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Silvicultura: Sistemas Silviculturais, Agroflorestais, Restauração e Fomento Florestal

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SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
SISTEMAS SILVICULTURAIS 
Alto fuste: implantação do sistema florestal em uma área em que não exista floresta ou em uma 
floresta reformada. Em qualquer uma das duas situações, isso inclui a etapa do plantio. Finalizando 
o ciclo, essas árvores serão cortadas, a madeira colhida e o sistema se renova com o plantio de 
novas mudas. 
CICLOS DE ALTO FUSTE 
 Um alto fuste para madeira fina é um ciclo de produção que dura de 6 a 8 anos até a 
colheita (média de 7 anos). Esse ciclo de madeira fina pode ser utilizado para a produção de 
celulose, carvão, lenha e painéis. Nessa primeira sequência para a produção de madeira fina, 
tratando-se de um alto fuste, todo um preparo se faz necessário para a implantação do sistema. 
É necessário realizar o controle de plantas invasoras com roçagem e/ou aplicação de herbicidas 
na área total, o controle de formigas e cupins, o preparo do solo com subsolagem (em alguns 
casos, com adubação de base), coveamento mecânico ou manual, até o plantio (com espaçamento 
de 4,5 a 9,0 m² por planta). Há ainda, durante o plantio, a adubação de base (covetas laterais ou 
em filete contínuo no sulco de subsolagem), o replantio (>5% de falhas), controle de plantas 
invasoras (até 4-6 meses para eucalipto e 2-3 anos para pinus), adubação de cobertura (parcelar 
em 2-3 aplicações, fontes solúveis: N, K e B) e o controle anual de formigas e cupins. No alto 
fuste, temos um período chamado “tempo de espera” entre o término de um ciclo e a reforma e 
implantação de um novo ciclo. 
 Numa segunda sequência de alto fuste para a produção de madeira grossa, o ciclo de 
produção pode durar até 20 anos até a colheita da madeira para a serraria. São realizadas as 
mesmas atividades de preparo para a implantação do sistema, como realizado na sequência 1, 
que vem seguida das etapas de desrama baixa, desbaste gradativo para reduzir o número de 
árvores por hectare e a desrama alta. O desbate gradativo tem como objetivo permitir o 
crescimento das árvores em diâmetro, aumentando incidência de luz, espaço, dentre outros 
fatores necessários ao crescimento. Já as desramas buscam impedir a formação de nós, que 
desvalorizam a madeira. O mais comum é que seja realizado uma desrama baixa e uma desrama 
alta. Importante: após o término do desbaste, tem-se um menor volume de madeira total em 
comparação ao volume total antes do desbaste, mas a madeira do fim de ciclo é mais valorizada 
economicamente. 
 Ao final da colheita, reformando o plantio e replantando a área, um novo ciclo de alto fuste 
(reforma florestal) pode ser iniciado, tanto para madeira fina, quanto para madeira grossa. Durante 
esse ciclo, novas atividades passam a fazer parte do manejo dessa área, como o rebaixamento de 
toco, caso o toco deixado durante a colheita seja muito alto e o manejo dos resíduos vegetais, 
como galhada, casca e serrapilheira. Depois de sete anos decorridos nesse sistema de alto fuste, 
pode-se implantar uma talhadia sob alto fuste para madeira fina ou madeira grossa por um único 
ciclo (7 anos) a partir dos brotos remanescentes da colheita do alto fuste anterior. Além de ter 
um único ciclo a partir dos brotos remanescentes, pode-se implementar a talhadia de forma 
permanente, realizando várias rotações. Nesse último caso, somente é possível implementar para 
a produção de madeira fina para carvão, lenha, painéis e celulose. Tanto para a talhadia sob alto 
fuste, quanto para a talhadia sucessiva, é necessário inserir a desbrota durante o manejo da área. 
Essa desbrota será realizada de 12 a 18 meses pós-colheita, no caso do eucalipto, deixando de 
um a dois brotos para que se transformem em novas árvores. 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
Talhadia: não há produção de mudas e preparo do solo. Não há reforma depois da colheita da 
madeira, o que ocorre é a condução dos brotos dessas árvores cuja madeira foi colhida. Para que 
esse sistema possa ser utilizado, é necessário levar em conta que as espécies utilizadas sejam 
capazes de brotar (ex. Eucalipto. Pinus não brota, não é possível ser utilizado no sistema de 
talhadia). 
 Vantagens da talhadia: 
a. Alta taxa de crescimento inicial: o toco remanescente já tem um sistema desenvolvido o 
que torna o desenvolvimento inicial pós-colheita mais rápido; 
b. Maior proteção do solo: o sistema radicular já está desenvolvido, já existe serrapilheira 
do ciclo de desenvolvimento anterior, protegendo o solo; 
c. Menor custo de formação: como grande parte das atividades de manejo envolvem o 
plantio de mudas, nesse caso, o custo para formação e implementação será menor, 
considerando que todo o manejo inicial já foi realizado; 
d. Inúmeras espécies florestais brotam. 
 
