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Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia Diabetes: Fisiopatologia e Diagnóstico Fisiologia Pancreática O pâncreas contêm o ácido pancreático onde é produzido o suco pancreático para digestão. As Ilhotas da Langerhans contêm as células alfa, beta e células delta. As células beta produzem insulina e a diabetes se dá pelo desgaste dessas células ao longo do tempo. A imagem mostra quando ingerimos o alimento a glicose sobe no nosso sangue e estimula a célula beta a secretar insulina, essa insulina vai fazer o que o nosso fígado e nosso corpo possa usar essa glicose como forma de energia e armazenar o seu excesso na forma de glicogênio ao contrario quando estamos sem comer, de jejum e nossa glicose começa a cair. As células alfa são estimuladas a produzir o glucagon que vai degradar o glicogênio no fígado e aumentar nossa glicose no sangue de forma generalista. Dos tipos de diabetes existem três principais tipos: diabetes tipo 1, diabetes tipo 2 e diabetes gestacional. “Diabetes Mellitus (DM) representa um grupo de desordens metabólicas, com etiologias diversas, caracterizadas por hiperglicemia que resulta de uma secreção deficiente de insulina pelas células beta, resistência periférica a insulina, ou ambas.” Diabetes gestacional, secundário a outras doenças, uso de medicação, MODY, LADA... Diabetes: epidemiologia É uma doença que tem crescido cada vez mais. Acredita-se que mais de 30 milhões de americanos ou 9% da população tenham diabetes, desde 30 milhões 7 milhões não foram diagnosticados. Então, o rastreio em pacientes de risco é importante, pois muitos ainda estão sem diagnósticos correndo o risco de complicações. A porcentagem de americanos com mais de 65 anos permanecem alta chega a ser 12 milhões de idosos diagnosticados e não diagnosticados todo os anos 1,5 milhão de novos casos são diagnosticados. Sendo assim, 84 milhões são pré-diabéticos. Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia DIABETES TIPO 1 O diabetes tipo 1 é geralmente é autoimune, desenvolve o anticorpo que destrói as células beta pancreáticas, o paciente fica sem insulina, depois que o paciente tem 90% da destruição das células beta entra em cetoacidose não consegue mais fazer o uso da glicose como fonte de energia, porque esse uso depende da insulina e não tem mais insulina, porque as células beta foram destruídas e começa a usar como fonte de energia a gordura e depois o músculo. Por isso, a perda de peso ela é tão evidente como fase de descompensação da diabetes, na fase do diagnóstico. Exemplo: A história de uma criança que teve uma virose, aconteceu algo que voltou a fazer xixi na cama, ela começou a emagrecer muito e pedir água ao realizar exame de glicemia, evidenciou-se hiperglicemia. Então, no diabetes tipo 1 como existe a destruição das células pancreáticas (beta) o único tratamento que pode ser instituído para o diabetes tipo 1 é a própria insulina, porque a fisiopatologia é através da destruição das células beta e a ausência da produção de insulina. Não tem como dá medicação para diminuir a resistência a insulina se ele não tem insulina. O tratamento é a própria insulina. DIABETES AUTOIMUNE LATENTE EM ADULTOS LADA: o paciente que desenvolve a forma autoimune, já na vida adulta. Do mesmo jeito da criança, desenvolve o anticorpo que vai destruir suas células beta que irá ter o mesmo quadro como perda de peso, muita urina, muita sede, também desenvolver o quadro de descompensação. É a forma autoimune que acomete adultos. A forma auto imune se dá pela destruição das células pancreáticas, em que o paciente fica realmente sem insulina, acomete mais crianças, mas existem o diabetes autoimune latente em adultos. