega valor aos produtos do agronegócio por meio do monitoramento da 
redução das emissões de gases de efeito estufa e manutenção dos serviços 
ambientais promovidos pela implantação dos projetos sustentáveis elaborados com o 
suporte do Agrosustenta. 
Baixo carbono 
Construção de um banco de dados, em parceria com o MAPA, para colaborar 
com a implantação do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e com a inserção 
da agricultura em uma economia de baixa emissão de carbono. 
Inventário de GEEs 
33 
 
Desenvolvimento do programa Por Um Inventário Correto para acompanhar a 
divulgação de informações a respeito da emissão de gases de efeito estufa das 
atividades agropecuária e florestal, além de outros indicadores da sustentabilidade 
dos produtos do agronegócio. 
Irrigação 
Plano estratégico: Elaborado o Plano de Ações Estratégicas para a Agricultura 
Irrigada no Brasil para fornecer subsídios que contribuam para o aperfeiçoamento das 
políticas públicas voltadas à alavancagem da agropecuária irrigada no País. Aponta 
as regiões de maior potencial para a irrigação, as técnicas mais adequadas, regras 
para financiamento dos projetos ,além do mapeamento das ações necessárias à 
construção de um ambiente de negócios que favoreça o investimento privado. 
Encaminhado documento base à Presidência da República, que demandou Termo de 
Referência para fins de captação de recursos junto ao Governo Federal para a 
estruturação do Plano de Ações, com os objetivos gerais e específicos a serem 
alcançados com as ações estratégicas para a agricultura irrigada no Brasil. 
Pesquisa 
Competitividade 
Desenvolvido o Índice de Competitividade do Agronegócio, que permitirá a 
construção de indicadores que permitam avaliar e comparar, anualmente, a 
competitividade do setor agropecuário nos 27 Estados brasileiros. Prevê, ainda, o 
monitoramento dos indicadores que influenciam a competitividade das empresas do 
agronegócio, com base no modelo desenvolvido pelo ICNA, semelhante ao estudo de 
competitividade mundial produzido pelo World Economic Forum, que avalia a 
competitividade entre países. Criada a metodologia de agregação das variáveis de 
cada indicadorbase do índice de competitividade destinado às respectivas Unidades 
da Federação. Destacam se entre esses indicadores os índices de infraestrutura, 
educação, saúde, ambiente/macro, inovação e mercado de trabalho, que interferem 
no cálculo do índice de competitividade e na análise de desempenho, a ser medido 
em todos os Estados. 
34 
 
 
Qualidade de moradia 
Criado o Índice de Qualidade de Moradia, no âmbito do Observatório de 
Desproteções Sociais no Campo, do Instituto CNA, com base nos dados do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2012. Desenvolvida 
metodologia para a construção desse índice que medirá a qualidade dos domicílios 
nas áreas urbanas e rurais do Brasil. Além do índice nacional de qualidade de 
moradia, já foram criados índices dos Estados do Amazonas, Bahia e Tocantins. Até 
a conclusão do trabalho, todas as Unidades de Federação terão os seus respectivos 
índices. 
 
Estradas vicinais 
Criação de um indicador de vulnerabilidade do transporte (IVT) para o Estado 
de Rondônia, com base em metodologia desenvolvida pelo Instituto CNA. O trabalho 
identifica os municípios prioritários quanto à necessidade de investimentos em 
ampliação e recuperação de estradas vicinais para a melhoria do escoamento da 
produção agropecuária do Estado. Pouca informação é disponibilizada pelos órgãos 
federais, estaduais ou municipais responsáveis pelo setor sobre a localização, 
extensão e atuais condições das estradas vicinais, que interligam os polos 
agropecuários às rodovias estaduais e federais, dificultando a formulação de 
estratégias que atendam às lacunas da infraestrutura viária. Por esse motivo, o 
Instituto CNA agregou dados sobre o sistema viário e a produção agropecuária 
dos Estados, disponibilizados pelo IBGE e Federações da Agricultura. O critério 
estabelecido pelo IVT caracteriza a vulnerabilidade dos municípios quanto ao 
transporte de produtos agropecuários, indicando prioridades quanto à ampliação e 
recuperação das estradas vicinais. Produzido um relatório técnico do IVT do Estado 
de Rondônia, que possui dados de boa qualidade sobre a sua malha viária, para testar 
35 
 
