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ATENDIMENTO-FAMILIAR

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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
1 OS CONCEITOS HISTÓRICOS DE FAMÍLIA .................................................... 4 
2 A FAMÍLIA E AS RELAÇÕES SOCIAIS ............................................................ 7 
2.1 Família e parentesco ........................................................................................ 8 
2.2 Família no plural ............................................................................................. 10 
2.3 A questão social materializada na família ....................................................... 13 
3 INSTITUIÇÃO FAMILIAR ................................................................................. 16 
3.1 As entidades familiares parentais e conjugais ................................................ 19 
3.2 Família democrática ....................................................................................... 19 
3.3 Família patriarcal ............................................................................................ 20 
3.4 Família parental .............................................................................................. 20 
3.5 Família monoparental ..................................................................................... 21 
3.6 Família unipessoal .......................................................................................... 21 
3.7 Família sócio afetiva ....................................................................................... 22 
4 O SERVIÇO SOCIAL E AS FAMÍLIAS ............................................................ 22 
4.1 Proteção social às famílias ............................................................................. 25 
4.2 Intervenções sociais e atendimento às famílias .............................................. 28 
5 TERAPIA FAMILIAR PÓS MODERNA ............................................................ 31 
6 ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO À FAMÍLIA ............................................................ 35 
6.1 Organismo municipal de políticas familiares ................................................... 35 
6.2 Proteção de Atendimento Integral à Família (PAIF) ....................................... 36 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 38 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
4 
 
1 OS CONCEITOS HISTÓRICOS DE FAMÍLIA 
 
Fonte: https://bit.ly/3gAYNgd 
 
Segundo a sociologia, a família é um conjunto de pessoas que se encontram 
unidas por laços de parentesco. Os vínculos podem ser de afinidade ou de 
consanguinidade. 
Segundo entendimento de Lévi-Strauss: 
É de acordo com o contexto social, em cada sociedade e em cada época 
histórica, que a vida doméstica passa a assumir determinadas formas 
específicas, evidenciando que a família não é instituição natural, mas 
reforçando a compreensão de que ela é socialmente construída de acordo 
com as normas culturais (LÉVI STRAUSS, 1986) 
De modo geral, todas as épocas de progresso da humanidade de alguma forma 
coincidem com períodos em que se ampliam as fontes de existência. Ou seja, o 
desenvolvimento da família realiza-se concomitantemente às transformações sociais. 
(ENGELS, 2002) 
O termo “família” vem do latim famulus, que significa “escravo doméstico”. Esse 
termo era utilizado na Roma antiga e servia para designar um grupo submetido à 
escravidão agrícola. A família ligada por laços de sangue ou laços afetivos era 
 
5 
 
denominada “família natural”. Naquela época, a família era composta por pai, mãe e 
filhos, em uma estrutura patriarcal, onde o pai e marido era o chefe da família. 
Foi a partir da Idade Média que as pessoas passaram a viver em dois tipos de 
famílias, patriarcal e maternal. Nesse período, os casamentos eram feitos por 
descendência. Com a Revolução Francesa, os casamentos passaram a ser laicos. Já 
na Revolução Industrial, com as migrações para as cidades, os laços nas famílias se 
estreitaram. 
Portanto, as estruturas das famílias se modificam de acordo com as 
transformações sociopolíticas. Contudo, é certo que a família é o primeiro refúgio em 
que o indivíduo em situação de ameaça se protege, sobretudo nos períodos de 
enfraquecimento do Estado. Quando as instituições políticas passam a oferecer 
garantias suficientes para a manutenção da vida, os laços familiares se afrouxam. 
Assim, a história da linhagem é uma sucessão de contrações e distensões, cujo ritmo 
sofre as modificações da ordem política (OLIVEIRA, 2009). 
Diante das transformações societárias, com a predominância do monopólio do 
capital, a família passou a ser sujeito da história social, vivenciando todas as 
dificuldades inerentes ao sistema capitalista. A divisão do trabalho, fruto da Revolução 
Industrial, trouxe transformações profundas à sociedade, alterando a organização 
familiar: 
Marcada pelo ritmo acelerado do capital, a família pode reproduzir, em seu 
interior, o individualismo e a competição, frutos da modernização da 
sociedade, podendo, neste contexto, haver o predomínio do interesse 
individual sobre o coletivo, desfigurando o entendimento de que a família 
deveria ser o local onde o coletivo predominasse sobre o individual 
(OLIVEIRA, 2009) 
Lévi-Strauss (1976) considerava que família não era apenas uma constituição 
biológica, mas também uma estrutura que possuía a cultura em sua concepção e 
formação. Assim, esse antropólogo demostrou que, em várias regiões, as famílias se 
constituem e vivem de formas variadas, citando a poligamia, a poliandria e a 
monogamia como formas de organização familiar. 
Desse modo, Lévi-Strauss conceituou a família como um grupo social formado 
a partir do casamento (união de duas ou mais pessoas), constituído pelas pessoas 
 
6 
 
casadas e seus descendentes. Os membros da família são ligados entre si por laços 
legais, direitos e obrigações econômicas e religiosas, direitos e proibições sexuais, 
além de sentimentos psicológicos, tais como o amor, o afeto, o respeito, etc. 
Quando inserida na sociedade capitalista, a família produz e reproduz o próprio 
capital. Ou seja, ela passa a ser considerada produtora dos bens materiais e culturais, 
enquanto, ao mesmo tempo, pode ser consumidora de determinados bens. Assim, 
diversas mudanças na sociedade são reflexos da emergência de novos modos de 
relacionamento familiar, interpessoal, afetivo e sexual (ROMANELLI, 1999). 
A partir do século XXI, segundo Sarti (2010, p. 21), a questão familiar: 
[...] implica a referência a mudanças e a padrões difusos de relacionamentos 
[...] vivemos numa época como nenhuma outra, em que a mais naturalizada 
de todas as esferas sociais, a família, além de sofrer importantes abalos 
internos, tem sido alvo de marcantes interferências externas. [...] os 
acontecimentos a ela ligados vão além de respostas biológicas universais às 
necessidades
humanas, mas configuram diferentes respostas sociais e 
culturais, disponíveis a homens e mulheres em contextos históricos 
específicos. 
A família pode assumir dois papéis junto a seus membros: o de garantir 
proteção e afeto e o de representar vulnerabilidade e violência. Fatores internos e 
externos podem contribuir para o reforço desses papéis. Entre esses fatores, estão 
desde aspectos genéticos e locais de residência até situações adversas como 
desemprego, morte na família, separação, entre outros. É justamente por essa razão 
que as políticas sociais de atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade 
são tão significativas, já que apoiam essas famílias em momentos de maior 
dificuldade. 
Atualmente, no âmbito das políticas sociais no Brasil, se destaca sobretudo a 
Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Ela encara a família como espaço 
privilegiado de intervenção, instituindo a matricialidade sociofamiliar na definição e na 
estruturação das ações assistenciais. Além disso, estabelece a centralidade da família 
“[...] no âmbito das ações da política de assistência social, como espaço privilegiado 
e insubstituível de proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus 
membros, mas que precisa também ser cuidada e protegida” (BRASIL, 2005a, p. 39). 
 
7 
 
Assim, a família é um “[...] espaço insubstituível de proteção e socialização 
primária, independentemente dos formatos, modelos e feições que ele tem assumido 
com as transformações econômicas, sociais e culturais contemporâneas” (BRASIL, 
2005). 
2 A FAMÍLIA E AS RELAÇÕES SOCIAIS 
A família é um assunto que remete a questões relativas a gênero, poder e 
hierarquia no âmbito das relações sociais. Dessa forma, desde o surgimento dos 
primeiros relatos sobre a família, ela vem se redesenhando, acompanhando as 
transformações da sociedade. 
Com isso em mente, você pode considerar que gêneros são construções 
sociais, geralmente associadas ao sexo, que caracterizam historicamente homens e 
mulheres. Em suas relações, as pessoas assumem funções que lhes são atribuídas 
conforme o seu sexo e que determinam o seu comportamento na sociedade. 
As questões de gênero estão atreladas à relação de poder existente em cada 
família, principalmente na relação entre homem e mulher. A maior dificuldade 
relacionada a esse tema reside no fato de que o conflito entre homens e mulheres se 
expressa na oposição entre o dominador o dominado, posições ocupadas 
respectivamente pelo homem e pela mulher. Assim, são definidas algumas posições 
prescritivas. Na lógica das polaridades, a mulher sempre se fixa no segundo polo, o 
dominado. Tal polo carrega conotações como as seguintes: submissão, passividade, 
dependência, opressão e vitimização (SANTOS et al. apud MADUREIRA, 2004). 
A questão de gênero não só define os papéis do homem e da mulher, mas 
acaba definindo também a hierarquia entre eles. Os homens tendem a assumir uma 
posição de poder, enquanto as mulheres ficam em uma condição não de sujeitos, mas 
de objetos possuídos pelo homem. Contudo, com a mudança nessas posições, notada 
principalmente nas últimas décadas, a função social da família vem se modificando. 
Assim como os papéis de gênero, as relações de poder e hierarquia familiar estão em 
movimento e: 
 
