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BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE MM • O metabolismo consiste na acumulação e degradação de nutrientes dentro de uma célula o Essas reações químicas fornecem energia e geram substâncias que sustentam a vida Fonte de nutrientes Nutrientes Importância Carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, fósforo e enxofre Formação de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos Potássio, cálcio, magnésio e ferro Cofatores enzimáticos e composição de organelas Zingo, manganês e cobalto Cofatores • As reações químicas podem ser divididas em duas classes: o Catabolismo: reações que fornecem a energia necessária para dirigir as reações anabólicas, através da molécula de ATP – são exergônicas [produz mais energia que consome] e hidroliticas [reações que utilizam água e nas quais ligações químicas são quebradas] ▪ Quebra de compostos orgânicos complexos em compostos químicos simples o Anabolismo: reações que requerem energia – são endergônicas [consome mais do que produz] e envolve reações de síntese por desidratação [libera água] ▪ Construção de moléculas orgânicas complexas a partir de moléculas mais simples Classificação dos organismos pela fonte de energia Todos os organismos Fonte de energia Química Quimioautotróficos Fonte de carbono Compostos orgânicos Quimioheterotróficos Aceptor final de elétrons O2 Todos os organismos, a maioria dos fungos, protozoários, bactérias Sem O2 Composto orgânico Fermentativos; Streptococcus por exemplo Composto inorgânico Cadeia de elétrons; Clostridium por exemplo Capazes de degradar compostos pré-formados para assimilar os nutrientes CO2 Quimioautotróficos Bactérias oxidantes de hidrogênio, enxofre, ferro, nitrogênio e dióxido de carbono Capazes de sintetizar nutrientes a partir de elementos primários Luz Fototróficos Fonte de carbono Compostos orgânicos Fotoheterotróficos Bactérias verdes não sulfurosas, bactérias púrpuras não sulfurosas CO2 Fotoautotróficos Utilizam H2O para reduzir CO2? Sim Fotossíntese oxigênica (plantas, algas, cianobactérias) Não Bactérias fotossintéticas anoxigênicas (bactérias verdes e púrpuras) BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE • Para extrair a energia de compostos orgânicos e armazená-la em forma química, os organismos passam elétrons de um composto a outro através de reações de oxirredução o Oxidação: perda de elétrons ▪ O número de oxidação do elemento aumenta [pois ele perde elétrons] o Redução: ganho de elétrons ▪ O número de oxidação do elemento diminui [pois ele ganha elétrons] Fa to re s fís ic os im po rt an te s ao c re sc im en to m ic ro bi an o Quanto às fontes de energia e de carbono Fotoautotróficos Luz como fonte de energia e CO2 como fonte de carbono Fotoorganotróficos Luz como fonte de energia e compostos orgânicos como fonte de carbono Quimiolitotróficos Compostos inorgânicos como fonte de energia e CO2 como fonte de carbono Quimiorganotróficos Compostos orgânicos como fonte de energia e carbono Quanto ao pH Acidófilos Crescimento ótimo em pH < 7 Mesófilos Crescimento ótimo em pH em torno de 7 Alcalófilos Crescimento ótimo em pH > 7 Quanto à aeração Aeróbicos Crescem apenas em presença de O2 livre Anaeróbicos Crescem apenas na ausência de O2 livre Microaeróbios Crescem sob baixa tensão de O2 livre Anaeróbios facultativos São anaeróbios, porém crescem em condições aeróbias Quanto à temperatura Psicrófilos Ótimo crescimento a 10°C, porém toleram temperaturas entre -10°C a 20°C Psicrotróficos Ótimo crescimento a 20°C, porém toleram temperautras entre 0°C e 30°C Mesófilos Ótimo crescimento a 35°C, porém toleram entre 10°C a 45°C Termófilos Ótimo crecimento a 60°C, porém toleram temperaturas entre 40°C a 70°C Extremófilos Ótimo crescimento a 90°C, porém toleram entre 65°C a 110°C Quanto à pressão osmótica Hipotônicos Devido a menor concentração de sais no meio, a bactéria absorve líquidos em excesso, tornando a célula túrgida Isotônicos A concentração de sais no meio está em equilíbrio com o do citoplasma bacteriano Hipertônicos Devido a maior concentração de sais no meio, a