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PEDIATRIA IMUNIDADE - recém-nascidos e lactentes, apresentam maior mortalidade por causa de uma imaturidade imunofisiológica, com limitações. - O desenvolvimento do sistema imunológico na criança inclui o amadurecimento da resposta imune inata, a indução de resposta antígeno-específica e memória imunológica para patógenos, em paralelo ao desenvolvimento e à manutenção de tolerância aos antígenos próprios, à flora e aos antígenos alimentares. ASPECTOS GERAIS - A principal função é proteger contra agentes infecciosos e parasitários. Também atua no controle de neoplasias malignas, tolerância imunológica e na homeostase. A 1ª linha de defesa é a barreira física constituída por pele e membranas mucosas (resposta inata e, posteriormente, pela adaptativa). A resposta inata é composta por células epiteliais, sistema complemento, fagócitos e as células natural killer (NK). Já a adaptativa, pelos linfócitos T (imunidade celular) e B (humoral). HEMATOPOESE - Saco vitelino é a hemotopoese não linfóide (3ª semana), suplantado pelo fígado fetal (8ª) e medula óssea (após o 5º mês). Todas as linhagens hematopoeticas estão presentes no 2º TRI. IMUNIDADE INATA – BARREIRA CUTÂNEA E GASTROIN. - Após o nascimento, a pele é colonizada pela flora microbiana. A pele neonatal é frágil e pequenas lesões podem afetar sua integridade. O verniz caseoso, presente ao nascimento, é secretado pelas glândulas sebáceas fetais e contém proteínas e peptídeos antimicrobianos. Além disso, a pele do neonato apresenta uma expressão aumentada de peptídeos antimicrobianos. - importantes para proteção na transição do ambiente intrauterino estéril para o meio externo. - A colonização gastrointestinal ocorre imediatamente após o parto e gera desenvolvimento de tolerância e homeostase imunológicas. O sistema imune do trato GI precisa ainda desenvolver tolerância aos antígenos alimentares; tal desenvolvimento é um processo ativo que se inicia na vida intrauterina e continua nos primeiros 2 anos de vida. - A mucosa intestinal é um constante equilíbrio entre ativação e supressão da resposta imune. Estudos recentes indicam que as células epiteliais têm papel- chave na resposta imune das mucosas, pela produção de citocinas, fatores de crescimento e proteínas de membrana que propiciam interação e ativação das células dendríticas. - O aleitamente materno favorece amadurecimento do epitélio GI e do sistema imune do lactente, conferindo proteção para infecções e para a sensibilização a alérgenos alimentares; O leite materno, além de ser fonte de IgA secretora, é rico em lactoferrina, lisozima, proteínas e peptídeos antimicrobianos, fator de transformação e crescimento-beta (TGF-beta), IL-10 e fatores que regulam a sinalização de receptores toll-like (TLR). INATA - SISTEMA COMPLEMENTO - 3 vias: alternativa e da lecitina, as quais são mecanismos da resposta imune inata e a clássica, componente humoral da resposta adaptativa. A síntese é detectada em torno de 6 a 14 semanas. Os recém- nascidos apresentam deficiência do componente C9, importante na lise gram-negativas. deficiência funcional do C3b, que pode comprometer a opsonização. INATA - FAGOCITOSE - neutrófilos, monócitos e macrófagos teciduais. Os neutrófilos são o 1º tipo de célula a responder. precursoras neutrofílica são detectadas na 11ª semana gestacional, e os neutrófilos maduros entre a 14ª e a 16ª - neutrófilos circulantes no feto e nos recém-nascidos é de 10 a 20x maior que no adulto, taxa de proliferação máxima, gera déficit da resposta. a capacidade de migração dos neutrófilos é mais lenta, devido a defeitos de adesão, de quimiotaxia ou de ambos. Os macrófagos são detectados na 4ª semana gestacional, no saco vitelino e, posteriormente, no fígado fetal e na medula óssea. Influxo de monócitos reduzido. INATA - CÉLULAS NK - A função citolítica aumenta progressivamente durante a vida fetal e atinge 50% dos valores observados nos adultos no momento do nascimento - perforina também está reduzida. Em paralelo, observa-se também uma redução de cerca de 50% da ADCC - A função completa entre 9 e 12 meses de vida. PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS - Os microrganismos penetram no corpo principalmente pela pele, pelo trato GI e por inalação. uma população de APC p capturam os antígenos e microrganismos por fagocitose e pinocitose. As células epiteliais produzem citocinas, como TNF e IL-1. Devido a isso, as células dendríticas perdem sua adesividade e migram para os linfonodos. As células dendríticas então amadurecem, evoluindo para APC capazes de estimular os linfócitos T e interagir com eles, o que resulta na síntese e expressão de moléculas do complexo principal de histocompatibilidade. Proteínas do ambiente extracelular ingeridas por APC e os peptídeos gerados ligam-se a moléculas MHC II e são reconhecidos por linfócitos TCD4. MHC I são reconhecidas por linfócitos TCD8; A expressão de moléculas de MHC I nos linfócitos de recém-nascidos é menor do que a dos linfócitos de adultos IMUNIDADE CELULAR - TIMO - origina-se da porção ventral das 3ª e 4ª bolsas faríngeas e descende no mediastino anterior entre 7 e 10 semanas de gestação, organizado em torno da 10ª. É composto Arthur Rodrigues | @arthurnamedicina | Problema 03 por 2 lobos com múltiplos lóbulos compartimentalizados em córtex (região contendo células T imaturas) e medula (área para onde migram as células T maduras) – Timócitos fazerm desenvolvimento e seleção de células T - Sua celuridade aumenta muito durante o 2º e o 3º trimestres. Uma involução tímica transitória no final do 3º trimestre ocorre, a qual pode resultar dos níveis de glicocorticoides