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Bactérias Anaeróbias - Microbiologia II

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Catalases 
Peroxidases 
SODS 
O2- 
OH- 
H2O2 
H2O 
Microbiologia II 
Bactérias Anaeróbias 
 
 Bactérias Anaeróbias: 
 Os microrganismos anaeróbios são aqueles que crescem em 
ambiente isento de O2 e realizam suas funções metabólicas vitais 
utilizando compostos como sulfatos, carbonatos, nitratos etc. 
 Essas bactérias não sobrevivem em meio com oxigênio. 
 Na presença de oxigênio, esses microrganismos podem sofrer 
alterações na membrana plasmática, oxidação enzimática e morrerem. 
 No geral, devemos entender que na região mais externa do biofilme 
não existem microrganismos anaeróbios. Mas, quando vamos nos 
aproximando de uma região mais subgengival, são os anaeróbios que 
vão prevalecendo. 
 
 O efeito letal do oxigênio para os anaeróbios: 
 Quando o oxigênio entra em uma célula, ele, naturalmente passa por 
processos de oxidação. 
 Quando é internalizado na célula, tem a formação dos radicais tóxicos 
de oxigênio: o superóxido, a hidroxila e o peróxido de hidrogênio. 
Quando esses radicais se formam dentro de uma célula, eles tem a 
capacidade de oxidar outras moléculas, tanto a parte lipídica 
(membrana), quanto enzimas. 
 Quando a célula sofre a ação dos radicais tóxicos do oxigênio, ela 
morre. 
 A diferença dessas bactérias para as bactérias aeróbias ou aeróbias 
facultativas é que, as que sobrevivem na presença de oxigênio 
produzem enzimas detoxificadoras para esses radicais tóxicos, 
degradando esses radicais e formando água. 
 Essas enzimas são: catalases, peroxidases, superóxido desmutases 
(SODS) etc, que inativam os radicais tóxicos. 
 
 
 
 
 
 Classificação das bactérias: 
 Aeróbias – Vivem e proliferam na presença de oxigênio. 
 Facultativas – Tem a capacidade de crescer ou não na presença de 
oxigênio. 
 Anaeróbias – Separadas ainda em: 
 Moderadas – Conseguem produzir um pouco das enzimas 
mencionadas acima. O que faz com que, caso haja um pouco 
de oxigênio, a bactéria não morre imediatamente, por um tempo 
curto. 
 Estrita/obrigatória – Não produzem nada das enzimas citadas. 
Qualquer contato com oxigênio já acarreta sua morte. 
 
 Bactérias anaeróbias – infecções: 
 As bactérias anaeróbias podem estar relacionadas a infecções 
endógenas e a infecções exógenas. 
 Infecção endógena é uma infecção ocasionada por bactérias de 
nossa própria microbiota anfibiôntica. 
 Infecção exógena é uma infecção causada por uma bactéria que não 
estava presente em nosso organismo, em nossa microbiota. Por 
algum desequilíbrio essa bactéria conseguiu proliferar em nosso 
organismo e causar um processo infeccioso. 
 
 Como uma bactéria anaeróbia pode causar infecções exógenas se elas não 
toleram o oxigênio presente no ambiente? 
 Algumas bactérias têm capacidade de produzir estruturas de 
resistência, os esporos ou endósporos. Em uma bactéria anaeróbia 
que esporule, o esporo é uma forma latente da bactéria e, por isso, 
não sofrerá com as ações dos radicais tóxicos de oxigênio. 
 Por isso que, doenças como o tétano são causadas quando há cortes 
profundos, pois devido a profundidade do corte, há uma menor 
quantidade de oxigênio ali presente. 
 Muitas doenças causadas por anaeróbios são chamadas de doenças 
polimicrobianas ou mistas, que são ocasionadas por mais de um 
microrganismo diferente. Ex: doença periodontal, que apesar de ter 
muitas bactérias anaeróbias, também possui bactérias facultativas. 
 É interessante a presença dos microrganismos facultativos associados 
aos anaeróbios pois, na presença de oxigênio, eles fazem respiração 
aeróbica e consomem todo o oxigênio. 
 Essa relação também é interessante para as bactérias facultativas. As 
bactérias anaeróbias fazem respiração anaeróbica ou fermentação, 
produzindo ácidos, gases e álcool. Um tecido com acúmulo de ácidos, 
gases e álcool não fica íntegro, são deteriorados por um processo de 
necrose, e, para as bactérias facultativas, esse tecido degradado é 
utilizado como nutrientes. 
 Os sinais para a infecção por organismos anaeróbios são: a necrose, 
um odor fétido, halitose e abcesso. 
 Abcesso é quando existe um processo infeccioso e vai se formando 
uma massa ao redor desse processo. Alguns sinais são o pus, a dor e 
o inchaço. 
 As bactérias anaeróbias têm essa tendência de “fazerem” abcessos 
pois, em um abcesso existe nutrientes para ela e, não há a passagem 
de substâncias tóxicas ou oxigênio através dele. 
 