bactéria perde líquidos em excesso, ocorrendo plasmólise da célula BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE Respiração celular RESPIRAÇÃO CELULAR Processo de geração de ATP, no qual moléculas são oxidadas e o aceptor final de elétrons é produzido fora da célula [quase sempre] e é uma molécula inorgânica Ácido pirúvico → Ciclo de Krebs → Oxidações e reduções → Transfere energia potencial em forma de elétrons → Coenzimas transportadoras [principalmente NAD] → Oxidação dos derivados do ácido pirúvico e redução das coenzimas → CTE [membrana interna mitocondrial em eucariontes; membrana plasmática em procariontes] → Gradual liberação de energia na passagem de elétrons → Geração quimiosmótica de ATP FERMENTAÇÃO Processo em que há liberação de energia a partir de açúcares ou outras moléculas orgânicas, sem precisar de oxigênio [mas pode ocorrer na sua presença], utilizando uma molécula orgânica sintetizada na célula como aceptor final de elétrons Respiração celularAeróbica Glicólise ou via Embden- Meyerhof Produ z 2ATP Significa quebra do açúcar A glicose [6C] é transformada em 2 açúcares de 3C Produção de ATP Redução de NAD a NADH Oxidação da glicose [4C] em ácido pirúvico [2] O ácido pirúvico é convertido no primeiro reagente do Ciclo de Krebs Acetil CoA Ciclo de Krebs Produção de 2 ATP pela fosforilação a nível de substrato Um P de alta energia de um intermediário do catabolismo é adicionado ao ATP Redução dos carreadores de elétrons, NAD e FAD Descarboxilação Liberação de CO2 [4] Os carreadores da glicólise e do ciclo de Krebs doam elétrons para a cadeia de transporte de elétrons Cadeia de transporte de elétrons Os elétrons são transportados por aceptores (NAD e FADH2) São transferidos, em cadeia, de citocromos nas cristais mitocondrias ou na membrana plasmática bacteriana A energia dos elétrons é utilizada para produzir uma grande quantidade de ATP por fosforilação oxidativa A energia é liberada à medida que os elétrons passam pelos aceptores e, por fim, a um composto inorgânico O aceptor final de elétrons é uma molécula produzida fora da célula Anaeróbica Os microrganismos são capazes de utilizar outros aceptores finais de elétrons Multiplicam-se na ausência de oxigênio Fermentação Libera energia a partir de alúcares ou outras moléculas orgânicas BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE Processo de produção de energia Condições de crescimento Aceptor final de hidrogênio (elétrons) Tipo de fosforilação utilizada para gerar ATP Moléculas de ATP produzidas por molécula de glicose Respiração aeróbia [utiliza oxigênio] Aeróbia Oxigênio molecular (O2) A nível de substrato e oxidativa 36 (eucariotos) 38 (procariotos) Há menos ATP em eucariotos, uma vez que parte da energia é perdida quando os elétrons são expelidos pelas membranas mitocôndrias que separam a glicólise [citoplasma] da cadeia de transporte de elétrons Respiração anaeróbia [não utiliza oxigênio] Anaeróbia Geralmente uma substância inorgânica, mas não o oxigênio molecular [raramente é uma molécula orgânica]; nitrato, sulfato, carbonato A nível de substrato e oxidativa Variável (menos de 38, porém mais de 2) Acumula produtos finais no meio, como o nitrito, o H2S e o metano O rendimento nunca é tão alto quanto na resp. aeróbia, já que nem todos os carreadores da CTE participam da resp. anaeróbia - ↓ crescimento Fermentação Aerobiose ou anaerobiose Uma molécula orgânica A nível de substrato 2 Consome grandes quantidades do substrato Fermentação lática Fermentação alcóolica Realizada por bactérias,como o Streptococcus e Lactobacillus [microrganismos homoláticos/homofermentativos], podendo resultar na deterioração de alimentos, contudo, também pode produzir iogurte, chucrute e picles Realizada por bactérias e leveduras O etanol e CO2 produzido pela levedura Saccharomyces são resíduos para células de leveduras [também úteis para humanos]; o etanol produzido por leveduras é o álcool das bebidas alcóolicas, e o CO2 causa o crescimento do pão As duas moléculas de ácido pirúvico [gerada na glicólise] são reduzidas por 2 NADH, formando 2 moléculas de ácido lático [produto final da