Os sistema de talhadia podem ser simples ou composto. Na talhadia simples é realizado um 
sistema de corte raso visando a produção de madeira para fins menos nobres (menor valor de 
mercado). Dentre as vantagens da talhadia simples: menor custo e menor número de 
intervenções, corte simples de fácil regeneração quando comparado ao alto fuste, fornecimento 
de produtos em menor tempo, antecipando a geração de receitas. Já as desvantagens são: a não 
produção de maneira de qualidade e de menores dimensões, o sucesso financeiro depende da 
situação do mercado para os produtos produzidos, grande extração de nutrientes do solo devido 
ao alto volume de produção em ciclos menores tornando necessária a adubação constante e a 
baixa variabilidade de material genético, devido a condução da mesma variedade por ciclos 
sucessivos. 
Na talhadia composta parte das árvores não são colhidas, sendo deixadas para a produção de 
madeira grossa para a serraria, misturando árvores formadas a partir da brotação das cepas 
crescendo sob um dossel de árvores originalmente obtidas pela reprodução de alto fuste. As 
vantagens da talhadia composto é a madeira de usos múltiplos, a diversidade de materiais e 
produtos (lenha, poste, madeira para serraria, etc), melhor cobertura do solo, boa aparência 
estética da floresta e manutenção da fauna silvestre local. Já as desvantagens, temos a dificuldade 
da colheita, um menor crescimento do sub-bosque abaixo do dossel superior e a maior dificuldade 
de aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
Fatores que podem afetar a brotação das cepas 
Durante a condução da talhadia, uma série de fatores pode influenciar na condução do 
sistema. 
 
Fonte: Stape, 1997. 
 
Alguns fatores que interferem na brotação podem ser manejados e administrados pelo produtor. 
Algumas ações durante o manejo de pré-brotação são importantes: 
 Técnicas de manejo: pré brotação 
1. Manejo de pragas florestais; 
2. Idade de corte e diâmetro da cepa: árvores mais velhas tem menor potencial para 
brotações. Quanto mais juvenil a árvore, maior será seu desempenho nas brotações. Por 
isso a talhadia é recomendada para ciclos mais curtos (7 anos); 
3. Altura de corte: quanto maior a altura de corte, maior o número de gemas ativas deixadas 
no toco e, consequentemente, maior será o desempenho na árvore nas brotações. Em 
contrapartida, tocos mais altos dificultam a mecanização da área. É preciso analisar 
cuidadosamente; 
4. Limpeza; 
5. Época de corte; 
6. Adubação. 
 