 
8 
 
[...] em processo de mutação, devido às mudanças socioculturais, 
tecnológicas, ambientais e religiosas. Temos famílias chefiadas por 
mulheres, a família monoparental, a família construída a partir de novas 
uniões de um ou de ambos os cônjuges, as famílias adotivas, outras famílias 
em que avós ocupam-se totalmente da educação daqueles que seriam seus 
netos (SIMÕES; HASHIMOTO, 2012, p. 16). 
Assim, a família, tendo a sua função social em constante modificação, altera a 
dinâmica e a rotina das pessoas, sobretudo na vida doméstica. Com a mulher no 
mercado de trabalho, também se responsabilizando pela renda familiar, surge uma 
nova configuração. Os vínculos afetivos são diferenciados, assim como a divisão de 
tarefas domésticas — entre homens, mulheres e até mesmo filhos (ROMANELLI, 
1999). 
Nessa dinâmica de redesenho familiar, a família, enquanto instituição, assume 
funções de proteção e afetividade, mas é palco também de disputas e conflitos. Por 
isso, ela é um espaço privilegiado de atuação profissional, de modo que você precisa 
estar atento ao seu funcionamento e aos sujeitos que a compõem. 
2.1 Família e parentesco 
Segundo Saraceno (1997, p. 14): 
[...] a família é como o espaço histórico e simbólico no qual e a partir do qual 
se desenvolve a divisão do trabalho, dos espaços, das competências, dos 
valores, dos destinos pessoais de homens e mulheres, ainda que isso 
assuma formas diversas nas várias sociedades. 
Assim, essas formas diversas também se adaptam aos costumes culturais, 
ganhando arranjos e significações específicas, que podem fazer sentido numa 
sociedade, mas não em outra. A partir dessas ideias, Saraceno (1997) reforça que a 
família é, na verdade, uma construção social. É a partir dela que os atores sociais 
definem formas e sentidos da mudança da sociedade que habitam. Logo, é por meio 
do convívio social que a família vai se definindo e estabelecendo suas fronteiras. 
Sabendo disso, você já pode deixar de lado a ideia naturalizada de família, que 
evidencia o atributo biológico em detrimento do atributo social. Ou seja, uma família 
não é constituída apenas por quem tem o mesmo sangue, mas também por aqueles 
 
9 
 
que se reconhecem como membros de um círculo familiar. Acompanhe o raciocínio 
de Dias (2011, p. 141): 
Seja qual for o modelo de família, ela é sempre um conjunto de pessoas 
consideradas como unidade social, como um todo sistémico onde se 
estabelecem relações entre os seus membros e o meio exterior. 
Compreende-se que a família constitui um sistema dinâmico, contém outros 
subsistemas em relação, desempenhando funções importantes na 
sociedade, como sejam, por exemplo, o afeto, a educação, a socialização e 
a função reprodutora. Ora, a família como sistema comunicacional contribui 
para a construção de soluções integradoras dos seus membros no sistema 
como um todo. 
Desde o nascimento, a família é a primeira instituição de socialização. É com 
os membros familiares que a criança aprende, de maneira inicial, a falar, a se 
comportar, a reconhecer quais valores deve ter e a perceber como deve agir com os 
outros membros da sociedade. A família também define quem são heróis naquela 
cultura, entre outros atributos culturais que são introjetados por aqueles que cuidam 
da criança. Assim, a criança não precisa necessariamente ser criada pelo pai e pela 
mãe para se desenvolver. Ela pode ser criada por tio, tia, avó, avô, ou mesmo ser 
adotada por alguém que reconheça como seus pais. Segundo Szymanski (2002, p. 
10): 
[...] o ponto de partida é o olhar para esse agrupamento humano como um 
núcleo em torno do qual as pessoas se unem, primordialmente, por razões 
afetivas dentro de um projeto de vida em comum, em que compartilham um 
quotidiano, e, no decorrer das trocas intersubjetivas, transmitem tradições, 
planejam seu futuro, acolhem-se, atendem aos idosos, formam crianças e 
adolescentes. 
Ao mesmo tempo, isso não significa que esse agrupamento humano tem de ser 
homogêneo, como diz Sarti (2010), com os mesmos gostos e valores, com todos os 
seus membros pensando as mesmas coisas sobre o mundo em quem vivem. Pelo 
contrário, existem filhos que torcem para o time rival do dos pais, há filhas gêmeas 
que detestam se vestir de modo igual, há primos que pensam em projetos políticos 
diferentes para o país em que vivem, bem como existem parentes que discordam 
sobre qual presente dar para o membro mais antigo da família, etc. 
O que é importante destacar na relação familiar é justamente a possibilidade 
de se lidar com as diferenças num agrupamento humano menor, visando à tolerância 
 
10 
 
e ao diálogo
junto aos membros da sociedade como um todo. Logo, a 
heterogeneidade já vai sendo evidenciada no âmbito familiar e também marca as 
diferenças entre seus membros. Essa ideia é reforçada por Ribeiro (1999, p. 45): 
[...] viver em família significa a possibilidade de lidar com o permanente 
dissenso entre os projetos de homens e mulheres, como também de pais e 
filhos. Isto explicita a convivência entre visões de mundo conflitantes sobre a 
realidade, de onde vai emergir a heterogeneidade, a pluralidade dos estilos 
de vida, das formas de organização, das relações de gênero que se 
estruturam e se mantêm, em meio às rupturas e às continuidades com os 
valores herdados do passado e os valores apropriados no percurso da vida 
pessoal. 
Não importa o número de componentes numa família; o que importa é a 
possibilidade de troca de opinião, de aprendizagens e de vivências que enriqueçam o 
repertório dos membros. Essa heterogeneidade presente no seio familiar também vai 
se modificando ao longo do tempo, fazendo com que o modelo de família se altere. 
Assim, a família também é reflexo do que acontece com a sociedade, como enfatizam 
Faco e Melchiori (2009, p. 122): 
O sistema familiar muda à medida que a sociedade muda, e todos os seus 
membros podem ser afetados por pressões internas e externas, fazendo com 
que ela se modifique com a finalidade de assegurar a continuidade e o 
crescimento psicossocial de seus membros. 
2.2 Família no plural 
A partir do que você viu até aqui, pode considerar que as concepções de família 
mudam com o tempo e o lugar. Por isso é importante conhecer e refletir sobre as 
diferentes formas de composição da família. Mas por que é importante conhecer a 
família enquanto conceito? 
[...] a dinâmica que fundamenta as organizações familiares pode funcionar 
como fonte de “coesão, cooperação e comprometimento, mas também como 
fonte de conflito, rivalidade, discriminação e exclusão” (Davel & Colbari, 2003, 
p. 5). Em vista disso, observa-se que o universo das organizações familiares 
é plural, diversificado, multifacetado, em que coexistem relações de toda a 
ordem, tanto positivas quanto negativas. Portanto, ressalta-se a necessidade 
de compreender as organizações familiares por meio de nova óptica, que 
valorize e forneça maior respaldo para compreender as suas especificidades 
simbólicas (LESCURA et al. 2012, p. 102). 
 
