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Julia Lima Simonini – 74B Cetoacidose diabética A cetoacidose diabética ocorre mais comumente em pacientes com diabetes tipo 1, mas também acontece em pacientes com diabetes tipo 2. É uma emergência médica, e acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas no sangue também. Cetonas: O primeiro passo para que uma pessoa com diabetes entre em cetoacidose é a falta de insulina em seu organismo. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas. As cetonas são substâncias ácidas que vão desequilibrar o Ph do sangue, ou seja, vão causar um desequilíbrio na composição sanguínea, que se não for tratado pode levar até ao coma e à morte. Prevenção: aplicação correta das injeções de insulina, realização das medidas da glicemia capilar como glicosímetro, acompanhamento médico regular, controle alimentar para evitar alimentos com alto teor de açúcar e que podem levar à cetoacidose. Sintomas: excesso de urina, sede excessiva, fraqueza, náuseas, vômitos, taquicardia, sonolência, confusão, coma em 10% dos casos, respiração ofegante, desidratação, pressão baixa, febre ou temperatura baixa, hálito cetônico (parece fruta podre) e dor ou sensibilidade abdominal. Causas: omissão do tratamento com a insulona ou remédios, mau funcionamento da bomba de insulina, infecções urinárias, pulmonar ou gripe, infarto do miocárdio, hemorragia digestiva, feocromocitoma, hipertireoidismo, acromegalia, drogas como corticóides, agonistas adrenérgicos, fenitoína, beta-bloqueadores, antipsicóticos, álcool e cocaína, ingestão deficiente de água, diarreia, sauna, ingestão excessiva de refrigerantes ou líquidos açucarados. Exames laboratoriais iniciais: glicemia, glicosúria/ cetonuria, eletrólitos, gasometria arterial, uréia, creatina, hemograma e insulina. Fisiopatologia: A deficiência de insulina faz com que o organismo metabolize triglicerídios e aminoácidos em vez de glicose para produzir energia. As concentrações plasmáticas de glicerol e ácidos graxos livres se elevam em decorrência da lipólise não controlada, assim como a alanina do catabolismo muscular. Glicerol e alanina fornecem substrato para a gliconeogênese hepática, a qual é estimulada pelo excesso de glucagon que acompanha a insuficiência de insulina. O glucagon também estimula a conversão mitocondrial de ácidos graxos livres em cetonas. A insulina normalmente bloqueia a cetogênese pela inibição do transporte de derivados de ácidos graxos livres na matriz mitocondrial, mas a cetogênese prossegue na ausência de insulina. Os principais cetoácidos produzidos, os ácidos acetoacético e beta-hidroxibutírico, são ácidos orgânicos fortes que causam acidose metabólica. A acetona derivada do ácido acetoacético acumula-se no sangue e é eliminada lentamente pela respiração. A hiperglicemia causada pela deficiência de insulina causa diurese osmótica que provoca perda significativa de água e eletrólitos na urina. A excreção urinária de cetonas causa necessariamente perdas adicionais de sódio e potássio. O sódio sérico pode cair em razão da natriurese ou aumentar em virtude da excreção de grandes volumes de água livre. Ocorre também perda de potássio em grandes quantidades, algumas vezes > 300 mEq/24 h (300 mmol/24 h). Apesar do déficit significativo de potássio corporal total, inicialmente o potássio sérico inicial está normal ou elevado, devido à migração extracelular do potássio em resposta à acidose. As concentrações de potássio geralmente caem mais durante o tratamento, à medida que o tratamento com insulina leva o potássio para o interior das células. Se o potássio sérico não for monitorado e reposto quando necessário, pode ocorrer hipopotassemia potencialmente fatal.
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