do final da gravidez, mas a recuperação torna-se evidente 1 mês após o nascimento. -Ao longo da infância, a celularidade tímica aumenta progressivamente e tamanho máximo 10 anos de vida. Após a puberdade, ele involui gradualmente e ocorre substituição do córtez e da medula por tecido gorduroso - Apesar disso, o timo do adulto permanece ativo e é capaz de aumentar a produção de linfócitos T naive em resposta a quadros de linfocitopenia grave -O mecanismo de ativação da timocitopoese envolve um aumento da produção de IL-7. IMUNIDADE CELULAR – LINFÓCITOS T - aumenta progressivamente de meados da gestação até o lactente atingir os 6 meses de vida. Esse pico é seguido pode declínio gradual e, ao final da infância, a criança apresenta contagem da subpopulação de linfócitos T equivalente à do adulto. A maioria dos linfócitos T neonatais apresenta o fenótipo de linfócitos T naive. - resposta imune celular é menos intensa e mais demorada. Aspectos funcionais - A subpopulação de linfócitos T helper (Th) compreende 2 fenótipos – Th1 e Th2. Os linfócitos Th1 caracterizam-se pela produção prevalente de IL-2, IFN-gama, e TNF- beta; Th2 apresentam uma produção dominante de IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13. - Nos neonatos, predomina a produção de citocinas com perfil Th2, evoluindo com redução progressiva e atingindo o equilíbrio na relação Th1/Th2 com 5 anos. -A menor produção de Th1 nos primeiros anos de vida, gera maior vulnerabilidade e gravidade para as infecções por patógenos intracelulares. observada normalização da produção de TNF-alfa nos primeiros meses de vida e de TFN-gama aos 12 meses. Os linfócitos T helper (CD4) de recémnascidos e lactentes são menos capazes do que os de adultos de providenciar o auxílio necessário para a ativação de linfócitos B. - A citotoxicidade mediada por linfócitos T envolve 2 vias: secreção de perforina/ granzimas e a via da apoptose. Os linfócitos T citotóxicos (CD8) neonatais são moderadamente menos efetivos do que os de adultos. IMUNIDADE HUMORAL - DESENVOLVIMENTO - é mediada por imunoglobulinas produzidas por linfócitosB maduros e plasmócito. Os linfócitos pré-B são detectados no fígado fetal e no Momento na 8ª semana de gestação e na medula óssea fetal na 13ª semana. - O sistema imune é capaz de apresentar resposta imune humoral a partir do 6º ou 7º mês gestacional, embora sua capacidade funcional só atinja compencia proxima do aldulto com 2 anos. IMUNIDADE HUMORAL – LINFÓCITOS B - Os LB NEO apresentam níveis aumentados de IgM de superfície. expressam IgG ou IgA acompanhadas de IgM e IgD. Aspectos Funcionais - Os antígenos podem ser classificados em T- dependentes e T-independentes, os quais são subdivididos em tipo I e tipo II com base na dependência ou não de citocinas exógenas. - A resposta aos antígenos Tdependentes caracteriza-se pelo desenvolvimento de linfócitos B de memória e pela hipermutação somática e potencial para a troca da produção de isotipos de imunoglobulinas. - Os antígenos T-independente do tipo I são os que se ligam ao linfócito B e ativam diretamente a produção de anticorpos; já os do tipo II são os polissacarídeos e determinadas proteínas com múltiplos determinantes antigênicos. A capacidade de o recém-nascido responder a antígeno T-dependente é levemente reduzida. Esta redução pode decorrer de deficiências: na apresentação de antígenos pelas APCs, na ativação e expansão de linfócitos TCD4+, na interação entre linfócitos T e B, na interação entre células dendríticas e linfócitos B, na sinalização intrínseca de linfócitos B. - A produção de anticorpos em resposta a antígenos T- independentes do tipo I por linfócitos B também é levemente reduzida no período neonatal, provavelmente em razão do decréscimo na proliferação de linfócitos B. - A resposta a antígenos Tindependentes do tipo II é a última a surgir cronologicamente, o que explica a maior suscetibilidade de recém-nascidos a infecções por bactérias capsuladas e a reposta fraca a antígenos polissacarídeos até os 2 ou 3 anos de vida. IMUNIDADE PASSIVA MATERNA - Os recém-nascidos e lactentes são parcialmente protegidos pela imunidade passiva materna, ou seja, pela transferência placentária de IgG materna durante a gestação. A transferência de IgG ocorre predominantemente no último trimestre da gestação e a concentração de IgG fetal após 34 semanas é igual ou superiorer à materna. - O feto recebe IgG contra os antígenos que a mãe foi exposta, seja por infecção ou imunização. Porém, se os níveis de anticorpos maternos forem muito baixos, eles poderão ser efetivos na proteção da mãe, sem proteger o lactente. - O recém-nascido pré-termo pode receber quantidades de IgG insuficientes para sua proteção, pois a maior parte do IgG materna é transferida após 34 semanas. Isso explica a suscetibilidade aumentada a alguns patógenos, como o varicela-zóster -Os anticorpos maternos também podem atuar inibindo o feto e o recém-nascido na produção de anticorpos com a mesma especificidade, interferindo com a resposta a imunizações. - Os anticorpos maternos inibem marcadamente a resposta às vacinas contra sarampo e rubéola, mas não interferem na vacina contra caxumba. É por isso que a tríplice viral é postergada para os 12 meses. IMUNOGLOBULINAS -A concentração de IgM aumenta rapidamente no 1º mês de vida e mais gradualmente ao longo da infância. - A IgG materna é fonte de, virtualmente, todas as subclasses de IgG sintetizada pela criança iguala-se à adquirida da mãe em torno dos 2 meses de vida. –A IgA está no soro e nas secreções. Ao nascimento, a proporção de linfócitos B carreando IGA1 e IGA2 é a subclasse prevalente. -A síntese de IgE é detectada precocemente