reação] As duas moléculas de ácido pirúvico [gerada na glicólise] são convertidas em 2 moléculas de acetaldeído e duas de CO2 O ácido lático não sofre mais oxidação, e é onde a maior parte da energia é armazenada As 2 moléculas de acetaldeído são reduzidas por 2 NADH, formando 2 moléculas de etanol Produz uma quantidade pequena de energia É um processo de baixo rendimento energético, já que a maioria da energia contida na molécula inicial da glicose permanece no etanol [produto final] BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE FOTOSSÍNTESE É um processo realizada por plantas e muitos microrganismos para sintetizar compostos orgânicos complexos a partir de substâncias inorgânicas simples; sendo assim, é a conversão da energia luminosa do sol em energia química que, posteriormente, será utilizada para converter o CO2 da atmosfera em compostos de carbono mais reduzidos, como açúcares [processo também chamado de fixação do carbono] Fotofosforilação [reação dependente de luz] Ciclo de Calvin- Benson [reação independente de luz] Via de produção de ATP que ocorre em células fotossintéticas Incluem uma via cíclica no qual o CO2 é fixado [utilizado na síntese de açúcares] A energia luminosa é absorvida por moléculas de clorofila na célula fotossintética, excitando elétrons que irão passar da clorofila para uma série de moléculas carreadoras em uma CTE; posteriormente, prótons são bombeados pela membrana, e o ADP é convertido em ATP por quimiosmose Fotofosforilação cíclica Fotofosforilação acíclica Os elétrons retornam para a clorofila Os elétrons são utilizados para reduzir NADP+ Os elétrons do H2O ou do H2S substituem os que são perdidos na clorofila Quando o H2O é oxidado por plantas verdes, algas e cianobactérias, O2 é produzido Quando o H2O é oxidado por bactérias sulfurosas, grânulos de S 0 são produzidos Vias metabólicas de uso de energia Biossíntese de polissacarídeos Síntese de açúcares simples e incorporação em polissacarídeos mais complexos Síntese de glicogênio a partir da glicose [fosforilação → glicose-6- fosfato → adição de ATP (ou uridina- trifosfato [UTP] em animais → adenosina- difosfoglicose [ADGP] → glicogênio Biossíntese de aminoácidos e proteínas Síntese de aminoácidos a partir de intermediários do metabolismo de carboidratos Alguns microrganismos requerem o fornecimento de aminoácidos pré-formados Aminação [adição de amina ao ácido pirúvico ou um ácido orgânico apropriado ao ciclo de Krebs] Conversão de ácido em aminoácido Transaminação O grupo amina é oriundo de um aminoácido pré-existente Biossíntese de purinas e pirimidinas Os açúcares que compõem os nucleotídeos são derivados da via da pentose- fosfato e da via de Entner- Doudoroff O ácido aspártico, a glicina e a glutamina são feitos de intermediário s produzidos na Glicólise e no Ciclo de Krebs Os átomos de C e N derivados desses aminoácidos formam os anéis de purina e pirimidina Biossíntese de lipídeos Ligação de glicerol [derivado da hidroxiaceton a-fosfato na glicólise] a ácidos graxos [formados na adição de 2C da acetil- CoA] Ligação por reações de síntese por desidratação BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE TEORIA DA COLISÃO • As reações químicas ocorrem quando ligações químicas são fornecidas ou quebradas; para as reações ocorrerem, átomos, íons ou moléculas devem colidir Todos os átomos, íons e moléculas estão constantemente se movendo e colidindo uns com os outros. A energia transferida pelas partículas na colisão pode romper suas estruturas eletrônicas o suficiente para quebrar as ligações químicas ou formar novas ligações. o Vários fatores irão determinar se uma colisão causará uma reação química; a velocidade das partículas na colisão, sua energia e suas configurações químicas ENZIMAS • São holoenzimas, consistindo em uma porção proteica [apoenzima] e uma porção não proteica [cofator], que pode ser um íon metálico (ferro, cobre, magnésio, manganês, zinco, cálcio ou cobalto) ou uma coenzima (NAD+, NADP+, FMN, FAD ou coenzima A), e estão envolvidas nas reações metabólicas • São capazes de acelerar uma reação química sem que ela seja alterada – por