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T�ina� Bacteriana�: Di�eri�, Tétan�, Botulism�, Coqueluch�: 1. Diferenciar os tipos de toxinas produzidos por diferentes bactérias e as doenças por elas causadas e entender como se dá a resposta imune frente a toxinas. 2. Quais os mecanismos da patogenicidade do C. diphtheriae ? 3. Quais os mecanismos da patogenicidade do C. tetani ? 4. Quais os mecanismos da patogenicidade da Bordetella pertussis ? 5. Compreender os mecanismos de agressão envolvidas no botulismo. Tipos de toxinas: ● Exotoxinas: ○ Proteínas tóxicas liberadas pela célula bacteriana, à medida que ele cresce. ○ Deslocam-se do sítio de infecção e causam danos em regiões afastadas ○ 3 categorias em termos de mecanismos: ■ toxinas citolíticas: destroem a integridade da membrana citoplasmática, promovendo a lise celular. ■ toxinas AB: O componente B liga-se a um receptor superficial da célula hospedeira, promovendo a transferência da subunidade A através da membrana citoplasmática da célula-alvo, que promove danos à célula. ■ superantígenos: estimulam um grande número de células da resposta imune, resultando em intensas reações inflamatórias e danos teciduais ● Endotoxinas: ○ Não é secretada. ○ Lipopolissacarídeos tóxicos encontrados na maioria das bactérias gram-negativas. Estas são componentes estruturais da membrana externa gram-negativa ○ A febre é um resultado quase universal da exposição à endotoxina. ○ Endotoxinas provocam vários efeitos fisiológicos. A febre é um resultado quase universal da exposição à endotoxina, pois esta estimula as células hospedeiras a liberarem citocinas, proteínas solúveis secretadas pelos fagócitos e outras células, que atuam como pirogênios endógenos, proteínas que afetam o centro cerebral que controla a temperatura, provocando a febre. As citocinas liberadas em resposta a exposição à endotoxina também podem causar diarreia, rápida diminuição no número de linfócitos e plaquetas, e inflamação generalizada. AB, toxinas A-B; CT, toxina citolítica; E, fator de virulência enzimático; SA, toxina que atua como superantígeno b. A toxina citoletal distensora é encontrada em outros patógenos gram-negativos, incluindo Campylobacter jejuni, Escherichia coli, Helicobacter sp., Salmonella entericas orovar typhi e Shigella dysenteriae. ● Corynebacterium diphtheriae: ○ Bacilo gram- positivo ○ Principal patógeno do gênero; linhagens patogênicas carregam um bacteriófago lisogênico ○ Doenças: difteria (respiratória e cutânea), difteria de outros sítios (ouvido externo e olho) e da mucosa genital, faringite e endocardite. ○ Lesão Característica: pseudomembrana ○ Fator de virulência: toxina diftérica ○ Funções biológicas: neurotoxina, cardiotoxina; inibe a síntese proteica por inativar o fator de elongação EF2. ○ Toxina diftérica: ■ Exotoxina AB ■ termolábil ■ pode ser letal em uma dose de 0,1 μg/kg. ■ Composta por duas subunidades funcionalmente distintas A e B ○ Mecanismo de patogenicidade da toxina diftérica: ■ Causa destruição local do tecido no sítio da formação da membrana (trato respiratório superior), facilitando a replicação e transmissão. ■ Também é absorvida pela corrente sanguínea e distribuída, resultando em complicações sistêmicas da difteria, incluindo neurite periférica desmielinizante e miocardite. ■ A ligação do domínio receptor às proteínas de membrana da célula hospedeira CD-9 e ao precursor do fator de crescimento epidermal de ligação à heparina (HB-EGF) desencadeia a entrada da toxina na célula por endocitose mediada por receptores. A acidificação do domínio de translocação dentro de um endossomo em desenvolvimento leva à criação de um canal proteico que facilita o deslocamento do fragmento A para o citoplasma da célula hospedeira. O fragmento A inibe o alongamento da cadeia polipeptídica - contanto que haja dinucleotídeo de nicotinamida-adenina (NAD)- ao inativar o fator de alongamento EF-2 (elongation factor), necessário à translocação do polipeptidil-RNA de transferência do aceptor para o local doador no ribossomo eucariótico. O fragmento A da toxina inativa o EF-2 ao catalisar uma reação que produz nicotinamida livre mais um complexo inativo de adenosina difosfato-ribose-EF-2 (ADP-ribosilação). Acredita-se que a parada abrupta na síntese da proteína seja responsável pelos efeitos necrosantes e neurotóxicos da toxina diftérica. ● Bordetella pertussis: ○ Bacilo gram-negativo ○ Doença: Pertussis/Coqueluche: caracteriza-se por três fases: catarral, paroxística e de convalescência" ○ Vacina disponível: "toxina pertussis inativada, hemaglutinina filamentosa e pertactina são eficazes" ○ Fatores de virulência: ■ Adesão a células eucarióticas mediadas pela pertactina, hemaglutinina filamentosa e fímbrias. ■ Destruição de tecido localizada mediada pela toxina dermonecrótica e citotoxina traqueal; toxicidade