ATIVIDADES DE MANEJO 
Desrama 
 A desrama consiste na retirada de ramos laterais do tronco da árvore, visando a qualidade 
da madeira. O objetivo é produzir madeira limpa, sem a presença de nós e, dessa forma, aumentar 
sua valorização para fins de serraria e laminação. A desrama pode ocorrer de forma natural, pela 
senescência, morte e posterior desprendimento da árvore, ou artificial, através da remoção de 
galhos vivose mortos até determinada altura da base da árvore (MONTAGNA et al., 1976). 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
 Em relação às espécies florestais cultivadas, sabe-se que algumas podem apresentar 
desrama natural de forma mais intensa, como as do gênero Eucalyptus, em comparação com as 
do gênero Pinus e a Tectonia grandis (Teca). 
 Normalmente, a desrama ocorre de 3 em 3 metros, devido ao comprimento da madeira 
comercializada. A primeira desrama é feita a 3 metros, a segunda a 6 e, assim, sucessivamente. 
O recomendado é que a desrama não retire mais que 35-40% da copa viva. Com relação à idade, 
a primeira desrama deve ser definida com base no crescimento em altura das árvores e suas 
copas e na quantidade de operações necessárias para que se obtenha uma tora com madeira 
limpa que, geralmente, é de 6 metros. No Eucalipto, por exemplo, a primeira desrama pode ser 
realizada entre 15 e 18 meses, quanto as árvores estão se aproximando dos 10 metros de altura. 
 A primeira desrama irá variar de 2,5 a 3 metros. São retirados todos os galhos verdes e 
secos, se limitando ao máximo de 40% da copa viva. Os galhos devem ser cortados rentes ao 
tronco, evitando a ocorrência de “cabides”, “chupetas”, tocos de galhos e ferida na casca das 
árvores. A segunda desrama é realizada até 6 metros de altura, podendo ser realizada por volta 
dos 30-36 meses. 
 A desrama acima de determinadas alturas (5-8 metros) torna-se mais onerosa e menos 
ergonômica para os trabalhadores, aumentando a possibilidade de uma menor qualidade do 
serviço. Para desrama de galhos de até 50mm de diâmetro são utilizadas tesouras de poda ou 
serras manuais (exigem menor esforço físico). 
 
Desbaste 
 Consiste na remoção de proporção de árvores de um povoamento, buscando promover 
maior espaço entre as árvores e o aumento da produção total comercial devido a produção 
intermediária de madeira. O maior espaçamento entre as árvores redistribui o potencial de 
crescimento do povoamento para as remanescentes, permitindo um crescimento em diâmetro 
dessas árvores. O desbaste pode ser feito com base na classificação em classes de copas. Nesse 
caso, pode-se observar características qualitativas, como a posição ocupada e a dimensão da 
copa, o estado de sanidade e as condições do tronco. Nesse critério, teremos árvores dominantes, 
árvores intermediárias e árvores suprimidas. Essa heterogeneidade ocorre quando as árvores são 
originadas de sementes. 
 O desbaste pode ser comercial, se existir mercado para o material colhido ou não 
comercial, se as árvores removidas não forem comerciais. Quanto aos tipos e métodos, o 
desbaste pode ser por baixo, pelo alto ou mecânico (Smith, 1996). No desbaste por baixo as 
piores árvores são retiradas, pelo alto as melhores são retiradas e vendidas antecipadamente para 
permitir o desenvolvimento das “piores” árvores. Esses dois tipos são desbastes seletivos, 
enquanto o desbaste mecânico é um desbaste de rearranjo do espaçamento das árvores, sem 
critério qualitativo. 
 O desbaste por baixo tem como vantagens sua simplicidade de realização, fácil 
treinamento da equipe e pode ser sempre realizado. Mas sua desvantagem é que as árvores 
podem não ter utilização e mercado. O desbaste pelo alto elimina as árvores mais altas 
(dominantes e codominantes), o que traz a vantagem de que essas madeiras serão fonte de renda 
imediata tendo em visto sua alta qualidade e a desvantagem, com a queda, essas árvores podem 
gerar dano às árvores remanescentes. Por fim, o desbaste mecânico é realizado em áreas mais 
homogêneas. É um desbaste geométrico, mexendo no espaçamento pré-determinado ou linhas e 
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Resumo por Mayhara da C. Pereira 
é utilizado em povoamentos jovens onde tem-se copas menores. É de fácil realização mas acaba 
removendo até mesmo as melhores árvores do povoamento. Há ainda o desbaste misto, que 
consiste na realização dos diferentes tipos de desbaste existentes em um mesmo povoamento. 
 Quanto aos efeitos do desbaste, a técnica estimula o crescimento em diâmetro das 
árvores remanescentes, disponibiliza recursos, aumenta a área basal individual, forma madeiras 
com menos rachaduras, mais maduras e valorizadas, e a ciclagem de nutrientes. 
 