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Idade do diagnóstico entre 25-65 anos Ausência de cetoacidose ou hiperglicemia centuada ao diagnóstico, com evolução sem necessidade de insulina por pelo menos 6-12 meses. Existência de autoanticorpos (Anti-GAD) Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia Diabetes tipo 1 evolui muito rápido, diabetes tipo 2 quando precisa de insulina é depois de anos e anos. Na LADA depois de 6 meses a 1 ano já começa a precisar de insulina, não é paciente obeso com resistência a insulina, então você já suspeita, pede o anticorpo o anticorpo vem positivo. DIABETES TIPO 2 • 90% dos casos de diabetes • Geralmente em maiores de 40 anos • Relacionado a obesidade e síndrome metabólica A obesidade esta relacionada ao mecanismo fisiopatológico do diabetes tipo 2. A imagem mostra uma gordura mais externa a camada amarela, e a outra é uma camada de gordura mais interna que chamamos de visceral, essa gordura produz citocina, tem atividade inflamatória muito importante que vai produzir essas citocinas que vão se ligar as células do corpo, dificultando a ação da insulina no pâncreas. Então, o pâncreas produz insulina, mas quando chega no músculo, fígado não consegue agir por conta dos seus fatores inflamatórios para gordura visceral promove. A grande diferença do diabetes tipo 1 e tipo 2 é que no DM 1 o pâncreas ele é destruído por anticorpo e não tem insulina. O problema é que o pâncreas não funciona mas. No diabetes tipo 2 é bem diferente, o pâncreas esta tudo bem com ele, consegue produzir insulina, mas esse paciente produz substancias através da obesidade da síndrome metabólica e vão impedir a ação dessa insulina, então ele tem insulina, mas não age. Porque nem todo obeso tem diabetes? Porque a distribuição dessa gordura faz toda diferença, no paciente com mais gordura interna visceral, esses fatores inflamatórios são mais exuberantes, já a gordura subcutânea ela não é tão inflamatória, não é tão maléfica quanto a gordura visceral. Quando vemos o paciente com mais gordura abdominal, centralizada na barriga, esse é tipo o paciente com gordura visceral com chance de ter dislipidemia, hipertensão, diabetes, síndrome metabólica. A mulher de biquini tem uma gordura subcutânea, uma gordura bem distribuída em braços, coxas, glúteos não é uma gordura centralizada na barriga.Então, esse é o tipo de padrão corporal é aquele que diz “ sou gordinho, mas sou saudável”. A localização, o tipo de gordura faz toda diferença, tanto que nos ambulatórios é importante a utilização de uma fita métrica para verificação da circunferência abdominal dos pacientes. Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia DIABETES TIPO 2: OCTETO DEFRONZO Essa parte sempre cai na prova Fale sobre o Octeto Defronzo, para descrever o que acontece em cada etapa. Defronzo é um estudioso do diabetes que descreveu sobre os principais mecanismos fisiopatológico do diabetes, apesar de existir inúmeros outros. Ele fala sobre os 8 mais importantes e quais são os mecanismos fisiopatológico. 1. Diminuição da secreção de insulina nas células beta: O pâncreas do diabético tipo 2 é um pâncreas normal, até certo ponto. É um pâncreas que produz bem insulina, mas com a resistência criada pela gordura visceral pela obesidade. Esse pâncreas começa a trabalhar cada vez mais para tentar vencer essa resistência que tem e com o tempo não consegue trabalhar de forma tão forçada, então ele acaba com uma hora cansa, ele trabalha super pesado, ele esta bem e saudável, aumenta a demanda de insulina para vencer a resistência, ele consegue da conta, mas chega uma hora que ele cansa é quando as células beta ficam exaustas, quando ele cansa não consegue mais manter aquela insulina la em cima para vê se há resistência e diminuição dessa secreção de insulina, é quando o diabetesse instala. Porque com a queda da insulina não tem mais como vencer toda aquela resistência. 2. Diminuição do efeito incretinico. A incretina é uma substancia produzida pelo intestino e quando nos alimentamos o nosso intestino libera essa substancia o GL-P1 e ele vai no pâncreas estimular a esse pâncreas a liberar insulina, então umas da primeiras alterações do paciente diabético é a diminuição do efeito incretinico junto com a diminuição da secreção de insulina pancreática. 