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Bactérias em formato de bacilos gram positivos. Muito sensíveis ao oxigênio e portanto são anaeróbios estritos. São capazes de esporular, ou seja, produzir esporos que servem como uma estrutura de resistência. Quando se encontram em um meio desfavorável para seu crescimento a bactéria pode esporular, promovendo alterações celulares que faz com que ele se transforme em um esporo, isso é uma maneira de resistir a condições ambientais adversas. Bactérias do sistema Nervoso CLOSTRIDIUM SPP UNINOVE SBC | Parasitologia | 25.03.21 Gabrielle S. Sanches Sua patogenicidade está associada a toxina tetanoespasmina, produzida pelo patógeno. É uma neurotoxina responsável pelas manifestações clínicas do tétano, uma vez liberada pelo C. tetani a porção A se liga em receptores presentes nos neurônio motores permitindo que a toxina seja internalizada. A paralisia causada no tétano é espástica, ocorre uma contração muscular intensa em que o músculo fica o tempo todo contraído. Algumas bactérias do gênero Clostridium fazem parte da microbiota normal do trato gastrointestinal. E também há os que são patogênicos, sua patogenicidade se dá por meio de toxinas produzidas por ele. Possuem ampla distribuição na natureza, pelo fato de poderem formar esporos e resistir ao ambiente. Doenças Tétano - Clostridium tetani objetos enferrujados estão expostos há muito tempo no ambiente, logo se torna um meio propício para o Clostridium ficar, pois ele pode esporular e resistir ao ambiente podendo permanecer na região durante longo período. Não faz parte da microbiota do TGI, causa doenças vindo do ambiente externo. A doença é adquirida após entrar em contato com o esporo através de uma ferida, ele entra através dessas lesões de pele e não pode ser transmitido de um indivíduo para o outro. Essa doença está associada a ferrugem, pois Como a toxina age? Os neurônios excitatórios liberam neurotrans- missores que são importantes para contração muscular, como a acetilcolina. Neurônios inibitórios liberam neurotransmissores que promovem o relaxamento muscular, como glicina e GABA, esses impedem o neurônio excitatório de liberar ach e assim ocorre o relaxamento muscular. A tetanospasmina inativa as proteínas que regulam a liberação de neurotransmissores inibitórios, assim o relaxamento muscular não ocorre. Essa toxina não permite que as vesículas contendo o neurotrasmissor inibitório se funda com a membrana do neurônio motor, assim glicina e GABA não são liberados na fenda sináptica, o neurônio excitatório não para de liberar acetilcolina e o músculo não para de contrair. Como é feito diagnóstico e tratamento? O tétano pode ser localizado, restrito a área de contato com o patógeno, e o mais comum de encontrar na clínica que é o tétano generalizado. O diagnóstico se dá pelo quadro clínico apresentado pelo paciente, onde as principais característica são: rigidez de membros, riso sardônico (músculos da fase contraídos) e opistótono. O isolamento da bactéria em laboratório é difícil pois ela se divide lentamente e não dá tempo de esperar, pois o tratamento precisa ser feito logo. O tratamento é com uso de antibióticos para combater a bactéria e diminuir a produção de toxinas e também é preciso da imunização passiva (soro) para neutralizar as toxinas circulantes, as que estiverem dentro do neurônio motor não será neutralizada, uma vez que entra no neurônio motor não tem como sair. A vacina DTP também faz parte do tratamento para que o indivíduo produza quantidade suficiente de anticorpos. Botulismo - Clostridium botulinum O mais comum é o botulismo alimentar, adquirido a partir de conservas, pois algo em conserva está fechado num pote o que diminui a circulação de oxigênio e facilita a multiplicação do Clostridium. Muito relacionado ao consumo de palmito. O C. botulinum produz 7 toxinas diferentes, sendo 4 delas importantes para causar manifestações clínicas. A toxina botulínica, diferente da tetanoespasmina, causa paralisia flácida deixando o músculo sempre relaxado. Ela vai interferir na liberação de acetilcolina na junção neuromuscular e o músculo não contrai. Seu mecanismo de ação está relacionado com as proteínas que garantem a fusão da vesícula sináptica com a membrana do neurônio para que libere ach. A toxina se liga nas proteínas e inibem a fusão. Também é uma toxina AB porção A é reconhecida pelos neurônios motores e será endocitada, dentro do neurônio motor a porção A é quebrada e a B exerce a ação. Uma vez endocitada não tem como