11 
 
Dessa maneira, cabe compreender o conceito de família não a partir de uma 
definição pronta, fechada e única, e sim levando em consideração as diferentes 
experiências que compõem o modelo familiar. Assim, o conceito de família se amplia. 
A família se torna plural, e não mais aquela família nuclear que está restrita ao espaço 
de uma só casa. 
Essa abertura de sentido do conceito permite incluir vivências diversas na 
compreensão da família, ainda que se possa estranhá-las num primeiro momento. 
Considere estes outros pontos relevantes: 
A família pode ser definida como um núcleo de pessoas que convivem em 
determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que 
se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ela tem como tarefa 
primordial o cuidado e a proteção de seus membros, e se encontra 
dialeticamente articulada com a estrutura social na qual está inserida 
(MIOTO, 1997, p. 120). 
Ou seja, o que define o vínculo familiar é muito mais a relação de cuidado e a 
proteção que os membros estabelecem entre si do que, de fato, os laços sanguíneos. 
Essa diferença sobre o cuidado que se tem no âmbito familiar é algo crucial. 
Nesse contexto, aquilo que se define como “parente” se relaciona também a 
essa noção de cuidado, ainda que se possa dizer que: 
[...] a família é um grupo social concreto e o parentesco uma abstração, uma 
estrutura formal, que resulta da combinação de três tipos de relações básicas: 
a relação de descendência (entre pais e filhos), a de consanguinidade (entre 
irmãos) e a de afinidade, que se dá pela aliança, através do casamento 
(BRUSCHINI, 1997, p. 60). 
Entretanto, a ideia de parentesco tem se ampliado para além das relações 
descritas. Hoje, se configuram como parentes aqueles que também oferecem cuidado 
e proteção aos indivíduos. Atualmente, estão incluídas nessa categoria de afinidade 
as alianças advindas de amizade, de vizinhança e mesmo de valores. 
Dessa maneira, você também pode considerar que “O parentesco é uma rede 
de conexões de proximidade irradiada do indivíduo. Já a família, na concepção 
ocidental, é uma instituição baseada na parceria conjugal e na criação dos filhos” 
(LUNA, 2007, p. 180). Mas aqueles que cuidam e protegem, mesmo que não tenham 
relações sanguíneas diretas com a criança, como no caso da adoção, podem ser 
 
12 
 
considerados família, se assim desejarem. Portanto, é preciso pensar numa 
concepção de família que seja plural, como garantem as regras constitucionais: 
Importante pontuar que a família brasileira é plural, especialmente porque 
decorrente das relações interpessoais e sem quaisquer discriminações ou 
hierarquias, devendo ser afastada, o quanto possível, a ingerência do Estado 
na vida privada, no tocante ao projeto de vida da pessoa humana e da 
construção de sua dignidade no âmbito fraterno e solidário das entidades 
familiares, permitindo-se tal intervenção apenas para a promoção da 
igualdade e pluralidade das relações com o fim de construir uma sociedade 
livre, justa e solidária (ANGELUCI, 2017, p. 63). 
Você deve ter em mente que a sociedade contemporânea engloba novos 
aspectos ao conceito de família. É o que afirma Vaitsman (1994, p. 19): “[...] o que 
caracteriza a família e o casamento numa situação pós-moderna é justamente a 
inexistência de um modelo dominante, seja no que diz respeito às práticas, seja 
enquanto um discurso normatizador das práticas”. 
A seguir, você pode ver os novos padrões familiares — com base na divisão 
feita por Hintz (2001): 
 
b) família reconstituída — o casal une os filhos de casamentos anteriores com 
os filhos do atual casamento; 
c) união consensual — primeira forma de união entre os casais; 
d) casal sem filhos por opção — o casal foca em outras áreas da sua vida e 
não na questão da vinda de um filho; 
e) família unipessoal — a pessoa opta por ficar sozinha; 
f) associação — a família é formada por amigos sem grau de parentesco, que 
não têm necessariamente um contato sexual, mas vivem juntos; 
g) casal de homossexuais — duas pessoas do mesmo sexo decidem assumir 
uma relação estável. 
Como você pode perceber, há diferentes formas de se reconhecer uma família. 
Essa definição não implica determinado número de pessoas ou mesmo o sexo desses 
componentes. Se uma pessoa opta por viver sozinha, ou se um casal opta por juntar 
 
13 
 
seus filhos no mesmo espaço, a ideia que está colocada é de que os membros da 
família se sentem confortáveis com as relações familiares que definiram para si. 
Agora, que tal avançar para compreender as possibilidades de constituição de 
uma família em termos legais? Considere, por exemplo, a adoção. Há muitas crianças 
que aguardam para serem adotadas nos abrigos e para quem o dia de encontrar seus 
novos pais é o melhor dia de suas vidas. Desse modo, é relevante que você 
compreenda esses novos padrões familiares que se estabelecem na sociedade 
contemporânea e também que conheça a pertinência desses modelos, respeitando 
suas formas de expressão. 
2.3 A questão social materializada na família 
Para refletir sobre o papel da família na contemporaneidade, você deve 
considerar que não está em jogo uma instituição alheia aos determinantes 
conjunturais, visto que não está desarticulada da realidade social, econômica, política 
e cultural. A família não pode ser pensada isoladamente. Portanto, não pode ser 
responsabilizada unicamente pela maneira com que se apresenta e se organiza. 
Fazer isso é desconsiderar determinantes de ordem conjuntural, que muitas vezes 
resultam em situações
de vulnerabilidade social. 
A Questão Social diz respeito ao conjunto de “desigualdades econômicas, 
políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas relações 
de gênero, características ético-raciais e formações regionais, colocando em causa 
amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização [...]” 
(IAMAMOTO, 1998, p. 17). A sua essência relaciona-se aos conflitos inerentes à 
dinâmica do modo de produção capitalista, em que a produção de riquezas é coletiva 
e a apropriação dessas riquezas é privada, isto é, há um conflito na relação entre 
capital e trabalho. 
Pode-se delimitar o surgimento da expressão “Questão Social” ao período da 
Revolução Industrial no cenário europeu, quando emergia o fenômeno do pauperismo: 
as riquezas produzidas cresciam na mesma proporção em que a pobreza e a miséria 
 
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da população. No entanto, apesar de designar desigualdades sociais oriundas desse 
contexto societário, a Questão Social abrange também outra dimensão que lhe é 
indissociável: a resistência. É essa sua faceta, de resistência, que permite aos sujeitos 
denunciar as desigualdades vivenciadas e reivindicar perante o Estado o atendimento 
às suas demandas. Tal atendimento deve ultrapassar a benesse ou então a 
repressão, binômio que polariza as expressões da Questão Social e as torna passíveis 
da intervenção ora caritativa, ora punitiva. 
As expressões da Questão Social são todas as suas manifestações no 
cotidiano dos indivíduos e de suas famílias: desemprego, violência, pobreza, miséria, 
entre outras. Tais expressões podem ter repercussão no papel que historicamente foi 
atribuído às famílias, ou seja, de prover condições para o pleno e saudável 
desenvolvimento de seus membros e de ser um espaço seguro e protegido. As 
famílias que vivenciam expressões da Questão Social ficam vulneráveis e suscetíveis 
a violar direitos de seus membros, sejam eles crianças, adolescentes ou idosos, por 
exemplo. Afinal, a própria família, como um todo, já vivencia uma série de violações 
de direitos de cidadania quando não tem acesso a condições de vida dignas. Dessa 
forma, num contexto de escassez de alimentos, de condições de moradia e de 
desemprego ou relações de trabalho muito precarizadas, o respeito ao outro, a 
afetuosidade e as perspectivas de um planejamento futuro ficam bastante 
comprometidas ou até mesmo anuladas. 
Considere o que expressa o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 
1990,) em seu art. 4º: 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
Certamente, as famílias em situação de vulnerabilidade social, muitas vezes 
sem a mínima condição socioeconômica, não têm a possibilidade de cumprir o que 
prevê a legislação. Embora o contexto societário perpasse todos os contextos 
familiares, seus impactos “[...] incidem de formas diferentes conforme os recursos 
sociais, econômicos e culturais das famílias [...]” (SARTI, 2010). Diante disso, é 
 
15 
 
imprescindível a corresponsabilização do Estado, no sentido de fazer-se presente no 
enfrentamento das expressões da Questão Social. As políticas sociais públicas, 
quando articuladas, são exemplos de ações do Estado que visam ao acesso aos 
direitos de cidadania. Elas são operacionalizadas por diferentes profissionais, entre 
eles os assistentes sociais, e se materializam nos mais distintos espaços socio-
ocupacionais, envolvendo políticas setoriais de educação, saúde, assistência social, 
etc. 
Há, nas normativas que balizam a execução das políticas sociais, uma 
centralidade na família. Tal centralidade não deve delegar a essa instituição a 
responsabilidade única pela garantia de direitos de seus membros. A ideia é 
reconhecer as potencialidades da família enquanto instância primeira a ser fortalecida. 
Nos cenários em que o Estado se retira de cena, removendo recursos das políticas 
sociais e delegando a responsabilidade à sociedade civil, a família que já está em 
situação de vulnerabilidade social se vê sobrecarregada no cumprimento das funções 
historicamente delegadas a ela. 
Com base nos estudos de Gomes e Pereira (2005), é possível elencar alguns 
desafios a serem implementados pela sociedade e, sobretudo, pelos profissionais de 
diferentes áreas que atuam com famílias, entre eles os assistentes sociais. Veja a 
seguir. 
 Romper com a idealização em torno de um modelo de família e valorizar 
outras configurações familiares existentes. A família “real” deve ser o 
alvo. Deve-se compreender que ela pode representar espaço de afeto, 
mas também de conflitos. Ela é uma instituição que acompanha as 
mudanças societárias ao longo do tempo. 
 Dirigir um olhar atento às famílias para reconhecer as suas fragilidades 
e as vulnerabilidades às quais estão expostas, ampliando as 
possibilidades de intervenção profissional. 
 Considerar as famílias em sua totalidade, isto é, superar a visão 
fragmentada sobre cada um de seus membros (crianças e adolescentes, 
adultos, idosos). Isso não significa deixar de reconhecer as 
especificidades de cada ciclo de vida, mas compreender cada um dos 
 
