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Obstetricia Puerperio Normal e Patológico

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Beatriz Rayanne    Obstetrícia - Dr. Gardson Marcelo Medicina 2021.1   
 
Puerpério normal e patológico 
 
Introdução 
 
> Puerpério (período que acontece depois do parto) 
> Tem início após expulsão placentária 
> Sua principal característica é a involução de 
órgãos genitais 
> Associado ao início e estabilização da 
amamentação 
> Manter o acompanhamento 
- Puerpério normal: tranquilo, sem 
complicações 
- Puerpério patológico: puerpério complicado 
Hemorragia 
Infecção 
Distúrbios da amamentação 
Distúrbios emocionais e psicológicos 
Complicações e cicatriz cirúrgica 
Outros distúrbios clínicos, outras 
doenças clínicas que podem desenvolver no período 
do puerpério. 
> É o período que compreende o pós-parto e tem 
duração aproximadamente de 06 semanas (45 dias), 
em algumas literaturas dizem 42 dias 
> Costuma-se dividir em 03 fases ou períodos 
Imediato: Do nascimento até 2° horas, 
período de Greenberg ( é considerado o 4° período 
de trabalho de parto, onde acontece as principais 
hemorragias pós parto) 
Mediato: ​Da 3° hora ao 10° dia pós parto 
Tardio: Do 11° ao 45 ° dia pós parto ou até 
retorno das menstruações 
> Existem processos de involução que são 
marcados por esses tempos 
 
Puerpério normal: período imediato 
 
> ​Dor tipo cólica em BV (baixo ventre) : contração 
vigorosa do útero e formando Globo de Segurança 
de Pinard para evitar que haja hemorragia pós parto 
> Sangramento uterino (lóquios) vermelho vivo, as 
vezes bolhoso de maior quantidade 
 
 
> Mastalgia e amamentação instável -> adaptações 
da pega 
> Semblante transparece cansaço: no trabalho de 
parto normal, gasta energia e fica cansada. 
> Aspectos obstétricos 
- Mamas túrgidas com lactação: cheias de 
leite 
- Útero em nível da cicatriz umbilical: depois 
que o bebe nasce com parto normal ou 
cesárea, a altura do colo uterino fica em 
nível da cicatriz umbilical 
- Vagina com lóquios sanguíneos 
- Manter observação clínica, pelo risco de 
hemorragias. IMPORTANTE 
 
Puerpério normal: período mediato 
 
> Dor do tipo cólicas no baixo ventre (mais leves): 
involução uterina espera-se que o útero regrida o 
tamanho e chega-se a borda superior da sínfise 
púbica no 10° dia pós parto 
> Sangramento uterino (lóquios) “menstruação”: 
podem durar até 45 dias, mas normalmente acaba 
antes em torno de 28 dias 
> Mastalgia e amamentação instável -> apojadura 
(descida do leite) pode acontecer 72 hs após o parto 
> Perda de peso: todo peso que ganhou na gestação 
sai após o parto 
> Sinais vitais estáveis e mucosas normocorada 
> Semblante transparece alegria, satisfação com a 
nova situação da maternidade 
>Aspectos obstétricos: 
- Mamas túrgicas com lactação 
- Útero extrapélvico - entre a cicatriz 
umbilical e a sínfise pubiana 
- Vagina com lóquios sanguíneos 
 
Puerpério normal: período tardio 
 
> Dor do tipo cólica no baixo ventre -> leves e 
esporádicas 
> Sangramento uterino (lóquios) “aspecto de 
corrimento” 
 
Beatriz Rayanne    Obstetrícia - Dr. Gardson Marcelo Medicina 2021.1   
> Amamentação estável 
> Redução de peso considerável: igual ao peso 
antigo 
> Sinais vitais estáveis e mucosas normocoradas 
> Semblante transparente alegria, satisfação com a 
nova situação 
Atenção para o Blues Puerperal 
> Aspectos obstétricos 
- Mamas com lactação abundante: Há 
produção de leite suficiente 
- Útero intra-pélvico (ginecológico) 
- Vagina atrófica 
 
Puerpério normal: modificações 
 
> Involução uterina 
- Imediata: cicatriz umbilical 
- 1cm/dia: alcançando a sínfise púbica no 10° 
dia, quando acaba o período imediato e entra 
no período tardio se torna intrapélvico 
- Tardia: Intrapélvico 
- Após 4 semanas: pré-gravídico 
> Colo uterino: depois de um parto normal ele não 
se fecha imediatamente 
- 2 dias: 1-2 polpas de dilatação 
- 1 semana: fechado e ginecológico como 
antes 
> Loquiação -> eliminação da decídua necrosada e 
outros componentes, nome que se dá a menstruação 
pós parto 
> Retorno a ovulação com 2 meses 
> A loquiação é primeiro vermelha, depois torna-se 
amarronzada acastanhada isso até o final do período 
imediato, depois que se passa do período tardio ela 
se torna mais amarelada, depois mais 
esbranquiçada, transparente e acaba. 
 
