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Tipos de Imunidade e Vacinas

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vacinas
➔ Imunidade passiva
- Administração passiva de anticorpos
A proteção temporária contra infecções e a eliminação de toxinas podem ser
obtidas por administração de anticorpos isolados do plasma de um indivíduo com
alto título de anticorpos contra o patógeno ou de um animal hiperimunizado.
Na atualidade, o uso da imunização passiva é restrito principalmente aos
antivenenos, quando é necessário um efeito terapêutico imediato para um
acontecimento geralmente raro, como uma picada de cobra, e à profilaxia de
algumas infecções virais, incluindo citomegalovírus (CMV) e raiva.
Enquanto esta forma de imunização tem a vantagem de prover proteção
imediata, gamaglobulina heterólogas são eficientes durante apenas por uma curta
duração e frequentemente resulta em complicações patológicas (doença do soro) e
anafilaxia.
- Aquisição de anticorpos maternos
Nos primeiros meses de vida, enquanto o sistema linfoide do bebê está
lentamente iniciando seus trabalhos, a proteção do feto é garantida por anticorpos
IgG maternos adquiridos por transferência placentária, e a proteção do neonato, por
absorção intestinal de imunoglobulinas do colostro.
A principal imunoglobulina no leite é a IgA secretora (SlgA), que não é
absorvida pelo bebê, mas permanece no intestino e protege as superfícies
mucosas.
Cabe destacar também o argumento de que uma das funções mais
importantes dos anticorpos é o papel por aquisição materna. A hipótese é de que os
anticorpos maternos atenuam muitas infecções e, assim, permitem o
amadurecimento da imunidade celular em condições controladas.
- Imunoglobulina intravenosa (IgIV)
A imunoglobulina intravenosa (IgIV) é uma preparação de IgG obtida por
fracionamento em larga escala do plasma de milhares de doadores de sangue
saudáveis. As preparações são administradas a indivíduos com imunodeficiências
associadas à diminuição ou ausência de anticorpos circulantes.
- Transferência adotiva de células T citotóxicas
Essa é uma operação trabalhosa e restrita às células autólogas ou aos casos
em que o doador tem em comum um alelo do MHC classe 1. A transferência adotiva
de linfócitos T citotóxicos autólogos é eficaz na estimulação de respostas imunes
EBV-específicas e na redução da carga viral em pacientes com doença
linfoproliferativa pós-transplante.
➔ Imunidade ativa
- Ativa natural
Exposição a diferentes patógenos leva a infecções sub-clínicas ou clínicas
que resultam em uma resposta imune protetiva contra esses patógenos.
- Ativa adquirida
Imunização pode ser conseguida ao administrar patógenos vivos ou mortos
ou seus componentes. Vacinas usadas para imunização ativa consistem em
organismos vivos (atenuados), organismos completos mortos, componentes
microbianos ou toxinas secretadas (que tenham sido detoxificadas).
Ainda sobre imunidade ativa, existe também a imunidade de rebanho. Isso
diz respeito ao fato de que crianças não vacinadas podem desenvolver anticorpos
específicos sem receber diretamente a vacina, mas tendo contato com o vírus
atenuado expelido via oral ou fecal por uma criança devidamente vacinada. Esse
contato resulta em redução do número de doentes e da chance de transmissão de
seus agentes causadores, protegendo indiretamente aqueles que não tiveram
acesso à vacinação. Dessa forma, toda a comunidade poderá se beneficiar. A
vacina oral pólio retrata o melhor exemplo desse fato.
O sistema imunológico é formado por 2 tipos de mecanismo de defesa:
- Imunidade inata: primeira linha de defesa, sem gerar memória imunológica;
- Imunidade adquirida: resposta elaborada, ocorre após interação com os
componentes da imunidade inata gerando memória imunológica;
A imunidade inata se constitui de mecanismos presentes no organismo antes
mesmo de uma infecção se instalar. Ela ocorre pelo reconhecimento dos receptores
padrões moleculares de patógenos (PRR) presentes em células da imunidade inata
com especificidade para detectar os padrões (Pamp), presentes em vermes, fungos
e parasitas. A interação entre os PRR e os Pamp resulta na ativação dos
mecanismos de defesa inata e pode dar início à imunidade adquirida específica ao
antígeno.
