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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA BIANCA DE FREITAS FRANCA EXPERIÊNCIA Nº 01 EQUIPAMENTOS, RESISTORES E LEI DE OHM VITÓRIA-ES 2021 BIANCA DE FREITAS FRANCA EXPERIÊNCIA Nº 01 EQUIPAMENTOS, RESISTORES E LEI DE OHM Relatório apresentado ao Curso de Engenharia Civil, como parte dos requisitos necessários à obtenção de nota na disciplina de Eletricidade Aplicada. VITÓRIA-ES 2021 SUMÁRIO OBJETIVOS 4 INTRODUÇÃO TEÓRICA 4 MATERIAL UTILIZADO 5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 GRÁFICOS TENSÃO X CORRENTE 8 CONCLUSÃO 12 3 1. OBJETIVOS O presente experimento teórico teve como objetivo principal permitir que os alunos tenham um primeiro contato com os equipamentos utilizados nos laboratórios de eletricidade, bem como, por meio desse, verificar experimentalmente o que é estudado em sala de aula. Temos, portanto, como objetivo final deste experimento verificar experimentalmente a Lei de Ohm. Para isso, antes foi necessário aprender a utilizar o código de cores para determinar a resistência e a tolerância de diversos resistores, e logo depois utilizar a fonte de tensão para alimentar os circuitos elétricos e, por fim, realizar medições de grandezas elétricas com o multímetro, podendo-se, assim, alcançar com sucesso o objetivo final desse experimento. 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA O estudo dos sistemas elétricos tem se tornado cada vez mais importante, buscando minimizar perdas energéticas e aumentar sua eficiência. Para isso, são feitos modelos matemáticos cujo comportamento é similar ao de um sistema elétrico real. A esses modelos dá-se o nome de circuitos elétricos, muitas vezes confundido com o próprio sistema elétrico em si. É claro que a concepção de novos sistemas muitas vezes é feita por meio da teoria de circuitos e, nesse caso, pode-se desejar simular o comportamento real do circuito projetado. Em laboratórios, por exemplo, é utilizada para isso uma matriz de pontos, também conhecida como protoboard. Trata-se de um equipamento que possibilita a montagem de componentes e circuitos sem a necessidade de utilizar solda. O conceito base para descrever os fenômenos elétricos de um sistema elétrico é o de carga elétrica. Na teoria de circuitos, as cargas dão origem a uma tensão (força elétrica) quando separadas e a uma corrente (fluxo elétrico) quando se movimentam. Qualquer elemento de um circuito pode ser descrito matematicamente em termos de tensão e corrente. Um dos elementos essenciais em circuitos é a fonte elétrica, dispositivo que converte energia não elétrica em energia elétrica e vice-versa. Uma fonte ideal de tensão mantém uma tensão constante em seus terminais e, analogamente, uma fonte ideal de corrente mantém uma corrente constante entre seus terminais. Um instrumento utilizado para medir a tensão ou a corrente em um circuito é o multímetro, que pode também medir outras grandezas relacionadas a circuitos elétricos. É claro que o movimento de cargas se dá em algum meio material e, assim, está sujeito às propriedades deste. A capacidade dos materiais de impedir o fluxo de cargas elétricas é chamada de resistência elétrica e o elemento de circuito utilizado para simular tal resistência é denominado resistor. A queda de tensão (v) provocada pela resistência elétrica em um condutor pode ser expressa em termos da sua resistência (R) e corrente (i), conforme a Lei de Ohm, pela relação 𝑣 = 𝑖𝑅. 3. MATERIAL UTILIZADO Os equipamentos utilizados no presente experimento estão listados no quadro abaixo. Quadro 3.1 - Equipamentos utilizados Resistores 560Ω 1k8Ω 4k7Ω 15kΩ Fonte de tensão variável Protoboard Multímetro Digital 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O experimento começa medindo-se a resistência dos diversos resistores disponíveis para teste. Em primeira instância foi lida sua