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PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA AGROSILVOPASTORIL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
CAMPUS DE LARANJEIRAS DO SUL
MESTRADO EM AGROECOLOGIA E DESENVOLVIMENTO RURAL
SUSTENTÁVEL
ANELIZE DE SOUZA MULLER CAMPOS
FERNANDA PIRAN
TALYTA MYTSUY ZANARDINI GALESKI
PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA AGROSILVOPASTORIL
LARANJEIRAS DO SUL, 2016
Sumario
2
1. Introdução
A introdução ou reintrodução de espécies em sistema é fundamental para o
estabelecimento de um ecossistema sustentável, em função do aumento da sua
biodiversidade e melhora de fatores físico químicos que auxiliam na recuperação do
local (SESSEGOLO, 2006). A implantação de um sistema agroflorestal gera, dentre
outros, benefícios ecológicos, econômicos e sociais dentro de uma propriedade,
sendo que o sistema silvipastoril se baseia na inserção de animais e plantas em
sucessão ou simultaneidade dentro de uma área, de modo a beneficiar o produtor a
longo prazo (ZOOTEC, 2005).
Além da ampliação do uso da terra em questão o sistema silvipastoril,
proporciona benefícios ao solo, a microfauna e diretamente aos animais de grande
porte nele inseridos, através do controle da radiação solar direta, auxiliando no
controle não só da temperatura do ambiente, mas da temperatura corporal dos
animais (ZANIN, BICHEL, MANGILLI, 2016). Em seu trabalho Zanette e Kruger
(2011) ressaltam como as alterações de temperatura no ambiente, afetam
drasticamente o metabolismo dos bovinos, levando a perda de peso, baixa de
imunidade, aumento de parasitas e consequente queda de produção no caso do
gado de corte.
A arborização de áreas de pastagem, tem um papel importante na
amenização de fatores climáticos, proporcionando sombra para os animais,
reforçando a alimentação como forragem, funcionando com contensor de ventos e
atuando na agregação de biomassa (SILVA et al , 1998). As plantas implantadas
também atuam na ciclagem de nutrientes, de modo a auxiliar na adubação natural
das gramíneas e atuando como fixadoras de nitrogênio, no caso das leguminosas,
descompactação do solo, como as árvores de raízes profundas e retenção hídrica
pela bioturbação exercida (OLIVEIRA et al, 2003).
Um dos principais pontos ao se desenhar um sistema silvipastoril é a
minimização dos custos de implantação e manejo, buscando assim o uso de
espécies nativas, que facilitem a sua propagação natural e o acesso a mudas e
técnicas de manejo, que eventualmente possam ser realizadas de forma ágil, como
a poda natural de arbustos, realizada pelos próprios animais (ZANETTE e KRUGER,
2011). A lucratividade do sistema silvipastoril em relação a monocultura é
evidenciada em função do maior aproveitamento de áreas diversas, podendo ser
implantado em locais onde mecanização e cultivo manual são inviáveis (ZOOTEC,
2005).
3
2. Descrição da área onde o SAF será implantado
O projeto será implementado em uma propriedade rural de um assentamento
no município de Rio Bonito do Iguaçu, que está localizado na região Centro – Oeste
do Paraná, com aproximadamente 13.661 habitantes e área territorial total de
685,189 Km², concentrando suas atividades na agricultura convencional e
agroecológica (IBGE, 2016). O município de Rio Bonito do Iguaçu – Paraná, que
está localizado no Território da Cantuquiriguaçu conforme (figura 1).
Fig. 01 Mapa do território da Cantuquiriguaçu, o SAF será implantado no
município marcado em amarelo.
Fonte:Nedet/UFFS adaptado por Santos (2016).
O município possui dois dos maiores assentamentos da América Latina, o
assentamento Marcos Freire e Ireno Alves dos Santos, que juntos concentram um
total de 27 mil hectares com 1.511 famílias assentadas. O clima é subtropical,
apresentando verão e inverno bem definidos, com incidência de geadas e chuvas
regulares, a vegetação é de Floresta Ombrófila mista (CONDETEC, 2004). A região
é marcada por grande desigualdade social, sendo que Rio Bonito do Iguaçu,
segundo dados do Ipardes (2016) apresentou Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) de 0,629 em 2010, considerado baixo se comparado com o IDH
nacional que em 2014 chegou a 0,755 segundo informações do (PNUD, 2016).