A imunidade adquirida é caracterizada por uma resposta a longo prazo, em
razão da manutenção da resposta imunológica ao antígeno específico e pela
indução de células de memória. As células da imunidade adquirida são ativadas
após interação e reconhecimento de antígeno apresentado pelas APC, via complexo
de histocompatibilidade (MHC) I ou II. Essas células tem vários receptores capazes
de reconhecer uma diversidade de moléculas, tendo uma resposta de alta
especificidade. Além disso, também são capazes de gerar memória imunológica.
A magnitude e a capacidade defensiva dos componentes aumentam a cada
exposição ao mesmo microorganismo. A imunidade adaptativa pode ser mediada
pela ação de linfócitos e seus produtos (imunoglobulinas produzidas pelo linfócito B
e citocinas produzidas pelo linfócito T), que são classificadas em imunidade humoral
e celular, respectivamente.
- Imunidade humoral: trata da resposta imunológica realizada por moléculas
existentes no plasma sanguíneo, ou seja, por anticorpos produzidos pelos
linfócitos B.
- Imunidade celular: traduz a capacidade da resposta imunológica mediada por
células como linfócito T, macrófagos, leucócitos polimorfonucleares e outras
células da imunidade inata, que realizam fagocitose de antígenos e que, ao
serem ativadas pelo antígeno, reconhecem antígenos livres na superfície.
As vacinas agem imunizando o indivíduo através da imunidade adquirida. A
imunidade adquirida é a nossa 3º linha de defesa do corpo (barreiras e imunidade
inata primeiro), e possui como características a especificidade para os antígenos e a
capacidade de gerar memória imunológica. É composta por basicamente 1 célula
que possui subtipos: o linfócito.
O linfócito B é sintetizado na medula óssea e possui como receptor
anticorpos, ou seja, não necessitam das APC (células apresentadoras de
antígenos), pois agem fazendo o reconhecimento direto do antígeno. Além disso,
também secretam citocinas.
Após a ativação do linfócito (tanto B quanto T) pelos receptores de
membrana e o antígeno, ocorre uma clonagem sucessiva, nas quais os linfócitos se
dividem em células efetoras (que vão atuar na linha de defesa destruindo os
patógenos) e as células de memória.
No caso do linfócito B, as células efetoras são chamadas de plasmócitos e
atuam sintetizando anticorpos (imunoglobulinas) que marcam os patógenos, atuam
junto com o sistema complemento e até neutralizam os patógenos. Primeiramente
secretam IgM, presente na superfície da célula. A mudança de classe de IgM para
IgG, IgA ou IgE ocorre após processos de diferenciação de linfócitos B em células
de memória, e necessita da ação de células T helper.
No caso do linfócito T, também ocorre a divisão em células de memória e
células efetoras. As células efetoras se dividem em 4 tipos: alfa-beta, gama-delta,
TNK e reguladores. Os principais são os alfa-beta, pois são compostos por linfócitos
T CD4 e CD8.
Os linfócitos T CD8, também chamados de citotóxicos, são responsáveis por
combater as células infectadas ou neoplásicas através do reconhecimento do MHC
1.
O MHC é o complexo de histocompatibilidade, produzido pelas células
apresentadoras de antígenos, e se dividem em dois tipos: o MHC 1 (que funciona
como uma identidade da célula) e o MHC 2 (que é como um retrato-falado do
antígeno fagocitado pela APC, ou seja, são pequenos pedaços de proteínas
importantes do antígeno que serão apresentadas).
Então, se o linfócito T CD8 não reconhecer a compatibilidade do MHC 1 da
célula patogênica, serão liberadas toxinas que irão destruí-la.