a metodologia. Serão elaborados relatórios técnicos do IVT para todas as Unidades 
da Federação. 
Responsabilidade social 
Escolas esquecidas 
Estudo elaborado pelo Observatório das Desproteções Sociais no Campo, do 
Instituto CNA, com base nos dados do Censo Escolar 2012, do Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação 
(Inep/MEC), identificou 508 escolas esquecidas no campo, sem itens essenciais para 
funcionamento, de um total de 75.678 escolas existentes nas áreas rurais do País. O 
maior número de escolas esquecidas foi encontrado no Pará, com 209 unidades, 
seguido pelo Amazonas, com 202 escolas. Também foram localizadas nos Estados 
do Acre (36), Maranhão (22), Bahia (12), Roraima (11), Pernambuco (6), Amapá (4), 
Mato Grosso(3), Piauí (2) e Rondônia (1). Com boa repercussão na mídia, estima se 
que as matérias sobre o assunto atingiram mais de 8,2 milhões de pessoas, gerando 
mídia espontânea equivalente a mais de R$ 467 mil, caso os espaços ocupados 
fossem pagos. 
Indicadores sociais 
Criação de uma família de índices para identificar os vazios sociais no campo. 
Esse conjunto de indicadores é formado por quatro índices, um para cada um dos 
Estados brasileiros: índice de qualidade de moradia; índice de educação; índice de 
saúde e índice de segurança. Metodologia de cálculo dos índices foi desenvolvida 
pelo Instituto CNA. 
Cooperação técnica 
Exportação 
Participação e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 
CNA ao desenvolvimento de estudos estratégicos para diversificação da produção e 
exportação, a serem realizados por intermédio do Instituto CNA e da empresa 
36 
 
Macrologística Ltda, em Goiás, Pará e Tocantins. Financiado por um termo de 
cooperação técnica, o projeto pretende apoiar as cadeias alimentares não tradicionais, 
além de contribuir para a melhoria dos processos de logística de exportação, 
identificar déficits na infraestrutura complementar e facilitar o acesso à alimentação 
produzida nos países beneficiários. 
Processos seletivos 
Organização, planejamento, execução e acompanhamento dos processos de 
seleção e recrutamento de profissionais qualificados aos cargos de supervisor técnico 
e técnico de campo, para atuarem nas regionais do Serviço Nacional de 
Aprendizagem Rural (SENAR) dos Estados do Tocantins, Maranhão e Piauí, no 
âmbito do Programa de Assistência Técnica com Meritocracia do SENAR Nacional. 
Em 2014, foram realizados três processos seletivos para o cargo de supervisor técnico 
e 14 para técnicos de campo. Esse trabalho de seleção, desenvolvido pelo ICNA, 
envolve desde a elaboração de editais, convocação e provas de seleção até a análise 
curricular e entrevistas para identificar os perfis dos candidatos selecionados, além da 
aplicação de provas de conhecimento específico, divulgação de resultados e 
convocação dos aprovados. 
Inovação 
Aplicativo para celular 
Criação do aplicativo para celular CNA Brasil para o produtor rural denunciar 
invasões, informar sobre eventos climáticos, surgimento de pragas e danos de 
infraestrutura e logística. Disponível para uso em Smartphones ainda em 2014, o 
aplicativo é um canal direto de comunicação rápida do produtor rural com a CNA e 
com todo o sistema de representação do setor. Ferramenta de fácil acesso e 
operação, serve para informar as entidades do Sistema CNA a respeito dos conflitos, 
danos e prejuízos que provocam insegurança jurídica no campo. Também estarão 
disponíveis no aplicativo desenvolvido pelo Instituto CNA outros serviços como 
notícias e alertas do Canal do Produtor, endereços e telefones úteis com navegação 
37 
 
de rota, indicadores econômicos, além de acesso ao site do Agrosustenta, que oferece 
modelos de projetos sustentáveis para as propriedades rurais. 
 