3. Aumento da lipólise quem bloqueia a quebra de gordura é a insulina, então quando você tem insulina suficiente agindo no adipócito, ele se mantem firme, quando essa insulina cai, esse adipócito começa a ser degradado e por isso tem a perda de peso, aumento do triglicérides no diabetes descompensados. 4. Aumento da reabsorção de glicose pelo rim: o rim possui canais chamados SGLT-2 esses canais servem para reabsorver a glicose da urina, então quando o paciente esta diabético que ele começa a urinar, então muita glicose na urina, ele aumenta os canais de SGL-T2 para reabsorver mais essa glicose. Como se precisasse reabsorver mais para não esta perdendo tanta glicose. Existe uma medicação para bloquear esses canais e deixar pro paciente urine glicose para auxiliar no controle. 5. Diminuição da captação da glicose nos músculos por conta da resistência essas citocinas agem nos receptores de insulina e o musculo começa a ter dificuldade de usar insulina como fonte de energia, por isso que o paciente fica fraco, tonto. 6. Disfunção de neurotransmissores a percepção de fome ela é alterada, a questão da alimentação devido ao efeito da increptinico reduzido, então a percepção do alimento, a liberação dos neurotransmissores que levam a essa percepção de que o paciente esta saciado, que o paciente comeu ela é alterada. 7. Aumento da produção de glicose hepática: quando a insulina age no fígado, existe uma resistência insulínica no fígado pelos fatores inflamatórios, pela deposição de gordura no fígado e a insulina não agindo no fígado, como se fosse “ já que não tem insulina, não precisa de glicose “ e começa a realização a fazer gliconeogênese e o paciente já hiperglicêmico, mas não recebe essa sinalização que a glicose Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia esta alta e continua a produzir glicose e uma medicação muito conhecida é a metformina ela age bloqueando a gliconeogênese hepática. 8. Aumento da secreção de glucagon, o glucagon é um hormônio antagonista da insulina, como a insulina faz armazenar, diminuir insulina. O glucagon faz quebrar glicogênio, ele faz aumentar a glicemia, então esses são os principais mecanismos fisiopatológico. Só podemos entender o que cada medicação faz, se soubermos esse octeto. DIABETES TIPO 2: FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO PARA DM2 Obesidade Historia familiar de DM2 Raça/etnia Idade Diagnóstico prévio de intolerância a glicose Dislipdemia História de diabetes gestacional Tabagismo O DM1 não é genético, mas o DM2 sim e esta muito relacionado a histórico familiar. Pcts acima de 40 anos tem uma tendencia maior. A ferritina esta muito aumentada na síndrome metabólica, porque é uma proteína inflamatória. Então, o pct que tem síndrome metabólica geralmente tem esteatose hepática se esse fígado tem uma deposição grande de gordura ele tem NEST (esteato hepatite não alcóolica). É um fígado inflamado e ele tem a ferritina, mais alto. O pct com síndrome metabólica ele tem um dos critérios, o aumento da circunferência abdominal que é um fígado inflamado que tem maior produção de ferritina. O sedentarismo isolado não é fator de risco. Quanto menos insulina, menos hipertensão e melhor composição corporal. Atividade física aumenta HDL e diminui o LDL. GLP1 é a increatinina mais estudada e JIP são as substancias liberadas pelo intestino, e que vão agir tanto no nosso cérebro diminuindo nosso apetite como vão agir no nosso pâncreas promovendo a secreção de insulina, existe medicações hoje que são chamados análogos do GLP1 que foram medicações desenvolvidas simulando esse GLP1 que nos temos, faz esse papel de liberar insulina e diminuir nossa fome, pode ser usado tanto para controle de glicose como para emagrecimento. Em pacientes diabéticos pode causar hipoglicemia, por isso deve ser usada em doses crescentes. American Diabetes Associaton é a maior sociedade de diabetes do mundo. Homens maiores de 40 anos ou mulheres com história de diabetes