Buscar

sociologia da educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO 
Pablo Rodrigo Bes
Revisão técnica:
Ângela Ribas
Pedagoga 
Especialista em Gestão Educacional
Mestre em Ciências Sociais
Marcia Paul Waquil 
Assistente Social 
Mestre em Educação 
Doutora em Educação 
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
O48s Oliveira, Pablo Rodrigo Bes
Sociologia da educação [recurso eletrônico] / Pablo 
Rodrigo Bes Oliveira, Ricardo Boklis Golbspan ; 
[revisão técnica: Ângela Ribas, Marcia Paul Waquil]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2017.
ISBN 978-85-9502-231-7
1. Sociologia da educação. 2. Educação. I. Golbspan, Ricardo 
Boklis. II. Título.
CDU 316.42:37.015 
História da sociologia 
da educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Contrastar as noções históricas clássicas da Sociologia e sua transição 
para a Sociologia da Educação.
 � Identificar as principais ideias da obra de Pierre Bourdieu.
 � Reconhecer as características do pensamento dos sociólogos Antônio 
Gramsci e Karl Mannheim.
Introdução
Procurar entender como a sociedade age, como estabelece suas in-
terações e como suas ações são determinadas foi objeto da chamada 
Sociologia clássica, que traz em suas origens os pensadores Auguste 
Comte, Émile Durkheim, Max Weber, Karl Marx e Friedrich Engels.
Ao analisarmos a vida em sociedade, percebemos que uma das insti-
tuições que é projetada para fazer com que o projeto de sociedade que 
se queira estabelecer seja cumprido, sobretudo o projeto moderno. As 
discussões em torno do estabelecimento da escola como mecanismo 
de reprodução dos pensamentos dominantes e de controle social foram 
acirradas no início do surgimento da Sociologia e, na verdade, ainda hoje 
se mostra presente cotidianamente. 
Neste capítulo, você vai analisar como a Sociologia da Educação 
surge, embalada pela ideia de analisar a instituição escolar no contexto 
social, suas funções e problematizações, seus autores e principais ideias.
As noções históricas clássicas da Sociologia
Uma das ideias mais potentes que surge na Modernidade e que irá impactar 
profundamente a área da Educação diz respeito ao Positivismo e às ideias do 
Funcionalismo. 
Recordando, o Positivismo traz em suas ideias principais a noção de que 
o senso crítico, o conhecimento racional, sempre é mais válido e tem mais
força e legitimidade, uma vez que é produzido através da utilização do método 
científico, desenvolvido por Francis Bacon e René Descartes. Dessa forma,
aquilo que não consegue atender aos pré-requisitos científicos não pode ser
aceito como verdade. Neste contexto, a escola é o local onde o aluno será
educado e poderá se apropriar desta Ciência e dos conhecimentos científicos
já legitimados.
O Funcionalismo, por sua vez, inspirado nas ideias do antropólogo Bronis-
law Malinowski, entende que, no interior da sociedade, todos têm uma função 
específica, que viria a atender às necessidades básicas, biológicas e psicológicas 
dos seres humanos. Logo, tudo que ocorre no universo das relações sociais 
ou, ainda, nas múltiplas dimensões da sociedade tem um motivo de existir e 
serve a um propósito dentro desta lógica funcional. A escola, neste contexto, 
é entendida como a instituição que se insere nesta engrenagem com o objetivo 
de regular as atividades humanas e podendo ensinar sobre os papéis sociais 
a serem ocupados pelos indivíduos.
