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@majunamed Glicemi� Capilar … … O que é Glicemia Capilar? é um exame que mostra a quantidade de glicose (açúcar) no sangue, feito por um glicosímetro. 1) Qual a fisiopatologia da Diabete tipo 1 e da tipo 2? Explique também os seus subtipos. Diabet� tip� 1 – autoimune, pâncreas destrói as células beta, produtoras de insulina. (Pior prognóstico) Tipo 1A – deficiência de insulina. confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos. Tipo 1B – causa idiopática, células beta estão normais, mas ainda assim não há produção de insulina. os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. Diabet� tip� 2 – perda da secreção insulínica combinada com resistência a insulina adquirida ao longo da vida, multifatorial. *maior parte dos casos de DM, corresponde de 90-95% dos casos Geralmente, o DM2 acomete indivíduos a partir da quarta década de vida Trata-se de doença poligênica, com forte herança familiar cuja ocorrência tem contribuição significativa de fatores ambientais. Dentre eles, hábitos dietéticos e inatividade física, que contribuem para a obesidade, destacam-se como os principais fatores de risco. Outr� tip� d� DM: monogênicos, diabetes neonatal, secundário a endocrinopatias, secundário a doenças do pâncreas exócrino, secundário a infecções e secundário a medicamentos. 2) Quais são as principais complicações patológicas associadas a diabetes? Lesão macro e micro de nervos e vasos sanguíneos gerando: cardiopatia, nefropatia(distúrbios de filtração renal, microalbuminúria, retenção de proteínas, proteinúria), retinopatia (visão turva), dificuldade de cicatrização. 3) Como funciona a triagem dos sintomas para a descoberta dos pacientes DM 1 e DM 2? A Diabetes Mellitus tipo 1A, forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos. Na Diabetes Mellitus tipo 1B, os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. O diagnóstico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de insulinoterapia plena. @majunamed Diabetes Mellitus tipo 2: Na maioria das vezes, a doença é assintomática ou oligossintomática por longo período, sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações das complicações crônicas. Com menor frequência, indivíduos com DM2 apresentam sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento inexplicado). Os consagrados fatores de risco para DM2 são: história familiar da doença, avançar da idade, obesidade, sedentarismo, diagnostico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus gestacional (DMG) e presença de componentes da síndrome metabólica, tais como hipertensão arterial e dislipidemia. É mandatório para indivíduos com sinais e sintomas coleta de exames para confirmação diagnostica de DM2. Ainda que assintomáticos, a presença de fatores de risco já impõe rastreamento para diagnóstico precoce. 4) Quais sãos os critérios para testar o risco de diabetes e pré diabetes em adultos assintomáticos? CRITÉRIOS PARA TESTAR O RISCO DE DIABETES E PRÉ-DIABETES EM ADULTOS ASSINTOMÁTICOS: Para indivíduos com menos de 45 anos. Sugere-se rastreamento de DM2 em individuos com sobrepeso ou obesidade que apresente mais um dos seguintes fatores de risco: • Parentes de primeiro grau com diabetes. •Risco aumentado em função da raça ou de fatores étnicos. •História de doença cardiovascular. •Hipertensão (maior ou igual a 140/90 mmHg) ou em terapia para hipertensão. •Nível de colesterol HDL <35 mg/dL e/ou nível de triglicérides >250 mg/dL. •Mulheres com síndrome do ovário policístico. • Inatividade física. • Outras condições clínicas associadas à resistência à insulina (por exemplo: obesidade intensa, acantose nigricans). 1. No teste as perguntas devem ser respondidas e analisada a pontuação * Qual a sua idade? •< 40 anos =0 ponto • 40 – 49 anos = 1 ponto • 50 – 59 anos = 2 pontos • > 60 anos = 3 pontos * Você é homem ou mulher? • Homem = 1 ponto • Mulher = 0 ponto * Se for mulher, já apresentou diagnóstico de diabetes gestacional? • Sim = 1 ponto • Não = 0 ponto * Tem mãe, pai, um irmão ou uma irmã com diabetes? • Sim = 1 ponto • Não = 0 ponto * Você já foi diagnosticado como tendo hipertensão? • Sim = 1 ponto • Não = 0 ponto * Você é fisicamente ativo? • Sim = 0 ponto • Não = 1 ponto * Qual é o peso corpóreo? Varia de 1 a 3 pontos @majunamed Se o total de pontos for igual ou superior a 5 o paciente está sujeito a um risco aumentado de desenvolver o diabetes tipo 2. Entretanto, somente o médico poderá dizer com certeza se ele apresenta diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Em alguns casos será necessário testes adicionais. 