gestacional, hipertensão, historia familiar tem mais chances de ter DM. OUTROS TIPOS DE DIABETES: TIPO MODY • Mody (maturity onset diabetes of the young) • Diabetes familiar com transmissão autossômico dominante • Manifesta-se em <25anos Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia Lembrando ! Diabetes tipo 1 que há destruição das células beta, fica sem insulina. Diabetes tipo 2 o seu mecanismo fisiopatológico está centralizado na obesidade, na síndrome metabólica nesses fatores inflamatórios. E tem também diabetes genético que não se enquadra no tipo 1 e nem no tipo 2. É aquele paciente que não faz cetoacidose, perda de peso, urina muito, muita sede, muita fome nem é aquele paciente com padrão síndrome metabólica, com circunferência abdominal aumentada, é um paciente magro, é uma paciente normal, circunferência abdominal normal, mas que responde a medicações orais. Nem se enquadra na clinica do tipo 1 e nem tipo 2 e só podemos saber através do teste genético. DIAGNÓSTICO • Quadro clínico: paciente jovem, com hiperglicemia leve, sem caracteristicas de síndrome metabólica. • Realização de testes genéticos DEFEITOS GENÉTICOS NA SECREÇÃO DE INSULINA • Mutações o receptor insulínico • Diabetes lipoatrófico • Mutações no ppar – gama DOENÇAS DO PÂNCREAS EXÓCRINO • Pancreatectomia • Neoplasia • Pancreatite • Fibrose cística Nem sempre a perda de função desse pâncreas é autoimune, a pessoa pode precisar fazer uma pancreactomia por um câncer, uma neoplasia que comprima o pâncreas perdendo sua função. A pancreatite em pcts alcoolatras ou colectiase que pode deslocar e fazer uma pancreatite por destruição do pâncreas próprio suco pancreático. Fibrose cística que compromete a ação do pâncreas, então tudo que possa acometer a ação da célula beta, pode também levar a diabetes, não é o mais comum, mas também pode acontecer. Existe muito casos de pcts com DM pós pancreatite. DIABETES CAUSADOS POR OUTRAS ENDOCRINOPATIAS Quando o paciente tem doenças que aumenta o hormônio hiperglicemianos. • Acromegalia: o pct tem aumento do IGH que é um hormônio hiperglicemiano. • Síndrome de cushing: pct que tem HAS e DM na verdade tem um Cushing. • Glucagonoma: tumor produtor do glucagon • Feocromocitoma: tumor produtor de calecolamina que são hiperglicemianas. GLUCAGONOMA TRÍADE: HIPERGLICEMIA, ANEMIA, ERITEMA NECOLÍTICO MIGRATÓRIO Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia OUTRAS FORMAS DE DIABETES • Induzido por drogas -> Ex.: paciente que tomam muito corticoide, quando retornam à consulta vem com uma série de patologias (diabetes, osteoporose...) • Infecções -> vão promover hiperglicemia • Formas raras e autoimunes • Outras síndromes genéticas DIABETES GESTACIONAL A gestação promove uma demanda maior de insulina, os hormônios da gravidez promovem resistência a insulina e são hiperglicemiantes. Então, existe uma demanda de 250/ a mais de insulina na gestação, quando a gestante não consegue atender essa demanda, quando ela desenvolve a diabetes gestacional, é sinal que ela já possui um pâncreas que não atende grandes demandas,é deficiente. Dessa forma, quando aumenta essa demanda de insulina e ela tem uma resposta inadequada, ela começa a fazer hiperglicemia e um aumento de resistência à insulina. A DMG está associada a uma maior morbimortalidade, macrossomia, malformações, aborto e prematuridade DIAGNÓSTICO O diagnóstico é diferente da diabetes normal. Glicemia de jejum maior/ igual que 92 mg/ dl. O teste de intolerância à glicose só solicitado, entre 24 e 28 semanas, se a glicemia de jejum que é feita inicialmente tiver resultado normal. No teste de intolerância à glicose os parâmetros de diagnósticos são: 1h maior que/ igual a 180 mg/ dl e 2h maior que/ igual a 153 mg/ dl. Caso, seja maior que 200 mg/ dl já pode considerar como DM2. TUMOR DE GLÂNDULAS SUPRA RENAIS PRODUTOR DE CATECOLAMINAS Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia o Fluxograma – importante Quando a glicemia de jejum é maior que 126 mg/ dl já pode