sair da célula, o paciente fica internado e em observação até que a toxina seja degradada e a contração muscular seja reestabelecida. A evolução da doença faz a fraqueza musuclar se espalhar e pode causar uma paralisia respiratória. Outros sintomas são: vertigem, tontura, visão dupla, saliva grossa, dificuldade para engolir, insuficiência respiratória, paralisia de extremidades, dor abdominal, náusea, vômito e diarreia. O tratamento inclui soro antibotulínico para neutralizar as toxinas circulantes, antibiótico para morte da bactéria e neste caso não há vacina. Para recuperação as toxinas absorvidas pelos neurônios motores precisam ser usadas e degradadas pelos próprios neurônios, por isso a recuperação é lenta. Não há nada para eliminar a toxina que já entrou no neurônio, por isso é necessário acompanhamento. MENINGITES Causada por diversos tipos de bactérias como: - Neisseria meningitidis - Haemophilus influenzae - Streptococcus pneumoniae Meningite é o processo inflamatório envolvendo a pia-máter, aracnóide, e o espaço subaracnóide, no qual está contido o líquido cefalorraquiano, também chamado de cerebroespinal. Essas bactérias são capazes de cair na corrente sanguínea e chegar até o licor nas meninges. No espaço aracnóide tem poucos componentes do sistema nervoso e por isso o licor é vulnerável a contaminação. O patógeno entra pela orofaringe e tem a capacidade de cair na corrente sanguínea e assim pode chegar ao licor, já que o espaço aracnóide é vulnerável a contaminação e a medula é extremamente irrigada. Além da via hematogênica o patógeno pode entrar por continuidade que é através de otites e sinusite, por exemplo que são estruturas anatomicamente próximos ao SNC. Ou ainda o acesso direto por um traumatismo craniano, manipulação de estruturas próximas (punção, cateter, implante...) já que o indivíduo fica mais exposto aos microrganismos. Numa análise do licor que está contaminado será observado leucocitose, aparência turva, aumento de lactato e presença de diplococos gram negativos. Os principais sintomas são: febre, alteração estado mental e rigidez na nuca, porém ainda pode ocorrer cefaléia, fotofobia, rigidez de nuca, vômitos, sinais meníngeos, redução do nível de consciência e convulsão. Existem alguns tipos de menigites: - Aguda purulenta: causada pelas bactérias - Subaguda e crônica granulomatosa: fungos - Asséptica: vírus - Ou ainda causadas por traumatismos e procedimentos invasivos devido ao Staphylococcus Neisseria meningitidis - meningococo Diplococos gram negativos, aeróbios e imóveis. Como fator de virulência possui catalase positiva e a maior parte das cepas patogênicas são capsuladas (compostas por polissacaríde- os), existem 13 sorogrupos separados por composição da cápsula, 6 delas são patogênicas. Como ela consegue chegar na corrente? Essa bactéria coloniza a orofaringe de pessoas saudáveis sem causar doença, porém algumas delas são patogênicas e possuem capacida- de de invasão, elas tem fatores de virulência, como pilis e a proteína OPA na parede celular, que inicialmente ajudam na adesão ao epitélio da nasofaringe e posteriormente a bactéria consegue se proliferar e atravessar as células por um processo de transcitose até chegar na corrente sanguínea. Há outras proteínas de membrana que irão auxiliar na evasão, são as porinas (PorA e PorB) que inibema fusão do fagossomo com lisossomo resistindo a fagocitose. O LOS (lipoligossacarídeo) é uma endotoxina que estimula a produção de TNFalfa (citocina pró inflamatória) levando um intenso processo inflamatório no endotélio vascular e pode chegar a contaminar o licor inflamando as meninges. A bactéria pode ainda produzir proteases IgA1 que irão clivar o anticorpo IgA (localizado nas mucosas) para facilitar a sua colonização. Haemophilus influenzae É uma outra bactéria capaz de causar meningite. É um cocobacilo gram negativo imóvel e não capaz de esporular, são anaeróbios facultativos e catalase positiva. Também capazes de colonizar a nasofaringe de indivíduos saudáveis principalmente de crianças até 6 anos, sendo muitocomum casos de continuidade após infecção de otite, sinusite, bronquite e pneumonia. Ele pode possuir cápsula, LOS, pili, IgA protease (clivagem de IgA e inibe a ação de IgM e IgG). A fagocitose é importante para a eliminação deste patógeno, além de que muitos indivíduos produzem anticorpos a partir de uma resposta T independente. Quando o patógeno possui cápsula sua patogenicidade é maior podendo levar a sepse.
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