16 
 
sujeitos como parte intrínseca de uma organização maior que os 
influencia e é por eles influenciada constantemente. 
3 INSTITUIÇÃO FAMILIAR 
A família de hoje não é a mesma da pré-história, idade antiga, idade média ou 
moderna. Esta passou por transformações, alterando radicalmente suas 
características. A análise destas mutações é imprescindível para a compreensão das 
famílias contemporâneas e sua diversidade. 
A origem da família é quase tão primitiva quanto a do próprio homem, e sua 
existência remonta aos primeiros povos conhecidos. Isso ocorre porque os seres 
humanos têm uma tendência intrínseca de viver com seus semelhantes. 
Aristóteles afirma que o homem é um animal político. Para ele, o ser humano é 
um ser eminentemente comunicativo, que não apenas emite sons, mas transmite 
ideias e este dom da fala seria a ponte que nos aproxima uns dos outros 
(ARISTÓTELES, 2008, pag. 56). 
Surge assim a necessidade de apego a outros indivíduos, levando ao 
surgimento da família, que é responsável pela formação e desenvolvimento da 
sociedade e, portanto, do direito. De maneira geral, pode-se dizer que a família é base 
de toda sociedade e, enquanto instituição, ocasionou o surgimento de todas as outras. 
Por meio da fala, a humanidade aos poucos formou o dialeto específico de cada 
tribo, permitindo o entendimento entre elas e fortalecendo sua convivência em pares. 
A prática do sexo extraconjugal quase sempre ocorria entre os membros da própria 
tribo, permitindo a formação de uma grande família. 
Para uma sociedade ordenada, precisamos de leis que adotem normas que 
permitam a coexistência dos homens e evitem o caos, pois sem ordem não há 
sociedade. É uma questão de interdependência, cuja premissa importante é a 
entidade familiar. 
 
Desse modo, a história do direito ensina que a família foi, em sua 
origem, um Estado minúsculo; um Estado monárquico por excelência, 
dominado por um rei ou por uma rainha, conforme o regime fosse o 
 
17 
 
patriarcado ou o matriarcado. Os historiadores do direito, 
especialmente do Direito Romano, comprovaram esse caráter político 
da família; posteriormente, o Estado foi evoluindo. A família, a gens, a 
cidade, polis, são as primeiras fases do desenvolvimento; depois o 
Estado evolui; não é necessário remontar na História para ter a prova 
dessa evolução que se encontra ao alcance das mãos nos últimos 
séculos de desenvolvimento da história italiana. 
(...) A pretensão, dentre outras coisas, de negar a família para afirmar 
o Estado é uma das mais insanas aberrações
que podem ser adotadas 
na história do pensamento humano. Sem a família, o Estado não pode 
viver, como não se poderia construir um edifício se se desagregassem 
os tijolos com que ele é construído. Um Estado sem família é tão 
absurdo quanto um corpo humano sem células. Assim como a saúde 
do corpo humano depende da permeabilidade da célula do misterioso 
fluxo vital, também a saúde do Estado depende da coesão da família, 
ou seja, da circulação do amor entre seus membros. (FRANCESCO 
CARNELUTTI, 2006, p. 53) 
 
Percebe-se que a família é a base da sociedade e, portanto, merece proteção 
especial por parte do Estado. O fracasso da instituição familiar levará inevitavelmente 
à sua queda. Não há Estado sem família porque não há Estado sem sociedade. 
Superada a pré-história, no período da antiguidade, houveram duas civilizações 
que ganharam destaque: a grega e a romana. 
A Grécia Antiga viveu a primeira etapa da formação do clã, que se estruturou 
por uniões de indivíduos com base no parentesco. Os clãs permitiram o 
estabelecimento de polis, também conhecidas como cidades-estados. Esses 
mecanismos representam diferentes mecanismos de organização política que são 
politicamente independentes uns dos outros. 
Os helenos viviam sob o pretexto de uma sociedade patriarcal, onde as 
mulheres levavam uma vida isolada, na maioria das vezes ocupadas nos afazeres 
domésticos. 
Acerca do espaço feminino na Grécia antiga, Teresa Van Acker afirma que: 
 
No espaço das cidades, as mulheres das classes mais elevadas não 
precisavam trabalhar, circulando por ela quase só nos dias de festa, 
pois, para os gregos, homens e mulheres ocupavam espaços muito 
distintos, à semelhança dos deuses Héstia e Hermes. Héstia era 
relacionada sobretudo com a lareira que existia no centro das casas; e 
Hermes, o protetor dos mensageiros, estava sempre colocado na 
soleira das portas, ligado, portanto, ao lado exterior, ao mundo das 
conquistas, do comércio e do trabalho fora de casa. (ACKER, 1994, p. 
21) 
 
18 
 
 
Além de explicar a famosa cultura machista da época, são feitas referências 
para demonstrar que a religião estava diretamente relacionada a todas as instituições 
existentes na sociedade grega, inclusive a família. Essa é a explicação e a força motriz 
do modo de vida de todo esse povo, na verdade sua base cultural. 
Em relação a Família romana, pontua Antunes Varela: 
 
Em diversos aspectos, a organização familiar da população romana se 
afasta, efectivamente, da família contemporânea, assente no vínculo 
matrimonial e nos laços de sangue, e se aproxima bastante, pelo 
contrário, da estrutura própria do Estado soberano. (VARELA, 1999) 
 
 
A queda do Império Romano do Ocidente alude ao início da Idade Média. 
Nesse novo período, a família mudou radicalmente suas características, 
principalmente devido ao cristianismo. O surgimento do sistema feudal associado à 
modificação da doutrina religiosa implicou uma ampla gama de mudanças 
comportamentais. 
Em contraste com o individualismo predominante na antiguidade, nas 
sociedades medievais prevalecia um espírito de comunidade, com ampla 
solidariedade entre os membros da família. 
A era moderna começa com a captura de Constantinopla pelos turcos 
otomanos e representa um período de transição do feudalismo para o capitalismo. 
Naquela época, a monarquia prevalecia como regime político e a Igreja Católica perdia 
um poder significativo. 
As grandes mudanças recentes na instituição da família estão diretamente 
relacionadas à conquista dos direitos das mulheres. Esse fato só foi possível com a 
revolução industrial, na modernidade, quando as mulheres passaram a exercer, ainda 
que timidamente, atividades laborais fora de casa. 
Hoje, as instituições, que já são bastante diversificadas, continuam evoluindo e 
em ritmo cada vez maior. Ao que parece, a família, berço de todos, não tardou a sentir 
os efeitos dessa modernidade pluralista e instantânea. 
 