considerar como DM2, e não gestacional (entre 92 e 125 mg/ dl), ela já era diabética antes da gestação. Nesse caso pode ser feito a hemoglobina glicada para ver como era o controle glicêmico dela. DIABETES TIPO 2: DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico – Nem todos vem com esse quadro: Poliúria. Polidipsia Polifagia Perda de peso. Tontura. Vertigem. Disfunção erétil. Sintomas inespecíficos. Turvação visual. Astenia. Cãimbras. Vulvovaginites DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Glicemia • Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) • Hemoglobina glicada (HbA1c) • Frutosamina • Glicosúria • Pesquisa de corpos cetônicos • Peptídeo C • Autoanticorpos contra células beta GLICEMIA DE JEJUM Meio mais utilizado para avaliar o perfil glicêmico do paciente; Glicemia de jejum < 100mg/dl - NORMAL Glicemia de jejum entre 100 – 126mg/dl – GLICEMIA DE JEJUM ALTERADA (pré- diabetes) Glicemia de jejum > 126 mg/dl (duas ocasiões) – DIABETES MELLITUS • Precisa confirmar, tem que ser duas medidas. Diferente do diabetes gestacional. • Se for maior que 200 mg/dl já confirma, só com uma medida. Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE (TOTG) • Geralmente, é feito nos pacientes pré diabéticos, pois 30/ deles já são diabéticos quando é feito o TOTG. PROCEDIMENTO: Coleta-se a amostra de sangue para dosagem da Glicemia de Jejum; • Administra-se 75 gramas de glicose anidra dissolvidas em água; • Após 2horas obtém-se nova amostra para medir a glicemia; INTERPRETAÇÃO Glicemia de 2h < 140mg/dl - NORMAL Glicemia de 2h entre 140 – 199mg/dl – INTOLERÂNCIA A GLICOSE Glicemia de 2h ≥ 200mg/dl – DIABETES MELLITUS INDICAÇÕES • Em casos de dúvida ao diagnostico • Em casos de Glicemia de jejum entre 100- 126mg/dl (30% dos pacientes que estão nessa faixa, já são diabéticos) • Rastreio de Diabetes Gestacional, quando a paciente tem glicemia de jejum normal no início da gestação, aí entre 24 e 28 semanas faz o TOTG. Hemoglobina glicada (HbA1c) • Padrão ouro na avaliação do controle glicêmico • Produto de uma reação irreversível entre a Hb e a glicose; • Proporcional aos níveis glicêmicos • Reflete a glicemia dos últimos 3 meses o 50% do mês anterior a coleta o 25% do segundo mês o 25% do terceiro ou quarto mês • Ajuda nas decisões de tratamento. Ex.: paciente com glicemia de jejum boa, porém com hemoglobina glicada elevada, isso mostra que no decorrer do seu a glicose está muito alta. INTERPRETAÇÃO HbA1c < 5,7% - NORMAL HbA1c entre 5,7 – 6,5% - INTOLERÂNCIA A GLICOSE HbA1c ≥ 6,5% - DIABETES MELLITUS ENTÃO, se um paciente vem com uma glicemia de 128 e uma glicada 6,7% está fechado o diagnóstico de diabetes mellitus. ARMADILHAS A hemoglobina glicada tem relação com a meia vida da hemoglobina, então, doenças que podem alterar afetar essa meia vida podem alterar a hemoglobina glicada. Nesses casos, é utilizado a frutosamina que é uma proteína com glicação, também, e só tem uma meia vida de 14 dias. Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia Falsa elevação da HbA1c Insuficiência renal crônica Hipertrigliceridemia Álcool Esplenectomia Deficiência de ferro Toxicidade por chumbo Toxicidade por opiáceos Falsa diminuição da HbA1c Qualquer condição que diminua a meia vida das hemácias (anemia hemolítica, esferocitose, eliptocitose, lise desencadeada por deficiência de G6PD) Perda de sangue (aguda ou crônica) Transfusão de sangue recente Gravidez ou parto recente Altas doses de vitamina C ou E (1g/dia) Hemoglobinopatias (não com HPLC) Hemoglobina F (com imunodetecção) Dapsona *Nesses casos de armadilhas, pode pedir a glicemia de jejum, a glicemia pós-prandial ou a frutosamina. FRUTOSAMINA • Proteína glicada, constituída principalmente de albumina; • Reflete o controle dos últimos 7 a 14 dias; • Não equivale a HbA1c • Usada para avaliar o controle em pacientes que tenham condições que alterem a HbA1c ou mudanças em curto prazo • Não usada como valor preditivo para complicações. Como nos outros testes. *É utilizada