no feto, a partir da 11ª semana gestacional, mas os níveis no sangue do cordão umbilical são muito baixos; TIPOS DE VACINA ATENUADA - vírus encontra-se vivo porém, sem capacidade de produzir a doença. - Podem produzir condições semelhantes às provocadas pela doença que previne, mas em pessoas com o sistema imunológico competente isso é muito raro e, quando ocorre, os sintomas são brandos e de curta duração. - Estas vacinas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes. - Doenças: Febre amarela, pólio (Sabin), rubéola, sarampo, caxumba, catapora, tuberculose. - Vantagens: baixo custo, fácil administração (Sabin), imunidade duradoura, capaz de induzir forte resposta de linfócitos TCD8. - Desvantagens: instabilidade da preparação (sensível a temperatura), mutação → reversão da virulência, não deve ser dada a indivíduos imunocomprometidos. INATIVA - vírus inativado por agentes químicos ou físicos, ou subunidades e fragmentos obtidos por engenharia genética. Enganam o sistema imune, fazendo com que forme o processo de proteção. Neste caso nunca ocorre a reversão para a forma selvagem. Estas vacinas podem ser indicadas para os imunodeprimidos. - Doenças: Hepatite A, raiva, cólera, gripe, pólio (salk) febre tifoide, coqueluche. - Vantagens: sem mutação ou reversão, utiliza antígenos na sua conformação nativa (Acs neutralizantes), pode ser utilizada em pacientes imunocomprometidos. - Desvantagens: somente imunidade humoral, repetidas doses (o vírus não multiplica), custo mais elevado, bactérias inativadas podem causar inflamação TOXOIDE-COMPOSTO TÓXICO INATIVADO (FORMOL) - Toxinas inativadas por formol. Doenças: dift, tétano. RECOMBINANTE - São vacinas de subunidades (proteínas recombinantes, LPS, VLPs). Tem como base a clonagem de moléculas, possibilitando a produção em larga escala de qualquer antígeno proteico que tenha sido isolado. - Doenças: Hepatite B, pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae, HPV, pneucoco, meningite VACINAS CONJUGADAS - Utilizam porção do microrganismo (geralmente um carboidrato) conjugado a uma proteína carreadora - Doenças: Pneumocócica, meningocócica, Haemophilus Influenza tipo B, pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae; - Vantagens: segurança; - Desvantagens: baixa imunogenicidade natural → necessidade da adição de adjuvantes; VIAS DE ADMNISTRAÇÃO VO -É utilizada para a administração de soluções que são melhor absorvidas no trato GI. O volume e a dose dessas soluções são introduzidas pela boca e apresentados, geralmente, em gotas. ID - aplicação de solução na derme. absorção lenta, utilizada para realizar testes de sensibilização, diagnósticos e aplicar a vacina da BCG. - O volume máximo é de 0,5ml, geralmente, o volume corresponde a frações inferiores ou iguais a 0,1ml. - Locais de aplicação em pediatria: face interna do antebraço, região escapular, porção inferior do deltoide, locais onde a pilosidade é menor e há pouca pigmentação, oferecendo um fácil acesso a leitura da reação do alérgeno e da vacina. - Efeitos adversos: são decorrentes da falha na administração da vacina como: aplicação profunda, da dosagem incorreta e da contaminação. OBS: o uso do álcool não é indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado muito próximo da epiderme. Sc - subcutânea - na região subcutânea, isto é, na hipoderme (tecido adiposo abaixo da pele). Utilizada principalmente para drogas que necessitam ser lentamente absorvidas. O volume máximo é de 1,5ml; - Vacinas como antirrábica, a tríplice viral e a insulina tem indicação específica por esta via, pois caso a medicação atinja o músculo, ela chegará rapidamente na corrente sanguínea. - Locais para aplicar a injeção recomendados: a parede abdominal (hipocôndrio direito ou esquerdo), a face anterior e externa da coxa, a face anterior e externa do braço, a região glútea e a região dorsal, logo abaixo da cintura. IM - volumes superiores a 1,5ml de soluções irritantes (aquosas ou oleosas) que necessitam ser absorvidas rapidamente. - Locais de injeção IM: em pediatriasão os mesmos do adulto, ou seja, o vasto lateral da coxa, ventroglútea, dorsoglútea e deltóide IV OU EV - rápida, sua ação é imediata. - A utilização dessa via ocorre com maior frequência na hospitalização. A administração de medicamentos ocorre através de um dispositivo intravenoso instalado por punção. - Seu uso permite a administração de grandes volumes de líquidos e, além disso, a administração de drogas que seriam contraindicadas pelas demais vias parenterais e pela via oral, por serem irritantes ou por sofrerem ação dos sucos digestivos. - Em geral, são utilizadas as veias superficiais, na dobra interna do braço (fossa antecubital), as do dorso da mão e do antebraço, as da perna e, eventualmente, as veias do pé. CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO - MS CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO (SBP) VACINAS PELO CALENDÁRIO DA OMS 1) BCG (atenuada): prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea); - Bacilo de Calmette e Guérin. - Esquema vacinal: indicada para menores de 5 anos, mais frequentemente nos menores de 1 ano: *Administrada nas primeiras 12hrs de vida, preferencialmente na maternidade ou na primeira visita à unidade de saúde *É disponibilizada para crianças até 4 anos 11 meses e 29 dias ainda não vacinadas - Atenção: deve ser adiado quando o Peso <2kg, escacez de panículo adiposo E HIV sintomático. - Dose: ID, 0,1 ml. Na ausência de cicatriz, revacinação 6 meses após. - Evolução da lesão vacinal: 1ª a 2ª semana (mácula avermelhada com enduração de 5 a 15mm de diâmetro); 3ª a 4ª semana (pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo aparecimento de crosta); 4ª a 5ª semana (úlcera com a 4 a 10mm de diâmetro); 6ª a 12ª semana (cicatriz com 4 a 7mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos vacinados; *O tempo da evolução é de 6-12 semanas, podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana; *Eventualmente pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de ter tido completa cicatrização; *Durante a evolução normal da lesão vacinal, pode ocorrer enfartamento ganglionar axilar e supra ou infraclavicular, único ou múltiplo, não-supurado; *Se a lesão não melhorar, administrar isoniazida; - Contraindicações: imunodeficiência congênita ou adquirida, neoplasias malignas, uso de corticosteroides em dose elevada (equivalente a prednisona ≥ 2mg/kg/dia ou ≥ 20mg/dia em adultos), uso de outros imunodepressores, gravidez. - Eventos adversos: pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que na maioria das vezes são decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados administrada, da técnica de aplicação e da presença de imunodepressão congênita ou adquirida. 2) HEPATITE B (recombinante): - Esquema vacinal: *Recém nascidos: 1 dose ao nascer, o mais precocemente possível, nas primeiras 24h, preferencialmente nas primeiras 12h. Pode ser até 30 dias após o nascimento. Esquema completado com a pentavalente, aos 2, 4 e 6 meses *Crianças que iniciam o esquema com 1 mês até 4 anos 11 meses e 29 dias: 3 doses da pentavalente, com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias *≥ 5 anos: sem comprovação vacinal (3 doses da vacina hepatite B com intervalo de 30 dias entre a 1ª e 2ª doses e de 6 meses entre a 1ª e a 3ª); esquema vacinal incompleto (não reiniciar, apenas completa-lo); - Contraindicações: reação anafilática após a aplicação de dose anterior; - Eventos adversos: *Hepatite B: locais (dor e enduração); sistêmicas (febre é incomum); alérgicas (anafilaxia é rara) *IGHAH: locais (eritema, enduração e dor de intensidade leve são comuns); sistêmicos (febre, sintomas gastrointestinais, mal-estar, cefaleia, exantema, ocasionalmente); alérgicos (anafilaxia é rara). 3) PENTAVALENTE (DTP/HB/HIB), TRÍPLICE BACTERIANA (dtp): - agregou 2 vacinas: a tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e outras infecções pelo Haemophilus influenza tipo b conjugada) e a vacina contra hepatite B (recombinante); - Esquema vacinal: *Vacinação básica: 3 doses da pentavalente a partir de 2 meses (2, 4 e 6 meses), com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias); é indicada para vacinação de crianças < 5 anos como dose do esquema básico *Reforços: 2 reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e pertussis): o 1º aos 15 meses e o 2º aos 4 anos, observando intervalo mínimo de 6 meses após a última dose de vacinação básica. Idade máxima para a aplicação da DTP é de 6 anos 11 meses e 29 dias. OBS: Se o esquema básico não foi iniciado ou completado até 6 anos, 11 meses e 29 dias, as doses necessárias serão aplicadas com a vacina adsorvida difteria e tétano adulto (dT) em lugar da DTP ; - Criança ≥ 4 anos e não recebeu o 1º reforço: não é necessário administrar 2 reforços, mas apenas um no atendimento, seguindo-se o esquema de 1 dose da dT, a cada 10 anos ; OBS: As vacinas não são administradas se a criança apresentar quadro neurológico em atividade e/ou após dose anterior de vacina com estes componentes: convulsões até 72 horas após administração da vacina; colapso circulatório, com estado de choque; encefalopatia; história de choque anafilático; - Contraindicações: choque anafilático provocado por aplicação da penta, DTP, DTPa, dTpa, DT ou dT; encefalopatia instalada no período de até 7 dias depois da aplicação das vacinas penta, DTP ou DTPa, devendo o esquema, nesses casos, ser completado com DT ou dT -Eventos adversos: muito frequentes (dor, rubor, edema, enduração, choro anormal); frequentes (vômitos e diarreia, febre, alterações nos hábitos alimentares, sonolência e irritabilidade); pouco frequente (rash cutâneo); raros (choro persistente > 3 horas, manifestações gripais, tosse); alergias (anafilaxia e urticária). 4) POLIO (VIP/VOP) – VOP (VACINA ORAL POLIOMIELITE) E VIP (INJETÁVEL) – Atenuada. - Esquema vacinal: *Básico: 3 doses de VIP, aos 2, 4 e 6 meses *Reforço: 2 doses de VOP, aos 15 meses e 4 anos *Intervalo de 60 dias entre as doses *≥ 5 anos: sem comprovação vacinal (3 doses da VOP, com intervalo de 30 a 60 dias); com esquema incompleto (completar com VOP) - Contraindicações: *Qualquer alergia. VIP possui traços de estreptomicina, neomicina e polimixina B. - Eventos adversos: *Locais: eritema discreto *Sistêmicos: febre moderada *Alérgicos: anafilaxia é rara; 5) MENINGOCÓCICA C (MncC) – Conjugada - Esquema vacinal: *Básico: 2 doses preferencialmente aos 3 e 5 meses, com intervalo de 60 dias, mínimo de 30 *Reforço: 1 dose aos 12 meses, podendo ser feito até 4 anos *Para crianças que iniciam o esquema após 5 meses: reforço 60 dias após a última dose *Para crianças entre 12 meses e 4 anos sem comprovação da vacina: dose única - Contraindicações: pacientes com hipersensibilidade aos componentes - Eventos adversos: *Locais: eritema, enduração e dor *Sistêmicos: febre baixa e irritabilidade *Alérgicos: anafilaxia é rara. 6) VACINA PNEUMOCÓCICA 10V – Conjugada - Esquema vacinal: *Básico: 2 doses, aos 2 e 4 meses *Reforço: preferencialmente aos 12 meses (ou até os 15), podendo ser administrado até os 4 anos *Para as crianças entre 12 meses e 4 anos: dose única - Contraindicações: reação anterior de hipersensibilidade imediata (anafilaxia) à vacina -Eventos adversos: *Locais: rubor, enduração e dor leve *Sistêmicos: irritabilidade, sonolência e choro excessivo leves *Alérgenos: anafilaxia é rara. 7) ROTAVÍRUS – Atenuada - Esquema vacinal: *1ª dose: de 1 mês até 3 meses e 15 dias *2ª dose: de 3 meses e 15 dias até 7 meses e 29 dias *Intervalo mínimo de 30 dias - Contraindicações: crianças com imunodepressão severa ou que tenham histórico de invaginação intestinal ou commalformação congênita não corrigida do trato gastrointestinal que não absorvem a vacina - Eventos adversos: pode apresentar reação alérgica sistêmica grave até 2h depois, presença de sangue nas fezes e internação por abdome agudo obstrutivo até 42 dias após a aplicação 8) INFLUENZA (inf) – inativada: - Esquema vacinal: - crianças < 9 anos, requerem 2 doses com intervalos de 4 a 6 semanas. Apenas 1 dose anual é suficiente nas vacinações subsequentes. Caso tenham recebido apenas 1 dose na primeira vacinação, receberão 2 doses no ano seguinte. - Contraindicações: história de anafilaxia a proteínas do ovo ou a outros componentes da vacina - Eventos adversos: *Locais: eritema, dor e enduração de pequena intensidade, por até 2 dias *Sistêmicos: febre, mal-estar e mialgia, mais frequentes em pessoas sem exposição anterior *Alérgicos: reação anafilática é rara 9) FEBRE AMARELA – atenuada - Esquema vacinal: *Básico: 1 dose aos 9 meses *Reforço: 4 anos (até 4 anos, 11 meses e 29 dias), com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. - Contraindicações: Crianças < 6 meses; pacientes com imunossupressão; pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores); submetidos a transplantes de órgãos; com imunodeficiência primária; com neoplasia; com história de reação anafilática; com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timona, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica). 10 ) Hepatite A (HA) – inativada - Esquema vacinal: *1 dose, dos 15 meses aos 2 anos incompletos (23 meses e 29 dias) *1 dose nas crianças de 2 a 4 anos, 1 meses e 29 dias, que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente - Contraindicações: quando houver história de reação anafilática. - Eventos adversos: *Locais: dor, eritema ou edema em 20 a 50% dos vacinados *Sistêmicos: febre e fadiga em menos de 5% dos vacinados *Alérgicos: anafilaxia é rara 11) TRÍPLICE VIRAL (SRC) e TETRA VIRAL (RCV) – atenuada - tetra: Sarampo, caxumba, rubéola e varicela. - Tríplice: sarampo subeola e caxumba. - Esquema vacinal: *1ª dose: tríplice viral aos 12 meses *2ª dose: tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) ou tríplice + varicela (atenuada) aos 15 meses - A tetra pode ser administrada até os 4 anos - Contraindicações: registro de anafilaxia após dose da vacina; presença de imunodeficiências congênitas ou adquiridas; uso de corticosteroides em doses imunossupressoras; vigência de quimioterapia imunossupressora; transplantados de medula óssea; usuários de imunoglobulina, sangue total ou plasma - Eventos adversos: febre de 5 a 12 dias após a vacinação, artralgia e/ou artrite, exantema que pode durar de 1 a 2 dias/ PORQUE NÃO PODE APLICAR NO GLÚTEO DO BEBÊ - devido ao risco de lesão do nervo ciático, além de ser uma região que apresenta falta de células fagocíticas adequadas, necessárias para a imunogenicidade. ADIAMENTO DA VACINAÇÃO - Usuário de dose imunossupressora de corticoide – vacine 90 dias após a suspensão ou término do tratamento. - Usuário que necessita receber imunoglobulina, sangue ou hemoderivados – não vacine com vacinas de agentes vivos atenuados nas 4 semanas que antecedem e até 90 dias após o uso . - Usuário que apresenta doença febril grave – não vacine até a resolução do quadro, para que os sinais e sintomas da doença não sejam atribuídos o confundidos com possíveis eventos adversos. CRIE – CONCEITO E IMPORTÂNCIA - Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs) são centros constituídos de infraestrutura e logística específicas, que têm como finalidade facilitar o acesso da população, em especial dos portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida e de outras condições especiais de comorbidade, como infectados pelo HIV, portadores de doenças neurológicas, cardiopatas, pneumopatas, doenças hematológicas. - Atendem de forma personalizada o público que necessita de produtos especiais, de alta tecnologia e alto custo que são adquiridos pelo PNI. - Para ter acesso é necessário apresentar a prescrição com indicação médica e um relatório clínico sobre o caso. Essas indicações são avaliadas pelo médico ou enfermeiro responsável, com bases em normas, e assim os imunobiológicos são dispensados.] PUERICULTURA - Consulta médica periódica de uma criança onde devem estar presentes: orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades que cercam seu crescimento e desenvolvimento. Pensar junto com a família da criança orientações que façam sentido para a mesma com o intuito de promover uma vida mais saudável, minimizando efeitos das condições adversas a qual a criança e sua família podem estar submetidas. - Frequência de consultas: 1ª semana > 1 mes > 2 meses > 4 meses > 6 meses > 9 meses > 12 meses > 18 meses > 24 meses > a partir de 2 anos anual. - Nos primeiros 2 anos de vida as consultas são mais frequentes devido ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por isso, no 1º ano de vida é recomendado um mínimo de 7 consultas de rotina: na 1ª semana, no 1º/2º/4º/6º/9º e 12º mês; além disso, no 2º ano de vida, deve se ter um mínimo de 2 consultas de rotina: no 18º e 24º meses. - Além de avaliar o desenvolvimento da criança, tal organização da frequência de consultadas adotada pelo Ministério da Saúde toma como base o calendário de vacinação, permitindo a verificação do cartão vacinal em meses oportunos: ano