Já os linfócitos T CD4, também chamados de helper, são coordenadores da
destruição patogênica. Seus receptores só tem a capacidade de ler o MHC2, por
isso são dependentes das APC’s. Então, basicamente as células apresentadoras de
antígeno entram em contato com o linfócito T CD4 helper e mostram “o que que tá
rolando”.
A partir daí, os linfócitos T CD4 se dividemem dois tipos para coordenar o
sistema imune: Th1 e Th2. Os linfócitos T CD4 do tipo Th1 são responsáveis mais
pela imunidade celular, mexendo mais com as células do nosso próprio sistema
imune. Dessa forma, eles atuam na ativação de outros linfócitos T CD8 e de
macrófagos, além de secretar interleucinas. Os linfócitos T CD4 do tipo Th2, são
mais responsáveis pela imunidade humoral, pois atuam conjuntamente com o
linfócito B (que produz anticorpos) e com eosinófilos e mastócitos. Além disso, são
úteis no combate de parasitas devido à secreção de toxinas e não com fagocitose, e
também secretam interleucinas que não são produzidas pelos linfócitos Th1.
Também podem suprimir os Th1 caso seja necessário.
Sendo assim, de uma forma geral, as vacinas atuam jogando o antígeno
específico da enfermidade no corpo humano, fazendo-o gerar uma resposta
imunológica ocasionada pela ativação dos linfócitos, desenvolvendo anticorpos
específicos, e consequentemente, gerando memória imunológica.
➔ Composição das vacinas
Existem vários tipos de abordagem de vacinação dependendo da forma como
a vacina foi produzida. Há as vacinas de vírus vivo atenuado, vírus morto, de
subunidades, sintéticas, de conjugados, etc.
- Vacinas de vírus vivo atenuado
A grande vantagem das vacinas microbianas atenuadas é a indução de todas
as respostas imunes inatas e adaptativas (tanto humorais como celulares) que o
microrganismo patogênico induziria, sendo assim a forma ideal de indução de
imunidade protetora.
1. Imunidade mais duradoura;
2. Melhor resposta celular e humoral (melhor simulação da infecção
natural);
3. Poucas doses (às vezes dose única);
4. Indução de interferon;
5. Menor chance de reações de hipersensibilidades;
6. Menor custo de produção;
7. Potencial para aplicação em mucosas e estimulação da imunidade
local das mucosas;
8. Dose de inoculação pequena;
9. O manejo inadequado (ex. luz ultravioleta, calor) antes ou durante a
vacinação pode causar inativação e perda de potência;
10.Pode causar doença ou efeitos adversos devido a reversão para a
virulência)
As vacinas virais vivas estimulam a imunidade humoral e celular, com
participação das células apresentadoras de antígenos e Li T CD4 e CD8. Induzem
anticorpos séricos e secretórios e linfócitos citotóxicos de alta afinidade e
especificidade.
- Vacinas de vírus morto inativado
Enquanto vacinas vivas normalmente produzem apenas infecções não
clínicas auto-limitantes e subsequente imunidade, elas têm o sério risco de causar
doenças verdadeiras em indivíduos imunocomprometidos. Vacinas virais mortas
(aquecimento, agentes químicos ou irradiação UV) incluem as da pólio (vacina
Salk), influenza, hidrofobia, etc. A maioria das vacinas bacterianas são organismos
mortos (tifo, cólera, peste bubônica, coqueluche, etc). Outras vacinas bacterianas
utilizam os componentes de suas paredes celulares (haemophilus, coqueluche,
meningococos, pneumococos, etc). Algumas vacinas virais (hepatite-B, hidrofobia,
etc.) consistem de proteínas antigênicas clonadas em um vetor adequado (ex.
fungo). Quando o mecanismo patogênico de um agente envolve uma toxina, uma
forma modificada de toxina (toxóide) é usado como uma vacina (ex: difteria, tétano,
cólera). Essas subunidades de vacina são desenhadas para reduzir os problemas
de toxicidade. Cada tipo de vacina tem suas próprias vantagens e desvantagens.