em casos excepcionais. GLICOSÚRIA • Baixa sensibilidade diagnóstica • Surge com glicemias > 180 mg/dl • Pode haver glicosuria na ausência DM Gestação, IRC e Glicosuria renal familiar. PESQUISA DE CORPOS CETÔNICOS • Característica de cetoacidose diabética o Dm1 • Avaliada por meio de fitas reagentes • Pode ser usado pelo paciente quando seu estado de saúde mudar o Em caso de náuseas, vômitos e dor abdominal • Existem glicosímetros que também avaliam corpos cetônicos • Os corpos cetônicos surgem quando o paciente não consegue utilizar a glicose, não insulina, como fonte de energia, começa a degradar gordura e a partir daí os corpos cetônicos serão produzidos. DOSAGEM DO PEPTÍDEO C • Usado para avaliar a capacidade secretória do pâncreas (reserva pancreática) • Secretado em concentrações equimolares com a insulina • Importante também quando um paciente realiza cirurgia bariátrica para controle do diabetes o Se apresentar uma reserva ruim, não adianta fazer a cirurgia -> Não responde a ela • No DM 1 os valores variam de 0,35 – 0,5 ng/ml após estímulo com glucagon • No DM 2 varia de 2,1 – 3,3 ng/ml após estimulo Basal > 0,9ng/ ml Boa reserva Pós glucagon > 1,8ng/ ml Pancreática AUTOANTICORPOS CONTRA CÉLULAS β • Está presente no DM1 e LADA • Bom para diferenciar do DM2 o Se for positivo é DM1, então, não adianta fazer antidiabético oral, pois está em destruição de células beta e precisa ser feito insulina (não vai ter insulina). Logo, não adianta usar medicações que diminuam a resistência insulínica se não possui insulina. • Anti GAD é o anticorpo de maior utilidade Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia o Presente em 80% dos casos de início recente o Presente em 50% mesmo após 10 anos de doença • Outros anticorpos são: Anti-ilhota, anti- insulina, anti-znt8A (menos usado). o Presente em 80% dos indivíduos após diagnóstico o Só se mantem positivo por cerca de 10 dias RESUMO DIAGNÓSTICO DE DIABETES Glicemia de jejum > 126mg/dl, ou Glicemia de 2h após TOTG > 200mg/dl, ou HbA1c ≥ 6,5% Glicemia ao acaso >200mg/dl associado a sintomas clássicos (não é a do glicosímetro) AVALIAÇÃO DO PACIENTE DIABÉTICO Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia Beatriz Rayanne – Medicina P7 Saúde do Adulto III: Endocrinologia • Avaliar o paciente de forma geral • Características de início o DM1: evoluçãorápida o Pós - virose, às vezes o DM2: evolução lenta (meses) • Se já fez tratamento para diabetes? • Foi hospitalizado? • O que já aconteceu com ele? • História familiar de doenças autoimunes? • História familiar de DM 2? • Complicações macro ou microvasculares? o Infartou? AVC? Doença arterial obstrutiva? • Outras doenças? o Obesidade, apneia do sono, Hipertenso, dislipidemia • Apresentou quadros de hipoglicemia? o Tem hemoglobinopatias? *Alguma doença relacionada com a hemoglobina. • Hipertenso? • Como está a saúde dentária? • Como estão os olhos? • Acompanhado por outros especialistas? • Vida do paciente o Como se alimenta, história do peso, se faz atividade física, dorme bem? o Tabagista? Bebe? Faz uso de outra substância? • Quais medicações ele usa? o Toma direito? Tem efeito colateral? • Tem alergia a alguma medicação? • Faz uso de outra medicina? • Calendário vacinal • Paciente tem capacidade de manejar? • Ansioso? Depressivo? • Cognição do paciente – Se ele consegue realizar um automonitoramento? • Gestação o Tem que ter planejamento • Exame físico • Peso, altura, IMC, circunferência abdominal, PA, palpar tireoide (pacientes DM1 tem chance de ter outras doenças autoimunes) • Exames de pele (saber se tem lipodistrofia onde aplica a insulina), se tem sinais de resistência insulínica no pescoço, virilha e axilas • Exame dos pés: calosidade, ressecamento • Exames • Anemia, perfil lipídico, teste da função hepática, proteinúria • Avaliar TSH (DM1), dosagem de vitamina B 12 (fazer anualmente em pcts que faz uso de metformina), K+ (pcts. em uso de IECA, BRA ou diuréticos).
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