 Quais são os fatores determinantes para que uma doença por anaeróbios 
aconteça? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na verdade, esses são os fatores para qualquer doença infecciosa aconteça. 
 Existe sempre uma balança que se encontra desequilibrada para que a 
doença ocorra. Nessa balança, de um lado temos a resistência do 
hospedeiro, o sistema imune desse hospedeiro que, quando está bem, 
favorece a saúde, mas, quando está mal, favorece o surgimento de doenças. 
 No outro lado da balança, nós encontramos os fatores predisponentes , que 
são a presença de doenças crônicas que favorecem a existência de 
ambientes anaeróbicos, um acidente que, por exemplo, expõe os 
microrganismos do intestino para a cavidade abdominal e outros fatores 
importantes como: tamanho do inóculo (quantidade de microrganismos que 
entraram em contato com o organismo) e fatores de virulência (presença de 
adesinas, virulinas, toxinas etc.). 
 
 Locais de infecções por bactérias anaeróbicas: 
 Os locais onde há maior quantidade de infecções endógenas por 
anaeróbios no nosso corpo é em mucosas, no trato oral, geniturinário e 
gastrointestinal. 
 Em relação a traumas ou contaminação por coisas ambientais, temos 
mais infecções exógenas relacionadas aos esporos. 
 
 Principais espécies de bactérias anaeróbias de importância clínica: 
 Em infecções humanas: 
 Odontológicas: Porphyromonas, Prevotella, Treponema, 
Peptoestreptococcus e Actinomyces. 
 Clínica: Clostridium, Actinomyces, Propionibacterium, 
Fusobacterium e Bactetoides. 
 
 Características dos espécimes clínicos com suspeita de anaeróbios: 
 Odor fétido, desagradável; 
 Presença de gás, bolhas; 
 Tecido necrosado e gangrenoso; 
 Secreções originárias de abcessos; 
 Endocardite com série de hemoculturas negativas; 
 Secreção originária de infecção após mordida. 
 
 
 Principais processos infecciosos: 
 Gengivite: Presença de Veionella spp. 
 Periodontite: Presença de Porphyromonas e Treponema. 
 Infecção endodôntica: Presença de Prevotella e Porphyromonas 
 Infecção sistêmica como endocardite: Presença de Peptococcus e 
Peptoestreptococcus. 
 Celulite e fascite necrosante: Presença de Bacteroides spp. 
É importante identificar que a infecção é por um microrganismo anaeróbio devido 
a conduta terapêutica que deverá ser tomada. Não são todos os antibióticos que 
funcionam contra esses microrganismos anaeróbios e, na maioria das vezes, 
não é possível fazer um teste de suscetibilidade antimicrobiana. Assim, o 
conhecimento empírico, que foi adquirido na prática, é importante para o 
tratamento dessas infecções. 
 Um antibiótico penetra em um abcesso? 
Normalmente, não penetra. Deve-se drenar o abcesso antes de qualquer 
coisa. 
 Os processos inflamatórios causados por microrganismos anaeróbios, 
normalmente, possuem um desenvolvimento mais lento devido ao fato de 
que esses microrganismos não fazem respiração aeróbica, mas, sim, 
fermentação. 
 
 Infecções importantes abordadas na aula: 
 
 Infecções exógenas: 
 As principais bactérias que causam infecções exógenas são as 
bactérias do gênero Clostridium; 
 Elas se apresentam como bastonetes gram positivos que formam 
esporos; 
 São encontrados em vários locais no ambiente, solo, água, esgoto, 
mas, também podem ser encontrados na nossa microbiota normal. 
 As bactérias do gênero Clostridium causam doenças pois: 
 São capazes de esporular; 
 Produzem toxinascitolíticas (que destroem células), enterotoxinas 
(toxinas específicas que atuam nos enterócitos e por isso causam 
processos diarreicos) e as neurotoxinas (atuam no sistema 
nervoso). 
 
