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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CAMPUS DIADEMA FARMACOLOGIA II Aluna: Ana Paula 1) Em relação aos antiinflamatórios não esteroidais seletivos para COX-2, justifique e explique detalhadamente, baseado em seu mecanismo de ação, qual motivo levou a indústria farmacêutica a retirar algumas drogas do mercado por causa de complicações graves e inclusive morte apresentada por alguns pacientes (3,0) R. São sintetizados pela via da cicloxigenase (COX): Tromboxanos, prostaciclinas e prostagladinas. São conhecidas dos isoformas de COX, a cicloxigenase-2 (COX-2: Vasodilatador que gera diminuição da agregação plaquetária) e cicloxigenase-1 (COX-1: Tem como ação de aumento na agregação plaquetária ). A COX-2 está presente na constituição dos tecidos, e a sua expressão é aumentada durante processos inflamatórios crônicos, apresenta diferenças nos seus sítios de ligação o que permitiu a criação de inibidores COX-2 seletivos, sendo ela responsável pelo aumento na produção de PGl2, e quando inibida, leva a uma diminuição na taxa de PGl2, enquanto a formação de TXA2 mediada por COX-1 está ativa, aumentando assim a aglutinação das plaquetas (o primeiro estágio da formação do trombo), o que pode levar a um quadro de maior risco de eventos cardiovasculares. Por conta disso, fármacos com seletividade para COX-2, por exemplo Lumiracoxib retirado do mercado em 2008, são ligados a esses eventos adversos por diminuir a produção de PGI2 mediada pela COX-2. 2) Leia atentamente o caso clínico abaixo e responda as questões: Identificação L.V.D. , 28 anos, masculino, branco, solteiro, agricultor, residente no interior do Estado. História clínica O paciente consultou com queixas de dor epigástrica e pirose, que melhoravam com a ingestão de alimentos e leite. Há cinco anos, havia apresentado um quadro semelhante, que foi diagnosticado como úlcera do duodeno e tratado com medicamentos e dieta. Desta forma, foi obtido alívio. Permaneceu assintomático até há um mês. Negou outros sintomas. EXAME FÍSICO Os sinais vitais eram normais. O único dado de relevância era dor à palpação profunda do epigástrico. Hemograma: anemia hipocrônica, microcítica. RX do esôfago, estômago e duodeno: deformidade cicatricial do bulbo duodenal e nicho ulceroso na parede posterior. CONDUTA diante do diagnóstico de úlcera péptica duodenal, decidiu-se pelo tratamento com dieta e fármacos antiulcerosos, escolhendo-se um antiácido associado a um anticolinérgico. a) Quais as vantagens do uso de antiácidos não sistêmicos sobre os sistêmicos neste caso? (1,0) Antiácidos sistêmicos apresentam mais efeitos colaterais e por isso não devem ser usados a longo prazo, por exemplo o bicarbonato de sódio possui efeitos metabólicos como alcalinização sistêmica. Os não-sistêmicos são preferíveis pois podem ser usados por um período de tempo maior, tem ação prolongada, não causam alteração do pH urinário e sanguíneo. b) Justifique a associação antiácida de compostos de alumínio e magnésio. (1,0) O Magnésio (Mg2+) reage rapidamente com H + presente no estômago, o que levaria a um quadro de diarréia. Enquanto o Alumínio (Al3+) tem essa interação mais lenta com o H+ do trato gástrico, levando a constipação, logo a associação dos dois compostos juntos evita alterações intestinais chegando também ao efeito de neutralização rápida desejada. c ) Discuta detalhadamente a utilização de anticolinérgicos neste caso (1,0) A acetilcolina é um dos principais estimulantes de secreção gástrica, esta é responsável por elevar as concentrações intracelulares de cálcio, efeito que comina na ativação da bomba de prótons. Nas células parietais os receptores acoplados a proteína G do tipo M3 e a ativação da Fosfolipase C, leva a produção de trifosfato de inositol, consequentemente o aumento de cálcio intracelular. Justificando assim o emprego do fármaco para esse fim no tratamento do paciente. diminuem a liberação de gastrina pela estimulação vagal diminui a secreção de histamina diminui a secreção de HCl pelas células parietais •Provocam muitos efeitos colaterais: boca seca, taquicardia, constipação •Reduzem 40-50% da secreção gástrica •Inibem a secreção de muco e bicarbonato (protetores naturais) 3) Leia atentamente o caso clínico abaixo e responda as questões: Identificação R.D.S., 18 anos, masculino, branco, solteiro, estudante, residente