O local utilizado como base para o projeto é uma propriedade rural localizada
no Assentamento Marcos Freire, com área total de 12, 8 Ha, sendo que a principal
atividade da propriedade é baseada na produção de gado de corte (utilizando
aproximadamente 3,5 Ha da área total com pastagens), o rebanho tem sua
4
alimentação suplementada durante o ano com silagens, rações e outros grãos.
Assim, não ficando apenas condicionado ao rendimento da pastagem. Atualmente a
família é composta por 2 membros, sendo que os dois trabalham regularmente na
propriedade.
A propriedade conta com boa disponibilidade de água, no entanto, a nascente
fica muito próximo a residência da família, a qual, pode sofrer contaminações. Além
de que, esta nascente está pouco protegida, necessitando imediatamente uma
proteção de fonte. Possui alguns açudes na parte mais baixa, servindo como
reservatório, porém já sofreram com escassez de água durante estiagem.
3. Perfil da família
O projeto está sendo planejado na unidade familiar dos agricultores Miguel e
Júlia, os quais, adquiriram o lote de outra família assentada, esta que utilizava a
área também para a produção animal. Estão a aproximadamente cinco anos
residindo no local. Um dos membros é aposentado. Uma parte da produção agrícola
é utilizada para a alimentação animal e o excedente é comercializado. Atualmente a
atividade de gado de corte conta com 20 cabeças de gado inseridos em uma área
de cerca de 3,5 ha de pastagem.
4. O sistema agroflorestal
4.1 Objetivo/finalidade do SAF
Devido às características da propriedade e sua finalidade principal que é a criação de
gado de corte, sugerimos a implantação de um Sistema Silvipastoril, com objetivo de
aumento da produtividade, complementação alimentar, melhorar o conforto dos animais e
implantação do componente arbóreo como fonte de renda alternativa para a família, por
meio da extração de lenha, madeira e demais finalidades comerciais.
4.2 Tipo do SAF
O tipo escolhido devido às características da propriedade foi o sistema
silvipastoril (SSPs) é o arranjo intencional de árvores, pastagem e gado numa
5
mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de
incrementar a produtividade por unidade de área.
Os Sistemas Silvipastoris despontam como alternativa promissora, pelo fato
de serem mais diversificados e com maior capacidade produtiva e sustentável do
que os sistemas pecuários tradicionais (OLIVEIRA et al, 2003). Porém é de suma
importância o desenho adequado do sistema, levando em consideração o
espaçamento entre árvores, a finalidade do seu uso, a competição intra e
interespecífica, sem esquecer das necessidades dos animais ali existentes (ZANIN,
BICHEL, MANGILLI ,2016).
Os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e
ambientais para os produtores e para a sociedade em geral. São sistemas
multifuncionais, existindo a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo
integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua
capacidade produtiva (EMBRAPA, 2004).
Em função das condições atuais da pastagem no local, sugere-se o desenho
de um sistema onde as espécies implantadas não exerçam cobertura sob uma área
superior a 50% de modo a não interferir no crescimento das gramíneas (ZANETTE e
KRUGER, 2011).
4.3 Classificação
Os sistemas agroflorestais podem ser classificados em relação a sua função,
objetivo, arranjo, características socioeconômicas e evolução temporal, sendo que o
sistema base deste trabalho, trata-se do sistema de integração árvores + animais,
classificado como silvipastoril (ENGEL, 1999).
A inserção de espécies com função de quebra - vento, proteção e demais
funções predominantemente físicas, é considerado um sistema complementar, pois
podem de alguma maneira associar-se a outros sistemas futuros se necessário
(SANTOS e GRZEBIELUCKAS, 2014).
O arranjo segue o padrão de talhões possibilitando a produção sustentável de
espécies madeiráveis, e oprocesso de regeneração de pastagens, que são o
principal interesse no sistema (NEPOMUCENO e SILVA, 2009). Segundo Factori
(2015) levando em consideração dados como matéria seca de uma área de pasto
(por volta de 15kg/dia) , e o consumo de uma cabeça de gado de corte (cerca de 2%
do seu peso vivo), um piquete de 350m ² com pastagem formada é suficiente para
satisfazer 10 cabeças de gado por dia.
O arranjo será feito a partir da divisão da área de pastagem,
aproximadamente 3,5 ha (36.480m²) em 40 piquetes , medindo 18m x 43m (774m²)
cada um,com um corredor central e corredores laterais utilizado para a passagem
entre piquetes, manejo, fluxo de maquinário se necessário, medindo 6m de largura
m²). Neste caso específico, onde as árvores têm finalidade de quebra –vento,
forragem complementar através de podas e produção de madeira, recomenda-se o
6
plantio de árvores de maneira a circundar a área de pastagem, facilitando assim o
acesso para manejo (GLEISSMAN, 2001).