Sanidade 
Parceria do Instituto CNA com a empresa Módulo Security Solutions S.A. para 
a elaboração e apresentação de projeto no âmbito do programa Inova Agro/2013, do 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de apoio à 
inovação tecnológica no setor de agronegócio. Com esse projeto, o ICNA pretende 
contribuir para o controle e sanidade da cadeia produtiva animal e vegetal, por meio 
do desenvolvimento do Software de Rastreabilidade e Gestão de Risco – Agro 
Monitor, capaz de monitorar a compra e venda de insumos, formas e sistemas 
específicos de criação de animais e vegetais, dados estatísticos se de abate, 
informações de mercado e outros parâmetros definidos por protocolos de ade são 
voluntárias. O Agro Monitor é um projeto piloto da Sala de Situação do Agronegócio, 
que utilizará a tecnologia de base adotada, com sucesso, nos centros de comando e 
controle das 12 centrais da Copa do Mundo no Brasil. Possibilitará o rastreamento de 
quaisquer “ativos” relacionados ao agronegócio brasileiro: propriedades, veículos, 
especialistas, cabeças de gado, cultivares, centros de pesquisa, empresas, 
associações, silos, portos, equipamentos laboratoriais, entre outros. Projeto aprovado 
pelo BNDES, em março de 2014. 
3.4 Formas de contratação existentes no setor 
O agronegócio não se limita à atividade agrícola, pecuária ou rural. O 
agronegócio contempla todas as operações que envolvem a produção e a distribuição 
dos insumos rurais, as operações de produção, armazenamento, distribuição e o 
atendimento aos consumidores. (PEREIRA, 1996). 
A produção agropecuária possui algumas especificações que a diferenciam da 
produção de outros bens manufaturados, as quais devem ser consideradas na tomada 
de decisão. (ARAÚJO, M.J.2005) 
38 
 
 Cita três especificações: a sazonalidade da produção, a influência de fatores 
biológicos e perecibilidade rápida. 
Como consequência da sazonalidadeda produção agrícola, o mercado de 
trabalho no agronegócio é, em grande parte, temporário, gerando baixa qualificação 
da mão de obra, pois não há incentivos no investimento na qualificação desta devido 
à grande rotatividade; incerteza com respeito à oferta de mão de obra. (REZENDE E 
KRETER, 2008). 
Conforme Lei n. 5889 (1973), empregado rural é toda pessoa física que, em 
propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a 
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário e considera-se 
empregador rural a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade 
agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de 
prepostos e com auxílio de empregados. Assim, a relação de emprego se dá por meio 
da celebração do contrato de trabalho, podendo ser firmado por prazo determinado 
ou indeterminado. O contrato por prazo indeterminado é celebrado sem prévia fixação 
de tempo de duração, sendo ajustado para prolongar-se indefinitivamente. E o 
contrato de prazo determinado é aquele combinado para vigorar por um período 
definido previamente. A Lei n. 5889 (1973) define a figura do safrista, na área rural, o 
qual é o trabalhador que se obriga à prestação de serviços mediante contrato de safra. 
Para se atingir o objetivo do presente trabalho será estudado esse tipo de contrato. O 
contrato de safra é aquele que tem sua duração dependente de variações estacionais 
das atividades agrárias, assim entendidas as tarefas normalmente executadas no 
período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo e a colheita. O contrato 
de safra é uma modalidade do contrato de trabalho por prazo determinado, sendo que 
a data do encerramento está vinculada ao término do plantio ou da colheita. Na 
hipótese do empregador explorar várias culturas como soja, cana de açúcar ou 
laranja, para cada uma deve ser firmado um contrato próprio. (Lei n. 5889, 1973). 
O safrista deve ser registrado em Carteira de Trabalho e em Livro ou Ficha de 
Registro. Deve, também, ser inscrito no Programa de Integração Social (PIS). Durante 
a vigência do contrato, terá todos os direitos trabalhistas: salário mínimo vigente; 
39 
 
