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Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS (TUTELA DE POSSE) Artigos Art. 554 a 568 CPC Introdução Propriedade é o direito de dispor da melhor forma a que provem. Exemplo: pode derrubar e construir novamente. Posse é um dos direitos inerentes a propriedade. Na legislação civil, o possuidor é definido como quem “tem de fato o exercício (...) de algum dos poderes inerentes à propriedade” (CC, art. 1.196). Posse Teorias que tratam da posse: -Teoria subjetiva (savigny) – o poder de dispor fisicamente de uma coisa combinado com a convicção de possuidor. Significa que, você dispõe se você tem a convicção que é possuidor daquela coisa. Aqui se equipara a posse com a propriedade. -Teoria objetiva (ilhering) – o poder de fato sobre a coisa. Por isso que se tem o locatário como sendo possuidor, por exemplo. O direito brasileiro adota a teoria objetiva. Interditos possessórios Procedimento para proteger essa posse. São ações de defesas da posse. Espécies: - manutenção de posse: quando sofre turbação, ou seja, quando se perde parte da posse. Exemplo: existe um grupo que costuma invadir propriedades, e chega e toma parte a propriedade, se apodera, nesse caso como perdeu uma parte, entra com uma ação para ser mantido, para que sua posse seja mantida e que seja dado uma liminar para que você tenha de volta a posse que você foi turbado, uma vez que parte da propriedade esta sendo ocupada por aqueles invasores. - reintegração de posse: quando sobre esbulho, ou seja, quando se perde a posse completa. Exemplo: já foi tomada toda a propriedade. A coisa já foi tomada. Ocorreu o esbulho. - interdito proibitório: quando não ocorreu nem a turbação e nem o esbulho, mas existe uma ameaça de ser molestado na posse. Nesse caso, pode entrar com interdito proibitório, só precisar apresentar que existe uma ameaça de esbulho ou de turbação. Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Procedimentos - Ação possessória de força nova / posse nova: A posse nova engloba os casos em que o ajuizamento da ação ocorre dentro do prazo de ano e dia desde a turbação ou do esbulho, portanto, para estas situações serão aplicadas as disposições do Novo Código de Processo Civil em seus Art. 560 a 566. Para a posse nova é disposta a aplicação de liminar própria das ações possessórias, art. 562, para garantir imediatamente o direito de posse buscado pelo Autor. - Ação possessória de força velha / posse velha: Enquanto a posse velha ocorre quando este prazo de ano e dia já se encerrou, e assim, não são mais cabíveis as situações do procedimento especial que dão maior celeridade às reivindicações acerca do direito de posse, entretanto, as ações para a posse velha não perderão o caráter possessório. Nos casos de posse velha, apesar de não ser possível a garantia por liminar, cabe o pedido de tutela provisória de urgência antecipada, na busca de garantia imediata do direito através do procedimento comum. Para isso, por ser uma posse velha, é necessário demonstrar a existência de um fato novo, porque é uma posse velha, tipo 3 anos depois você vai propor a tutela, que urgência você tem 3 anos depois? Exemplo: quero propor a tutela pq nesses 3 anos, além de está sem minha posse, descobri que a parte está destruindo a área ambiental necessária. (fato novo, posse velha) Obs.: a diferença entre posse nova e posse velha se dá pelo cumprimento ou não do prazo estipulado para reivindicar o direito de posse, ocasionando resultado que diferenciarão os procedimentos a serem realizados em cada uma das situações. De forma que a primeira será regida pelos procedimentos especiais das ações possessórias e a segunda pelo método comum, sem perder o caráter possessório, mas sem determinadas garantias que tornam mais célere e efetivo o rito especial. - Procedimento comum - Juizados especiais cíveis: também existe a possibilidade de ingressar com a tutela de posse nos juizados especiais. Não exige posse nova ou velha. A fixação da competência dos juizados passa pelo valor, então o bem que é o objeto da discussão da posse, não pode ultrapassar 40 salarios mínimos. O que se discute é a posse/o valor da posse. Exemplo: o proprietário rescindiu o contrato de locação e chegou e ocupou o imóvel que na verdade estava locado por 12 meses, e ainda estava no 6º mês. Qual seria o valor dessa causa? O locatário poderia pleitear essa reintegração de posse nos juizados? Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto Suponhamos que o valor da locação era 5 mil reais, 5x6= 30 mil. É possível discutir nos juizados. Da manutenção e da reintegração de posse - A petição inicial deve conter requisitos genéricos. - O autor deve provar: a sua posse (se está na posse de manutenção), a turbação ou esbulho, a data da turbação ou esbulho(a continuação na possa ou a perda da posse) Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração - O pedido pode vir com o pedido da reintegração de posse ou da manutenção de posse e também pode somar a esses pedidos a reparação dos danos oriundos da conduta de esbulho ou turbação. Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou final. - Na contestação pode haver um contra-ataque, a parte pode dizer que na verdade ela não esbulhou ou não turbou, ela só fez recuperar a posse dela que ela tinha sido anteriormente injustamente retirada, ai ela vai provar isso e pode inclusive requerer o ressarcimento. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. - Não é possível discutir na ação possessória, o domínio. Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa - Recebida a petição o juiz poderá: deferir sem ouvir o réu a liminar; designar audiência de justificação; não concessão de liminar sem audiência previa nas ações contra pessoas jurídicas de direito público. Audiência de justificação previa é aquela audiência em que o juiz entende que não tem ainda uma convicção conformada a respeito de conceder ou negar o pedido, ele designa uma audiência de justificação previa onde ele vai pedir que a parte traga aos autor provas para poder formar sua convicção a respeito da concessão ou não da liminar. Essa audiência é direcionada somente ao autor, só quem produz prova na audiência de justificação previa é a parte autora, e elas objetivam formar a convicção do juiz em relação a concessão ou não da liminar. Ainda não é julgamento de mérito, não cabe contraditório. O réu poderá ser intimado mas não participará da audiência e nem fazer indagação. Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, semouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. - Exigência de caução O juiz também pode conceder a liminar e pedir uma caução, uma garantia de que se por acaso for julgado improcedente o pedido, poderá haver um ressarcimento de eventuais danos que o beneficiado da liminar teve. Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente - julgada procedente a justificação determinará a expedição imediata de mandado de manutenção ou reintegração. - manda que seja cumprida a liminar e abre o prazo de 15 dias para contestar do despacho de intimação do despacho que deferiu ou negou a liminar. Concedendo ou não a liminar será feito a citação para contestar no prazo de 15 dias. Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. - aplica-se subsidiariamente o procedimento comum Uma vez contestada, chega-se a instrução que dar-se-á pelo procedimento comum. Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum. - sentença e natureza Sentença que concede a posse para alguns é de natureza declaratório e para outros constitutiva. Interdito Proibitório - Tem caráter preventivo e inibitório. Serve para prevenir ou inibir uma ameaça. - Aplica-se as demais regras atinentes ao procedimento de manutenção e reintegração de posse. Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Disposições especiais a) Fungibilidade dos interditos proibitórios - Substituição - permite que por exemplo se você confundisse o esbulho e a turbação, poderia ser aproveitado, o juiz entenderia como aquela que ele compreende ser a ação devida. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. b) Citação em caso de grande numero de pessoas no polo passivo pessoal e por edital - A citação ela tem que buscar ser pessoal, procurar um por um atraves do oficial, e se não encontrados será por edital Art. 554, § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. c) MP intimidado se envolver pessoas hipossuficientes Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto Art. 554, § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. d) Quando se tratar de citação de grande numero de pessoal, o oficial procurará uma vez e os não encontrados serão por edital. Art. 554, § 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. e) No caso das ações com grande numero de pessoas o juiz determinará ampla publicação, através de anúncios em jornal, Rádios locais, publicação em cartazes na região do conflito e muitos meios Art. 554, § 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios. Procedimento comum A ação possessória pode ser requerida pelo procedimento comum, pelo procedimento dos juizados dentro do limite de sua competência e pode ser requerida no procedimento especial. a) Aplicação do procedimento comum b) Aplicável de forma subsidiária - O procedimento comum sempre vai ser aplicado subsidiariamente a ação possessória. - a ação possessória começa pelo procedimento especial, mas quando existe a contestação ele passa a ser comum. Porque o legislador não destinou regras de instrução do processo, onde será feito atraves do procedimento comum. c) litigio coletivo posse acima de ano e dia, designação de audiência de mediação - Quando não couber posse nova, não cabe procedimento especial. Caberá ou juizados dependendo o valor ou procedimento comum. d) A audiência de mediação deverá ser realizada até 30 dias Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º. § 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo. § 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. Anotações | Elaborado por: Brenda Alves | Passei Direto § 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. § 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. § 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.
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