A inserção das espécies se dará por meio de um desenho que contemple
vários fatores, entre eles a necessidade de isolamento dentro dos piquetes, podendo
ser realizado com cerca elétrica, bem como o tempo de descanso recomendado
para a pastagem, que será dado pelo rodízio constante dos animais.
4.4 Manejo
O manejo de uma área está ligado diretamente a sua finalidade.
“No caso de atividade pecuária, as espécies devem ser
manejadas de forma a intensificar a formação de forragem,
se o foco é a produção de madeira, deve-se criar um sistema
passível de circulação de máquinas em um determinado
estágio, tendo as forrageiras como complementares aos
sistema, é importante ater-se a detalhes como a formação de
uma cerca, evitando que espécies sejam invadidas, além das
práticas de poda para as forrageiras, reduzindo a competição
com as arbóreas (JUNIOR, 2011,pg19).”
A manutenção de espécies nativas é intensiva nos primeiros anos, pois
deve-se manter o cuidado em relação a competição com daninhas, ataque de
pragas e demais fatores que possam dificultar o estabelecimento da planta,
indica-se a realização de capinas periódicas de limpeza (LORENZI, 2002).
Um fator determinante na qualidade da pastagem é a rotação entre piquetes e
a manutenção durante períodos críticos, no caso, a geada, onde a combinação entre
pisoteamento e formação de gelo, podem levar a destruição da pastagem de um
piquete (BRANCO et al, 2006). Sugere-se manter os animais no pasto durante o dia
e no período noturno remanejá-los para uma área distinta, podendo ser o próprio
corredor de manutenção.
Em uma área predominantemente de pastagem o desponte das árvores é
essencial para a entrada de luz no sistema, possibilitando a melhora do
desenvolvimento dos extratos inferiores (VIVAN, 1998). Após o estabelecimento é
preciso decidir quais os processos de intervenção tomados para o estabelecimento
de um novo sistema, sendo que dependente da sua finalidade, pode-se controlar o
manejo de tal forma, que o sistema se mantenha em um nível avançado de
desenvolvimento, mesmo com a retirada de um determinado número de indivíduos
(GLIESSMAN, 2001).
7
5. Implantação e manejo do SAF
5.1 Descrição do SAF a ser implantado
Para o trabalho proposto sugere-se a utilização de enriquecimento ou
adensamento com nativas, a fim de regenerar uma área inserindo na mesma
espécies de diferentes estágios sucessionais e para diferentes finalidades. As
árvores serão implantadas em linhas simples, com espaçamento definido conforme
as características de cada espécie, levando em consideração a finalidade e as
necessidades de manejo de cada.
Para isolamento das mudas, será utilizado cerca elétrica, a 1m de distância
das mudas para evitar as perturbações das plantas pelos animais. Em áreas onde a
permanência de animais é constante, aconselha-se manter a proteção por um
período de até 2 anos, dependente do crescimento de cada espécie, evitando a
predação e o pisoteio (ZOOTEC, 2005).
5.2 Descrição das espécies a serem utilizadas
Cedro (Cedrela fissilis)
Finalidade: quebra – vento, madeira, lenha.
Ordem sucessional: secundária tardia, clímax.
Densidade:
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial: madeira beneficiada custa em média R$6,81/m² (IPEF, 2005).
Açoita – cavalo (Luehea Divaricata)
Finalidade: sombra, lenha, madeira, melífera.
Ordem sucessional: secundária inicial, secundária tardia.
Densidade: 14/ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial:
Grápia (Apuleialeiocarpa)
8
Finalidade: biomassa, madeira, melífera.
Ordem sucessional: pioneira, secundária inicial, secundária tardia, clímax
exigente de luz.
Densidade:9 /ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial: sua casca é utilizada como base de analgésicos e
anti-inflamatórios na indústria medicinal (CARVALHO, 2003).
Ingá (Ingá uruguensis)
Finalidade: alimentação animal, alimentação humana.
Ordem sucessional: secundária inicial
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial:
Bracatinga(Mimosa scabrella)
Finalidade: forragem, madeira, lenha.
Ordem sucessional: pioneira.
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: 4 a 7 anos.
Valor comercial: Aproximadamente R$16,00 por m³ para utilização como
energia (IPEF, 2003).
Pau – marfim (Balfouro dendronriedelianum)
Finalidade: alimentação animal.
Ordem sucessional: secundária tardia.
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: variável.