2. Pacientes com pré-diabetes (A1C maior ou igual a 5,7%, IGT* ou IFG**) devem ser testados anualmente. * IGT = glicemia de jejum alterada; ** IFG = glicemia de jejum prejudicada. 3. Mulheres que foram diagnosticadas com diabetes gestacional devem realizar o teste de risco para diabetes a cada 3 anos por toda a vida. 4. Para todos os outros pacientes, os testes devem ser realizados aos 45 anos. 5. Se os resultados forem normais, os testes deverão ser repetidos em intervalos mínimos de 3 anos, levando-se em consideração um esquema mais frequente de testes dependendo dos resultados iniciais e do estado de risco. 5) Quais são os critérios diagnósticos e rastreamento da diabetes? Descreva os valores de referência. As categorias de tolerância a glicose são definidas com base nos seguintes exames: Glicemia em jejum: coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas; Hemoglobina Glicada (teste de HbA1C ou A1C): usado para avaliar o controle de açúcar no sangue. No sangue, a glicose (açúcar) liga-se à hemoglobina, formando a hemoglobina glicada. Quanto maior for o nível de glicose na corrente sanguínea, maior será a ligação da glicose com a hemoglobina e, consequentemente, maior o nível de hemoglobina glicada. Como as pessoas com diabetes apresentam excesso de glicose no sangue, o exame pode ser utilizado para avaliar o controle da doença e também para auxiliar na identificação de pacientes que têm a doença e ainda não sabem. TOTG: (teste oral de tolerância à glicose) previamente a ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante reforçar que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores a realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira fase da secreção de insulina; https://hilab.com.br/exame/hemoglobina-glicada/ @majunamed As categorias de pré-diabetes, além de conferirem risco aumentado para desenvolvimento de DM, também estão associadas a maior risco de doença cardiovascular e complicações crônicas. Os critérios diagnósticos para DM1 são semelhantes aos utilizados no DM2. No primeiro caso, porém, comumente a sintomatologia já chama muito mais a atenção do clínico do que no segundo caso. • DM 1: Conduta terapêutica no diabetes tipo 1- A terapêutica no diabetes mellitus tipo 1 (DM1) historicamente tem seguido a tríade insulina/alimentação/ atividade física. Com os novos avanços tecnológicos e terapêuticos, e novos conhecimentos dos fatores psicológicos e sociais que envolvem o diabetes, poder-seia dizer que hoje a tríade deveria mudar para insulina/automonitorização glicêmica/educação em diabetes, incluindo em educação a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas famílias. Insulinoterapia : A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/ trabalho, atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente epela família. • DM 2: *Mudança no estilo de vida, incluindo perda de peso supervisionada por médico, restrição calórica, dieta baseada em vegetais e evitando gordura trans ou saturada, atividade física moderada com supervisão médica, 7 horas de sono e cessação tabágica. *Individualização do alvo da hemoglobina glicada. Pacientes de baixo risco para hipoglicemia devem ter como alvo hemoglobina glicada de até 6,5 %. @majunamed Enquanto pacientes com doenças graves concomitantes e de alto risco para hipoglicemia não devem perseguir esse alvo terapêutico, sendo tolerável a hemoglobina glicada entre 7 e 8 %. *Controle da glicemia de jejum e da glicemia pós-prandial. Glicemia de jejum ideal deve ser mantida abaixo de 110 mg/dL e glicemia pós-prandial (2-horas após refeição) abaixo de 140 mg/dL. *A escolha do tratamento deve ser individualizada com base nas características do paciente, impacto no orçamento, restrições individuais e preferencias. *Diminuir o risco de hipoglicemia. *Diminuir o risco de ganho de peso: uso de tratamento medicamentoso ou cirúrgico se necessário e indicado deve ser tratado prioritariamente. *Deve-se considerar que o custo da doença que é muito maior que apenas a compra das medicações *As opções de tratamento devem considerar a hemoglobina glicada (A1C) inicial. HbA1C < 7,5%: Iniciar tratamento em monoterapia; HbA1c ≥ 7,5%: Iniciar tratamento em terapia combinada, preferencialmente, metformina + agente de 2ª linha (podendo ser considerada a insulina); HbA1C ≥ 7,5% mantida após 3 meses de tratamento: avaliar associar outro hipoglicemiante oral ou insulina. A insulinoterapia sempre se inicia apenas com o controle basal com insulina de longa duração