 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
SISTEMA AGROFLORESTAIS 
INTRODUÇÃO E CONCEITOS 
 A importância dos sistemas agroflorestais 
 Nos sistemas agroflorestais (SAFs) temos a associação do componente florestal, o 
componente agrícola e o componente forrageiro animal e essa associação pode ser feita no 
mesmo momento ou em momentos diferentes. Esses sistemas possuem diferentes graus de 
diversificação, a depender do interesse do agricultor e do tamanho da área, impactando de 
diferentes formas de acordo com o grau de biodiversificação. Os sistemas agroflorestais mais 
sustentáveis são aqueles que consideram o aspecto ambiental, econômico e também o social. 
Atualmente, existe um expressivo aumento por parte dos produtores pelos sistemas agroflorestais 
devido a grande variedade de atividades que podem ser desenvolvidas concomitantemente em 
uma mesma área. Um exemplo é o interesse de produtores interessados na produção de madeira 
devido a diminuição da oferta da madeira oriunda de florestas nativas, associada ao aumento da 
demanda de madeira para várias finalidades o que eleva o custo desse material no mercado, 
tornando a atividade atrativa economicamente. Os SAFs vem crescendo juntamente com esse 
interesse, tendo em vista que permitem a otimização da propriedade, mantendo atividades 
agrícolas e/ou pecuárias juntamente às atividades florestais, dando oportunidade aos produtores 
de se inserirem no mercado comercial de madeira. 
 Existem diferentes termos na literatura para conceituar a definir os sistemas 
agroflorestais, um deles é a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta – ILPF. Bene et al. (1977) 
diz que “Agrofloresta é um sistema de manejo sustentável da terra que aumenta a produção total, 
combinando cultivos agrícolas, culturas perenes (frutíferas), essências florestais e/ou animais, 
simultânea ou sequencialmente, aplicando práticas de manejo compatíveis com o padrão das 
populações locais”. Outra definição, proposta por Daniel et al. (1999) diz que “Sistemas 
agroflorestais são formas de uso da terra que envolvem deliberada retenção, introdução, ou 
mistura de árvores ou outras plantas lenhosas nos campos de produção agrícola/animal, visando 
obter benefícios resultantes das interações econômicas, ecológicas e sociais". 
 São exemplos de mistura espacial em SAF o plantio de eucalipto com o gado de leite, 
eucalipto com plantio de milho. Há também a mistura sequencial. Tomemos como exemplo o 
plantio de milho com eucalipto: nesse caso, temos uma mistura espacial, com o milho e o 
eucalipto simultaneamente na área. Após a colheita do milho, pode-se inserir o gado nessa mesma 
área, caracterizando uma mistura sequencial (gado-milho). Normalmente, no SAF, temos mais de 
uma espécie de interesse econômico. Isso diminui os riscos do empreendimento, para o caso de 
uma espécie estar sem mercado em algum determinado momento, garantindo renda ao produtor 
de forma constante. 
 Os sistemas agroflorestais podem ser classificados de acordo com as relações entre os 
sistemas que o compõem. Um sistema silviagrícola/agrossilvícola/agrossilvicultural é aquele 
que possui integração entre os componentes agrícola e o componente florestal. Já um sistema 
silvipastoril é aquele em que ocorre a integração entre o componente florestal e o componente 
animal. Quando os três componentes se integram, chamamos de sistema agrossilvipastoril. 
 
 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DEJANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
 
 Potencial de utilização dos sistemas agroflorestais 
 Sistemas agroflorestais possuem um alto potencial de utilização, sendo uma alternativa 
para a produção sustentável. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, que possui grande 
quantidade de pequenas/médias propriedades (88% de estabelecimentos rurais com até 4 
módulos fiscais) e um grande número de áreas degradadas, o SAF é uma excelente alternativa 
para uma recuperação dessa área. Além disso, há incentivos do governo para a implementação 
de sistemas agroflorestais. 
 