9
Valor comercial
Murta – branca (Schimideliaedulis)
Finalidade: alimentação animal, alimentação humana, melífera.
Ordem sucessional: pioneira.
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial: seus frutos podem ser comercializados in natura, como sucos
ou geleias, a planta em si possui óleos essenciais (MARQUES, 2008).
Pata –de- vaca (Bauhinia forficata)
Finalidade: sombreamento baixo, medicinal.
Ordem sucessional: pioneira.
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial:
Imbuia (Ocotea porosa)
Finalidade:madeirável.
Ordem sucessional: pioneira.
Densidade: /ha.
Permanência no sistema: variável.
Valor comercial: além de ser uma árvore ornamental, seu valor está
relacionado a procura desta madeira para confecção de móveis e utilização em
construções em geral, pois apresenta grande durabilidade, mesmo quando exposta
ao tempo (LORENZI,2002).
10
5.3 Descrever o manejo a ser realizado e as espécies utilizadas com 6
meses, 1, 3, 5 e 10 anos
Inicialmente será realizado análise de solo da área, para que se possa fazer a
correção adequada, com aplicação de calcário, pó de rocha, cama de aviário e
adubos verdes.
Antes da implantação das espécies, será necessário ainda fazer o terraço
necessário para evitar problemas de erosão, visto que a área apresenta uma certa
declividade. Após essa fase seguirá com as medições e instalações dos
piquetes(serão divididos com cerca elétrica pelo menor custo), para então iniciar a
implantação das espécies (que podem ser adquiridas através de doações da
empresa ENGIE - que faz doações de 80 mil mudas nativas anualmente, para
agricultores que desejam implantar sistemas agroflorestais).
Primeiros 6 meses: implantação das espécies de quebra-vento( no sentido
norte sul, pela predominância dos ventos), biomassa e para alimentação animal(nas
linhas do sentido norte sul na divisão de cada piquete), que pertencem a ordem
sucessional das pioneiras e secundárias. Também serão implantadas as espécies
destinadas à sombra na linha sentido leste - oeste sobre o terraço. As espécies
serão protegidas por cerca elétrica, pois os animais também serão introduzidos
nesta fase visto que se trata da área que o agricultor tem disponível para a
pastagem e essa já está implantada com a gramínea estrela africana - cynodon
plectostachyus.
Com 1 ano: Plantio das espécies madeiráveis pertencente a ordem
sucessional climax. Já inicia os primeiros manejos das espécies plantadas
anteriormente como as primeiras podas de condução no sistema.
Com 3 anos: Implantação de espécies (pioneiras e secundárias) no limite
da área no sentido leste-oeste que podematuar como quebra ventos e também
fornecer sombras para os corredores. Manejo de poda e condução das demais
espécies.
Com 5 anos: Implantação das espécies pioneiras que vão substituir a
bracatinga, que entra em senescência e sai dos sistema com média de 7 a 8 anos.
Com 10 anos: o sistema já estará em sua conformação planejada só exigirá
os manejos de poda necessárias para melhorar a luminosidade na pastagem
durante o inverno.
Todos os anos: a pastagem será complementada com semeaduras de
espécies de inverno, pois a pastagem implantada na área tem seu potencial de
produção explícito durante o verão.
11
5.4 Elaborar croqui para cada fase (implantação, 6 meses, 1, 3, 5 e 10
anos)
Fig. 02 Divisão da área de pastagem da propriedade.
Fonte: Do autor.
12
6. Projeção de retorno econômico por período
Implantação: A partir da análise de solo pode-se saber quais as necessidades
de correção a serem feitas, sendo que, neste caso o produtor precisará dispor de
insumos, mão de obra e matéria prima para a construção de cercas elétricas, para
isolamento das mudas, instalação de bebedouros em todos os piquetes e as mudas,
que poderão ser cedidas, conforme disponibilidade, por instituições ambientais, que
desenvolvem projetos de apoio ao plantio de nativas, por exemplo: Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) e Tracbel. O custo médio aproximado para a implantação
do sistemas, levando em consideração valores atuais de materiais como cerca
elétrica, bebedouro, encanamento e mão de obra, foi estimado em R$2.640,00,
sendo que não se contabilizou a correção de solo, por apresentar um valor
específico variável, em função das condições do mesmo.
06 meses: Nesta etapa já se pode identificar alguns benefícios específicos no
sistema, se estabelece uma relação harmoniosa entre as espécies, onde se avalia a
possibilidade de desenvolvimento de todas, geração de biomassa, conservação da
umidade do solo, aumento da matéria orgânica, tornando menor a necessidade de
uso de insumos no sistema. No entanto nesta fase, se recomenda a adubação das
árvores, para auxílio de crescimento e manutenção de nutrientes, este procedimento
deve ser realizado árvore a árvore, utilizando em média 300g de adubo formulação
N P K - 08 20 20, sendo que um saco de 50kg, tem preço médio de R$80,00.