Uma das grandes críticas que se faz contemporaneamente a esta visão 
funcionalista é a de que devem ser feitos investimentos, ajustes, em alguns 
setores da sociedade visando à melhoria de suas condições, e não simplesmente 
naturalizar a existência, por exemplo, da pobreza, da marginalização, das 
diferenças étnicas e raciais, da violência urbana, entre outros. Mantendo-
-se uma visão funcionalista, estas intervenções seriam desaconselháveis e
desnecessárias. Acompanhe o que comentam Nogueira e Nogueira (2002)
sobre este fato:
Até meados do século XX, predominava nas Ciências Sociais e mesmo no 
senso-comum uma visão extremamente otimista, de inspiração funcio-
nalista, que atribuía à escolarização um papel central no duplo processo 
de superação do atraso econômico, do autoritarismo e dos privilégios 
adscritos, associados às sociedades tradicionais, e de construção de uma 
nova sociedade, justa (meritocrática), moderna (centrada na razão e nos 
conhecimentos científicos) e democrática (fundamentada na autono-
mia individual). Supunha-se que por meio da escola pública e gratuita 
História da sociologia da educação2
seria resolvido o problema do acesso à educação e, assim, garantida, 
em princípio, a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos. 
Os indivíduos competiriam dentro do sistema de ensino, em condições 
iguais, e aqueles que se destacassem por seus dons individuais seriam 
levados, por uma questão de justiça, a avançar em suas carreiras escolares 
e, posteriormente, a ocupar as posições superiores na hierarquia social. 
A escola seria, nessa perspectiva, uma instituição neutra, que difundiria 
um conhecimento racional e objetivo e que selecionaria seus alunos com 
base em critérios racionais. (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2002, p. 16).
Como podemos perceber pela citação dos autores, a escola, dentro destas 
perspectivas positivistas e funcionais, serve para a difusão deste conhecimento 
racional e também para a inserção de seus egressos na sociedade dentro de 
uma lógica de acesso universal que proporcionaria igualdades de oportunidade 
a todos. Porém, estas ideias não serão estabelecidas e a própria escola servirá 
como grande elemento de produção de desigualdades sociais, dado o grande 
número de problemas enfrentados pela mesma. Dessa forma, essas ideias 
entram em crise nos anos 1960, proporcionadas por alguns movimentos de 
pesquisa como o Relatório Coleman, nos Estados Unidos. Surgiria, então, a 
necessidade de que fossem investidos esforços mais específicos nas análises 
sobre a escola, o que passará a ser executado pela Sociologia da Educação.
Em resumo, a pesquisa realizada pelo Relatório Coleman fez análises sobre 
o desempenho escolar apresentado por alunos norte-americanos em toda a
sua extensão territorial e verificou que havia muita disparidade entre os seus
resultados, a partir do que chegou-se à constatação, através do uso de métodos 
quantitativos e qualitativos, de que outros aspectos influenciavam o desempe-
nho dos alunos no interior da escola, e não somente os aspectos propriamente
escolares. Entre estes aspectos, destacou-se a influência da cultura familiar
em que estas crianças se encontravam inseridas. Logo, fica evidente, através
deste relatório, que as condições socioeconômicas dos alunos é que faziam
com que as diferenças nos resultados da escolarização se acentuassem, uma
vez que a estrutura das escolas e o seu funcionamento eram muito semelhantes.
O pensamento de Pierre Bourdieu e a Educação
O pensamento explícito nas obras de Durkheim voltadas para os aspectos 
educacionais é fundamental para o estabelecimento de uma Sociologia da 
Educação que será potencializada ao longo do século XX. Podemos dizer 
3História da sociologia da educação
que o sociólogo mais importante que se dedicou à utilização dos princípios 
de Durkheim para a análise da educação contemporânea foi Pierre Bourdieu.
O pensamento de Pierre Bourdieu, sobretudo na sua primeira fase de 
escrita, está relacionado à interpretação de que os indivíduos agem de acordo 
com o que lhes impõem as estruturas sociais das quais participam, ou seja, 
são considerados reprodutores das ações impostas por estas estruturas e 
controlados por elas ao mesmo tempo. Essa forma de enxergar os indivíduos 
e a vida em sociedade é fruto da mescla dos pensamentos durkheimianos e do 
estruturalismo da época. Segundo Rodrigues (2007, p. 72), “o estruturalismo 
se conecta à sociologia de Durkheim na medida em que pretende desvendar 
justamente o peso das estruturas sociais por trás das ações dos sujeitos”.
Figura 1. O sujeito para Bourdieu.