e se intensifica quando alvo não atingido, devendo-se iniciar o controle prandial com insulina rápida. *Manejo clínico deve incluir também tratamento da hipertensão arterial e dislipidemia. Sendo as classe terapêuticas mais recomendadas, os inibidores da enzima conversora de angiotensina ou os bloqueadores do receptor de angiotensina. Visando alvo terapêutico menor que 130 x 80 mmHg *O controle da dislipidemia (alteração dos níveis séricos de lipídeos) com hipolipemiantes orais também está indicado, pelo risco de doença cardiovascular do paciente (arteriosclerose) *Tratamento deve ser monitorado frequentemente (a cada 3 meses) até estabilidade, podendo ser espaçado posteriormente. *O tratamento deve ser o/ mais simples possível para melhorar a aderência. *Drogas aprovadas em hierarquia de preferência (que considera a eficácia e a ocorrência de efeitos adversos) são: 1. Metformina; 2. Agonistas GLP-1 (Exenatida, Liraglutida, Lixisenatida); 3. Inibidores SGLT-2 (Canagliflozina, Dapagliflozina, Empagliflozina); 4. Inibidores DPP-IV (Gliptinas: Saxagliptina, Sitagliptina, Vildagliptina); 5. Glitazonas (Pioglitazona); 6. Inibidores da alfa-glucosidase (Acarbose); 7. Sulfoniureias (Glibenclamida, Glimepirida, Gliclazida) / Glinidas (Nateglinida, Rapaglinida). Obs: de 2 a 7 são indicados em caso de efeitos adversos e comorbidades. @majunamed 7) Explique a técnica correta de glicemia capilar, e o manuseio do glicosímetro. • A técnica de glicemia capilar é efetuada com a inserção de uma gota de sangue capilar em uma fita biossensora descartável contendo glicose desidrogenase ou glicose oxidase acoplada a um dispositivo médico, o glicosímetro. • Após sofrer ação enzimática, há uma reação eletroquímica diretamente proporcional à concentração de glicose. A maioria dos glicosímetros utilizados quantifica glicose plasmática, e a faixa de medição vai de 10 a 600 mg/dL (dependendo da marca do monitor). • Esse método é bastante útil na avaliação do controle glicêmico, de modo complementar a dosagem de HbA1c (hemoglobina glicada), permitindo aos próprios pacientes identificarem a glicemia capilar (GC) em diversos momentos do dia e corrigirem rapidamente picos hiperglicêmicos ou episódios de hipoglicemia. Essa técnica possibilita a observação de padrões de glicemia em determinados horários do dia e a avaliação da variabilidade glicêmica (VG). TÉCNICA REALIZADA NO PACIENTE • Realizar a higienização das mãos; • Realizar a desinfecção da bandeja com o desinfetante hospitalar de superfícies fixas; • Separar o material necessário na bandeja; • Certificar-se de que a fita reagente está na validade; • Orientar o paciente sobre o procedimento; • Realizar a higienização das mãos; • Calçar as luvas de procedimento; • Ligar o aparelho e posicionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a deposição da gota de sangue no local adequado; • Segurar a lanceta sem tampa e fazer uma leve pressão na ponta do dedo escolhido de modo a favorecer o seu enchimento capilar; • Com a outra mão limpar a área com algodão embebido em Álcool a 70% ou Clorexidine alcoólico 0,5%, após secar o local com algodão limpo e seco ; • Com a lanceta ou agulha estéril fazer uma punção na ponta lateral do dedo escolhido, onde a dor é minimizada; • Lancetar o dedo e obter uma gota suficiente para preencher o campo reagente; • Colocar a gota de sangue na tira, caso não seja possível conseguir a gota de sangue, repetir o procedimento; • Pressionar o local da punção com algodão até hemostasia; • Atentar para parada de sangue do paciente em uso de anticoagulantes; • Informar o resultado obtido ao paciente; • Desprezar a fita reagente e a lanceta na caixa específica para material perfuro cortante; • Limpar o glicosímetro com algodão embebido com solução de Incidin e guardá-lo; • Retirar as luvas; @majunamed • Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha e guardar em local apropriado; • Realizar a higienização das mãos; • Registrar o valor obtido no prontuário do paciente, acompanhado de observações de sinais e sintomas apresentados; • Observação: Revezar o local da punção a cada novo teste. 