resistência nominal, por meio da tabela de cores. Após identificados, os terminais dos resistores foram colocados sobre pontos não curto-circuitados da protoboard. Feito isso, ajustou-se o multímetro para que a leitura da resistência fosse feita de forma correta e então os seguintes valores foram obtidos: (1)𝐸𝑟𝑟𝑜 (%) = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑥 100% Tabela 4.1 – Valores obtidos na medição Resistor 560 1k8 4k7 15k Resistência nominal (Ω) 560 1800 4700 15000 Resistência medida (Ω) 552 1831 4650 14670 Tolerância (%) ± 5 ±5 ± 5 ± 5 Erro (%) -1,43 1,72 -1,06 -2,20 O erro, que é dado pela fórmula acima (Equação [1]) foi calculado após a análise dos dados. Após a leitura das resistências, foi feita a montagem de um circuito elétrico utilizando- se de uma fonte de tensão variável. Como em primeira instância era a tensão que ia ser medida, era necessário tomar o devido cuidado na hora de conectar o multímetro ao circuito, pois esse deveria estar em paralelo com o circuito. Assim, para todos os resistores disponíveis e para os diferentes valores de tensão requisitados pelo roteiro, foi medida a tensão do circuito. Camilo Arturo Rodriguez Diaz Ficou ótimo o relatório, mas ficou em falta pelo menos uma imagem do circuito simulado!! Em segunda instância, foi medida a corrente do circuito. É interessante lembrar que nesse caso o multímetro deve estar conectado em série ao circuito. Dessa forma, para todos os resistores disponíveis e para os diferentes valores de tensão requisitados, foi medida a corrente do circuito. Os valores obtidos em cada leitura se encontram na tabela abaixo. Tabela 4.2 – Valores obtidos na medição Fonte de tensão (E) R=560Ω R=1k8Ω R=4k7Ω R=15kΩ V [V] I [mA] V [V] I [mA] V [V] I [mA] V [V] I [mA] 3 V 3,00 5,33 3,00 1,62 3,00 0,631 3,00 0,20 4 V 3,99 7,11 4,00 2,17 4,00 0,85 4,00 0,27 5 V 4,99 8,88 4,99 2,71 4,99 1,06 4,99 0,33 7,5 V 7,49 13,36 7,49 4,07 7,49 1,60 7,49 0,50 10 V 9,98 17,88 9,99 5,43 9,99 2,13 9,99 0,67 12 V 11,98 21,90 11,98 6,52 11,98 2,56 11,98 0,81 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A medição da resistência nos resistores, feita no início dos procedimentos experimentais, está sujeita a erros, que podem ser calculados pela equação [1]. Assim, tem-se a seguir os valores de erro para cada resistor: Tabela 5.1 – Cálculo do erro para cada resistor Resistor Erro 560 [(552 − 560)/560] ⋅ 100 = −1,43 1k8 [(1831 − 1800)/1800] ⋅ 100 = 1,72 4k7 [(4650 − 4700)/4700] ⋅ 100 = −1,06 15k [(14670 − 15000)/15000] ⋅ 100 = −2,20 Observa-se que os valores de erros são, em todos os casos, menores que os valores de tolerância. 5.1. GRÁFICOS TENSÃO X CORRENTE Pode-se plotar os valores de tensão e corrente para cada resistor em um gráfico de dispersão e, por meio de regressão linear, determinar a equação da curva que relaciona esses valores. Em todos os resistores, o coeficiente de determinação (R²) da amostra possuem valores próximos à 1, o que indica que a curva determinada no gráfico se ajusta muito bem aos valores da amostra. Gráfico 1 – Relação tensão x corrente para o resistor 560, com a reta obtida por regressão linear indicada por linha pontilhada Para o resistor 560, obteve-se a equação 𝑦 = 1,8326𝑥 − 0,2443, isto é, 𝑖[𝑚𝐴] = 1,8326𝑣 − 0,2443 ⇒ 𝑖[𝐴] = 0,0018326𝑣 − 0,0002443 [2] Como 0,0002443 ≈ 0, pode-se escrever 𝑣 = 𝑖 ⋅ (0,0018326)−1 = 𝑖 ⋅ 545,67 [3] O valor 545,67 é, então, o valor calculado para a resistência nesse resistor, menor (- 1,15%) que o valor encontrado por medição direta da resistência. Calculando os valores de resistência separadamente utilizando-se a Lei de Ohm, pode-se obter algumas medidas de tendência. Tabela 5.2 – Resistências calculadas pela Lei de Ohm V [V] I [mA] R (Ω) 3,00 5,33 562,85 3,99 7,11 561,18 4,99 8,88 561,94 7,49 13,36 560,63 9,98 17,88 558,17 11,98 21,90 547,03 A média, o desvio padrão e o desvio padrão relativo dos valores