Fonte: KhakimullinAleksandr / Shutterstock.com
A metáfora mais apropriada para pensarmos as ideias de Bourdieu e do 
próprio estruturalismo é a marionete, ou seja, os sujeitos são levados, condu-
zidos a agir através das estruturas, das instituições das quais fazem parte e, 
claro, uma dessas instituições de fundamental importância é a escola.
Para Pierre Bourdieu, seguindo nesta linha de raciocínio da reprodução 
das ações, cabia ao sociólogo pesquisar quais ações objetivas, ocultas, faziam 
com que as pessoas agissem, como se dava este processo de ação social. Numa 
História da sociologia da educação4
segunda fase de sua produção, aliado ao pensador Jean-Claude Passeron, 
Bourdieu amplia suas análises sobre o tema da educação, aceitando ideias de 
Marx e Weber. Através da obra “A reprodução: Elementos para uma teoria 
do sistema de ensino”, Bordieu e Passeron (1970) nos trazem o conceito de 
que toda a ação pedagógica seria considerada objetivamente uma violência 
simbólica. Segundo Rodrigues (2007, p. 73):
O conceito de “violência simbólica” designa para eles uma imposição 
arbitrária que, no entanto, é apresentada àquele que sofre a violência de 
modo dissimulado, que oculta as relações de força que estão na base do 
seu poder. A ação pedagógica, portanto, é uma violência simbólica por-
que impõe, por um poder arbitrário, um determinado arbitrário cultural.
Seguindo no raciocínio da citação do autor, este arbitrário cultural seria 
composto pelas ideias, pelos conceitos e estilos de viver das classes dominantes 
da sociedade que estariam sendo ensinados para que os indivíduos vivessem 
a partir deles. Acrescentando um pouco mais para nossa compreensão de 
como o sociólogo contemporâneo Pierre Bourdieu entende a educação, vamos 
acompanhar a citação de Nogueira e Nogueira (2002):
[...] é preciso reconhecer o esforço de Bourdieu para evitar tanto o obje-
tivismo quanto o subjetivismo na análise dos fenômenos educacionais. 
O ator da Sociologia da Educação de Bourdieu não é nem o indivíduo 
isolado, consciente, reflexivo, nem o sujeito determinado, mecanicamente 
submetido às condições objetivas em que ele age. Em primeiro lugar, 
contrapondo-se ao subjetivismo, Bourdieu nega da forma mais radical 
possível, o caráter autônomo do sujeito individual. Cada indivíduo passa a 
ser caracterizado por uma bagagem socialmente herdada. Essa bagagem 
inclui, por um lado, certos componentes objetivos, externos ao indiví-
duo, e que podem ser postos a serviço do sucesso escolar. (NOGUEIRA; 
NOGUEIRA, 2002, p. 21).
Como podemos perceber, o autor se defronta com as duas correntes deter-
minantes da Sociologia, entendendo que nem o objetivismo ou o subjetivismo 
devam ser utilizados de forma isolada para as análises sobre o sujeito e a 
educação. Esclarece que, mesmo ao reproduzir as ações através das estru-
turas, como vimos anteriormente, este processo se dá internamente através 
da subjetividade, ou seja, da forma como a pessoa entende, aceita, incorpora 
através de suas práticas culturais estas formas de agir e as naturaliza.
5História da sociologia da educação
Os pensamentos de Antônio Gramsci e Karl 
Mannheim e a Educação
O pensador italiano Antônio Gramsci, comunista, teve o mérito de atualizar 
as ideias de Karl Marx para uma contextualização contemporânea, através 
da análise das sociedades já bem estruturadas com a consolidação do capita-
lismo que Marx alertara na produção de suas obras iniciais. Em suas análises, 
divide a sociedade entre Oriente e Ocidente; por Oriente, entendem-se as 
sociedades nas quais o Estado e as estruturas políticas concentram todo o 
poder e a sociedade se apresenta fraca, sem organização para fazer oposição 
ao poder do Estado; por Ocidente, os países nos quais a sociedade civil está 
estruturada, é organizada e procura dividir com o Estado e suas estruturas 
a condução e administração da vida social. Estas seriam as sociedades nas 
quais o capitalismo mais avançou e que apresentam um mercado interno forte 
e uma vida política bem estabelecida.