1. Tétano – Clostridium tetani: 
 Possuem um aspecto de baqueta, liberam um esporo terminal 
arredondado. 
 O tétano não é uma doença contagiosa, ou seja, se uma pessoa está com 
tétano, ela não transmite a doença para outra pessoa por contato direto. 
 Para se contrair o tétano precisa haver um trauma, é preciso contrair o 
esporo do meio ambiente. 
 O tétano é uma doença grave pois, a neurotoxina produzida por ele, tem 
um efeito excitatório, causando contraturas do SNC. 
 O passo a passo do tétano: 
 Para contrair o tétano é necessário que haja o Clostridium tetani no 
ambiente; 
 Precisa haver um trauma e, sobre o prego enferrujado, há a maior 
possibilidade de nele estar contido o esporo da bactéria pois, como ele é 
mais antigo, é comum que tenha mais reentrâncias e, assim, existem mais 
locais para o esporo se aderir. 
 É necessário que a bactéria se aloje então e comece a se proliferar, para, 
então, começar a produzir a toxina tetanospasmina, o que demanda um 
tempo (1 a 2 semanas); 
Importante: Vacinas de 10 em 10 anos. Gestantes necessariamente devem 
tomar a vacina, não importa o tempo que tenha tomado a última vez. 
 Após as bactérias terem começado a produzir a toxina tetanospasmina, 
essa toxina, que tem predileção por neurônios, vai se ligar, via sistema 
retrógrado, aos neurônios até chegar ao medula espinhal. 
 Na medula espinhal, a toxina do tétano irá clivar as sinaptobrevinas, 
impedindo que os neurotransmissores inibitórios como a glicina e o GABA 
sejam liberados. 
 Assim, só a acetilcolina vai sendo jogada para o tecido, ocorrendo uma 
paralisia espástica, ou seja, o tecido irá ficar o tempo todo com a 
atividade sináptica excitatória desregulada, gerando contraturas 
involuntárias. 
 Normalmente, os primeiros músculos fora do local de inoculação a serem 
atingidos são os músculos da face, que graças a contração involuntária, 
origina o riso sardônico. 
 Junto com o riso sardônico vem também um aumento na salivação, 
sudorese, irritabilidade e espasmos dorsais, gerando uma posição 
chamada opistótono, que pode levar a ruptura das costelas do paciente. 
 Um paciente com tétano morre, geralmente, por problemas cardíacos, 
visto que a acetilcolina também atua lá. 
 
 
 Formas clínicas do tétano: 
 O tétano tem duas formas clínicas: 
 Tétano acidental – pessoa de qualquer faixa etária sofre o trauma e 
entra em contato com o esporo do tétano. 
 Tétano neonatal – Assim que a criança nasce, existe o coto umbilical 
e pode haver a infecção via coto umbilical. 
Ambas as formas clínicas do tétano são chamadas de toxi-infecção. 
 Infecção X Toxi-infecção X Intoxicação: 
 Infecção – Um microrganismo não original do organismo é inoculado 
 Toxi-infecção – O microrganismo é inoculado e, dentro do organismo do 
hospedeiro, ele produz a toxina que irá causar a doença. 
 Intoxicação – Não ingerimos o microrganismo, apenas a toxina que ele 
produz. Para uma intoxicação continuar, precisamos do microrganismo 
que produz a toxina e, em uma intoxicação isso não ocorre. 
É muito importante sabermos se é intoxicação, toxi-infecção ou intoxicação para 
sabermos que conduta terapêutica adotar. Por exemplo, não se deve administrar 
antibióticos em uma pessoa que está com intoxicação, pois, o antibiótico tem 
como função a destruição de microrganismos que não existem na intoxicação. 
 Diagnóstico, tratamento e prevenção do tétano: 
 Diagnóstico – Baseado nas manifestações clínicas. 
 Tratamento – uso de antibióticos e imunização passiva (anticorpos 
antitoxina); 
 Prevenção – Vacina (DTP – Difteria, Tétano e Coqueluche) de 10 em 10 
anos; 
 
2. Botulismo – Clostridium botulinum: 
 Também irá atuar no sistema nervoso, por meio da toxina botulínica, 
muito associada ao consumo de alimento. 
 É uma doença neuroparalítica grave e não contagiosa. 
 
 Formas clínicas: 
 Botulismo alimentar – adquire-se através da ingestão de alimentos 
infectados com a toxina. Por isso é chamado de intoxicação. 
 Botulismo infantil – uma criança pode adquirir o botulismo através de 
alimentos infectados com os esporos da bactéria que veio do mel. 
Toxi-infecção. 
 Botulismo de ferimento – Lembra o tétano, é rara e uma toxi-infecção. 
 
 Fisiopatogenia do botulismo: 
 Existem duas formas de se adquirir o botulismo. Uma pode ser através 
da ingestão do esporo da bactéria Clostridium, toxi-infecção, e a outra 
através da ingestão da toxina (intoxicação). 
 As toxinas irão chegar no intestino e não serão destruídas, pois 
possuem uma resistência contra o pH ácido do estômago, após passar 
pelo intestino ela irá atingir a corrente sanguínea e irá atrás de junções 
neuromusculares, impedindo a liberação pré-sináptica da 
acetilcolina, impedindo a transmissão colinérgica periférica e gerando 
uma paralisia flácida. 
 O principal problema do botulismo é o diafragma, ou seja, com o 
relaxamento do diafragma, não há como ocorrer a respiração e por 
isso ocorre a asfixia. 
 
 Tratamento, prevenção e controle. 
 Suporte ventilatório; 
 Destruir a toxina aquecendo os alimentos e não consumir mel até 1 
ano de idade. 
 A recuperação é demorada e está relacionada ao crescimento das 
terminações nervosas afetadas.

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