em São Paulo • História Clínica: Paciente foi atendido na sala de emergência, queixando-se de intensa dispinéia. Informou ter asma brônquica desde os 6 anos de idade. Os episódios eram mais frequentes no inverno e cediam com uso de “bombinha” (aerosol de simpaticomimético). A presente crise se iniciou 12 horas antes, com dispinéia constante, que não aliviou com o uso de aerosol e de teofilina. Referiu “gripe” desde há quatro dias, com tosse produtiva e hipertermia. Os demais dados da história eram irrelevantes. • Exame Físico: - PA: 130/80 mmHg - FC: 108 bpm - FR: 38 mrm - TAx: 37,8 °C -Apresentava: taquipnéia, tiragem intercostal, cianose de lábios e estertores sibilantes disseminados e roncantes esparsos em ambos os pulmões. • Conduta: O atendimento de urgência compreendeu: - oxigênio por cateter nasal, 3 litros por minuto; - adrenalina 1:1000, 0,5ml, por via subcutânea; - aminofilina 240mg por via intravenosa, lentamente; - hidrocortisona 200mg, por via intravenosa. Achados do exame físico: - PA: 130/80 mmHg NORMAL (140/90 mmHg) - FC: 108 bpm ELEVADA (normal 60 – 100 bpm) - FR: 38 mrm ELEVADA (normal 14 - 20 mrm) - TAx: 37,8 °C ELEVADA (normal 37,6 °C) -taquipnéia (deficiência da FR com freqüência curta e acelerada / FR > 20 mrm) -tiragem intercostal (retração dos espaços intercostais durante a inspiração) -cianose de lábios (coloração azulada decorrente do aumento da hemoglobina não saturada pelo oxigênio) -estertores sibilantes disseminados (som respiratório anormal, semelhante a um assobio agudo, produzido pelo ar que flui por vias respiratórias estreitadas) -roncantes esparsos em ambos os pulmões (sons respiratórios anormais que se assemelham aos ruídos do ronco noturno) a) Qual a justificativa para se utilizar simpaticomimético por via sistêmica em vez de respiratória e qual o risco de seu emprego pelas vias venosa e muscular? (1,0) Tendo em vista que o paciente encontra-se em estado em que não obtém mais resposta satisfatória para melhora do quadro através da via respiratória, o emprego do fármaco por via sistêmica é imprescindível para manutenção da vida do paciente, mesmo que apresente efeitos colaterais, entre eles arritmias e taquicardias. Quando administrado por via venosa de maneira muito rápida pode ocorrer arritmias cardíacas, hipotensão, hiperglicemia, acidose metabólica, convulsões. Na aplicação intramuscular causa intensa dor local, podendo provocar necrose tecidual, e portanto, não é recomendada b) Que simpaticomiméticos alternativos poderiam ter sido utilizados neste caso? Que vantagens apresentam em relação à adrenalina? (1,5) Os simpaticomiméticos produzem um aumento relativo da neurotransmissão adrenérgica no local de ação. No sistema respiratório a adrenalina gera alta broncodilatação por ação direta na musculatura lisa bronquial mediada por receptor β2 e em elevadas doses, os efeitos α de vasoconstrição são os mais fortes. Este fármaco é usado em quadros respiratórios de emergências quando a broncoconstrição compromete a função respiratória. Afim de melhorar a ação e diminuir efeitos secundários o ideal seria utilizar por exemplo o Salbutamol, este é o agonista adrenérgico β2 seletivo, este promove broncodilatação boa com poucos efeitos indesejados de estimulação α ou β1(adrenalina). Ainda os seus efeitos adversos como taquicardia e hipomagnesemia por exemplo podem ser minimizados se forem administrados por inalação, em vez de por vias sistêmicas. Albuterol e Terbutalina: Apresentam ação mais seletiva S2 - agonista, diminuindo portanto os efeitos colaterais como por exemplo os causados pela ação sobre os receptores S1 e T , como no caso da adrenalina que leva a hipertensão e taquicardia.c) Por que se administra lentamente a aminofilina? Comente os potenciais efeitos adversos da aminofilina (1,5) Afim de controlar a concentração do fármaco no organismo e evitar reações secundárias, como sensação de calor, mal estar e vertigem podem ocorrer devido a administração muito rápida. Arritmias cardíacas, hipotensão, hiperglicemia, acidose metabólica , convulsões podem ocorrer em função de administração intravenosa muito rápida. Cefaléia, excitação, taquicardia e insônia. Outras reações inclusive de sobredosagem: falência respiratória, arritmia ventricular, taquipnéia, albuminúria, microhematúria, potenciação da diurese, convulsões e coma
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