 Principais influências do componente arbóreo no SAF 
 Para a implantação de sistema agroflorestais, é preciso considerar alguns fatores de 
relacionamento para a escolha das espécies. O componente arbóreo pode influir no 
desenvolvimento do componente vegetal herbáceo em diferentes aspectos: as raízes podem 
competir, a copa das árvores intercepta a luz, reduzindo a quantidade de luz necessária para a 
fotossíntese do componente agrícola, podendo prejudicar o crescimento da espécie agrícola 
utilizada. É preciso considerar a tolerância ao sombreamento das culturas agrícolas e das 
pastagens que serão implantadas no sistema. 
 
 Funções do componente arbóreo nos SAFs 
 As árvores desempenham três importantes papéis nos sistemas agroflorestais: ambiental, 
econômico e social. Dentro do papel ambiental desempenhado por elas, temos impacto no solo, 
na água e na fauna. No solo, as árvores são as responsáveis por formarem a serrapilheira, 
fundamental para proteção do solo e seu enriquecimento, retornando a matéria orgânica para a 
terra e reduzindo a necessidade de adubação do solo. Também por conta da presença da 
serrapilheira, as árvores aumentam a capacidade de infiltração da água no solo, reduzindo a erosão 
por lixiviação. Para a fauna, as árvores servem de abrigo e fornecem alimentação. Quanto ao papel 
econômico desempenhado pelas árvores, a produção de madeira constitui uma “poupança verde” 
a médio e longo prazo. Já o papel social, está ligado à regulação do clima e ao sequestro de 
carbono. Árvores retém o CO2 liberado na atmosfera, transformando-o em biomassa para o seu 
crescimento. Além disso, retém umidade, equilibrando a temperatura e a umidade relativa do ar. 
 
 Agricultura Sintrópica 
 A Agricultura Sintrópica é um modelo de agricultura desenvolvido por Ernst Götsch, que 
faz uso de processos naturais nas práticas agrícolas, tanto em sua forma, quanto em sua função 
e dinâmica. Nesse modelo de agricultura, as áreas são extremamente produtivas sem a utilização 
de insumos externos, buscando replicar a dinâmica da floresta. O plantio é orientado pela 
sucessão natural e pela estratificação, respeitando e prezando pela função ecofisiológica de cada 
componente e garantindo que sejam inseridas espécies que serão componentes dos níveis dos 
Sistemas de Placenta, de Acumulação e de Abundância (ou Escoamento), fundamentos básicos 
criados por Ernst. 
Dentre as vantagens do modelo estão a capacidade de recuperar áreas degradas com a 
viabilidade econômica para o produtor, devido a colheita constante decorrente da diversidade de 
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Resumo por Mayhara da C. Pereira 
plantas plantadas; há aumento da biodiversidade o que permite o controle de pragas e doenças 
graças ao equilíbrio biológico, menor gasto com água quando comparado ao plantio convencional 
e maior valor nutricional dos produtos. Dentre os entraves, temos a falta de interesse e 
conhecimento sobre os benefícios da prática e a carência de capacitação técnica para replicação 
do conceito em outras áreas. 
 
