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( Sarah Michalsky 3º Período, 101 )Metabolismo, Nutrição e Crescimento Bacteriano - Por que reposição de ferro dá diarreia? Porque a bactéria se alimenta desse nutriente, multiplicando-se a cada meia hora. Isso inflama o intestino e ocasiona diarreia. Não precisa prescrever remédio, apenas deixar a reposição se concretizar. Ao nos alimentarmos de ferro, nosso corpo absorve praticamente tudo, sobrando pouco a elas. Quatro fatores afetam o crescimento bacteriano: - Temperatura: as bactérias que causam doenças nos humanos são as mesófilas (26°C a 45°C com temperatura ótima a 36°C). Então, por que temos febre? Porque a cada grau que o organismo sobe ou diminui faz desacelerar o metabolismo da bactéria, assim ela se multiplica menos e o organismo consegue se defender. Exceção à regra: a Listeria cresce em temperaturas mais baixas e causa aborto e abscesso periplacentário em gestantes. - Nutrientes. - PH: nosso PH está entre 6,9 a 7,4. As neutrófilas estão entre PH 5,5 e 8,5 e causam doenças. Exceção à regra: a H. pylori cresce em meio ácido do estômago. - Oxigênio: bactérias aeróbias (se multiplicam apenas na presença do oxigênio) e bactérias anaeróbias (crescem na ausência do oxigênio). Microaerófilos crescem em baixa concentração de oxigênio (o normal é 21% e eles crescem em 5%), como pneumococo e neisseria. - A microbiota intestinal possui predomínio de bactérias anaeróbias porque o ambiente não possui oxigênio. Quando ela cai na corrente sanguínea acaba morrendo na presença dele, sendo ambientes oxigenados fora do intestino excelentes barreiras contra elas. - Se o interior intestinal possuísse boa oxigenação muitos macrófagos precisariam estar presentes para conter essas bactérias. - Em caso de obstrução intestinal haverá acumulação bacteriana. Assim, há distensão abdominal dolorosa, som timpânico, sem peristalse e possivelmente o paciente terá vômito fecaloide. - As bactérias translocam para a corrente sanguínea. Isso é perigoso, porque ao morrerem elas liberam substâncias tóxicas, como o LPS e ácido teicoico, causando inflamação. Antes de entrar em choque, ocorrerá hipotensão porque o LPS inibe a vasoconstrição. - A translocação é natural, não traz prejuízo porque o sistema imunológico nos protege. SEPSE - A sepse normalmente é causada por E. coli (bactéria aeróbia) - Duas causas mais comuns é pneumonia e pielonefrite. - Exame de hemocultura é coletado para bactérias aeróbias e anaeróbias. - Quando ocorre sepse por bactérias anaeróbias: antes de saírem do intestino elas formam abscesso abdominal. - Tratamento diante da resposta inflamatória antes de ocorrer sepse: antibióticos gentamicina (bactérias aeróbias) e metronidazol (bactérias anaeróbias). - Abertura de protocolo de sepse: taquicardia, taquipneia, temperatura alta ou baixa, leucocitose ou plaquetopenia. - Qual a conduta diante de paciente com sepse por E. coli? Precisa ir até a UTI para constante monitoramento e há risco de choque séptico porque a quantidade de LPS que as bactérias liberam durante sua multiplicação é enorme (velocidade de reprodução alta). - Paciente com faringite, peço hemocultura para bactérias anaeróbias? Sim. A boca é outra região com enorme quantidade dessas bactérias. - Liberação de LPS no sangue inflamação da parede dos vasos hipotensão perda do tônus vascular hipovolemia perfusão cerebral prejudicada choque séptico parada cardiorrespiratória. · Plasmídeo e Antibiótico - O plasmídio da bactéria confere vantagem/resistência contra antibiótico. - Na presença de antibiótico, o plasmídio sempre se divide. Na ausência, apenas uma bactéria durante a divisão ganha essa vantagem, podendo morrer em algum momento. - Após uso de algum antibiótico, dentre 3 a 6 meses todas as bactérias estarão sensíveis dentro do corpo (sem plasmídio). - Paciente de 18 anos chega ao pronto-socorro após acidente de moto com fratura exposta, isso significa possível contaminação do osso (risco de osteomielite no futuro). São três perguntas feitas: usou antibiótico nos últimos três meses? Não. Foi internado recentemente? Não. Trabalha na área da saúde? Não. Por isso, prescreve antibiótico mais fraco (oxacilina). - Utiliza-se o antibiótico mais fraco porque se ele precisar ficar muito tempo, há outra opção mais forte (vancomicina). Exceção à regra: meningite. · Curva de Crescimento Bacteriano - Durante a fase de adaptação, as bactérias analisam se o ambiente é propício para sua multiplicação. O tempo pode variar. - A fase exponencial confere multiplicação dobrada a cada meia hora. - Na fase estacionária o desenvolvimento é máximo. Os nutrientes começam a acabar, o espaço reduz, entre outros fatores. - Então há a morte dessas bactérias. - A curva nunca zera (o gráfico está reto, mas na verdade é uma curva exponencial). - Entre 48 a 72 horas o nível de bactérias é igualado ao inicio e desaparecem os sinais e sintomas. Devo parar o antibiótico? Não! - Se o quadro não melhora em 48/72 horas, aí sim se deve mudar o antibiótico para algum mais potente ou simplesmente acrescentar. - A diferença entre uma infecção de garganta e pneumonia: a quantidade de bactérias.
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