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Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos TUBERCULOSE ➢ A tuberculose é uma doença bem antiga, existem relatos dela ter sido detectada em múmias egípcias. ➢ É uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria, a Mycobacterium tuberculosis, também denominado de Bacilo de Koch (BK). ➢ O termo tuberculose se origina no fato da doença causar lesões chamadas tubérculos, bem características no exame de imagem. O PATÓGENO ➢ O bacilo é um patógeno intracelular aeróbico estrito que necessita de oxigênio para sobreviver. ➢ Por ser capaz de sobreviver e se multiplicar no interior das células fagocitárias, ele é considerado um parasito intracelular facultativo de virulência variável. ➢ Virulência: é a capacidade de infectar e se multiplicar do microrganismo. ➢ Dentro do macrófago, habitualmente, multiplica-se a cada 25-32 horas. ➢ De modo geral, a bactéria é resistente a ação de agentes químicos e sensível a ação de agentes físicos, como o calor e a radiação ultravioleta. A TUBERCULOSE EM NÚMEROS ➢ A tuberculose ainda se configura como um problema de saúde pública, é uma doença endêmica. ➢ No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que em 2014 ocorreram cerca de 9,6 milhões de casos da doença. ➢ Desse total, 80% estão concentrados em 22 países, sendo que o Brasil ocupa a 18ª posição nessa classificação. ➢ A mortalidade por tuberculose ainda apresenta números alarmantes. Em 2014, no mundo, um milhão de mortes foram atribuídas a doença e, no Brasil, esse número foi de cerca de 2.400. NO BRASIL ➢ Foram registrados mais de 75 mil casos novos de tuberculose, o índice de incidência tem variado durante os anos. ➢ A doença afeta muito mais o sexo masculino. RISCO DE MORTE POR REGIÃO ➢ É mais prevalente na região norte, depois nordeste e menor na região sul e centro-oeste. Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos PROBLEMAS NA NOTIFICAÇÃO ➢ Do total de óbitos em 2014 que apresentou a tuberculose como causa básica e foi registrado no SIM, 39% não foram notificados como caso de tuberculose no Sinan. ➢ Entre o total de óbitos em que a tuberculose surge como causa associada, 38,3% não foram notificados no Sinan. ➢ A subnotificação representa uma falha no serviço de vigilância epidemiológica e contribui para a permanência da cadeia de transmissão da doença. ➢ O número de casos conhecidos comente a partir do SIM é um indicador que deve ser utilizado para a avaliação das ações de vigilância da doença. ➢ Cruzamento de dados SIM e Sinan. Para que serve a epidemiologia nesse caso? O conhecimento dos indicadores epidemiológicos e operacionais é imprescindível para a construção do planejamento de atividades dos programas de controle da Tuberculose. MODOS DE TRANSMISSÃO ➢ A transmissão ocorre por meio de gotículas contendo os bacilos expelidos por um doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar. ➢ Quando essas gotículas são inaladas por pessoas sadias, podem provocar a infecção tuberculosa. ➢ A propagação do bacilo da tuberculose está associada principalmente às condições de vida da população. ➢ A doença prolifera em áreas de grande concentração humana, com precários serviços de infraestrutura urbana, como saneamento e habitação, onde coexistem a fome e a miséria. ➢ A sua incidência é maior nas periferias das grandes cidades, podendo, porém, acometer qualquer pessoa, inclusive em áreas rurais. ➢ A transmissão ocorre geralmente em ambientes fechados, nos quais as partículas expelidas pelo doente de Tuberculose (TB) podem permanecer no ar, principalmente em locais escuros e poucos ventilados, por longos períodos. ➢ A ventilação constante e a luz solar direta removem as partículas e matam rapidamente os bacilos. MICROBIOLOGIA/PATOLOGIA DA DOENÇA ➢ Os bacilos chegam aos alvéolos, se multiplicam e vão para a corrente sanguínea podendo atingir outros órgãos (tuberculose extrapulmonar). Pode atingir as meninges, rins e outros órgãos. ➢ A tuberculose possui um período em que o sistema imunológico intervém, a pessoa pode já ter tido contato com o bacilo, ter ele no