RESTAURAÇÃO FLORESTAL 
 A restauração florestal é a atividade que consiste na recuperação de áreas degradas e na 
reparação de danos provocados pelo homem aos ecossistemas. O guia criado pela Sociedade 
Internacional de Restauração Ecológica, “Os Princípios da SER Internacional sobre a Ecologia de 
Restauração”, define a restauração “como uma atividade intencional que inicia ou acelera a 
recuperação de um ecossistema no que diz respeito à sua saúde, integridade e sustentabilidade”. 
O processo de restauração florestal é dividido em 3 fases: a estruturação, a consolidação e a 
maturação. Na fase de estruturação há predomínio de espécies pioneiras, na consolidação de 
espécies secundárias e na maturação de espécies clímaces. As espécies pioneiras criam as 
condições florestais, as secundárias garantem essas condições para que as espécies clímaces se 
desenvolvam em sua complexidade. 
Fase de Estruturação: na estruturação, ocorre a introdução ou favorecimento de espécies 
florestais, a criação de um dossel e habitat florestal, eliminando plantas competidoras, 
desenvolvimento da estrutura da floresta e a atração de dispersores e chegada de novas espécies. 
Fase de consolidação: a consolidação garante a sobrevivência do habitat florestal por um tempo 
suficientemente longo para permitir a continuidade do processo de restauração. Nessa fase ocorre 
a morte gradual das espécies do dossel inicial, a criação de um novo dossel de árvores 
secundárias e manutenção do habitat florestal. Com isso, microhabitats são criados, com oferta 
de alimento para a fauna, atração de dispersores e chegada de novas espécies. Aqui ocorre a 
regeneração natural autóctone. 
Fase de maturação: aqui o dossel é dominado por espécies clímax e ocorre um gradual 
enriquecimento de espécies de lei. Nessa fase ocorre o aumento da complexidade e acumulação 
de diversidade. A maturação é a gradual acumulação que vai levar à criação de uma floresta 
restaurada semelhante às florestas maduras naturais. 
 Para que um método de restauração seja indicado, é preciso que haja uma primeira etapa 
de diagnóstico no modelo de restauração. Após a avaliação, é feita a prescrição do método 
proposto, para posterior execução e avaliação. Dentre os diferentes métodos de restauração, 
temos a condução da regeneração natural, a nucleação, a semeadura direta, o plantio de mudas 
e alguns outros. A regeneração natural é o método mais barato, mas não é aplicável em qualquer 
área. 
Na nucleação a recuperação se baseia em estudos da vegetação remanescente de uma 
área degradada, representada por pequenos fragmentos que atuam como núcleo de expansão da 
vegetação. Esse método apresenta maior indicativo de sucesso, custo reduzido, prioriza a 
diversidade biológica mas é um processo lento. A nucleação pode ser feita através de diferentes 
técnicas, dentre elas a transposição do solo e os poleiros artificiais. Na transposição do solo, 
pequenas porções da camada superficial do horizonte orgânico de um solo não degradado, com 
sucessão mais avançada e com potencial de recolonização da área, com sementes, 
SILVICULTURA BÁSICA – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – GRAD. EM AGRONOMIA 
Resumo por Mayhara da C. Pereira 
microrganismos e propágulos de espécies vegetais pioneiras são reintroduzidos na área em que 
se busca realizar a restauração. Com isso, diversas espécies da micro, meso e macrofauna e flora, 
importantes na ciclagem de nutrientes, na reestruturação e fertilização do solo, agem no processo 
de restauração. 
 Já na nucleação por poleiros artificiais, o objetivo é propiciar ambientes de pouso para 
animais dispersores de sementes, como aves e morcegos, que eliminarão as sementes através 
da defecação. Essa é considerada uma das formas mais eficientes para aumentar o aporte de 
sementes nas áreas e considera as baixas taxas de chegada de sementes como o principal fator 
limitante da regeneração de áreas degradadas. Esse método acelera a sucessão inicial, 
aumentando a diversidade de espécies e a quantidade de sementes em 150 vezes, principalmente 
de espécies pioneiras. 
 Grande parte da restauração florestal no Brasil ocorre em áreas de pastagem degradada 
(75%). A prescrição dométodo sempre começará pela avaliação do potencial de regeneração 
natural da área, visando o barateamento da implantação do método. Se a área possui alto potencial 
para regeneração natural, esse será o método implantado. Em área com pouco e/ou médio 
potencial de regeneração natural, pode-se realizar a condução da RN com plantio de 
enriquecimento. Para áreas sem potencial, recomenda-se o plantio total através do método ideal, 
considerando a área, tamanho e poder aquisitivo do produtor. 
 Para a execução do método, é necessário realizar um planejamento, traçar uma estratégia 
de ação e avaliar os recursos disponíveis para aplicação do método de regeneração. Após a 
execução, temos a etapa de avaliação que consiste na avaliação e julgamento do sucesso ou 
insucesso do método implementado para que sejam tomadas medidas corretivas, caso 
necessário. 
 Existem alguns obstáculos durante a restauração florestal. Dentre as restrições físicas, 
temos a topografia, a drenagem (altura do lençol freático). E há também as restrições legais: 
existe uma exigência por parte dos órgãos ambientais quanto ao uso exclusivo de algumas 
espécies que não levam em consideração a potencialidade de revegetação, restrição quanto à 
altura das plantas (vista panorâmica), fontes de semente e uso de fertilizantes e herbicidas. Esses 
obstáculos de restauração influenciam diretamente no custo de restauração. A declividade, a 
precipitação e a capacidade de regeneração são fatores que impactam diretamente no custo da 
restauração. Os custos básicos de restauro variam de 0 (regeneração natural passiva) até R$ 30 
mil. Alguns custos efetivos compreendem: 
a. Custos fixos materiais (cerca e aceiro): R$ 1.000 – 1.700/hectare 
b. Custos fixos de inteligência (diagnóstico e recomendação técnica, gestão e 
monitoramento): R$ 500-1.600/hectare 
c. Custo de oportunidade da terra 
 