8) A glicemia capilar é um método eficaz para o controle da glicose? Cite outros exames responsáveis por fazer o controle glicêmico. O automonitoramento domiciliar da glicemia (AMGC) permite que os próprios pacientes identifiquem a glicemia capilar em diversos momentos do dia e, assim, podem corrigir rapidamente picos hiperglicêmicos ou quadros de hipoglicemia. A AMGC é atualmente preconizada para pacientes com DM tipo 1 e aqueles com DM tipo 2 em uso de insulina. Nesses indivíduos, o método permite redução do risco de hipoglicemias e pode ser usado para tomada de decisão sobre a dose de insulina a ser utilizada em tempo real. - Hemoglobina glicada (HbA1c) – permite a avaliação do controle glicêmico a longo prazo. Como as hemácias são livremente permeáveis à glicose, a medida da HbA1c reflete o histórico da glicemia ao longo de 120 dias prévios, tempo de vida dos eritrócitos. É realizado, principalmente, pela cromatografia liquida de alta performance. - Sistema de monitoramento contínuo da glicose – mede continuamente a glicose no liquido intersticial, o que pode identificar tendências no perfil glicêmico que não tenham sido identificadas pela AMGC. Esse tipo de exame funciona a partir da implantação de um sensor no tecido subcutâneo, que transmite informações a um aparelho monitor. - Frutosamina – mede a glicação das proteínas séricas de modo geral, a principal é a albumina. - 1,5 Anidroglucitol – é um indicador de hiperglicemia pós-prandial (após refeição). - Albumina glicada – a dosagem da albumina glicada funciona de maneira análoga a da hemoglobina glicada. 9) Quais são os efeitos do crescimento populacional com DM para a saúde pública no Brasil? Além de representar uma importante carga financeira para indivíduos com a doença e suas famílias, em razão dos gastos com insulina, antidiabéticos orais e outros medicamentos essenciais, o diabetes também tem um relevante impacto econômico nos países e nos sistemas de saúde. Isso decorre de maior utilização dos serviços de saúde, perda de produtividade e cuidados prolongados requeridos para tratar suas complicações crônicas, como insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético. A maioria dos países despende em casos dediabetes entre 5 e 20% do seu gasto total com saúde. Com esse custo elevado, o diabetes e um importante desafio para @majunamed os sistemas de saúde e um obstáculo para o desenvolvimento econômico sustentável. Indivíduos com diabetes apresentam maiores taxas de hospitalizações em comparação com os que não tem diabetes, além de maior duração da hospitalização para um mesmo problema de saúde. No período de 1999 a 2001, no Brasil, a taxa de hospitalização por diabetes como causa principal foi de 6,4 por 10 mil habitantes para o ano de 2000. Podem ser citados os custos relativos aos cuidados médicos, os relacionados as incapacitações ou a morte prematura, os custos que indivíduos com diabetes enfrentam pessoalmente quando precisam alocar a renda pessoal e/ou familiar para pagar o tratamento à custa de outros investimentos pessoais, os custos do uso inadequado de recursos disponíveis e os custos da escassez de serviços para pacientes com diabetes (nem todos são assistidos). Os custos intangíveis, como dor, ansiedade, inconveniência e perda da qualidade de vida, também apresentam grande impacto na vida dos indivíduos com diabetes e de suas famílias e são difíceis de quantificar. 10) Qual a prevenção mais significativa que se recomenda para a diabetes? Prevenção efetiva significa atenção a saúde de modo eficaz. No diabetes, isso envolve prevenção do seu início (prevenção primaria), prevenção de suas complicações agudas e crônicas (prevenção secundaria) ou reabilitação e limitação das incapacidades produzidas pelas suas complicações (prevenção terciaria). Na prevenção primaria, busca-se proteger o indivíduo de desenvolver o diabetes, tendo ela importante impacto por evitar ou diminuir novos casos. Atualmente, a prevenção primaria do diabetes tipo 1 não tem base racional que se possa aplicar a toda a população. As intervenções populacionais ainda são teóricas e dependem de estudos que as confirmem. As proposições mais aceitáveis consistem em estimular o aleitamento materno e evitar a introdução do leite de vaca nos primeiros 3 meses de vida. Quanto ao diabetes tipo 2, condição na qual a maioria dos indivíduos apresenta obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia, as intervenções devem abranger essas múltiplas anormalidades metabólicas, o que, além de prevenir o surgimento do diabetes, evitaria doenças cardiovasculares e reduziria a mortalidade. Estudos clínicos randomizados e controlados30 mostram que indivíduos com maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 (glicemia de jejum alterada, tolerância a glicose diminuída ou ambas) podem diminuir a taxa de desenvolvimento do diabetes com algumas intervenções no estilo de vida. 11) Explique sobre a Diabete Gestacional e os fatores de risco para a mulher evoluir