nascimento, com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 e 15 meses. -A partir dos 2 anos de idade as consultas podem se tornar anuais CHECK-LIST DE UMA CONSULTA DE PUERICULTURA - Idealmente, a 1ª consulta de uma criança deve ser na sua 1ª semana de vida, porém, algumas vezes é possível que seja quando esta já está em idade mais avançada, até mesmo na adolescência. - Anamnese: antecedentes pessoais da criança, desenvolvimento neuropsicomotor e socioafetivo, antecedentes vacinais, história de formação da família, habitação e hábitos atuais da criança (alimentare, intestinais, sono, urinátio, atividade física, hobbies, tempo de tela). - Exame físico: Peso, face, pele, crânio, olho, tórax, adbome, avaliação neurológica (reflexos). - Antropometria: PC (até 2 anos), P/I (até 10 anos), E/I (até 10 anos), IMCxIdade (até 10 anos). - Rastreamento para displasia evolutiva de quadril – fatores de risco (feminino, historico e parto com apresentação pelvica : Duas manobras são realizadas nas primeiras consultas até 2 meses em cada membro: -Quando a de Ortolani é positiva faz-se o diagnóstico de displasia do desenvolvimento do quadril indicando avaliação com cirurgião ortopédico especialista que avalie a melhor abordagem. - Ausculta: - Avaliação da visão (teste do reflexo vermelho), estrabismo, campo visual. - Avaliação da audição (teste da orelhinha). - Aferição de PA. - Rastreio de criptorquidia (quando o testículo não dece). DIAGNÓSTICO – MNEMÔNICO C – Crescimento – Classificar Estatura. E – Estado nutricial – eutrófica/distrófica V – Vacinação – Completa/incompleta. A – Alimentação – Adequada/inadequada D – Desenvolvimento – motor, neuro, psicossocial A – Ambiente físico e emocional – Adequado / inadequado. FASES DA VIDA ATÉ ADOLESCÊNCIA/Frequencia de con - De acordo com o desenvolvimento cognitivo de Erik Erikson – desenvolvimento psicossocial em 8 fases. RN – até 28 dias. 1) Nascimento > 18 meses – Estágio sensoraial 2) 18 meses > 3 anos – Primeira infância ou Desenvolvimento muscular. 3) 3 > 5 anos – Segunda infância ou Controle locomotor 4) 5 anos > 13 anos – Idade escolar ou período de latência 5) 13 anos > 21 anos – Puberdade e adolescência – Moratória Psicossocial.- De acordo com o calendário SBP: CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA - A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante para acompanhar a saúde, o crescimento e o desenvolvimento da criança, do nascimento até os 9 anos. A partir dos 10 anos, a caderneta a ser utilizada é a Caderneta de Saúde do Adolescente. - 1a parte: é dedicada a quem cuida da criança. Contém informações e orientações para ajudar a cuidar melhor da saúde da criança. Apresenta os direitos da criança e dos pais, orientações sobre o registro de nascimento, amamentação e alimentação saudável, vacinação, crescimento e desenvolvimento, sinais de perigo de doenças graves, prevenção de acidentes e violências, entre outros. - 2a parte: é destinada aos profissionais de saúde, com espaço para registro de informações importantes relacionadas à saúde da criança. Contém, também, os gráficos de crescimento, instrumento de vigilância do desenvolvimento e tabelas para registros das vacinas aplicadas. - Orientações: *Levar sempre a caderneta quando for com a criança aos serviços de saúde e em todas as campanhas de vacinação *Conversar com o profissional de saúde, tirar as dúvidas e pedir orientações para que a criança cresça e se desenvolva bem 1ª PARTE - Identificação – explicação sobre assistência social, educação e vida escolar, direitos da criança, orientação sobre os direitos da mãe e do pai. - Acompanhamento da saúde da criança – importância de comparecer nas UBS para acompanhamento. - Prevenção de doenças pela triagem neonatal. - Orientação aos pais sobre os primeiros dias de vida do bebê – como cuidar da criança - Cuidados especiais com o bebê prematuro. - Orientações para evitar diarreia e desidratação - Observar sinais de perigo: (menos de 2 meses) – movimentação escassa, sonolência, convulsão, vomito, não se alimenta – procuarr serviços. (MAIS DE 2 meses) – dificudade de respirar, não come nem bebe... - Importância de amamentar, prevenção de problemas de amamentação, orientação sobre ordenha, orientações sobre alimentação, suplementação de Fe e Vit A. - Orientação para desenvolvimento de afeto, percepção dos pais para desenvolvimento, saúde ocular e auditiva, , saúde bucal, uso de eletrônicos e cuidado com a segurança da criança conforme idade. 2ª PARTE - Preencher dados de gravidez, puerpério e dados do RN. - Vigilância do desenvolvimento (marcos), do crescimento infantil (PC, P/I, E/I, IMC), gráficos, vigilância da pa. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – COMO FAZER (SBP) - Anamnese clínica e nutricional (qualitativa e quantitativa). - Registrar Peso, altura, IMC na caderneta (antropometria). - Exames bioquímicos. - Avaliar a amamentação, fatores socioeconômicos, antecedentes pessoais e gestacionais (PN, risco, etc), antecedentes móbitos, estilo de vida. - Identificar risco nutricional, monitorar crescimento, prevenção e diagnóstico de distúrbios nutricionais. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO EXAME FÍSICO - Desnutrição Energético proteica primária: diminui oferta, absorção normal, gasto metabólico normal. - Desnutrição energético-proteica Secundária: oferta normal, diminui absorção, aumenta o gasto. TEMPO - Desnutrição energétio-proteica Crônica: E/I igual ou abaixo de 95%. Se for acima de 90% é pregressa, se for igual ou abaixo de 90% é ativa. - ‘’ aguda: igual ou abaixo de 90% do esperado (PESO). GRAVIDADE MARASMO – Má nutrição e denota inanição. Mais comum em menos de 1 ano. Causa mais comum: retirada do LM. Atrofia muscular, emagrecimento, baixa atividade, costelas visíveis, abdome pode ser globoso. Kwashorkor – boa ingestão calórica, mas deficiência de proteínas. Kwashiorkor é um vocábulo africano (Gani), que significa “doença do primeiro filho quando nasce o segundo”. No hemograma há presença de anemia na maioria dos casos (por conta da baixa síntese de eritrócitos devido a deficiência proteica, de ferro e ácido fólico) - Hipoalbuminemia e redução da proteína sérica total, relação com a intensidade do edema, são observadas em praticamente todos os pacientes. -Laboratorialmente: hipoalbuminemia, deficiência de B12, ácido fólico, ferro + anemia. GRÁFICO PERÍMETRO CEFÁLICO – ATÉ 2 ANOS PESO/IDADE – ATÉ 2 ANOS / 2-5 ANOS / 5-10 ESTATURA/IDADE – ATÉ 2 ANOS / 2-5 ANOS/ 5-10 IMC/IDADE – ATÉ 2 ANOS / 2-5 ANOS/ 5-10 QUANTO DE PESO GANHA EM 1 ANO - A velocidade de crescimento pós-natal é particularmente elevada até os dois primeiros anos de vida com declínio gradativo e pronunciado até os cinco anos de idade. Estudos mostram que déficits de crescimento linear que ocorram até os 2 anos (principalmente no primeiro ano de vida) são passíveis de recuperação total, enquanto que acima dessa idade a reversibilidade desse quadro torna-se bem mais difícil. Quando ocorrem doenças infecciosas e/ou problema social, há uma desaceleração no ritmo de crescimento normal. Entretanto, corrigida a causa e se as condições ambientais forem adequadas, observa-se um aumento da velocidade de crescimento superior ao esperado para a idade, como um crescimento compensatório. Esse fenômeno é observado na reabilitação de crianças com desnutrição grave, principalmente nas menores de 2 anos. Durante os dois primeiros anos de vida, o déficit de crescimento ocasionado pela desnutrição é reversível. Após essa idade, nota-se que o fenômeno do crescimento compensatório, apesar de ativado, é bem menos intenso. - Espera-se: duplicar o peso em 4-5 meses, triplicar em 12 meses, quadruplicar em 2 anos-6meses. PERDA DE PESO FISIOLÓGICA – PERÍODO, QTD, CAUSA - RN perdem peso nos primeiros dias após o nascimento. Essas alterações de peso iniciais ocorrem num período crítico da vida desses RN. Essa perda de peso é considerada fisiológica, ocorrendo pela redistribuição dos fluidos no RN (1-4) e pelo catabolismo nos RN que não receberam um aporte nutricional adequado A quase totalidade dos recém-nascidos (RN) apresenta perda ponderal nos primeiros dias de vida. Dada essa grande frequência, os autores a denominam de perda fisiológica de peso. A maioria dos estudos sugere que a perda corresponde, principalmente, à reducão de fluidos, mas também é consequência do uso, pelo RN, de tecido adiposo como fonte de energia. - Perde 10% do peso até 1 semana de vida, recupera até o 15º dia. QUANTO A CRIANÇA CRESCE EM 10 ANOS? AIDPI – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância – Marcos do desenvolvimento até 2 anos - O desenvolvimento, ao contrário do crescimento, pode ser difícil de medir ou avaliar, e tem como definição: “o processo de mudanças mediante o qual a criança alcança maior complexidade em seus movimentos, pensamentos, emoções e relações com os outros”. Apesar disto é possível estabelecer certos padrões e áreas do desenvolvimento a avaliar -O importante é que o desenvolvimento de uma criança é multidimensional e integral, acontece continuadamente porém com padrões únicos e acontece pela interação com os outros AVALIAR O DESENVOLVIMENTO - Inspeção e questionar a interação com a mãe/pai/cuidador, estado de higiene, movimentos. - Orientações para promoção do desenvolvimento infantil: REFLEXOS MENOR DE 1 MÊS: - Reflexo de Moro: extensão, abdução e elevação de ambos os membros superiores, seguida de retorno à habitual atitude flexora em adução. Esta resposta deve ser simétrica e completa. - Rflexo Cócleopalpebral: piscar os olhos quando fizer um estimulo sonoro. - Reflexo de sucção; Braços e pernas flexionados; Mãos fechadas ; DE 1-2 MESES: - Vocaliza; Esperneia alternadamente; Sorriso social; Abre as mãos 2-4 MESES: -Resposta ativa ao contato social; segura objetos; emite sons; se apoia no antebraço. 4-6 MESES: - Busca ativa de objetos, leva objetos à boca, localiza o som,muda de posição ativamente (rola). 6-9 meses: - Brinca de esconde-achou, transfere objetos de uma mão para outra, duplica sílabas, senta-se sem apoio. 9-12 meses: - Imita gestos, faz pinça, produz jargão, anda com apoio. 12-15 Meses: - Mostra o que quer, coloca blocos na caneca, diz uma palavra, anda sem apoio. 15-18 meses: - Usa colher, constroi torre de cubos, fala 3 palavras, anda para trás.. 18-24 meses: Tira roupa, constroi torre de 3 cubos, aponta duas figuras, chuta a bola. ATÉ QUANDO SE CONSIDERA ATRASO? a) Caso a criança não apresente alterações no exame físico, apresentar todos os marcos para sua faixa etária e não apresentar fatores de risco para o desenvolvimento → Desenvolvimento Normal (faixa verde); b) Caso a criança não apresente alterações no exame físico, todos os marcos para a sua faixa etária estiverem presentes, mas existem um ou mais fatores de risco → Desenvolvimento Normal com Fatores de Risco (faixa amarela); c) Caso ela não apresente alterações no exame físico, mas apresente ausência de um ou mais marcos para a sua faixa etária, fique alerta para o seu desenvolvimento. Verifique então os marcos da faixa etária anterior. Se os marcos da faixa etária anterior estiverem presentes e só os da sua faixa etária estiverem ausentes → Alerta para o Desenvolvimento (faixa amarela); d) Se deixar de apresentar um ou mais marcos da faixa etária anterior a sua, ou houver alterações no exame físico (três ou mais alterações