de resistência são dados respectivamente por 𝑥 = Σ 𝑥 𝑖 𝑛 = 558, 63 𝑠𝑑 = Σ (𝑥 𝑖 −𝑥)2 𝑛 = 5, 90 𝑟𝑠𝑑(%) = 𝑠𝑑 𝑥 𝑥 100 = 1, 06 O valor baixo do rsd indicaque, embora não exatas, as medições foram, de certa forma, precisas. Observa-se valores similares para os demais resistores, como segue. Gráfico 2 - Relação tensão x corrente para o resistor 1k8 Gráfico 3 - Relação tensão x corrente para o resistor 4k7 Gráfico 4 - Relação tensão x corrente para o resistor 15k No caso dos resistores 1k8, 4k7 e 15k, obteve-se respectivamente as equações 𝑦 = 0,5451𝑥 − 0,0126 [7] 𝑦 = 0,2145𝑥 − 0,0099 [8] 𝑦 = 0,0677𝑥 − 0,0044 [9] Assim como antes, tem-se, respectivamente, 𝑖[𝐴] = 0,0005451𝑣 − 0,0000126 ⇒ 𝑣 = 𝑖 ⋅ (0,0005451)−1 = 𝑖 ⋅ 1834,53 [10] 𝑖[𝐴] = 0,0002145𝑣 − 0,0000099 ⇒ 𝑣 = 𝑖 ⋅ (0,0002145)−1 = 𝑖 ⋅ 4662,00 [11] 𝑖[𝐴] = 0,0000677𝑣 − 0,0000044 ⇒ 𝑣 = 𝑖 ⋅ (0,0000677)−1 = 𝑖 ⋅ 14771,05 [12 Os valores 1834,53, 4662,00 e 14771,05 são, então, os valores calculados para a resistência nesses resistores, maiores (0,19%, 0,26% e 0,69%, respectivamente) que o valor encontrado por medição direta da resistência. As medidas de tendência para as resistências calculadas podem também ser obtidas pela Lei de Ohm. Tabela 5.3 - Resistências calculadas pela Lei de Ohm 1k8 4k7 15k V [V] I [mA] R [Ω] V [V] I [mA] R [Ω] V [V] I [mA] R [Ω] 3,00 1,62 1851,85 3,00 0,631 4754,36 3,00 0,20 15000,00 4,00 2,17 1843,32 4,00 0,85 4705,88 4,00 0,27 14814,81 4,99 2,71 1841,33 4,99 1,06 4707,55 4,99 0,33 15121,21 7,49 4,07 1840,29 7,49 1,60 4681,25 7,49 0,50 14980,00 9,99 5,43 1839,78 9,99 2,13 4690,14 9,99 0,67 14910,45 11,98 6,52 1837,42 11,98 2,56 4679,69 11,98 0,81 14790,12 A média, o desvio padrão e o desvio padrão relativo dos valores de resistência são dados na Tabela 5.4. Tabela 5.4 – Medidas de tendência para os três resistores Resistor 1k8 4k7 15k 𝑥 1842,33 4703,14 14936,10 𝑠𝑑 5,05 27,74 124,06 𝑟𝑠𝑑(%) 0,27 0,59 0,83 Novamente, os valores baixos do rsd indicam que, embora não exatas, as medições foram, de certa forma, precisas. A falta de exatidão nos resultados se deve aos desvios de tensão e corrente na fonte elétrica, bem como desvios decorrentes do contato entre os terminais do resistor e do aparelho de medição. 6. CONCLUSÃO A eletricidade, hoje, é um recurso, junto à água por exemplo, indispensável ao ser humano e ao seu estilo de vida atual. Tudo é feito a partir do uso da eletricidade, inclusive o presente relatório. É evidente, portanto, a importância do seu estudo dentro do contexto da humanidade. Conhecer as leis que regem esta ciência, bem como seus equipamentos e conceitos básicos é tarefa indiscutível para qualquer profissional da Engenharia. É de extrema importância que um engenheiro tenha em mente, independente da sua área de atuação específica, a sua relação com a eletricidade, já que tudo está ligado a ela. Aos engenheiros civis, por exemplo, é indispensável o conhecimento acerca de circuitos elétricos e distribuição de energia, haja visto que ele em grande parte dos casos estará frente a projetos que envolvam tais requisitos; a sua compreensão, portanto, clara e precisa é obrigatória por parte dele. Em um âmbito mais amplo, o papel do engenheiro concerne a pontos importantíssimos como pilar central do desenvolvimento da ciência e da tecnologia do país, assim como pontos que concernem ao desenvolvimento socioeconômico da nação como o IDH ou a redução das desigualdades infraestruturais entre localidades, entre outros. É notório, por conseguinte, que o papel do engenheiro vai para muito além do que somente o papel tecnicista, teórico ou calculista. O engenheiro participa ativamente do desenvolvimento da nação. Dessa forma, todo o conhecimento, que no presente experimento foi empiricamente obtido com sucesso, é deveras importante para a formação básica de qualquer engenheiro na atual sociedade.
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