1. Nenhuma reversão para a virulência;
2. Nenhuma virulência residual para o hospedeiro suscetível sem
eliminação de microorganismos e infecção de animais em contato;
3. Tecnicamente mais simples de se desenvolver e produzir;
4. Mais estáveis para armazenamento e transporte;
5. Massa imunogênica limitada àquela administrada;
6. Imunidade mediada por células e local pouco estimulada;
7. Normalmente são necessárias várias doses;
8. A imunidade pode ter curta duração.
As vacinas podem conter um (por exemplo, BCG) ou mais antígenos (por
exemplo, DTP, pentavalente, poliomielite). As que possuem dois ou mais antígenos
são denominadas vacinas combinadas. Existem, ainda, as vacinas conjugadas, que
apresentam dois ou mais produtos associados em sua composição. As conjugadas
são produzidas quando o patógeno não possui uma molécula imunologicamente
potente, como é o caso de polissacarídeos do Haemophilus influenzae (Hib). Para
gerar imunidade para Hib, é necessário conjugar o polissacarídeo com outro
composto que seja imunologicamente mais potente, como uma proteína toxoide
tetânica, por exemplo.
- Vacinas de subunidades
Essas vacinas contendo subunidades são compostas por antígenos
purificados de microrganismos ou toxinas inativadas, e geralmente são
administradas com um adjuvante. Um uso efetivo dos antígenos purificados como
vacinas é na prevenção de doenças causadas por toxinas bacterianas. As toxinas
podem ser tornadas inofensivas sem perder a imunogenicidade, e esses toxoides
induzem fortes respostas de anticorpo. A difteria e o tétano são duas infecções
cujas consequências prejudiciais à vida foram amplamente controladas graças à
imunização de crianças com preparações contendo toxoide.
As vacinas compostas por antígenos polissacarídicos bacterianos são usadas
contra pneumococos e Haemophilus influenzae. Como os polissacarídeos são
antígenos Tindependentes, tendem a deflagrar respostas de anticorpo de baixa
afinidade e são fracamente imunogênicas em bebês (que não montam respostas
fortes de anticorpo célula T-independentes). Podem ser geradas respostas de
anticorpo de alta afinidade contra antígenos polissacarídicos até mesmo em bebês,
por meio do acoplamento de polissacarídeos a proteínas para formar vacinas
conjugadas.
- Vacinas de antígeno sintético (DNA recombinante)
Uma meta da pesquisa em vacinas tem sido identificar os antígenos ou
epítopos microbianos mais imunogênicos, para sintetizá-los em laboratório e usar os
antígenos sintéticos como vacinas. É possível deduzir as sequências proteicas dos
antígenos microbianos a partir dos dados da sequência nucleotídica, e preparar
grandes quantidades de proteínas através da tecnologia do DNA recombinante.
Vacinas feitas com antígenos derivados de DNA-recombinante atualmente são
usadas para o vírus da hepatite B e papilomavírus humanos.
➔ Adjuvantes e imunomoduladores
A iniciação de respostas imunes dependentes de célula T contra antígenos
proteicos requer que os antígenos sejam administrados com adjuvantes, que, por
definição, é uma substância incorporada ao antígeno, ou injetada simultaneamente
com ele, que potencializa a resposta imune. A maioria dos adjuvantes deflagra
respostas imunes inatas, com expressão aumentada de coestimuladores e
produção de citocinas, como a IL-12, que estimulam o crescimento e diferenciação
da célula T. Em geral, eles não são necessários para as vacinas com organismos
vivos atenuados, mas são essenciais para vacinas de subunidades de proteínas.
Esforços significativos estão sendo dedicados ao desenvolvimento de
adjuvantes seguros e efetivos para uso em seres humanos. Apenas dois estão
aprovados para pacientes — hidróxido de alumínio em gel (que parece promover
principalmente respostas de célula B) e uma formulação lipídica chamada
esqualeno, que pode ativar fagócitos. Uma alternativa aos adjuvantes é a
administração de substâncias naturais que estimulam respostas de célula T junto
com os antígenos. Por exemplo, a IL-12 incorporada em vacinas promove forte
imunidade mediada por células.