19 
 
Não é difícil encontrar as mais diversas estruturas familiares existentes. O que 
era claramente proibido por nossas antigas regras e amplamente repreendido por 
outras organizações agora está sendo revisto por nossa Constituição e, aos poucos, 
vem superando o preconceito. 
3.1 As entidades familiares parentais e conjugais 
O surgimento do companheirismo e do afeto no meio familiar, causou o 
surgimento de várias diferentes estruturas de famílias em todo o mundo. De certa 
forma, a Constituição Federal legalizou todas elas, uma vez que as previsões do artigo 
226 são exemplificativas. 
3.2 Família democrática 
A família democrática é o modelo contrário daquela tradicional, onde era o pai 
era a figura central do poder familiar, se sobrepondo à mulher e os filhos. Neste 
modelo não existe superioridade entre pai e mãe, e os adolescentes também são 
detentores de direitos, como os adultos. 
Não há desigualdade de direitos entre seus membros, repele-se a violência 
doméstica, o trabalho do homem e da mulher, sejam eles exercidos fora ou dentro do 
lar, são igualmente valorizados. (PEREIRA, 2021) 
A democracia possuí seus princípios baseados na igualdade entre seus 
membros, independente se a família teve sua estrutura baseada pelo casamento, por 
união estável, por pessoas homoafetivas ou por héteros. 
 Quando acontece o divórcio de um casal que se constituiu de forma 
democrática, os filhos têm a guarda compartilhada, de maneira que possa conviver 
com ambos os pais. 
A democracia, portanto, representa um ideal, o ideal de uma 
comunidade coesa de pessoas, vivendo e trabalhando juntas, e 
buscando mecanismos juntos e não violentos de conciliar seus 
conflitos. Democracia no seu mais amplo sentido, pode ser definida 
como a arte de viver junto. (BODIN, 2006, apud PEREIRA, 2021) 
 
20 
 
 
Esta família, portanto, vai além das formalidades, acompanha o tempo real, e 
vive intensamente sua essência, buscando sempre a felicidade. 
3.3 Família patriarcal 
A família patriarcal é aquela que possuí as características do passado, onde 
todo o direito familiar se concentrava apenas na figura do pai. 
Além de uma patrilinearidade, é um sistema social político e jurídico que vigorou 
no mundo ocidental até o século XX. Embora ainda persistam sinais de patriarcalismo, 
ele perdeu sua força. (PEREIRA, 2021) 
Com o avanço da psicanálise e os intensos movimentos feministas, aos poucos 
foi-se percebendo um declínio sobre a ideia e prática da família patriarcal. Falamos 
em psicanálise, pois foi a partir dela que ficou comprovado o direito de desejo que 
todo ser humano possuí de forma natural, afastando a possibilidade de que a mulher 
e os filhos deveriam ser admitidos como inferior no plano familiar. 
Até meados da década de 1960, a forma da família patriarcal ainda 
predominava de maneira intensa no Brasil. Mais tarde, com o advento da Lei de nº 
4.121 de 1962, o Estatuto da mulher Casada, a mulher passou a ser vista como sujeito 
de desejo e direito, começando assim os primeiros passos para a desmitificação do 
sistema patriarcal. 
3.4 Família parental 
É a família que se estrutura baseada no vínculo de parentesco, sejam eles 
consanguíneos, socioafetivos ou por afinidade. Mesmo o parentesco por linha reta, 
tais sejam por exemplo o sogro, genro, nora, entre outros, não se desfazem ao fim de 
um casamento ou união estável. (BRASIL, 2002) 
Segundo o entendimento de Pereira, não há razão alguma romper o vínculo 
com a mulher/marido/companheiro e não romper com a sogra ou sogro, porém, 
 
21 
 
argumenta-se que esta determinação é para evitar incesto, ou seja, o possível 
casamento entre genro e sogra. (PEREIRA, 2021) 
3.5 Família monoparental 
Como o próprio nome já diz, trata-se da família que é composta pelos filhos, e 
com apenas o pai ou a mãe. Podemos extrair este modelo através do artigo 226, § 4º 
da Constituição, sendo: “a comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes”. (BRASIL, 1988)
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o 
IBGE, é nítido o crescimento cada vez maior, da quantidade de famílias 
monoparentais. Este aumento se dá devido a realidade de tantas mulheres que criam 
seus filhos sozinhas. 
Por fim, a família monoparental pode ainda ser formada por um dos avós com 
seus netos ou algum parente, ou até mesmo por uma terceira pessoa, que cumpra os 
deveres da casa para com os menores existentes. 
3.6 Família unipessoal 
Algumas pessoas têm preferência por viver sozinha, o que não é motivo para 
deixar de receber o amparo do Estado sobre um reconhecimento de família. Sabemos 
que em termos de conceito e proteção legislativa, família está voltada para um grupo 
de pessoas que possuem vínculo entre si. Porém, diante de tantas inovações, o Direito 
Brasileiro tem sim reconhecido esta forma de família, principalmente levando em conta 
sua moradia como bem impenhorável. 
De fato, a doutrina majoritária não acha justo que alguém que viva sozinho em 
imóvel de sua propriedade, independente de qual tenha sido a forma de aquisição, 
(viúvo, divórcio, etc.) desde que legal, não tenha sua moradia preservada de possíveis 
constrições. 
 
22 
 
3.7 Família sócio afetiva 
A família socioafetiva é estruturada por laços afetivos, independente de vínculo 
biológico. Alguns juristas defendem a ideia, de que, na verdade, toda e qualquer 
família parental deve ser socioafetiva. 
Dito de outra forma, até mesmo os filhos biológicos devem ser adotados sobre 
um sentimento de afeto intrínseco, pois a família só terá uma base verdadeira, se for 
devidamente estruturada com base no afeto e no amor. 
O reconhecimento desta família pode ser visto no artigo 1.593 do CC/02, ao 
dizer que o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou 
outra origem. (BRASIL, 2002) 
4 O SERVIÇO SOCIAL E AS FAMÍLIAS 
A atuação do assistente social na família existe desde o advento do Serviço 
Social no início do século XX. Se trata de uma profissão que se institucionalizou 
durante a industrialização da economia. Dessa forma, a atuação do assistente social 
se consolidou junto às famílias operárias. 
A partir do processo de industrialização e urbanização que começou no final do 
século XIX e no início do século XX, ocorreu o movimento migratório do campo para 
os centros urbanos. Foi nesse mesmo período que houve o crescimento da classe 
burguesa industrial e da classe operária. Dessa forma, com o crescimento de classes 
antagônicas, proletariado e burguesia, também nasceram as contradições entre esses 
atores sociais. 
Nesse período, os assistentes sociais não realizavam a análise da conjuntura 
social. A sua atuação era pautada pela doutrinação do operário e de sua família, com 
um viés higienista e moralista. A ideia era regular as famílias e adequá-las ao sistema 
capitalista. O principal foco de trabalho eram as greves e manifestações operárias 
para a conquista de direitos, como a saúde e a habitação. O assistente social deveria 
atuar no disciplinamento dos trabalhadores e na sua dominação política e ideológica 
para melhor adequá-los à indústria. 
 
23 
 
Em 1940, a abordagem profissional continuou a se pautar pelo pensamento 
conservador da doutrina social da Igreja Católica. Contudo, houve a introdução dos 
métodos de caso, grupo e comunidade, pautados pelo ideário norte-americano. O 
estudo social compreendia as relações sociais dos indivíduos no plano do imediato. 
Além disso, encarava a solução dos problemas sociais como responsabilidade dos 
próprios indivíduos, ou seja, das próprias famílias. Assim, o acesso a certos auxílios 
materiais e serviços exigia avaliações e mudanças relacionadas à vida das famílias 
(MIOTO, 2010). 
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Estado passou a intervir de forma mais 
reguladora, com a implantação do estado de bem-estar social. Essa implantação 
ocorreu com o agravamento da Questão Social e de suas múltiplas expressões, 
contudo, no Brasil, não houve uma efetiva instalação dessa política. Sendo assim, foi 
necessário a regulamentação da economia e das necessidades sociais. Nesse 
sentido, o Estado, por meio da proteção social, mudou seu papel, e a proteção social 
passou a ser vista como um processo de cidadania, ou seja, o Estado passou a regulá-
la. 
Neste entendimento, Mioto faz uma importante análise sobre a proteção do 
Estado junto às famílias no processo do estado de bem-estar social: 
[...] o exercício da proteção social pelo Estado desenvolveu-se de 
formas diversas nos diferentes países, porém na maioria deles a 
família nunca deixou de ter o papel significativo na organização e 
desenvolvimento dos diferentes sistemas de proteção social. De 
acordo com Esping-Andersen (1991), estes se estruturam a partir das 
diferenciações existentes em relação à desmercadorização, aos 
padrões de estratificação promovidos pelas políticas sociais e pela 
forma que se entrelaçam o papel do mercado e da família com as 
atividades estatais (MIOTO, 2008, p. 135). 
 
A intervenção profissional nesse período se apoiou em referenciais alheios às 
proposições teórico-metodológicas do Serviço Social. Registrou-se significativa 
incorporação da terapia familiar de orientação sistêmica. Essa abordagem 
conservadora e reguladora se perpetuou por várias décadas. Somente no final da 
década de 1970 e no início da década de 1980, com as mudanças sociais vivenciadas 
no cenário nacional brasileiro, é que houve uma aproximação com a teoria social 
crítica de Karl Marx. 
 