13ºsalário; férias acrescidas de 1/3 da Constituição Federal; FGTS; horas 
extraordinárias, com acréscimo de, no mínimo, 50% adicional noturno e licença-
maternidade. E direitos previdenciários, tais como: aposentadoria por invalidez; 
aposentadoria por idade; aposentadoria por tempo de contribuição; auxílio-doença; 
salário-família; salário-maternidade; auxílio-acidente e reabilitação profissional. 
A jornada de trabalho do safrista é a mesma aplicada aos demais empregados, 
ou seja, 44 horas semanais, não podendo ultrapassar a 08 horas diárias. A duração 
normal de trabalho poderá ser acrescida de 2 horas suplementares, mediante acordo 
de prorrogação de horas entre empregado e empregador. 
Ao término normal do contrato (vencimento do contrato), são devidas ao 
empregado as seguintes verbas: saldo de salário; férias proporcionais acrescidas de 
1/3; 13º salário proporcional; salário-família se fizer jus e saque do FGTS. As relações 
estabelecidas entre empregador e empregado são de natureza econômico-social: o 
empregador proporciona, além de salários, benefícios extra salariais, o empregado, 
por sua vez, compromete-se a cumprir suas tarefas e obrigações. Dessa forma, os 
direitos e obrigações resultantes dessa relação devem ser firmados em contratos, o 
que configura a existência de custos de transação. Os contratos de trabalho envolvem 
uma série de obrigações que vão desde o processo de recrutamento e seleção do 
empregado, passando pela admissão, elaboração e manutenção dos pagamentos até 
o processo de rescisão contratual, podendo se estender ainda com processos de 
reclamações trabalhistas. 
A relação de trabalho entre empregado e empregador gera um conjunto de 
contratos, dos quais se destacam: a) Contrato de trabalho entre o empregador e o 
empregado – de acordo com o art. 442 da CLT - “Contrato individual de trabalho é o 
acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. O gerenciamento 
desse contrato envolve uma série de atividades como: elaboração do contrato 
propriamente dito, registro em carteira profissional do empregado, preenchimento da 
ficha ou registro de empregados, juntamente com declaração do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço – FGTS, declaração de dependentes para fins de Imposto de 
40 
 
Renda, Ficha de salário família e termo de responsabilidade para concessão de 
salário-família. Cabe a empresa a manutenção dos documentos de forma atualizada. 
 b) Contrato entre o empregador e empresa especializada em Medicina do 
Trabalho - A Norma Regulamentadora nr. 7 do Ministério do Trabalho (1978) 
estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO e obriga 
a realização de exames médicos admissionais, de mudança de função e de retorno 
ao trabalho, estabelecendo, ainda, a obrigatoriedade de um exame periódico e 
demissional. A obrigação poderá ser cumprida mediante convênio com 
especializadas/credenciadas em Medicina do Trabalho. 
c) Contrato entre o empregador e empresa fornecedor a de software de gestão 
de folha de pagamentos - Por força da Lei 8212/91, as empresas estão obrigadas a 
preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os 
empregados a seu serviço. As novas tecnologias e as constantes alterações na 
legislação exigem que as empresas façam contratos com fornecedores de software 
dedicados à elaboração e cálculo da folha de pagamento. Os softwares são utilizados 
para atender diferentes modelos de contrato de trabalho, como: horistas, mensalistas, 
diaristas, comissionados, tarefeiros, celetistas, estatutários, professores, médicos, 
temporários e safristas, dentre outros. 
d) Contrato entre o empregador e empresa de transporte - A Lei 7.418/85 
instituiu o vale-transporte e determina que os empregadores garantam tal benefício 
aos seus empregados. Assim, o empregador deve proporcionar, por meios próprios 
ou por meio de contratação de empresa de transporte coletivo, veículos adequados 
para o deslocamento da residência-trabalho e vice-versa, de seus empregados. O 
empregador poderá ainda celebrar contrato com a operadora do sistema de transporte 
coletivo público para o fornecimento de vale-transporte. 
e) Contrato entre o empregador e Sindicatos representativos de categorias 
profissionais - Conforme o art. 611 da CLT, "é facultado aos Sindicatos representativos 
de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas 
da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, 
41 
 
aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações 
de trabalho”. Normalmente, os contratos com os sindicatos geram a necessidade de 
outros contratos como os de convênios de assistência médica, assistência 
odontológica, assistência psicológica, entre outros. 
f) Contrato entre empregador e empresas de treinamento e capacitação de mão 
de obra - Melhorar os resultados organizacionais por meio de programas que 
implantem e mantenham a qualidade e a produtividade dos empregados é uma das 
responsabilidades da área de recursos humanos dentro das organizações (MARRAS 
202). 
Seja por determinação legal ou por política interna das empresas, é comum que 
o empregador forneça a seus empregados treinamentos e capacitação para atender 
as necessidades operacionais e/ou gerenciais da empresa. 
g). Outros contratos: Na gestão da mão de obra, o empregador celebra, ainda, 
contratos referentes à prestação de serviços de terceiros, com destaque para: 
serviços de contabilidade, serviços advocatícios e serviços de auditoria e consultoria. 
3.5 Desempenho em relação à empregabilidade. 
Com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) o produtor rural 
brasileiro,que antes cultivava apenas nos primeiros meses do ano, passou a produzir 
o ano inteiro. A mudança de perfil do agricultor e nas ações dentro da propriedade 
rural foi destacada pelo presidente da John Deere Brasil, Paulo Renato Herrmann, 
que ministrou palestra no II Fórum de Agronegócios promovido pela Amcham Campo 
Grande, nesta sexta-feira de Setembro (30). 
Em contraposição ao desenvolvimento da porteira para dentro, durante o 
Fórum de Agronegócios o diretor de relações institucionais da Federação da 
Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), Rogério Beretta, 
deu ênfase no desempenho do agronegócio, que é barrado por problemas logísticos. 
"Além da logística nas rodovias e portos, enfrentamos problemas com o embaraço 
42 
 
aduaneiro e com a ineficiência administrativa nos aeroportos, fatores que atrapalham 
a evolução do setor", afirmou. 
A construção de portos secos foi citada pelo gestor de distribuição e logística 
da empresa de software Totvs, Luís Bogiano, como estratégia para a melhoria no 
desempenho logístico. "Minimizaria o custo agilizaria o sistema de escoamento de 
produção", referindo-se ao porto seco, terminal terrestre diretamente ligado por 
estrada, ferrovias ou via aérea, com um depósito alfandegário, citado por Bogiano 
como opção para descongestionar os portos marítimos. 
Capacitação 
A escassez de mão-de-obra também foi abordada durante o Fórum como 
gargalo do agronegócio. O presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, afirmou 
que a tecnologia facilitou o trabalho dos profissionais do agronegócio, mas exige 
qualificação. "A máquina elimina quase totalmente o desperdício de grãos na colheita, 
quase sem interferência humana". 
"No ano passado, o Senar/MS capacitou 35 mil pessoas, número que comprova 
o avanço na educação rural. E apesar dos números ainda avaliamos a necessidade 
de expansão nesta área", finalizou. (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato 
Grosso do Sul – FAMASUL) 
Brasil atinge sua pior posição em ranking de competitividade 
Pressionado por indicadores ligados ao mau desempenho da economia, como 
taxa de emprego e índice de preços, o Brasil perdeu posições pelo quinto ano 
consecutivo, ficando à frente apenas de Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e 
Venezuela. Em 2010, a posição brasileira era a 38°. 
Publicado anualmente desde 1989, o ranking analisa em 61 países o ambiente 
de competitividade das empresas. A lista é liderada por Estados Unidos, Hong Kong, 
Cingapura, Suíça e Canadá. 
Dentre os latino-americanos, o Chile tem a melhor posição (35°). 
43 
 
Para Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pela 
captação e avaliação dos dados brasileiros para o estudo, as chances de o Brasil 
recuperar posições no curto prazo são baixas. 
A classificação é baseada em pesquisas com mais de 300 indicadores, 
agrupados em fatores como desempenho econômico, eficiência governamental, 
eficiência de negócios e infraestrutura. 
Ponto crítico 
Desde 2011, o Brasil figurava entre os cinco piores em tal fator, tendo 
aprofundado seu mau desempenho neste ano, com queda de duas posições, para o 
60° lugar, à frente apenas da Argentina. 
A infraestrutura é outro gargalo em que o Brasil sempre figurou entre os piores 
colocados, indicador que já vinha em queda desde 2012 e piorou neste ano devido à 
crise hídrica, que afetou o abastecimento de água e energia. 
O risco de racionamento é citado como um dos principais desafios competitivos 
para o Brasil neste ano. 
"São vários os fatores que justificam nossos resultados. O Brasil não simplificou 
marcos regulatórios, um tema abordado desde a década de 90. Só implementou 
parcialmente os projetos de investimento em infraestrutura. 
Neste ano, a eficiência empresarial brasileira também perdeu posições, tendo 
a produtividade e a eficiência no trabalho como fortes entraves. 
Com sede no bairro Jardim São Marcos, periferia de Campinas (SP), a entidade 
capacita as meninas para que sejam capazes de fazer a diferença, estimulando-as a 
prosseguir nos estudos e garantindo sua inserção profissional mundo profissional. 
Desde do início da parceria, em 2003, a Merial contribui com essa iniciativa do Grupo 
Primavera buscando meninas para fazer parte do programa “Jovens Aprendizes” da 
empresa. “Fazer parte do início da carreira dessas jovens é uma grande 
responsabilidade e a Merial está preparada para ajudá-las a desenvolver suas 
44 
 