➔ Vias de administração
A via de administração das vacinas é determinada durante a fase de
pré-aprovação, com base na sua composição e na sua imunogenicidade. As vacinas
devem ser administradas em locais onde induzam uma resposta imunitária
adequada e onde a possibilidade de lesão (local, neurológica ou vascular) seja
mínima. Para evitar reações adversas locais ou sistémicas e garantir uma resposta
imunitária adequada, devem ser cumpridas as recomendações do fabricante para
administração, incluindo as que respeitam ao local anatómico.
Por exemplo, a imunogenicidade da vacina contra a hepatite B é
substancialmentemenor quando administrada no glúteo em alternativa ao deltoide.
Presume-se que esta redução na resposta imunitária se deva à injeção inadvertida
no tecido subcutâneo ou adiposo em vez do músculo.
Geralmente é recomendada a administração por injeção IM profunda de
vacinas adjuvadas, uma vez que a sua administração SC ou intradérmica (ID) pode
causar acentuada irritação, induração, descoloração da pele e formação de
granulomas. A via SC apresenta menor risco de lesões neurovasculares, pelo que é
recomendada para vacinas menos reatogênicas e que sejam imunogênicas por esta
via, como as vacinas vivas.
A vacinação na pele, por via transdérmica ou intradérmica, tem como alvo as
APCs existentes na epiderme, LC, e na derme, DDCs, A indução de uma resposta
imunológica adaptativa depende do reconhecimento e captura inicial dos antigénios
pelas APCs, e do seu transporte para os órgãos linfáticos, onde são apresentados
às células T e B específicas.
Apesar destas propriedades, a administração de fármacos por via
transdérmica é extremamente limitada. A camada mais superficial da pele, o SC
oferece uma barreira extraordinária à penetração de moléculas, tanto pequenos
compostos hidrofóbicos como essencialmente todos os fármacos de elevado peso
molecular.
➔ Eventos adversos
Um evento adverso é qualquer ocorrência médica indesejada após a
vacinação, não possuindo necessariamente uma relação causal com o uso de uma
vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos).
Entre os eventos esperados, incluem-se aqueles relativamente comuns,
como febre, dor e edema locais, ou mesmo eventos mais graves, como convulsões
febris, episódio hipotônico-hiporresponsivo, anafilaxia etc.
Eventos inesperados são aqueles não identificados anteriormente, às vezes
com vacinas de uso recente, como ocorreu com a vacina rotavírus rhesus/humana
(Rotashield®) (invaginação intestinal), ou, inclusive, com vacinas de uso mais
antigo. São eventos inesperados, ainda, aqueles decorrentes de problemas ligados
à qualidade do produto, a exemplo da contaminação de lotes, que pode provocar
abscessos locais, ou teor indevido de endotoxina em certas vacinas, levando a
reações febris e sintomatologia semelhante à sepse.
Uma distinção também importante é entre vacinas vivas e não vivas. As
vacinas virais vivas apresentam imunidade duradoura, por vezes com uma única
dose. Entretanto, têm o potencial de causar eventos adversos graves quando
administradas em pessoas com deficiência imunológica ou com fatores individuais
de predisposição ainda desconhecidos (idiossincrásicos). As vacinas não vivas
geralmente constituem imunógenos potentes. Porém, a repetição exagerada do
número de doses de algumas vacinas, como tétano e difteria, pode provocar
eventos adversos relacionados com deposição de imunocomplexos.
Caso os eventos sejam realmente causados pela vacina, são três os pontos
básicos para a investigação:
- Fatores relacionados à vacina: incluem o tipo (viva ou não viva), a cepa, o
meio de cultura dos microrganismos, o processo de inativação ou atenuação,
adjuvantes, estabilizadores ou substâncias conservadoras, lote da vacina.