Gramsci percebe que o poder não se encontra num único local, no Estado, 
e sim diluído entre as várias instâncias que constituem a sociedade, evoluindo 
a ideia de Marx sobre o assunto. Gramsci (2002), ao escrever seus “Cadernos 
do Cárcere”, acrescenta que, dentro de uma sociedade ocidental na qual o ca-
pitalismo se encontra desenvolvido e as regras do mercado estão estabelecidas, 
não bastam mais os esforços em busca de uma revolução, e sim em busca de 
ganhar a batalha das ideias que se posicionam na mente dos sujeitos. Ou seja, 
a forma de combater a hegemonia das ideias e concepções dominantes seria 
despertando, desenvolvendo a consciência das pessoas sobre estas.
Rodrigues (2007, p. 77) traz o seguinte comentário sobre esta questão:
Ora, se para conquistar a hegemonia política e ideológica é necessário 
“ganhar a batalha das ideias”, evidentemente os intelectuais desempe-
nham um papel chave neste processo. Pois os intelectuais organizam a 
cultura. Eles definem os parâmetros pelos quais os homens concebem 
o mundo em que vivem, vêem a divisão de poder e de riqueza de sua
sociedade, e também definem se os homens percebem como justa ou
injusta esta situação.
Considerando que aqueles que são responsáveis por fazer com que as ideias 
sejam concebidas e, por sua vez, que as ações se realizem na sociedade a 
partir dessas ideias, o intelectual se faz de importância fundamental. Como a 
escola é o local onde se formam os intelectuais, a educação cumpre o papel de 
produzir estes intelectuais que possam entender a sociedade de forma crítica. 
História da sociologia da educação6
A escola, por sua vez, não deveria atender de forma diferenciada à formação 
dos filhos de uma elite dominante, e sim, de forma pública, ser estendida a 
todas as classes sociais.
Outro filósofo e sociólogo importante para o desdobramento inicial da 
Sociologia da Educação contemporânea foi Karl Mannheim, que entendia 
que os estudos sociológicos poderiam contribuir para o aprimoramento da 
educação. Considerava que o papel das teorias, de modo geral, não deveria ser 
a busca por explicações gerais sobre os fatos, e sim a compreensão de como 
as pessoas pensam sobre a sociedade. Aqui, percebemos a forte influência das 
ideias de Max Weber neste pensador, porém, numa roupagem mais esperançosa 
em relação ao futuro da sociedade.
Ao referir-se ao pensamento de Mannheim, Rodrigues (2007, p. 81) co-
menta que:
Para ele, se é verdade que a racionalização da vida levou a um declínio 
da educação voltada para a formação do homem integral, também é 
verdade que o arejamento promovido pela democratização das relações 
sociais permitiu o surgimento de novas esperanças. Embora o capitalismo 
tenha gerado desigualdades sociais, o interesse dos jovens das classes 
inferiores em ascender socialmente à elite, em sua visão, traz ao processo 
educacional as contribuições culturais das diferentes camadas sociais e 
a intercomunicação entre elas.
Ou seja, Mannheim enxerga na escola este elo de aproximação entre as 
diversas culturas que se apresentam nas camadas que compõem a sociedade 
e propõe que, dentro de um espírito democrático e capitalista, possa existir 
uma amenização das desigualdades sociais a partir das conquistas de inserção 
daqueles que seriam de classes sociais menos favorecidas no universo compe-
titivo da vida social. Estas ideias, de certa forma, ecoam fortes em nossos dias 
atuais, pois a escola, a busca por educação formal, não acaba sendo sinalizada 
como condicionante para a mudança da condição de vida das pessoas? Ou, 
aprofundando um pouco mais a ideia, o tipo de escola que temos condições de 
frequentar nos prepara e diferencia para oportunidades melhores no mercado 
de trabalho, não é mesmo? A essência do pensamento de Karl Mannheim 
é entender que a democracia possibilita que se criem tendências, modelos, 
fórmulas que apontem para um caminho de uma busca pela melhoria de vida 
que possa ser estendida a todas as camadas sociais.