fenotípicas, assim como perímetro cefálico < -2ZS ou > +2ZS) → Provável Atraso no Desenvolvimento (faixa vermelha). CONDUTA a) Desenvolvimento Normal: elogie a mãe e oriente que continue estimulando seu filho. Oriente para retornar para o acompanhamento do desenvolvimento de acordo com a rotina do serviço de saúde – por exemplo, a cadadois meses, na faixa etária entre 2 a 6 meses; de três em três meses, na faixa etária entre seis a 18 meses; e uma vez a cada seis meses, na faixa etária entre 18 a 72 meses; b) Alerta para o Desenvolvimento ou como Desenvolvimento Normal com Fatores de Risco: oriente a mãe a estimular sua criança, marque retorno com 30 dias e informe a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes dos 30 dias. Entre estes sinais, destacamos as convulsões ou a criança deixar de fazer alguma habilidade que já fazia antes; c) Provável Atraso no Desenvolvimento: refira para avaliação neuropsicomotora e orientação por um profissional que tenha conhecimentos mais aprofundados de desenvolvimento infantil. Para as crianças com alterações fenotípicas, se possível, encaminhe também para um serviço de genética. Nem toda síndrome genética cursacom atraso de desenvolvimento. Explique à mãe que o fato de a criança estar sendo referenciada para avaliação não quer dizer que necessariamente tenha algum atraso no desenvolvimento. A equipe especializada que vai atendê-la, após exame criterioso, é quem vai lhe dizer sobre a sua condição de ter ou não algum tipo de problema. E, se houver problemas, a criança estará recebendo os cuidados e orientações necessárias. ANEMIA FERROPRIVA - tem efeito no crescimento e desenvolvimento de populações em risco, compromete o desenvolvimento cerebral. Desde o período pré-natal, tem repercussões de habilidades cognitivas, comportamentais, linguagem e capacidades motoras das crianças, sendo que o possível impacto negativo permanece mesmo após o tratamento precoce por décadas, especialmente em crianças pouco estimuladas ou de baixo nível social e econômico, predispõe a cáries dentárias, menor discriminação e identificação de odores, alterações na imunidade não específica, paladar e apetite (com associação a quadros de pica. - resposta alterada ao estresse metabólico e desenvolvimento audiovisual. Diagnóstico Clínico e Laboratorial - as repercussões clínicas e fisiológicas são aparentes, como apatia, cansaço, irritabilidade, taquicardia. - Exames laboratoriais específicos – ferritina sérico (primeiro marcador – menor que 12 ug/L), férro sérico (menor que 30), aumenta TIBC, transferrina, Hemograma. - sinais clínicos da deficiência de ferro: redução da acidez gástrica, gastrite atrófica, sangramento da mucosa intestinal, irritabilidade, distúrbios de conduta e percepção, distúrbio psicomotor, inibição da capacidade bactericida dos neutrófilos, diminuição de linfócitos T, diminuição da capacidade de trabalho e da tolerância a exercícios, palidez da face, das palmas das mãos e das mucosas conjuntival e oral, respiração ofegante, astenia e algia em membros inferiores, unhas quebradiças e rugosas e estomatite angular. - A causa mais comum é a “anemia fisiológica”, entre 6- 9 semanas de idade. A eritropoiese diminui drasticamente após o nascimento como resultado do aumento da oxigenação tecidual e da produção reduzida de eritropoietina. Em bebês saudáveis, os níveis de hemoglobina são altos (> 14 g/dL) ao nascer e diminuem rapidamente, atingindo 11 g/dL entre 6-9 semanas de idade, o que é chamado de “anemia fisiológica da infância. - A anemia patológica em recém-nascidos e bebês jovens é diferenciada da anemia fisiológica por qualquer um dos seguintes critérios: Anemia no 1º mês de vida; Hb < 9 g / dL; Sinais de hemólise (ex: icterícia ou urina escura) ou sintomas de anemia (ex: irritabilidade ou má alimentação). As causas comuns de anemia patológica em recém-nascidos incluem perda de sangue, doença hemolítica (incompatibilidade Rh ou ABO), infecção congênita, transfusão gemelo-gemelar e anemia hemolítica congênita (ex: esferocitose hereditária, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase [G6PD]). Etnia: Negra – HB S e C PREVENÇÃO E TRATAMENTO - Ações de educação alimentar - alimentação adequada, ao aleitamento materno exclusivo e prolongado, de forma a aumentar o consumo de alimentos fontes de ferro. A contraindicação de uso de leite de vaca in natura. - O Brasil também apresenta políticas para a suplementação do ferro desde 2005 (Programa Nacional de Suplementação de Ferro - PNSF), atingindo crianças de 6 a 24 meses de idade, gestantes e lactantes até o 3º mês pós-parto com suplementação profilática com sulfato ferroso via oral. Segundo o programa, crianças entre 6 e 24 meses devem ser suplementadas com sulfato ferroso na dosagem de 1mg/kg peso/dia. A recomendação vigente da SBP orienta a suplementação profilática com dose de 1mg de ferro elementar/kg ao dia dos três aos 24 meses de ida- de, independentemente do regime de aleitamento. Para lactentes nascidos pré-termo ou com baixo peso (menor de 2500g), a recomendação é de suplementação com 2mg/kg/dia a partir do 30º dia até os 12 meses. Já para os prematuros com baixo peso (entre 1000g e 1500g) a recomendação de suplementação é de 3mg/kg/dia até os 12 meses; e para recém-nascidos com menos de 1000g, de 4mg/kg/dia. Após o 1º ano de vida, a suplementação em todos os casos reduz-se para a dose de 1mg/kg/dia por mais 12 meses. A dose de suplementação profilática com ferro elementar recomendada é diferenciada (30mg/dia) para crianças entre 2 e 12 anos residentes em regiões com prevalência de anemia ferropriva superior a 40%.
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