> Alterações hematológicas 
- Leucocitose (até 25.000/mm3) sem desvio 
- Coagulação ativada, para evitar que ocorra 
mais perda sanguínea 
 
Hemorragia pós-parto 
 
> É um quadro grave de hemorragia na mulher no 
pós parto, pode chegar a choque hipovolêmico e 
morte materna 
> A principal causa de morte materna no mundo é 
pos parto 
> No Brasil muda de cenário e a principal causa de 
morte é hipertensão na gestação, pré-eclampsia 
> “Sangramento sintomático” ou com sinais de 
hipovolemia 
> Perda sanguínea no parto vaginal: 500ml e 
cesareana: 1000ml 
 
REGRA DOS 4 T 
 
- As principais causas de hemorragia no pós 
parto 
 
> Fatores de risco 
- Multiparidade 
- Placentação anômala: como placenta 
circunvalada 
- TP prolongado 
- TP muito rápido chamado parto taquitócico 
ou em avalanche 
- Útero de couvelaire por causa de 
deslocamento de placenta ou seja quando há 
infiltração sanguínea por toda camada 
muscular, e o extravasamento intracelular 
desse sangue 
- sobredistensão uterina em casos de 
polidramnia, multiparidade 
- episiotomia mal feita, muito grande ou 
sangrou muito 
Tônus (80%) Hipotonia/atonia uterina 
Trauma (10%) Laceração de trajeto 
Inversão/rotura uterina 
Tecido (10%) Retenção placentária 
Acretismo placentário 
Trombo (<1%) Coagulopatia 
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*TP=trabalho de parto 
 
Infecção puerperal 
 
> Febre (>/ 38°C) 
- Início após 24h (antes disso -> 
corioaminionite ) 
- 10 primeiros dias de puerpério pode ocorrer 
essa febre e ser uma infecção puerperal, 
depois de 10 dias pensar em outras causas 
de febre como outras infecções e não 
infecção puerperal 
> Útero amolecido, lóquios fétidos ( as vezes 
purulentos) e colo pérvio (não fecha, pois está 
saindo secrecção purulenta) 
> Conduta: medidas de suporte dependendo do caso 
a paciente pode ir para UTI e antibiótico os 
principiais são clindamicina, getamicina, 
ampicilina, metronidazol e ceftriaxona 
- Aeróbios: Streptococcus A, B e D, 
Enterococos, E.coli, Klebisiella e Proteus 
- Anaeróbios: Cocos, Clostridium, B. fragilis 
e Fusobacterium 
- Micoplasma e Clamídia 
> São causas de infecção puerperal ​Endometrite 
(mais prevalente) , anexite, parametrite, peritonite, 
vulvogaginite, infecção de episiotomia 
 
Fatores de risco 
> Anemia 
> Obesidade 
> DM: Diabetes Mellitus 
> Vaginose bacteriana 
> Amniorrexe prematura 
> TP prolongado 
> Retenção placentária 
> Laceração perineal 
Principal: CESARIANA 
 
 
Doenças de mama 
>​ Apojadura: 48 a 72 h 
> Pode haver hipertermia um aumento da 
temperatura e não confundir com febre 
> Ingurgitamento: estase láctea 
> As alterações formam um feedback de ciclo de 
retroalimentação, se a mãe oferece a mama é o bebe 
tem a pega errada, além de levar a fissuras evolui 
para ingurgitamento, junto com as fissuras leva a 
mastite, mastite não tratada gera um abscesso que 
devido a dor materna, a mama irá propiciar uma 
pega e assim sucessivamente 
> Abcesso mamário 
- Coleção purulenta 
- Flutuação 
- Antibioticoterapia usa-se ciprofloxacina, 
cefalexina, ceftriaxona 
- Aspiração ou drenagem cirurgica usadona 
maioria das vezes 
 
 
 
Tromboembolismo 
 
> Trombose venosa profunda 
- Dor, edema, eritema, cianose, dilatação do 
sistema venoso superficial, aumento de 
temperatura no membro atingido, 
empastamento muscular da panturrilha, sinal 
de Homans (aumento volumétrico, diferença 
e assimetria entre os membros) 
- Eco Doppler colorido para confirmar 
hipótese diagnóstica 
- Tratamento com heparinização em seguida 
anticoagulante 
- Profilaxia para pacientes obesas, com 
muitas varizes de membros inferiores, pode 
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ser feito com meias elásticas compressivas, 
realização de drenagem linfática, 
deambulação precoce 
 
Tromboflebite pélvica séptica 
 
> A paciente tem febre e não encontramos outras 
causas, é um diagnóstico de exclusão, como se 
houvesse uma obliteração das veias pélvicas e 
depois como se houvesse um acúmulo de bactérias 
nessa região e a partir daí a paciente pode relatar 
dor no pé da barriga e febre. 
> Local mais comum: v. ovariana 
> Diagnóstico de exclusão 
> Febre persistente sem outros sinais, dor leve em 
BV 
> Tratamento: Heparina BPM + ATB -> 
Anticoagulante oral + ATB 
 
Transtornos Psiquiátricos 
 
> Como se fosse um estagio mais leve da depressão 
> Disfonia pós-parto (blues) 
- 60% das pacientes 
- Alterações transitórias e autolimitadas: 
preocupação excessiva com o bebe, 
ansiedade, cansaço, dificuldade para dormir 
- Alterações hormonais e fatores psicossocias 
- Melhora após 14 dias de puerpério tem 
duração curta 
- Pode evoluir para depressão maior se não 
for dado a atenção devida 
> Depressão pós-parto 
- Quando surge aparece nas primeiras 4 
semanas de puerpério 
- Fatores de risco: 
- História de depressão ou ansiedade 
- Eventos traumáticos na gestação 
- Não ter ou ter pouco suporte familiar 
- Pode ter tristeza grande, sentimento de culpa, auto 
estima baixa, medo de ficar sozinha, se achar 
incapaz de cuidar do bebe, insônia.

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