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@resumeairafa Leishmaniose cutânea: formas que produzem exclusivamente lesões cutâneas, ulcerosas ou não, porém limitadas; Leishmaniose mucocutânea: formas que se complicam frequentemente com o aparecimento de lesões ulcerosas destrutivas nas mucosas do nariz, boca e faringe; Leishmaniose visceral ou calazar: formas viscerais, em que os parasitos apresentam acentuado tropismo pelo SFM (Sistema Fagocítico Mononuclear) do baço, do fígado, da medula óssea e dos tecidos linfoides; Leishmaniose cutâneo-difusa: formas disseminadas cutâneas, não-ulcerosas, que se apresentam em indivíduos anérgicos (isto é, que não respondem aos antígenos do parasito), ou que aparecem tardiamente, em pacientes que haviam sido tratados de calazar. As leishmaníases cutâneas, mucocutâneas e cutâneo-difusa do Novo Mundo são por vezes denominadas coletivamente como Leishmaníase Tegumentar Americana (LTA). Complexo Leishmania brasilienses Leishmania braziliensis / Leishmania panamensis / Leishmania guyanensis / Leishmania peruviana Complexo Leishmania mexicana Leishmania mexicana / Leishmania amazonenses / Leishmania pifanoi Complexo Leishmania donovani Leishmania donovani / Leishmania infantum Forma amastigota: parasitos estão no interior das células dos hospedeiros vertebrados Forma promastigota: quando se desenvolvem no tubo digestivo dos hospedeiros invertebrados (insetos flebotomíneos). Amastigotas: ovais, esféricos ou fusiformes. Núcleo grande e arredondado/ possui vacúolos e não possui flagelos. Há numerosos microtúbulos na membrana. Promastigota: formas infectantes/ alongadas / flageladas / núcleo arredondado ou oval / complexo lipofosfoglicano (LPG) e uma proteína metaloprotease, gp63 – importante. Paramastigota: trato digestivo do vetor / ovais / pequeno flagelo Transmissão pelo mosquito Phlebotomus (mosquito-palha) Os hospedeiros vertebrados (homem) são infectados quando formas promastigotas são inoculadas (colocadas para dentro pela picada) por fêmeas dos insetos vetores. A boca desses insetos consegue dilacerar tecidos e vasos sanguíneos do hospedeiro, obtendo, assim, um misto de sangue, linfa e restos celulares para a alimentação (telmatofagia) – tudo isso facilitado pela saliva do inseto, que possui componentes como anticoagulante, vasodilatador e antiagregador plaquetário (favorecendo o fluxo de sangue e acúmulo de linfa). A saliva pode, ainda, impedir a ação efetora das células imune no parasito. Os promastigotas são resistentes à lise provocada pelo sistema complemento, que impedem a ligação de C3b e C3 a membrana devido o LPG. Durante a endocitose do parasito a célula hospedeira aumenta a atividade respiratória, liberando espécies reativas de oxigênio e óxido nítrico, que podem causar rompimento nas membranas celulares – O LPG funciona como mecanismo de barreira, além da saliva ajudar a impedir a estimulação de macrófagos. Processo de internalização: endocitose mediada por receptores na superfície do macrófago – promastigotas estimulam receptores específicos para que haja a fagocitose sem impulsionar a atividade respiratória e a consequente liberação de radicais. Assim, o parasito entra prontamente nas células de Langerhans na derme – não se reproduzem aí -. A rápida mudança para a forma amastigota também é uma maneira de fugir do ataque do sistema imune. Dentro da célula a promastigota é encontrada no vacúolo parasitóforo, há uma aproximação do lisossomo da célula com a membrana do parasito, até passagem de enzimas, mas não forma o fagolisossomo – na verdade, o LPG retarda o toque. Assim, a promastigota se transforma em amastigota, desenvolvendo dentro do vacúolo. Multiplicação – apoptose – morte celular – ruptura – formas amastigotas liberadas. No hospedeiro invertebrado: infecção por meio da passagem das formas amastigotas (sangue, linfa – alimento do inseto). No intestino do inseto é envolvido por uma membrana quitinosa (matriz peritrófica) e se transforma em flagelados pequenos, ovoides e pouco móveis. Após alguns dias, há a formação das promastigotas. A LPG protege a membrana das enzimas