Segundoas palavras de Karl Mannheim (apud RODRIGUES, 2007, p. 83):
7História da sociologia da educação
A concepção democrática ajunta à ideia de síntese a livre intercomu-
nicação entre as camadas sociais e suas contribuições culturais. Seu 
interesse principal reside no acesso, às elites, dos membros talentosos 
das classes inferiores, na invenção de métodos adequados de seleção 
social, e no impedir que a sociedade se deteriore, convertida em massas 
não diferenciadas.
Fica o questionamento em relação aos membros das classes inferiores 
que não fossem assim tão talentosos: o que restaria para estes dentro desta 
lógica de uma democracia que utiliza a meritocracia e o poder financeiro 
para determinar o sucesso e posicionar os sujeitos no interior da sociedade?
Conhecer essas ideias sobre a Sociologia da Educação faz despertar ainda 
com maior seriedade os aspectos críticos em nossas análises sobre a escola, 
sobre os currículos escolares, sobre os tipos de alunos que estamos formando e, 
consequentemente, sobre o tipo de sociedade que estamos ajudando a construir 
através de nossos esforços pedagógicos em sala de aula.
Para aprender mais sobre os conteúdos abordados neste capítulo, leia os artigos 
“Equidade e eficácia escolar: histórico dos estudos”, de Gislaine Nunes de Oliveira 
Guedes e colaboradores (2015) e “A educação em Gramsci”, de Paolo Nosella e Mário 
Luiz Neves de Azevedo (2012).
BORDIEU, P.; PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de 
ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1970.
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. v. 3.
GUEDES, G. N. O.; BAQUEIRO, D. F. A.; LORDÊLLO, J. A. C. Equidade e eficácia escolar: 
histórico dos estudos. Determinantes da Equidade no Ensino Superior, Salvador, 2015. 
Disponível em: <http://www.equidade.faced.ufba.br/sites/equidade.oe.faced.ufba.
br/files/equidade_e_eficacia_escolar_-_historico_dos_estudos.pdf>. Acesso em: 
28 set. 2017.
História da sociologia da educação8
NOGUEIRA, C. M. M.; NOGUEIRA, M. A. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: 
limites e contribuições. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 78, p. 15-36, 2002.
NOSELLA, P.; AZEVEDO, M. L. N. A educação em Gramsci. Teoria e Prática da Educação, 
Maringá, v. 15, n. 2, 2012. Disponível em: <http://ojs.uem.br/ojs/index.php/TeorPra-
tEduc/article/view/20180/10526>. Acesso em: 28 set. 2017.
RODRIGUES, A. T. Sociologia da Educação. 6. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
Leituras recomendadas
DIAS, F. C. Durkheim e a sociologia da educação no Brasil. Em Aberto, Brasília, DF, v. 
9, n. 46, abr./jun. 1990. Disponível em: <<http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/
emaberto/article/viewFile/1773/1744>. Acesso em: 28 set. 2017.
KUENZER, A. Z. Exclusão includente e inclusão excludente: a nova forma de dualidade 
estrutural que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. In: LOMBARDI, 
J. C; SAVIANI, D; SANFELICE, J.L. (Org.). Capitalismo, Trabalho e Educação. Campinas: 
Autores Associados, 2002. v. 1. p. 77-96. Diposnivel em: <http://www.gestaoescolar.
diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/fev_2009/exclusao_includente_aca-
cia_kuenzer.pdf>. Acesso em: 28 set. 2017.
PIRES, M. F. C. O materialismo-histórico dialético e a educação. Comunicação, Saúde, 
Educação, Botucatu, v.1, n.1, 1997. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bits-
tream/handle/11449/30353/S1414-32831997000200006.pdf?sequence=1>. Acesso 
em: 28 set. 2017.
9História da sociologia da educação

Continue navegando