para essa doença. Diabetes mellitus gestacional: A gestação consiste em condição diabetogênica, uma vez que a placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas placentárias que degradam a insulina, com consequente aumento @majunamed compensatório na produção de insulina e na resistência à insulina, podendo evoluir com disfunção das células β. O DMG (diabetes mellitus gestacional) trata-se de uma intolerância a carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante a gestação atual, sem ter previamente preenchido os critérios diagnósticos de DM. O DMG traz riscos tanto para a mãe quanto para o feto e o neonato, sendo geralmente diagnosticado no segundo ou terceiro trimestres da gestação. Pode ser transitório ou persistir após o parto, caracterizando-se como importante fator de risco independente para desenvolvimento futuro de DM2. Vários fatores de risco são associados ao desenvolvimento de DMG, conforme o quadro abaixo: -Ganho excessivo de peso na gravidez atual, obesidade ou sobrepeso -Idade materna avançada -Deposição central excessiva de gordura corporal -História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau -Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual -Antecedentes obsterícos de abortamentos de repetição, malformação, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG -Síndrome dos ovários policísticos -Baixa estatura (menor que 1,5 m) 12) Quais são as medidas não farmacológicas adotadas para pacientes diabéticos? 1. Terapia nutricional: Incentivar a perda de peso estruturada em um plano alimentar reduzido em calorias associado a pratica de atividade física e de suma importância para aqueles com alto risco de desenvolver DM2 com sobrepeso ou obesidade. Assim, a alimentação do diabético deve ser individualizada de acordo com as necessidades calóricas diárias, atividade física e hábitos alimentares. Tal fato reduz risco para doença cardiovascular também, diminuindo a obesidade, a dislipidemia e a hipertensão arterial, além de melhora de sensibilidade à insulina e redução da hiperglicemia. Somado a isso, sabe-se que dietas low carb são de fundamental importância para diabéticos, reduzindo a porcentagem de carboidratos ingeridos diariamente pelo indivíduo. 2. Redução de consumo de gorduras: Outro fator de risco para a DCV (Doença Cardiovascular) no paciente com diabetes e o padrão dietético, na qual predominam o alto consumo de SFA (ácido graxo saturado ou saturared fatty acids), gordura trans e carboidrato simples. O consumo elevado desses macronutrientes aumenta lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), resistência a insulina, pressão arterial, estresse oxidativo, inflamação e reduz níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Todos esses fatores de risco para DCV aumentam o desenvolvimento de placa @majunamed aterosclerótica independentemente da idade e sexo dos indivíduos, aumentando o risco de mortalidade precoce. 3. Perda de peso: Em indivíduos adultos com DM2 e sobrepeso ou obesidade, a manutenção de uma perda de peso modesta, em torno de 5% do peso inicial, tem demonstrado bons resultados no controle glicêmico e na redução da necessidade de medicamentos antidiabéticos. Além disso, há evidencias de que a manutenção da perda de peso pode retardar a progressão de pré-diabetes para DM2. 4. Exercício físico: A prática de exercício físico e determinante na prevenção do diabetes tipo 2 e no tratamento de todas as formas de diabetes mellitus (DM). Benefícios adicionais incluem a redução do risco cardiovascular, promoção do bem-estar e controle do peso corporal e da adiposidade. Ultrapassadas as barreiras, o exercício físico adequadamente prescrito e executado proporciona grandes benefícios aos indivíduos com DM, constituindo uma ferramenta imprescindível para o manejo metabólico. O comportamento sedentário, especialmente o hábito de assistir à televisão, encontra-se associado ao aumento significativo do risco de desenvolver DM2 e obesidade, enquanto que uma atividade física leve ou moderada diminui esse risco, mostrando que um estilo de vida relativamente ativo pode prevenir muitos novos casos de DM2. A pessoa que abandona o sedentarismo pode diminuir em até 40% o risco de morte por doenças cardiovasculares e, associando os exercícios a uma dieta equilibrada, adequada, é capaz de reduzir em até 58% o risco de progressão do diabetes tipo 2, demonstrando que uma pequena mudança no comportamento pode provocar grande melhora na saúde e qualidade de vida.
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