1 a 3 anos: As espécies pioneiras e secundárias são podadas de maneira a
se conduzir de acordo com o arranjo do sistema, nesta fase é feita a readubação,
com menor intensidade, de forma apenas a se manter os níveis de nutrientes. A
introdução de urina e esterco, fazem com que o potencial de nitrogênio aumente e
consequentemente ocorre um maior fluxo de nutrientes e matéria orgânica,
agregando fatores de fertilidade ao solo. Nesta fase o trabalho empregado no
sistema é mais intenso, pois as podas de condução para o arranjo final são de
extrema importância, devendo ser realizadas de forma a se manter a conformação
das árvores, é necessário o acompanhamento de um profissional da área, que
possa direcionar a poda, para que seja feita de maneira adequada. Os galhos
retirados podem ser utilizados como complemento alimentar ou como fonte de
biomassa. Deve-se selecionar as espécies que futuramente substituirão as
madeiráveis e lenhosas de permanência curta.
10 anos: O sistema se define conforme o projeto inicial, de modo que o
retorno econômico vem de forma mais evidente da retirada de espécies madeiráveis
e lenhosas, em um arranjo onde se encontra a Bracatinga pode-se estimar o preço
de R$16,00 por m³ para geração de energia. O sistema conta com fontes
13
abundantes de forragem e biomassa, não sendo mais necessária a inserção de
insumos químicos e manejo intensivo. A estabilidade e funcionalidade fazem com
que o sistema se auto regenere, sendo de extrema importância a avaliação do
alcance de sombreamento, para que a pastagem não seja prejudicada, se
necessário, deve-se entrar com mão de obra para desponte de espécies pioneiras e
secundárias. Com a retirada de algumas árvores do sistema se assume um novo
desenho, dado pela substituição das mesmas, por espécies que já foram inseridas
anteriormente. Nesta fase estima-se que a redução de gastos em relação a insumos,
suplementos alimentares e a qualidade do gado, em função do seu manejo,
possibilitem o retorno total do investimento inicial.
10 a 15 anos: Início da produção comercial de algumas espécies, substituição
gradual pelas espécies primárias. Retirada intensiva de madeiráveis nobres, sendo
necessário o investimento em mão de obra especializada em grande escala. Ocorre
a estabilidade do sistema e a substituição de estratos, algumas espécies saem do
sistema e se faz necessário a manutenção da pastagem, e novas árvores podem ser
inseridas, de maneira a recomeçar o ciclo produtivo. A análise de solo a ser
realizada é apenas preventiva, pois se assegura a boa condição em função da
matéria orgânica e ciclagem de nutrientes decorrente dos anos de existência do
sistema no local.
14
7. Referências
BRANCO, A.F. et al. Sustentabilidade em Sistemas Pecuários: workshop
internacional. Maringá, 2006.199p.
CARTILHA: SISTEMAS AGROFLORESTAIS: uma alternativa para manter a floresta
em pé, Bonito/MS, outubro - 2009. 1ª Edição, outubro de 2009.
CARVALHO, P.E.R. Circular técnica: Grápia. Embrapa Florestas. Colombo, 2003. p.1
– 15.
CONDETEC. Conselho de Desenvolvimento do Território da Cantuquiriguaçu.
Território Cantuquiriguaçu - Paraná, Diagnóstico Socioeconômico. Curitiba, 2004.
77p.
EMBRAPA. Sistemas Silvipastoris. Por Vanderley Porfírio-da-Silva, 2004. Disponível
em: <http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs/>. Acesso em: 30 Nov. 2016.
ENGEL, V.L. Sistemas agroflorestais, conceitos e aplicações. Introdução aos
sistemas agroflorestais, Botucatu: FEPAF, 1999. 70p.
FACTORI, M.A. Manejo de pastagens, conservação de forragens e nutrição animal,
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http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/pastagens/como-calcular-o-tamanho-e-a-ta
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Acesso em: 30/11/2016 ás 15:50.
GLIESSMAN, S.R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2.ed. Porto Alegre, 2001.
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IPEF. Instituto de pesquisas e estudos florestais. Disponível em:
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JUNIOR, O.L.F. Renovação, recuperação e manutenção de pastagens do Cerrado.
Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2011. 40p.
15
http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs/
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