FOMENTO FLORESTAL 
 A silvicultura econômica consiste na “atividade de implantação, manejo e colheita de 
povoamentos florestais plantados visando o aproveitamento e manutenção racional dos ativos 
florestais em função do interesse econômico, ecológico, científico, social e da demanda de 
mercado. A Lei nº 5.067, de 09 de julho de 2007 - Dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-
econômico do Estado do Rio de Janeiro e define critérios para a implantação da atividade de 
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Silvicultura Econômica no Estado do Rio de Janeiro e o Decreto nº 45.597 de 10 de março de 
2016 - Define as áreas destinadas aos DISTRITOS FLORESTAIS no estado do Rio de Janeiro. 
Foram, então, criados cinco distritos florestais no Rio de Janeiro a partir dessa lei. Distritos 
florestais são áreas de grande potencial para implantação e desenvolvimento de atividades de 
silvicultura econômica, instituída pelo poder público para fomento florestal e recuperação de áreas 
degradadas e/ou abandonadas, a fim de incorporá-las ao processo produtivo com plantios 
florestais. 
 Fomento consiste no estímulo, no incentivo e na promoção de uma determinada atividade. 
Esse fomento pode vir da esfera pública ou privada. Da pública, algumas das medidas que podem 
ser tomadas são a renúncia fiscal/incentivo fiscal, linhas de financiamento e concessões. Na 
privada, temos os contratos de compra, a disponibilidade de crédito e o contrato de 
parceria/arrendamento. Silva (2008) define fomento florestal como “o conjunto de ações 
administrativa e técnicas que estimulam o plantio de espécies arbóreas no raio econômico de um 
determinado interessado maior, em ambientes rurais e, ou, periurbanos, com observância da 
legislação pertinente”. Dentre as suas funções, podemos citar: 
a. Suprir a escassez de madeira industrial; 
b. Mecanismo estratégico e de novas oportunidades; 
c. Desenvolvimento econômico, ambiental esocial; 
d. Evolução dos conceitos de gestão florestal. 
Diferente da extensão rural, que parte do princípio que a própria comunidade vai identificar 
seu objetivos, o fomento florestal tem um objetivo definido, fazendo o uso de técnicas estratégicas 
para alcançar esse objetivo em função do público alvo. O processo do fomento à extensão, passa 
pela comunicação florestal, que “é a difusão de dados e informações para um determinado 
público-alvo, feito por diferentes tipos de profissionais, não necessariamente ligados ao meio 
florestal” (Silva, 2008). Algumas das técnicas de comunicação florestal: 
 Via pessoal (Ex: conversa pessoal, visitas, agentes difusores, etc); 
 Via participativa (Ex: dia de campo, cursos, reuniões, torneio, etc); 
 Via escrita (Ex: carta, jornal, folder, panfleto, cartaz, faixa, etc); 
 Via auditiva (Ex: rádio, telefone, alto-falante, palestra, etc); 
 Via expositiva (Ex: feira, exposição, stands, maquete, etc); 
 Via festiva (Ex: show, festa, comemoração, teatro, etc); 
 Via visual (Ex: vídeo, televisão, videocurso, etc); 
 Via internet (Ex: e-mail, sites, lista de discussão, etc). 
A extensão florestal consiste na “difusão de dados e informações de interesse para algum 
público-alvo, realizada por profissionais do ramo florestal” (Silva, 2008). Um programa de fomento 
florestal passa pela identificação do problema e do público-alvo, pela análise de viabilidade técnica 