pulmão, porém a infecção está controlada pelo próprio sistema imunológico. ➢ É muito comum que pessoas em baixa imunidade como HIV desenvolvam tuberculose mesmo sem ter um contato. ➢ É característico da tuberculose pulmonar e do bacilo o tropismo. É a afinidade do bacilo pelas células pulmonares e alvéolos, pela característica de ser um bacilo aeróbico. SINTOMAS DA TUBERCULOSE ➢ Dor no peito; ➢ Tosse crônica: dura em torno de 3 semanas; ➢ Febre com suor noturno; ➢ Falta de apetite; ➢ Cansaço; ➢ Sensação de falta de ar; DETECÇÃO DE CASOS ➢ Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de TB pulmonar são as principais medidas para o controle da doença. ➢ A detecção se dá basicamente pela busca ativa de sintomáticos respiratórios – SR. BUSCA ATIVA DE SR ➢ É uma atividade fundamental de saúde pública orientada a identificar precocemente pessoas com tosse por tempo igual ou superior a três semanas, consideradas com suspeita de tuberculose pulmonar, visando a descoberta dos casos bacilíferos. ➢ A busca ativa de SR deve ser realizada permanentemente por todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário e terciário) e tem sido uma estratégia recomendada internacionalmente. DEFINIÇÃO DE SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO ➢ Pessoa com tosse por período maior ou igual a 3 semanas de duração. ➢ Na prática não devemos esperar 3 semanas para fazer o teste de escarro, se a pessoa relata tosse a uma semana já é indicado realizar o teste. ➢ O objetivo da busca ativa de SR é identificar precocemente os casos bacilíferos, interromper a cadeia de transmissão e reduzir a incidência da doença a longo prazo. ➢ A busca ativa é a principal estratégia de controle da tuberculose pois permite a detecção precoce das formas pulmonares. ➢ Os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença e a descoberta precoce por Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos meio da busca ativa do SR é uma importante medida para interromper a cadeia de transmissão, desde que acompanhada pelo tratamento oportuno. DEFINIÇÕES OPERACIONAIS CÁLCULO DO NÚMERO DE SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS QUE DEVEMOS IDENTIFICAR NA POPULÇÃO ADSCRITA ➢ População adscrita: 4500 ➢ Resultado: 45 sintomáticos respiratórios. ➢ 1,8 seria o número estimado de pessoas com tuberculose. TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO) ➢ Constitui uma mudança na forma de administrar os medicamentos, porém sem mudanças no esquema terapêutico. ➢ O profissional treinado passa a observar a tomada de medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. ➢ É fundamental adotar essa modalidade de tratamento já que a tuberculose é uma doença em que não se encontra medicação na farmácia ou sistema privado, é de tratamento exclusivo público. DIAGNÓSTICO ➢ A pesquisa bacteriológica é um método de importância fundamental em adultos, tanto para o diagnóstico quanto para o controle de tratamento. BACILOSCOPIA DE ESCARRO ➢ A baciloscopia do escarro, desde que executada corretamente em todas as suas fases, permite detectar de 60% a 80% dos casos de tuberculose pulmonar. ➢ Deve ser realizada em, no mínimo, duas amostras: uma por ocasião da primeira consulta e outra, independentemente do resultado da primeira, na manhã do dia seguinte, preferencialmente ao despertar. ➢ Para controle: a baciloscopia utilizada para controle da terapêutica implementada deve ser repetida no 2º, 4º e 6º mês. – Não funciona muito bem na prática, é solicitado todo mês. ➢ Precisa ter no mínimo duas baciloscopias negativas para dar alta ao paciente. ➢ Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe oupor aspiração de secreções nasais, nem tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml. Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos COMO OBTER UMA BOA AMOSTRA DE ESCARRO COLETA DE ESCARRO ➢ Não precisa de jejum; ➢ Realizar em local ventilado; ➢ Em recipiente adequado (será entregue pela unidade devidamente identificado); ➢ Solicitar higienização da cavidade oral com água; ➢ Armazenar em local refrigerado até ser encaminhado para o laboratório. CULTURA DA MICOBACTÉRIA ➢ A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. ➢ Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença. ➢ Pode ser que a baciloscopia não detecte o bacilo, mas na cultura haja a proliferação e detecção dele. INDICAÇÕES ➢ Suspeita clínica e/ou radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa. ➢ Suspeitos de TB com amostras paucibacilares (poucos bacilos). ➢ Suspeitos de TB com dificuldades de obtenção de amostra (em caso de crianças). ➢ Suspeitos de TB extrapulmonar. ➢ Casos suspeitos de infecções causadas por micobactérias não tuberculosas – MNT. CONSULTAS, CLÍNICAS E EXAMES ➢ Já na primeira consulta com o paciente suspeito de tuberculose pode-se perguntar se ele já realizou o teste rápido (para HIV, sífilis e hepatites). ➢ O raio x também se pede no primeiro mês. DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO RADIOGRAFIA DE TÓRAX ➢ É um método diagnóstico de grande importância na investigação da tuberculose. ➢ Deve ser solicitada para todo o paciente com suspeita clínica de TB pulmonar. No entanto, até 15% dos casos de TB pulmonar não apresentam alterações radiológicas, principalmente pacientes imunodeprimidos. ➢ O exame radiológico permite a diferenciação de imagens sugestivas de tuberculose ou de outra doença, sendo indispensável submetê-los a exame bacteriológico. ➢ O exame radiológico em pacientes com baciloscopia positiva tem como função principal a exclusão da doença pulmonar associada (CA pulmão) além de permitir avaliação da evolução radiológica dos pacientes, sobretudo naqueles que não respondem ao tratamento antiTB. SERÁ CONSIDERADO TUBERCULOSE PULMONAR O CASO QUE APRESENTAR: ➢ 2 baciloscopia diretas +; ou ➢ 1 baciloscopia direta + e cultura +; ou ➢ 1 baciloscopia direta + e imagem radiológica sugestiva de tuberculose; ou ➢ 2 ou 1 baciloscopias diretas negativas e cultura +. SERÁ CONSIDERADO COMO TUBERCULOSE NEGATIVA O CASO QUE APRESENTAR: ➢ 2 baciloscopias negativas, com imagem radiológica sugestiva e achado clínico, situação em que se deve buscar a confirmação bacteriológica solicitando cultura para efetivação do diagnóstico da tuberculose. CONSULTA DE ENFERMAGEM AO SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO ➢ Criar vínculo; ➢ Anamnese e exame físico; ➢ Avaliação antropométrica – verificar o peso (importante); ➢ Registro; ➢ Solicitação de exames para investigação; ➢ Orientações quanto à possibilidade do diagnóstico de TB; ➢ Assegurar acesso em caso de necessidade; ➢ Planejar retorno, ou busca ativa, se necessário; Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos ➢ Conferir dados importantes no cadastro (cadastramento, tel, endereço, ponto de referência; CPF). ORIENTAÇÕES AO PACIENTE PARA EVITAR A TRANSMISSÃO ➢ O paciente deve ser informado sobre a transmissão do M. tuberculosis e orientado a cobrir a boca e o nariz ao tossirem ou espirrarem, utilizando preferencialmente lenço descartável ou máscaras cirúrgicas para reduzir a geração de partículas infectantes no ambiente. ➢ O risco de transmissão da doença pode ser minimizado por meio de medidas de higiene e etiqueta respiratória. ➢ Utilizar lenço descartável para higiene nasal. ➢ Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir. ➢ Higienizar as mãos após tossir ou espirrar e/ou após a coleta de escarro. ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO ➢ Identificar os sintomáticos respiratórios. ➢ Realizar assistência integral às pessoas e famílias na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio ou nos demais espaços comunitários. ➢ Orientar quanto a coleta do escarro. ➢ Administrar a vacina BCG. ➢ Realizar a prova tuberculínica. Caso não tenha capacitação para tal, encaminhar para a unidade de referência. ➢ Realizar consulta de enfermagem conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão. ➢ Solicitar exames (BAAR, raio-X de tórax, cultura, identificação e teste de sensibilidade para BK, prova tuberculínica), além do teste HIV sob autorização e aconselhamento, iniciar tratamento e prescrever medicações (esquema básico de TB), observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. ➢ Convocar os contatos para investigação. ➢ Orientar pacientes e familiares quanto ao uso da medicação, esclarecer dúvidas e desmistificar tabus e estigmas. ➢ Convocar o doente faltoso à consulta e o que abandonar o tratamento. ➢ Acompanhar a ficha de supervisão da tomada de medicação preenchida pelo ACS. ➢ Realizar assistência domiciliar, quando necessária. ➢ Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, técnicos e auxiliares. O enfermeiro também é o líder da equipe de enfermagem e muitas vezes responsável pelo ACS. ➢ Orientar a equipe de enfermagem para o acompanhamento dos casos em tratamento e/ou tratamento diretamente observado. ➢ Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe. ➢ Enviar mensalmente ao setor competente as informações epidemiológicas referentes à tuberculose da área de atuação da UBS. Analisar os dados e planejar as intervenções juntamente à equipe de saúde. ➢ Notificar os casos confirmados de tuberculose. ➢ Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação, conforme estratégia local. ➢ Observar os cuidados básicos de redução da transmissão do Mycobactérium tuberculosis. PROVA TUBERCULÍNICA ➢ A suscetibilidade a infecção pelo bacilo da tuberculose é praticamente universal. ➢ A maioria das pessoas resiste ao adoecimento após a infecção e desenvolvem imunidade parcial à doença. No entanto, alguns bacilos permanecem vivos, embora bloqueados pela reação inflamatória do organismo. ➢ Essa condição é conhecida como infecção latente da tuberculose (ILTB). ➢ A prova tuberculínica (PT) é recomendada para o diagnóstico da ILTB. ➢ Em determinadas situações pode auxiliar no diagnóstico da TB, como no caso das crianças. ➢ O ministério da saúde recomenda o tratamento da ILTB, a depender de três fatores: idade, probabilidade de ILTB e risco de adoecimento. INDICAÇÕES ➢ Realizado no controle de contatos; ➢ Na investigação de infecção latente no adulto; ➢ Na investigação de infecção latente e de TB em criança. ➢ Na avaliação anual de profissionais de saúde. ➢ A tuberculina é um produto obtido de um filtrado de cultivo de sete cepas selecionadas do M. tuberculosis esterilizado e concentrado. Trata-se de um líquido injetável límpido, incolor ou levemente amarelado. ➢ No Brasil, a tuberculina usada é o PPD RT-23. ➢ A prova tuberculínica é um teste diagnóstico de ILTB que se baseia em uma reação de hipersensibilidade cutânea após a aplicação do PPD por via intradérmica, em que a leitura é realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendido até 96 horas. ➢ O teste sofre interferência da vacinação BCG e de micobactérias não tuberculosas (MNT), mas não Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos sensibiliza não infectados, mesmo que repetido várias vezes. ➢ Um resultado positivo à prova tuberculínica não diagnostica a tuberculose ativa, mas indica que o indivíduo foi infectado pelo Mycobacterium tuberculosis em algum momento de sua vida.EFEITO BOOSTER ➢ Os indivíduos infectados pelo bacilo de Koch (BK) podem ter sua capacidade de reação à PT diminuída com o tempo, devido à perda da resposta dos linfócitos T de memória. Esse fato levaria algumas pessoas à resposta negativa da PT mesmo infectado pelo Mycobacterium tuberculosis. ➢ A avaliação do efeito booster busca uma reativação da resposta imunológica à tuberculina pelas células de memória, por meio de reforço do estímulo com nova aplicação de tuberculina após uma a três semanas da primeira PT. ➢ Define-se como efeito booster, quando a segunda PT (realizada uma a três semana após a primeira) for ≥ a 10 mm, com incremento depelo menos 6 mm em relação a primeira PT. ORIENTAÇÕES AO PACIEN TE ➢ Em que consiste a prova. ➢ As indicações da prova. ➢ As possíveis reações locais: edema, eritema, prurido ou dor local. ➢ Os cuidados após a aplicação: não coçar, não colocar qualquer substância medicamentosa ou curativo no local em caso de prurido. ➢ A importância do retorno do paciente para a leitura da PT. LEITURA DA PT ➢ A leitura da PT pode ser realizada 48h após a aplicação, podendo se estender até 96 horas. Nos serviços de saúde, a leitura da PT