24 
 
O processo de reconceituação teórico-metodológico do Serviço Social se 
refletiu, naturalmente, na atuação profissional. Dessa forma, a abordagem adotada 
pela profissão se fortaleceu por meio de uma percepção crítica de sua prática. Como 
você pode imaginar, isso impactou também a ação e a abordagem junto às famílias. 
Somente nos anos 2000 o tema da família começou a ser tratado com maior 
importância. A abordagem do Serviço Social se dá em um espaço de profundas 
transformações econômicas e sociais. Nesse contexto, se destacam a economia 
neoliberal, a reforma do Estado brasileiro, a retração dos investimentos em políticas 
sociais e o modelo plural de bem-estar, que enfatiza a família (MIOTO, 2010) 
Atualmente, o Serviço Social encontra-se em um momento bastante delicado 
em relação à abordagem adotada junto às famílias, tendo em vista as distintas 
concepções de família adotadas pelas políticas sociais. A Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS) destina às famílias um lugar de centralidade, sob a 
definição da matricialidade sociofamiliar. A PNAS considera que: 
 
[...] faz-se primordial sua centralidade no âmbito das ações da política 
de assistência social, como espaço privilegiado e insubstituível de 
proteção e socialização primárias, provedora de cuidados aos seus 
membros, mas que precisa também ser cuidada e protegida [...]. A 
família, independentemente dos formatos ou modelos que assume, é 
mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade, delimitando, 
continuamente, os deslocamentos entre o público e o privado, bem 
como geradora de modalidades comunitárias de vida. Todavia, não se 
pode desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço 
contraditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por 
conflitos e geralmente, também, por desigualdades, além de que nas 
sociedades capitalistas a família é fundamental no âmbito da proteção 
social (BRASIL, 2005) 
 
No entanto, estudos sobre o Serviço Social têm criticado a centralidade que a 
PNAS conferiu à família. Oliveira (2012), por exemplo, reconhece que a família vem 
sendo incluída nas legislações sociais brasileiras para que a sua função protetiva seja 
potencializada e fortalecida, mas afirma que as ações do Estado para com ela não 
são efetivas. Tais ações seriam novas e reconfiguradas práticas de controle e de 
disciplinamento ou ajustamento dos usuários
das políticas sociais. 
 
25 
 
Está em jogo também a redescoberta de práticas normatizadoras e 
fiscalizadoras por parte do Serviço Social. Essas práticas eram comuns na origem da 
profissão. Elas eram baseadas no disciplinamento das famílias, principalmente das 
famílias pobres (OLIVEIRA, 2012). 
A Política Nacional de Assistência Social, avançou no conceito de família, 
rompendo com o conceito conservador de que a família é legitimada somente por meio 
da união entre homem e mulher. Nesse documento, a família é entendida como um 
grupo de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade. 
Ao abordar o familismo, Mioto explica que se trata de um conceito sobre a 
responsabilização da família pela promoção de seu bem-estar. Existem legislações 
sociais criadas diretamente para a família. Contudo, elas estão muito distantes de uma 
política forte e garantidora de direitos sociais. O que o Serviço Social busca, enquanto 
profissão, é a responsabilização do Estado em seu papel estruturante e protetivo. Ele 
deve estabelecer as condições necessárias para que a instituição familiar possa 
também exercer o seu papel. (MIOTO, 2008) 
4.1 Proteção social às famílias 
Ao longo dos anos, diversas transformações significativas sociais influenciaram 
mudanças nos modelos de família. Assim, é importante realizar uma profunda análise 
da realidade vivenciada pelas famílias na atual conjuntura social, econômica e política. 
Afinal, o profissional de Serviço Social intervém cotidianamente nas relações sociais 
dos sujeitos que fazem parte das famílias, independentemente do modelo familiar. 
Nesse sentido, as abordagens do Serviço Social estão intrinsecamente ligadas à 
família e ao Estado, cuja relação é permeada por contradições e conflitos. 
A seguir, você vai conhecer os modelos de intervenção que o Estado assumiu 
ao longo dos últimos 80 anos. Ao longo desse período, o Serviço Social realizou três 
tipos de abordagem junto às famílias: de uma perspectiva conservadora, do welfare 
state e do pluralismo do bem-estar (perspectiva crítica). 
 
26 
 
A abordagem conservadora, inicialmente era realizada por meio de uma 
proteção social praticada por instituições baseadas na filantropia e na caridade. 
Depois, foi implantado o estado de bem-estar social, em meados da década de 1930. 
Com a depressão econômica mundial, a proteção social junto às famílias passou por 
muitas modificações. A mulher, que antes recebia proteção social, foi impedida de 
acessar tais direitos, pois eles passaram a ser garantidos pelo sistema previdenciário, 
ou seja, só acessava a proteção social quem contribuía. Portanto, não havia 
assistência às mulheres, uma vez que elas eram dependentes do marido. 
Compreende-se que, em uma sociedade capitalista, a proteção social passa 
primeiramente pela família, depois pelo mercado e, em última instância, pelo Estado. 
Assim, a intervenção do profissional de Serviço Social junto às famílias por meio da 
abordagem adotada pelo welfare state era focalizada na família do trabalhador, que 
mantém o modelo familiar “tradicional”, composto por homem, mulher e filhos. É 
importante pontuar que o modelo de bem-estar social era uma proposta de 
universalização das políticas sociais. Contudo, ele não foi implantado desse modo. 
 
[...] observa-se um redimensionamento considerável do Estado, posto 
na diminuição da sua ação reguladora ou no encolhimento de suas 
“funções legitimadoras”, elementos visíveis no cenário mundial, 
quando o grande capital rompe o “pacto” que suportava o Welfare 
State, numa clara direção que pretende diminuir os ônus do capital no 
esquema geral de reprodução da força de trabalho e das condições 
gerais da reprodução capitalista. (CONSELHO FEDERAL DE 
SERVIÇO SOCIAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E 
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL, 2009). 
 
 
Com a ocorrência da Ditadura Militar brasileira, houve uma intensificação nas 
perdas de direitos sociais e civis, além da perda da democracia e da constituição. 
Esse foi um momento histórico gerido pela censura, por perseguições políticas e pela 
repressão a qualquer manifestação contrária ao regime instituído. Em vários 
momentos, isso ocorreu por meio da violência em seus mais distintos graus. 
Nesse período, o estado de bem-estar social se caracterizou por uma 
combinação de crescimento econômico, emprego e políticas sociais. As políticas 
sociais eram voltadas para uma parcela da população, de forma focalizada e seletiva. 
 
27 
 
Nesse período, houve crescimento da desigualdade social e agravamento da Questão 
Social e suas múltiplas expressões. Afinal, foi um momento de restrição dos direitos 
sociais. 
Com a aprovação da Constituição Federal de 1988, um novo modelo de 
proteção social começou a ser desenhado no cenário brasileiro. Além disso, surgiram 
propostas de intervenção social junto às famílias, que seriam regulamentadas por um 
modelo de proteção social de caráter universalizado. Tal modelo inclui direitos sociais 
garantidos por lei, baseados na seguridade social. Esta última engloba a saúde como 
direito universal, a previdência como direito contributivo e a assistência social para 
quem dela necessitar. 
A partir das leis orgânicas de cada política social, a abordagem junto às famílias 
passa a ser diferenciada. Isso ocorre porque a concepção de família também passa 
por mudanças. Exemplos dessas mudanças são as famílias homoafetivas, 
monoparentais, rearranjadas, entre outras que já foram citadas anteriormente. 
Além disso, a PNAS também trouxe avanços relativos ao conceito de família, 
que passou a ser entendido como um grupo de pessoas unidas por laços 
consanguíneos, afetivos e/ou de solidariedade. Por sua vez, a Norma Operacional 
Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS) compreende a família 
para além de uma unidade econômica. Ela é entendida como núcleo afetivo, 
conectado por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade. Tais laços implicam 
obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e 
gênero (BRASIL, 2005). 
Com as transformações que ocorrem na sociedade, a abordagem junto às 
famílias também sofreu mudanças. Atualmente, a ação profissional do Serviço Social 
está cada vez mais vinculada à proteção social por meio de políticas públicas. A maior 
parte da proteção social ainda é destinada às famílias mais empobrecidas. Tais 
famílias vendem a sua força de trabalho e perpetuam a relação de poder existente na 
dicotomia capital versus trabalho, típica de uma sociedade de classes. Por isso, é 
importante você compreender os distintos modelos de família, suas mais diferentes 
formas, sua composição, sua história de vida e sua trajetória social, econômica e 
cultural. 
 