isso são catalisadoras biológicas Vias alternativas à glicose Via das pentoses-fosfato Fornece um meio para a quebra de pentoses, produzindo pentoses intermediárias essenciais Produtora da coenzima reduzida NADPH a partir de NADP Uso Síntese de de ácidos nucleicos Na glicose a partir de CO2 na fotossíntese Alguns aminoácidos Produz 1 ATP para cada glicose oxidada Bacillus subtilis, E.coli, Leuconostoc mesenteroides, Enterococcus faecalis Via de Entner-Doudoroff A partir de 1 molécula de glicose, produz 2 NADPH e 1 ATP As bactérias que tem as enzimas pra essa via podem metabolizar glicose sem a glicólise ou a via das pentose- fosfato Encontrada em algumas gram- negativas, como a Rhizobium, Pseudomonas e Agrobacterium Carboidratos Glicose Via de Entner-Doudoroff - Via Opcional 2 ácido pirúvico 1ATP + 2NADH Via de Embden-Meyerhof - Via preferencial 2 ácido pirúvico 2ATP + 2NADH Pentoses Via da pentose-fosfato - Via complementar 1 frutose-6-p Também usado na glicose -1ATP + 2NADH BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE • Atuam em substâncias específicas, os substratos da enzima, e cada enzima catalisa apenas uma reação o A forma tridimensional dos aminoacidos específicos do sitio ativo se encaixa no substrato de uma maneira parecida com uma ‘’fechadura’’ que se encaixa CLASSIFICAÇÃO DAS ENZIMAS BASEADA NO TIPO DE REAÇÃO QUÍMICA CATALISADA Classe Tipo de reação Exemplos Oxidorredutase Oxirredução, na qual o oxigênio e o hidrogênio são adquiridos ou perdidos – estão sempre acopladas; cada vez que uma substância é oxidada, outra é reduzida Citocromo oxidase, lactato desidrogenase Oxidação Remoção de um ou mais elétrons de um substrato; ex: NAD+ Redução Ganho de um ou mais elétrons; ex: NADH Transferase Transferência de grupos funcionais, como um grupo amino, acetil ou fosfato Acetato-cinase, alanina deaminase Hidrolase Hidrólise [adição de água] Lipase, sacarase Liase Remoção de grupos de átomos sem hidrolise Oxalato descarboxilase, isocitrato liase Isomerase Rearranjo de átomos dentro de uma molécula Glicose fosfato isomerase, alanina racemase Ligase União de duas moléculas utilizando a energia geralmente derivada da quebra de ATP Acetil-CoA sintase, DNA- ligase Coagulase Converte o fibrinogênio em fibrina; a formação de coágulos impede que a bactéria sofra da fagocitose Catalase Transforma o peróxido de H em O2 + H2O Hialuronidase Hidrolisa o ácido hialurônico no tecido conjuntivo Fibrinolisina Enzima que dissolve o coagulo de fibrina, quando ocorre uma coagulação Lipases Hidrolisa lipídeos Nucleases Hidrolisa DNA Penicilinase Hidrolisa o anel betalactâmico da penicilina MECANISMO DE AÇÃO ENZIMÁTICO i. A superfície do substrato entra em contato com o sítio ativo [região especifica da superfície da molécula enzimática] ii. Forma-se o complexo enzima-substrato; a enzima orienta o substrato rumo auma posição que aumente a probabilidade de ocorrer a reação, permitindo que as colisões sejam mais efetivas iii. A molécula de substrato é transformada pelo rearranjo dos átomos existentes, pela quebra da molécula de substrato ou pela combinação com outra moléc. de substrato iv. Os produtos da reação – moléculas de substrato transformadas – são liberados da molécula enzimática, uma vez que não se encaixam em mais nenhum sitio ativo v. A enzima inalterada encontra-se livre para reagir com outras moléculas do substrato FATORES QUE INFLUENCIAM A ATIVIDADE ENZIMÁTICA • Temperatura; em altas temperaturas, as enzimas sofrem desnaturação, perdendo suas propriedades catalíticas; em baixas temperaturas, a velocidade da reação diminui • pH: o pH na qual a atividade enzimática é máxima é conhecido como pH ótimo • Substrato: à medida que a concentração do substrato se eleva, a atividade enzimática aumenta, até que as enzimas fiquem saturadas o Inibidores competitivos: competem com o substrato normal pelo sítio ativo da enzima o Inibidores não-competitivos: atuam em outra parte da apoenzima ou cofator, diminuindo a capacidade da enzima de se combinar com o substrato normal BRENDA RODRIGUES MICROBIOLOGIA 3° SEMESTRE
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