internas liberadas pela matriz e a gp63 ajuda na ruptura da matriz. @resumeairafa Os promastigotas aderem as microvilosidades intestinais do inseto. Para que a multiplicação torne o inseto capaz de transmistir, é necessário: alimentação rica em açucares – seiva de plantas Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas. A forma cutânea é caracterizada por lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas. Já a forma cutâneomucosa possui lesões cutâneas agressivas que afetam as regiões nasofaríngeas. Espécies que provocam a tegumentar no Brasil: • Leishmania (Viannia) braziliensis • Leishmania (Viannia) guyanensis • Leishmania (Viannia) lainsoni • Leishmania (Viannia) shawi • Leishmania (Viannia) naiffi • Leishmania (Leishmania) amazonensis Reprodução: divisão binária. Nas formas promastigotas há a produção de um segundo flagelo, no trato digestivo do vetor, sendo esse flagelo menor que o primeiro. A reprodução das formas amastigotas ocorre no interior dos macrófagos, também por divisão binária. A substância vasodilatadora presente na saliva do inseto, maxidilan, pode inibir a apresentação de antígenos pelos macrófagos. Também inibe a secreção de citocinas tipo I (IL-12 E IFN-Y), assim, as citocinas tipo II (IL-10 E IL-4) agem suprimindo a resposta imune e favorecendo o sucesso da infecção. Resistência associada a liberação de citocinas específicas pela linhagem TH1, já a susceptibilidade à infecção está na resposta do TH2. Na forma cutânea, prevalência da TH1 – processo granulomatoso com proliferação linfocitária e prasmocitária. No entanto, a doença progride para cutâneo- mucosa, e aí a expressão se dá por th1 e th2, ou seja, um padrão th0. A resposta contra cutâneo-difusa está ligada a Th2, no qual existe uma infiltração dérmica de macrófagos com amastigotas e uma escassez de linfócitos. Período de incubação: desde a picada e a lesão inicial – 2 semanas a 3 meses. As lesões iniciais são semelhantes independente da espécie do parasito. Pode regredir espontaneamente, permanecer estacionária ou evoluir para um nódulo dérmico (histiocitoma) – no local da picada do vetor. Desenvolve dependendo da espécie, mas é caracterizada por hipertrofia do extrato córneo e da papila. Forma-se um infiltrado celular a lesão, contento muitos linfócitos e até plasmócitos – reação do tipo tuberculoide – necrose – desintegração da epiderme – lesão ulcerocrostosa. @resumeairafa Após a perda da crosta, há uma pequena úlcera com bordas salientes e fundo granuloso – progride formando a típica úlcera leishmaniótica. As lesões podem assumir outras características, como: serem secas, vegetativa, com exsudato seropurulento – Pode haver, também, disseminação linfática ou hematogênica, produzindo metástases cutânea, subcutânea ou mucosa. Formas clínicas: baseada no estado imunológico e na espécie de Leishmania. Basicamente pode ser: Leishmaniose cutânea (LC), Leishmaniose cutaneomucosa (LCM), Leishmaniose cutâneo difusa (LCD). L. braziliensis: responsável pela forma cutânea mais destrutiva. Úlcera de Bauru – Infecção regular e crônica / cura espontânea dependendo da localização das lesões. Pouco se sabe sobre a L. laisonsi, poucos pacientes. Conhecida por nariz de tapir/anta ou espúndia, sendo o agente o L. braziliensis. O parasito produz, mesmo meses ou anos após a lesão primária, lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens. Processo lento e crônico.As regiões mais afetadas são nariz, faringe, boca e a laringe. O primeiro sinal é um eritema e um discreto processo inflamatório no septo nasal – coriza constante e processo ulcerativo. A destruição do septo provoca mudança anatômica e por isso o nariz aumenta, fazendo sê-lo conhecido por nariz de anta/tapir. O processo ulcerativo pode atingir lábios e se propagar pela face, criando dificuldades para respirar, falar e se alimentar – complicações respiratórias por infecções secundárias. O que pode explicar as lesões anos após o contato inicial é a presença de parasitos na área cicatricial de antigas úlceras. Lesões difusas não ulceradas por toda a pele, contendo grande número de amastigotas. O