da espécie na região, pelo conhecimento dos custos do processo de produção, informações sobre 
o produto e o mercado, pelo domínio das técnicas de produção da cultura florestal de interesse, 
pelo conhecimento das possibilidades de financiamento e pelo domínio das técnicas de extensão 
e comunicação. 
O fomento florestal pode ser empresarial, público ou misto. O fomento florestal 
empresarial tem em seu histórico, na década de 70 e 80 o fomento de extensão, através de ações 
como o fornecimento de mudas, a prestação de serviços de assistência técnica e a preferência 
de compra. Já na década de 80, foi feito o fomento contratual, através do fornecimento de mudas 
e de insumos, prestação de assistência técnica, adiantamento de recursos financeiros, orientação 
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Resumo por Mayhara da C. Pereira 
para adequação ambiental e manejo e, por fim, a garantia de compra de madeira. Atualmente, o 
método adotado, é a poupança florestal. O fomento público vem através de incentivos fiscais, 
financiamento bancário, fornecimento de insumos e assistência técnica. Dentre os pontos 
positivos para o poder público, temos: 
 Aumento no recolhimento de impostos; 
 Aquecimento da economia; 
 Maior integração social; 
 Menor descumprimento da legislação ambiental; 
 Novas oportunidades comerciais. 
O fomento misto é realizado através da parceria entre o setor público e o privado, onde 
empresas entram com o recursos financeiro e os órgãos públicos com o fomento por meio das 
agências de extensão rural. Nesse modelo, temos o aumento da produção de madeira para fins 
industriais com reflorestamentos em pequena escala, a redução da degradação sobre os 
remanescentes de matas nativas e melhora da proteção ambiental do estado e o fortalecimento 
da capacidade gerencial dos órgãos do governo, como o IEF, DPRN, etc. 
 Com relação às obrigações do fomentador e do fomentado: 
FOMENTADOR FOMENTADO 
Assistência técnica e insumos para a produção 
de mudas 
Aderir ao termo de cooperação mútua 
Treinamento do técnico e encarregado do 
viveiro 
Seguir orientações técnicas (IEF e Prefeitura) 
e cronograma de plantio e manutenção 
Cadastro e acompanhamento técnico do plantio 
e manutenção junto com a prefeitura 
Preparo do solo para plantio 
 Combate de formigas, pragas e plantas 
daninhas 
 Realização de tratos silviculturais de 
manutenção, conforme recomendação 
 
 O Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF) tem a missão de fomentar o 
desenvolvimento de atividades florestais sustentáveis no Brasil e promover a inovaçãotecnológica 
no setor. É um fundo público de natureza contábil criado pela Lei de Gestão de Florestas Públicas 
Lei nº 11.284/2006 e regulamentado pelo Decreto Nº 7.167/2010. O Serviço Florestal Brasileiro é 
o gestor do FNDF. As áreas prioritárias para a aplicação de recursos são a pesquisa e 
desenvolvimento tecnológico em manejo florestal e a assistência técnica e extensão florestal. 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MONTAGNA, R. G. et alii Influência da desrama artificial sobre o crescimento e a qualidade da 
madeira de Pinus elliottii. Silvicultura em São Paulo, São Paulo (10): 
89-100, 1976. 
 
STAPE, José Luiz. Planejamento global e normatização de procedimentos operacionais da talhadia 
simples em Eucalyptus. Série técnica IPEF, v. 11, n. 30, p. 51-62, 1997.

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