- Fatores relacionados aos vacinados: englobam idade, sexo, número de
doses e datas das doses anteriores da vacina, eventos adversos às doses
prévias, doenças concomitantes, doenças alérgicas, autoimunidade,
deficiência imunológica.
- Fatores relacionados à administração: referem-se a agulhas e seringas, ao
local de inoculação e à via de inoculação (vacinação intradérmica,
subcutânea ou intramuscular).
Os eventos adversos podem ser decorrentes de depressão imunológica do
indivíduo ou por reações de hipersensibilidade.
- Reações de tipo I: anafiláticas, mediadas por IgE, mais frequentes em
indivíduos alérgicos. Podem ocorrer após qualquer vacina ou soro,
especialmente os de origem não humana (equina). Podem estar relacionadas
a determinadas substâncias presentes nas vacinas, como: resíduos de linhas
celulares ou embriões em que se cultivam os vírus vacinais, substâncias
utilizadas nos meios de cultura, outras substâncias, agregadas durante a
preparação e a purificação da vacina (por exemplo, antibióticos,
conservantes, estabilizantes ou adjuvantes).
- Reações de tipo II: ligadas à formação de anticorpos que se fixam a células
do organismo, levando à sua destruição por ação do complemento e por
linfócitos que se fixam aos anticorpos, provocando destruição celular. Esse
mecanismo provavelmente está envolvido na destruição da bainha de mielina
dos nervos, que pode ocorrer após certas vacinas virais vivas ou após vacina
raiva preparadas em tecido nervoso, ocasionando doenças como a
encefalomielite disseminada aguda ou a Síndrome de Guillain-Barré.
- Reações de tipo III: provocadas pela formação de complexos imunes, que
ocasionam vasculite e necrose tecidual no sítio da aplicação, como pode
ocorrer após número exagerado de doses de vacinas difteria e tétano
(fenômeno de Arthus), ou manifestações generalizadas, como na doença do
soro.
- Reações de tipo IV: chamadas de hipersensibilidade tardia, que envolvem a
imunidade celular, com linfócitos T citotóxicos direcionados contra alvos do
próprio corpo, a exemplo do que ocorre na síndrome de Guillain-Barré e na
encefalomielite pós-infecciosa aguda. As manifestações também podem ser
localizadas em indivíduos que apresentam reações cutâneas à neomicina e
ao timerosal, usados como conservantes em várias vacinas.
➔ Contraindicações
As vacinas de vírus vivos atenuados ou de bactérias vivas atenuadas não
devem ser administradas nas condições relacionadas a seguir, salvo sob orientação
médica documentada:
• imunodeficiências congênitas ou adquiridas;
• neoplasias malignas;
• gestantes (exceto em situação de alto risco para algumas doenças, como
febre amarela, poliomielite, sarampo);
• uso de corticosteroides em altas doses (equivalente a 2 mg/ kg/dia ou ≥ 20
mg/dia de prednisona em crianças), por período superior a 15 dias;
• terapia imunossupressora (radioterapia, quimioterapia, uso de
imunossupressores).
A vacinação deve ser adiada temporariamente nas seguintes situações:
• episódios agudos de doenças com febre (principalmente para evitar
confusão entre os eventos adversos de algumas vacinas e a evolução clínica
da doença);
• até 30 dias após o término de corticoterapia em dose imunossupressora;
• até 90 dias após o uso de outros medicamentos ou tratamentos que
provoquem imunossupressão;
• até no mínimo 3 meses (variação de acordo com a vacina de 3 a 12 meses)
após transplante de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea) para
vacinas com microrganismos não vivos e 2 anos para vacinas com
microrganismos vivos;
• de 3 a 11 meses após transfusão de plasma fresco ou imunoglobulinas,
para vacinas com vírus vivos, em razão da possibilidade de neutralização do
antígeno vacinal por anticorpos presentes nesses produtos.