agente L. amazonensis, que faz parte do complexo mexicana, é o responsável no Brasil. O resultado da metástase não é devido a picadas do vetor, mas a mudança do parasito de um sítio para outro através de vasos linfáticos ou migração de macrófagos parasitados. A doença não responde aos tratamentos convencionais, sendo que está estritamente ligada a deficiência imunológica do paciente – o pct revela uma alergia frente a infecção. Um grande número de espécies de mamíferos age como reservatório de Leishmania. Está condicionada a distribuição dos insetos vetores. Endêmica de todos os L. guyanensis: lesões conhecidas como pian bois. Pode ser úlcera única, tipo cratera de lua, e disseminar-se a outras pelo corpo. Essas difusões são linfáticas, sendo que inicialmente há a formação de nódulos subcutâneos móveis que posteriormente ulceram. Lifangite e Lifadenopatia são frequentes com infecção por essa espécie. L. amazonensis: hábitos noturnos, parasita os humanos raramente – lesões simples e com numerosos parasitos na borda da lesão. No caso da imagem abaixo, há lesões nodulares por todo o braço. @resumeairafa Países da América do Sul, exceto Chile, e agrega também o México. No brasil, ocorre em todos os estados, com predominância na região norte. O Leishmania braziliensis está amplamente distribuída nos estados do PA, CE, AP, PB, BA, ES, SP, PR, MG, GO E MT – característica comum a destruição de florestas primárias e, como consequência, a invasão por parte dos vetores no ambiente peridoméstico. Acomete com maior frequência jovens e adultos que trabalham em áreas rurais. O L. guyanensis ocorre na cobertura da floresta amazônica, as fêmeas descem para a base das árvores a fim de ovipor e dessa maneira que encontram o homem – perturbação. Possui uma taxa de infecção muito alta. O L. amazonensis ocorre no nível da base da floresta – relativamente rara porque tem atividade noturna. Flexíveis. O controle é difícil nas florestas e o uso de inseticidas, além de ser antieconômico, representa perigo do ponto de vista ecológico. O controle químico é indicado para áreas novas ou em surto. Indicado usar repelentes, proteção individual, telas e mosquiteiros. Manejo adequado do lixo orgânico na tentativa de impedir a proliferação das formas imaturos dos flebotomíneos. Não são recomendadas ações para o controle de animais silvestes e domésticos hospedeiros das espécies de Leishmania. Atualmente, busca-se em grande escala a vacina. Clínico + laboratorial. Pesquisa do parasito: biópsia da lesão/ Esfregaço com a borda da lesão, histopatológico – fragmento de pele analisado, cultura – aspirados da lesão ou fragmentos do tecido, inoculação em animais – uso de hamster (limitado a instituições de pesquisa). Imunológicos- teste de Montenegro: intradérmico – reação de hipersensibilidade (utiliza de formas promastígotas mortas como antígenos). Avaliação da resposta humoral: Imunofluorescênica indireta – reações cruzadas com outras doenças. Antimonial pentavalente, Glucantime. Antimoniato de N- metilglucamina. Dose máxima de injeção independente do peso do paciente: 10ml – o número de séries necessárias varia de acordo o processo de cura da lesão, recomenda-se até completa cicatrização da úlcera. Indicado para o tratamento de todas as formas de L. tegumentar. – Doença crônica, grave, de alta letalidade se não tratada, e apresenta aspectos clínicos diversos para cada região que ocorre. Terceira enfermidade transmitida por vetores mais relevante da atualidade. Espécies que causam a L. visceral no Brasil: Leishmania donovani / L. infantum Além de parasitar o SFM, localizam-se em órgãos linfoides, como medula óssea, baço e linfonodos, bem como no fígado. Também podem ser encontrados nos rins, placas de Peyer no intestino, pulmões e pele. Raramente no sangue, timo, placenta e interior de leucócitos. Para escapar do ataque do sistema imunológico do vertebrado, as formas promastígotas metacíclicas são rapidamente internalizadas por células dendríticas locais e por macrófagos. Dentro do fagossomo, o parasita inicia sua multiplicação e diferenciação em amastígota, que são liberados