28 
 
4.2 Intervenções sociais e atendimento às famílias 
A intervenção social acontece em uma relação de respeito mútuo entre o 
profissional que pratica a intervenção e o sujeito que a recebe. A intervenção social é 
parte cotidiana da atuação do assistente social. Nesse sentido, é importante que esse 
profissional tenha condições de realizar uma análise do todo, ou seja, de uma 
conjuntura que realize uma boa intervenção. 
Seguindo este entendimento: 
[...] no processo de divisão social do trabalho, o Serviço Social como 
profissão, insere-se, desde sua emergência, no interior dos 
equipamentos socioassistenciais existentes, desenvolvendo uma 
atuação caracterizada: 1º pelo atendimento de demandas e 
necessidades sociais de seus usuários, podendo produzir resultados 
concretos nas condições materiais, sociais, políticas e culturais na vida 
da população com a qual trabalha, viabilizando seu acesso a políticas 
sociais, programas, projetos, serviços, recursos e bens de natureza 
diversa. Nesse âmbito, desenvolve tanto atividades que envolvem 
abordagens diretas com os seus usuários, como ações de 
planejamento e gestão de serviços e políticas sociais; 
2º por uma ação socioeducativa
para com as classes subalternas, 
interferindo em seus comportamentos e valores, em seu modo de viver 
e de pensar, em suas formas de luta e organização e em suas práticas 
de resistência (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO 
SOCIAL, 2009). 
 
O profissional de Serviço Social realiza a intervenção social em vários espaços 
que ocupa. Contudo, na atualidade, uma das políticas sociais que mais emprega o 
assistente social é composta pela seguridade social. Nesse contexto, a Política 
Nacional de Assistência Social é o maior campo de atuação. 
A PNAS é regulamentada por meio do Sistema Único de Assistência Social, e 
também pelas diversas legislações que a compõem, como a Lei Orgânica da 
Assistência Social (LOAS), a Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, a 
NOB/SUAS, a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB/RH), entre 
outras (BRASIL, 2005). 
O desenvolvimento dessas ações está ligado a três grandes processos de 
articulação das ações profissionais: os processos político-organizativos, os processos 
de planejamento e gestão e os processos socioassistenciais (CONSELHO FEDERAL 
 
29 
 
DE SERVIÇO SOCIAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM 
SERVIÇO SOCIAL, 2009). 
Os processos político-organizativos são as ações profissionais. Entre elas, se 
destacam as de mobilização e assessoria, que objetivam a participação política e a 
organização da sociedade civil para a garantia e a ampliação de direitos na esfera 
pública e o exercício do controle social. Os processos de planejamento e gestão são 
as ações de planejamento, gestão e administração de políticas sociais, de instituições 
e de empresas públicas ou privadas, assim como do trabalho do assistente social. Por 
fim, os processos socioassistenciais são as ações profissionais de intervenção direta 
com os usuários em contextos institucionais. 
Desse modo, a intervenção social em um processo socioeducativo pode ocupar 
espaços distintos de atuação profissional dentro da política social. Essa atuação visa 
à superação das vulnerabilidades sociais causadas pelas mais distintas situações, 
como pobreza, falta de acesso a bens e serviços, fragilidade de vínculos sociais e 
comunitários, situações de violência ou direitos violados. 
Considera-se que a orientação e o acompanhamento, tradicionalmente 
vinculados ao atendimento de demandas singulares de indivíduos, 
grupos e famílias, configuram-se como ações socioeducativas que se 
desenvolvem nos processos socioassistenciais e que se articulam 
organicamente com os processos de planejamento e gestão e com os 
processos político-organizativos. (CONSELHO FEDERAL DE 
SERVIÇO SOCIAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E 
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL, 2009, p. 581) 
 
A intervenção socioassistencial junto às famílias deve propor a superação da 
situação problemática vivenciada. Além disso, deve respeitar os espaços político- 
organizativo. Exemplo disso é o que tange à Tipificação dos Serviços 
Socioassistenciais, que diferencia os equipamentos e serviços a serem realizados 
para determinados públicos e situações. A ideia é respeitar a integralidade dos 
sujeitos, bem como fortalecer a luta de classes e o empoderamento da classe 
trabalhadora. 
Você deve ficar especialmente atento a uma questão: a intervenção realizada 
por meio das ações socioassistenciais também pode se configurar em espaço de 
 
30 
 
ações retrógradas e conservadoras, sem respeito à diversidade existente na 
sociedade. Nesse sentido, considere o seguinte: 
É pela prestação de serviços socioassistenciais que o assistente social 
interfere nas relações sociais que fazem parte do cotidiano de sua 
população usuária. Esta interferência se dá particularmente pelo 
exercício da dimensão socioeducativa, que tanto pode assumir um 
caráter de enquadramento disciplinador destinado a moldar o "cliente" 
em sua inserção institucional e na vida social como pode direcionar-se 
ao fortalecimento dos projetos e lutas das classes subalternizadas na 
sociedade (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO 
SOCIAL, 2009,) 
 
 
Desse modo, a intervenção social por meio dos serviços socioassistenciais 
junto às famílias deve ser realizada com respeito às diferenças. Só assim é possível 
intervir adequadamente nas mazelas sociais, com acompanhamentos realizados com 
o intuito de fortalecer a população que busca os serviços ofertados pelas políticas 
públicas. Deve-se ainda, considerar a relevância da articulação entre as distintas 
políticas sociais. Isso pode garantir a efetivação dos direitos sociais às famílias, 
respeitando sua individualidade e garantindo a não culpabilização dos sujeitos. 
 
 
 
 
 
 
31 
 
5 TERAPIA FAMILIAR PÓS MODERNA 
Fonte: https://bit.ly/3B8z7Rw 
 
A terapia familiar é quase sempre identificada de uma maneira genérica com a 
sua vertente mais influente e ampla, a terapia familiar de referência sistêmica. A 
terapia sistêmica considera a família em um contexto com qualidades cibernéticas. Os 
relacionamentos entre os membros da família, componentes do sistema, são não 
lineares, e as interações são entendidas sob uma perspectiva de causalidade circular. 
Há um complexo sistema de inter-relação e de retroalimentação entre os 
membros da família em que os sintomas são vistos como uma que se encontrava 
vinculada a um paradigma moderno de ciência, com os terapeutas especialistas, 
detentores do conhecimento e condutores do processo terapêutico, num 
enfrentamento à homeostase e às resistências da família tratada (VASCONCELLOS, 
1995). 
Com os passar das décadas os terapeutas familiares acabaram por ultrapassar 
as próprias dissensões entre os teóricos sistêmicos, com terapeutas não mais se 
autodenominando bowenianos, estratégicos ou estruturalistas. Este ecletismo auxiliou 
a mudança pós-moderna que influenciou o movimento nos anos seguintes (NICHOLS; 
SCHWARTZ, 2007). 
 
32 
 
A terapia familiar sistêmica é uma abordagem em constante mudança, e seus 
desenvolvimentos teóricos epistemológicos, vinculados aos conceitos da chamada 
primeira cibernética, evoluíram com o desenrolar das décadas para uma proposta 
afinada com a cibernética de segunda ordem. Esta nova terapia familiar ela 
denominou terapia familiar sistêmico-si-cibernética ou terapia familiar novo-
paradigmática. (VASCONCELLOS, 2009) 
Segundo Lax, a mudança na terapia familiar para um modelo pós-moderno 
iniciou-se a partir dos modelos de Milão de terapia familiar, num retorno ao 
pensamento recursivo de Bateson, com os teóricos Tom Andersen, Harold Goolishian, 
Harlene. (LAX, 1998) 
Anderson e Lynn Hoffman e suas propostas colaborativas, além dos teóricos 
da terapia com o florescimento do pensamento pós-moderno, a terapia familiar foi, na 
psicologia, uma das abordagens que mais sofreu o impacto desta tendência. 
O que é chamado pensamento, discurso ou paradigma pós-moderno não tem 
uma definição clara e consensual na literatura científica; pode-se assumir que esta 
tradição transcende a modernidade, rejeitando a busca sobre a verdade última, numa 
visão antirepresentacionista na linguagem, antiessencialista do self e relativista 
histórica, ética e culturalmente quanto aos parâmetros universais de verdade (ABIB, 
1999; GRANDESSO, 2000). 
Alguns autores simplesmente definem o pensamento pós-moderno como 
sendo todo aquele que transcende e critica o modelo moderno, que se trata de um 
modelo de crença no discurso de uma realidade última verdadeira, no progresso 
linear, crescente e cumulativo da ciência, no essencialismo e estruturalismo das 
teorias explicativas do funcionamento humano em psicologia e nas metanarrativas (ou 
metadiscursos) de legitimação de verdades atemporais e universais. 
Alguns destes autores pós-modernos em terapia familiar, como Harold 
Goolishian e Harlene Anderson, propõem um modelo de terapia colaborativo em que
a família apresenta ao terapeuta suas competências e a construção da terapia se faz 
por meio desta troca, social. 
 