sistêmica produzida pela toxina pertussis "toxina dermonecrótica" ■ Contribuição da toxina pertussis (PT) e da adenilato ciclase (ACT) na patogenicidade de Bordetella pertussis. As toxinas que afetam a adenilato ciclase (AC) de B. pertussis contribuem para a progressão da doença por meio de: (A) a PT é endocitada pela célula e, após processamento intracelular pelo retículo endoplasmático, a subunidade alfa é liberada no citosol. Esta subunidade ADP-ribosila a subunidade alfa das proteínas G, dissociando-a do seu receptor acoplado à proteína G (GPCR) na superfície celular, dessa forma inibindo o recrutamento de células imunes para o local da infecção. (B) A TCA interage com o receptor do complemento (CR3) na superfície celular de macrófagos e neutrófilos, afetando a apresentação de antígenos e o recrutamento da resposta imune adaptativa. O domínio AC se transloca para o citoplasma celular e é estimulado após a ligação da calmodulina, levando a níveis aumentados de AMPc, inibindo a liberação de citocinas pró-inflamatória e ativação da fagocitose mediada pelo complemento e interferindo com o recrutamento de células imunes. (C) PT liberada na corrente sanguínea a partir de células que crescem em células pulmonares epiteliais ciliadas demonstrou contribuir para o desenvolvimento de leucocitose. O mecanismo não é claro, mas vários foram propostos, incluindo (C1) PT inibindo a migração de linfócitos através das camadas do epitélio, (C2) PT interferindo na sinalização de GPCR, afetando o recrutamento de células imunes, (C3) PT inibindo os GPCRs necessários para que os leucócitos aderissem aos linfonodos, interferindo no extravasamento, e (C4) PT estimulando a expansão das células imunes normais e não a proliferação de células ativadas. (D) O ACT inibe a formação de biofilme, interferindo nas interações filamentosas da hemaglutinina-hemaglutinina filamentosa (FHA-FHA) entre as células. O domínio AC da toxina se liga ao domínio C terminal maduro (MCD) na ponta distal da proteína FHA, bloqueando sua função no biofilme. ● Clostridium tetani: ○ Bacilo gram-positivo ○ Doenças: Tétano ○ Fator de virulência: Produz duas toxinas a hemolisina que é sensível ao oxigênio (tetanolisina) e uma neurotoxina termolábil codificada por plasmídeos (tetanoespasmina, toxina A B) quais ligam-se a receptores específicos de ácido siálico (p.ex., polissialogangliosídios) na superfície de neurônios motores e se internalizam. ○ Quando a célula libera a neurotoxina em uma subunidade leve (cadeia A) e em uma subunidade pesada (cadeia B). Pontes dissulfeto e forças não covalentes mantêm as duas cadeias unidas. O domínio de ligação da porção terminal carboxil da cadeia pesada (100.000 Da), liga-se a receptores específicos de ácido siálico (p.ex., polissialogangliosídios) e a glicoproteínas adjacentes na superfície de neurônios motores. As moléculas intactas da toxina são internalizadas nas vesículas endossômicas e transportadas nos axônios neurais para o corpo dos neurônios motores, localizados na medula espinal. Nesse local, o endossomo torna-se acidificado, resultando em uma mudança conformacional no domínio N-terminal da cadeia pesada, inserção na membrana do endossomo e passagem da cadeia leve parao citoplasma da célula. A cadeia leve é uma zinco endopeptidase que cliva proteínas do núcleo envolvidas no transporte e liberação de neurotransmissores. Especificamente, a tetanoespasmina inativa proteínas que regulam a liberação dos neurotransmissores inibitórios, glicina e ácido gama-aminobutírico (GABA). Essa inativação acarreta desregulação da atividade excitatória sináptica nos neurônios motores, resultando em paralisia espástica. A ligação da toxina é irreversível, portanto a recuperação depende da formação de novos axônios terminais." ● Clostridium botulinum: ○ Bacilo gram- positivo ○ Anaeróbio ○ Não esporulado ○ Doença: botulismo ○ Fator de virulência: 8 tipos de toxinas ○ 4 patogênicas ao homem: A, B, E, F e AB e BF ○ Mecanismo de ação:: agem nas membranas pré-sinápticas das junções neuromusculares, bloqueando a liberação da Acetilcolina e a transmissão do impulso para a contração muscular ○ Anticorpos ligando-se e neutralizando uma toxina bacteriana, impedindo-a de interagir com células hospedeiras e causar patologia. Toxinas não ligadas podem reagir com receptores na célula hospedeira, enquanto que complexos toxina/anticorpo não podem. Anticorpos também neutralizam partículas virais inteiras e células ao se ligarem a elas, inativando-as. O complexo antígeno/anticorpo é eventualmente encontrado e degradado por macrófagos. Anticorpos cobrindo um antígeno torna-o reconhecível como sendo estranhos para fagócitos (macrófagos e leucócitos polimorfonucleares), que o ingere e destrói, sendo isso chamado de opsonização.
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