para entrarem em outros macrófagos e disseminarem a infecção. As células dendríticas são capazes de transportar os amastigotas até linfonodos mais próximos ao local da infecção – estimulando a fagocitose. Picada da fêmea de L. longipalpis. / Uso de drogas injetáveis / Transfusão sanguínea / (congênita – poucos casos) Apresenta febre irregular de intensidade média e de longa duração, esplenomegalia, hepatomegalia, acompanhada dos sinais de anemia, leucopenia e trombocitopenia. O emgracimento, edema e o estado de debilidade contribuem para a caquexia e o óbito. Na pele, quando a L. donovani, pode haver uma lesão local, a formação de um nódulo – Leishmanioma. Já com o L. chagasi o local é marcado por inflamação pequena, atribuída principalmente a saliva do vetor. Nas vísceras, os parasitos induzem uma infiltração local ou difusa de macrófagos não parasitados, além de infiltrado de linfócitos e células plasmáticas Esplenomegalia: achado mais importante e frequente – fase crônica. Hiperplasia e hipertrofia das células do SMF, macrófagos e células plasmáticas densamente parasitados, na polpa branca e vermelha. Hepatomegalia: hiperplasia e hipertrofia das células de Kupffer, densamente parasitadas. Pode haver fibrose septal ou portal. Há baixos níveis de albumina – formação de edema nos membros inferiores. Tecido hemocitopoético: densamente parasitado – durante a fase mais adiantada da infecção, a hematopoiese fica desregulada, o que causa diminuição da produção celular. Contagem de eritrócitos bem baixa – 2 a 3 milhões/mm3. Plaquetas diminuídas nos quadros graves e letais, causando hemorragias. Nos rins: presença de imunocomplexos circulantes, pode ocorrer glomerulonefrite, espessamento da membrana basal e proliferação das células mesangiais, além de perda de albumina na urina. @resumeairafa Aparelho digestivo: proliferação de células do SMF, especialmente no jejuno e no íleo, com presença de amastigotas. Edema e alongamentos das vilosidades. Forma assintomática: os indivíduos podem desenvolver sintomatologias pouco específicas, que se manifestam como febre baixa, tosse seca, diarreia, sudorese, entre outros, e apresentar cura espontânea ou nenhuma evolução do parasito. O diagnóstico pode ser acidental ou epidemiológico. Forma aguda: período inicial da doença/ febre alta, hepatoesplenomegalia e palidez de mucosas. Muito confundida com outras doenças. Manifestação cutânea da leishmaniose atribuída a L. donovani, que ocorre após o tratamento da visceral. As lesões de pele são variadas, aparentando hipopigmentação, pápulas ou máculas e, às vezes, nódulos – Não há relatos posteriores no Brasil, mas sim lesões de pele concomitante a infecção visceral. Diagnóstico e tratamento dos doentes / eliminação dos cães com sorologia positiva / combate as formas adultas do inseto vetor / Uso detratamento inseticida que pode ser usado nas coleiras dos cães / Vacinação dos cães (2 vacinas disponíveis: Leishmune e Leish-Tec) Clínico, associado com epidemiologia – cuidado com diagnósticos diferenciais. Laboratorial: pesquisa do parasito (aspirado da medula óssea, baço, fígado e linfonodo). Pesquisa de DNA de L. em amostras pela PCR; Métodos imunológicos: hipergamaglobulinemia. Reação de imunofluorescência indireta (mais utilizado); ELISA. Glucantime – distribuição gratuita pela rede pública – antimoniais pentavalentes/ Imunoquimioterapia: uso de interferon gama humano recombinante – substâncias imunorreguladoras em associação ao antimoniais (custo). Mias de 90% dos casos de L. visceral no mundo ocorrem na Índia, Bangladesh, Nepal, Etiópia, Sudão e Brasil. No nosso país, mais especificamente na região nordeste. É uma doença tipicamente rural, mas pode ser adquirida em local com bom ambiente para o vetor. Há ligação com áreas úmidas, próximas a rios. Sintomática crônica ou calazar clássico: contínuo agravamento dos sintomas – emagrecimento progressivo – desnutrição proteico-calórica. Edema generalizado, dispneia, dores musculares. Caráter debilitante e imunossupressivo, infecções bacterianas são oportunistas.
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