BCG
• Relativas (temporárias): recém-nascidos com peso < 2.000 g e lesões
dermatológicas extensas afetando o local de aplicação da vacina;
• Absolutas: imunodeficiências congênitas e adquiridas. As crianças com exposição
perinatal ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) devem receber a vacina ao
nascimento, no entanto, aquelas que chegam ao serviço ainda não vacinadas
poderão receber BCG se assintomáticas e sem sinais de imunodepressão.
Hepatite B
Reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura
trombocitopênica pós-vacinal.
Vacina oral de poliovírus vivos atenuados (VOP) e vacina injetável de
poliovírus inativados (VIP)
• VIP: nos casos de reação alérgica grave prévia aos produtos contidos na vacina;
• VOP: não deve ser administrada a indivíduos imunodeprimidos e seus
comunicantes e em indivíduos que desenvolveram pólio vacinal associada a dose
anterior da vacina.9 Os vírus da vacina VOP podem sofrer mutações em nível
intestinal, revertendo-se ao estado de neurovirulência, podendo provocar
poliomielite.
Rotavírus
Imunodeficiências congênitas e adquiridas (as crianças expostas ao HIV no período
perinatal e as infectadasassintomáticas e sem sinais de imunodepressão devem
receber a vacina), alergia a algum componente da vacina, doença gastrointestinal
crônica, malformação congênita do trato digestivo ou história prévia de invaginação
intestinal. A vacina deve ser adiada nos casos de doença febril aguda e em caso de
vômitos e/ ou diarreia grave.
Difteria, tétano e pertussis de células inteiras (DTP), acelular tipo infantil
(DTPa) e adulto (dTpa) e vacina difteria e tétano tipo infantil (DT) e adulto (dT)
Nos casos de encefalopatia, está contraindicada qualquer dose subsequente, seja
com a vacina tríplice bacteriana de células inteiras ou acelular. Nessas situações,
completa-se o esquema vacinal com a vacina dupla infantil (DT).
Haemophilus influenzae tipo b (Hib) conjugada
Doenças febris agudas, hipersensibilidade aos componentes vacinais.
Pneumocócica conjugada
Reações anafiláticas com doses anteriores.
Meningocócica C conjugada e meningocócica ACWY conjugada
Reações anafiláticas com doses anteriores.
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR), tetra viral (sarampo,
caxumba, rubéola e varicela – SCRV) e vacina varicela
Uso de sangue e derivados ou imunoglobulina anterior ou nos 15 dias seguintes à
aplicação da vacina, gravidez, reação anafilática à neomicina e gelatina, doenças
imunossupressoras, como leucemias e linfomas, corticoterapia em altas doses ou
outras drogas utilizadas na terapêutica de neoplasias, imunodeficiência celular
congênita ou adquirida (exceto crianças infectadas pelo HIV assintomáticas e com
percentual de linfócitos T CD4+ > 15%). Essas vacinas não são contraindicadas em
casos de alergia a ovo.
Febre amarela
Imunodeficiências congênitas ou adquiridas, situações que levem a
imunossupressão, reações anafiláticas a ovo e gravidez.
Hepatite A
Hipersensibilidade aos componentes da vacina.
Influenza
Reações anafiláticas aos componentes da vacina, incluindo proteínas do ovo.
HPV
Hipersensibilidade aos componentes da vacina. A vacina não é indicada em
gestantes, uma vez que não há estudos conclusivos em mulheres grávidas até o
presente momento. Se a menina engravidar após o início do esquema vacinal, as
doses subsequentes deverão ser adiadas até o período pós-parto.
➔ Calendário PNI
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-adolescente.pdf
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-adolescente.pdf
Referências gerais:
http://books.scielo.org/id/m4kn3/pdf/silva-9786586084245-11.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/labvir/files/2019/11/4-Tipos-de-vacinas.pdf
https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIE
R/ed-12-vacinas-e-imunoterapia.pdf
https://ftp.medicina.ufmg.br/ped/arquivos/2014/Imunizacao21112014.pdf
https://eg.uc.pt/bitstream/10316/40802/1/M_Ana%20Rita%20Centeno.pdf
https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/qualidade/administracao_de_vacinas_e_m
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