está recomendada para ser realizada 72h após a aplicação. ➢ O resultado da PT deve ser descrito em milímetros. ➢ É considerado como infectado pelo M. tuberculosis o paciente que tiver enduração igual ou superior a 5 mm. TESTE PPD CLASSIFICAÇÃO DA REAÇÃO DO PPD TRATAMENTO ➢ O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. ESQUEMA BÁSICO ➢ A apresentação farmacológica desse esquema passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro medicamentos (RHZE) nas seguintes dosagens: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 275mg. ➢ Essa recomendação e a apresentação farmacológica são as preconizadas pela OMS e utilizadas na maioria dos países, para adultos e adolescentes. ➢ Para crianças (abaixo de 10 anos) permanece a recomendação do esquema RHZ. ➢ Em todos os esquemas a medicação é de uso diário e deverá ser administrada em uma única tomada. ➢ O tratamento medicamentoso base dura em média 6 meses, porém pode durar mais. Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Indivíduos e Grupos ➢ 2 meses é a duração da fase intensiva do tratamento com o RHZE. ➢ 4 meses é a duração da fase de manutenção com a rifampicina e isoniazida. TUBERCULOSE TEM CURA! A tuberculose é uma doença curável em praticamente 100% dos casos novos, sensíveis aos medicamentos antiTB, desde que obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa e a adequada operacionalização do tratamento. PARA EFEITO DE INDICAÇÃO DE ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: ➢ Caso novo ou virgens de tratamento – VT: pacientes que nunca se submeteram ao tratamento antiTB ou o fizeram por até 30 dias. ➢ Retratamento ou com tratamento anterior – TA: pessoa já tratada para TB por mais de 30 dias que necessite de novo tratamento por recidiva após cura – RC ou retorno após abandono – RA. ➢ O paciente que retorna ao sistema após abandono deve ter sua doença confirmada por nova investigação diagnóstica antes da reintrodução do tratamento antiTB básico. ➢ Falência: Persistência da positividade do escarro ao final do tratamento. São também classificados como casos de falência aqueles que, no início do tratamento, são fortemente positivos (++ ou +++) e mantêm essa situação até o 4o mês ou aqueles com positividade inicial seguida de negativação e nova positividade por 2 meses consecutivos, a partir do 4o mês de tratamento. ESQUEMA BÁSICO PARA ADULTOS E ADOLESCENTES GESTANTES ➢ A prevenção da tuberculose congênita é realizada pelo diagnóstico precoce, devendo ser feita a administração oportuna do tratamento da TB na mãe grávida para diminuir o risco de transmissão ao feto e ao recém-nato, bem como aos adultos que coabitam a mesma residência, diminuindo, assim, o risco de transmissão pós-natal. ➢ Não há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não seja portadora de mastite tuberculosa. É recomendável, entretanto, que faça uso de máscara cirúrgica ao amamentar e cuidar da criança. ➢ Gestantes e lactantes devem utilizar os esquemas preconizados mencionados, mas devem receber especial atenção no monitoramento de efeitos adversos. OBSERVAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO ➢ Os medicamentos deverão ser administrados preferencialmente em jejum (uma hora antes ou duas horas após o café da manhã), em uma única tomada, ou em caso de intolerância digestiva, com uma refeição. ➢ O tratamento das formas extrapulmonares (exceto a meningoencefálica) terá a duração de seis meses, assim como o tratamento dos pacientes coinfectados com HIV, independentemente da fase de evolução da infecção viral. CRITÉRIO PARA CURA ➢ Para comprovar cura em bacilíferos, o paciente terá que apresentar durante o tratamento pelo menos duas baciloscopias negativas: uma na fase de acompanhamento e outra no final do tratamento. ➢ Avaliar número de doses tomadas na 1° e 2° Fase; Avaliação longitudinal da melhora clínica, radiológica e cura bacteriológica. TIPOS DE ALTA ➢ Por cura; ➢ Por completar tratamento; ➢ Por abandono de tratamento; ➢ Por mudança de diagnóstico; ➢ Por óbito; ➢ Por falência; ➢ Por transferência.
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