33 
 
No entendimento de Grandesso, Foucalt demonstra a importância dos 
discursos sobre a realidade como prática de manutenção de verdades discursivas e 
de relações de poder sobre os indivíduos e a sociedade. O construcionismo social 
desenvolve que a realidade de cada indivíduo é construída a partir de sua interação 
discursiva com o mundo a partir da linguagem, que é, por sua vez, construída 
socialmente; portanto, as narrativas são construídas e constroem a experiência 
(GRANDESSO, 2000; ANDERSEN, 2002). 
Nesse sentido, não existem verdades, mas sim, múltiplas narrativas que irão 
competir, algumas mais funcionais, e outras precipitada de maior sofrimento. As 
próprias teorias são entendidas como narrativas, e “uma teoria passa a ser 
considerada útil, conforme ofereça subsídios para a construção de significados que 
façam sentido para organizar a experiência vivida pela família e a evolução do sistema 
terapêutico. 
 Grandesso cita a inclusão de uma característica nem sempre explicitada no 
debate pós-moderno em terapia familiar, qual seja, a existência de um critério 
pragmático de utilidade para as narrativas. A busca da verdade é deixada de lado com 
o pensamento moderno, e o critério pragmático define a manutenção da determinada 
teoria/narrativa. (GEANDESSO, 2001) 
Com uma forte influência de métodos experimentais, apelo empírico e 
objetividade, o behaviorismo floresce em sua versão metodológica. Hull, Tolman e 
outros desenvolvem suas pesquisas e modelos, mas o mais influente deles é Skinner 
que desenvolve a análise experimental do comportamento, transcendendo o modelo 
estímulo-resposta e criando sua própria filosofia do comportamento, denominada 
Behaviorismo Radical, e cindindo com o Behaviorismo metodológico então vigente. 
O behaviorismo radical enquanto filosofia está intrinsecamente relacionado à 
sua ciência, a Análise do Comportamento. 
As afiliações filosóficas da Análise do Comportamento são diversas. Alguns 
autores apontam ao operacionismo, enquanto preocupação com definições 
operacionais dos termos e conceitos desta nova ciência; ao positivismo, dada sua 
ênfase na objetividade e no fisicalismo dos fenômenos estudados; ao empirismo com 
 
34 
 
seu forte viés experimental de método indutivo; e ao selecionismo da teoria da 
evolução darwiniana. Outros autores realçam a influência do pragmatismo e do 
contextualismo, presente no critério funcional de seleção por consequências e na 
explicitação da complexidade de relações entre as variáveis envolvidas no processo 
comportamental. 
O comportamento verbal só pode ser compreendido contextualmente, e a 
linguagem é dependente do contexto da cultura. Portanto, o comportamento verbal 
como discurso sobre o mundo, sobre as coisas e sobre o próprio sujeito é constituído 
e mantido nas relações contingenciais (contextuais) entre o os sujeitos falantes e a 
comunidade linguística da qual comportamento foge a qualquer concepção 
representacionista da realidade e se afilia ao pensamento pós-moderno de crítica 
antirepresentacionista. 
Na terapia sistêmica tal mudança é fortemente influenciada pelos movimentos 
construtivistas e construcionista social, que definem os discursos e a linguagem como 
construídos socialmente; e na Análise do Comportamento, com a concepção 
skinneriana de comportamento verbal com significado existindo numa relação, 
construída na comunidade verbal do falante. 
Ambas as abordagens têm afinidades com as apresentações pós-modernas 
em filosofia da linguagem, marcadas principalmente por filósofos como Ludwig 
Wittgenstein, John Austin e Jürgen Harbermas. Segundo Marcondes, estes filósofos 
citados têm comprometimentos com a filosofia da linguagem contemporânea e se 
unem, numa pragmática da análise do significado como contexto e da linguagem 
como ação. (MARCONDES, 2005) 
Segundo Zuriff, devemos identificar distinções entre o construtivismo social 
metafísico e o construtivismo social empírico. Ambos defendem que é através da 
interação social que os indivíduos constroem seu conhecimento sobre o mundo no 
qual interagem. (ZURIFF, 1998) 
As teorias psicológicas modernas sobre o sujeito apontam para a constituição 
de um self, uma personalidade, seja na teoria do traço, seja na humanista, o sujeito 
detém uma personalidade, composta de atributos, capacidades e características que 
 
35 
 
podem inclusive ser mensuradas com testes e inventários de personalidade. Esta 
personalidade é mais importante que as situações e os contextos em que a pessoa 
vive, pois, a personalidade é pouco afetada pelos contextos e situações. 
É contra esta concepção de sujeito que se insurge o discurso pós-moderno. 
Para o construcionismo social, o discurso sobre o sujeito é compreendido como 
discurso social. 
Como apontado anteriormente, o construcionismo social foi pensamento 
marcante na construção dos discursos pós-modernos na psicologia social e na terapia 
familiar. Nos modelos pós-modernos de terapia familiar, o sujeito é sujeito narrativo. 
Melhor dizendo, a construção do self é uma construção narrativa. 
6 ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO À FAMÍLIA 
6.1 Organismo municipal de políticas familiares 
A Organização de Políticas Familiares em Nível Comunitário (OMPF) é a 
agência responsável por administrar as políticas públicas relativas à família. Pode ser 
um escritório da cidade ou uma divisão de um escritório existente. O OMPF deve se 
envolver regularmente com outros serviços e serviços municipais sempre que as 
ações públicas envolvam as famílias, bem como trabalhar com o legislativo e judiciário 
da cidade, com o setor privado e a sociedade civil. 
A criação de um OMPF é uma ação fundamental para monitorar, avaliar, e 
continuar com o desenvolvimento de políticas públicas que sejam capazes de trazer 
fortalecimento às famílias. 
A existência de um OMPF na estrutura da gestão municipal facilita o trabalho 
de articulação dos diversos atores que devem ser envolvidos no planejamento, 
execução e monitoramento das políticas familiares. Outro importante papel que o 
OMPF deve exercer é o de contribuir com uma perspectiva de família na elaboração 
de políticas públicas de outras secretarias. 
 
 
36 
 
Como exemplo de algumas das competências organizacionais de um OMPF, 
podemos citar: 
 Acompanhar o prefeito nas questões vinculadas à formação, fortalecimento e 
promoção da família no município; 
 Monitorar as políticas públicas familiares; 
 Observar e solicitar a efetivação dos direitos humanos concernentes à família; 
 Solicitar a inserção de uma perspectiva de família em diversas áreas de 
atuação do governo municipal; 
 Desenvolver a formação e a capacitação de agentes públicos em políticas 
familiares; 
 Propor e incentivar a conscientização pública acerca do papel social da família; 
 
Para que o OMPF cumpra seu papel de articulador das políticas públicas de 
família, ele deve funcionar de forma permanente e integral, e assegurar uma relação 
direta com os demais órgãos da estrutura administrativa. Pode ser adaptado em forma 
de secretaria, ou até mesmo em um departamento de coordenação. 
6.2 Proteção de Atendimento Integral à Família (PAIF) 
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) estão 
disponíveis em todos os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e têm 
como objetivo auxiliar as famílias na prevenção do rompimento de relacionamentos, 
promover o acesso a direitos e contribuir para a melhoria da qualidade de vida. É o 
trabalho social familiar, com objetivo de apoiar e fortalecer a relação entre família e 
comunidade, por meio de ações preventivas, protetivas e proativas para a família. 
As principais ações do PAIF podem acontecer de forma individual ou coletiva, 
como por exemplo acolhimento, estudos sociais, visitas a domicilio, acompanhamento
familiar, ações comunitárias, ações individualizadas, e outros encaminhamentos que 
forem necessários. 
 
 
37 
 
Um dos serviços ofertados por meio da PAIF, é o grupo Volante, que faz parte 
do grupo Centro de Referência de Apoio Social (Cras). Seu principal objetivo é prestar 
serviços de assistência social a famílias residentes em locais de difícil acesso, como 
áreas rurais, comunidades indígenas, quilombolas, entre outras. 
No ano de 2009, o PAIF sofreu uma modificação, no qual deixou de ser um 
programa, e passou a ser um serviço de caráter contínuo, descentralizado e universal. 
A partir disso, tem sido um poderoso aliado na luta contra a pobreza e desigualdade. 
O acesso ao PAIF pode ser por meio de buscas espontâneas de usuários, 
buscas ativas por grupos de referência e encaminhamentos da rede socioassistencial 
de apoio ou outras políticas públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
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