habilidades frente aos desafios do mercado de trabalho”, explica Sandra Barquilha, 
Diretora de Rh da Merial Saúde Animal. 
A Merial foi a primeira empresa a contratar as jovens atendidas pela instituição, 
e ainda continua oferecendo a oportunidade para que elas iniciem suas carreiras, 
desenvolvendo suas habilidades profissionais. “É de fundamental importância termos 
um parceiro como a Merial, pois, além de validar o nosso trabalho, fortalece a nossa 
responsabilidade de formarmos meninas que possam um dia ser contratadas pela 
empresa”, destaca Ruth Oliveira, gestora executiva do Grupo Primavera. 
Além das contratações, a Merial também contribui, por meio de repasse 
financeiro ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), 
para outro projeto da ONG, o PACTO - curso Preparando Adolescentes para o Colégio 
Técnico - oferecido gratuitamente há mais de dez anos pela entidade. Direcionado a 
meninos e meninas interessados em se preparar para os exames de admissão em 
colégios técnicos de Campinas e região, o curso vem ajudando os jovens a atingirem 
elevados índices de aprovação nesses Vestibulinho – mais de 75%. Outra iniciativa 
do grupo é o Festival Primavera de Golfe, realizado anualmente como forma de 
garantir a continuidade dos projetos sociais da qual a Merial participa como 
patrocinadora. Agronegócio relevante. Segundo dados do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) de 2015, a fruticultura de clima temperado representa 
aproximadamente 7,6% da produção e 18% do valor bruto total das frutas produzidas 
no Brasil. Os agricultores familiares gaúchos e catarinenses são responsáveis por 
cerca de 60% da produção nacional de frutas de clima temperado. Mesmo com essa 
grande expressividade, o gerenciamento econômico-financeiro dessa atividade ainda 
é feito de forma bastante precária, segundo Joelsio Lazzarotto, responsável pelo 
projeto de desenvolvimento do GestFrut. 
 
45 
 
3.6 Dificuldades do setor em relação à empregabilidade diante do cenário atual. 
O aperto no crédito chegou ao agronegócio. A menos de um mês do início do 
plantio da nova safra, produtores de soja se queixam de dificuldades para obter 
empréstimos para custear a produção. 
As dificuldades provocaram atraso na compra de insumos necessários para o 
início do plantio, como sementes e fertilizantes, e aumentaram os custos de produção. 
Se o problema persistir, poderá interromper os sucessivos ganhos de produtividade 
do setor nos últimos anos. 
A situação é pior em regiões onde há mais produtores com dívidas pendentes, 
como no Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. Mas, segundo o presidente da Aprosoja 
Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Almir Daspasquale, o aperto é 
generalizado. "O dinheiro vem vindo a conta-gotas para todas as agências do Brasil", 
diz. 
 
Em 2015, o desempenho dos principais setores do agronegócio brasileiro tende 
a ser positivo. Os fundamentos não justificam animação, mas também rejeitam 
choradeiras, pelo menos da maioria das atividades. Com margens apertadas, vão 
“sobrevivendo” no agronegócio aqueles que trabalham com gestão profissional, que 
conseguem manter positiva a relação entre receita e custos; tantos outros vão 
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/08/1672578-atraso-na-liberacao-de-credito-eleva-custo-de-producao-da-safra-201516.shtml
46 
 
perdendo o fôlego e deixando a atividade que, por consequência, vai se tornando mais 
concentrada. 
Em 2015, setores

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